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DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ITU - TUT 04 Term� desconhecid�: → Calç� d� gan�: Calça� justa�/ape�tada�? ⏩ 01: CONCEITUAR E CLASSIFICAR A ITU ● O termo infecção do trato urinário (ITU) é bastante amplo e abriga desde a infecção assintomática da urina até as infecções sintomáticas com invasão tecidual pelos microrganismos e inflamação das estruturas do trato urinário; ● O processo infeccioso pode envolver rins, pelve renal, ureteres, bexiga e uretra, bem como as estruturas adjacentes, fáscia perinefrética, próstata e epidídimo; ● As bactérias são a causa mais comum das infecções urinárias, porém fungos e vírus também podem estar envolvidos; ● Podem ser classificadas em: ○ BAIXA: Ocorre o envolvimento da bexiga, próstata e da uretra; ○ ALTA: Ocorre o envolvimento dos rins; ○ COMPLICADAS: Infecção do trato urinário com repercussões sistêmicas, que está associada a algumas condições pré-existentes do indivíduo que podem resultar em maior dificuldade no tratamento, como anormalidades urológicas subjacentes (nefrolitíase, estenoses, obstruções, etc.) e doenças sistêmicas; (relacionadas a litíase urinária, cateteres e sondas urinárias, estenose de ureter ou uretra, tumores do trato urinário, obstrução da junção ureteropiélica ou ureterovesical); ○ NÃO COMPLICADAS: É um episódio de infecção bacteriana nas mucosa uretral e vesical na ausência de doença do trato superior. Sequelas são raras; (Apresentam-se como cistite, cujo sintomas são:disúria, polaciúria e urgência miccional); ○ ASSOCIADA A CATETER: Se refere àquela que ocorre em pessoas em uso de cateterismo do trato urinário ou que tenha feito uso de cateter nas últimas 48h; ○ BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA: ITU baixa e alta, simultaneamente, sem sintomas; DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ○ RECORRENTE: São definidas como 2 ou mais infecções durante os últimos 6 meses ou 3 ou mais infecções no último ano; ○ OUTROS: Aguda, crônica, comunitária e hospitalar; ⏩ 02: ENTENDER A EPIDEMIOLOGIA, ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA DA ITU ➔ EPIDEMIOLOGIA e FATORES DE RISCO: ◆ 2ª infecção mais diagnosticada na população em geral; ◆ Predomínio no sexo femino, exceto nos extremos das idades (IDOSO|CRIANÇA); ◆ AUMENTAM O RISCO: episódios prévios de cistite, ato sexual, espermicidas, gestação e número de paridades, DM, má higiene e obesidade, cateterismo vesical prolongado, em homossexuais: a prática de sexo anal desprotegido e PVHIV ; ● EM HOMENS: HPB, qualquer obstrução em homens > 50 anos, divertículos vesicais, comprometimento cognitivo; ➔ ETIOLOGIAS: ◆ Nas ITU não sexualmente transmissível, adquiridas na comunidade: ● Escherichia coli (80% dos casos), Proteus spp., Klebsiella spp. e Enterococcus faecalis; ◆ Nas ITU adquiridas no hospital, em pacientes internados: ● Proteus spp., Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Enterococcus faecalis e de fungos (40%), com destaque para Candida spp, além de reduzir a frequência de E. coli (50% dos casos); ◆ Nas ITU sexualmente transmissíveis: ● Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum (causando uretrite) e Staphylococcus saprophyticus (causando cistite); DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ➔ FISIOPATOLOGIA: ◆ Há duas possíveis rotas por meio das quais os microrganismos podem invadir o trato urinário: ● Via ascendente: os bacilos e outros microrganismos presentes no TGI, colonizam a uretra distal e entram na bexiga se estabelecendo quando as condições são favoráveis; ● Via hematogênica: é menos comum. Pode ser causado por êmbolos sépticos, particularmente nas endocardites infecciosas. As bacteriemias estafilocócicas podem causar múltiplos microabscessos nos rins, podendo estender-se à fáscia perinefrética e causar abscessos; ◆ A adesão de organismos na bexiga ou no rim ativa a resposta imune inata, levando à liberação de citocinas, particularmente da IL-6 e IL-8, com mobilização dos leucócitos. Isto resulta em