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ORDEM TRIBUTÁRIA – RESUMO DE TÓPICOS – UNIDADE 2 2.1 Tributos – conceito doutrinário e legal – A doutrina conceitua tributo como sendo um dever fundamental. Kyoshi Harada conceitua tributo como “prestações pecuniárias compulsórias, que o Estado exige de seus súditos em virtude do seu poder de império”. Conceito legal se encontra no artigo 3º do CTN – Tributo é toda prestação pecuniária – objeto principal da obrigação. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir – dinheiro ou dação em pagamento de bem imóvel. Que não constitua sanção de ato ilícito -tributo é diferente de penalidade. Instituída em lei. Princípio da legalidade tributária – CF, 150,I e CF, 60§4º, IV. Cobrada mediante uma atividade administrativa plenamente vinculada – cumpre os procedimentos que a lei determinar. Natureza jurídica do tributo – CTN 4º - é determinada pelo fato gerador da obrigação, sendo irrelevante o nome do tributo ou a destinação legal do produto de sua arrecadação. 2.2 Classificações das espécies tributárias Quanto à hipótese de incidência – tributos vinculados e não vinculados. O primeiro ocorre quando o fato gerador está vinculado a uma atividade estatal específica ligada ao contribuinte (taxas, contribuição de melhoria, empréstimo compulsório e contribuições sociais). Os não vinculados são aqueles que só se exige uma lei para ser criado e não tem atividade específica estatal para o contribuinte (imposto). Ricardo Lobo Torres chama de tributos contributivos e tributos retributivos. Quanto à discriminação de rendas – tributos federais, estaduais e municipais. Quanto à competência impositiva - tributos privativos, comuns , residuais e extraordinários. Quanto à finalidade do tributo: Fiscais, extrafiscais e parafiscais. Os primeiros tem a finalidade fiscal de arrecadação da receita para os cofres sem prestação do estado. Extrafiscais – a finalidade principal é a intervenção do Estado na economia ou obtenção de política social. Ver artigo 170 CF. Parafiscal – São órgãos paraestatais que administram tributos (arrecadando e aplicando) que é tributo instituído pelo ente competente. Visam angariar receitas para órgãos que executam serviços públicos essenciais, paralelamente ao estado, de forma descentralizada. (INSS, CREA, SENAI) As entidades paraestatais prestam serviços públicos de forma paralela ao Estado, a fim de atingir a celeridade dos mesmos e são controladas pelo ente que criou o tributo. Olhar artigo 165, §5º CF. Sob a ótica do STF, a OAB é uma entidade “sui generis”, não fazendo parte da administração indireta. A OAB desempenha a administração da justiça, nos termos da CF, artigo 133, portanto desempenha serviço constitucional. Olhar ADI 3.026/DF. Quanto ao ente competente para criar tributos, teremos tributos federais (CF, art 153, I a VII); Tributos estaduais (CF, artigo 155, I a III) e municipais, (CF, 156, I a III). Natureza econômica – quanto à base econômica de incidência Impostos sobre o comércio exterior – II e IE Imposto sobre a renda – IR Impostos sobre o patrimônio – ITR, IPTU, IPVA, ITBI, ITD, IGF Impostos sobre produção e circulação – IOF, ICMS, IPI Imposto sobre serviços – ISS e os serviços do ICMS Repercussão tributária - repasse do encargo financeiro do tributo para quem está na etapa subsequente da cadeia econômica. Olhar artigo 166, CTN. Cumulatividade - Os impostos cumulativos incidem em várias fases da circulação do bem, sem se deduzir o valor que já incidiu nas fases anteriores. Não cumulativo incidem sobre o valor agregado, sobre todo o valor acumulado do bem, descontando o que foi pago nas etapas anteriores. (IPI, ICMS). Quanto à quantidade de incidência – Monofásico e plurifásico - O primeiro vai incidir somente uma vez e o segundo incidirá em cada fase da cadeia. IPI e ICMS. Ver exceção no art 155, §2º, XII,h (Icms para lubrificantes e combustíveis). Espécies tributárias Bipartite = CF 1891 que só previa duas espécies: impostos e taxas; Tripartite: Três espécies: Impostos, taxas e contribuições de melhoria. Esta teoria determina que a natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da obrigação e não a destinação do produto da arrecadação e o nome do tributo; CF, 145 e CTN 4º. Quadripartite: 4 espécies – impostos; taxas; contribuições (de melhoria e sociais) e empréstimo compulsório Pentapartite: Arts. 145, 148 e 149 CF; Impostos, taxas, contribuição de melhoria; empréstimo compulsório e contribuições especiais e/ou sociais. Impostos Art. 145, I, CF e Art. 16, CTN “Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte” . Tributo não vinculado - não contraprestacional . Destinam-se a custear as despesas gerais do estado União – II, IE, IR, IPI, IOF, ITR, IGF. Art. 153, I a