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DIREITO TRIBUTÁRIO AULA 2 CONT. Professora Msc. Jaqueline Montenegro da Cruz FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO ■ As fontes principais do Direito Tributário são as leis, os tratados e convenções internacionais e os decretos. ■ Estas não são somente aquelas constantes no art. 96 do CTN, devendo ainda ser referidas as medidas provisórias, os convênios interestaduais – ICMS e as resoluções do Congresso. Fontes Formais ■ LEI COMPLEMENTAR - Visa complementar uma norma constitucional não auto executável, ou seja, visa explicar norma despida de eficácia, sujeitando a aprovação por maioria absoluta (voto favorável de mais da metade das duas casas do Congresso Nacional). Art. 146, CF. Lei Complementar ■ Art. 146. Cabe à lei complementar: ■ I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; ■ II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; ■ III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: ■ a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; ■ b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; Fontes Formais ■ MEDIDA PROVISÓRIA - Aquelas normas que, havendo relevância e urgência, pode ser editada pelo Presidente da República, possuindo força de lei. Deve ser submetida a apreciação imediata do Congresso Nacional. Não terá eficácia desde a sua edição, quando não convertida em lei, no prazo de 60 dias, a contar da sua edição podendo ser prorrogada, por uma vez por igual período. Rejeitada pelo Congresso Nacional, não deve ser reeditada, embora não haja nenhum texto que defina tal proibição. Substituiu o Decreto-Lei. Tem origem italiana. Arts: 59 inciso V e 62 “caput” e §§ de 1º a 12 da Constituição Federal. Fontes ■ DECRETOS LEGISTATIVOS - Através deles o Congresso Nacional aprova Tratados e Convenções Internacionais. Art. 99, CTN Resolução do senado FONTES ■ Lei – é a fonte fundamental do direito tributário; ■ Emendas Constitucionais; ■ Tratados e Convenções Internacionais – porque é a União que os celebra; ■ Leis Complementares; ■ Leis Ordinárias; ■ Leis Delegadas; ■ Medidas Provisórias; ■ Decretos Legislativos; ■ Resoluções do Senado Federal. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA ■ A competência para criar tributos, sempre serão da União, Estado, DF e Município. Não é toda pessoa jurídica de direito público que pode criar tributos, como por exemplo, autarquia e fundação. ■ A competência tributária é resultado do princípio do federalismo. ■ “Art. 6º, CTN, A atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei.” Art. 5º CTN CONCEITO DE IMPOSTO ■ O art. 16 do CTN : “o imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” ➢ São chamados de tributos não vinculados, porque não estão atrelados a nenhuma ação estatal. ➢ Sua arrecadação não tem em regra uma destinação específica. Destinam- se ao financiamento de atividades gerais do Estado; ➢ Distinguem-se entre si pelos respectivos fatos geradores e bases de cálculo: ser proprietário de imóvel urbano; auferir renda; realizar operações de seguro; importar produtos estrangeiros; ➢ Eventualmente, poderão ter sua receita vinculada a finalidades específicas (saúde, educação, etc) IMPOSTO – ART 16 CTN – 145, I CF ■ Fato gerador determina a obrigação; ■ Tributo desvinculado de contraprestação especifica estatal; ■ Custeia despesas públicas gerais e indivisiveis (uti universi); ■ Deve ser pessoal e graduado conforme capacidade contributiva; ■ Competência privativa de cada ente federativo; ■ Em regra instituido por Lei Ordinária; ■ A competência Residual para novos impostos é da União; COMPETÊNCIA PARA CRIAR IMPOSTO ■ a distribuição de competências para instituição de impostos pode ser resumida conforme o quadro abaixo: TAXAS ■TAXAS: são tributos cuja obrigação tem por fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. TAXAS -arts. 145, II, da Constituição Federal, 77 , 78 E 79 do Código Tributário Nacional ■ são tributos vinculados a atividades estatais específicas relativas ao contribuinte; ■ o fato gerador da taxa está vinculado a uma atividade estatal relacionada ao Contribuinte; ■ hipótese de incidência das taxas: a) a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis; b) o exercício efetivo do poder de polícia. ■ Uti singguli. TAXAS DE SERVIÇOS art. 79 CTN ■ As taxas de serviço são criadas para custear serviços públicos prestados pelo poder público à população em geral. ■ “Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: ■ I - utilizados pelo contribuinte: ■ a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; ■ b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; ■ II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; ■ III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.” ■ Serviços específicos nos dizeres do CTN, significa que podem ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas. Segundo a doutrina, são aqueles serviços prestados singularmente a determinado usuário. Com isso, o usuário consegue identificar exatamente o serviço que lhe está sendo prestado. ■ Serviços divisíveis pela redação do CTN, são divisíveis quando suscetíveis de utilização, separadamente, por cada um de seus usuários. Podemos dizer que tais serviços trazem benefícios individuais a cada usuário. São serviços dirigidos a determinadas pessoas ■ Súmula Vinculante 19: A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o artigo 145, II, da Constituição Federal. ■ Súmula Vinculante 41 - O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa. Obs: ■ Ressalte-se que o serviço de limpeza pública também não pode ser remunerado por taxa. ■ Há que se destacar que, de acordo com a Suprema Corte, tal atividade ■ (coleta domiciliar de lixo) só pode ser custeada pelas taxas se for completamente dissociada de outros serviços públicos realizados em favor da coletividade. ■ não pode ser remunerado por taxa é a segurança pública. Por ser atividade indivisível, deve ser remunerada pelos impostos. ■ A taxa não pode ter base de calculo de Imposto e nem em função do capital dsa empresa. SUMULAS ■ Sumulas Vinculantes: 19, 29 e 41 ■ Sumulas do STF: 545, 595, 667 TAXAS DE PODER DE POLÍCIA art. 78 do CTN ■ Na definição do próprio CTN, temos que: ■ “Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a rática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público oncernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.” ■ EX de Atividades Fiscalizatórias que pode deflagrar o tributo: ■ Taxa de Alvará de funcionam,ento ou localização; ■ Taxa de fiscalização de anuncio; ■ Taxa de fiscalizaçãode CVM. Sumula 665 do STF ■ Taxa de fiscalização de serviços de cartorios extrajudiciais. Taxas e Preços Públicos Contribuições de Melhoria art. 145 da Cf, art. 81 e 82 CTN – Decreto Lei 195/1967 ■ São tributos que surgem com a realização de uma obra pública da qual decorra valorização imobiliária aos contribuintes. O motivo é evitar que haja enriquecimento de um determinado número de pessoas às custas da coletividade. ■ É um tributo de competência comum. Segundo art. 145, III ■ “Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: ■ III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.” Art. 81 do CTN ■ Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. ■ se a obra pública não gerar valorização imobiliária, não há justificativa para cobrança do tributo. ■ O fato gerador é a valorização imobiliária, e não a obra pública em si. ■ Tributo vinculado. ■ A base de calculo será o quantum de valorização. ■ Requisitos minimos para cobrança: art. 82 CTN e art. 5º do Dec.