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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FICHAMENTO DISCIPLINA: COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL ALUNO: JEFFERSON KENNYS 478858 Conflito e negociação Podemos definir conflito, portanto, como um processo que tem inicio quando uma das partes percebe que a outra parte afeta, ou pode afetar de modo negativo, algo ma coisa que ela considera importante.' Trata-se da visão tradicional. Segundo outra escola, adepta da visão de relações humanas, o conflito constitui uma decorrência natural e inevitável em qualquer grupo. Não e necessariamente ruim e pode até ter o potencial de se converter em força positiva na determinação do desempenho. A terceira e mais recente perspectiva não apenas propõe que o conflito pode ser uma força positiva, como defende abertamente a tese de que é absolutamente necessário para o desempenho eficaz de um grupo. Chamamos essa abordagem de interacionista. Vamos examinar em detalhes cada uma delas. A abordagem mais antiga classifica todo conflito como ruim. Considerado contra- producente, era usado como sinônimo de violência, destruição e irracionalidade para reforçar o aspecto negativo. Essa conceituação certamente consiste em uma abordagem simplista do comportamento das pessoas que criam desentendimentos. Como deve ser evitado, precisamos apenas prestar atenção naquilo que gera o conflito e corrigir as distorções, de modo a melhorar o desempenho do grupo e da organização. Segundo a conceituação de relações humanas, o conflito é uma ocorrência natural nos grupos e nas organizações. Por ser inevitável, essa escola defende que devemos aceitá-lo. Os seguidores dessa abordagem racionalizam sua existência: ele não pode ser eliminado e há ocasiões em que pode até ser benéfico para o desempenho do grupo. A visão de relações humanas dominou a teoria sobre conflitos do final dos anos 1940 até a metade da década de 1970. A visão adotada atualmente é a interacionista. Enquanto a abordagem de relações humanas aceita o conflito, a interacionista o encoraja, por acreditar que um grupo harmonioso, pacífico, tranquilo e cooperativo está na iminência de tornar-se estático, apático, incapaz de responder à necessidade de mudança e inovação. A principal contribuição dessa abordagem, portanto, é encorajar os a grupo ativo, autocrítico e criativo de contestação - o suficiente para manter o grupo ativo, autocrítico e criativo. O conflito de tarefa está relacionado com o conteúdo e os objetivos do trabalho; o de relacionamento, às relações interpessoais; e o de processo, à maneira como o trabalho é realizado. Comunicação A fonte da comunicação representa as forcas opostas que surgem das dificuldades semânticas, dos erros de interpretação e do ruído nos canais de comunicação. Estrutura o termo estrutura é utilizado, neste contexto, para designar variáveis como dimensão, especialização e padronização das tarefas delegadas aos membros do tipo, além de heterogeneidade, estilos de liderança, sistemas de recompensa e o grau ate dependência entre os grupos. Variáveis pessoais As variáveis mais importantes são o sistema de valores que cada um possui, bem como as idiossincrasias e diferenças individuais. Determinados tipos de personalidade - por exemplo, indivíduos muito autoritários, dogmáticos ou com baixa auto-estima - tendem a causar conflitos. Quando definimos conflito, mencionamos que a percepção é necessária. Uma ou mais partes envolvidas precisam estar conscientes da existência das condições antecedentes. Contudo, o fato de um conflito ser percebido não significa que será personalizado. Você pode ter consciência de que está em desacordo com um colega de trabalho, mas isso pode não deixá-lo particularmente tenso ou ansioso, nem afetar a afeição que sente por ele. E no nível do sentimento, quando há envolvimento emocional, que as partes experimentam ansiedade, tensão, frustração ou hostilidade. O terceiro estágio do processo de conflito ocorre quando uma das partes inicia uma ação que frustra a consecução do objetivo perseguido pela outra parte ou prejudica seus interesses. Essa ação precisa ser intencional, ou seja, deve se constituir em um esforço manifesto de frustrar o outro. É nesse estágio que se manifesta à maioria dos comportamentos de administração dos conflitos. Competição quando uma pessoa busca a satisfação dos próprios interesses, independentemente do impacto que isso exerce sobre as outras partes envolvidas no conflito, ela compete e domina. Nos grupos formais ou nas organizações, as lutas pela vitória costumam utilizar a autoridade formal de um superior em comum como força dominante e a própria base de poder para tentar vencer a disputa. Colaboração Quando as partes conflitantes desejam satisfazer os interesses de ambas, temos uma situação de cooperação e de busca de resultados mutuamente benéficos. Na colaboração, o comportamento dos envolvidos visa solucionar o problema e esclarecer as diferenças, em vez de acomodar diversos pontos de vista. Não-enfrentamento Pode-se reconhecer a existência do conflito, porém negá-lo por meio da fuga