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Direito Tributário - Espécies Tributárias

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Prévia do material em texto

Canal Carreiras Policiais – Instituto de Ensino das Carreiras Policiais Ltda. 
Todos os direitos reservados. www.canalcarreiraspoliciais.com.br 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
 
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ORIENTAÇÕES PRELIMINARES 
 
 
1. Este material foi desenvolvido pelo editorial do Instituto de Ensino 
das Carreiras Policiais e é protegido por Direitos Autorais, sendo 
completamente vedada a reprodução parcial ou integral sem que 
haja a devida autorização, sob pena de responsabilização cível e 
criminal. 
2. Nosso material é de uso exclusivo e interno aos nossos 
alunos/coachees, sendo atualizado semanalmente por nossa 
coordenação de materiais didáticos. 
3. Nossos materiais possuem a profundidade específica para o 
concurso-meta de cada aluno, com o foco para o que 
efetivamente é exigido pela banca examinadora do certame. 
4. Havendo dúvidas sobre o conteúdo ou dificuldade de 
assimilação, o aluno deve se utilizar do livro para potencializar a 
compreensão e informar ao coach através do relatório semanal. 
5. Faremos a revisão continuada dos temas. Não se preocupe em 
absorver todo o conteúdo na primeira leitura. 
 
 
Nosso site: www.canalcarreiraspoliciais.com.br 
E-mail: coach@canalcarreiraspoliciais.com.br 
Instagram: @canalcarreiraspoliciais 
 
 
“A vida vai testar 
você. A vida vai 
testar a sua força de 
vontade e você terá 
que mostrar a ela 
que é isso mesmo o 
que você quer e que 
você merecedor 
disso! Levante a 
cabeça, aceito os 
desafios e mostre 
que você merece 
conquistar os seus 
sonhos!” 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Para chegar aonde 
poucos chegam é 
preciso fazer o que 
poucos fazem.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.canalcarreiraspoliciais.com.br/
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DIREITO TRIBUTÁRIO 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
 
 
 
ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
1. Impostos; 
2. Taxas; 
3. Contribuição de Melhoria; 
4. Contribuição; * 
5. Empréstimo Compulsório. * 
* Estas espécies têm previsão apenas na Constituição Federal. 
 
Art. 145, CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
os seguintes tributos: 
I - impostos; 
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou 
postos a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
Art. 148, CF - A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios. 
Art. 149, CF - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de 
intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou 
 
 
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econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado 
o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS TRIBUTOS NO BRASIL: 
 
Tributo pessoal – Aquele que leva em consideração os atributos da pessoa. Ex. 
IR 
Tributo real – Leva em consideração os atributos da coisa. Ex. IPTU e IPVA. 
 
Tributo vinculado – É o tributo com contraprestação pré-determinada pela 
norma, situação em que o contribuinte, ao pagá-lo, sabe qual será 
contraprestação do estado. Ex. taxas, contribuições de melhoria. Veja maiores 
explanações abaixo. 
Tributo não-vinculado – É aquele que não há contraprestação estatal 
determinada pela norma, mas se dá apenas pela ocorrência do fato gerador. 
Ex. impostos. 
 
Tributos Diretos – É aquele que entre a ocorrência entre o fato gerador e o 
dever de pagar o tributo não há intercalação de sujeitos. Ex. IPTU e IPVA. 
Tributos Indiretos - É aquele que entre a ocorrência entre o fato gerador e o 
dever de pagar o tributo há intercalação de sujeitos. Nesses casos, há a 
possibilidade de repasse do encargo financeiro ao próximo da cadeia. Ex. IPI 
e ICMS. 
 
Tributos Fiscais – É aquele que tem por finalidade precípua a arrecadação a 
fim de suprir as necessidade públicas. Ex. IR, IPTU, IPVA, ITBI, ITCMD. 
Tributos Extrafiscais – Visa estimular ou desestimular condutas do sujeito, não 
sendo o objetivo precípuo a arrecadação. Em síntese, extrafiscalidade não é 
sanção de ato ilícito. É o desestímulo de condutas lícitas, porém indesejáveis. 
Ex. II, IE, IOF, IPI, ICMS. 
Tributo Parafiscal – É aquele em que a competência tributária está com uma 
pessoa e a capacidade ativa tributária encontra-se com outra pessoa. Tributo 
destinado a entidades paraestatais que atuam em atividades de interesse do 
Estado. Ex. Contribuições de interesse de categoria profissional e econômica. 
Nesse caso, a competência tributária é da União, mas a capacidade 
tributária é dos CRM, CRC... ficando com 100% da arrecadação para si. O 
professor Ricardo Lobo Torres critica essa nomenclatura, pois dizer que o 
tributo é parafiscal significa que o mesmo está à margem dos próprios tributos. 
 
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ATENÇÃO: Segundo a doutrina, o tributo pode ser ao mesmo tempo fiscal e 
extrafiscal, porém possui uma preponderância essencial a ser um ou outro. Ex. 
IPTU é tributo precipuamente fiscal, mas tem um viés extrafiscal quando 
analisado sobre o prisma da progressividade. Ex. IPVA é precipuamente fiscal, 
mas tem o caráter extrafiscal quando permite uma tributação menor face à 
utilização de combustível menos danoso ao meio ambiente. 
 
1. EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: 
A competência tributária para criação do empréstimo compulsório é privativa 
da União, exigindo-se a criação e majoração por meio de LC. Isso impede que 
o referido tributo seja instituído por MP, mesmo em caso de guerra. (ART. 
148,CF). O empréstimo compulsório exigem alguns pressupostos fáticos, 
somente podendo ser criado: 
a) Em caso de guerra externa ou sua iminência; 
b) Em caso de calamidade pública; 
c) Para investimento público de caráter urgente e de relevância nacional. 
d) Para despesa extraordinária: é aquela absolutamente necessária, após 
esgotados os fundos públicos, inclusive os de contingência (Sacha 
Calmon). 
 
Diferentemente do que ocorre com os impostos, em que a Constituição elenca 
as situações ensejadoras da sua incidência, o art. 148 não faz qualquer referência 
ao fato gerador do empréstimo compulsório. Este será descrito abstratamente na 
lei complementar criadora do tributo, desde que presente um dos pressupostos 
fáticos previstos na norma constitucional. 
 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos 
compulsórios: 
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, 
de guerra externa ou sua iminência; 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b". 
 