-Lei nº 195/1967. Empréstimos Compulsórios art. 148 CF/88 ■ o STF já chegou a entender que eles não eram tributos, e sim um contrato, por ter natureza restituível. ■ Emenda Constitucional 18/1965 – Diz que sim, é Tributo. ■ devem ser instituídos por lei complementar; Art. 148 CF/88 ■ Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: ■ I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ■ II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". ■ Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. conceito de despesas extraordinárias com as lições de Sacha Calmon: ■ “Despesas extraordinárias são aquelas absolutamente necessárias, após esgotados os fundos públicos inclusive os de contingência. Vale dizer, a inanição do Tesouro há de ser comprovada.” (COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988/Sistema Tributário Nacional. Pág. 147). ■ Despesas extraordinárias = Após esgotados os fundos públicos, inclusive os de contingência. Obs: ■ os empréstimos compulsórios são tributos de arrecadação vinculada; ■ O art. 15 do CTN exige que a lei instituidora do tributo fixe o prazo do empréstimo e as condições de resgate; ■ o STF possui entendimento no sentido de que a restituição deve ser efetuada na mesma espécie do que foi recolhido; ■ a escolha do fato gerador fica a cargo do legislador; ■ Serão vinculados às despesas que fundamentaram a instituição do tributo ■ EXERCÍCIO – CTN: Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: ■ Assinale a opção INCORRETA ■ José recebeu auto de infração pelo inadimplemento de determinado tributo instituído por lei ordinária. José contesta a exigência fiscal sob o argumento, correto, de que o tributo em questão deveria ter sido instituído por lei complementar. A partir da hipótese apresentada, assinale a opção que indica o tributo exigido no referido auto de infração. a) Contribuição de Interesse de Categoria Profissional. b) Contribuição de Melhoria. c) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. d) Empréstimo Compulsório. Contribuições Especiais ■ contribuições especiais e empréstimos compulsórios, lembre- se de que, por se tratarem de tributos de arrecadação vinculada (também denominados tributos finalísticos), o destino do que foi arrecadado é um critério relevante para definir de que tributo estamos tratando. Art. 149 da CF/88 ■ “Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.” CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Competecia exclusivamente da União ■ instituir contribuições sociais; ■ de intervenção no domínio econômico; ■ e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, EXCEÇÃO: § 1º do art. 149 CF/88 ■ Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ■ Instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. EXCEÇÃO: EC 39/2002 ■ Distrito Federal e dos Municípios SÃO COMPETENTES PARA INSTITUIR: ■ contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP) ■ Além disso, outro ponto digno de nota nesse art. 149 da CF/88 é o seu § 2º, que afirma que tanto as contribuições sociais como as CIDEs deverão ter as seguintes características: ■ Não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; ■ Incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; ■ Poderão ter alíquotas ad valorem ou específica. ■ As alíquotas ad valorem são aquelas em que se aplica um percentual sobre o valor a ser tributado (por exemplo, 10% sobre R$ 500,00). As alíquotas específicas são Diferentes e menos usuais. Elas tomam por base a unidade de medida adotada. Por exemplo, R$ 1,00 de tributo a cada maço de cigarro. ■ Contribuição cobrada de servidor público estadual e destinada ao custeio de seu plano de aposentadoria público deve ser recolhida a) à União, independentemente de qualquer situação e do ente com o qual o servidor mantenha o vínculo empregatício. b) ao estado, se o servidor for mero detentor de cargo efetivo estadual e se o estado não tiver regime previdenciário próprio. c) à União, se o servidor for mero detentor de cargo em comissão estadual (declarado em lei de livre nomeação e exoneração), independentemente de o estado ter, ou não, regime previdenciário próprio. d) ao estado, se o servidor for mero detentor de cargo temporário estadual, no caso de o estado possuir regime previdenciário próprio. ■O detentor de cargo em comissão estadual contribui obrigatoriamente para o regime geral da previdência social, consoante o art. 40, § 13, da CF. Outras contribuições sociais ■ a União pode criar outras, cujas fontes de financiamento não foram