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Otites ➔ Otite externa: Processo inflamatório de origem infecciosa. Causadores: Pseudomonas, Staphylococcus e Streptococcus. Fungos e vírus também podem causar. Fatores predisponentes: exposição à água, corpo estranho, cerume impactado, doenças dermatológicas. Diagnóstico: clínico. Queixas: ➔ dor ➔ secreção ➔ Plenitude aural (percepção de ouvido cheio). ➔ História de exposição prévia à água. ➔ Traumas do MAE. Exame físico: ➔ Eritema. ➔ edema da pele com possível otorréia. ❖ Se prurido intenso e micélios: FUNGO. otomicose ❖ Se vesículas e crostas: VÍRUS ❖ Se celulite e linfadenopatia: COMPLICAÇÃO. Conduta: Avaliar integridade da membrana timpânica. Diagnóstico diferencial: eczema, psoríase, queratose obliterante, colesteatoma de MEA e as neoplasias, que podem estar acompanhados de processos infecciosos. Tratamento: ➔ Bacteriana: retirada do toalete, remoção do cerume e células epiteliais, para depois iniciar gotas tópicas de antibiótico (não causam resistência pois não atingem a parte sistêmica, tratam de forma localizada) por 7 dias. Fluorquinolonas são as mais indicada (CIPROFLOXACINO) -Desvantagem: desconforto, e o risco do vestíbulo e a ototoxicidade, sobretudo se a membrana timpânica estiver perfurada. -Recomendações: proteger o meato durante o banho e suspender esportes aquáticos. ➔ Fúngica: o tratamento é mais prolongado, remove-se o micélio. Respondem bem a acidificação do meio (ácido acético). Raramente utilizam-se antifúngicos. *Miringite bolhosa:infecção viral, normalmente associada a infecção respiratória alta. Queixa-se de dor intensa, súbita,zumbido e plenitude, otorragia ➔ Otite Média Secretora: ● Problema de saúde pública ● Principal causa da perda auditiva nas crianças - do tipo condutivo (pode ser leve e moderada). Definição: persistência da secreção mucoide ou serosa na orelha média, com membrana timpânica íntegra. Pode ser considerada uma sequela decorrente da otite média aguda, pois após um processo infeccioso 70% das crianças podem evoluir com secreção da caixa timpânica nas primeiras semanas. Após 3 meses considera-se otite média por secreção crônica. Incidência: 6 meses a 1 ano, ocorrendo até 5 anos. Etiologia: Multifatorial ➔ Disfunção tubária ➔ Infecções virais ➔ Infecçòes bacterianas ➔ Infecções de trato respiratório alto ➔ Inflamação nasal ➔ Alergia e maior sensibilidade - alteração de mucosa com edema e secreção. ➔ Síndromes de imunodeficiência : IgA, IgG. ➔ Presença de tecido adenoidiano hipertrofiado - obstrução do óstio - acúmulo de bactérias. Etiologia: Situações normais a mucosa produz secreção que é drenada pelos cílios, que remove partículas indesejadas, da orelha média e da tuba auditiva. Alterações no muco e no equilíbrio de gases acabam gerando uma pressão negativa. Caso isso ocorra por muito tempo, ocorrerá fechamento da caixa timpânica produzindo então alterações histopatológicas teciduais, ocorrendo aumento de secreção e líquido proteico, aumentando a viscosidade glue, que são características encontradas nas otites secretoras. As infecções irão causar alterações importantes na tuba auditiva. Os principais responsáveis por isso são: ➔ Vírus respiratório sincicial. ➔ Rinovírus ➔ Adenovírus ➔ Coronavírus ❖ ↑ da incidência no outono e inverno. Principais bactérias associadas: ➔ Haemophilus influenzae. ➔ Moraxella catarrhalis ➔ Streptococcus pneumoniae ➔ Streptococcus pyogenes ➔ Staphylococcus aureus ➔ Escherichia coli ➔ klebsiella Quadro clínico: ➔ Dificuldade auditiva (leve/moderada). ➔ Estalos. ➔ Zumbidos. ➔ Plenitude. ➔ Desequilíbrio (às vezes). *interrogar os pais se a criança fala