Para instituir IR, por exemplo, não é necessária a verificação de alguma situação 
especial. A competência é exercida de maneira ordinária, ou seja, mediante 
atividade rotineira. Já o empréstimo compulsório é tributo de competência 
extraordinária. 
 
Princípio da Anterioridade: Destaque-se que, quando o empréstimo 
compulsório é instituído em caso de guerra ou calamidade pública, não é 
preciso a observância da anterioridade para o exercício e nem a 
nonagesimal. Assim, quando instituído para investimento público de caráter 
 
 
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urgente e de relevância nacional, o empréstimo compulsório deverá observa 
ambos os princípios da anterioridade. 
 
Nos empréstimos compulsórios, o critério utilizado para conceder 
competência tributária à União foi o critério da finalidade, ou seja, 
estabeleceu-se que, em determinadas situações excepcionais, o tributo possa 
ser instituído para fazer frente a objetivos específicos. Nesse sentido, pode-se 
afirmar que o empréstimo compulsório é um tributo finalístico. Assim, quando 
criado o empréstimo compulsório, a arrecadaçãodo valor objeto do 
empréstimo deve ser destinado INTEGRALMENTE ao motivo que o justificou. 
Assim, se criado em virtude de guerra externa, não posso dispor de qualquer 
percentual para investimento público urgente e relevante. 
 
Importante ressaltar que o que caracteriza o empréstimo compulsório é a 
situação fática que enseja sua instituição e a destinação do produto da sua 
arrecadação. O que nos permite concluir que o fato gerador é irrelevante 
para a definição da sua natureza jurídica. Só os impostos, taxas e contribuições 
de melhoria são definidos pelos seus fatos geradores. Então, não há que se falar em 
bitributação se o empréstimo compulsório vier com fato gerador próprio de imposto. 
 
É possível a instituição de um empréstimo compulsório sobre situações 
compreendidas na competência dos estados (art. 154) e dos municípios (art. 
155)? Ex: poderia a União, numa situação de guerra externa, instituir 
empréstimo compulsório com fato gerador idêntico ao do IPTU? Sim, contudo 
há dois posicionamentos sobre as fundamentações: 
1. Apenas a situação de guerra externa ou sua iminência autorizariam a bitributação, 
com fulcro no art. 154, II, da CF; 
2. É possível em qualquer caso, pois a repartição de competências dos arts. 153, 155 
e 156 só se aplica para os impostos. 
 
Como se dá a restituição do empréstimo compulsório? A devolução do 
empréstimo deve ser feita em dinheiro. Segundo STF, não pode o Estado restituir com 
fundo de participação, cotas de desenvolvimento e etc. (RE 121.336/ CE) 
 
RESUMO DO EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO: 
✓ Competência tributária privativa da União; 
✓ A instituição deve se dar por lei complementar (enquanto os tributos em 
geral podem ser instituídos por lei ordinária). Isso impede inclusive a utilização 
de Medidas Provisórias, mesmo em caso de guerra; 
✓ É um tributo cuja instituição depende da verificação de determinados 
pressupostos fáticos. 
 
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2. CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA: 
A competência tributária é concorrente a todos os entes da federação, 
podendo ser criado por Lei Ordinária. 
 
A contribuição de melhoria possui dois critérios para fins de instituição: realização 
de obra pública e valorização imobiliária. Ressalte-se que obra pública e serviço 
público não se confundem. Na obra pública ocorre o desempenho de uma 
atividade estatal que, em tese, deve terminar (com a entrega do bem à 
população). (ART. 145,III, CF e Art. 81 a 82 do CTN e DL 195). 
 
Art. 145, CF - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir 
os seguintes tributos: 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. 
Art. 81, CTN - A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo 
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é 
instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização 
imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o 
acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
Base de Cálculo: É o quantum de valorização experimentada pelo imóvel. A 
base de cálculo não tem nada a ver com o custo da obra, nem com o valor 
da obra. Nota-se, portanto, que não se pode cobrar o mesmo valor de todos 
os beneficiários. 
 
- Para ser criada a contribuição de melhoria o ente deve respeitar, 
simultaneamente, dois limites: 
A) Limite Global: corresponde ao gasto efetivo com a obra; 
B) Limite Individual: corresponde a valorização imobiliária para cada 
contribuinte. 
 
Assim, pode acontecer de, em uma mesma vizinhança, um contribuinte pagar 
mais contribuição de melhoria do que o outro, pois um contribuinte pode ter 
auferido maior valorização individual. Ademais, o ente nunca poderá cobrar 
valores superiores ao gasto efetivo com a obra, observando o limite global. 
Por fim, em razão desses parâmetros, a contribuição de melhoria somente 
pode ser cobrada após a finalização da obra a fim de possibilitar a 
mensuração do limite global. Muitos municípios instituem taxas para remunerar 
obras, sendo a mais comum a chamada taxa de remuneração asfáltica. Há 
inconstitucionalidade, pois não se trata de serviço público, e sim de obra. 
 
Ex. Em uma obra fora gasto R$ 50.000,00 que gerou valorização individual 
exata para 15 moradores no valor de R$ 5.000,00. Nesse caso, o Poder Público 
 
 
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não poderá cobrar a contribuição de melhoria no valor de R$ 5.000,00 de 
cada morador, visto que superaria o valor gasto efetivamente com a obra 
(valor global). Assim, como a valorização foi equânime, o correto seria dividir 
o valor do gasto pelo total de moradores beneficiados pela valorização 
imobiliária. 
 
A respeito do limite total, Geraldo Ataliba, seguido por Roque Carrazza (citado 
por Carlos Velloso em julgado do STF), diz que na obra pública há casos em 
que o valor da valorização supera o custo total com a obra. Outros casos há 
em que a valorização não serve para custeio integral da obra. Nesse sentido, 
questiona-se a possibilidade de cobrança do tributo sem a valorização 
imobiliária. Pelo entendimento do STF, não é possível: em havendo 
desvalorização do imóvel em decorrência da obra, há inclusive 
responsabilidade civil do Estado pelo ato, que embora lícito, gera dano injusto 
para o indivíduo. (RE 115863/ SP) 
 
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: Pelo fato de a contribuição de melhoria se 
mostrar como regra à anterioridade tributária (anual e nonagesimal), o tributo 
terá que respeitar tais esperas. É importante notar que o pagamento deverá 
pressupor uma obra pública finda e naturalmente provocadora de 
valorização. Sobre isso, o art. 9º, Dec-lei 195/67, trata de obra composta por 
etapas, ao término das quais o tributo seria exigido. 
 
