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Otites: Causas e Tratamentos

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Staphylococcus epidermidis 87%
Corynebacterium sp 81%
Bacillus sp 16%
S. aureus 12%
Ausência de cerume (alto pH, elimina a barreira física)
Traumatismos
Supurações de OM (dermatite secundária)
Queimaduras
Corpos estranhos
Lavagens repetidas
Oclusão do canal (fones de ouvido)
Doenças dermatológicas (psoríase, dermatite atópica)
ATB tópico: gotas (gentamicina, neomicina, cloranfenicol
etc) com CE (hidrocortisona) por 7 a 10 dias
ATB sistêmico: cefalexina por 7 a 10 dias
Analgesia
Limpeza local
OTITES EXTERNAS
1.AGUDAS
A manutenção da flora típica e da integridade do CAE atuam
na prevenção da otite externa.
Principais componentes da flora típica
Fatores predisponentes
OE AGUDA DIFUSA
Etiologia: P. aeruginosa (38%); S. epidermidis (9,1%); S.
aureus (7,8%).
QC: unilateral em até 90% dos casos, prurido (precede a dor),
dor intensa, sensibilidade à palpação, hipoacusia, plenitude
auricular.
Tratamento
Orientações: proteção com algodão mais óleo; não nadar;
evitar uso de aparelho auditivo ou fones durante o quadro
agudo; não usar cotonetes.
Complicações: abscesso; pericondrite; OE maligna; parotidite;
OE aguda de repetição.
OE AGUDA LOCALIZADA
OE limitada a uma área do CAE, 1/3 externo, inflamação
unidade pilossebácea.
Etiologia: S. aureus.
QC: dor localizada, hipoacusia, adenopatia periauricular.
Tratamento
Drenagem de ponto de flutuação
ATB tópico: creme (gentamicina, neomicina,
cloranfenicol etc) com CE (hidrocortisona)
ATB sistêmico: cefalexina por 7 a 10 dias
Analgesia
Compressas secas mornas
Limpeza frequente e debridamento local (restaurar a
pele normal e promover a produção de cerume)
Agentes secativos e acidificantes
CE tópicos e queratolíticos
ATB tópicos durante exacerbações
Aspergillus niger - hifas de coloração enegrecida
Aspergillus flavus - hifas de coloração amarelada
C. albicans - hifas de coloração esbranquiçada
Correção de fatores predisponentes
Limpeza
Antifúngicos tópicos - líquido ou creme (nitrato de
miconazol, clotrimazol)
Proteção contra água, CAE aerado
2. OE CRÔNICA
Infecção e hipersensibilidade. Aumento da espessura da
pele do CAE, com ressecamento, debris e diminuição do
lúmen.
Etiologia: culturas negativas ou flora não patogênica.
QC: prurido intenso, desconforto, ressecamento,
hipoacusia, indolor.
Otoscopia: pele seca, hipertrófica, estenose parcial,
otorreia mucopurulenta quando infecção aguda
secundária à escoriação da pele.
Tratamento
3. OTOMICOSE
Aumento da umidade e calor no CAE, uso prévio de ATB de
longa data, imunossupressão, DM, cirurgias otológicas
prévias.
Etiologia: Aspergillus sp; Candida sp
QC: prurido, otalgia e otorreia (infecção bacteriana
secundária), hipoacusia e plenitude.
Otoscopia: micélios fúngicos e debris celulares, de cor
negra, amarelada, esbranquiçada, acinzentada.
1.
2.
3.
Tratamento
OTITES
Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
Higiene local
ATB tópico: infecção secundária
Antivirais: aciclovir por 10 dias
Corticosteroide VO
Macrolídeos VO 10 dias
Analgesia
Cefalexina
Analgesia
4. OTITE HERPÉTICA
Etiologia: Herpes zoster (VVZ).
Fatores imunodepressores.
QC: erupção cutânea unilateral, com vesículas, em área
dolorosa com base eritematosa, com posterior formação de
crostas.
Síndrome de Ramsay Hunt: NC VII, podendo se associar a NC
VIII (vírus latente no gânglio geniculado).
Tratamento
5. MIRINGITE BOLHOSA
Etiologia viral: Mycoplasma pneumoniae
QC: otalgia mais intensa, plenitude, hipoacusia, zumbido,
otorreia serossanguinolenta.
