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Prévia do material em texto

Espanhola
Prof.ª Claci Inês Schneider
Prof.a Gabriela Marçal Nunes
Prof.a Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo
Cultura dos paísEs 
dE língua
Indaial – 2020
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.a Claci Inês Schneider
Prof.a Gabriela Marçal Nunes
Prof.a Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo
Copyright © UNIASSELVI 2020
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
S358c
Schneider, Claci Inês
Cultura dos países de língua espanhola. / Claci Inês Schneider; 
Gabriela Marçal Nunes; Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
193 p.; il.
ISBN 978-65-5663-099-1
1. História da Espanha. - Brasil. 2. Cultura das regiões hispânicas. 
– Brasil. I. Schneider, Claci Inês. II. Nunes, Gabriela Marçal. III. Policarpo, 
Kadhiny Mendonça de Souza. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 460.7
Somos parte de uma sociedade e, como tal, somos seres 
culturais, pois a cultura faz parte de nossas vidas. Em cada ato, em 
cada costume, em cada prato servido, em cada música, em cada 
passo de dança. Respiramos cultura. Cada povo, cada cidade tem sua 
própria cultura, e a história, as origens de cada região têm muito a ver 
com a cultura que se formou no local. 
O livro de Cultura dos Países de Língua Espanhola foi pensado para proporcionar 
uma breve reflexão sobre as raízes culturais dos países que falam espanhol, alguns 
hábitos culturais e considerações sobre a cultura e o ensino de línguas.
Na Unidade 1 do livro faremos um breve recorrido sobre termos relacionados 
à cultura a fim de compreender do que se trata efetivamente o termo estudado, assim 
como sobre a história da Espanha, da América e da Guiné Equatorial, países que tem o 
espanhol como língua oficial. Também propomos uma reflexão sobre a cultura na escola 
e aspectos que devem ser considerados pelos professores e pela comunidade escolar 
em geral.
Na Unidade 2 nos aprofundaremos mais em diferentes aspectos da cultura 
como folclores, música, dança, gastronomia, costumes, aspectos religiosos, festas 
etc. de diferentes regiões hispânicas. Na Unidade 3, por fim, falaremos de literatura, 
arquitetura, medicina, religião, patrimônios culturais e a cultura em sala de aula.
Há muito por estudar, desejamos que as propostas aqui apresentadas sejam 
úteis para a construção de seu conhecimento e de suas reflexões enquanto futuro 
docente. O tema que estamos estudando é bastante amplo e merece nossa atenção e 
dedicação, por isso, mãos à obra!
Um grande abraço!
Prof.a Claci Inês Schneider
Prof.a Gabriela Marçal Nunes
Prof.a Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — CULTURA ...........................................................................................1
TÓPICO 1 — CULTURA ............................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CULTURA POPULAR ............................................................................................ 7
2.1 DANÇA .................................................................................................................................... 8
2.2 GASTRONOMIA ...................................................................................................................10
2.3 MÚSICA ................................................................................................................................13
2.4 CINEMA ................................................................................................................................13
2.5 ARTES E LITERATURA .......................................................................................................14
3 CULTURA DE MASSA ......................................................................................... 15
4 CULTURA ERUDITA ............................................................................................ 16
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 19
TÓPICO 2 — FORMAÇÃO CULTURAL .................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 21
2 ESPANHA ............................................................................................................ 21
2.1 PRIMEIROS HABITANTES .................................................................................................22
2.2 PRIMEIROS HABITANTES DA AMÉRICA ...................................................................... 26
2.2.1 Os Astecas ...................................................................................................................27
2.2.2 Os Maias .....................................................................................................................28
2.2.3 Os Incas ..................................................................................................................... 29
2.2.4 Imigração Europeia para América do Sul no Pós-Colonialismo ...................31
2.2.5 Nações Hispânicas e Seus Símbolos.................................................................. 33
3 PAÍSES DA LÍNGUA ESPANHOLA ......................................................................33
3.1 PORTO RICO ........................................................................................................................34
3.2 EQUADOR ............................................................................................................................34
3.3 O ESPANHOL NA ÁFRICA – GUINÉ EQUATORIAL ......................................................34
4 HINOS E BANDEIRAS .........................................................................................36
5 CULTURA HISPÂNICA ........................................................................................38
5.1 CURIOSIDADES DA ESPANHA ........................................................................................38
5.2 CURIOSIDADES DE HISPANO-AMÉRICA ..................................................................... 39
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................42
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................43
TÓPICO 3 — CULTURA E EDUCAÇÃO ...................................................................45
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................45
2 CULTURA E EDUCAÇÃO .....................................................................................49
3 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA ESCOLA ...................................................... 51
4 A PRESENÇA DA CULTURA DA COMUNIDADE NO PPP – PROJETO 
POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ................................................................53
5 EXEMPLOS DE ATIVIDADES QUE PODERIAM SER TRABALHADAS 
EM SALA DE AULA .............................................................................................54
5.1 EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS ............................................................................................ 55
5.2 COSTUMES ......................................................................................................................... 56
5.3 MÚSICAS E DANÇAS .........................................................................................................57
5.4 TRABALHOS PRÁTICOS ....................................................................................................57
6 A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO CULTURAL .................................... 57
6.1 FESTIVAL DE TALENTOS ..................................................................................................58
6.2 VARAL LITERÁRIO .............................................................................................................58
6.3 TEATRO NA ESCOLA .........................................................................................................58
6.4 CONCURSO DE POESIAS ................................................................................................ 59
6.5 CIRCO NA ESCOLA ............................................................................................................ 59
6.6 FESTIVAL DA CANÇÃO .................................................................................................... 59
6.7 FEIRA CULTURAL ............................................................................................................... 59
6.8 CONCURSO DE DANÇA/MÚSICA .................................................................................. 59
6.9 DIA DO FOLCLORE ............................................................................................................60
6.10 DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA ......................................................................................60
6.11 DIA DO ÍNDIO .....................................................................................................................60
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 61
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................64
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................65
UNIDADE 2 — CULTURA POPULAR ...................................................................... 67
TÓPICO 1 — REPRESENTAÇÕES CULTURAIS POPULARES ................................69
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................69
2 FOLCLORE ..........................................................................................................69
2.1 ARGENTINA ............................................................................................................................ 70
2.2 COLÔMBIA ......................................................................................................................... 73
3 ARTE POPULAR.................................................................................................. 75
3.1 MÉXICO ..................................................................................................................................76
3.1.1 Lacas ............................................................................................................................76
3.1.2 Alfarería .......................................................................................................................77
3.2 GUATEMALA ....................................................................................................................... 78
3.2.1 Máscaras .................................................................................................................... 78
3.2.2 Cestas ........................................................................................................................79
3.3 EL SALVADOR ....................................................................................................................80
4 MÚSICA ...............................................................................................................80
5 DANÇA ................................................................................................................86
5.1 TANGO ...................................................................................................................................86
5.2 CUMBIA ...............................................................................................................................88
5.3 MAMBO ................................................................................................................................89
5.4 FLAMENCO .........................................................................................................................90
6 GASTRONOMIA .................................................................................................. 91
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................94
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................95
TÓPICO 2 — FOLCLORE ......................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 97
2 CRENÇAS E RELIGIÕES ..................................................................................... 97
3 REZAS E BENZEDURAS ...................................................................................100
4 DITADOS POPULARES .....................................................................................102
5 COSTUMES ......................................................................................................104
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 110
AUTOATIVIDADE .................................................................................................. 111
TÓPICO 3 — FESTAS POPULARES ..................................................................... 113
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 113
2 PATRIMÔNIOS CULTURAIS .............................................................................. 113
2.1 LUTA LIVRE MEXICANA ................................................................................................... 114
2.2 DÍA DE MUERTOS ............................................................................................................. 115
2.3 CARNAVAL DE ORURO ................................................................................................... 116
3 FESTAS REGIONAIS ..........................................................................................117
3.1 LOS SANFERMINES ...........................................................................................................117
3.2 LAS FALLAS ...................................................................................................................... 118
3.3 LA TOMATINA .................................................................................................................... 118
3.4 INTI RAYMI ......................................................................................................................... 119
3.5 FIESTA DE LA VENDIMIA ................................................................................................ 119
3.6 LA MAMA NEGRA ............................................................................................................ 120
4 MÚSICAS FOLCLÓRICAS ................................................................................. 121
5 DANÇAS REGIONAIS ........................................................................................ 123
5.1 CHACARERA .................................................................................................................... 124
5.2 BAILECITO ......................................................................................................................... 124
5.3 DANZÓN E CONGA ...........................................................................................................125
5.4 DIABLITOS ........................................................................................................................ 126
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 127
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................130
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................131
UNIDADE 3 — CULTURA, PRESERVAÇÃO E ENSINO .........................................133
TÓPICO 1 — CULTURA MULTIFACETADA ........................................................... 135
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 135
2 LITERATURA .................................................................................................... 136
2.1 MIGUEL DE CERVANTES E A ESPANHA .................................................................... 136
2.2 JORGE LUIS BORGES E A ARGENTINA ...................................................................... 138
3 ARQUITETURA .................................................................................................140
3.1 BUENOS AIRES – ARGENTINA ....................................................................................... 141
3.2 BARCELONA – ESPANHA .............................................................................................. 142
4 MEDICINA .........................................................................................................143
4.1 A MEDICINA PREVENTIVA DE CUBA ........................................................................... 144
5 RELIGIÃO ..........................................................................................................145
5.1 O CATOLICISMO NA AMÉRICA ....................................................................................... 146
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................148
AUTOATIVIDADE .................................................................................................149
TÓPICO 2 — PRESERVAÇÃO ................................................................................151
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................151
2 PATRIMÔNIO CULTURAL ................................................................................. 152
3 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL ........................................................... 153
3.1 PATRIMÔNIO MATERIAL .................................................................................................. 154
3.2 PATRIMÔNIO IMATERIAL ................................................................................................ 154
3.3 PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE ................................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 166
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 167
TÓPICO 3 — SALA DE AULA ................................................................................ 169
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 169
2 CULTURA NA SALA DE AULA ........................................................................... 169
3 ÉTICA E RESPEITO ............................................................................................171
3.1 PRECONCEITO LINGUÍSTICO ..........................................................................................172
3.2 PRECONCEITO RELIGIOSO .............................................................................................173
4 IDEIAS E SUGESTÕES...................................................................................... 174
4.1 GÊNEROS TEXTUAIS ........................................................................................................174
4.2 LITERATURA ......................................................................................................................175
4.3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA .................................................................................................... 177
4.4 APRENDIZAGEM BASEADA POR PROJETOS ............................................................ 177
4.5 TEXTO SOBRE A CULTURA MATERNA ........................................................................ 180
4.6 FORMAS ESPONTÂNEAS ............................................................................................... 180
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................186
AUTOATIVIDADE .................................................................................................187
REFERÊNCIAS .....................................................................................................189
1
UNIDADE 1 — 
CULTURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 identificar	diferentes	definições	do	termo	cultura;
•	 reconhecer	aspectos	relacionados	à	cultura	popular,	de	massa	e	cultura	erudita;
•	 conhecer	a	história	da	Espanha,	América	e	Guiné	Equatorial;
•	 aprender	aspectos	relacionados	à	colonização	espanhola	da	América	e	da	África;
•	 estudar	aspectos	da	imigração	europeia	no	pós-colonialismo;
•	 identificar	 principais	 definições	 de	 termos	 relacionados	 à	 cultura	 como	 identidade	
cultural,	pluralidade,	multicultural	etc.;
•	 refletir	sobre	a	cultura	na	escola	e	a	importância	de	considerá-la	para	preparar	nossas	
aulas	etc.
	 A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	CULTURA
TÓPICO	2	–	FORMAÇÃO	CULTURAL
TÓPICO	3	–		CULTURA	E	EDUCAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CULTURA
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
	“Um	ser	humano	sem	cultura	seria	apenas	uma	 
monstruosidade	sem	mente”	(GEERTZ,	2008,	p.	50).
1 INTRODUÇÃO
Falar	sobre	cultura	não	é	algo	tão	simples	quanto	parece.	A	palavra	cultura	por	
si	só	é	um	termo	difícil	de	definir	pois	apresenta	diferentes	usos	e	 interpretações,	de	
acordo	com	a	situação,	podendo	substituir	termos	como	mentalidade,	espírito,	tradição	
e	ideologia	(CUCHE,	2002).	A	cultura	também	se	refere	às	artes,	aos	costumes,	assim	
como	também	podemos	dizer	que	ter	cultura	é	ser	letrado,	é	ser	inteligente,	é	ter	acesso	
ao	conhecimento.	Cultura	é	cinema,	livro,	fala,	um	prato	preparado	há	anos	pelas	avós	
do	vilarejo,	uma	cantiga,	uma	renda,	um	artesanato,	uma	pesca,	uma	forma	de	cultivar	
um	fruto	e	demais	coisas	adquiridas,	seja	em	contato	com	a	família	ou	com	a	sociedade	
da	 qual	 fazemos	 parte.	 Cultura	 pode	 ser	 um	mundo	 em	 construção,	 especialmente	
considerando	que	o	constante	contato	entre	as	pessoas	faz	com	que	novas	culturas	
surjam	a	cada	momento,	como	nos	indica	a	figura	a	seguir.	
FIGURA 1 – CULTURA - UMA PALAVRA POLISSÊMICA
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTFl5F0stSi9WlU_
tQEowIOqELtehLPnfG4bLYb5pxhK2VD6TkG>. Acesso em: 25 mar. 2020.
4
A	fim	de	começarmos	a	entender	melhor	o	termo	cultura,	vejamos	a	seguir	as	
definições	de	dois	dicionários,	primeiro	o	da Real Academia Española:
Cultura –Del lat. cultūra.
1. f. cultivo.
2. f. Conjunto de conocimientos que permite a alguien desarrollar su juicio crítico.
3. f. Conjunto de modos de vida y costumbres,  conocimientos y grado de desarrollo artístico, 
científico, industrial, en una época, grupo social etc.
4. f. desus. Culto religioso.
cultura física
1. f. Conjunto de conocimientos sobre gimnasia y deportes, y práctica de ellos, encaminados al 
pleno desarrollo de las facultades corporales.
cultura popular
1. f. Conjunto de las manifestaciones en que se expresa la vida tradicional de un pueblo.
Agora	vejamos	a	definição	do	Dicionário Online de Português:
Cultura
Substantivo	feminino
1.	 Conjunto	dos	hábitos	sociais	e	religiosos,	das	manifestações	intelectuais	e	artísticas,	
que	caracteriza	uma	sociedade:	cultura	inca;	a	cultura	helenística.
2.	 Normas	de	comportamento,	saberes,	hábitos	ou	crenças	que	diferenciam	um	grupo	
de	outro:	provêm	de	culturas	distintas.
3.	 Conjunto	dos	conhecimentos	adquiridos;	instrução:	sujeito	sem	cultura.
4.	 Ação,	efeito	ou	modo	usado	para	tratar	a	terra	ou	as	plantas;	cultivo.
5.	 Terreno	cultivado;	 categoria	de	vegetais	 cultivados:	 a	 cultura	das	flores;	 culturas	
forrageiras.
6.	 Criação	de	certos	animais:	cultura	de	abelhas.
7.	 Expressão	ou	estágio	evolutivo	das	tradições	e	valores	de	uma	região,	num	período	
determinado:	cultura	católica.
8.	 Aplicação	do	espírito	a	uma	coisa:	a	cultura	das	ciências.
9.	 Desenvolvimento	das	faculdades	naturais:	a	cultura	do	espírito.
10.	Apuro,	expressão	de	elegância:	a	cultura	do	estilo.
11.	 Desenvolvimento	de	certas	espécies	microbianas:	caldo	de	cultura.
12.	 Arte	de	utilizar	certas	produções	naturais:	cultura	do	algodão.
Etimologia	(origem	da	palavra	cultura).	Do	latim	cultura.
Optamos	 por	 mostrar	 a	 definição	 de	 dois	 dicionários	 para	 comparar	 o	 que	
ambos	trazem,	pois	nos	pareceu	bastante	interessante	a	diferença	das	duas	entradas,	
reforçando	a	teoria	da	dificuldade	de	definição	do	termo	cultura.	O	dicionário	da	RAE	
traz	apenas	4	acepções	para	a	entrada	cultura,	começando	com	a	entrada	cultivo,	de	
onde	 se	origina	o	 termo	 latino.	Já	o	dicionário	brasileiro	 traz	 12	acepções	que	ainda	
assim	 parecem	 não	 explorar	 devidamente	 a	 amplitude	 da	 palavra	 cultura,	 pois	 há	
acepções	que	se	repetem	em	relação	ao	sentido	de	cultura	quanto	ao	cultivo	da	terra,	
mas	 poderiam	 ter	 explorado	 um	 pouco	mais,	 por	 exemplo	 a	 dicotomia	 civilização	 e	
barbárie	que	sempre	é	tratada	quando	se	fala	de	cultura.	Por	exemplo,	em	Facundo,	de	
5
FIGURA 2 – PLANETA MULTICULTURAL
FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/10/diversidade-cultural.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020
Sarmiento,	que	em	1845,	fala	de	civilização	e	barbárie,	ou	Euclides	da	Cunha,	com	os	
Sertões.	Essa	ideia	de	cultura	como	civilização	era	muito	usada	pela	aristocracia	alemã,	
que	estava	preocupada	“demais	em	 imitar	as	maneiras	civilizadas	da	corte	francesa”	
(CUCHE,	2002,	p.	25).	
O	dicionário	da	RAE,	em	sua	segunda	acepção,	remete	a	cultura	à	questão	do	
conhecimento	e	em	sua	terceira	acepção	faz	uma	grande	misto	de	ideia	em	que	fala	de	
hábitos	costumes,	artes	etc.	O	dicionário	português	pormenoriza	e	dá	exemplos	para	
12	situações	diferentes,	o	que,	para	o	caso	da	 lexicografia,	é	muito	bem	visto,	para	o	
caso	da	semântica	também	nos	parece	interessante	pois	dá	um	leque	amplo	de	opções	
para	o	consulente	que	visa	entender	o	que,	de	fato,	é	cultura.	Sem	contar	que	chama	a	
atenção	o	fato	de	que,	na	organização	das	acepções,	onde	costumeiramente	se	organiza	
por	ordem	de	importância,	no	dicionário	europeu	a	primeira	entrada	é	a	relacionada	ao	
cultivo,	 a	 segunda	ao	conhecimento	e	apenas	a	 terceira	aos	hábitos,	manifestações	
artísticas	etc.	No	dicionário	brasileiro	essa	acepção	é	a	primeira.	Será	isso	já	uma	marca	
cultural?
Assim	como	acontece	com	os	dois	dicionários	cujas	equipes	de	 lexicógrafos	
registram	 a	 referida	 entrada	 de	maneira	 diferente,	 assim	 é	 a	 sociedade	 que	vive	 de	
formas	diferentes,	tem	hábitos	diferentes,	costumes	diferentes,	se	alimenta	diferente,	
vive	 em	 locais	 diferentes,	 tem	 línguas	 diferentes,	 biotipos	 diferentes,	 se	 somos	 tão	
diferentes,	como	esperar	que	nossas	culturas	fossem	iguais?	Marilena	Chauí	(1995,	p.	