alto, se possui dificuldade de entendimento, desatenção, diminuição do rendimento escolar ou se a televisão está sempre com o volume aumentado. Diagnóstico: Inspeção externa Otoscopia: apresenta secreção ou bolhas visíveis através da membrana timpânica translúcida. Com efusão na fase mucóide: memb. opaca, espessada e com ↑ de vascularização. Presença de retração timpânica (otomicroscopia/otoendoscopia). Pneumotoscopia: avalia diminuição da mobilidade da memb. timpânica. (útil p/ diagnóstico). Timpanometria: Avaliar mobilidade da membrana e a função da tuba auditiva. Radiografia de cavum + nasofibroscopia: podem identificar tecido adenoideano obstruindo a tuba. presença de bolhas Secreção + memb. opaca Tratamento: praticamente assintomática, porém deve ser feito tratamento quando identificada. Dificuldade de determinar o fator causal. O tratamento se baseia em corrigir as alterações funcionais da ventilação. ➔ Corticóide ➔ Antibiótico profilático ➔ tratamento de infecções de vias aéreas (prevenção). ➔ Adenoidectomia. Caso não seja solucionado, alguns pacientes deverão fazer cirurgia. Colocação de tubo de ventilação. ➔ Otite Média Aguda: ● Mais frequentes na infância. ● Uma das principais causas de prescrição de antibióticos na criança. ● Pico de incidência: entre os 6 e 24 meses e entre os 4 e 7 anos. Quadro clínico: precedidos de infecção de via aérea superior. - História de otalgia súbita (rápida). - Febre. - Otorréia. - Prostração. - Inapetência. - Dificuldade para dormir. - Choro persistente. - Irritabilidade. - Saída de secreção pelo meato acústico externo. Durante a otoscopia a presença de secreção purulenta e hemato purulenta é indicativo de inflamação. Otoscopia: -presença de hiperemia + ↓translucidez por edema. -Miringite bolhosa. -S/ nível líquido retrotimpânico ou abaulamento de membrana = FECHA DIAGNÓSTICO. Em OMA supurada: m. timpânica perfurada (tratamento adequado faz cicatrização). *Hiperemia pode ocorrer por conta do choro Etiologia: apresenta diversas causas, entre elas: ➔ Sistema imunológico. (imaturidade) ➔ Infecções bacterianas e virais. ➔ Fatores anatomofisiológicos ➔ Alterações na tuba auditiva* ➔ Prejuízo de função tubária (hipotrofias musculares, hipertrofia adenoamidalianas, malformações). ➔ Exposição à fumaça e cigarro - inflamação de árvore brônquica - hipersecretividade da mucosa e ↓ do transporte ciliar. ➔ Convivência com outras crianças - troca de flora - ↑ da frequência de IVAs. * A tuba nas crianças é menor e mais horizontalizada - facilitação da migração de secreção e micro-organismos (nasofaringe). Mucosa respiratória da orelha média normalmente absorve os gases ali presentes causando uma diminuição pressórica, que é compensada pela abertura da tuba, porém se há problemas na tuba a orelha média entra em desequilíbrio e a partir disso gera-se um gradiente pressórico em direção a orelha média em que é aspirado o conteúdo da nasofaringe, caso esteja apresentando uma infecção ela será transportada para orelha média. Agentes - microbiologia: ➔ Streptococcus pneumoniae. ➔ Haemophilus influenzae. ➔ Moraxella catarrhalis. ➔ Staphylococcus aureus. Vírus: Sincicial respiratório e adenovírus. ● Conjuntivite purulenta:H. influenzae. ● Abaulamento/perfuração + febre alta: S. pneumoniae. ● Leucocitose + neutrófilos: S. pneumoniae. (é maior essa relação por meio desse agente etiológico). Complicações: Otite recorrentes (3 crises em 6 meses/ 4 ou > em 1 ano). Sequelas funcionais Complicações intracranianas ou intertemporais severas. ↪Streptococcus pyogenes. (quadros severos). - mastoidite. *Mastoidite: febre + dor retroauricular + toxemia (às vezes). EXAME FÍSICO: abaulamento retroauricular + apagamento do sulco entre o pavilhão e a mastoide. ↪S. pyogenes, P.aeruginosa e S. pneumoniae. Abscesso. Boa resolução em caso de internação hospitalar + corticóide + antibiótico endovenoso. →Tratamento: Quando e como tratar? olhar: idade, certeza diagnóstica e intensidade dos sintomas. OBSERVAR E REAVALIAR EM: >2 anos + diag, duvidoso ou certeza + dor e febre leves. 