3. CONTRIBUIÇÕES: 
As contribuições, em regra, são de competência da União. Porém, a 
contribuição social previdenciária do servidor público será de competência 
do ente a qual pertencer o servidor- (art. 149,1º). Ademais, a COSIP será 
instituída apenas pelos Municípios e DF. Ademais, em regra, as contribuições 
podem ser criadas por meio de lei ordinária, ressalvada a Contribuição Social 
Residual, que exige criação por LC. 
 
As contribuições adstringem-se à solidariedade em relação aos integrantes de 
um grupo social ou econômico, na busca de uma dada finalidade. É a 
circunstância de as contribuições terem destinação específica que as 
diferencia dos impostos, enquadrando-as, pois, como tributos afetados à 
execução de uma atividade estatal ou paraestatal específica, que pode 
aproveitar ou não ao contribuinte. 
 
O que define a Natureza Jurídica de uma contribuição não é o seu fato 
gerador, mas sua finalidade, ou seja, a destinação do produto da 
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arrecadação. A contribuição, portanto, diferente dos impostos, taxas e 
contribuições de melhorias, é tributo finalístico. 
 
As contribuições correspondem a um gênero, dentro do qual existem 4 
espécies: 
 
A) Contribuições sociais; (art. 149 e 195 da CF) – Competência privativa da 
União, ressalvada a contribuição social previdenciária do servidor público será 
de competência do ente a qual pertencer o servidor- (art. 149,1º). As 
contribuições destinadas à seguridade social são utilizadas como instrumento 
para financiar saúde, assistência ou previdência social. Em regra, pode ser 
criada por lei ordinária, ressalvada a contribuição social residual. 
 
A lei instituidora da contribuição é a lei ordinária, como regra. Mas a 
contribuição social previdenciária residual é tributo que deve ser instituído por 
lei complementar. 
 
O nome “contribuições”, genericamente posto, é recomendável (Leandro 
Paulsen). No máximo, pode-se aceitar o termo “contribuições especiais”. 
Mas, cuidado com o qualificativo “sociais”, pois designa espécie, e não 
gênero. Isso é um problema, de modo que não é recomendável se falarem 
“contribuições sociais”. 
 
STF - RE 396266 →As contribuições devidas a terceiros, como as do SESI, SESC 
e SENAI, são contribuições sociais. Porém, a contribuição para o SEBRAE tem 
natureza de CIDE, e não de contribuição social. 
 
Além das contribuições sociais destinadas à seguridade social, a doutrina e 
jurisprudência afirma que existem as contribuições sociais gerais. Segundo o 
STF, são contribuições sociais gerais aquelas destinadas a financiar uma atuação 
da União na ordem social não atinente à seguridade social (saúde, assistência e 
previdência). Ex. Contribuições com finalidade de educação básica pública. 
 
A contribuição residual é aquela que não tem previsão na constituição, 
podendo ser criada respeitando os limites previstos:(art. 195,4º) 
1. Somente pela união; 
2. Tem que ser por lei complementar; 
3. Não pode ter fato gerador e base de cálculo de contribuição já prevista; 
4. Não-cumulativo. 
 
Segundo a jurisprudência do STF, as novas contribuições para a seguridade 
social (contribuições residuais), apesar de só poderem ser criadas mediante 
 
 
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lei complementar, poderão ter base de cálculo e fato gerador próprios de 
impostos, mas não das contribuições existentes. (RE 228.321-RS). Ex: a 
contribuição residual criada por uma lei pode incidir sobre prestação de 
serviços, não obstante já haver imposto municipal incidente sobre tal situação, 
a saber, o ISS. 
 
O princípio da solidariedade torna irrelevante a existência de contrapartida 
ou benefício direto decorrente da atuação da União. Conforme se 
depreende da leitura dos incisos do art. 195, CF, os sujeitos passivos dessa 
contribuição (empregador, empregado, lotéricas e importadores) pagam o 
tributo não porque recebem algo em troca, mas em decorrência da 
aplicação do princípio da solidariedade. 
 
OBS: O STF entendeu que, mesmo não tendo empregados, as pessoas jurídicas 
devem contribuir sobre o faturamento e sobre o lucro (RE 249841 AgR/PR). 
 
Observação: na contribuição social paga pelo empregado, este de fato tem 
a expectativa de receber algo em troca – o seguro obrigatório vinculado à 
Previdência. Para a doutrina, seria o único caso em que há uma contrapartida 
direta ao contribuinte em decorrência do pagamento. No mais, os fatos 
geradores do dever de pagar são semelhantes aos dos impostos, pois se 
referem a fatos do contribuinte, e não ao serviço prestado pelo Estado. A 
única diferença entre essas espécies tributárias, nesse sentido, é a finalidade 
específica das contribuições especiais. 
 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA: As contribuições sociais apresentam imunidade 
especifica, no que tange às contribuições de assistência social sem fins 
lucrativos, hipótese em que estas entidades não pagam impostos e nem 
contribuições sociais (art. 195,7º). 
 
ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA: Todas as contribuições (v.g., CIDEs, Contribuições 
Corporativas, Contribuições Sociais Gerais e outras) devem respeitar os 
princípios da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal (art. 150, III, 
“b” e “c”, CF, respectivamente). Há, todavia, duas ressalvas importantes: (I) 
CIDE-Combustível, que foge à regra da anterioridade anual (art. 177, § 4°, I, 
“b”, CF), no concernente à redução e ao restabelecimento de alíquotas, e (II) 
as contribuições da seguridade social, que devem respeitar um período 
especial de noventa dias (anterioridade mitigada ou noventena), consoante 
o art. 195, § 6º, da CF. Como visto, essa regra específica só é aplicável para as 
contribuições destinadas a financiar a seguridade social, não se aplicando para 
as contribuições sociais gerais nem para outras contribuições. 
 10 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO: As contribuições sociais presentes na constituição (aquelas não 
precisam de lei complementar para serem instituídas) tem como base de 
cálculo a folha salário, faturamento de uma empresa, receita, lucro e receitas 
de prognósticos. As receitas de prognósticos são aquelas pagas na realização 
de concursos lotéricos e apostas de qualquer natureza. Hoje, incidente sobre 
a folha salário, o CSSS. Sobre o faturamento e receita temos o PIS/COFINS e 
PASEP. Sobre o lucro temos o CSLL. Essa contribuições sociais, como estão 
previstas na Constituição Federal, podem ser instituídas por meio de lei 
ordinária. 
 