81)	afirma	que	“todos	os	indivíduos	e	grupos	são	seres	e	sujeitos	culturais”.	Dessa	forma,	
como	esperar	que	a	cultura	tenha	uma	mesma	definição?	Na	sequência	trataremos	um	
pouco	mais	 sobre	o	 assunto	 sem	desejar	 esgotar	 a	 temática,	 tão	profunda	e	 ampla,	
apenas	 visamos	 aqui	 promover	 algumas	 reflexões	 sobre	 possíveis	 usos	 da	 palavra	
cultura	para	um	maior	entendimento	dentro	de	nossa	proposta	neste	material.	
6
Vejamos	primeiramente	definições	de	alguns	autores	sobre	a	palavra	cultura:
Para	Geertz	 (2008,	p	 .64),	cultura	é:	 “um	padrão	de	significados	transmitido	
historicamente,	 incorporado	em	símbolos,	um	sistema	de	concepções	herdadas	ex-
pressas	em	formas	simbólicas	por	meio	das	quais	os	homens	comunicam,	perpetuam	
e	desenvolvem	seu	conhecimento	e	suas	atividades	em	relação	à	vida”.
Já	Cuche	(2002,	p.	28)	afirma	que	cultura	é	“a	soma	dos	saberes	acumulados	
e	transmitidos	pela	humanidade”	e	mais	a	frente,	na	mesma	página,	afirma	que	é	“um	
conjunto	de	características	artísticas,	intelectuais	e	morais	queconstituem	o	patrimônio	
de	uma	nação”.
Por	 sua	vez,	 Eagleton	 (2005,	 p.184)	 afirma	 que	 a	 cultura	 “não	 é	 unicamente	
aquilo	de	que	vivemos.	Ela	também	é,	em	grande	medida,	aquilo	para	o	que	vivemos.	
Afeto,	 relacionamento,	memória,	parentesco,	 lugar,	comunidade,	 satisfação	emocional,	
prazer	intelectual,	um	sentido	de	significado	último”.
Para	Laraia	 (2009,	p.	68),	 “o	modo	de	ver	o	mundo,	as	apreciações	de	ordem	
moral	e	valorativa,	os	diferentes	comportamentos	sociais	e	mesmo	as	posturas	corporais	
são	assim	produtos	de	uma	herança	cultural,	ou	seja,	o	resultado	da	operação	de	uma	
determinada	cultura”.
Para	 finalizar	 nossa	 lista	 de	 definições	 teóricas,	 trazemos	 Zygmund	 Bauman	
(2012,	 p.	 141),	 que	 define	 cultura	 como	 “um	 sistema	 de	 significação	 e	 uma	 de	 suas	
funções	 universalmente	 admitidas	 é	 ordenar	 o	 ambiente	 humano	 e	 padronizar	 as	
relações	entre	os	homens”.
Como	vemos,	as	definições	apresentadas,	apesar	de	diferentes,	todas	convergem	
para	um	mesmo	sentido,	de	que	a	cultura	humana	tem	relação	direta	com	os	hábitos,	
as	 emoções	 e	 valores	morais	 e	 comportamentais	 que	 regem	 nossa	 sociedade.	 Tem	
relação	ao	conhecimento,	ao	 intelecto,	à	memória	e	às	emoções	e	passa	de	geração	
para	geração.	
Através	 da	 cultura	 optamos,	 expressamos,	 escolhemos,	 questionamos,	
significamos.	A	cultura	abrange	as	reações	de	um	indivíduo,	sendo	que	essas	reações	
são	afetadas	diretamente	pelos	hábitos	e	reações	do	grupo	com	o	qual	ele	convive,	com	
os	hábitos	dos	indivíduos	os	quais	ele	tem	contato	e	como	vivemos	em	uma	sociedade	
cada	vez	mais	globalizada,	onde	as	pessoas	viajam,	passam	a	morar	em	outros	lugares,	
esses	 costumes,	 esses	 hábitos	 passam	a	 ter	 contato	 com	outros	 hábitos	 e	 assim	 a	
cultura	vai	se	transformando.
7
No	 entanto,	 cabe	 um	 parêntese	 sobre	 as	 intolerâncias.	 Infelizmente	 ainda	
vivemos	em	um	mundo	em	que	apesar	da	diversidade	cultural,	apesar	da	globalização,	
do	contato	 tão	amplo	que	as	pessoas	 têm	com	culturas	 tão	diferentes,	 ainda	existe	
muitas	 formas	 de	 não	 aceitação	 cultural.	 Esse	 “choque”	 cultural	 pode	 existir	 pela	
distância	cultural	que	há,	por	exemplo	para	nossa	cultura	ocidental	é	muito	chocante	
saber	que	há	culturas	em	que	é	comum	o	consumo	se	animais	como	cachorro,	insetos	
como	a	barata,	tarântulas,	formigas,	escorpiões	etc.	Do	mesmo	modo	para	os	hindus	é	
assustador	saber	que	nós	consumimos	a	carne	da	vaca,	para	eles	um	animal	sagrado.	
Além	 da	 distância	 cultural	 há	 as	 desavenças,	 especialmente	 entre	 povos	 e	 tribos.	
Podemos	falar	facilmente	de	tribos	africanas	que	lutam	entre	si	por	anos	por	desavenças	
e	rixas	culturais,	brigas	religiosas	etc.	Muitos	são	os	casos	de	grupos	culturais	diferentes	
que	não	se	aceitam	e	que	pregam	o	ódio	entre	si,	causando	lutas,	desavenças,	guerras,	
mortes	e	acreditamos	que	há	lugar	para	todos.	Pois	como	já	foi	dito	anteriormente,	todos	
somos	seres	culturais	e	não	há	uma	cultura	melhor	ou	superior.	Tudo	está	evoluindo,	em	
adaptação.
Vistas	várias	formas	de	definição	da	palavra	cultura	agora	conheceremos	algumas	
possibilidades	de	classificar	este	termo,	que	pode	ser	chamado	de	cultura	popular,	de	
massa,	erudita,	subcultura,	contracultura,	subalterna,	material	ou	imaterial	etc.	Vejamos	
a	seguir	um	pouco	mais	de	cada	uma	dessas	classes	ou	categorias	de	cultura	(é	muito	
comum	a	subdivisão	de	cultura	em	cultura	popular,	de	massa	e	erudita.	Acreditamos	que	
seja	 importante	 conhecer	 as	 definições	 destes	 termos,	mas	 não	 desejamos	 de	 forma	
alguma	ressaltar	qualquer	forma	de	discurso	elitista	que	possa	ocorrer):	
2 CULTURA POPULAR
Assim	como	acontecem	com	o	termo	cultura,	não	é	fácil	determinar	o	que	é	
cultura	popular,	pois	esta	se	confunde	com	cultura	de	massa.	O	próprio	dicionário	do	
IPHAN	(Instituto	de	Patrimônio	Histórico	e	Artístico	Nacional)	aborda	a	dificuldade	de	
diferenciar	os	dois	termos,	mas	podemos	dizer	que	cultura	popular	é	aquela	produzida	
pelo	povo,	para	o	povo,	em	oposição	à	clássica	ou	erudita,	que	alcança	apenas	a	poucos.	
Existe	a	presença	de	 regionalismos,	 ou	 seja,	 atividades	culturais	 regionais.	Surge	de	
pessoas	que	não	precisam	ter	estudo	aprofundado	ou	técnicas	esperadas	como	ocorre	
com	a	cultura	erudita.
Caso você tenha interesse a respeito do dicionário do IPHAN, acesse 
o link: http://portal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural.
DICA
8
A	cultura	popular,	se	comparada	com	a	erudita,	por	exemplo,	é	considerada	mais	
simples	e	espontânea,	criada	a	partir	de	representações	de	atividades	típicas	do	dia	a	
dia	do	povo	de	determinada	região	ou	grupo.	No	litoral	de	Santa	Catarina,	por	exemplo,	
existe	uma	tradição	muito	comum,	a	tradição	do	Boi	de	Mamão,	uma	atividade	folclórica	
preservada	 na	 ilha	 de	 Florianópolis	 desde	 a	 chegada	 dos	 colonizadores	 europeus	 e	
muito	apreciada	pelos	moradores	locais	(mais	a	diante	será	retomada).
2.1 DANÇA
A	dança	é	uma	das	expressões	culturais	e	religiosas	mais	antigas	da	humanidade,	
acompanhada	da	música,	do	movimento	corporal	expressando	sentimentos,	e	como	
forma	de	comunicação	ritualística	também.	A	dança,	com	o	passar	do	tempo	sempre	
teve	um	olhar	que	esteve	entre	o	sagrado	e	o	profano,	mas	nunca	deixou	de	existir	e	
nunca	deixou	de	evoluir.	Com	ela,	podemos	contar	uma	história,	podemos	emocionar,	
podemos	 registrar	fatos	históricos.	A	dança	se	torna	uma	forma	de	 resgate	histórico	
cultural,	pode	ser	também	uma	terapia,	uma	forma	de	cultivar	amizades	etc.	
Há	muitos	tipos	de	dança	e	formas	de	dançar,	vejamos	uma	possível	classificação:
QUADRO 1 – TIPOS DE DANÇA
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/o-que-e-danca/>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Forma Origem Finalidade
Danças	solo	-	quando	o	
dançarino	se	apresenta	
desacompanhado.
Danças	folclóricas	-	como	
Bumba	meu	boi,	frevo,	
maracatu,	carimbó.
Dança	performática	-	como	o	
balé,	dança	contemporânea,	
sapateado,	flamenco	etc.
Danças	em	dupla	-	danças	de	
casais,	como	tango,	samba,	
forró,	valsa,	entre	outras.
Danças	cerimoniais	-	como	
algumas	danças	circulares,	
danças	indígenas	etc.
Dança	social	-	como	a	dança	
de	salão.
Danças	em	grupo	-	quando	
várias	pessoas	compõem	
uma	coreografia,	como	nas	
danças	circulares,	sapateado	
etc.
Danças	étnicas	-	quando	são	
de	um	lugar	específico.
Dança	religiosa	-	como	a	
dança	sufi.
Por	outro	lado,	há	danças	que	representam	a	cultura	e	a	história	local,	resgatando	
ações	e	costumes	locais.	Um	bom	exemplo	é	o	Boi	de	Mamão.	Vamos	saber	um	pouco	
mais	sobre	essa	tradição	catarinense,	no	recorte	a	seguir:
9
Boi de Mamão A	dança	do	Boi	de	Mamão	é	a	brincadeira	mais	cultivada	e,	por	
isso	mesmo,	a	mais	apreciada	dança	folclórica	da	região.	Sendo	uma	das	tradições	
folclóricas	mais	 antigas	 de	Santa	Catarina,	 principalmente	nas	 regiões	 litorâneas,	
recebendo	maior	destaque	entre	o	Natal	e	o	Carnaval.	Inicialmente,	o	Boi	de	Mamão	
era	denominado	de	O	Folguedo	do	Boi	Falso	ou	Boi	de	Pano	da	Ilha	de	Santa	Catarina	
e,	somente	na	década	de	1930,	 recebe	o	nome	atual.	 Isso	porque	as	crianças,	na	
falta	do	crânio	original,	usaram	um	mamão	para	fazer	a	cabeça	do	boi.	Mas	ainda	há	
algumas	divergências	no	que	diz	 respeito	à	origem	do	nome.	Diferentemente	das	
outras	brincadeiras	que	foram	trazidas	à	Ilha	de	Santa	Catarina	pelos	açorianos,	o	Boi	
de	Mamão	é	uma	tradição	comum	a	outros	estados	brasileiros,	apresenta	diversas	
variações,	com	tipos	diferentes	de	apresentação,	mas	semelhantes	na	oralidade	de	
sua	história.	Muitas	semelhanças	são	vistas	entre	o	Boi	de	Mamão	e	o	Boi	Bumbá,	
ou	 o	 Bumba	Meu	 Boi,	 todavia,	 para	 conhecer	 a	 verdadeira	 origem	 da	 tradição,	 é	
preciso	recorrer	à	Europa,	em	uma	região	chamada	Galícia,	que,	ao	sul,	limita-se	com	
Portugal.	Galícia	é	uma	comunidade	autônoma	espanhola,	onde	foram	registradas	 
as	primeiras	referências	do	costume.
FONTE: <https://guiafloripa.com.br/cultura/folclore/brincadeira-boi-de-mamao>. Acesso em: 25 mar. 2020.
FIGURA 3 – BOI DE MAMÃO DE SANTA CATARINA
FONTE:<http://www.engeplus.com.br/cache/noticia/0126/0126917/unesc-recebe-palestra-sobre-
cultura-popular-de-santa-catarina.jpg?t=20181128085134>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Outro	exemplo,	para	irmos	um	pouco	à	cultura	hispano-americana,	é	o	tradicional	
carnaval	da	cidade	de	Putre,	no	Chile.	Cidade	pequena,	mas	com	uma	grande	tradição	
no	carnaval.	A	propósito,	há	vários	lugares	em	que	o	carnaval	é	comemorado	no	mundo	
hispânico.
El	 carnaval	 de	 Putre	 –	 uma	 tradição	 cultural	 andina,	 o	 carnaval	 da	 cidade	
chilena	de	Putre.	É	um	povoado	rural	que	na	época	de	carnaval	festeja	por	uma	semana	
“ressuscitando”	 um	 boneco	 de	 palha	 chamado	 “El	 Abuelo	 Carnavalón”	 que	 animará	
10
FIGURA 4 – CARNAVAL DE PUTRE
FONTE: <https://www.flickr.com/photos/marcell_claassen/32092812883/>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Isso	por	dar	 alguns	exemplos,	mas	não	há	como	falar	 em	danças	de	origem	
hispânica	 e	 não	 lembrar	 do	 tango,	 do	 flamenco,	 da	 salsa,	 da	 rumba,	 do	 bolero,	 do	
pasodoble,	da	achata,	do	merengue,	do	chá-chá-chá,	do	atual	reggaeton,	entre	outros.
2.2 GASTRONOMIA
Outro	elemento	que	caracteriza	muito	a	cultura	de	um	povo	é	a	sua	alimentação.	
No	 Brasil,	 por	 exemplo,	 nossa	 alimentação	 é	 base	 de	 feijão	 e	 arroz.	 Na	Argentina	 o	
acompanhamento	base	das	refeições	é	a	batata	inglesa,	a	base	da	culinária	mexicana	
é	 o	milho,	 o	 feijão	 e	 a	 pimenta,	 na	maioria	 dos	países	hispânicos	 é	muito	 comum	o	
acompanhamento	dos	pães	nas	refeições.	
Quando	 falamos	 em	 pratos	 típicos	 da	 comida	 hispânica	 alguns	 pratos	 são	
conhecidos,	como	o	asado	argentino,	o	guacamole,	a	paella	etc.,	porém	há	muito	mais	
além	disso.	Agora	vamos	falar	apenas	um	pouco	sobre	isso.
Um	país	que	tem	a	língua	espanhola	como	língua	oficial	e	que	é	pouco	conhe-
cido	é	a	Guiné	Equatorial,	um	dos	menores	países	da	África.	A	base	de	sua	culinária	
são	a	mandioca,	a	batata	e	a	banana,	em	virtude	disso,	o	prato	que	traremos	para	vo-
cês	faz	parte	do	dia	a	dia	da	população,	ou	como	café	da	manhã	ou	como	sobremesa:	 
el akwadu.
Na	 sequência	 vamos	 conhecer	 um	 pouco	 sobre	 a	 história	 do	 akwadu,	 esse	
prato	típico	da	Guiné	Equatorial,	à	base	de	banana.
a	festa	por	uma	semana	a	fim	de	trazer	um	bom	ano	para	a	região,	 rogando	por	boa	
produção	agrícola	para	o	povoado.	Apesar	de	ser	um	povoado	bem	pequeno,	a	festa	
parece	ser	grande	e	bem	animada.
11
FIGURA 5 – EL AKWADU DE GUINÉ EQUATORIAL
FONTE: <https://www.196flavors.com/wp-content/uploads/2013/06/AKWADU-GUINEE-EQUATORIALE.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
EL AKWADU
Hay	dos	formas	de	cocinarlo:	con	y	sin	la	cáscara	del	plátano.	Como	es	una	
receta	muy	rápida,	decidí	probar	ambos	métodos.	Se	puede	preparar	con	la	banana	
clásica	o	plátano	macho.
Yo	elegí	el	plátano	macho	para	la	versión	con	cáscara,	pensando	que	dado	
que	es	más	firme,	sería	más	adecuado	para	cocinar.	Tendré	que	probar	la	versión	sin	
piel	en	otro	momento.	Realmente,	me	gustó	más	el	resultado	final	y	el	sabor	con	la	
banana	clásica	y	sin	la	cáscara,	por	supuesto.	¡Es	cuestión	de	gusto!
También	hay	un	método	de	cocción	menos	común:	a	la	parrilla.	Esta	versión	
consiste	en	macerar	los	plátanos	en	todos	los	ingredientes,	antes	de	asarlos	en	la	
parrilla	y	servirlos	calientes	después	de	verter	el	adobo	por	encima.
La banana
La	banana	es	una	de	las	frutas	más	populares	del	mundo.	Se	cultiva	en	la	
mayor	parte	del	mundo,	con	plantaciones	en	al	menos	107	países.
La	banana,	con	una	producción	anual	de	más	de	130	millones	de	toneladas,	
es	 un	 alimento	 de	 gran	 importancia	 en	 todo	 el	mundo.	 Con	 casi	 30	millones	 de	
toneladas,	India	es	el	mayor	productor	mundial,	mientras	que	los	países	de	América	
Latina	dominan	el	comercio	internacional	de	banano.	En	el	África	subsahariana,	esta	
fruta	es	el	principal	contribuyente	a	una	dieta	saludable	para	más	de	100	millones	
de	personas.
12
Después	de	India,	el	segundo	mayor	productor	es	Uganda,	que	anualmente	
exporta	 solo	 el	 10%	 de	 su	 producción,	 mientras	 que	 América	 Latina	 y	 el	 Caribe	
representan	el	70%	de	las	exportaciones	mundiales	de	banana.
¿Cuál	es	la	diferencia	entre	una	banana	y	un	plátano	macho?
La	banana	clásica	es	dulce	y	se	consume	principalmente	cruda,	como	una	
fruta,	mientras	que	el	plátano	macho	es	principalmente	almidón	hasta	que	madura,	
se	cuece	o	se	procesa.
Los	plátanos	macho	son	similares	a	los	plátanos	verdes,	pero	son	más	largos,	
más	gruesos	y	tienen	una	piel	dura.	Se	vuelven	negros	cuando	están	maduros.	A	
diferencia	de	las	bananas	amarillas	tiernas,	que	a	menudo	simplemente	se	pelan	y	
se	comen	crudas,	 los	plátanos	machos	se	cocinan	siempre	antes	de	comerlos,	ya	
sea	en	sopas	y	guisos,	al	horno	o	fritos.	El	plátano	macho	es	un	alimento	básico	de	la	
cocina	caribeña	y	del	oeste	de	África.	Tiene	una	pulpa	amarilla	o	rosa.
Las	bananas	clásicas	son	dulces	con	una	cáscara	de	color	amarillo	brillante	
que	se	pela	antes	de	comer.	Tienen	una	consistencia	suave.
La	banana	es	un	 ingrediente	 común	en	muchas	 recetas	de	 tortas,	 jugos,	
batidos	y	se	usa	a	menudo	como	espesante.