6 m e 2 anos + diag, duvidoso + sintomas leves. ANTIBIÓTICO: Casos que não sejam esses acima, já iniciar antibioticoterapia. *adotar protocolos caso seja possível a reavaliação do paciente. MEDICAÇÃO DE ESCOLHA: - Amoxicilina 50mg/kg/dia 2 a 3 x ao dia por 10 dias. Se paciente já tratou anteriormente/ OMA progressa: Associar: - Amoxicilina↑ dose. - Amoxicilina + clavulanato de potássio. - Amoxicilina + axetil-cefuroxima. Alérgicos às penicilinas: - Sulfametoxazol-trimetoprim - Macrolídeos - azitromicina e claritromicina. S/ criança não ingerir VO, usar ceftriaxona (cefalosporina) IM em dose diária por 3 dias. Falha terapêutica após 72 horas: - Amoxicilina-clavulanato. - Axetil-cefuroxima.. - Ceftriaxona (IM) caso o tratamento já contemplava as medicações acima. Se não houver melhora: meringotomia + antibiograma. →Tratamento preventivo:Vacinas ↪Vacina H. influenzae e S. Pneumoniae. ↪Antipneumocócica (4,6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23F). *Apresenta resolução espontânea em 81% dos casos onde avaliado é passado somente sintomáticos, e que serão reavaliados depois de 2 a 3 dias. ➔ Otite média crônica não colesteatomatosa: ● Processo inflamatório da orelha média a mais de 3 meses. ● Processo infeccioso ou não, ocupa foco ou generalizada a tuba auditiva, associado a uma alteração tecidual irreversível. ● Perfuração timpânica - irreversível, porém pode ter diversas outras alterações: granuloma de colesterol, tecido de granulação, e colesteatoma. ● Pode ocorrer também sem perfuração timpânica, em sua forma silenciosa. ● Associada a quadros inflamatórios mais insidiosos, persistentes e destrutivos sem possibilidade de restituição. ● Causa deficiência auditiva - afeta desenvolvimento da fala, linguagem, cognição e desempenho, além de ↑ potencial de complicações fatais. →Problema de saúde pública, ↑gastos. Presente principalmente no Alasca, países africanos e Inglaterra. →Considerada principal causa de perda auditiva nas crianças. →Classificações: As serosas e secretoras são processos intermediários na evolução da OMA e da OMC. As crônicas ainda podem se subdividir em: ↪Não supurativa, inclui perfurações permanentes de MT, longos períodos de aquiescência, assim como a OMC silenciosa (MT íntegra) e a OMC atelectásica (MT com retração). ↪Supurativa ou mucosite tubotimpânica crônica (perfuração de MT + otorréia persistente). Quadro clínico: Altera dependente da fase e o grau: →OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO COLESTEATOMATOSA: ↪NÃO SUPURATIVA: - Otorréia crônica intermitente há >3 meses. Secreção amarela, não fétida. - Raro manifestações de dor. - Períodos intercrises orelha se mantém seca ou livre de infecções. Otoscopia: perfuração de MT central, tamanho e forma variável, sem infecção ativa - CX TP pálida e fina. Hiperemia + edema - infecção recente. Perfuração central. ↪OMC NÃO SUPURATIVA ATELECTÁSICA: Otoscopia: diferentes graus de retração da MT, adere ossículos e ao promontório, pode ser otorreia ocasional. Retração de MT - OMC atelectásica ñ supurativa. →OTITE MÉDIA CRÔNICA NÃO COLESTEATOMATOSA: ↪SUPURATIVA: - Otorremia mucopurulenta longa duração, persistente, contínua, refratária ao tratamento. Otoscopia: Perfuração de MT