piúria e sintomas locais ou sistêmicos, incluindo febre em pacientes com pielonefrite; ◆ Fatores relacionados ao hospedeiro são determinantes no estabelecimento das infecções urinárias; entre eles o fluxo de urina, os fatores físico-químicos, como a osmolaridade, o pH e a presença de ácidos orgânicos, as glicoproteínas que bloqueiam a aderência das bactérias à mucosa (proteína de Tamm Horsfall – THO) e a resposta imune, incluindo imunoglobulinas, leucócitos e citoquinas e a ação antibacteriana das secreções prostáticas; ⏩ 03: COMPREENDER O QUADRO CLÍNICO, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA ITU: ❖ QUADRO CLÍNICO: ➢ CISTITE ■ Polaciúria, disúria, desconforto suprapúbico, urina turva e, ocasionalmente, hematúria macroscópica; ■ Esses sintomas são causados pelo processo inflamatório da mucosa da bexiga e da uretra causada pela invasão bacteriana; DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ➢ PIELONEFRITE ■ febre com ou sem calafrios, dor lombar e dor à punho-percussão da região lombar (sinal de Giordano), náuseas e vômitos, acompanhada por sintomas de cistite; ➢ PACIENTES CATETERIZADOS ■ geralmente não apresentam sintomas de cistite, porém dor lombar e febre podem ocorrer quando ocorre pielonefrite; ★ A pielonefrite geralmente não leva a alterações da função renal, exceto uma diminuição temporária na capacidade de concentrar a urina devido a um aumento das prostaglandinas induzido pela infecção. ❖ DIAGNÓSTICO: ➢ A avaliação diagnóstica deve se iniciar com história clínica e exame físico detalhado, para excluir alterações anatômicas e infecções vaginais; ➢ É importante citar causas não infecciosas que fazem sintomas parecidos, como cistite por radioterapia pélvica, quimioterápicos (ciclofosfamida), carcinoma de bexiga, cistite intersticial, distúrbios da micção e distúrbios psicossomáticos; ➢ A pielonefrite deve ser diferenciada de doenças agudas intra-abdominais, como apendicite, colecistite, pancreatite e diverticulite; ➔ LABORATORIAL: ◆ Amostra de urina para cultura: ◆ O teste mais comum é de detecção de nitritos que é formado quando a bactéria reduz o nitrato que normalmente está presente na urina; DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ◆ A presença de piúria (leucocitúria) é o achado clássico tanto em pacientes com ITU baixa ou pielonefrite; ◆ Urocultura: ◆ O exame que fornecerá o agente etiológico causador da infecção e orientará o profissional quanto a melhor conduta terapêutica; ◆ É confirmada pelo crescimento bacteriano de pelo menos 100.000 unidades formadoras de colônias por ml (ufc/ml); ◆ Antibiograma - Teste de Sensibilidade In Vitro a Antimicrobianos (TSA) ◆ Trata-se de um exame complementar à cultura da urina. Está, sobretudo, indicado nas situações de pielonefrites e nas infecções urinárias hospitalares e nas cistites complicadas, quando o risco de insucesso da terapia empírica aumenta; ◆ Fornecerá os antimicrobianos potencialmente úteis a serem prescritos; ◆ Hemocultura: ◆ Exame destinado aos casos de pielonefrite em que houver sinais de gravidade e a necessidade de internação hospitalar; ◆ Sua positividade, nessa infecção indica risco aumentado de sepse, sugerindo uma potencial gravidade; ◆ Exames de Imagem: ◆ Exames de Imagem não estão indicadas no atendimento inicial de pacientes com suspeita de ITU na atenção básica e devem ser reservadas para a investigação de casos de ITU de repetição em mulheres, ITU em homens e naquelas situações em que existe a suspeita de alterações anatômicas ou funcionais no trato urinário; DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ❖ TRATAMENTO INESPECÍFICO: ➢ HIDRATAÇÃO: o frequente esvaziamento da bexiga com infecção leva a uma rápida diminuição da contagem de bactérias na urina e também a uma diminuição da hipertonicidade medular do rim, o que facilita a migração leucocitária para medula renal, assim como diminui a concentração de amônia, mantendo maiores níveis de complemento no sítio de infecção; ➢ AJUSTE DE PH URINÁRIO: A ideia seria manter o pH urinário menor que 