Las	bananas,	y	especialmente	los	plátanos	macho,	se	venden	en	diferentes	
etapas	de	madurez,	cada	uno	con	su	uso	culinario	asociado.	Los	plátanos	verdes	
se	cocinan	a	consciencia,	quedando	 ligeramente	dorados	y	tiernos	después	de	 la	
cocción,	mientras	que	 los	plátanos	maduros	 se	 caramelizan.	 Los	plátanos	verdes	
también	se	pueden	usar	para	espesar	sopas	y	guisos.
Para	pelar	una	banana	solo	hay	que	agrietar	el	tallo	y	tirar	de	la	cáscara.	Pelar	
un	plátano	macho	es	más	complicado.	Primero	se	cortan	los	extremos	y	después	el	
plátano	se	corta	en	trozos	con	la	cáscara	puesta.	La	cáscara	de	cada	pedazo	se	saca,	
una	por	una.
La	banana	y	el	plátano	macho	tienen	un	valor	nutricional	similar.	Un	plátano	
macho	tiene	solo	alrededor	de	5	calorías	de	grasa	y	es	bajo	en	colesterol	y	sodio.	
Una	banana	clásica	cruda	contiene	unas	seis	calorías	de	grasa.	Son	muy	buenas	
fuentes	de	vitamina	C,	vitamina	B6	y	manganeso.	Ambos	son	ricos	en	fibra,	potasio	
y	vitaminas	esenciales.
¡El	akwadu	es	delicioso	y	extremadamente	fácil	de	preparar!
FONTE: <https://www.196flavors.com/es/guinea-ecuatorial-akwadu/>. Acesso em: 25 mar. 2020.
13
2.3 MÚSICA 
Assim	 como	 a	 dança	 e	 a	 comida,	 a	 música	 é	 um	 grande	 representante	 da	
cultura	popular,	e	cada	país,	cada	região	tem	suas	particularidades	culturais,	vamos	falar	
um	pouco	aqui	sobre	a	música	andina.	É	muito	similar	em	toda	a	região	que	permeia	
os	Andes,	é	tocada	com	instrumentos	típicos	da	região,	como	a	zampoña,	a	ocarina,	o	
charango,	todos	de	origem	inca.	Alguns	desses	instrumentos	imitam	sons	de	pássaros,	
outros	eram	usados	como	meios	de	comunicação	entre	eles	no	meio	da	selva,	como	a	
ocarina,	que	é	uma	espécie	de	flauta	usada	em	um	cordão	amarrado	ao	pescoço.
Os	 ritmos	musicais	mais	 comuns	da	música	andina	é	o	bambuco, torbellino, 
guabina, rajaleña, sanjuanero, guaneña, bunde tolimense, caña, cañabrava, vueltas 
antioqueñas, fandanguillo criollo, pasillo, danza criolla e música guasca.	Há	também	as	
danças	mais	comuns,	mais	apreciadas,	mas	varia	um	pouco	de	acordo	com	o	país,	por	
exemplo,	no	Peru	é	o	huayno	e	a	marinera,	já	na	Bolívia	o	Tinku	etc.
2.4 CINEMA 
A	 sétima	 arte	 tem	 sido	 muito	 bem	 representada	 ao	 logo	 dos	 anos	 pelos	
hispânicos,	seja	por	bons	atores	como	Antônio	Banderas,	Penélope	Cruz,	Javier	Barden,	
Salma	Hayek,	Ricardo	Darín,	Gael	García	Bernal,	Jennifer	Lopes,	Benício	del	Toro,	Pedro	
Pascal,	Sofía	Vergara,	por	citar	alguns,	seja	por	cineastas	como	nada	menos	que	Pedro	
Almodóvar	e	também	Luis	Buñuel.	
O	cinema	espanhol	tem	uma	longa	tradição	de	sucesso	já	assegurada	e	seus	
atores	 reconhecidos	 pela	 imponente	 indústria	 Hollywoodiana,	 assim	 como	 filmes	 de	
excelente	qualidade,	bem	recebidos	e	diretores	premiados.	O	mesmo	ocorre	em	relação	
a	muitos	atores	da	América	Espanhola.	Um	dos	últimos	nomes	a	encher	os	olhos	de	
Hollywood	foi	o	do	argentino	Darín,	que	tem	sido	sinônimo	de	sucesso,	tendo	rendido	
Originalmente,a música andina era tocada apenas com instrumentos de 
sopro e percussão, com a chegada dos espanhóis foram introduzidos 
instrumentos de corda.
A música andina é tradicionalmente reconhecida por imitar o som dos 
pássaros e da natureza, tendo a presença sempre marcante das flautas 
traz um sentimento de paz em sua melodia. Tem como representante 
supremo a canção El Condor Pasa, lançada em 1966, e considerada como 
o segundo hino do Peru.
NOTA
14
o	Oscar	de	melhor	filme	estrangeiro	a	El secreto de sus ojos	em	2009.	A	Argentina	já	
produziu	muitos	 filmes	 de	 excelente	 qualidade,	 assim	 como	 a	 Colômbia	 já	 teve	 seu	
boom	cinematográfico.	A	América	 é	 um	berço	 de	 boas	 produções,	 lamentavelmente	
falta	muitas	vezes	o	aporte	financeiro.
2.5 ARTES E LITERATURA
No	 campo	 das	 artes,	 de	 um	 modo	 em	 geral,	 temos	 também	 muitos	 bons	
representantes	no	mundo	hispânico.	Já	 falamos	brevemente	da	música,	mas	podemos	
citar	aqui	tenores	de	 relevância	mundial	como	Plácido	Domingo	ou	Montserrat	Caballet.	
Das	Artes	Plásticas,	figuras	como	Pablo	Picasso,	Salvador	Dalí,	Joan	Miró	etc.	Arquitetos	
como	Antoni	Gaudí.	Na	América	temos	Frida	Kahlo,	Fernando	Botero,	Diego	Rivera	etc.	
O	mesmo	vale	para	o	campo	da	literatura.	Tanto	na	Europa	como	na	América	
Espanhola	 temos	exemplos	de	excelentes	autores,	 como	Miguel	de	Cervantes,	Juan	
Rulfo,	Carlos	Fuentes,	Isabel	Allende,	Pablo	Neruda,	Julio	Cortazar,	Jorge	Luiz	Borges,	
Gabriel	Garcia	Márquez,	Vargas	Llosa,	Pío	Baroja,	Miguel	de	Unamuno,	Alejo	Carpentier,	
Valle	Inclán,	Roa	Bastos,	Ana	Maria	Matute,	Juan	Carlos	Onetti,	Octavio	Paz,	entre	tantos	
outros	de	incomensurável	qualidade.		
Nossa	literatura	já	recebeu	inúmeros	prêmios	e	reconhecimentos	entre	eles	o	
Nobel	de	literatura,	acompanhe	a	lista:
•	 2010	Mario	Vargas	Llosa	–	Peru
•	 1992	Derek	Walcott	–	Santa	Lucía,	Caribe
•	 1990	Octavio	Paz	–	México
•	 1989	Camilo	José	Cela	–	Espanha
•	 1982	Gabriel	García	Márquez	–	Colômbia
•	 1977Vicente	Aleixandre	–	Espanha
•	 1971	Pablo	Neruda	–	Chile
•	 1967	Miguel	Ángel	Asturias	–	Guatemala
•	 1956	Juan	Ramón	Jiménez	–	Espanha
•	 1945	Gabriela	Mistral	–	Chile
•	 1922	Jacinto	Benavente	–	Espanha
•	 1904	José	Echegaray	-	Espanha
 
Há	muito	o	que	falar	sobre	a	cultura	popular,	nas	próximas	unidades	retomaremos	
o	assunto.	Agora	falaremos	um	pouco	sobre	cultura	de	massa.
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3 CULTURA DE MASSA
Quando	falamos	de	massa	estamos	falando	do	povo,	das	pessoas	sem	distinção	
social,	étnica,	etária,	sexual	etc.	São	as	pessoas	tratadas	em	pé	de	igualdade,	mas	em	
geral	no	contexto	de	comunicação	de	massa.	Os	meios	de	comunicação	de	massa	são	
os	meios	de	comunicação	que	chegam	até	esse	povo,	ou	seja,	há	esse	grande	número	
de	pessoas.	Seria	a	mídia	aberta,	como	rádio,	televisão,	jornais,	revistas	etc.	
Por	sua	vez	a	Cultura	de	massa	é	um	termo	usado	geralmente	por	esses	meios	
de	comunicação	para	popularizar	gêneros	culturais	que	não	são	pensados	para	grupos	
específicos,	 como	 a	 cultura	 sertaneja,	 que	 originalmente	 era	 voltada	 às	 pessoas	 do	
campo,	ou	ao	funk	que	era	voltado	às	pessoas	do	gueto,	 ou	o	 samba,	enfim,	estilos	
músicas	que	tinham	um	nicho	e	que	acabaram	se	popularizando.	A	cultura	de	massa	é	
mais	mercantil,	um	gênero	moderno	criado	através	de	tendências	e	modas	e	vendido	
para	a	massa.
Um	dos	grandes	objetivos	da	cultura	de	massa	é	a	venda	de	um	produto,	seja	
um	produto	cultural	ou	não.	As	modas	lançadas	em	filmes,	novelas,	clipes	de	músicas	
sempre	são	tendências	a	seres	seguidas	pelas	pessoas,	a	roupa,	o	carro,	os	acessórios,	
as	cores,	a	casa,	a	porta,	os	móveis,	tudo	será	influenciado	por	aquilo	que	as	mídias	de	
massa	decidirem.		E	isso	não	é	algo	atual,	é	algo	que	ocorre	há	tempos.	Vejamos	o	que	
nos	diz	Mafalda	em	seu	cómic:
FIGURA 6 – CULTURA DE MASSA
FONTE: <https://sapatilhando.files.wordpress.com/2009/02/mafalda-aindanc3a3osabemos.jpg?w=300>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
E	sobre	a	cultura	erudita,	o	que	você	sabe?
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4 CULTURA ERUDITA
A	cultura	erudita	é	aquela	que	evidencia	uma	elaboração	técnica	maior,	advinda	
do	 estudo	 de	 teorias,	 investigações	 acadêmicas	mais	 elaboradas,	 elitizadas	 e	 críticas.	
Em	virtude	 destas	 características	 a	 cultura	 erudita	 possui	 um	público	 geralmente	mais	
restrito,	normalmente	as	classes	mais	abastadas	ou	pessoas	que	possuem	um	nível	
de	 instrução	maior	pois	essa	arte	requer	maior	conhecimento	do	público	consumidor	
sendo	conhecida	como	a	cultura	das	elites.
O	termo	erudito	surgiu	na	Europa,	no	Século	XVIII	em	oposição	à	cultura	popular.	
Basicamente	a	cultura	erudita	é	observada	nas	artes	plásticas,	no	cinema,	na	música	e	na	
literatura.	Obras	de	artes	de	artistas	renomados	como	Picasso	ou	da	Vinci,	compositores	
como	Beethoven	e	Mozart	estão	entre	os	principais	nomes	da	música	clássica,	que	por	
sua	especificidade	é	um	dos	mais	conhecidos	exemplos	de	arte	erudita.
Apesar	de	ser	apreciada	apenas	por	um	grupo	restrito	de	pessoas,	visa	ser	a	
mais	bela	expressão	das	artes.
FIGURA 7 – CULTURA ERUDITA
FONTE: <https://www.cruzeirofm.com.br/wp-content/uploads/2018/05/orquestra.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
Além	das	outras	já	citadas,	existem	outros	tipos	de	cultura.	Podemos	citar:	
• Subcultura –	é	o	uso	de	elementos	de	uma	cultura	em	virtude	da	 identidade	do	
grupo	social	que	ela	representa,	em	geral	um	grupo	que	se	difere	da	cultura	à	qual	
pertence	 sem	 se	 afastar	 de	 todo.	 Em	 geral	 compartilham	 de	 características	 em	
comum	como	cor	da	roupa,	penteados,	dialetos.
• Contracultura ou Cultura Marginal –	 a	 cultura	 marginal	 é	 aquela	 que	 não	 se	
adequa	à	modismos,	que	prefere	seguir	seu	estilo,	ouvir	seus	LPs.	Não	está	dentro	
dos	padrões,	tenta	ser	original.	Surgiu	nos	anos	50	com	a	geração	Beat,	buscando	se	
libertar	dos	movimentos	da	cultura	padrão.	
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• Cultura Subalterna –	aquela	que	não	é	moda,	não	é	reconhecida.
• Cultura/Patrimônio material ou imaterial –	em	1922,	Ogburn	propõe	a	divisão	da	
cultura	em	material	e	imaterial,	sendo	a	material	a	parte	física,	os	animais,	plantas,	
artefatos,	 estabelecimentos,	 o	 design	 (arquitetura	 e	 configuração	 de	 objetos,	 de	
pedras	a	objetos	mais	refinados).	A	cultura	imaterial	inclui	os	significados	atribuídos	às	
crenças,	valores,	símbolos,	linguagens,	normas,	instituições	e	organizações	sociais.
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Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	termo	cultura	é	importante	e	que	merece	a	nossa	atenção.
•	 Cultura	popular	é	a	cultura	produzida	pelo	povo,	estando	incluídas	dança,	gastronomia,	
música,	cinema,	literatura	e	arte	etc.
•	 A	cultura	de	massa	é	o	termo	usado	pelos	meios	de	comunicação	para	influenciar	a	
massa.
•	 A	cultura	erudita	é	aquela	que	evidencia	uma	formação	maior	e	com	isso	possui	um	
público	mais	restrito.
•	 Há	ainda,	dentro	da	cultura	humana	a	subcultura,	a	contracultura	ou	cultura	marginal,	
a	cultura	subalterna,	entre	outras	formas	de	classificá-la.
•	 Compreender	que	a	cultura	pode	ser	salvaguardada	como	bem	material	ou	imaterial,	
como	forma	de	preservação.
RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
1	 Leia	o	trecho:
 
Fatores	culturais	exercem	influência	no	comportamento	da	população
PORQUE
 
A	 cultura	 consiste	 no	 conjunto	 compartilhado	 de	valores	 e	 crenças	 duradouras	 que	
caracterizam	e	distinguem	grupos	sociais.
A	respeito	dessas	duas	afirmações,	é	CORRETO	afirmar	que:
a)	 (			)	 As	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	não	justifica	a	primeira.
b)	 (			)	 As	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	justifica	a	primeira.
c)	 (			)	 A	primeira	afirmação	é	verdadeira,	e	a	segunda	é	falsa.	
d)	 (			)	 A	primeira	afirmação	é	falsa,	e	a	segunda	é	verdadeira.
2	 Cultura	de	massa	é	um	termo	usado	como	sinônimo	da	chamada	indústria	cultural.	
Sobre	a	Cultura	de	massa,	marque	V	para	verdadeiro	e	F	para	Falso:
a)	 (			)	 Cultura	de	massa	se	refere	ao	cultivo	de	massas	e	macarrões;
b)	 (			)	 Essa	referência	à	massa	é	uma	referência	ao	povo,	para	colocar	a	todos	em	pé	de	
igualdade.
c)	 (			)	 Cultura	de	massa	se	refere	aos	meios	de	comunicaçãoque	dirigem	ao	povo;
d)	 (			)	 Cultura	de	massa	se	refere	ao	povo	sem	mensagens	específicas.
3	 Cultura	erudita	é	sinônimo	de	música	clássica.	Arte	restrita	a	poucas	pessoas.	Sobre	
a	cultura	erudita,	marque	V	para	verdadeiro	e	F	para	Falso:
a)	 (			)	 É	o	tipo	de	cultura	que	exige	mais	conhecimento.
b)	 (			)	 Tem	um	público	não	tão	seleto.
c)	 (			)	 Os	principais	representantes	são	Beethoven	e	Mozart.
d)	 (			)	 Visa	ser	a	mais	bela	expressão	da	arte.
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21
FORMAÇÃO CULTURAL
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Como	vimos,	falar	de	cultura	não	é	algo	assim	tão	simples,	pois	
depende	do	entendimento	de	cultura	que	tenhamos.	E	se	pensarmos	
na	 formação	 cultural	 de	 uma	 nação,	 muito	mais	 complexo,	 porque	
cada	 caso	 é	 um	 caso.	 Cada	 país	 tem	 uma	 formação	 cultural,	 cada	
estado	desse	país	tem	suas	particularidades,	cada	 região,	cada	vila.	
Isso	se	dá	porque	cada	local	é	formado	por	um	grupo	de	pessoas	que	é	originário	de	uma	
região,	com	hábitos	e	costumes	próprios	e	passa	a	ter	contato	com	pessoas	que	são	
originárias	(ou	até	nativas)	de	outras	regiões,	com	outros	hábitos,	com	outros	costumes.	
Realmente	é	muito	difícil	estabelecer	normas,	tudo	depende	da	história	de	cada	lugar.
Neste	segundo	tópico	buscaremos	 justamente	falar	um	pouco	sobre	a	formação	
cultural	dos	países	que	têm	a	língua	espanhola	como	língua	oficial,	não	todos	e	nem	de	
forma	profunda	pois	não	é	de	um	tratado.	O	que	buscamos	aqui	é	lançar	uma	semente	
no	sentido	de	valorização	cultural,	de	que	conheçamos	um	pouco	sobre	os	países	da	
cultura	que	ensinamos	a	nossos	alunos.	Como	se	dará	a	escolha	dos	países?	De	forma	
aleatória	 de	modo	 a	 tratar	 dos	 países	mais	 conhecidos,	 como	a	Espanha	 até	 países	
menos	conhecidos	como	Guinea Ecuatorial	 e	El	 Salvador,	 por	 exemplo.	Acreditamos	
que	é	 importante	conhecer	a	história	para	entender	a	cultura,	por	 isso	propomos	um	
recorrido	 ao	 passado,	 pois,	 como	 mencionamos	 anteriormente,	 tudo	 depende	 da	
história,	precisamos	conhecê-la	minimamente.		Começamos?
2 ESPANHA
Espanha	é	uma	nação	muito	conhecida,	especialmente	por	se	tratar,	no	caso	
da	língua	espanhola,	do	país	colonizador,	aquele	que	levou	e	leva	a	língua	espanhola	ao	
resto	do	mundo.	É	um	país	muito	rico	cultural	e	historicamente,	e	cuja	história	remonta	
há	muitos	 e	muitos	 séculos	 atrás.	A	 história	 do	mundo	 passa	 também	 pela	 história	
da	 Espanha	 e	muito	 ainda	 temos	no	 país,	 dessa	 história,	 para	 poder	 apreciar,	 como	
castelos,	casas	etc.	Vale	a	pena	ressaltar	que	é	um	país	ainda	regido	por	monarquia,	
sendo	a	quinta	principal	economia	da	Europa.
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Comecemos	olhando	para	 o	mapa.	 Espanha	 é	 um	país	 pequeno,	 da	Europa,	
dividido	atualmente	em	cerca	de	16	comunidades	autônomas	e	com	4	línguas	oficiais	
(no	passado	eram	mais,	elas	seguem	sendo	faladas	no	país,	mas	perderam	o	status	de	
oficial).	Aqui	já	podemos	respirar	uma	diversidade	cultural	imensa,	mas	conheçamos	um	
pouco	mais	 sobre	esse	país,	 sua	história,	pois	conhecendo	suas	 raízes	entenderemos	 
um	pouco	mais	sobre	essa	pluricultura	que	ele	exala.	