Dado de extrema importância é que, de acordo com a EC nº 33/01, 
contribuições sociais e contribuições de intervenção no domínio econômico 
não podem incidir sobre as RECEITAS provenientes da exportação. A 
interpretação do termo “receita” foi feita de forma restritiva pelo STF. Exemplos: 
não podem incidir PIS e COFINS sobre as receitas provenientes da exportação, 
mas pode incidir contribuição social sobre o LUCRO (CSLL) obtido em razão da 
exploração da atividade de exportação. Por outro lado, tais tributos incidirão 
também na importação. O art. 149, §2º, traz a ideia de que deve haver estímulo 
à exportação e oneração da importação. 
 
As contribuições sociais apresentam alíquotas ad valorem e alíquotas 
específicas. As alíquotas ad valorem variam de acordo com a receita e 
faturamento da pessoa jurídica. A título de curiosidade, alíquota específica é 
aquela que estabelece valor em Real (e não em percentual) variável conforme 
uma unidade de medida (quilo, m²). 
 
DESVINCULAÇÃO DE RECEITA DA UNIÃO: A desvinculação da receita da união 
(DRU) – art. 76 do ADCT – que permite que até 12/2015 pegue 20% da 
arrecadação da contribuição social e utilize para o que bem entender, 
desvinculando o caráter desse tributo. 
 
B) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico: Competência 
exclusiva da União. Tributo que pode ser criado por lei ordinária. (art. 149,CF) 
Essas contribuições muito se parecem com as contribuições sociais, hipótese 
em que há também imunidade de cobrança desta contribuição diante ante 
a receitas advindas do exterior. Mas, como a regra, incide na receita de 
importação. Ademais, também apresentam alíquotas ad valorem e alíquotas 
específicas. Também há a DRU às CIDE’s. Há diversas CIDE’s em nosso 
ordenamento, mas a CF/88 prevê apenas a CIDE COMBUSTÍVEL. Veja algumas 
particularidades desta CIDE: 
 
 
 
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As CIDEs são tributos criados com base no elemento teleológico, uma vez que 
seus objetivos devem ser compatíveis com as disposições constitucionais, em 
especial as que digam respeito à ordem econômico-financeira. A CIDE é um 
tributo criado para determinado fim. Como regra, o fato gerador da CIDE não 
veio disciplinado pelo texto constitucional, com uma única exceção: a CIDE-
combustíveis, incluída pela EC nº 33/01 no art. 177, §4º. Nos demais casos, a lei 
estabelece as situações autorizadoras de sua incidência. A destinação do 
tributo é o que garante sua natureza específica. Se houver dúvida sobre a 
destinação, a CIDE será considerada inconstitucional. 
 
A CIDE COMBUSTÍVEL pode ser reduzida e restabelecida por ato do Chefe do 
Executivo (infralegal), apresentando-se como uma excepcionalidade ao 
princípio da legalidade. Ademais, ela não precisa respeitar a anterioridade 
para o exercício tão somente a nonagesimal. Quando diante de majoração 
da CIDE COMBUSTÍVEL exige-se lei ordinária e respeito a ambas as 
anterioridades. 
 
C) Contribuições de Interesse da Categoria Profissional ou Econômica: A 
competência tributária é exclusiva da União, instituída por lei ordinária. Ex. 
Contribuições Sindicais. 
 
Essas contribuições incidem independente da filiação ao sindicato, pois se 
trata de um tributo a ser recolhido por todos aqueles que participarem de uma 
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão 
liberal. Não confunda contribuição sindical com contribuição confederativa, 
visto que esta é contratual e somente devida àqueles filiados ao sindicato. 
Vide: 
STF Súmula nº 666 - A contribuição confederativa de que tratao art. 8º, IV, da 
Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo. 
 
Destaca-se que a contribuição paga para a OAB não tem natureza tributária. 
Segundo o entendimento do STF, é uma entidade de personalidade suis 
generis, pois a OAB foi criada para visar o interesse da coletividade, não 
havendo que se falar em tributo. RE 612015/PR 
 
A doutrina ainda diverge a respeito da natureza das contribuições para o 
“Sistema S”. Alguns autores entendem que seriam contribuições da 
seguridade social, outros, que seriam contribuições sociais gerais, e, para 
terceira corrente, tratar-se-iam de contribuições no interesse de categoria 
social ou econômica. Para fins de concurso, segundo a regra geral e o 
posicionamento do STF, deve-se afirmar que são contribuições sociais gerais. 
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Isso porque a atuação do Estado nessas áreas é vinculada à área social, 
embora não à seguridade social. 
 
No que tange ao fato gerador, tanto as contribuições previdenciárias quanto 
as sociais do art. 240 da CRFB incidem sobre a folha de salários. No entanto, a 
finalidade dos tributos é distinta: enquanto o primeiro viabiliza a previdência 
social, as contribuições sociais gerais objetivam viabilizar os serviços sociais 
autônomos. 
 
Há de se destacar que existe serviço social autônomo que não atue na área 
social – ex.: SEBRAE. Para o STF, a contribuição destinada ao SEBRAE não é 
contribuição social, mas sim CIDE. (RE-396266) 
 
➔As contribuições destinadas ao FGTS têm natureza tributária? As 
contribuições depositadas na conta vinculada do empregado (8% e 40%), 
para o STF, não têm natureza tributária, tendo em vista que os valores são 
destinados ao empregado, ainda que administrados pelo poder público. 
 
D) Contribuição de Custeio de Serviços de Iluminação Pública. (art. 149-A – 
EC/33) Segundo STF, trata-se de uma contribuição sui generis e deve ser 
instituída pelos Municípios ou DF. Ademais, pode ser cobrada em conjunto 
com a fatura de energia elétrica, em razão de previsão na própria 
constituição federal. 
 
A exigência da COSIP (Contribuição para o Custeio dos Serviços de 
Iluminação Pública) feita apenas aos consumidores de energia elétrica não 
viola o princípio da isonomia e sua progressividade não viola o princípio da 
capacidade contributiva – STF RE 573.675. 
 
4. TAXAS: 
Trata-se de tributo de competência comum, instituído por lei ordinária. (art. 
145,II,CF e arts. 77 a 80 do CTN). Representam o primeiro tributo vinculado a 
uma atuação estatal (1.exercício do poder de polícia ou 2.prestação de 
serviço público). 
 
CTN, Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato 
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou 
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou 
posto à sua disposição. 
 
 
 
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a) Exercício regular de Poder de Polícia (art. 78); 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato 
ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à 
higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização 
do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. 
 