amplas, marginais. Erosões ossiculares comuns, atingem a bigorna, martelo e estribo (ordem crescente). Mucosa da CX TP espessada e inflamada, às vezes invagina para o conduto auditivo externo - pólipos inflamatórios. ESTÁGIO MAIS AGRESSIVO. IVAs + contato com água + contaminações extras = PIORA DO QUADRO. AVALIAR: Orelha contralateral da mais afetada, normalmente encontra-se alterações permanentes na mesma. Diagnóstico: Anamnese + exame otorrinolaringológico + detalhamento das queixas nasais e doenças associadas + avaliação audiométrica completa. Normalmente revela: disacusia condutiva. Pode revelar: disacusia mista, por acometimento de orelha interna devido passagem de toxina via janela redonda. Grau de perda neurossensorial: idade do paciente + tempo de evolução + agressividade da doença. →Exames complementares ↪IMPEDANCIOMETRIA - pacientes com perfuração para avaliar a função tubária. ↪TC - ossos temporais (dúvida diagnóstica sobre colesteatoma). ****NUNCA MANIPULAR PÓLIPOS NO CANAL AUDITIVO EXTERNO (necessário exame de imagem antes) ↪RM - suspeita de complicação central - complemento a TC. Fatores desencadeantes: ↪OTITE MÉDIA AGUDA DE REPETIÇÃO - tratamento inadequado. ↪OTITE MÉDIA AGUDA NECROTIZANTE - Escarlatina, pneumonia, sarampo - perfuração pequena e com tecido de granulação ↪TRAUMA - Variação da pressão atmosférica (barotrauma). - Explosão - Corpo estranho. ↪INFECÇÃO OU INFLAMAÇÃO DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES - disfunção tubária. - obstrução do óstio nasofaríngeo Fatores associados: ↪LOCAIS: - anormalidades craniofaciais (tuba). - palato fendido - deformidades da maxila - deformidades base de crânio - deformidade nasal ou nasossinusal - obstrução nasal - rinites - rinossinusites crônicas - hipertrofia de adenoide - tumores nasais e nasofaríngeos - IOT - sondagem ↪Sistêmicos: - Imunodeficiência congênita ou adquirida - Deficiência de IgA seletiva - Imunodeficiência fisiológica por volta dos 3 anos pode contribuir. ↪Fatores sociodemográficos: - Desnutrição - Higiene - Baixa qualidade de vida ↪Microbiologia: gram - - Pseudomonas aeruginosa - Proteus mirabilis - Escherichia coli gram + - Staphylococcus aureus - Enterobacter Etiologia: Privação de O2 na fenda auditiva, secundária a disfunção tubária, é o fator mais importante na etiologia das otites médias. Fatores associados levam ao processo patológico e cronificação. Tratamento: - Controle clínico pré-operatório Remoção de resíduos epiteliais e secreções + gotas otológicas agente adificantes + antibióticos c/ ou s/ corticosteróides - 7 a 14 dias. - Tratamento cirúrgico Timpanoplastia (reconstrução tímpano ossicular - perfuração MT há 3 meses). Tímpanomastoidectomia fechada. - Acompanhamento pós-operatório. ➔ Otite Média Crônica Colesteatomatosa: ● Colesteatoma: acúmulo de queratina esfoliada dentro da orelha média. ● Aspecto de cisto perolado, com agressividade local importante. ● Pode causar destruição ossicular ou de partes do osso temporal. ● Termos: queratoma epidermoide e margaritoma. Classificação: Congênitos ou adquiridos. Congênitos: presentes desde o nascimento, tumoração perolácea medialmente a uma MT intacta, sem alterações. Podem ser encontradas nos locais do osso temporal: - Tímpano mastóideo. - Ápice petroso - Ângulo pontocerebelar - Forame jugular - Intratimpânico Adquiridos: primários ou secundários. Primários: originam-se a partir da retração timpânica, porção flácida, sem antecedentes de otite média. Secundários: relacionados às otites médias crônicas, como perfuração marginal da MT, migração epitelial ou metaplasia epitelial.
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