FIGURA 8 – ESPANHA
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ma/pa/mapadaespanha2-cke.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
2.1 PRIMEIROS HABITANTES
A	 Espanha	 é	 um	 país	 que	 teve	 sua	 origem	 na	 junção	 de	 diferentes	 reinos	
medievais,	como	o	reino	de	Castilla	y	León,	Castilla	y	La	Mancha.	O	reino	de	Castilla,	ou	
Castela,	é	o	ponto	de	origem	da	língua	espanhola,	razão	pela	qual	o	espanhol	também	é	
chamado	de	castelhano	muitas	vezes.
Há	registros	humanos	na	região	da	atual	Espanha	desde	a	pré-história,	como	as	
artes	rupestres	na	gruta	de	Altamira,	na	Cantábria.		Muito	mais	tarde,	houve	a	chegada	
das	tribos	 indo-europeias,	como	os	celtas	ou	fenícios	à	algumas	 regiões	da	Península	
Ibérica.	Esses	habitantes	originários	viviam	em	cavernas,	caçavam,	viviam	da	coleta	de	
frutos,	como	os	povos	nômades	de	então.
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FIGURA 9 – PRIMEIROS HABITANTES DA PENÍNSULA IBÉRICA
FONTE: <https://revistadehistoria.es/wp-content/uploads/2014/12/apaleoli.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
O	que	hoje	conhecemos	como	Espanha,	no	passado	era	a	Hispania	ou	Ibéria,	
estamos	 falando	 do	 período	 pré-romano,	 romano	 e	 pós	 romano.	 Pois	 bem,	 de	 uma	
maneira	breve	e	resumida,	a	história	do	país	é	essa:	Roma	está	decidida	a	dominar	o	que	
eles	conhecem	do	mundo	e	fica	sabendo	de	uma	região	chamada	Hispania,	decidem	
“invadir	e	conquistar”.	Roma	ganha	e	os	escraviza.	Com	o	passar	dos	anos,	Roma	cai	e	
é	dominada	pelos	povos	bárbaros,	os	visigodos,	e	com	isso	há	o	contato	com	as	línguas	
bárbaras.	Mais	adiante	vêm	os	árabes	e	expulsam	os	bárbaros,	dominando	a	região	por	
mais	de	700	anos,	o	que	deixou	um	grande	legado	linguístico	na	região,	como	as	palavras	
começadas	por	AL	 (inclusive	no	português)	como:	alcohol,	alhambra,	álgebra.	Surge	
então	o	movimento	La Reconquista,	quando	os	nativos	se	organizam	para	expulsar	os	
árabes,	vale	lembrar	que	nessa	época	a	Espanha	não	era	um	país,	era	um	conjunto	de	
reinados,	como	León,	Navarra,	Aragón,	Castilla	etc.	Reinados	que	isolados	eram	fracos.	
O	Rei	Fernando	de	Aragão	decide	estrategicamente	casar-se	com	a	 rainha	 Isabel	de	
Castela,	unindo	assim	os	dois	maiores	reinos	da	Espanha,	Navarra	pede	para	entrar	na	
união	dos	estados.	Em	1492,	finalmente	há	a	queda	de	Granada,	com	isso	a	Espanha	
consegue	expulsar	os	árabes	do	país.	A	seguir,	vejamos	uma	herança	cultural	desses	
tempos	que	está	presente	ainda	hoje	entre	nós.
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Moros y Cristianos
Em Cuba, há um prato típico a base de arroz e feijão, onde o arroz é um prato do cotidiano 
de praticamente todos os lares das pessoas, chamado “Moros y Cristianos” e esse prato 
recebe esse nome em referência direta à época da dominação árabe na Espanha.
Os Moros (feijões pretos) são os árabes, pessoas de cor negra, e os Cristianos (arroz) 
são os espanhóis, pessoas de cor branca. O prato é justamente a união do arroz e do 
feijão em um único prato, representando o embate das duas crenças durante mais de 700 
anos. É comum que seja servido no Festival de San Jorge, que terminam com encenações 
de batalhas com os cristãos sobre cavalos lutando com muçulmanos em camelos e os 
derrotando. 
FIGURA – MOROS Y CRISTIANOS 
FONTE: <http://twixar.me/55sm>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
INTERESSANTE
Tantos	anos	de	dominação	moçárabe,	como	vimos	nos	exemplos	dados	sobre	a	
língua,	deixaram	heranças	diversas	pelo	país,	seja	na	arquitetura,	na	comida,	na	dança	
etc.	Se	consideramos	a	formação	do	país,	durante	tantos	anos	de	conquistas	e	evolução,	
confrontos,	 ataques,	 invasões,	 e	 diversas	 outras	 formas	 de	 contato,	 as	 línguas	 dos	
reinos	da	Espanha	tiveram	muitas	influências.	A	maioria	das	palavras	do	espanhol,	por	
exemplo,	deriva	do	latim,	mas	há	muita	influência	árabe,	há	palavras	de	origens	gregas,	
celtas	e	Euskera,	por	causa	de	invasão	dos	visigodos	temos	a	presença	de	palavras	de	
origem	germânicas	assim	como	a	relação	da	Espanha	com	suas	colônias	trouxe	outros	
termos	ao	vocabulário	europeu,	de	modo	a	ampliar	e	enriquecer	o	vocabulário	da	língua	
espanhola.	Em	virtude	dessa	grandeza	de	vocabulário	e	falantes,	em	1713	surge	a	RAE	–	
Real	Academia	Española,	que	passa	a	estudar	e	registrar	o	espanhol.	Passando	pouco	a	
pouco	a	reconhecer	e	a	valorizar	a	língua	dos	países	fora	da	Espanha	também.
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Por uma questão semelhante ao que acontece com o português, 
o conquistador, a fim de carimbar seu poderio histórico, mantém 
a nomenclatura que aproxima a língua mais ao nome do país, por 
tanto, espanhol é o termo preferido para a Espanha e o termo 
castelhano tem sido cada vez menos indicado.
NOTA
O	mesmo	que	ocorre	com	a	língua	se	dá	no	âmbito	cultural.	A	riqueza	cultural	
do	mundo	hispânico	é	imensa,	mesmo	se	nos	detemos	apenas	na	Espanha.	Pois	em	um	
país	do	tamanho	do	Rio	Grande	do	Sul,	para	nós	brasileiros	termos	uma	ideia,	onde	há	
16	comunidades	autônomas.	
Espanha,	 apesar	 do	 tamanho	geográfico/físico	 reduzido	 sempre	 foi	 gigante	 em	
muitos	aspectos.Segundo	o	Instituto	Cervantes,	hoje	são	21	países	falam	o	espanhol	
como	língua	oficial,	com	isso,	são	cerca	de	500	milhões	de	falantes,	sendo	o	segundo	
mais	falando	no	mundo	e	o	mais	importante	em	questões	econômicas.	Ou	seja,	a	an-
tiga	Hispania,	um	dia	conquistada	e	dominada	por	outros	reinos	passou	a	conquistar	e	
dominar.	Mais	a	frente	falaremos	mais	das	conquistas	e	dos	países	conquistados	pelas	
Espanha,	mas	cabe	agora	ressaltar	que	este	pequeno	reino,	mesmo	subdividido	inter-
namente	fez	e	faz	história.	É	um	país	um	desenvolvido	tecnologicamente,	 referência	
nos	esportes,	na	cultura,	tem	suas	marcas	importantes	na	história,	com	muitos	e	rele-
vantes	artistas	como	Dali,	Picasso,	Miró,	entre	outros;	tem	nada	menos	que	Cervantes	
e	Dom	Quijote	de	La	Mancha	como	representante	máximo	da	literatura;	por	ter	muitos	
castelos	e	construções	medievais	entre	outros	pontos	a	serem	visitados	é	um	roteiro	
imperdível	de	turismo.
Mais	ou	menos	na	época	em	que	os	árabes	são	expulsos	da	Espanha	o	italiano	
Cristóvão	 Colombo	 recebe	 apoio	 da	 coroa	 espanhola	 para	 chegar	 às	 Índias,	 como	
sabemos,	na	realidade	ele	chega	à	América	e	não	às	Índias.	Essa	“descoberta”	alimenta	
a	Espanha	por	muito	tempo,	tanto	em	relação	a	metais	preciosos,	quanto	em	relação	
a	alimentos,	especiarias	e	mesmo	à	literatura	com	relatos	históricos,	e	trazendo	novas	
colônias	aos	conquistadores	europeus.	Conheçamos	brevemente	um	pouco	mais	de	
América	então.	
26
2.2 PRIMEIROS HABITANTES DA AMÉRICA 
A	chegada	dos	conquistadores	à	América	ocorre	em	12	de	outubro	de	
1492,	com	a	chegada	de	Cristóvão	Colombo	ao	chamado	Novo	Mundo,	
as	Antilhas,	que	é	a	primeira	parte	a	ser	explorada	pelos	espanhóis.	
Além	das	especiarias,	buscavam	encontram	metais	preciosos,	mas	
não	 encontram	 nada	 mais	 que	 uma	 população	 de	 nativos,	 nessa	
região	que	nada	tinha	a	oferecer	de	interessante.	Infelizmente	foi	um	
período	desolador	para	as	populações	nativas	que	foram	dizimadas,	
ou	pelas	doenças	ou	pela	mão	opressora	do	conquistador	que	não	
teve	dó	e	matou	o	que	viu	pela	frente,	conforme	muitos	relatos	de	
Frei	Bartalomé	de	Las	Casas	(LAS	CASAS,	2011,	p.	27-28).	
Sobre	esses	cordeiros	tão	dóceis	(os	nativos),	tão	qualificados	e	dotados	pelo	
seu	Criador	como	se	disse,	os	espanhóis	se	arremessaram	no	mesmo	instante	como	le-
ões	e	tigres	cruéis,	há	muito	tempo	esfaimados,	de	quarenta	anos	para	cá,	e	ainda	hoje	
em	dia,	outra	cousa	não	fazem	ali	senão	despedaçar,	matar,	afligir,	atormentar	e	destruir	
esse	povo	por	estranhas	crueldades	(como	vos	farei	ver	depois);	de	tal	sorte	que	de	três	
milhões	de	almas	que	havia	na	ilha	Espanhola	e	que	nós	vimos,	não	há	hoje	de	seus	
naturais	habitantes	nem	duzentas	pessoas.	A	ilha	de	Cuba	está	hoje	como	deserta.	A	
ilha	de	São	João	e	a	de	Jamaica,	ambas	muito	grandes	e	muito	férteis,	estão	desoladas.
A	seguir	estão	as	rotas	das	viagens	que	Colombo	fez	com	intenção	de	chegar	às	
Índias,	mas	sempre	chegou	a	diferentes	partes	da	América	Central.
FIGURA 10 – AS VIAGENS DE COLOMBO
FONTE: <https://bit.ly/2GkRnM9>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Porém,	 em	 novas	 expedições	 outros	 conquistadores	 encontram	 civilizações	
maiores,	mais	evoluídas,	como	as	maias	e	as	astecas	e,	posteriormente,	as	incas,	que	
foram	escravizadas	e	aniquiladas.	A	partir	de	agora	conheceremos	um	pouco	mais	de	
cada	um	desses	povos.
27
2.2.1 Os Astecas
Também	chamado	de	Mexica	o	povo	Asteca	se	originou	da	aliança	de	diferentes	
povos	da	América	Central,	dentre	eles	estavam	os	Mexicas,	os	Acolhua	e	os	Astecas	
onde	os	últimos	se	destacaram	impondo	seus	costumes	e	sua	língua,	o	Náhuatl.	Eram	
nômades,	mas	em	uma	época	difícil	de	seca	receberam	a	mensagem	dos	deuses	que	
deveriam	se	estabelecer	em	um	local	em	que	avistassem	uma	serpente	devorando	uma	
cobra	em	um	nopal,	um	cacto	comum	na	região.	Eram	um	povo	muito	ligado	a	essas	
crendices	e,	em	dado	momento	de	sua	peregrinação	é	avistada,	em	uma	ilha	dentro	do	
lago	Texcoco,	uma	águia	devorando	a	uma	serpente	enquanto	está	pousada	em	um	
nopal.	Haviam	encontrado	seu	lar,	Tenochtitlán,	que	futuramente	dará	origem	à	Cidade	
do	México.
Essa	ilha	era	pequena	e	pantanosa,	com	isso	os	astecas	precisaram	desenvol-
ver	estratégias	para	poder	construir	e	criar	sua	cidade.	Foi	um	povo	muito	desenvolvido,	
criando	aquedutos,	represas,	estradas,	sistemas	de	irrigação	e	outras	tecnologias	bas-
tante	avançadas	para	a	época.
FIGURA 11 – A CRIAÇÃO DO MÉXICO
FONTE: <https://www.mexicodesconocido.com.mx/wp-content/uploads/2018/01/escudo_nacional_
mexicano.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2020.
A lenda da criação de Tenochtitlán, que posteriormente seria a Cidade 
do México e, futuramente o próprio México, aparece no Escudo Nacional 
da Bandeira mexicana. Neste escudo podemos ver nada menos que a 
representação da lenda da águia e da serpente no nopal, na pequena 
ilha pantanosa, rodeada de água. São detalhes sobre a importância da 
história do povo para a manutenção de suas raízes.
NOTA
28
Com	a	Chegada	de	Hernán	Cortés	à	região	em	1519	o	Império	asteca	começa	
seu	descenso.	Os	espanhóis	se	aliaram	aos	grupos	inimigos	dos	astecas	e	assim,	mesmo	
com	resistência	em	1521	o	império	asteca	sucumbiu.
2.2.2 Os Maias
Os	 maias	 derivam	 da	 cultura	 Olmeca,	 havendo	 teorias	 que	 afirmam	 que	 na	
verdade	 que	 houve	 contato	 intercultural	 entre	maias	 e	 olmecas,	 nada	 comprovado.	
Edificaram	 cidades	 estado	 dirigidas	 por	 governos	 hereditários,	 esses	 centros	 se	
multiplicaram	rapidamente	 razão	pela	qual	criaram	uma	rede	eficaz	de	caminhos.	As	
cidades	foram	construídas	em	torno	a	enormes	centros	cerimoniais,	edifícios	públicos	
etc.	Tinham	um	considerável	conhecimento	de	arquitetura,	mas	não	faziam	abóbadas,	
não	usavam	a	roda	e	não	tinham	animais	de	tração.	Tinham	o	sistema	de	escrita	mais	
sofisticado	da	América,	um	elevado	conhecimento	matemático,	pois	descobriram	o	zero	
e	um	alto	conhecimento	de	astronomia.	Em	dado	período	da	história	migram	do	sul,	
abandonando	sua	cidade	(por	motivos	desconhecidos)	e	fundando	outras	cidades	mais	
ao	norte,	sofrendo	influência	tolteca	do	centro	do	México.	Nessa	época	havia	o	culto	à	
serpente	emplumada,	Kukulkan,	que	aparece	na	majestosa	pirâmide	de	Chichén	Itzá,	
sacrifícios	humanos	em	massa	e	diferentes	formas	artísticas.	A	seguir,	verifique	uma	
representação	da	cena	do	filme	Apocalypto	de	Mel	Gibson,	que	retrata	os	episódios	de	
sacrifícios	humanos.
FIGURA 12 – CENA DO FILME APOCALYPTO
FONTE: <https://aosugo.files.wordpress.com/2008/03/apocalypto21.jpg?w=730>. Acesso: 25 mar. 2020.
Assim	como	acontece	com	os	astecas,	a	civilização	maia	chega	ao	fim	de	seus	
dias	de	glória.	Ficam	na	história,	visíveis	até	hoje,	muitos	resquícios	desta	rica	cultura,	
muitos	descendentes,	a	língua	e	heranças	culturais	podem	facilmente	ser	percebidas	
no	país.	
29
2.2.3 Os Incas
A	 região	 dos	 Andes	 tem	 registros	 de	 grupos	 humanos	 de	 cerca	 de	 4500	
anos	a.C.	Os	chavín,	que	seria	o	grupo	predecessor	aos	Incas,	também	chamados	de	
Quéchuas,	 que	 dominaram	 a	 região	mais	 ou	menos	 desde	 o	 ano	 1000/1200	 a.C.	 O	
governo	era	teocrático	onde	o	 imperador	era	visto	como	descendente	direto	do	deus	
sol.	Tinha	poderes	irrestritos	podendo	decidir	até	sobre	a	vida	pessoal	de	cada	indivíduo.	
O	Reino	 Inca	 foi	 grandioso	 em	extensão	 territorial,	 indo	da	 cordilheira	 dos	Andes	no	
oeste	da	Argentina	ao	Equador,	 tendo	como	a	capital	 do	 império	Cusco	 (que	 significa	
na	língua	quéchua	o	umbigo	do	mundo).	Tinha	grande	amplitude	de	estradas,	com	isso	
era	característica	uma	grande	diversidade	de	culturas,	pois	se	calculava	que	pudessem	
chegar	a	algo	como	seis	ou	dez	milhões	de	habitantes,	utilizando-se	de	muitos	idiomas	
diferentes,	entre	eles	o	quéchua	ou	quíchua.	A	base	da	economia	era	a	agricultura,	tendo	
também	conhecimentos	desenvolvidos	na	área	da	medicina,	 da	música,	 entre	outros.	
Como	viviam	na	área	andina,	 precisaram	desenvolver	 seu	conhecimento	agrícola,	 sua	
tecnologia	é	bastante	avançada,	 inclusive	no	que	se	 refere	aosistema	de	 irrigação.	A	
seguir,	veremos	um	exemplo	dos	terraços,	espaços	criados	pelos	incas,	por	volta	do	ano	
1400,	onde	o	terreno	se	mantém	mais	úmido	e	mais	quente,	favorecendo	o	cultivo.
FIGURA 13 – AGRICULTURA INCA
FONTE: <https://img.brasildefato.com.br/media/512db75cbd4b9ab226550dd10a666356.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
A	decadência	do	Império	Inca	se	deu,	assim	como	com	os	Astecas	e	Maias,	pela	
chegada	dos	colonizadores	espanhóis,	liderados	por	Pizarro,	entre	1525	e	1533.	
Estes	 são	 exemplos	 das	 3	 maiores	 civilizações	 da	 América,	 que	 mesmo	
perdendo	quase	que	totalmente	seu	espaço	deixaram	uma	grande	herança	cultural	por	
onde	passaram.	Esses	não	foram	as	únicas	 influências	da	cultura	hispânica	da	América.	
Vejamos	um	esquema	que	nos	dá	uma	ideia	da	abrangência	dos	Impérios	Asteca,	Maia	
e	 Inca,	a	presença	de	outros	povos	 indígenas,	assim	como	um	esquema	da	chegada	 
dos	espanhóis.
30
FIGURA 14 – OS MAIORES IMPÉRIOS PRÉ-HISPÂNICOS
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-jTyX0cu_Q5A/VDNm4nMe7uI/AAAAAAAAAPA/7KstBXalAjw/s1600/
Mapa%2BConquista%2Bda%2BAm%C3%A9rica.gif>. Acesso em: 25 mar. 2020.