Poder de polícia, nesse contexto, é a atuação do Estado em prol do bem 
comum. Dessa sorte, as taxas engendradas partir do poder de polícia dirão 
respeito às atividades de fiscalização do Estado. Exemplos: taxa para 
expedição de alvará; taxa de fiscalização de anúncios; taxa de fiscalização 
da CVM; taxa de controle e fiscalização ambiental; taxa de fiscalização de 
obras. 
 
A Constituição, no artigo 145, II, CRFB, exige o “exercício do poder de polícia”. 
Ante essa redação, surgiram indagações na doutrina se haveria a 
necessidade do efetivo exercício, demandando uma fiscalização pontual dos 
órgãos sujeitos ao pagamento das taxas. Nesse sentido, o STF posicionou-se no 
sentido de que a cobrança de uma taxa de polícia não pressupõe 
fiscalização in loco. Basta a existência de um órgão estruturado e em 
funcionamento (informativo 397, STF). Aliás, o STF entendeu que a existência 
do órgão não seria condição para o reconhecimento da constitucionalidade 
da taxa, mas constituiria um dos elementos admitidos para se inferir o efetivo 
exercício do poder de polícia, exigido constitucionalmente (informativo 591). 
 
b) Utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível. 
 
b.1. Serviço Público específico e divisível: O serviço público especifico é 
aquele identificável; Ser divisível é a possibilidade de mensuração de 
utilização individual por parte do contribuinte. Em outubro de 2003, publicou-
se a Súmula n. 670 do STF, segundo a qual “o serviço de iluminação pública 
não pode ser remunerado mediante taxa”. É fácil perceber que o serviço de 
iluminação pública exterioriza, por si só, uma dificuldade na identificação do 
sujeito passivo. Atualmente, o que pagamos é a COSIP, espécie de 
Contribuição. Ao revés, a taxa de coleta de lixo individual tem natureza 
jurídica de tributo (SV 19), visto que se caracteriza como um serviço público 
específico e divisível. Não confunda essa taxa com a limpeza pública, pois 
aqui não há serviço público divisível. 
 
 14 
 
 
 
 
Destaque-se que o STF afirmou em recente análise que as taxas, custas e 
emolumentos judiciais têm natureza de tributo, sendo inadmissível que parte 
da arrecadação obtida com essas espécies seja destinada a instituições 
privadas, entidades de classe e caixas de assistência dos advogados. (ADIN 
1378 e ADI 1.145). 
 
1. específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; 
2. divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de 
cada um dos seus usuários. 
 
b.2. Utilização potencial ou efetiva: Os serviços públicos a que se refere o 
artigo 77 consideram-se: 
I – utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à 
sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
 
Assim, independente da efetiva utilização do serviço público colocado à 
disposição, se ele está à disposição do contribuinte, sendo de utilização 
compulsória, é devida a cobrança de taxa. Ex. Eu pago a taxa de coleta de 
lixo individual e, meu vizinho, mesmo que opte por realizar, per si, a coleta de 
lixo, também estará obrigado a pagar a taxa, visto que se está diante de um 
serviço público específico, divisível e potencial à utilização do contribuinte, 
mesmo que não esteja efetivamente o utilizando. 
 
O STF possuía precedentes antigos asseverando o efetivo exercício do poder 
de polícia. Para fazer jus à taxa, os órgãos deveriam, in loco, exercer a 
fiscalização das atividades. Posteriormente, o STF posicionou-se no sentido de 
que a cobrança de uma taxa de polícia não pressupõe fiscalização in loco. 
Basta a existência de um órgão estruturado e em funcionamento (informativo 
397, STF). Aliás, o STF entendeu que a existência do órgão não seria condição 
para o reconhecimento da constitucionalidade da taxa. Antes, constituiria um 
dos elementos para se inferir o efetivo exercício do poder de polícia 
(informativo 591). 
 
BASE DE CÁCULO: Segundo a Constituição Federal, as taxas não podem ter 
base de cálculo idêntica ao dos impostos (art. 145,2º). As taxas não podem ter 
base de cálculo própria de impostos, porque nas taxas o valor a ser pago deve 
guardar uma razoável proporçãocom a intensidade e a extensão da 
atuação estatal, com o custo da atividade para o Estado (Informativo 270, 
 
 
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STF). Apesar da base de cálculo não poder ser idêntica a dos impostos, ela 
pode ter um ou alguns elementos da base de cálculo dos impostos, conforme 
entendimento do STF. Veja: 
 
S.V 29 - É constitucional a adoção, no cálculo do valor de taxa, de um ou mais 
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde que não 
haja integral identidade entre uma base e outra. 
 
A doutrina mais tradicional, encabeçada por Geraldo Ataliba, dizia que as 
taxas devem levar em consideração a intensidade e a extensão da atividade 
prestada pelo Estado, e jamais dados relativos ao contribuinte. Contudo, se 
reconhece nos dias atuais que a intensidade e extensão podem variar 
conforme as características do contribuinte, sendo razoável que tais dados 
sejam utilizados para a aferição do valor. Ex: taxa de fiscalização da CVM 
varia em função do patrimônio líquido da empresa, levando em 
consideração que o contribuinte de maior porte econômico demanda uma 
fiscalização mais refinada e custosa. Assim, é inconstitucional a fixação de 
uma alíquota ad valorem (um percentual) do patrimônio ou dos rendimentos 
do contribuinte, o que não impede, porém, que se leve em consideração o 
patrimônio líquido, por exemplo, para fins de averiguação da intensidade e 
extensão da atuação estatal, ou seja, do custo da fiscalização a ser exercida 
pelo Estado, desde que em virtude desse patrimônio líquido (maior ou menor), 
seja também maior ou menor o custo da atividade para o Estado. 
 