Otoscopia: vesículas ou bolhas hemorrágicas dolorosas na
porção óssea do CAE ou MT.
Tratamento
6. ERISIPELA DE PAVILHÃO
Secundária à OE aguda ou trauma.
Etiologia: S. aureus.
QC: edema da pele, congestão e aspecto áspero (casca de
laranja), manifestações sistêmicas (febre, calafrios e
taquicardia).
Tratamento
7. OE ECZEMATOSA
Eczema (pápulas eritematosas, com liquenificação) e prurido
intenso, acometimento da orelha associado ao da face e
pescoço.
História de rinite, asma. Diagnóstico: clínico, aumento de IgE
sérica, eosinofilia - atopias.
OTITES
Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
Idade - 6 e 11m; 4 e 5a
Bilaterais até os 2 anos
Unilaterais após os 2 anos
Sexo masculino
Streptococcus pneumoniae (34%)
Haemophilus influenza (30%)
Moraxella catarrhalis (15%)
Rinovírus
Adenovírus
Influenza
Parainfluenza
Vírus sincicial respiratório
OTITES MÉDIAS AGUDAS
A otite média é uma inflamação da orelha média,
independente de etiologia ou patogênese específicas.
Geralmente precipitada por quadros de IVAS que causam
edema da tuba auditiva, resultando em acúmulo de fluido
e muco na orelha média, secreção esta que se contamina
secundariamente por agente bacterianos.
NOTA: A inflamação da orelha média pode envolver
também outros três espaços pneumatizados: mastóide,
ápice petroso e células perilabirínticas.
Epidemiologia
Principais fatores envolvidos: disfunção da tuba auditiva
e do sistema ciliar, fatores imunológicos, alergias,
anomalias craniofaciais, alterações nasossinusais e
fissuras palatinas.
Bactérias
Vírus
QC: crianças maiores e adultos - otalgia, febre, disacusia,
plenitude aural. Crianças menores e bebês - levam mão ao
ouvido, febre, irritabilidade, hiporexia, diarreia.
Queixas: otalgia súbita após estado gripal que piora com a
deglutição ou o assoar do nariz, podendo ocorrer também
pulsações auriculares sincrônicas com os batimentos
cardíacos (Sinal de Scheibe) e equivale a um empiema da
caixa do tímpano.
A dor diminui à medida que diminui-se a pressão na orelha
média após perfuração da membrana timpânica.
Oral - amoxicilina 50-90mg/kg/dia por 10 dias
Intravenoso - ceftriaxone é uma opção.
Multifatorial e complexa
Mau funcionamento da tuba auditiva
Após quadro de OMAS e IVAS
Disfunção fisiológica da tuba auditiva mais imaturidade
fisiológica do sistema imunológico
Reação inflamatória - produção de líquido
Batimento ciliar para drenar o líquido
Tuba auditiva incapaz de aliviar a pressão negativa dentro
da cavidade timpânica e, em alguns casos, aumenta a
pressão negativa
Melhora com o crescimento
Otoscopia: membrana timpânica hiperemiada e abaulada.
Complicações intracranianas: meningite, empiema subdural,
abscesso cerebral, abscesso extradural, trombose de seio
sigmóide, hidrocéfalo ótico, sepse, choque séptico.
Complicações intratemporais: OMC, timpanosclerose,
ossiculopatia, mastoidite, abscesso subperiosteal, petrosite,
labirintite infecciosa, paralisia facial periféria, perda auditiva.
Tratamento
Antibioticoterapia
Sem remissão da febre em 48 a 72h: amoxicilina-ácido
clavulânico, cefaclor ou acetilcefuroxima.
Sintomáticos: analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios
não hormonais.
Timpanocentese e miringotomia é a incisão e a drenagem da
MT. Indicações: otalgia severa, toxemia severa, resposta
insatisfatória ao tratamento antimicrobiano, presença de
complicações de OMA. A perfuração tende a cicatrizar em 2 a
3 dias desde que a drenagem cesse.
OMAS recorrentes: miringotomia e colocação de tubo de
ventilação.
OTITE MÉDIA COM EFUSÃO
Fluido na orelha média na ausência de sinais ou sintomas de
infecção aguda.
Redução da mobilidade da membrana timpânica.
Barreira na condução sonora.