31
2.2.4 Imigração Europeia para América do Sul no 
Pós-Colonialismo
Depois	 da	 chegada	 dos	 espanhóis,	 se	 dá	 início	 ao	 processo	 de	 colonização,	
quando	 são	 estabelecidos	 na	 América	 os	 vice-reinos.	 São	 cerca	 de	 300	 anos	 de	
exploração	e	de	miscigenação	até	que	a	partir	do	Século	XVIII	comecem	a	ocorrer	as	
independências	 dos	 territórios	 que	 vieram	 a	 formar	 os	 países	 da	 América,	 pouco	 a	
pouco.	Mais	tarde	começam	a	chegar	as	ondas	de	imigrantes	vindas	da	Europa.	Foram,	
assim	como	ocorreu	no	Brasil,	de	grande	 importância	para	a	formação	do	país,	tanto	
economicamente,	 quanto	 culturalmente:	 “as	 grandes	migrações	 transoceânicas	 dos	
Séculos	XIX	e	XX	constituem	 [...]	 um	aspecto	do	movimento	demográfico	da	Europa	
em	que	a	urbanização	e	a	industrialização	desempenham	papel	relevante”	(PETRONE,	
1997,	p.	95).	Em	1880,	a	população	argentina,	por	exemplo,	era	relativamente	pequena,	
mas	havia	chegado	cerca	de	440	mil	 imigrantes	europeus,	em	1914	 já	eram	30%	da	
população	 (KLEIN,	2000).	Para	os	governos	americanos	a	vinda	dos	europeus	era	de	
suma	 importância,	 tanto	pelo	final	 da	 escravidão	e	 consequente	 término	da	mão	de	
obra	 escrava,	 como	 por	 acreditar	 na	 vinda	 de	 “europeus	 culturalmente	 superiores”	
(SANCHEZ-ALONSO,	2007,	p.	398),	o	que	contribuiria	para	o	desenvolvimento	do	país.	
Famílias	 inteiras	 vinham	 à	 América,	 em	 busca	 de	 melhores	 condições	 de	
vida,	muitas	a	trabalhar	no	campo,	para	desbravar	áreas	não	habitadas	ainda.	A	vinda	
dessas	famílias,	com	sua	cultura,	hábitos,	costumes.	Ao	encontrar-se,	fusionar-se	com	
os	moradores	 locais	 formaram	 novos	 hábitos,	 adaptando	 o	 que	 traziam	 com	 o	 que	
encontravam	e	assim	contribuíam	para	a	formação	da	cultura	americana.	Os	imigrantes,	
em	 grande	 maioria	 alemães	 e	 italianos,	 chegados	 entre	 1850	 e	 1900	 são	 a	 grande	
massa	obreira	que	compôs	a	população,	especialmente	do	Brasil	e	da	Argentina,	onde	
chegaram	em	número	mais	expressivo.	A	seguir,	veremos	uma	imagem	de	um	grupo	de	
agricultores,	imigrantes	europeus.
Acesse o link a seguir para visitar o Museu da Imigração, de São Paulo, 
onde há um vasto acervo digital: http://museudaimigracao.org.br/.
Ainda, assim como em Buenos Aires, há o museu da imigração narra 
a história de espanhóis e italianos: http://untref.edu.ar/muntref/es/
museo-de-la-inmigracion/.
DICA
32
FIGURA 15 – IMIGRAÇÃO EUROPEIA
FONTE: <https://bit.ly/2t7GVVa>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Em	outras	 regiões,	 como	Caribe,	 assim	como	ocorreu	na	 região	nordeste	do	
Brasil	 a	migração	europeia	não	 foi	 tão	considerável,	mas	há	 sim	um	número	grande	
de	africanos	que	compôs	a	população	e	com	 isso	a	cultura	da	região.	O	cone	sul	da	
América,	 por	 exemplo,	 tem	 uma	 população	 negra	 bastante	 reduzida	 se	 comparada	
com	 a	 parte	 norte	 da	América,	 em	 contrapartida,	 o	 Chile,	 por	 exemplo,	 possui	 uma	
grande	comunidade	Mapuche,	o	maior	grupo	indígena	do	país,	e	o	biotipo	da	população	
chilena,	 descendente	 desse	 grupo	 étnico	 fica	 entre	 o	 povo	 mapuche	 e	 o	 europeu	
(espanhol)	 respeitando-se	 a	 miscigenação	 de	 tantos	 anos	 que	 se	 passaram,	 claro.		
Encontramos	 o	mesmo	 “fenômeno”	 em	 outros	 países	 onde	 a	 população	 indígena	 é	
bastante	predominante,	ou	seja,	praticamente	toda	América,	ou	seja,	temos	o	caso	do	
Paraguai	onde	grande	parte	da	população	descende	dos	guaranis,	na	Bolívia,	Peru	e	
Equador,	principalmente,	temos	dois	grupos	indígenas	fortes,	os	quéchuas	e	os	aimarás	
(lembrando	que	aqui	falamos	apenas	dos	maiores	representantes,	mas	há	mais	grupos	
indígenas	nesses	países).	Na	América	central	temos	vários	grupos,	mas	os	principais	
são	os	remanescentes	dos	astecas	e	dos	maias,	mas	há	outros	mais.	Junto	com	esses	
grupos	 indígenas,	 que	 aportam	 suas	 contribuições	 culturais,	 há	 os	 mencionados	
imigrantes	que	vieram	colonizar,	em	grupos,	mais	os	colonizadores	que	chegaram	de	
modo	solitário	ou	que	chegam	agora,	como	grupos	de	venezuelanos	que	fogem	das	
dificuldades	sociais	do	país,	haitianos	fugindo	da	devastação	que	houve	em	virtude	de	
questões	ambientais	 (furacões	etc.),	peruanos	e	bolivianos	que	chegam	à	Argentina,	
principalmente,	a	buscar	trabalho	e	melhores	condições	de	vida,	devido	a	problemas	
socioeconômicos	em	sua	terra	natal	etc.
O	 tempo	 passa,	 os	 motivos	 mudam,	 mas	 as	 migrações	 seguem	 precisando	
ocorrer,	e	é	um	direito	humano	previsto	na	Declaração	Universal	dos	Direitos	Humanos.	
Qualquer	 pessoa	 que	 sinta	 que	 seu	 país	 de	 origem	não	 é	mais	 seguro	 pode	 buscar	
um	lugar	melhor	para	viver.	E	sempre	que	mudamos,	que	vamos	viver	em	outro	lugar,	
levamos	um	pouco	de	nós,	de	nossa	cultura	e	encontramos	um	pouco	da	cultura	do	
outro,	 que	 pode	 ser	 assimilada	 ou	 pode	nos	 causar	 estranhamento,	mas	nunca	nos	
deixa	do	mesmo	modo	que	chegamos,	sempre	nos	causa	alguma	reflexão.
33
2.2.5 Nações Hispânicas e Seus Símbolos
Atualmente,	entre	América	do	Sul,	Central	e	do	Norte	temos	19	países	que	falam	
espanhol,	mais	a	Espanha,	na	Europa	e	a	Guiné	Equatorial	na	África.	Além	desses	21	
países	que	tem	o	espanhol	como	língua	oficial,	temos	outros	países	onde	o	espanhol	é	
amplamente	usado	por	um	número	significativo	da	população,	como	Estados	Unidos,	
Marrocos,	Filipinas,	Haiti	etc.
FIGURA 16 – PAÍSES QUE TÊM O ESPANHOL COMO LÍNGUA OFICIAL
FONTE: <https://www.soespanhol.com.br/conteudo/diversos_figuras/hispmap.gif>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
3 PAÍSES DA LÍNGUA ESPANHOLA
Conheçamos	agora	alguns	países	hispano-americanos,	escolhidos	por	serem	
pouco	conhecidos	da	maioria.	Não	trata-se	de	uma	pesquisa	exaustiva,	mas	um	convite	
para	que	busquemos	mais	informações	pois	para	ensinar	sobre	a	língua,	é	preciso	saber	
sobre	a	história	e	sobre	a	cultura	de	cada	lugar.
34
3.1 PORTO RICO
É	um	arquipélago	localizado	no	mar	do	Caribe	e,	ao	contrário	do	que	a	maioria	
das	pessoas	 imagina,	Porto	Rico	não	é	um	país,	é	um	território	não	 incorporado	dos	
Estados	Unidos,	como	se	fosse	um	estado	a	mais.	Sua	capital	é	San	Juan	e	tem	duas	
línguas	oficiais,	o	inglês	e	o	espanhol,	sendo	este	o	predominante.
Porto	 Rico	 foi	 colonizado	 pela	 Espanha,	 na	 época	 de	 Colombo,	 como	 os	
demais	 países	 da	 região.	 Houve,	 com	 o	 passar	 dos	 anos,	movimentos	 para	 tentar	 a	
independência,	mas	sem	sucesso.	Chegou	ao	ponto	de	acionarem	os	Estados	Unidos	
em	 busca	 de	 ajuda	 contra	 o	 domínio	 espanhol.	 E	 Porto	 Rico	 permanece	 como	 um	
“estado	Livre	Associado”	dos	EUA	até	hoje.	É	um	país	de	maioria	católica,	e	tem	uma	das	
economias	mais	dinâmicas	da	América,	vivendo,	entre	outras	coisas	da	agropecuária,	
pesca	e	turismo.
3.2 EQUADOR
Ecuador,	cuja	capital	é	Quito,	é	um	país	onde	a	maioria	dos	moradores	são	de	
origem	indígena,	o	que	pode	ser	observado	no	biotipo	dos	moradores	locais.	Depois	de	
uma	crise	financeira	em	2001,	a	moeda	local,	osucre,	foi	abandonado,	e	o	país	é	um	dos	
poucos	da	América	que	adota	o	dólar	como	moeda	nacional.
A	maioria	da	população	é	de	religião	católica	e	reside	em	áreas	urbanas.	A	base	
da	economia	é	a	agricultura,	onde	cultivam	em	especial	o	milho	e	a	banana,	elementos	
que	 aparecem	 na	 gastronomia	 local.	 Equador	 é	 um	 país	 pequeno	 e	 está	 localizado	
na	parte	central	do	globo,	por	isso	seu	nome	foi	usado	para	batizar	a	linha	que	divide	
o	 planeta	 ao	meio.	Outro	 fato	histórico	 que	 torna	 esse	país	 famoso	 é	 o	 fato	 de	que	
foi	visitado	por	Charles	Darwin,	que	ao	conhecer	as	 ilhas	Galápagos	criou	a	teoria	da	
evolução.
3.3 O ESPANHOL NA ÁFRICA – GUINÉ EQUATORIAL
Guinea Ecuatorial	é	um	pequeno	país	africano,	cuja	capital	é	Malabo	e	possui	cerca	
de	700	mil	habitantes.	Está	localizado	na	parte	central	do	continente	e	foi	colonizado	
pela	Espanha,	em	virtude	disso	tem	o	espanhol	como	língua	oficial	e	tem	o	catolicismo	
como	religião	oficial,	apesar	de	que	a	maioria	da	população	pratica	também	o	animismo.	
Apenas	em	1968	se	tornou	independente.	
35
FIGURA 17 – PLAZA DE LA INDEPENDENCIA
FONTE: <http://twixar.me/S5sm>. Acesso em: 25 mar. 2020.
A	economia	do	país	se	baseia	na	agricultura	e	na	pesca,	o	atual	presidente	está	
no	poder	desde	1979	e	apesar	de	que	seja	um	país	pobre,	foi	eleito	pela	revista	Forbes	
como	o	oitavo	governante	mais	rico	do	mundo.
O	futebol	está	entre	os	esportes	mais	apreciados	no	país,	sua	gastronomia	tem	
forte	influência	espanhola	e	africana.	O	Balélé	é	a	dança	mais	tradicional	do	país,	onde	
as	mulheres	dançam	geralmente	acompanhadas	por	um	pequeno	grupo	de	músicos.
FIGURA 18 – INDEPENDÊNCIA DE GUINÉ EQUATORIAL
FONTE: <http://twixar.me/X5sm>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Para entender melhor o processo de independência de Guiné Equatorial 
da Espanha e os conflitos surgidos, sugerimos o filme ou a leitura da obra 
Filme Palmeras en la Nieve, baseado na obra homónima.
DICA
36
4 HINOS E BANDEIRAS
Outro	fator	de	ordem	histórico-cultural	que	é	interessante	observar	em	relação	
às	nações	de	um	modo	em	geral	são	seus	hinos	e	suas	bandeiras.	Falam	muito	de	si.	
A	escolha	das	cores	da	bandeira,	os	símbolos	ou	brasões.	O	mesmo	em	 relação	aos	
hinos,	que	mostram	fatos,	ressaltam	características	etc.	Algo	que	sempre	nos	chamou	a	
atenção,	por	exemplo,	foi	o	uso	da	cor	vermelha	em	muitas	das	bandeiras	latino-ameri-
canas,	e	se	buscarmos	o	significado	desta	cor,	geralmente	é	algo	relacionado	ao	sangue	 
derramado	nas	batalhas.	O	azul	é	o	céu	ou	o	mar,	o	amarelo	é	o	ouro	ou	as	riquezas.	
Vejamos	o	exemplo	do	que	se	diz	da	bandeira	da	Colômbia:	
El significado de los colores de la bandera colombiana, a pesar de la incerteza 
de su origen, se resume actualmente como:
• Amarillo, como representación de la abundancia y riqueza de Colombia derivado 
de la soberanía de los territorios colonizados.
• Azul, por el mar y los dos océanos que unen Colombia con el resto del mundo.
• Rojo, que simboliza la sangre de aquellos que lucharon por la soberanía, y que se 
traduce en amor, progreso, fuerza y poder.
FONTE: <https://www.significados.com/bandera-de-colombia/>. Acesso em: 25 jan. 2020
Algo	 similar	 ocorre	 em	 relação	 aos	 hinos.	 Veja	 a	 seguir	 a	 letra	 do	 hino	 da	
Colômbia.	Observe	que	 fala	 de	 fatos	 históricos,	 da	 conquista,	 de	heróis	 e	 diferentes	
fatos	que	ressaltam	a	grandeza	da	nação.		
37
FIGURA 19 – HINO NACIONAL DA COLÔMBIA
FONTE: <https://imagenestotales.com/wp-content/uploads/2018/10/1539555194-550x733.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
Coro
¡Oh	gloria	inmarcesible!
¡Oh	júbilo	inmortal!
¡En	surcos	de	dolores
El	bien	germina	ya!
III Estrofa
Del	Orinoco	el	cauce
Se	colma	de	despojos;
De	sangre	y	llanto	un	río	
Se	mira	allí	correr.
En	Bárbula	no	saben
Las	almas	ni	los	ojos
Si	admiración	o	espanto
Sentir	o	padecer.
VI Estrofa
Bolívar	cruza	el	Ande
Que	riega	dos	océanos;
Espadas	cual	centellas
Fulguran	en	Junín.
Centauros	indomables
Descienden	a	los	llanos
Y	empieza	a	presentirse
De	la	epopeya	el	fin.
IX Estrofa
La	Patria	así	se	forma,
Termópilas	brotando;
Constelación	de	cíclopes	
Su	noche	iluminó;
La	flor	estremecida,
Mortal	el	viento	hallando,
Debajo	los	laureles
Seguridad	buscó.
I Estrofa
¡Cesó	la	horrible	noche!
La	libertad	sublime
Derrama	las	auroras
De	su	invencible	luz.
La	humanidad	entera,
Que	entre	cadenas	gime,
Comprende	las	palabras
Del	que	murió	en	la	cruz.
IV Estrofa
A	orillas	del	Caribe
Hambriento	un	pueblo	lucha,
	Horrores	prefiriendo
A	pérfida	salud.
!Oh,	sí¡	de	Cartagena
La	abnegación	es	mucha,
Y	escombros	de	la	muerte
desprecian	su	virtud.
VII Estrofa
La	trompa	victoriosa
Que	en	Ayacucho	truena,
En	cada	triunfo	crece
Su	formidable	son.
En	su	expansivo	empuje
La	libertad	se	estrena,
Del	cielo	Americano
Formando	un	pabellón.
X Estrofa
Mas	no	es	completa	gloria	
Vencer	en	la	batalla,
Que	al	brazo	que	combate	
Lo	anima	la	verdad.
La	independencia	sola
El	gran	clamor	no	acalla;
Si	el	sol	alumbra	a	todos,
Justicia	es	libertad.
II Estrofa
“¡Independencia!”	grita
El	mundo	americano:
Se	baña	en	sangre	de	héroes
La	tierra	de	Colón.
Pero	este	gran	principio:	
“El	rey	no	es	soberano”,
Resuena,	Y	los	que	sufren
Bendicen	su	pasión.
V Estrofa
De	Boyacá	en	los	campos
El	genio	de	la	gloria
Con	cada	espiga	un	héroe
invicto	coronó.
Soldados	sin	coraza
Ganaron	la	victoria;
Su	varonil	aliento
De	escudo	les	sirvió.
VIII Estrofa
La	Virgen	sus	cabellos
Arranca	en	agonía
Y	de	su	amor	viuda
Los	cuelga	del	ciprés.
Lamenta	su	esperanza
Que	cubre	losa	fría,
Pero	glorioso	orgullo
circunda	su	alba	tez.
XI Estrofa
Del	hombre	los	derechos
Nariño	predicando,
El	alma	de	la	lucha
Profético	enseñó.
Ricaurte	en	San	Mateo
En	átomos	volando
“Deber	antes	que	vida”,
Con	llamas	escribió.
38
Tanto	a	bandeira	como	o	brasão	ou	o	hino	são	elementos	cívicos	que	representam	
a	história,	a	nacionalidade	e	a	cultura,	assim	como	ressaltam	o	sentimento	de	civismo	
da	nação.	É	comum	que	países	como	a	Argentina	tenham	as	cores	de	sua	bandeira	
pintadas	em	seus	muros	ou	casas,	por	exemplo,	ou	que	as	cores	da	bandeira	apareçam	
em	diferentes	objetos	que	representem	seu	país.
5 CULTURA HISPÂNICA
Agora	 veremos	 novamente,	 de	 um	 modo	 breve	 e	 sucinto,	 alguns	 aspectos	
culturais	do	mundo	hispânico	que	são	curiosos,	em	especial	se	comparamos	com	nossa	
cultura.	Lembramos	que	não	é	nossa	intenção	esgotar	o	assunto	que	é	bastante	amplo.	
Trataremos	de	aspectos	variados	como	comida,	danças,	arte,	festas	etc.	Como	retrata	
muito	bem	a	imagem	que	segue,	a	cultura	hispânica	é	bastante	variada,	veremos	aqui	
alguns	poucos	aspectos	a	título	de	curiosidade,	começando	pela	Espanha.	Nas	próximas	
unidades	veremos	pontualmente	alguns	casos	de	forma	mais	específica.		
FIGURA 20 – CULTURA HISPÂNICA
FONTE: <https://universidadedaterceiraidade.files.wordpress.com/2016/04/espanhol-640x300.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
5.1 CURIOSIDADES DA ESPANHA
•	 Os	espanhóis	costumam	dormir	e	acordar	tarde.	O	almoço	ocorre	em	geral	às	15hs,	o	
jantar	entre	as	21h/22h.
• La siesta,	nas	cidades	do	interior	é	comum	que	o	comércio	todo	feche	por	duas	horas,	 
ou	feche	das	14h	às	17h	pois	a	população	tem	o	hábito	de	dormir	por	uma	ou	duas	
horas.	Nesse	período	é	raro	que	se	veja	viva	alma	nas	ruas.	Esse	hábito	é	comum	na	
América	também.
•	 Os	frutos	do	mar	são	a	base	principal	da	alimentação	dos	espanhóis,	assim	como	
costumam	ter	sempre	o	pão,	presente	nas	refeições.
39
•	 Dia	06/01,	el día de los Reyes Magos,	é	uma	data	mais	importante	e	mais	celebrada	
que	o	Natal,	pois	é	nesse	dia	que,	as	crianças	principalmente,	trocam	os	presentes	
(quem	 se	 comporta	mal	 recebe	 um	 carvão).	 Isso	 é	 comum	 em	muitos	 países	 da	
América	também.