previstas no art. 195 da CF/88. A permissão para a instituição desses outros tributos foi prevista no art. 195, § 4º da própria CF/88. É a chamada competência residual que só é permitida para a União e deve respeitar os critérios discriminados no art. 154, I, a saber: ■ A respeito dessas novas contribuições, é necessário saber que todas as contribuições, sem exceção, estão sujeitas à lei complementar de normas gerais (que é o CTN). Ora, as contribuições são tributos, logo, estão adstritas aos ditames das normas gerais de Direito Tributário que constam no CTN. Classificação dos Tributos 1. Classificação quanto à hipótese de incidência: (Quanto ao fato gerador) a) Vinculados ■ EX: As taxas e as contribuições de melhoria são tributos vinculados. b) Não vinculados ■ EX: Os impostos, por outro lado, são tributos não vinculados por ■ excelência. Classificação quando ao destino da arrecadação ■ se um tributo possui arrecadação vinculada, tudo o que for arrecadado com a sua cobrança será direcionado para um fim. Por outro lado, caso o tributo seja de arrecadação não vinculada, o Estado poderá utilizar os recursospara custear atividades gerais. ■ Como exemplo de tributos de arrecadação vinculada, temos as contribuições sociais para o financiamento da seguridade social. ■ os empréstimos compulsórios também possuem arrecadação vinculada, devido ao que está previsto no parágrafo único do art. 148 da própria CF/88. ■ a CIDE Combustíveis também possui receita vinculada a determinadas atividades. (art. 177, § 4º, II, CF/88). ■ taxas judiciárias, pois o art. 98, § 2° da CF/88 vinculou expressamente as receitas decorrentes desse tributo para custear os serviços afetos às atividades específicas da Justiça. Classificação quanto à finalidade a) Tributo Fiscal: cobrança de tributos tem como finalidade a arrecadação de recursos. ■ EX: Impostos. b) Tributo Extrafiscal: a tributação pode ser utilizada para intervir na economia do país. ■ EX; restringir a importação. c) Parafiscais: Os tributos são parafiscais quando a lei que os criou nomeia outra pessoa jurídica para ser sujeito ativo (capaz de cobrar os tributos) e destina- lhe os recursos arrecadados. ■ EX: as contribuições cobradas pelas autarquias responsáveis pela regulamentação e fiscalização das atividades profissionais, como o CRC e CRM. Classificação quanto à possibilidade de transferência do encargo tributário ■ Tributos indiretos: Há tributos que, por permissão constitucional e legal, permitem a transferência do encargo econômico aos consumidores. ■ EX: o vendedor (contribuinte de direito) inclui o tributo no preço a ser pago pelos seus clientes (contribuinte de fato). ■ Tributos Diretos: o contribuinte de direito é o mesmo que o contribuinte de fato. ■ EX: se um sujeito possui um automóvel, ele irá pagar IPVA Classificação quanto à variação das alíquotas em relação à base de cálculo do tributo ■ os tributos são quantificados ou calculados pela multiplicação da base de cálculo pelas alíquotas ■ A) Tributos Proporcionais: A alíquota aplicável é fixa, independentemente de qual seja a sua base de cálculo. Logo, a base de cálculo pode variar, mas a alíquota se mantem no valor ou percentual fixado na norma tributária. ■ B) Tributos Progressivos: As alíquotas variam na razão direta da variação da base de cálculo. Isso significa que quanto maior for a base de cálculo, maior será a alíquota aplicável, gerando o efeito de progressividade no tributo. ■ C) Tributos Regressivos: As alíquotas variam na razão inversa da variação da base de cálculo. Isso significa que quanto maior for a base de cálculo, menor será a alíquota aplicável, gerando o efeito de regressividade no tributo. ■ O imposto cuja alíquota é invariável e se aplica sobre base de cálculo variável, é classificado como: a) progressivo. b) proporcional. c) indireto. d) pessoal. COMPETÊNCIA ■ A CF não cria tributo, apenas atribui competência para que os entes políticos o façam. Da mesma forma que os penalistas dizem que não há crime sem lei anterior que o