Capacidade contributiva e a Taxas: Doutrinadores clássicos apoiam-se na 
literalidade do art. 145, §1º da CRFB para aduzir que não cabe a observância 
do princípio da capacidade contributiva em relação às taxas. Tal 
entendimento se dá em virtude da própria natureza das taxas, em que o 
enfoque é a atuação estatal, e não o contribuinte em si. Não obstante o 
entendimento da doutrina tradicional, o STF entende que as taxas podem 
variar em virtude da capacidade contributiva, nos seguintes aspectos: 
a) Pela isenção da cobrança de taxas em relação aos contribuintes 
hipossuficientes; 
b) Pelo princípio da Retribuição ou Remuneração: cada contribuinte 
remunera o custo da quantidade de serviço consumida; 
c) Desde que o critério utilizado seja adequado, é possível cobrar mais de 
quem tem maior capacidade contributiva, principalmente nas taxas 
cujo fato gerador é o poder de polícia. É o aspecto mais polêmico, com 
o qual não concordam alguns doutrinadores. Foi o critério utilizado pelo 
Supremo na decisão referente à taxa de fiscalização da CVM. (Inf. 146, 
STF) 
 
 16 
 
 
 
 
Destinação do Produto da Arrecadação: A Constituição Federal não proíbe e 
nem obriga que o montante arrecadado com as taxas seja necessariamente 
destinado à correspondente atividade estatal que deu causa à sua criação, 
havendo vozes na doutrina em diferentes sentidos. A única hipótese expressa 
em que existe essa obrigatoriedade se verifica no art. 98, §2º da CRFB – a 
respeito da taxa judiciária: “As custas e emolumentos serão destinados 
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da 
Justiça”. 
 
DIFERENÇA ENTRE TAXA E TARIFA (PARA FIXAÇÃO): 
→ taxa tem natureza tributária, de prestação compulsória, visa cobrar o preço do 
serviço público prestado em regime jurídico de direito público. Ademais, a taxa é 
receita derivada pois recaem sobre bens pertencentes ao patrimônio dos 
particulares, impostas coercitivamente aos cidadãos e decorre de lei. 
→ Já a tarifa é preço público, com natureza contratual e facultativa, diante da 
prestação de um serviço público por pessoa jurídica de direito privado, visando lucro 
e se caracteriza como receita originária, visto que são auferidas pelo Estado em 
decorrência da exploração do seu próprio patrimônio. 
 
SÚMULA VINCULANTE N.º 12 DO STF: A cobrança de taxa de matrícula nas 
universidades públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal. 
 
IMPORTANTE: Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública 
não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua 
natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. (ADI 1.942-MC) 
 
São constitucionais: 
 A taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de 
coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis. (Súmula Vinculante nº 19) 
 A taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários. 
(Súmula nº 665 do STF) 
 Taxa de incêndio, em razão da prevenção de incêndios. (AI 677.891) 
 Taxa Judiciária - é possível que tome por base de cálculo o valor da 
causa ou da condenação. (ADI 948) 
São inconstitucionais: 
 A taxa de serviço de iluminação pública - serviço inespecífico, não 
mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado 
contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos 
impostos gerais. (RE 233.332) 
 
 
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 Taxa em razão de serviços de conservação e limpeza de logradouros e 
bens públicos - serviço indivisível. (RE 576.321) 
 A taxa judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa – viola a 
garantia constitucional de acesso à jurisdição (Súmula nº 667 do STF) 
 
5. IMPOSTOS (ART. 145, I, CF E ART. 16, 
DO CTN) 
Os impostos são tributos que incidem sobre manifestações de riqueza do 
contribuinte. 
 
Art. 145. [...]§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e 
serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária, especialmente para conferir 
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e 
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas 
do contribuinte. 
 
Esse comando normativo estatui o princípio da capacidade contributiva. Por 
excelência, é aplicável aos impostos (tributos não vinculados). A gradação 
do imposto levará em consideração o volume do patrimônio, rendimentos e 
atividades econômicas do contribuinte. É dizer, quanto maior esse volume, 
maior será a incidência do imposto. Está intimamente ligado à ideia de 
isonomia e convive com outros princípios. Ex: ITR. Relativamente a esse 
imposto, a capacidade contributiva cede visivelmente a outro princípio, qual 
seja, o da função social da propriedade rural. 
 
O imposto é um tributo duplamente não-vinculado: 
(1) Para que possa incidir, não é necessária uma atuação do Estado (art. 16); 
(2) A aplicação dos recursos, de regra, não pode ser vinculada a órgão, fundo ou 
despesa, salvo nos casos expressamente contemplados na Constituição. 
 
Imposto é tributo não vinculado à ação estatal. Trata-se de um tributo 
unilateral, que tem por finalidade o custeio DIFUSO de serviços públicos gerais. 
Existe um princípio que rege o imposto, pelo qual não pode haver afetação 
da receita de imposto a órgão, fundo ou despesa. Trata-se do princípio da 
não afetação (ou não vinculação) dos impostos (art. 167, IV, CF), segundo o 
qual a receita de imposto não pode estar atrelada a órgão, fundo ou 
despesa. Ex. Não poderia um tributo (ICMS) ter sua alíquota aumentada de 17% para 
 18 
 
 
 
 
18%, sendo esse aumento de 1% dedicado à construção de moradias populares, pois 
ele estaria violando o princípio da não vinculação. 
 
A Constituição da República não criou impostos. Apenas atribuiu a 
competência para os entes políticos fazê-lo, por meio de lei. É a lei ordinária 
que cria imposto no Brasil. Mas, excepcionalmente, dois impostos dependem 
de Lei complementar: imposto sobre grandes fortunas e impostos residuais. 
 
ATENÇÃO: Dispositivos com menção a IMPOSTOS só se referem a IMPOSTOS. EX. 
Imunidades (art. 150, VI, CF); princípio da capacidade contributiva(art. 145, §1º, CF). 
Parece óbvio, mas muita gente não se atenta e erra isso! 
 
Podem criar imposto no Brasil é da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. 
O poder de criar tributo é a chamada competência tributária. Competência 
tributária é, então, o poder político de criação tributário. A competência 
tributária no âmbito do imposto é dividida através de campos competenciais 
privativos, de modo que um ente não pode invadir a competência do outro. 
 
Impostos Federais (9): IPI, IE,IR,II,ITR,IOF,IGF,Impostos Residuais e IEG. 
A) ITR - IMPOSTO PELA PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL: (art. 156,VI CF e art. 29 
a 31 do CTN, L. 9393/96 e Decreto 4382/02). 
 
Critério material: Ser proprietário de imóvel territorial rural. (art. 1228 do CC) O 
critério utilizado pelo CTN para determinar o imóvel como rural ou urbano é o 
da LOCALIZAÇÃO. O art. 32 do CTN diz que cabe a lei municipal estabelecer 
o perímetro urbano e o rural. Porém, não basta apenas a lei mencionar, o 
próprio art. 32, que deve haver no mínimo 2 melhoramentos dos 5 previsto no 
art. 32,1º do CTN: 
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
II - abastecimento de água; 
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição 
domiciliar; 
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) 
quilômetros do imóvel. 
 