ou da tentativa de suprimi-lo. A indiferença ou o desejo de evitar a demonstração explícita de um desacordo pode conduzir a uma retirada estratégica: as partes concordam com a separação física e cada uma fica no próprio território. Acomodação quando uma das partes procura apaziguar o oponente. pode estar disposta a colocar os interesses do outro em primeiro lugar. em outras palavras, para manter o relacionamento, um dos envolvidos é capaz de se sacrificar. Esse comportamento é chamado de acomodação. Concessão Quando as partes em conflito abrem mão de alguma coisa, temos o compartilhamento, que pode conduzir a um resultado de compromisso. Na intenção de conceder, não há exatamente vencedores e vencidos; há uma disposição de racionar o objeto da divergência ou, quando este não for divisível, uma parte recompensa a outra abrindo mão de algo de valor similar. Conseqüências funcionais De que maneira o conflito pode melhorar o desempenho do grupo? É difícil visualizar uma situação em que a agressividade explícita ou violenta possa ser funcional. Mas existem inúmeros exemplos de situações em que níveis baixos ou moderados de divergência podem melhorar a eficácia do grupo. Podemos considerar o conflito construtivo quando ele melhora a qualidade das decisões, estimula a criatividade e a inovação, encoraja o interesse e a curiosidade dos membros do grupo, oferece um meio para o arejamento dos problemas e a liberação das tensões e fomenta um ambiente de auto-avaliação e de mudanças. De acordo com as evidências, o confronto pode melhorar a qualidade do processo de tomada de decisão por permitir que todos os pontos sejam avaliados, sobretudo aqueles incomuns ou defendidos por minorias. Conflitos disfuncionais as consequências destrutivas dos conflitos sobre o desempenho de um grupo ou de uma organização são bastante conhecidas. Consideremos este resumo: a oposição descontrolada leva ao descontentamento, que contribui para a dissolução dos laços comuns, o que acaba causando a destruição do grupo. Um componente comum nas organizações que conseguem criar com sucesso conflitos funcionais é que elas recompensam os dissidentes e punem aqueles que evitam a divergência. O verdadeiro desafio para os administradores, no entanto, é ouvir o que não querem. As notícias podem fazer seu sangue ferver ou suas esperanças desmoronarem, mas eles não podem demonstrar o que sentem. Precisam aprender a assimilar as más notícias sem vacilar. Vamos definir negociação como o processo pelo qual duas ou mais partes trocam bens ou serviços e Buscam um acordo sobre as vantagens dessa troca para elas. Barganha distributiva você lê, em um jornal, o anúncio de um carro usado. parece ce ser exatamente o que procura e vai vê-lo. Está em ótimas condições, e você quer ficar com ele. Barganha interativa Um representante de vendas de uma confecção de roupasesportivas femininas fecha um contrato de 15 mil dólares com um pequeno varejista. O representante envia o pedido para o departamento de crédito de sua empresa. Escalada irracional do comprometimento. As pessoas se atém a um curso de ação previamente selecionado, apesar de a análise racional não recomendar tal procedimento. Essa persistência na direção errada demanda altos custos de tempo, energia e dinheiro. O tempo e o dinheiro investidos tornam-se "custos histórico ", isto é, não podem ser recuperados e não devem ser considerados na seleção de futuros cursos de ação. O mito do montante fixo. As partes envolvidas em uma barganha presumem que o ganho de uma tem que estar, necessariamente, vinculado à perda da outra. Como vimos na barganha integrativa, nem sempre esse é o caso. Com frequência, existem soluções do tipo ganha-ganha. Ao assumirmos uma situação de soma-zero, deixamos de lado oportunidades de encontrar alternativas que permitam vitórias múltiplas. Ancoragem e ajustes. As pessoas apresentam a tendência de fixar seus julgamentos em informações irrelevantes, como uma oferta inicial. São muitos os fatores que influenciam as posições iniciais assumidas no começo de uma negociação, Quase sempre não importam nem um pouco. O negociador eficaz não permite que uma âncora inicial minimize a quantidade de informações e a profundidade da análise que ele utilizará para avaliar a situação, nem dá muita importância às ofertas iniciais do oponente. Quadro de referência. Em geral, a maneira como as informações são apresentadas exerce demasiada influência. Por exemplo, em uma negociação trabalhista, digamos que seus funcionários estejam recebendo 15 dólares por hora e o sindicato reivindique um aumento de 4 dólares. Você está preparado para chegar aos 17 dó-lares. A resposta do negociador sindical será diferente se você conseguir configurar os dois dólares de aumento como ganho (em comparação com o salário atual), e não como perda (em comparação com a demanda original do sindicato). Disponibilidade das informações. Não raro, os negociadores se apóiam em in formações disponíveis de imediato e acabam ignorando dados mais relevantes. Fatos e eventos que ocorrem com frequência são lembrados com mais facilidade = eles ficam "disponíveis" na