5,5. Para isso, tem-se orientado aumento de ingestão de sucos de frutas cítricas, ácido ascórbico e metionina (não disponível no Brasil),assim como diminuir a ingesta de leite e de bicarbonato de sódio; ➢ ANALGÉSICOS: Analgésicos sistêmicos são utilizados quando há dor associada à flancos ou disúria severa; ❖ TRATAMENTO ESPECÍFICO: ➔ CISTITE: ◆ A primeira escolha é o uso de sulfametoxazol-trimetoprim (SMX-TMP), mas deve ser evitado em regiões com taxa de resistência acima de 20%. Outros antibióticos de primeira escolha incluem: fosfomicina, nitrofurantoína, pivmecilinam; ◆ As fluoroquinolonas devem ser usadas apenas quando outros antibióticos não são adequados em função da resistência crescente ou de seu papel no surgimento de surtos nosocomiais de infecção por Clostridium difficile. Os antimicrobianos β-lactâmicos são cerca de 10% menos eficazes do que os agentes de primeira linha; ➔ PIELONEFRITE: ◆ As fluoroquinolonas são os agentes de primeira escolha para o tratamento da pielonefrite aguda não complicada. Após o tratamento inicial com um fármaco por via parenteral, a transição para o tratamento oral é normalmente possível dentro de 24 a 48 horas, se o paciente tiver melhorado clinicamente. A duração recomendada de tratamento é de 7 a 14 dias; DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ➔ ITU EM GESTANTES: ◆ Recomenda-se o tratamento com nitrofurantoína, ampicilina e cefalosporinas, em dose habitual por sete dias, OU fosfomicina em dose única, pois são consideradas relativamente seguras no início da gestação; ➔ BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA: ◆ Não requer tratamento em adultos saudáveis sem alteração obstrutiva ou estrutural das vias urinárias. Somente gestantes, crianças, pacientes que serão submetidos a procedimentos urológicos, incluindo litotripsia, e transplantados renais deverão ser tratados; DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ❖ PREVENÇÃO: ■ Destacam-se mudanças comportamentais e uso de imunomoduladores ou de antibioticoprofilaxia; ■ Adequar ingesta hídrica, micção pós-coito, enxugar de frente para trás após defecar, evitar ducha vaginal e uso de roupa íntima oclusiva; ■ Uso de estrogênio vaginal para as mulheres na menopausa; → LONGA DURAÇÃO: 6 meses DANILO ALMEIDA P5 UNIT-AL ⏩ 04: ELUCIDAR O MECANISMO DE AÇÃO DO NORFLOXACINO, AMOXICILINA E DO CLAVULANATO: ➔ NORFLOXACINO: ◆ É um antibiótico inibidor da síntese de parede celular, uma quinolona de 2ª geração. Seu mecanismo de ação consiste em impedir a replicação do DNA das bactérias pela inibição da Topoisomerase II (gram -) e IV (gram +); ◆ Útil em bactérias atípicas, possui grande espectro para gram +; ➔ AMOXICILINA: ◆ É um antibiótico inibidor da parede celular, Beta lactâmico, uma aminopenicilina; ◆ O mecanismo de ação consiste em se ligar as PBP´s das bactérias e inibir a transpeptidação, criando poros; ◆ Boa para Gram + e -; ➔ CLAVULANATO: ◆ É uma substância que inibe a beta-lactamase, impedindo que as bactérias produtoras desta enzima inativem a amoxicilina. Portanto, a adição do clavulanato à amoxicilina aumenta o seu espectro de ação, tornando-o eficaz contra uma diversidade maior de bactérias; Referência�: FINOTTI, M. et al. DIRETORIA DA FEBRASGO. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://sogirgs.org.br/area-do-associado/Infeccao-do-trato-urinario-2021.pdf>. SCHRIER, R. W. Manual de nefrologia. [s.l.] Thieme Revinter Publicações LTDA, 2018. VERONESI, R.; FOCACCIA, R.; AL, E. Tratado de infectologia. São Paulo (Sp): Atheneu, 2009. https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Infec%C3%A7%C3 %A3o_do_Trato_Urin%C3%A1rio_Para_Consulta_Publica.pdf https://sogirgs.org.br/area-do-associado/Infeccao-do-trato-urinario-2021.pdf https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Infec%C3%A7%C3%A3o_do_Trato_Urin%C3%A1rio_Para_Consulta_Publica.pdf https://saude.es.gov.br/Media/sesa/Consulta%20P%C3%BAblica/Infec%C3%A7%C3%A3o_do_Trato_Urin%C3%A1rio_Para_Consulta_Publica.pdf
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