Segundo o STJ, incide o imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR), e não 
o imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU), sobre imóveis 
comprovadamente utilizados para exploração extrativa, vegetal, agrícola, 
pecuária ou agroindustrial, ainda que localizados em áreas consideradas 
urbanas por legislação municipal. (REsp 1.112.646/SP) 
 
 
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Critério Temporal: O fato gerador considera-se praticado no 1º primeiro de 
janeiro de todo ano. 
 
Critério Espacial: Como se trata de um imposto federal, é considerado o 
território nacional. 
 
Critério Quantitativo: A base de cálculo é o valor da terra nua (não inclui as 
construções). A alíquota do ITR pode variar de acordo com o cumprimento 
da função social – ser progressivo-, podendo chegar a até 20%. O ITR 
apresenta uma imunidade específica, visto que não incidirá sobre pequenas 
glebas quando quem as explore não tenha outro imóvel. (art. 153,4º,II) 
 
Sujeito Ativo: União. Contudo, a União pode transferir a capacidade tributária 
ao Município, hipótese em que 100% da arrecadação será do próprio 
Município. 
 
Sujeito Passivo: Proprietário de imóvel territorial rural. 
 
B) IR- IMPOSTO DE RENDA: (art. 153,III,CF art. 43 a 45 do CTN e Dec. 3000/39) 
 
Critério material: “Auferir renda ou proventos de qualquer natureza”, sendo 
necessário o acréscimo patrimonial. De acordo com o art. 43 do CTN: O 
imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer 
natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica 
ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou 
da combinação de ambos; II - de proventos de qualquer natureza, assim 
entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
Se não houver acréscimo patrimonial, não há fato gerador do IR. Por isso, as 
indenizações não são fato gerador do IR, visto que não há acréscimo 
patrimonial, mas sim uma compensação em razão de um prejuízo sofrido. 
Súmula 498 do STJ: Não incide imposto de renda sobre a indenização por 
danos morais. 
Súmula nº 584 o STF: Ao imposto de renda calculado sobre os rendimentos 
do ano-base, aplica-se a lei vigente no exercício financeiro em que deve 
ser apresentada a declaração. 
 
Diante de uma relação trabalhista somente incide IR diante das verbas 
remuneratórias (horas extras), não incidindo ante às verbas indenizatórias 
(venda do período de férias). 
 
 20 
 
 
 
 
SÚMULAS IMPORTANTE SOBRE O TEMA: 
STJ Súmula nº 386 - São isentas de imposto de renda as indenizações de férias 
proporcionais e o respectivo adicional. 
STJ Súmula nº 215 - A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo 
à demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda. 
STJ Súmula nº 136 - O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade 
do serviço não está sujeito ao imposto de renda. 
STJ Súmula nº 125 -O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço 
não está sujeito à incidência do Imposto de Renda. 
STJ Súmula nº 463 - Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de 
indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de 
acordo coletivo. 
 
O imposto de renda segue o Principio da Progressividade, ou seja, quanto 
maior a base de cálculo maior será a alíquota. Ademais, segue o Princípio da 
Generalidade, significando que toda pessoa que auferir renda deverá pagar 
IR. Já o Princípio da Universalidade está relacionado ao fato de que toda a 
renda é passível de tributação. 
 
Critério espacial: Obedece ao princípio da extraterritorialidade, pois pode ser 
tributada renda auferida em outros países. 
 
Critério temporal: O fato gerador, para o IRPF se dá no dia 31 de dezembro de 
todo ano. A pessoa física hoje tem 5 faixas tributárias. O IRPJ pode ser trimestral 
ou anual. Se for anual, o fato gerador também ocorre no dia 31 de dezembro; 
se semestral, o fato gerador ocorre ao fim de cada trimestre. 
 
Critério quantitativo: No IRPF, a base de cálculo é a renda auferida, e as 
alíquotas vão da faixa de isenção, 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%, a depender da 
base de cálculo. No IRPJ pessoa física também se trata de um imposto 
progressivo, situação em que quanto maior a base de cálculo, maior será a 
alíquota. A base de cálculo do IRPJ pode ser verificada com base no LUCRO 
REAL, LUCRO PRESUMIDO E LUCRO ARBITRADO, sob alíquota fixa em 15%. 
 
Sujeito Ativo: União. 
 
Sujeito Passivo: Contribuinte que aufira renda, desde que domiciliado no Brasil 
por mais de 180 dias. 
 
C) IPI – IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS: (art. 153,IV e arts. 46 a 
51 do CTN e L. 4502/64 e Dec. 7212/20) 
 
 
 
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Critério Material: Realizar operações de produtos industrializados e importar 
produtos industrializados. (art. 153,IV) Art. 46. O imposto, de competência da 
União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: 
 I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
 II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único 
do artigo 51; 
 III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão. 
 
Esse dispositivo é muito criticado pela doutrina, visto que, aparentemente, 
trata-se de critério temporal e não critério material como denomina o CTN. 
Destaque-se que o fato gerador ocorre a cada operação de industrialização. 
 
Sujeito Ativo: Uniao. 
 
Sujeito Passivo: O importador, quando do desembaraço aduaneiro. O 
industrial, quando da saída do produto que industrializar. O estabelecimento 
equiparado a industrial quando os produtos dele saírem. 
 
Critério Quantitativo: A base de cálculo se refere ao preço. Na importação, 
ao preço do produto, para fins de base de cálculo, acrescenta-se: 
a) o imposto sobre a importação; 
b) as taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) os encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele 
exigíveis; 
 
Diante da saída do produto do estabelecimento comercial, o preço do 
produto é o da operação que decorrer da saída da mercadoria. Na falta do 
valor, adota-se o preço corrente da mercadoria, ou sua similar, no mercado 
atacadista da praça do remetente. 
 
As alíquotas variam de acordo com a essencialidade (Princípio da 
Seletividade) do produto, visto que o IPI se caracteriza como um tributo 
obrigatoriamente seletivo. O ICMS PODE ser seletivo, o IPIDEVE ser seletivo. 
 