defina, pode-se afirmar que não há tributo sem lei anterior que o defina. Assim, apesar de a Constituição Federal atribuir à União a competência para a criação do imposto sobre grandes fortunas (art. 153, VII), a inércia legislativa faz com que esse tributo não exista no atual ordenamento jurídico. Enfim, para que sejam criados tributos, o ente tributante deve editar lei (ou ato normativo de igual hierarquia, diga-se, Medida Provisória) instituindo-os abstratamente, ou seja, definindo seus fatos geradores, bases de cálculo, alíquotas e contribuintes.” ■ ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 8. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2014. Página 106. IMPOSTOS (153, CF) – 154, I e II TAXAS E CONT. DE MELHORIAS (145, II E III, CF) UNIÃO CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS (149, CF) EMPRESTIMO COMPULSÓRIO (148,CF) IMPOSTOS (155, CF) ESTADOS TAXAS E CONT DE MELHORIAS (145, II E III, CF) DF CONTTIBUIÇÃO ESPECIAL = 149, § 1º IMPOSTOS (155, CF) MUNICÍPIOS TAXAS E CONT DE MELHORIAS (145, II E III, CF) CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL ■ a CF/88 NÃO cria tributos, mas entregará poderes para que os respectivos entes competentes (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) venham a criar as espécies de tributo. Quem cria tributos é a lei específica que irá institui-lo. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA o poder tributário é amplo e absoluto (ilimitado). Quem detém poder tributário é a assembleia nacional constituinte. A soberania passou para o povo após a promulgação da CF. A competência é limitada pelo próprio texto constitucional. Competência tributária é gênero que abarcar a competência legislativa, administrativa e judicial. promulgação da CF. PODER DE TRIBUTAR COMPETÊNCIA DE TRIBUTAR CARACTERISTICAS DA COMPETÊNCIA ■ INDELEGÁVEL: ■ competência tributária não se delega. É a possibilidade de gerar competência para terceiros. ■ “Art. 7º, CTN A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.” ▪ Delegar funções administrativas ▪ Pode ser revogada ▪ A arrecadação pode ser pela PJ de direito privado. Art. 7º, § 3º CTN CARACTERÍSTICAS ■ INTRANSFERÍVEL: não se transmite. É a intransferência de competência para terceiros e entre eles. ■ “Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.” A não utilização do exercício de tributar, não significa que o ente possa transferi-lo para terceiro. ■ IRRENUNCIAVEL: não pode ser renunciado. ■ Obs.: é possível ter renúncia de receita tributária? Sim. Ex.: a União hoje em dia abre mão sobre o IGF (imposto sobre grande fortuna). Para o STF, os entes federados não tem o dever de criar tributos, ele tem a faculdade. Obs.: concessão de benefícios fiscais: quando os entes acabam concedendo uma isenção, remissão ou anistia, estão abrindo mão dessa receita. CARACTERÍSTICAS ■ Incaducabilidade/ Imprescritibilidade: a competência tributária não sofre caducidade ou prescrição. ■ Ex.: o IGF. Mesmo não tendo criado, ele não irá prescrever. Pode futuramente criar o IGF (Imposto sobre grande fortunas). A constituição prevê a sua criação, mas ele ainda não foi criado. CARACTERÍSTICAS ■ Privatividade: a competência é privativa, ou seja, exclusiva. Cada ente tem a sua competência. ■ Posição de Paulo de Barros (exceção): nem sempre será privativa. Ex.: art. 154, II prevê que no caso de guerra externa a união pode invadir a competência dos outros órgãos. Ou seja, SOMENTE a União teria competência privativa. ■ Art. 154, CF, "A União poderá instituir: II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação." CARACTERÍSTICAS ■ Inalterabilidade: a competência é inalterável. O Ente Federado não pode alterar a norma, pois se alterar a norma implica em alterar a constituição. CARACTERÍSTICAS ■ Facultavidade do exercício do competência: o não exercício da competência não faz com que a competência vá para outro ou se perca. O exercício não é obrigatório, mas sim facultativo. ■ Exceção: Os estados TEM que criar ICMS. Se não incidir o ICMS irá