Patogênese
OTITES
Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
Observar por 3-6 meses
Estimulação da criança
Tto cirúrgico - timpanotomia para tubo de ventilação
Adenoidectomia não é recomendada como tto inicial
Tto medicamentoso
DM
Hipotireoidismo
Doenças consumptivas
Doenças auto-imunes
Granulomatoses
Diagnóstico: suspeita clínica, falta de atenção,
alterações comportamentais, TV com som alto, alteração
no desempenho escolar, atraso no desenvolvimento da
fala, ouvido tampado, episódios de reagudização de OMA.
Otoscopia: bolhas e secreção ou nível hidroaéreo.
Transparência reduzida da membrana timpânica,
secreção mucoide (glue ear), aumento da vascularização
radial na parte tensa da MT, retração timpânica, avaliação
auditiva.Tratamento
1.OTITE MÉDIA CRÔNICA
Processo inflamatório da mucosa da OM > 3m com
alterações teciduais irreversíveis, perfuração de MT,
associada ou não a otorreia, quadros inflamatórios
insidiosos, persistentes e destrutivos.
Pseudomonas aeruginosa (41,47%).
Etiopatogenia: fatores embriológicos e anatômicos.
Inflamação crônica: metaplasia (epitélio ciliado ->
mucoso), diminuição do clearance mucociliar e muco mais
espesso (mais proteínas).
Gravidade e evolução
Trauma - perfuração traumática de MT.
OMC SIMPLES
Forma mais comum de OMC.
QC: otorreia intermitente (fluido/mucoide; ausência >
2m), associada a IVAS/contaminação com água.
Exame físico: perfuração da MT; mucosa da OM seca,
edematosa, rósea e brilhante.
Exame de audiometria.
Clinico - gotas otológicas, proteção auricular, atb
sistêmico
Cirúrgico - timpanoplastia
Anomalias crânio-faciais
OMA recorrente
Disfunção tubária
Doenças sistêmicas (Granulomatose de Wegener)
Atb tópico e/ou sistêmico
Aspirações
Proteção auricular
Tratamento definitivo
Timpanomastoidectomia
Cavidade timpânica
Região tímpano-mastoídea
Pirâmide petrosa
Ângulo ponto cerebelar
Forame jugular
2/3 no QAS da MT
Tratamento
OMC SUPURATIVA
Fatores de risco
QC: otorreia persistente (amarelo-esverdeada; odor fétido).
Exame físico: perfuração grande, marginal com retrações,
erosão ossicular e mucosa OM edemaciada com tecido de
granulação e pólipos.
Audiometria: perda condutiva (lesão da cadeia ossicular;
perfuração maior), perda mista.
TC: mastoide ebúrnea e velamento de células mastoídeas.
Tratamento
Clínico
Cirúrgico
OMC COLESTEATOMATOSA
Lesão de tecido epidérmico e conjuntivo. Crescimento de pele
ectópico (OM).
Classificação - congênito ou adquirido.
Colesteatoma Congênito
Causado por restos embrionários de tecido epitelial na OM.
Locais de acometimento
QC: assintomático por anos, paralisia facial, perda auditiva,
vertigem.
OTITES
Amanda Vieira Sampaio - Medicina UFMA PHO
Massa esbranquiçada medial a MT normal
Pars flácida e tensa normais
Sem história prévia de otorreia ou perfurações
Sem cirurgias otológicas prévias
Episódios de OM prévia não excluem o diagnóstico
Retirada do tumor e cessar otorreia
Preservação/recuperação funcional auditiva
Mastoidectomia
Exame físico: massa esbranquiçada através da porção
anterior da MT, adjacente ao cabo do martelo.
Critérios diagnósticos
Colesteatoma adquirido
Primário: bolsas de retração atical.
Secundário: invaginação de tecido epidérmico do CAE ou
do epitélio que reveste a MT.
Hiperplasia basal: células epiteliais basais queratinizadas
da parte flácida que invadem espaço subepitelial e lâmina
própria, dando origem a colesteatoma atical.
QC: otorreia purulenta constante, odor característico
(ninho de rato), hipoacusia, zumbidos agudos, crises de
vertigem, dor, surdez súbita, PFP, meningite.
Audiometria: perda condutiva progressiva,
descontinuidade ossicular, perda neuro-sensorial
(passagem de toxinas bacterianas pela janela redonda).
TC: apagamento do esporão de Chaussé, erosão
ossicular, aumento do espaço de Prussak, cavidades
alargadas.
Tratamento Cirúrgico

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