•	 A	Corrida de Toros,	ou	touradas	é	uma	das	tradições	mais	polêmicas	da	Espanha.
•	 Na	Espanha	a	aliança	de	casamento	se	usa	na	mão	direita.
•	 O	país	possui	46	locais	classificados	pela	UNESCO	como	Patrimônio	da	Humanidade.
•	 Está	entre	os	10	primeiros	países	com	a	melhor	expectativa	de	vida	no	mundo	(82,4	
anos).•	 Foi	o	4º	país	no	mundo	a	legalizar	o	casamento	de	pessoas	do	mesmo	sexo.
•	 O	hino	nacional	espanhol	é	um	dos	raros	do	mundo	que	não	possui	letra.	É	apenas	a	
melodia.
•	 É	o	país	que	mais	produz	azeite	de	oliva	no	mundo.
•	 Espanha	é	o	país	da	Europa	com	a	maior	proporção	de	bares	por	pessoa.	É	tradição	
entre	amigos	e	família	salir de tapas,	ou	seja,	em	uma	mesma	noite	ir	a	diferentes	
bares	e	provar	aperitivos	ou	uma	entrada	e	uma	bebida	em	cada	bar.
•	 Muitas	cidades	da	Espanha	permitem	a	venda	de	álcool	apenas	até	as	22h.
•	 É	um	dos	países	mais	visitados	do	mundo.
•	 Costumam	se	cumprimentar	com	dois	beijos.
•	 Em	feriados,	diante	das	prefeituras,	há	mais	de	200	anos,	eles	possuem	a	tradição	de	
realizar	os	Castells,	as	torres	humanas.
•	 A	obras	espanhol	Don Quijote de la Mancha	é,	depois	da	Bíblia,	o	livro	mais	traduzido	
no	mundo.
•	 O	prato	tradicional	é	a	paella.
•	 Na	Espanha	não	é	a	fada	do	Dente	que	visita	as	crianças,	mas	o	Ratoncito	Perez,	
tradição	trazida	para	as	América.
• El gordo	–	na	Espanha	há	a	tradição	do	sorteio	da	loteria	milionária	desde	1982,	um	
evento	que	se	tornou	muito	tradicional	no	país	e	que	ocorre	todo	22	de	dezembro.
•	 Espanha	poderia	ser	considerada	a	terra	da	arte.	Foi	berço	de	nomes	como	Cervantes,	
Gaudí,	Picasso,	Dali,	Miró	etc.
5.2 CURIOSIDADES DE HISPANO-AMÉRICA
•	 Costa	Rica	possui	25%	do	território	nacional	protegido	por	 leis	ambientais	e	desde	
1949	não	possui	um	exército,	tendo	a	segurança	pública	feita	por	grupos	particulares.	
A	constituição	do	país	proíbe	a	formação	de	uma	força	armada	regular.
•	 Na	América	o	México	é	o	país	com	mais	 lugares	declarados	como	patrimônios	da	
humanidade	pela	Unesco,	34,	como	Chichén	Itzá	ou	Teotihuacan.
•	 O	esporte	mais	apreciado	em	países	como	Nicarágua	e	Costa	Rica	é	o	beisebol.
40
•	 Na	América	Central,	 em	especial	Costa	Rica,	Nicarágua,	Honduras	e	Guatemala,	 é	
muito	 comum	que,	 como	café	da	manhã	 seja	 servido	uma	combinação	chamada	
Gallo Pinto,	um	prato	de	arroz,	feijão	e	comumente	ovos.	A	diferença	entre	o	feijão	
servido	no	almoço	é	que	este	é	servido	seco,	inclusive	geralmente	são	preparados	
juntos,	fritos	na	mesma	panela.
•	 Colômbia	divide	com	a	Índia	o	posto	de	país	do	mundo	com	mais	feriados,	18	ao	ano,	
o	país	 adota	um	sistema	que	transfere,	 salvo	algumas	exceções,	 o	 feriado	para	a	
segunda	ou	para	a	sexta	feira.
•	 Colômbia	é	conhecida	no	mundo	pela	qualidade	de	seu	café,	de	suas	esmeraldas,	e	
flores,	todos	entre	os	melhores	do	mundo.
•	 Nos	anos	90,	em	virtude	do	narcotráfico	estabelecido	por	Escobar,	especialmente	em	
Medellín,	essa	cidade	assim	como	toda	a	Colômbia	ficou	conhecida	no	mundo	como	
locais	de	extrema	violência	e	hoje	Medellín	é	conhecida	como	cidade	modelo	contra	
o	crime.
•	 O	Chile	é	o	segundo	país	com	mais	vulcões	no	mundo,	90,	atrás	da	Indonésia	(140),	o	
Equador	é	o	terceiro,	com	27	potencialmente	ativos.
•	 No	Equador	há	um	povoado	chamado	Otavalo,	onde	para	pedir	a	mão	de	uma	moça	
em	casamento	o	pai	do	noivo	deve	levar	à	casa	dela	12	porquinhos	da	índia.
•	 Os	latino-americanos	são	bastante	expressivos,	gesticulam	muito	ao	falar.
•	 Guiné	Equatorial	tem	uma	das	ditaduras	mais	antigas	da	África,	com	a	maior	parte	da	
população	vivendo	na	pobreza	e	menos	da	metade	com	água	potável.
•	 No	Panamá	há	cerca	de	14	mil	espécies	de	peixes,	de	fato,	o	significado	desta	palavra	
é	“abundância	de	peixes”.
•	 É	 comum	 que	 na	 culinária	 panamenha	 qualquer	 prato	 seja	 acompanhado	 com	
ketchup.
•	 Nas	 festas	 de	 Corpus	 Christi	 celebradas	 no	 Panamá	 há	 a	 tradição	 dos	 diablicos 
sucios,	figuras	fantasiadas	de	diabo,	como	o	nome	indica,	brincando	e	jogando	água	
no	povo.
• O reggaeton	é	um	estilo	musical	muito	apreciado	em	toda	a	América,	especialmente	
na	América	Central.
•	 A	tortilha,	feita	de	trigo	ou	de	milho,	é	um	acompanhamento	quase	que	obrigatório	da	
culinária	da	América	Central.
•	 A	Bolívia	possui	37	 idiomas	oficiais,	espanhol,	quéchua	aimará	e	outras	34	 línguas	
indígenas.
•	 As	cholas,	mulheres	indígenas	dos	Andes,	não	gostam	muito	de	serem	fotografadas,	
quando	algumas	o	permitem	geralmente	pedem	propina,	gorjeta.
• La hora ecuatoriana é	 uma	 expressão	 usada	 no	 Equador	 devido	 ao	 fato	 que	 o	
equatoriano	tem	a	fama	de	não	ser	pontual	em	seus	compromissos.
•	 Os	equatorianos,	no	comercio,	costumam	pedir	descontos.	Um	negócio,	uma	compra,	
só	será	bom	se	houver	um	bom	desconto.
•	 Para	curar	uma	 ressaca	 (chuchaqui)	o	equatoriano	tem	o	costume	de	tomar,	pela	
manhã	um	encebolado,	caldo	de	peixe,	mandioca	e	cebola	roxa	na	conserva.
•	 O	arroz	é	um	dos	acompanhamentos	básicos	da	culinária	equatoriana,	diferentes	da	
maioria	dos	países	da	América	espanhola.
41
•	 Em	El	Salvador	é	comum	que	pelas	tardes,	depois	de	cumprir	com	suas	tarefas	diárias,	 
as	pessoas	disfrutem	um	atole,	uma	bebida	pré-colombiana	a	base	de	milho.
•	 Na	 Guatemala	 é	 um	 costume,	 no	 aniversário,	 queimar	 fogos	 de	 artificio	 as	 5h	 da	
manhã,	 para	 homenagear	 o	 aniversariante	 e	 comer	 tamal,	 com	 chocolate	 e	 pão	
francês	no	café	da	manhã,	no	caso	de	criança	não	podem	faltar	as	piñatas.
•	 Na	Guatemala	há	o	costume	dos	pais	dos	noivos	se	encontrarem	para	discutir	os	
planos	do	futuro	casal.	O	pai	do	noivo	é	o	responsável	de	tomar	a	frente.
•	 O	cubano	costuma	ter	a	banana	como	acompanhamento	de	muitos	de	seus	pratos	
do	dia	a	dia.
•	 É	hábito	da	população	cubana	dar	nome	do	vilão	da	novela	do	momento	à	gripe	ou	
resfriado	que	tenha	contraído.	Exemplo:	Me agarró una Soraya Montenegro.
•	 O	 cubano	 costuma	 saudar	 com	 um	 beijo,	 gosta	 de	 sair	 para	 comer	 sorvete	 em	
qualquer	 época	do	ano,	não	 importa	o	 clima,	 assim	como	gosta	de	música	alta	 e	
muita	dança.
42
Neste tópico, você aprendeu:
•	 A	formação	cultural	dos	países	que	falam	espanhol	é	variada.
•	 Os	aspectos	da	formação	histórica	da	Espanha	e	dos	países	por	ela	colonizados	são	
relevantes	para	a	formação	do	professor	de	língua	espanhola.
•	 É	importante	refletir	sobre	dados	relacionados	a	aspectos	culturais	de	cada	país	a	fim	
de	valorizar	e	respeitas	as	diferenças.
•	 Existem	muitas	curiosidades	sobre	a	cultura	de	países	que	falam	o	espanhol.
RESUMO DO TÓPICO 2
43
AUTOATIVIDADE
1	 Sobre	a	imigração	europeia	para	a	América	do	Sul,	marque	V	para	verdadeiro	F	para	
Falso:
a)	 (			)	 Vieram	para	a	América	do	Sul	apenas	alemães	e	italianos.
b)	 (			)	 As	famílias	vinham	em	busca	de	melhores	condições	de	vida.
c)	 (			)	 O	principal	ofício	ao	que	se	dedicaram	os	imigrantes	foi	à	agricultura.
d)	 (			)	 A	vinda	desses	europeus	foi	um	problema	para	o	governo	da	época.
2	 Tendo	em	vista	que	o	espanhol	é	falado,	como	língua	oficial,	em	21	países,	é	natural	
que	 a	 diversidade	 cultural	 exista.	 Considerando	 essas	 particularidades	 liste	 cinco	
curiosidades	culturais	de	alguns	países	de	língua	espanhola	que	você	escolheria	para	
usar	em	uma	aula	de	espanhol.	Justifique	sua	escolha.
3	 As	civilizações	maias,	astecas	e	incas	foram	as	maiores	potências	da	América	Pré-
Hispânica,	sendo	os	astecas	e	os	incas	foram	facilmente	vencidos	pelos	espanhóis.	
Sobre	essas	três	civilizações,	marque	V	para	verdadeiro	e	F	para	Falso:
a)	 (			)	 Os	maias	tinham	recebido	a	mensagem	dos	deuses	para	montar	uma	nova	cidade	
onde	encontrassem	uma	águia	comendo	uma	cobra	em	um	nopal.	
b)	 (			)	 Os	 astecas	 se	 originaram	da	 aliança	 de	 diferentes	 povos	 da	América	Central,	
como	Mexicas,	Acolhuas	e	Astecas.
c)	 (			)	 Os	incas	tinham	um	sistema	sofisticado	de	escrita	e	Astronomia.
d)	 (			)	 Os	maias	possuíam	uma	tecnologia	avançada	quanto	à	agricultura.
4	 As	principais	civilizações	que	se	desenvolveram	na	América	antes	da	chegada	de	
Colombo	 foram	os	 astecas,	maias	 e	 incas.	 Os	 astecas	 e	 os	maias	 desenvolveram	
seus	respectivos	centros	urbanos	na	região	conhecida	como	Mesoamérica,	situada	
na	América	Central,	entre	o	sul	do	México	e	a	Guatemala.	Já	a	civilização	inca	esta-
beleceu-se	ao	longo	da	linha	dos	Andes,	na	América	do	Sul,	regiãoque	compreende	
os	atuais	Chile,	Equador	e	Peru.	Considerando	esses	dados,	escolha	uma	das	3	civili-
zações	anteriormente	citadas	faça	um	breve	resumo	de	sua	história,	contando	como	
fui	 que	desapareceu	e	diga	o	que	mais	 chamou	a	 sua	atenção	em	tal	 civilização,	
justificando	sua	resposta.	Escreva	em	espanhol.
44
45
A	cultura	 é	 algo	que,	 como	vimos,	 faz	parte	de	nosso	dia	 a	
dia,	seja	em	nossos	hábitos	diários	de	alimentação,	em	hábitos	sociais,	
folclore,	danças	etc.	A	cultura	é	um	elemento	ativo	de	nossa	vida.	Todos	
temos	cultura,	todos	vivemos	cultura,	todos	propagamos	cultura.	Mas,	
e	quando	pensamos	na	cultura	enquanto	ambiente	de	ensino,	quando	
devemos	 lidar	 com	 as	 diferentes	 manifestações	 culturais,	 como	 fazê-lo?	 Moreira	 e	
Candau	(2003,	p.	160)	afirma	que	"a	escola	é,	sem	dúvida,	uma	instituição	cultural”. 
A	educação	e	a	 cultura	devem	estar	 atreladas.	São	termos	plurais.	Como	na	
figura	a	seguir,	vemos	a	educação	como	uma	semente	que	plantamos	e	que	devemos	
regar	com	os	mais	diferentes	e	 ricos	 insumos,	para	que	produza	uma	sombra	 rica	e	
ampla	de	formas,	onde	vejamos	não	apenas	a	sombra	de	folhas,	mas	sons,	 imagens,	
movimentos,	ideias,	ações.	A	cultura	deve	ser	assim	vista,	e	aí	o	papel	da	escola	(não	
apenas	dela!).	
TÓPICO 3 — 
CULTURA E EDUCAÇÃO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 21 – O CULTIVO DA EDUCAÇÃO
FONTE: <https://sites.google.com/site/educacionculturacomunicacion/_/rsrc/1480474564996/home/
Cultura.png>. Acesso em: 11 jan. 2020.
46
A	cultura	alimenta	a	educação,	a	educação	alimenta	a	cultura,	por	essa	razão	
ambas	devem	estar	atreladas	e	precisam	trabalhar	juntas	quando	pensamos	o	ensino.	E	
nisso	nossa	sociedade	ainda	precisa	evoluir,	pois	nossas	escolas	ainda	não	conseguem	
aplicar	muito	o	que	as	teorias	já	dizem.	Os	documentos	que	regem	o	ensino	no	Brasil,	
como	os	PCNs	no	passado	e	agora	a	BNCC	(Base	Nacional	Comum	Curricular)	já	tem	
um	olhar	lançado	sobre	a	importância	da	cultura,	em	especial	da	cultura	da	comunidade	
escolar,	mas	o	que	vemos	na	prática	não	condiz	muito	com	isso.
Antes	de	falarmos	mais	sobre	a	cultura	no	ensino,	gostaríamos	de	falar,	de	forma	
breve,	 sobre	 alguns	 termos	 com:	 pluralidade	 cultural,	 diversidade	 cultural,	 identidade	
cultural,	multicultural,	transcultural,	intercultural,	esculturação,	aculturação.	Definiremos	
aqui	de	uma	forma	simplificada,	pois	a	discussão	teórica	sobre	sua	taxonomia	seria	tema	
para	mais	um	livro.
• Pluralidade cultural:	é	conhecer	e	valorizar	as	diferentes	culturas,	etnias,	grupos	
sociais	que	convivem	em	um	mesmo	espaço.
FIGURA 22 – PLURALIDADE CULTURAL
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcQr63SPkz2jAWj_
xfKTQIfSftODlB080FOONaEhjO4qhKqlKZ2j>. Acesso em: 10 jan. 2020.
• Diversidade Cultural:	é	justamente	a	grandeza	ou	multivariedade,	a	diferença	de	
aspectos	culturais	de	um	país	ou	região.	É	a	diversidade	cultural	que	diferencia	os	
povos	pois	marca	a	identidade	cultural	de	cada	um,	porém	alguns	teóricos	dizem	que	
com	a	globalização	a	diversidade	cultural	estaria	ameaçada.
• Identidade Cultural:	quando	falamos	de	um	contexto	multicultural	como	o	de	nossas	
escolas	e,	no	nosso	caso	do	contexto	do	ensino	do	espanhol,	que	é	uma	disciplina	
formada	por	uma	realidade	multicultural,	falar	de	formação	de	identidade	cultural	é	
praticamente	uma	obrigação.	É	uma	oportunidade	ímpar	de	fazer	com	que	nossos	
alunos	entendam	e	aprendam	sobre	sua	cultura,	sobre	sua	identidade	cultural.	Sobre	
esse	sentimento	de	 identificação	em	relação	a	um	grupo	ou	cultura.	O	 lugar	onde	
estamos,	a	nacionalidade,	crença	religiosa,	etnia,	idioma,	entre	outros	fatores	podem	
47
influenciar	diretamente	a	formação	da	identidade	cultural	de	cada	um.	Dubar	(1997,	
p.	 104),	por	exemplo,	afirma	que	a	 "identidade	nunca	é	dada,	é	sempre	construída	
e	 (re)construída,	em	uma	 incerteza	maior	ou	menor	e	mais	ou	menos	durável".	Ou	
seja,	assim	como	acontece	com	a	cultura,	com	a	sociedade	e	sua	efemeridade,	a	
identidade	cultural	pode	ir	se	transformando,	se	adaptando.	
Stuart	Hall	(2006,	p.	6)	usa	o	plural	para	tratar	deste	termo	-	"identidades	culturais"	
–	pois	 refere-se	ao	 sentimento	de	pertencimento	à	uma	pluralidade	de	culturas,	 sejam	
elas	étnicas,	 linguísticas,	 religiosas	e	nacionais.	Hall	 afirma	que	atualmente	a	 sociedade	
está	"fragmentando	as	paisagens	culturais	de	classe,	gênero,	sexualidade,	etnia,	raça	
e	 nacionalidade	 que,	 no	 passado,	 nos	 tinham	 fornecido	 sólidas	 localizações	 como	
indivíduos	sociais"	(Ibidem,	p.	9).
A	Identidade	cultural	é	a	forma	como	vimos	o	mundo	e	como	nos	posicionamos	
em	 relação	 a	 ele.	 Se	 vivo	 em	 uma	 sociedade	 onde	 tenho	 contato	 com	 elementos	
culturais	variados,	posso	me	identificar	com	alguns	e	com	outros	não.	Por	exemplo:	Sou	
natural	de	uma	cidade	que	é	chamada	de	Tri-fronteira,	porque	justamente	faz	fronteira	
entre	Dionísio	Cerqueira-Santa	Catarina,	Bernardo	de	Irigoyen,	na	Argentina,	e	a	Cidade	
de	Barracão,	no	Paraná.	
Caso você queira conhecer um pouco mais sobre uma das formas de 
cruzar para a Argentina, via porto Seco, como se diz por lá, conheça 
Dionísio Cerqueira, acessando https://www.dionisiocerqueira.sc.gov.br/ 
e https://www.youtube.com/watch?v=GwJstOwPFiY.