ocorrer guerra fiscal entre os estados. O ICMS hoje é cobrado de forma una em todo o país. Não pode cada Estado cobrar de um jeito, para evitar exatamente essa guerra fiscal. O Estado brasileiro entende pelo crescimento uno do país. Por mais que o ICMS é um imposto estadual, ele é de índole nacional. CARACTERÍSTICAS EXCEÇÃO ■ Outra exceção é a lei de responsabilidade fiscal: ela tem como uma de suas finalidades estabeleceremo padrão da cobrança de tributos. A irresponsabilidade fiscal é o membro deixar de instituir todos os tributos que são de sua competência. Se eles não fizerem poderão até receber sanções. Logo, o ente político é responsável fiscalmente se instituir todos os tributos, uma vez que isso gera receita. Características da capacidade: ■ a) Delegabilidade: a capacidade é delegável, ou seja, os Entes Federativos (U, E, DF, M) podem delegar capacidade para suas autarquias e fundações públicas. ■ b) Transferibilidade: os Entes Federados podem transmitir capacidade entre si. O STF determina que essa Transferibilidade só pode ocorrer caso ocorram 2 critérios: ■ 1º) que se tenha uma previsão constitucional; ■ 2º) tem que se ter uma autorização legislativa. Pela EC 42/03, art. 153, § 4º, III da CF, os Municípios podem arrecadar e fiscalizar o ITR. Se o município quiser, permanecerá com 100% do produto arrecadado. Cont. ■ c) Precariedade: a delegação da capacidade poderá ser revogada a qualquer tempo, por ato unilateral. Competência tributária ■ Competência tributária é a competência legislativa sobre a matéria tributária. ■ A competência está no plano constitucional Capacidade tributária ativa ■ A capacidade tributária ativa é a capacidade para arrecadar, fiscalizar os tributos instituídos pela competência tributária. ■ A capacidade tributária ativa pode ser delegada. CLASSIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: ■ Competência privativa ■ É o poder que tem os entes federativos para instituírem os impostos que são enumerados na CF. ■ a) Impostos Federais (art. 153 da CF): ■ I- Importação (II) – arts. 19 a 22 CTN – dl 37/66 ■ II- Exportação (IE) – arts. 23 a 28 CTN – lei 1578/77 ■ III- Renda e Proventos de qualquer natureza (IR) – art. 153, § 2º da CF e arts. 43 a 45 CTN. ■ IV- Imposto sobre produtos industrializados (IPI) – art. 153, § 3º da CF e art. 46 a 51 do CTN – dec. 7512/10. V- Imposto sobre as operações decorrentes de crédito, câmbio, seguros, títulos e valores mobiliários (IOF) – art. 153, § 3º da CF e arts. 63 a 66 do CTN – lei 5143/66. Competência privativa ■ VI- Imposto territorial rural (ITR)– art. 153, § 4º da CF e arts. 29 a 31 do CTN – lei 9393/96 e lei 11250/05. VII- Imposto sobre grande fortunas (IGF) – depende de criação de lei complementar. Ainda não foi criado. ■ Impostos estaduais (art. 155 da CF): ■ I- Transmissão “causa mortis” e doações de quaisquer bens e direitos (ITCMD) – art. 155, § 1º da CF e arts. 35 a 42 do CTN. ■ II- Imposto sobre as operações de circulação de mercadorias e serviços de transporte interestadual, intermunicipal e de comunicação (ICMS) – art. 155, § 2º da CF. ■ III- Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) – art. 155, § 6º da CF. ■ Não tem Lei Federal que o regulamente. Competência privativa ■ Impostos Municipais (art. 156 da CF): I- Propriedade predial e territorial urbana (IPTU) – art. 156, § 1º e arts. 32 a 34 do CTN – lei 10.257/01. ■ II- Transmissão de bens imóveis “intervivos”, de forma onerosa, bem como cessão de direitos sobre imóveis, exceto direitos reais de garantia (ITBI) – art. 156, § 2º da CF e arts. 35 a 42 do CTN. ■ III- Imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISS) – art. 156, § 3º da CF. Competência privativa ■ Comum: Todos os entes federativos tem para instituir os mesmos tributos. ■ Obs. 1: Taxas: art. 145, II, § 2º da CF e arts. 77 a 79 do CTN. ■ Obs. 2: Contribuição de melhoria: art. 145, III da CF, art. 81 do CTN e dec. 195/67. Competência Comum ■ Residual: é a competência para que a UNIÃO possa criar outras impostos não previstos na