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ORDEM TRIBUTÁRIA – RESUMO DE TÓPICOS – UNIDADE 3 3.1 Sistema Constitucional Tributário e Federalismo Fiscal – conceito doutrinário de Claudio Carneiro – “conjunto harmônico, interdependente, lógico e coerente de normas tributárias, destinadas a implementar uniformemente no âmbito do território brasileiro a tributação, respeitando o pacto federativo, de modo a dotar de receita todos os entes que compõem a nossa República Federativa”. Já Rosa Junior diz que “É o conjunto de tributos vigentes em um país em determinada época, e das regras jurídicas que os disciplinam”. Desta forma, precisamos entender que os tributos estão previstos na Constituição Federal de 1988. As normas gerais são ditadas pelo Código Tributário Nacional, o qual tem “status” de lei complementar, e os tributos são criados por lei, geralmente lei ordinária. Quem normatiza os tributos previstos na CF/88 é o legislador infraconstitucional, por meio de normas ordinárias. O sistema tributário nacional se estrutura de acordo com as bases econômicas ditadas pelo CTN, sendo independente a pessoa titular da competência impositiva. O sistema tributário nacional é o conjunto de tributos cobrados no território federal e detalhados pelo CTN (arts 145, 148 e 149). A Constituição de 1946 implementou o sistema tributário nacional e ofereceu várias garantias, ao estabelecer as limitações ao poder de tributar. Com a EC 18/65, criou-se o sistema tributário nacional, diferente do anterior, pois os tributos não tinham base econômica. O CTN regulamentou a EC 18/65 e a CF/67 incorporou a EC 18/65 e o CTN passou a ter status de lei complementar. A CF/88 organizou um sistema integrado, refletido pela repartição de receita tributária. O sistema tributário federado é o conjunto de tributos distribuído segundo o poder tributário de cada um (Estados-DF, União e Municípios); arts 148, 149, 153 a 156. Portanto, os entes são autônomos e podem legislar e arrecadar seus tributos. Sistema tributário internacional – é o conjunto de tributos sobre a riqueza internacional e partilhados entre os Estados, segundo as regras constitucionais, tratados e convenções internacionais. Arts 153, I e II; 155, §1º, III, b; 155, §2º, X, a e 156, §3º, II. Federalismo Fiscal – é o reconhecimento de que estes entes tributantes são autônomos, segundo os termos do artigo 18 da Cf/88. Portanto, têm competência tributária, dada pela constituição federal, a qual não pode ser delegada por proibição do CTN, no artigo 7º. Eles podem delegar a atribuição de cobrar e fiscalizar, sendo que esta última, somente à uma pessoa de direito público e não privado. 3.2 Competência tributária, segundo Luiz Emydio da Rosa Junior “é a parcela do poder conferida pela CF a cada ente político de criar tributos”. Não podemos esquecer que quem cria o tributo é poder legislativo. O poder de tributar decorre do poder de império que inclui a competência tributária, que tem como características: permanente; irrenunciável e indelegável, de acordo com os artigos 6º, 7º e 8º do CTN. Cada ente tem a sua competência, mas pode ocorrer um conflito de competência. Se for o mesmo ente tributante, mesmo contribuinte, mesmo tributo e duas normas jurídicas, ocorrerá o “Bis in idem”, que é juridicamente possível. Mas se ocorrer de serem dois entes tributantes, mesmo contribuinte, mesmo tributo e duas normas jurídicas, teremos a bitributação que não é aceitável. A bitributação só é aceitável se ocorrer entre dois estados internacionais, por conta da soberania que cada um possui. No entanto, não é viável economicamente. Os efeitos do Bis in idem é que a segunda norma adiciona um tributo já criado pela primeira norma e, a bitributação, uma das normas será inconstitucional, por invasão de competência. Quando a União criar o imposto extraordinário de guerra, pela competência do artigo 154, II da CF/88, está autorizada a invadir a competência dos outros entes. O imposto extraordinário é temporário e, quando acabarem as causas de sua criação, ele desaparecerá. Espécies de competência tributária: privativa ou exclusiva – os impostos previstos na CF/88, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais/parafiscais; essa competência é exclusiva do ente tributante ao qual a CF tenha dado o poder de tributar. Competência comum: taxas e contribuição de melhoria; Competência Residual: impostos e contribuições residuais – CF, 154, I c/c 195, §4º. Competência extraordinária: CF, 154, II – impostos de guerra Repartição de Receitas Tributárias As distribuições de renda na federação é uma partilha tributária, na qual os Estados e Municípios têm participação na arrecadação federal. Desta forma, a CF/88 impõe a repartição de acordo com os artigos 157 a 159. Diretas: Estados/DF Artigo 157, I, CF Imposto de Renda incidente sobre rendimentos pagos a qualquer título; Impostos residuais 20% - art 157, II, CF CIDE dos combustíveis – 29% - CF, 159, III IOF sobre ativo financeiro ou instrumento cambial – 30% - CF, 153,§5º Diretas: Municípios Artigo 158, I, CF Imposto de Renda incidente sobre rendimentos pagos a qualquer título; ITR (50% ou 100%) – Artigo 158, II, CF IPVA (50%) – Art, 158, III, CF ICMS (25%) – Art 158, IV, CF CIDE (25% da parcela estadual) – Art. 159, §4º, CF IOF sobre ativo financeiro ou instrumento cambial – 70% - CF,153,§ 5º Indiretas CF, 159 – Fundos de participação Dos Estados - 21,5% do IR e do IPI – CF, 159, I, a Dos Municípios - 22,5% do IR e do IPI - CF, 159, I, b -1,0% do IR e do IPI - CF. 159, I, d Para programa de financiamento às regiões Norte, Nordeste e centro-oeste - 3% do IR e do IPI – CF, 159, I, c Indiretas Fundo compensatório das exportações – CF, 159 Dos Estados 10% do IPI – CF, 159, II Dos Municípios - 25% sobre os 10% do IPI repassado aos Estados – CF, 159, §3º OBS: olhar EC 116 de 17/2/2022 que alterou alguns percentuais
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