DICA
Essa	 região,	 na	 parte	 brasileira,	 é	 de	 colonização	 gaúcha,	 ou	 seja,	 raízes	
majoritariamente	alemãs	ou	italianas.	É	uma	cidade	pequena,	cerca	de	14	mil	habitantes,	
que	vive	da	agricultura	familiar,	onde	os	ritmos	musicais	ouvidos	pelos	habitantes	são	
o	sertanejo,	raiz	pelos	mais	velhos	e	universitário	pelos	mais	jovens	e	ritmos	de	origem	
gauchesca,	como	vanerão,	chamamé,	valsa,	bandinhas	etc.	que	animam	os	bailes	no	
interior	da	cidade.
Pois	bem,	apresentada	a	realidade	cultural	onde	cresci	e	me	criei	vocês	podem	
ter	 ideia	 da	 identidade	 cultural	 que	 eu	 formei	 até	 o	momento	 em	que	 eu	vivi	 nesta	
região.	Eu	gostava	e	me	identificava	com	a	maioria	das	coisas	com	as	quais	eu	convivia.	
Não	apreciava	ritmos	musicais	com	os	quais	eu	não	tinha	contato,	por	exemplo	o	rock	e	
o	samba,	tinha	certos	hábitos	alimentares,	certos	gostos	musicais,	meu	sotaque	era	
outro,	minhas	gírias	eram	outras,	os	costumes,	a	vestimenta,	enfim,	muita	coisa	mudou	
48
ao	mudar	 de	 cidade,	 de	 uma	 cidade	 interiorana	 para	 a	 capital	 do	 estado.	 Claro	 que	
devo	contabilizar	o	lapso	temporal,	o	tempo	pesa	também	na	formação	da	identidade	
cultural.	Mas	o	 fato	 é	que	hoje	 aprendi	 a	 apreciar	 o	 rock	 e	 o	 samba	de	 roda,	 estilos	
como	o	sertanejo	fazem	parte	de	meu	passado,	mas	sigo	apreciando	certos	estilos	de	
sertanejo	raiz	e	música	tradicionalista	gaúcha.	Hoje	minha	alimentação	é	diferente,	meu	
sotaque	é	diferente,	eu	sou	outra.	Hoje	não	me	identifico,	e	isso	já	há	muitos	anos,	como	
cerqueirense,	 sou	manezinha	 da	 ilha	 (florianopolitana/SC).	 Essa	 é	minha	 identidade	
cultural	de	agora.
A	figura	a	seguir	mostra	um	bom	esquema	de	elementos	que	podem	formar	a	
identidade	cultural	de	uma	pessoa.
FIGURA 23 – IDENTIDADE CULTURA
FONTE: <https://bit.ly/2sRvYXQ>. Acesso em: 25 mar. 2020.
• Multicultural:	sinônimo	de	diversidade	cultural.	Em	geral,	se	refere	à	presença	ou	
coexistência	de	alguns	grupos	culturais.	Canclini	(2004,	p.	14)	define	“[...]	o	mundo	
multicultural	como	a	justaposição	de	etnias	ou	grupos	em	uma	cidade	ou	nação”.	Ao	
falar	sobre	multiculturalismo,	o	autor	ressalta	ainda	que	o	contato	entre	as	culturas	é	
fundamental	para	as	sociedades:
A	multiculturalidade,	 ou	 seja,	 a	 abundância	 de	 opções	 simbólicas,	
propicia	 enriquecimentos	 e	 fusões,	 inovações	 estilísticas,	 toman-
do	emprestado	de	muitas	partes.	 [...]	O	multiculturalismo,	entendi-
do	 como	 programa	 que	 prescreve	 cotas	 de	 representatividade	 em	
museus,	universidades	e	parlamentos,	como	exaltação	 indiferencia-
da	 dos	 acertos	 e	 penúrias	 de	 quem	compartilha	 a	mesma	 etnia	 e	
o	mesmo	gênero,	encurrala	no	 local,	 sem	problematizar	 sua	 inser-
ção	 em	 unidades	 sociais	 complexas	 em	 grande	 escala	 (CANCLINI,2004,	p.	22).
49
• Transcultural:	vem	do	processo	de	transculturação,	quando	uma	pessoa	passa	a	ter	
contato	com	outra	cultura,	e	passa	a	adotar	aspectos	da	cultura	de	chegada.	Como	
eu	quando	cheguei	a	Florianópolis.	Passei	por	um	processo	de	transculturação.
• Intercultural:	é	a	proposta	de	aceitação	da	diversidade	cultural	que	há	na	sociedade.	
Visa	valorizar	e	manter	as	diferenças	em	harmonia	por	que	são	as	diferenças	que	
tornam	a	sociedade	o	que	ela	é.	
• Enculturação:		o	ato	de	aprender	a	própria	cultura	seja	em	casa	(sendo	passada	de	
geração	em	geração),	seja	na	escola	ou	na	sociedade	local.
• Aculturação:	o	contato	de	culturas	diferentes.	Quando	culturas,	grupos	diferentes	
entram	em	contato	e	passam	a	adotar	aspectos	da	cultura	um	do	outro,	transformando	
padrões	locais.
Um	 pouco	 mais	 familiarizados	 com	 esses	 termos,	 podemos	 refletir	 mais	
sobre	 a	 questão	da	 cultura	na	 escola.	 É	 algo	 amplo	 e	 profundo.	Não	 se	 trata,	 como	
estivemos	falando	desde	o	princípio,	apenas	de	conhecimento,	de	história,	artes	etc.	O	
termo	cultura,	quando	falamos	da	formação	humana	vai	mais	além,	vide	os	termos	que	
acabamos	de	ver.	E	é	isso	que	encontraremos	na	escola.	É	um	tema	que	não	é	nossa	
intenção	 aprofundar	 neste	momento,	 aqui	 desejamos	 apenas	 lançar	 algumas	 reflexões	
mais	voltadas	especificamente	à	cultura	hispânica	e,	sim,	lançar	una pisca (pitada)	sobre	
o	tema	para	que	os	interessados	busquem	outros	materiais	específicos	sobre	o	assunto.
2 CULTURA E EDUCAÇÃO
Como	já	comentamos	anteriormente,	a	cultura	é	um	conhecimento	passado	de	
geração	em	geração	e	que	cada	ser	humano	possui	sua	cultura.	Imaginem	um	ambiente	
escolar,	que	por	si	 só	é	uma	ebulição	de	hormônios	em	crescimento,	onde	corpos	e	
conhecimentos	 estão	em	crescimento	e	 conhecendo	 seu	espaço	no	mundo	e	 junto	
vem	o	componente	CULTURA	que	na	maioria	das	vezes	é	esquecido	por	nós.	Sim,	cada	
indivíduo	desses	é	um	universo	cultural,	que	tem	uma	formação	cultural	diferente,	por	
mais	 que	viva	 em	uma	 comunidade	 escolar	 em	 comum	 tem	uma	 formação	 cultural	
pessoal,	 com	 hábitos	 particulares,	 culturas	 particulares.	 E	 isso	 entra	 em	 choque	
quando	chegam	à	escola	e	se	deparam	com	centenas	de	culturas	particulares,	dentro	
de	uma	cultura	escolar	diferenciada.	E,	hoje,	como	comentamos	anteriormente,	com	
a	 globalização,	 é	muito	 comum	 que	 tenhamos	 em	 nosso	 grupo	 escolar	 pessoas	 de	
cidades	diferentes,	ou	até	de	países	diferentes,	trazendo	uma	cultural	com	aspectos	
mais	diferenciados.	E	isso	pode	gerar	conflitos	diversos,	desde	a	não	aceitação	por	parte	
de	um	dos	lados,	até	a	não	compreensão	de	algo.	É	preciso	saber	lidar	com	isso,	para	
que	as	culturas	sejam	legitimadas.	
Muitas	vezes	ocorre	que	uma	cultura	se	sobreponha	à	outra,	que	uma	seja	vista	
como	melhor	que	a	outra,	inclusive	pela	mídia	ou	em	filmes	e	telenovelas	e	isso	pode	
fazer	com	que	as	minorias	étnicas	se	sintam	menosprezadas.	É	muito	comum	que	ocorra	
50
com	índios,	quilombolas,	negros,	pessoas	que	vivem	em	áreas	rurais	ou	de	baixa	renda	
e	que	frequentem	uma	escola	em	outra	área.	Porque	sua	cultura	é	diferente.	Porque	
sua	realidade	é	outra.	Cabe,	nesse	caso	encontrar	uma	forma	de	tratar	o	problema	e	
mostrar	 que	 toda	 forma	 de	 cultura	 é	válida,	 toda	 forma	 de	 cultura	merece	 respeito,	
e	nenhuma	cultura	é	superior	ou	deve	ser	considerada	superior	à	outra.	No	caso	das	
línguas	estrangeiras	isso	é	bastante	frequente	e	é	muito	fácil	exemplificar,	pois	sempre	
nos	ocorre	que	citem	o	inglês	como	melhor,	mais	bonito,	mais	importante,	mais	difícil	e	
o	espanhol	como	fácil,	desnecessário,	por	ser	igual	ao	português.	
Uma	simples	lista	de	falsos	cognatos	já	ajuda	a	desmistificar	isso,	com	certeza.	
Se	 comparamos	 uma	 língua	 derivada	 do	 latim,	 como	 o	 espanhol,	 que	 é	 uma	 língua	
irmã	 do	 português,	 será	 muito	 mais	 simples	 para	 um	 brasileiro	 aprender	 que	 uma	
língua	como	o	inglês	ou	o	alemão,	que	têm	outra	raiz.	Para	a	compreensão,	isso	facilita,	
porém,	dominar	uma	língua	tão	próxima,	justamente	por	sua	proximidade	não	é	assim	
tão	fácil,	pero eso ya es tema para otra película.	O	fato	é	que	 lidamos	também	com	
essa	situação	de	imposição	cultural,	de	sentimento	de	supremacia.	De	um	modo	geral	
costumo	sempre	afirmar	que	ambas	são	importantes	e	que	o	ideal	seria	aprender,	no	
mundo	de	hoje,	no	mínimo,	as	duas,	trazendo	dados	sobre	a	relevância	do	espanhol	no	
contexto	global	e	mostrando	que	o	espanhol	não	é	assim	tão	fácil	como	parece	e	que,	 
falar/escrever	bem	em	espanhol	demanda	trabalho.
Estimular	os	alunos	ao	gosto	pela	cultura	alheia,	por	prender	a	valorizar	o	que	é	
do	outro,	o	que	é	diferente	do	seu,	respeitando	aquilo	que	não	“lhe	pertence”,	ajuda	na	
formação	do	cidadão,	ajuda	a	valorizar	e	respeitar	o	Outro,	conforme	o	que	preconiza	 
o	PCN.	
Essa	 auto	 percepção	 mais	 elaborada	 coopera	 para	 o	 fortalecimento	 da	
autoestima,	abrindo-se	assim	para	o	diálogo	com	o	outro,	para	o	trabalho	de	composição	
de	memórias,	 identidades	e	projetos	coletivos	—	de	sua	família,	de	seu	grupo	étnico,	
de	seu	bairro,	de	sua	turma,	de	sua	cidade,	de	seu	estado,	de	sua	região,	de	seu	país	
(BRASIL,	1998).
O	PCN	fala	da	importância	de	aprender	sobre	a	cultura	do	outro	e	de	sua	própria	
cultura:	“Aprender	a	posicionar-se	de	forma	que	compreenda	a	relatividade	de	opiniões,	
preferências,	gostos,	escolhas,	é	aprender	o	 respeito	ao	outro.	Ensinar	suas	próprias	
práticas,	histórias,	gestos,	tradições,	é	fazer-se	respeitar	ao	dar-se	a	conhecer”	(BRASIL,	
1998,	p.	138).	Da	mesma	forma	a	BNCC	orienta	a	que	seja	desenvolvida	a	identidade	e	
consciência	cultural,	assim	como	o	respeito	à	diversidade	cultural.
O	 fazer-se	 respeitar	 é	 um	 trabalho	 fundamental	 a	 ser	 realizado	 nas	 escolas,	
especialmente	em	tempos	de	bullying.	Ensinar,	naturalizar,	fazer	que	não	seja	diferente	
ajudar	a	todos	entender	que	não	há	motivo	para	piadas	ou	brincadeiras	desnecessárias.	
Os	PCNs	trazem	bons	exemplos	sobre	expressões	idiomáticas	que	podem	ser	trabalhadas	
na	 língua	portuguesa,	e	que	tem	relação	direta	com	culturas	religiosas,	mas	pode	se	
adequar	a	várias	situações.
51
O	 estudo	 de	 variantes	 linguísticas	 permite	 trabalhar	 com	 expressões	 típicas	
de	grupos	étnicos,	assim	como	com	regionalismos.	Aqui	não	se	trata	de	bilinguismo,	
mas	de	certas	expressões	que	são	usadas	corriqueiramente	por	grupos	étnicos	em	seu	
cotidiano	no	Brasil	—	“fazer	a	cabeça”,	no	candomblé;	“fazer	Bar-Mitzvá”,	no	judaísmo	
etc.	—,	cujo	conhecimento	pode	facilitar	a	convivência	com	outros	que	não	partilham	
o	sentido.	Esse	trabalho	também	deve	ser	desenvolvido	como	uma	forma	de	abordar	
respeitosamente	 expressões	 desconhecidas,	 sem	 estranhamento	 e	 sem	 deboche	
(BRASIL,	1998).
Por	outro	lado,	trabalhar	com	aspectos	culturais	na	escola	permite	desenvolver	
no	 aluno	 a	 criatividade	 e	 desenvolver	 a	 imaginação,	 torná-lo	 um	 cidadão	 crítico	 e	
responsável.	É	dar-lhes	uma	folha	em	branco	e	permitir	que	dela	produzam	o	que	puderem	
imaginar.	Por	essa	razão	acreditamos	que	educação	e	cultura	precisam	ser	vistas	como	
duas	faces	de	uma	mesma	moeda.	Precisam	começar	a	ser	tratadas	de	uma	forma	mais	
equânime	de	modo	a	que	ambas	possam	suprir	as	 reais	necessidades	de	nossos	alunos.	
A	 cultura	 precisa	 ser	 vista	 como	 um	 elemento	 fundamental	 na	 elaboração	 do	 saber,	 
na	construção	do	conhecimento,	a	peça	elementar	da	criatividade	do	aluno.
FIGURA 24 – A CULTURA COMO INSPIRAÇÃO
FONTE: <https://bit.ly/30Ikgeu>. Acesso em: 25 mar. 2020.
3 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA ESCOLA
Como	comentávamos	anteriormente,	a	escola	é	uma	das	melhores	representações	
da	pluralidade	cultural	de	uma	sociedade,	tendo	em	vista	que	nela	se	reúnem	pessoas	
de	diferentes	origens,	diferentes	credos,	diferentes	raças,	diferentes	opiniões	e	gostos.	
Tanta	pluralidade	muitas	vezes	propicia	o	preconceito	e	a	discriminação	e	como	o	PCN	
preconizava	 (e	agora	o	faz	a	BNCC),	ainda,	na	parte	 introdutória	do	Capítulo	sobre	a	
PluralidadeCultural,	 “para	viver	democraticamente	em	uma	sociedade	plural	é	preciso	
respeitar	os	diferentes	grupos	e	culturas	que	a	constituem”	(BRASIL,	1998	p.	117).	
52
Em	 tempos	 de	 violência	 lidar	 com	 as	 animosidades	 não	 tem	 sido	 algo	 fácil,	
especialmente	 nas	 escolas,	 que	 têm	 tido	 dificuldade	 de	 perceber	 que	 a	 diversidade	
faz	parte	da	 identidade	nacional	e	que	precisamos	aprender	a	coexistir	e	a	tolerar	as	
diferenças,	a	respeitar	o	outro.
Muitas	 vezes	 as	 desigualdades	 socioeconômicas	 e	 as	 diferenças	 étnicas	 estão	
entre	 as	 principais	 causadoras	 de	 desavenças	 na	 escola.	 Já	 falamos	 um	 pouco	 sobre	
grupos	étnicos,	mas	o	que	seriam	as	desigualdades	socioeconômicas?	É	quando	existe	a	
dominação	ou	exploração	por	de	alguém	em	relação	a	outro,	de	cunho	social,	econômico	
e	político.	Pode	ocorrer,	nesse	caso,	a	discriminação,	o	preconceito,	a	exclusão	social	
etc.	Pessoas	que	fazem	parte	desse	grupo	não	tem	acesso	à	muita	coisa,	ficando	à	
margem	da	sociedade,	criando	sua	própria	cultura.	Com	isso,	são	vistos	sempre	de	uma	
forma	discriminatória,	à	margem.	
Em	escolas	onde	há	grupos	mesclados,	ou	seja,	alguns	alunos	que	tem	acesso	e	
outros	que	não	tem	acesso	à	cultura,	aos	bens	materiais,	o	choque	cultural	acaba	sendo	
mais	evidente,	justamente	por	que	a	diferença	é	maior	e	nem	sempre	à	aceitação	e	a	
escola	precisa	saber	trabalhar	com	essas	diferenças.	Mesmo	em	casos	em	que	o	choque	
não	seja	tão	evidente,	mas	que	os	gostos	e	hábitos	sejam	diversos,	é	preciso	valorizar	e	
reconhecer	para	que	todos	se	sintam	parte	da	comunidade	escolar.	Suponhamos:	uma	
cidade	com	torcidas	rivais	de	futebol,	parte	da	escola	torcedora	do	Flamengo	e	a	outra	
do	Vasco,	quando	houver	atividades	de	educação	física	dever	ser	propiciado	atividades	
em	que	se	mencione	todos	os	times	ou	se	utilizem	estratégias	para	realizar	a	atividade.	
Ou	que	um	grupo	da	escola	goste	de	rap	e	outro	de	Sertanejo,	observar	para	que	nos	
eventos	todos	os	ritmos	tenham	a	oportunidade	de	ser	tocados.
Esses	 exemplos	 são	 genéricos,	mas	 nos	 servem	muito,	 para	 o	 caso	 da	 das	
línguas	 estrangeiras,	 pois	 tratamos	 como	 ninguém	 com	 aspectos	 relacionados	 à	
multiculturalidade,	à	diversidade	cultural	etc.	Temos	a	oportunidade	de	mostrar	a	nossos	
alunos	 de	mostrar	 como	 é	 a	 cultura	 de	 países	vizinhos	 ou	mesmo	países	 distantes,	
de	mostrar	 realidades	 que	 não	 conhecemos,	 de	mostrar	 como	 as	 coisas	 surgiram	 e	
que	o	Outro	é	assim	e	em	nada	me	afeta	que	ele	seja	assim.	Que	devo	respeitar	essa	
diferença.			Aprendemos	conhecendo	o	outro	e	ao	ver	o	outro	nos	damos	conta	de	coisas	
interessantes	que	temos	em	nossa	cultura.	No	contato	com	o	outro	aprenderemos	mais	
sobre	nós	mesmos.
O	caso	específico	do	espanhol	é	bastante	interessante,	pois	resgatar	sua	história	
nos	ajuda	a	resgatar	a	história	do	Brasil,	em	vários	aspectos,	por	exemplo,	a	questão	da	
raiz	 indígena	que	temos	em	comum.	A	educação	brasileira	tem	implementado	leis	de	
ensino	que	fomentam	a	valorização	do	indígena	e	do	negro.	Isso	é	de	suma	importância	
para	 que	 resgatemos	 nosso	 passado	 histórico.	 Ao	 conhecer	 a	 história	 da	 América	
Espanhola,	nosso	aluno	assimila	as	semelhanças	que	temos,	afinal,	nossa	colonização	
ocorreu,	digamos	que,	nos	mesmos	moldes,	mudando	apenas	o	colonizador.