CF, bem como a União pode criar outras contribuições sociais não previstas na CF. ■ Ex.: contribuições sociais ■ Requisitos: art. 154, I, da CF. Requisitos CUMULATIVOS. Competência Residual Requisitos CUMULATIVOS. ■ “Art.154. A União poderá instituir: ■ I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não- cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;” obs: ➢ Exige-se que a União crie-se esses tributos por lei complementar. ➢ Esses tributos devem ser não-cumulativos. ➢ Para criar esses tributos deve-se ter o fato gerador e a base de calculo diferentes dos impostos e das contribuições sociais já previstas na CF. ➢ A competência residual também é privativa, uma vez que é uma competência da União. ■ Extraordinária: confere à União o poder de instituir impostos, através de LEI COMPLEMENTAR, na iminência ou no caso de guerra externa, compreendidos ou não na sua competência. ■ O IEG, por se tratar de imposto, não é restituível, bem como tem sua receita não vinculada a qualquer órgão, fundo ou despesa (art. 167, IV, CF). Competência Extraordinária ■ Especial É a competência para instituir empréstimo compulsório e contribuições especiais. Ambas são competência da União a) Empréstimos compulsórios – art. 148 da CF e art. 15 do CTN. Competência Especial ■ “Art.148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: ■ I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; ■ II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b. ■ Parágrafo único. “A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.” ■ “Art. 15”. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios: ■ I - guerra externa, ou sua iminência; ■ II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis; ■ III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. ■ Parágrafo único. “A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.” Cont. ■ Contribuições especiais: Em regra pertence à União. Ela pode criar: ■ I- Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE). ■ II- Contribuição de interesse das categorias profissionais e econômicas. ■ III- Contribuição para a seguridade social (são as denominadas contribuições sociais). Exceções: contribuições especiais que não são de competência federal: I- Art. 149-A da CF: o Município e DF pode criar contribuição de custeio do serviço de iluminação pública (COSIP). II- Art. 149, § 1º da CF: O estado, DF e o munícipio poderão criar uma contribuição de custeio do regime previdenciário de seus servidores. ■ Pertence ao DF. Ele pode cumulativamente instituir tanto impostos estaduais, quanto os impostos municipais. Isso nos termos dos art. 147 e 155 da CF. Competência Cumulativa 1. Em um precedente específico, o STF detalhou as espécies tributárias à luz do Sistema Tributário implantado pela Constituição de 1988. Isso se deu no julgamento do Recurso Extraordinário n. 138.284-CE, do qual foi Relator o Ministro Carlos Velloso, cujo voto foi acompanhado pela unanimidade dos demais Ministros. Em tal precedente, o STF concluiu que as espécies tributárias são: a) impostos e taxas. b) impostos, taxas e contribuições de melhoria. c) impostos, taxas e empréstimos compulsórios. d) taxas, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. e) impostos, taxas, empréstimos compulsórios e contribuições de melhoria e parafiscais. 2. Assinale a opção que apresenta elemento estranho ao conceito legal de tributo. a) Prestação compulsória. b) Prestação pecuniária. c) Prestação com natureza de sanção. d) Prestação cobrada mediante atividade administrativa vinculada. e) Prestação instituída em lei. 3. De acordo com a definição de tributo, segundo o Código Tributário Nacional, assinale a afirmativa incorreta. a) A compensação financeira pela exploraçãode recursos minerais não é tributo, por ausência do caráter compulsório. b) A concessão de desconto ao contribuinte do IPVA, que não tenha cometido infrações de trânsito, viola o conceito de tributo, pois o tributo não é sanção por ato ilícito. c) O serviço militar obrigatório não é tributo, por ser uma obrigação compulsória não pecuniária. d) O acréscimo no valor do IPTU, a título de multa administrativa por ausência de inscrição imobiliária, viola o conceito de tributo, por se tratar de sanção por ato ilícito. e) Os agentes públicos envolvidos na cobrança do tributo não podem agir motivados por pressupostos de conveniência e oportunidade, devendo cumprir o que determina a lei, pois a cobrança do tributo é atividade administrativa plenamente vinculada. 