memória. Da mesma maneira, é fácil lembrar ou imaginar eventos marcantes. As informações que são facilmente re. memoradas, por serem familiares ou por terem deixado forte impressão, podem ser interpretadas como fidedignas quando não são. Os negociadores eficazes aprendem a distinguir o que é emocionalmente familiar daquilo que é relevante e digno de crédito. Superconfiança. Os vieses aqui apresentados podem se combinar e exacerbara confiança de uma pessoa em sua capacidade de julgamento e escolha. Quando adotam certas expectativas e convicções, as pessoas tendem a ignorar qualquer informação que possa contradizê-las. Em decorrência disso, os negociadores costumam ser superconfiantes, o que pode reduzir a motivação para a concessão. Levar em conta as sugestões de um consultor qualificado ou buscar una avaliação objetiva sobre sua posição por um observador neutro são duas manei- ms de minimizar tal tendencia. O papel dos traços de personalidade na negociação Você seria capaz de prever as táticas de negociação de seu oponente, se soubesse alguma coisa sobre a personalidade dele? E tentador dar um "sim" como resposta. Por exemplo, poderíamos supor que as pessoas propensas a correr mais riscos sejam negociadoras mais agressivas, dispostas a menos concessões. Na verdade, as evidências não corroboram essa intuição. Diferenças de estilo de negociação entre homens e mulheres Homens e mulheres negociam de maneiras diferentes? O sexo influencia o resultado das negociações? Tudo indica que a resposta para a primeira pergunta é não." Já a resposta para a segunda é, sem dúvida, sim. Um estereotipo comum define as mulheres como mais cooperativas, agradáveis e voltadas para o relacionamento nas negociações, se comparadas aos homens. Diferenças culturais nas negociações Embora não tenha sido detectada uma relação direta significativa entre a personalidade de uma pessoa e o estilo de negociação, o histórico cultural parece ser relevante. Os estilos de negociação variam claramente de acordo com a cultura do país de origem.? Os franceses gostam do conflito. Frequentemente constroem sua reputação e são reconhecidos por pensar e agir contra a outra parte envolvida. Em consequência, levam muito tempo para negociar seus acordos e não se mostram muito preocupados com o fato de os oponentes gostarem ou não deles. É possível uma pessoa manter altos padrões éticos ao mesmo tempo em que precisa negociar diariamente com chefes, colegas, subordinados e pessoas de outras empresas? Provavelmente todos concordam que é errado mentir descaradamente durante uma negociação. Pelo menos os mais éticos concordam. O grande dilema são as pequenas mentiras - as omissões, evasivas e ocultações frequentemente necessárias para se vencer o oponente. Durante uma negociação, quando uma mentira é uma mentira? Estamos mentindo quanto exageramos qualidades, minimizamos problemas, ocultamos falhas ou afirmamos não saber algo que na verdade sabemos? Quando dizemos: "esta é a minha última oferta ", só para pressionar? Quando fingimos alguma concessão já pré- calculada? Nenhuma dessas práticas costuma ser considerada como mentira, mas sim como uma amostra dos talentos do negociador. Pesquise seu oponente. Consiga o máximo possível de informações sobre as metas e os interesses de seu oponente. Que interesses ele precisa defender? Qual é a estratégia de que se utiliza? Pesos informações podem ajudá-lo a compreender o comportamento do oponente, prever as respostas que dará às ofertas e montar um quadro de referência para as soluções que englobem os interesses dele. Comece com uma postura aberta. Os estudos sobre negociação indicam que as concessões tendem a ser recíprocas e conduzem a acordos. Dessa forma, comece a barganha com uma postura aberta - talvez uma pequena concessão - e responda com reciprocidade onde as concessões de seu oponente. Enfoque os problemas. não as pessoas. Concentre-se nos aspectos da negociação e não nas características pessoais do oponente. Se a negociação ficar difícil, evite atacá-lo. São as idéias e posições que a outra parte defende que devem ser enfrentadas, e não pessoalmente. Separe o problema da pessoa; não personalize as diferenças. Não de muita atenção às ofertas iniciais. Encare uma oferta inicial apenas como um ponto de partida. Todos necessitam de uma posição inicial. Em geral, elas são extrema. das e idealistas e devem ser tratadas como tal. Enfatize soluções do tipo ganha-ganha. Se as condições permitirem, busque uma solução integrativa. Desenvolva opções que atendam aos interesses do seu oponente e procure soluções que possam fazer com que ambos sejam considerados vitoriosos. Crie um clima de abertura e confiança. Os negociadores mais tarimbados são melhores ouvintes, fazem mais perguntas, focam seus argumentos de maneira mais direta, não são defensivos e sabem evitar palavras e frases capazes de irritar o oponente (por exemplo "oferta generosa", "preço justo", "acordo razoável"). Em outras palavras, sabem criar o clima de abertura e confiança necessário para chegar a um acordo integrativo.
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