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2 INICIAL SOLANGE FREITAS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO 14º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA REGIONAL DE JACAREPAGUÁ
SOLANGE FREITA DE PONTES, brasileira, solteira, autônoma, portadora do RG nº 06954701-6, inscrita no CPF sob o nº 823.214.427-00, residente e domiciliada à Rua Francisca Sales, nº 744, CEP: 22760-000 – Jacarepaguá/RJ, endereço eletrônico: solangepontes16@yahoo.com, vem, em causa própria, com fulcro na Lei nº 8.078-/90 e demais dispositivos pertinentes, perante a V. Exa., propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face de ELEVEN - INTERMEDIACAIO DE NEGOCIOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ do MF nº 20.490.623/0001-05, a ser citada na pessoa de seu representante legal, situada na Av. Presidente Vargas, nº 894, CEP: 20071-001 e AYMORE CREDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ do MF nº 07.707.650/0001-10, a ser citada na pessoa de seu representante legal, situada na Rua Amador Bueno, nº 474, CEP: 04752-901, endereço eletrônico desconhecido, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:
I- DOS FATOS
Ocorre que a autora foi procurada por uma vendedora de nome Danieli da empresa Up Soluções financeiras para fazer um investimento fácil, seguro e rápido, só precisava estar sem restrições em seu CPF.
De acordo com a vendedora, a empresa Up Soluções Financeiras/ ELEVEN - INTERMEDIACAIO DE NEGOCIOS LTDA, usaria o CPF da autora que ganharia 10% do valor investido de apenas uma vez.
Após o cadastro de todos os dados da autora, a vendedora disse que o valor recebido seria de R$ 1.000,00 (mil reais), no entanto, a autora teria que assinar um contrato e reconhecer firma.
A autora, induzida a erro e precisando de dinheiro, seguiu todas as recomendações da vendedora, que fez um empréstimo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com a empresa AYMORE em nome da autora e posteriormente transferiu R$ 9.000,00 (nove mil reais para a empresa ELEVEN - INTERMEDIACAIO DE NEGOCIOS LTDA.
Após questionar a vendedora se a empresa Up Soluções/ ELEVEN - INTERMEDIACAIO DE NEGOCIOS LTDA, se responsabilizaria pelo pagamento do empréstimo feito junto a empresa AYMORE, a mesma garantiu que que o investimento era seguro e sério e todos os outros clientes da empresa estavam satisfeitos.
Meses depois a autora recebeu um telefonema da empresa Up Soluções com uma proposta de acordo pois, segundo o funcionário, a empresa não tinha condições de arcar com as 12 parcelas do empréstimo feito junto à AYMORE.
O contrato proposto seria a Up Soluções depositar o valor de R$ 3.900,00 (três mil e novecentos reais) na conta da autora, após a mesma assinar um contrato de DISTRATO DIGITAL.
A autora, sabendo que o saldo devedor era superior ao de R$ 3.900 (três mil e novecentos reais), não aceitou o acordo e passou a receber ligações diárias de funcionários da Up Soluções que queriam obrigá-la a assinar o contrato
Sentindo-se enganada, após pegar um empréstimo no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) com a empresa AYMORE para fazer um investimento na empresa UP Soluções que se responsabilizou pelo pagamento das 12 parcelas do empréstimo e não cumpriu, resolver propor a presente demanda.
II. DOS FUNDAMENTOS
II.I- DO DANO MORAL
Após a análise dos fatos, fica nítida a má-fé por parte da 1ª Ré, que, valendo-se das necessidades financeiras da autora, a induziu a pegar um empréstimo que a mesma não teria condições financeiras de honrar com as parcelas, para fazer um investimento que, segundo a vendedora, era fácil, seguro e rápido e não precisaria se preocupar com o pagamento das parcelas do empréstimo, já que a empresa pagaria.
No entanto, a 1ª Ré não cumpriu com o prometido e desde então vem tentando fazer com que a autora assine um Contrato de Distrato para receber valor de R$ 3.900,00 (três mil e novecentos reais), que nem chega perto de quitar o valor total do empréstimo.
Desde então a Autora se vê sem um dos bens mais preciosos, a paz, pois além de ter sido enganada pela 1ª Ré, vem sofrendo com a possibilidade de ter o seu nome negativado, uma vez que não consegue honrar com as parcelas do empréstimo feito em seu nome, onde só a 1ª Ré foi beneficiada.
O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR assegura como direito básico do consumidor a reparação pelos danos morais sofridos, bem como a prevenção da ocorrência desses danos, o que pode ser obtida com condenações exemplares que, com total certeza, inibirão a reincidência dos atos ilícitos por parte dos fornecedores de produto e serviços. 
Vejamos a norma, in verbis: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VI - a EFETIVA PREVENÇÃO E REPARAÇÃO de danos patrimoniais e MORAIS, INDIVIDUAIS, coletivos e difusos
A indenização por danos morais é um dos mais proeminentes direitos e garantias individuais expressos inclusive na Carta Magna de 1988, verbis:
“Art. 5° (...) 
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação. 
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor.”
O Doutrinador Pontes de Miranda já lecionava que:
“Sempre que há dano, isto é, desvantagem no corpo, na psique na vida, na saúde, na honra, ao nome, no crédito, no bem-estar ou no patrimônio, nasce o direito à indenização".
Considerando o viés punitivo da condenação por danos morais a condenação por danos morais se presta a não permitir que a conduta ilícita se realize impunemente, o que seria uma afronta ao Estado democrático de direito, visando desestimular a repetição de atos danosos.
II.II 	DA RESPONSABILIDADE PELO PAGAMENTO DO EMPRÉSTIMO
A 1ª Ré se responsabilizou pelo pagamento do empréstimo feito em nome da autora com a 2ª Ré, a autora, no entanto, ficaria com 10% do valor da transação, ou seja R$ 1.000,00 (mil reais).
Após a análise dos fatos, observa-se a má-fé por parte da 1ª Ré, que induziu a autora a erro e quer obrigá-la a aceitar um valor inferior ao do empréstimo para se ver livre da obrigação.
Contudo, a autora requer que a empresa cumpra com o que foi previamente estabelecido entre as partes e pague as parcelas restantes do empréstimo.
III. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, a parte autora requer:
A) Tendo em vista a verossimilhança das alegações autorais, bem como a sua flagrante hipossuficiência econômica e técnica frente ao réu, requer a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA em favor da parte consumidora conforme art. 6°, VIII, da Lei 8078/90.
C) Seja a 1ª Ré condenado a COMPENSAR O DANO MORAL PRODUZIDO, fixando-se a valor em R$ 10.000,00 (dez mil reais), com fulcro nos arts 6°, VI da Lei 8078/90 e 5°, X da CF;
B) Seja a 1ª Ré responsabilizada pelo pagamento restante das parcelas do empréstimo feito em nome da autora com a 2ª Ré;
D) A CITAÇÃO dos réus no endereço informado, para comparecer à Audiência designada, sob pena de serem reputados verdadeiros os fatos alegados na petição inicial. 
IV. DAS PROVAS
Protesta por todos os meios de prova em direito admitidos, notadamente a documental superveniente.
Dá-se o valor da causa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)
Nestes Termos,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 14 de março de 2022
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ASSINATURA

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