4. De acordo com a definição do Código Tributário Nacional, tributo é toda prestação. a) compulsória, em moeda ou em quaisquer tipos de bens e direitos, cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa ou judicial plenamente vinculada. b) pecuniária compulsória, em moeda ou em quaisquer tipos de bens e direitos, cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa ou judicial plenamente vinculada. c) compulsória, preferencialmente em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. d) pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. e) compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que constitua ou não sanção de ato ilícito, instituída pela legislação tributária e cobrada mediante atividade administrativa ou judicial plenamente vinculada. 5. Um contribuinte deixou de emitir o documento fiscal referente a uma prestação de serviço tributada pelo ISS, tributo de competência municipal, e, como consequência, foi lhe aplicada penalidade pecuniária pelo descumprimento dessa obrigação acessória (art. 230, caput, inciso V, alínea “a” do Decreto Municipal n. 52.703/11)Essa penalidade pecuniária a) é taxa, pois tem a finalidade de ressarcir o erário pelo dano causado pelo descumprimento de uma obrigação acessória. b) é imposto, pois está prevista na legislação do ISS. c) não é imposto, mas é tributo, em sentido amplo, pois tem natureza compulsória. d) é tributo, porque é cobrado por meio de atividade vinculada, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. e) não é tributo, pois sanção pelo cometimento de ato ilícito não pode ser definida como tributo. 6. Conforme estabelece o Código Tributário Nacional, a natureza específica do tributo é determinada. a) pelo legislador, ao elaborar a norma legal, pois ao estabelecer sua denominação, a destinação do valor arrecadado e a progressividade da base de cálculo, é que se especifica a natureza do tributo. b) pela autoridade fazendária, pois, ao interpretar e aplicar a norma legal, sobre os fatos ocorridos, faz surgir o débito tributário e se revela a natureza jurídica da exação. c) pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação dada pelo legislador e a destinação legal do produto da arrecadação. d) pela alíquota, sendo irrelevantes a base de cálculo e o fato gerador, pois se a alíquota é crescente, a natureza do tributo é progressiva, se é decrescente, o tributo é regressivo. e) pelo Poder Judiciário, pois ao julgar os processos que lhe são apresentados, a autoridade judiciária desvenda a natureza do tributo, sua progressividade e a justa destinação dos recursos arrecadados. 7. De acordo com o Código Tributário Nacional, a exação cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se. a) empréstimo compulsório, quando sua ocorrência for eventual. b) imposto, tanto quando a competência for da União, como quando for dos Estados ou dos Municípios. c) expectativa de benefício, decorrente de pagamento de contribuição social. d) taxa, pelo uso potencial de serviço público específico e divisível. e) preço público, por serviço a ser prestado em exercício futuro. 8. Um tributo que tenha por características ser não vinculado a uma atividade estatal, admita, por expressa e excepcional previsão constitucional, destinação específica do produto da arrecadação e não admita previsão de restituição ao final de determinado período classifica-se como a) taxa. b) contribuição de intervenção no domínio econômico. c) imposto. d) empréstimo compulsório. e) contribuição social.
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