VII, CF. Estados / DF – ITD, ICMS, IPVA. Art. 155, I a III, CF. Municípios – IPTU, ITBI, ISS. Art. 156, I a III, CF Impostos: Classificações Diretos ou Indiretos - Diretos – contribuinte de direito assume seu encargo. Ex: IPTU; - Indiretos – contribuinte de direito transfere o encargo para o contribuinte de fato, ocorrendo o fenômeno da repercussão. Ex: ICMS Obs: O ISS admite ser tributo direto ou indireto dependendo do caso concreto. Olhar RESP 1131476 ISS incidente sobre locação de bens móveis (cilindros para acondicionamento de gases) é indireto e sua repetição obedece ao artigo 166 CTN. Pessoais ou Reais Pessoais – incide sobre o contribuinte levando em conta suas características subjetivas. Ex: IR Reais – incide sobre bem ou coisa não levando em conta as características subjetivas do contribuinte. Ex: IPVA Progressivos, Proporcionais e Fixos Progressivos – aumenta-se a base de cálculo e também sua alíquota. Ex: IRPF; Obs: IPTU (Art.156, §1º, I e Art. 182, §4º, II, ambos da CF) Proporcionais – a alíquota é única variando apenas a base de cálculo. Ex: IPVA Fixos – têm valores fixos. Ex: taxas e alguns impostos como o ISS dos profissionais liberais. Taxas: Art. 145, II, CF e Arts. 77 a 80 do CTN – Súmula vinculante 19 e 41. “... Em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição”. O serviço da taxa é aquele em que o destinatário pode ser identificado. Exercício regular do poder de polícia – Art. 78, CTN. Servirá para o custeio do poder de polícia. Ela é direcionada ao órgão que vai exercer esse poder. Taxas de serviço – Art. 79, CTN. Ex: taxa de coleta de lixo domiciliar. Uti singuli – destacados em unidades autônomas de intervenção podendo ser remunerados por taxas. Ex: coleta de lixo domiciliar. Base de cálculo (Art. 145, §2º, CF e Art. 77, parágrafo único, CTN). Súmula 29 vinculante do STF. Não pode ter identidade integral entre uma base de cálculo e outra. “As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos” Obs: em função de remunerar uma prestação estatal ao contrário do imposto cujo fato gerador independe de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte Contribuição de melhoria Art. 145, III, CF; Arts. 81 e 82, CTN e DL 195/67 EC nº 1 de 1969 – valorização do imóvel circunvizinho à obra pública; EC nº 23 de 1983 – contribuição proporcional à valorização obtida CF 1988 – decorrente de obra pública STF – “ outra não e senão a de que implique a obra esteja realizada” C.M. = Ob. Púb. + Val. Imob. CM – Contribuição de melhoria; Ob. Púb. – Obra pública; Val. Imob. – Valorização imobiliária. Limites – Art. 81, CTN Total – a despesa realizada Individual – o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado Empréstimo compulsório Art. 148, I e II, CF e Art. 15, CTN *. Competência – União Implementação – Lei Complementar Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública,guerra externa ou sua iminência Investimento público de caráter urgente e relevante interesse nacional CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS/PARAFISCAIS – Art 149 e 149-A Contribuições sociais; contribuições de intervenção do domínio econômico (CIDE); Contribuições de interesse de categorias Profissionais e/ou econômicas; contribuições de custeio de Iluminação Pública. Conceito: São aquelas cobradas para fazer o sustento de determinadas atividades estatais paralelas específicas, em regra realizadas por outra pessoa jurídica de direito público da administração indireta.” Anderson Soares Madeira Espécies de contribuições especiais / parafiscais Sociais – exigidas da sociedade, para assegurar direitos relativos a saúde, previdência e assistência social. Ex: contribuição para o INSS, PIS, PASEP, CSLL…; De intervenção no domínio econômico – sustentam atividades para intervirem na economia: CIDE dos combustíveis; SENAR serviço nacional de aprendizagem rural; IBC. Olhar artigos 170, 173 e 174 CF; De interesse das categorias profissionais ou econômicas – destinam-se ao custeio de atividades dos órgãos sindicais e profissionais, de categorias profissionais ou econômicas. Ex: CREA, CRM, CRO, CRC. A OAB não é considerada tributária porque não é equipara ao conceito de fazenda pública. Tem finalidade constitucional, art 133 da CF. As contribuições privadas ligadas ao sistema S, mantem instituições criadas pelo próprio sindicato: SENAI, SESC, SESI. Art 240 CF CIP - Contribuição de iluminação pública – CF, 149-A Características da CIDE Art. 149..., CF Poderão ter alíquotas: A – ad valorem percentual sobre valor - (base - faturamento, receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação , o valor aduaneiro) B – específica Aplicada sobre a unidade prevista em lei - ( base - unidade de medida adotada)
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