Além disso, o IPI segue o Princípio da Não-Cumulatividade (art. 150,3º,II), uma vez que 
é possível compensar o que se pagou na cadeia anterior com a cadeia posterior. Se 
na cadeia anterior eu paguei 10 e na cadeia posterior teria que pagar trinta, nessa 
segunda cadeia, pago somente 20. Nesse sentido, atualmente, o STF aduziu que o IPI 
com alíquota “0” (isento) na importação de produtos não gera direito de crédito. 
Imagine que o primeiro da cadeia faça a industrialização e queira vender o produto 
a R$ 100,00. Nesse caso, há incidência de 10% do IPI.. Assim, ao embutir o valor do 
 22 
 
 
 
 
tributo no preço, venderá por R$ 110,00. Quando o segundo vê que o custo foi de R$ 
100,00 e que R$ 10,00 foi de IPI. Assim, se ele quiser vender o produto por R$ 150,00, o 
valor do IPI seria de R$ 15,00, mas já foi recolhido pela cadeia anterior R$ 10,00, 
devendo abrir a conta crédito e depositar o montante de R$ 10,00 para compensar 
o anterior e pagar somente R$ 5,00 referente ao IPI, que é a diferença entre as duas 
operações. Isso é ser não cumulativo, a possibilidade de compensar com a cadeia 
anterior. Agora, se o produto é isento ao primeiro da cadeia, segundo STF, não há 
qualquer possibilidade de crédito, visto que não houve qualquer tributação na 
primeira cadeia. Agora, quando a saída do tributo é isenta, pode haver a restituição 
com a cadeia anterior. 
 
Recentemente, o STF concluiu que a PF, quando importa um produto para uso 
próprio, NÃO DEVE RECOLHER O IPI, visto que ela não poderá valer-se de uma 
cadeia posterior para aplicar o Princípio da não-cumulatividade. O IPI incide 
na importação, porém, em razão de imunidade específica, ele não incide na 
exportação de produtos industrializados. 
 
A) II – IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO: (art. 153,I da CF, arts., 19 a 22 do CTN e 
Dec. 33/66 e Dec. 6759/09) 
 
Critério Material: Importar produtos estrangeiros. Como se percebe, deve ser 
pago II e IPI na importação. Contudo, sob a importação há também a 
incidência do ICMS na importação, hipótese de exceção à vedação de 
bitributação. 
 
Critério Temporal: O fato gerador ocorre no momento da data do registro da 
declaração de importação. Esse também é o entendimento do STJ. (RESP 
1220979) A necessidade de saber a ocorrência do fato gerador é saber qual 
alíquota deve ser aplicada à importação, em obediência ao princípio da 
irretroatividade. 
 
 Sujeito passivo: Importador, destinatário da remessa postal internacional 
indicado pelo respectivo remetente. O adquirente de mercadoria 
entrepostada. 
 
Critério Quantitativo: As alíquotas do imposto de importação podem ser 
específicas ou ad valorem. A base de cálculo está disciplinada no art. 20 do 
CTN: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei 
tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu 
similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições 
 
 
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de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto 
no País; 
 III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, 
o preço da arrematação. 
 
É ilícita a exigência de nova certidão negativa de débito no momento do 
desembaraço aduaneiro da respectiva importação, se a comprovação de 
quitação de tributos federais já fora apresentada quando da concessão do 
benefício inerente às operações pelo regime de drawback. (REsp 1041237) 
 
E) IE – IMPOSTO DE EXPORTAÇÃO: (art. 153,II CF. Art. 26 a 28 do CTN. DL 1578/77 
e DEC. 6759/09) 
 
Critério Material: exportar produtos nacionais ou nacionalizados para o 
exterior. 
 
Decreto-Lei 288/67Art 4º A exportação de mercadorias de origem nacional 
para consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou 
reexportação para o estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes 
da legislação em vigor, equivalente a uma exportação brasileira para o 
estrangeiro. 
 
Critério temporal: Considera-se praticado o fato gerador na data de registro 
da declaração de exportação no SISCOMEX. 
Sujeito Passivo: exportador ou quem a lei a ele equiparar. 
 
Critério quantitativo: É o preço normal que a mercadoria ou sua similar 
alcançaria ao tempo da exportação. A alíquota do imposto é de 30%, 
facultado ao poder executivo reduzi-la ou aumentá-la de acordo com a 
política de comercio exterior. 
 
F) IOF – IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS: (arts. 63 a 66 do CTN – DEC 
6306/07) 
 
Critério Material: art. 2 do DEC. 6306/07. O IOF incide sobre: 
I - operações de crédito realizadas: 
a) por instituições financeiras 
b) por empresas que exercem as atividades de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, 
administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios 
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring) 
c) entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física 
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II - operações de câmbio 
III - operações de seguro realizadas por seguradoras 
IV - operações relativas a títulos ou valores mobiliários 
V - operações com ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial 
 
• Exclui-se da incidência do IOF referido no inciso I a operação de crédito 
externo, sem prejuízo da incidência definida no inciso II 
• O ouro, enquanto commoditie, incide IOF. Já o ouro, em seu aspecto 
material, incide ICMS. 
 
Critério Quantitativo: A base de cálculo, no termos do art. 64 do CTN: 
I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, 
compreendendo o principal e os juros; 
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda 
nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; 
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: 
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; 
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, 
como determinar a lei; 
c) no pagamento ou resgate, o preço. 
 
- Quanto à alíquota: 
Nas operações de crédito e relativas a título e valores mobiliários: será a 
máxima de 1,5%, conforme art. 6 e 29 do Dec. 6306/07; 
 
Nas operações de câmbio e seguro: a alíquota máxima será de 25%, 
conforme art. 15 e 22 do Dec. 6306/07. 
Nas operações de ouro, enquanto ativo financeiro: a alíquota será de 1%. 
 
- INCIDE IOF SOBRE: 
 A alienação de bens salvados de sinistro (ADI 1.648) – constitui operação 
de seguros; não incide ICMS. 
 Operações de factoring. (ADI 1763) - é um negócio relativo a títulos e 
valores mobiliários. 
 O resultado de mútuo. (REsp 522294) 
 
- NÃO INCIDE IOF SOBRE: 
 Saques efetuados em caderneta de poupança. (Súmula nº 664 STF) 
 Depósitos judiciais (Súmula nº 185 do STJ) 
 
 
 
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G) IGF – IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS: Trata-se de imposto ainda não 
instituído pela União, porém de sua competência. Exige a criação por lei 
complementar. 
 
H) IMPOSTO EXTRAORDINÁRIO GUERRA: Somente instituído em caso de guerra 
externa ou sua iminência. Somente pode ser cobrado até 5 anos após 
finalizada a guerra. 
 
→ Existem 3 critérios para definir a competência tributária, critério da base 
econômica (prevalece para os impostos), critério da atividade estatal 
(prevalece para as taxas e contribuição de melhoria) e critério da finalidade 
(empréstimo compulsório e contribuições sociais).

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