53
Para maiores informações, acesse o link da lei de que orienta as escolas e 
estabelecimentos de ensino a terem em sua programação um momento 
para o estudo desses povos: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11645.htm.
DICA
Muitos	podem	ser	os	benefícios	em	termos	de	conhecimento	se	pensamos	na	
exploração	de	aspectos	culturais	para	o	aluno,	tais	como:
•	 A	formação	ética	e	moral	ampliada,	através	de	debates,	leituras,	documentários	que	
fomentem	seu	pensamento	crítico.
•	 A	formação	sociológica	e	antropológica,	pois	conhecerá	mais	a	cerca	de	populações	
locais,	sua	história	e	sua	situação	social,	sobre	democracia,	cidadania	etc.
•	 O	conhecimento	sobre	a	língua	espanhola	e	suas	variantes,	sobre	contextos	bilíngues	
e	até	multilíngues,	e	com	isso	refletir	sobre	a	própria	língua	materna	e	questões	de	
fronteira	ou	de	contato	linguístico.
•	 Conhecimentos	populacionais	que	têm	relação	com	aspectos	da	geografia,	história,	
ciências	etc.
4 A PRESENÇA DA CULTURA DA COMUNIDADE NO PPP – 
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA
A	 legislação	 nacional	 e	 a	 BNCC	 estimulam	 que	 o	 PPP	 das	 escolas	 fomente	
sempre	o	trabalho	focado	na	 realidade	 local,	com	projetos	que	possam	estimulas	os	
alunos	 a	 conhecerem	 sua	 realidade,	 seu	 entorno.	 Negar	 o	 trabalho	 com	 a	 cultura	 é	
negar	aos	estudantes	que	conheçam	a	si	mesmas,	que	conheçam	sua	história,	negar	
uma	riqueza	de	conhecimento	que	é	seu	direito.	
Dentro	 deste	 pacote	 de	 conhecimento	 cultural	 local	 podemos	 citar	 folclore	
local,	 festas	 típicas,	 estórias,	 fatos	históricos	 locais,	 saídas	de	campo	para	conhecer	
personalidades	e	 locais	 importantes	da	cidade.	Assim	como	exposições	que	ocorram	
na	cidade,	contando	coisas	relacionadas	ao	seu	entorno	ou	não.	A	figura	a	seguir,	por	
exemplo,	mostra	uma	exposição	de	um	museu	de	ciências	naturais,	pode	ser	que	uma	
escola	fique	próxima	a	um	local	que	tenha	um	museu	ou	um	parque	natural,	mas	se	
não	 tiver	 nenhum	parque	natural,	 nada	 impede	de	propiciar	 semelhante	 experiência	
a	nossos	alunos,	pois	estamos	sim	mostrando	a	ele	a	cultura	do	outro,	e	nosso	aluno	
sempre	irá	aprender,	associar,	comparar	e	com	isso	construir	novos	conhecimentos.
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FIGURA 25 – A CULTURA COMO CONHECIMENTO
FONTE: <https://revistadigital.inesem.es/educacion-sociedad/files/2017/05/importancia-del-arte-en-la-
educaci%C3%B3n-infantil-1020x680.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Ainda	falta	muito	para	que	de	fato	as	escolas	consigam	entender	a	importância	
da	cultura	para	a	formação	do	ser	humano.	Estamos	longe	e	muito	presos	às	regras,	
conteúdos,	normativas.	Não	aprendemos	a	nos	 importarmos	mais	a	conhecer	o	 lado	
humano,	cultural	primeiro,	para	depois	irmos	para	o	lado	teórico,	vamos	primeiro	para	o	
lado	teórico,	sempre.
No	que	se	refere	ao	ensino	da	língua	espanhola,	infelizmente	não	é	diferente.	O	
foco	acaba	sempre	pendendo	mais	para	a	forma,	para	a	gramática,	regras,	uso.	Falamos	
de	aspectos	culturais,	mas	pouco,	e	observamos	que	quase	nada	se	explora	o	potencial	
que	teríamos	de	poder	comparar	a	cultura	estrangeira	e	a	nacional	a	fim	de	valorizar	a	
nossa	ou	mesmo	mostrar	as	diferenças	a	fim	de	mostrar	que	não	são	culturas	iguais	e	
que	sim,	precisamos	respeitar.
A	 esse	 propósito	 na	 sequência	 traremos	 alguns	 exemplos	 e	 reflexões	 de	
atividades	com	cunho	cultural	que	podem	ser	adaptadas	para	sala	de	aula,	de	acordo	
com	a	necessidade	e	intenção	do	professor.	Lembramos	que	são	apenas	ideias	e	que	
podem	e	devem	ser	incrementadas.
5 EXEMPLOS DE ATIVIDADES QUE PODERIAM SER 
TRABALHADAS EM SALA DE AULA
Aqui	traremos	algumas	propostas	como	sugestões	a	serem	trabalhadas	em	sala	
de	aula	de	aula	de	modo	a	refletir	sobre	os	aspectos	culturais	da	língua	espanhola	e,	
também,	da	língua	portuguesa,	contrapondo	ambas.
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5.1 EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
São	um	ótimo	exemplo,	no	que	compete	à	parte	da	língua,	de	marcas	culturais,	
pois	surgem	em	determinadas	regiões	ou	país	com	um	significado	em	especial.	
FIGURA 26 – EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS
FONTE: <https://espanolparainmigrantes.wordpress.com/2015/05/06/expresiones-idiomaticas/>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
56
Por	exemplo	a	expressão	importar un pimiento surgiu	na	Espanha	em	uma	região	
e	uma	época	em	que	esse	alimento	abundava,	então	dizer	isso	significar	que	não	importa	
nada,	porque	esse	alimento,	esse	produto,	por	abundar,	não	importa	nada.	Uma	tradução	
literal	ao	português	não	faria	sentido,	porque	para	nós	não	há	esse	referente	cultural.
O	mesmo	ocorre	com	outras	expressões	que	nós	usamos	e	que	nossos	alunos,	
ao	aprender	espanhol,	querem	traduzir,	mas	que	na	verdade	não	tem	sentido,	como	a	
interjeição	“nossa!”,	traduzimoscomo	vaya,	ou	madre,	mas	nunca	como	nuestra.	Não	
tem	sentido	algum	em	espanhol.	Ou	quando	costumamos	colocar	 o	pronome	eu	na	
frente,	em	espanhol	isso	não	ocorre,	ele	sem	vem	depois.	
Outra	 construção	 que	 causa	 estranhamento	 ao	 nativo	 da	 língua	 espanhola	 é	
quando	nos	dirigimos	a	uma	pessoa,	especialmente	a	alguém	mais	velho	ou	a	quem	deva	
respeito,	e,	nos	dirigindo	a	essa	pessoa	usamos	a	terceira	pessoa,	por	exemplo.	Ao	falar	
com	meu	professo	digo:	“professor?	O	professor	(você)	vai	vir	para	a	universidade	amanhã?	 
”	Traduzir	essa	mesma	construção	frasal,	comum	aqui	no	sul	do	Brasil,	de	um	modo	literal	
ao	 espanhol	 não	 funcionaria:	profesor, ¿el profesor vendrá a la universidad mañana? 
Eles	não	entendem,	é	preciso	que	eu	aclare	que	quero	saber	se	ELE	virá.	Certamente	 
perguntará	quê	professor?	Pois	não	está	claro	na	pergunta	que	você	se	refere	a	ele.	
Esse	tipo	de	exercício	pode	ser	bastante	 interessante	para	que	nossos	alunos	
criem	a	consciência	linguística.	Sempre	é	importante	lembrar	que	devemos	considerar	o	
nível	de	conhecimento	linguístico	de	nossos	alunos,	porque	adequar	a	atividade	ao	nível	
de	conhecimento	será	um	estímulo.	Atividades	muito	fáceis,	ou	muito	difíceis	podem	
fazer	com	que	percamos	o	interesse	de	nosso	grupo.
5.2 COSTUMES
Para	retratar	hábitos,	costumes,	muitas	coisas	podem	ser	trabalhadas,	desde	
músicas,	filmes,	textos	etc.	Na	região	sul	do	Brasil,	por	exemplo,	em	especial	na	área	
litorânea,	a	presença	de	hispânicos	do	Cone	Sul	da	América	é	uma	constante,	porque	
é	um	hábito	muito	 forte	dessas	pessoas,	 em	seu	período	de	férias	viajar	em	família.	
Mesmo	que	a	situação	financeira	do	país	não	contribua	muito,	viajam.	É	algo	que	nos	
chama	muito	a	atenção.	E	sempre	em	família,	grupos	grandes,	com	seu	mate	a	tiracolo.	
Uma	sugestão	de	temas	para	a	 sala	de	aula,	 são	os	horários	e	 refeições.	Os	
horários	que	os	países	fazem	suas	refeições	e	o	que	costumam	comer	em	cada	uma.	Na	
Argentina,	por	exemplo,	não	é	comum	uma	variedade	de	pratos	no	almoço	das	famílias.	
Aqui	 uma	 família	 da	 classe	média	 prepara	 o	 feijão	 e	 o	 arroz	 de	 cada	 dia	 com	 seus	
acompanhamentos,	uma	carne,	um	legume	e	saladas,	pelo	menos,	eles	não.	É	um	prato	
apenas.	Muito	comum	acompanhamento	de	pão	e	a	presença	da	batata	e	a	ausência	
do	arroz	e	com	certeza	não	consomem	o	feijão.	É	muito	comum	nos	 restaurantes	a	
entrada,	prato	principal	e	sobremesa.	
57
5.3 MÚSICAS E DANÇAS
Outra	 possibilidade	 é	 relacionada	 à	 música	 e	 dança,	 pois	 é	 um	 tema	 que	
os	 alunos	 apreciam	bastante.	 E	 pode	 ser	 de	 uma	 amplitude	 bastante	 grande	pois	 é	
possível	 pedir	 que	 busquem	 estilos	 musicais	 e	 comparem	 com	 estilos	 brasileiros.	
Podem	pesquisar	sobre	um	país,	sua	cultura	e	padrões	musicais,	podem	pesquisar	e	 
preparar	 apresentações	 relacionadas	 à	 ritmos	 de	 dança	 daquele	 país,	 preparando	 uma	
coreografia	e	apresentando	ao	grupo,	se	houver	músicos	no	grupo	podem	se	apresentar,	
trabalhando	assim	a	oralidade.
5.4 TRABALHOS PRÁTICOS
A	depender	da	realidade	tecnológica	da	escola,	muita	coisa	pode	ser	preparada.	
Desde	festivais	de	teatro,	curtas	metragens,	festivais	da	canção,	mostras	de	pintura,	
atividades	esportivas	etc.
Esse	tipo	de	promoção	por	parte	da	escola	e	da	comunidade	escolar,	estimulando	
as	diferentes	formas	de	cultura	podem	desenvolver	talentos	ocultos,	abrir	o	olhar	dos	
alunos	 para	 campos	 profissionais	 não	 conhecidos,	 além	 de	 trabalhar	 as	 habilidades	
socioemocionais	 indicadas	pela	BNCC	(Base	Nacional	Comum	Curricular)	a	aceitação	do	
outro,	o	respeito	para	com	os	colegas,	a	abertura	para	o	novo,	a	resolução	de	conflitos,	
responsabilidade,	autonomia,	entre	outros.
Essas	são	algumas	ideias	para	serem	implementadas	em	sala	de	aula,	de	um	
modo	mais	intimista,	mas	muitos	projetos	maiores	podem	ser	realizados	na	escola	ou	
mesmo	na	comunidade	escolar.	Vejamos	aqui	algumas	sugestões:
6 A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO CULTURAL
Essas	propostas	devem	ser	adequadas	à	realidade	da	escola,	ao	objetivo	que	
se	tem,	ao	público	almejado,	à	época	do	ano	letivo	e	ao	período	que	levará	e	como	a	
cultura é	trabalhada	de	fato	com	os	alunos.	Quais	os	objetivos	deste	projeto?	Isso	deve	 
ser	sempre	um	dos	alvos	do	proponente.
58
FIGURA 27 – A CULTURA NA ESCOLA
FONTE: <http://www.uneac.org.cu/sites/default/files/styles/large/public/imagen/secciones-periodisticas/
promocion-cultural.jpg?itok=ziIqYfE7>. Acesso em: 25 mar. 2020.
6.1 FESTIVAL DE TALENTOS
Pode	ser	 realizado	em	diferentes	situações	e	momentos.	Tem	o	benefício	de	
conseguir	explorar	diferentes	talentos	dos	alunos	da	escola,	o	que	pode	não	acontecer	
com	atividades	mais	específicas	como	algo	relacionado	à	música	ou	à	literatura.
Ocorre	tanto	em	formato	de	mostra	de	atividades	 realizadas	em	sala	de	aula	
por	diferentes	disciplinas	como	através	da	inscrição	espontânea	de	alunos	que	queiram	
mostrar	seus	talentos,	sejam	eles	quais	forem.
6.2 VARAL LITERÁRIO
O	 varal	 literário	 tende	 a	 ser	 algo	 mais	 específico	 da	 área	 das	 linguagens	 e	
geralmente	é	trabalhado	em	sala	de	aula,	mas	nada	impede	a	realização	de	um	trabalho	
interdisciplinar	 que	 seja	 apresentado	 à	 comunidade	 escolar,	 com	 a	 leitura	 ou	 não	
dos	trabalhos,	que	podem	ser	comentados	por	seus	autores,	sendo	uma	experiência	
bastante	interessante	para	os	alunos.
6.3 TEATRO NA ESCOLA
Esta	 atividade	 pode	 ser	 explorada	 por	 várias	 disciplinas	 para	 retratar	 temas	
diversos,	 inclusive	com	trabalhos	 interdisciplinares.	É	 importante	o	planejamento	prévio,	
pensando	no	espaço	a	ser	usado,	nos	alunos	–	em	especial	os	mais	tímidos,	no	material	
necessário,	tempo	para	ensaio	etc.	
59
6.4 CONCURSO DE POESIAS
O	concurso	de	poesias	também	é	uma	atividade	que	tende	ser	mais	relacionada	
às	Linguagens,	pode	ter	uma	temática	a	ser	tratada	por	cada	turma,	por	exemplo,	crítica	
social,	de	amor,	nacionalista	etc.	Depende	do	objetivo	do	professor.
6.5 CIRCO NA ESCOLA
Essa	atividade	pode	ser	realizada	tanto	pelo	componente	de	artes	quanto	pelo	
componente	de	Educação	Física,	assim	como	pode	ser	uma	atividade	interdisciplinar,	
de	cunho	lúdico.	É	muito	proveitoso	para	a	escola	e	podendo	ser	aberto	à	comunidade	
escolar.	Demanda	organização,	preparo,	bastante	pesquisa	e	ensaio,	mas	pode	 render	
resultados	muito	gratificantes.
6.6 FESTIVAL DA CANÇÃO
Esta	atividade,	em	geral	muito	rica	é	descobrir	talentos	ocultos	na	escola,	mas	
tem	o	diferencial	de	limitar-se	apenas	a	quem	canta.	Mesmo	assim	vale	muito	a	pena	
investir	nesse	tipo	de	projeto	porque	os	resultados	são	excelentes	e	os	alunos	gostam	
muito	de	ver	os	colegas	se	apresentando.
6.7 FEIRA CULTURAL
A	feira	cultural	tem	o	benefício	de	ser	ampla,	e	poder	abarcar	todas	as	formas	
e	expressões	de	cultura.	Nela	os	alunos	podem	mostrar	diferentes	formas	de	culturas	
e,	dependendo	de	como	a	escola	organizar	o	evento,	pode	ser	temática:	de	países,	de	
regiões	ou	estados	do	Brasil	etc.
6.8 CONCURSO DE DANÇA/MÚSICA
Pode	 parecer	 muito	 específico,	 mas	 em	 determinadas	 regiões	 esse	 tipo	 de	
atividade	dá	muito	certo.	São	comunidades	em	que	a	cultura	 local	está	habituada	à	
dança	ou	à	música.	Por	exemplo,	em	algumas	regiões	do	Brasil	a	formação	musical	é	
muito	forte,	tendo	grupos	de	fanfarra	de	excelente	qualidade	nas	escolas	ou	alunos	que	
participam	em	bandas	civis	da	cidade.	Ou	regiões	em	que	algo	similar	ocorre	em	relação	
à	dança.	
60
6.9 DIA DO FOLCLORE
O	 dia	 do	 folclore	 brasileiro	 é	 22	 de	 agosto.	 Neste	 dia	 podem	 ser	 propostas	
diversas	atividades	na	escola,	 inclusive	a	fim	de	fomentar	o	conhecimento	de	nossos	
alunos	em	relação	às	nossas	criaturas	mitológicas.	Lamentavelmente	acaba	sendo	uma	
atividade	muito	restrita	ao	ensino	básico,	nossos	 jovens	acabam	por	esquecer	dessa	
parte	de	nossa	cultura.	
No	que	compete	ao	ensino	do	espanhol,	é	possível	 realizar	um	apanhado	de	
figuras	folclóricas	dos	países	hispânicos	e	comparar,	ou	relacionar	as	lendas	existentes,	
enfim,	muitas	coisas	podem	ser	feitas.6.10 DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
Dia	20	de	novembro	foi	 instituído	como	o	dia	da	consciência	negra.	A	legislação	
orienta	as	escolas	a	que	tenham	uma	programação	específica	na	escola	ao	menos	para	
esse	dia.	A	orientação	não	é	trabalhar	a	consciência	negra	apenas	dia	20/11,	mas	o	ano	
inteiro,	e	se	pede	que	nesse	período	se	realize	na	escola	uma	programação	especial.	
Muitas	escolas	organizam	a	semana	da	consciência	negra	com	Cinema	Negro,	
Arte	Negra,	Música	Negra,	debates	sobre	a	situação	do	negro	no	Brasil	e	no	Mundo.
No	caso	da	Língua	Espanhola	é	possível	apresentar	artistas	negros	do	universo	
hispânico,	arte	afro-hispana,	literatura	afro-hispana	etc.
6.11 DIA DO ÍNDIO
Dia	19	de	abril.	Essa	é	outra	data	em	que	as	escolas	são	orientadas	a	ter	uma	
programação	especial	voltada	ao	índio.	O	que	é	muito	justo,	tendo	em	vista	que	é	o	povo	
originário	de	nossa	nação.	Muitas	propostas	podem	ser	pensadas,	como	cine	debate,	
roda	de	conversas	etc.		Esse	tipo	de	atividade,	assim	como	o	dia	da	Consciência	Negra	
devem	englobar	toda	a	escola.	
Em	relação	à	 língua	espanhola	é	possível	fazer	um	link	bastante	 interessante	
com	 a	 Conquista	 da	 América	 pelos	 espanhóis	 e	 trazer	 um	 pouco	 sobre	 os	 povos	
indígenas	da	América	e	sua	vasta	riqueza	cultural.
61
LA DIVERSIDAD CULTURAL EN LA ESCUELA
Actualmente	vivimos	en	una	sociedad	en	la	cual	los	cambios	tecnológicos	y	las	
formas	de	experiencia	social	se	modifican	día	a	día.	La	realidad	cambia	continuamente	
y	 como	 la	 escuela	 no	 es	 una	 institución	 ajena	 a	 ella,	 se	 modifica	 también	 a	 pasos	
agigantados.	 Son	 nuevas	 las	 problemáticas	 que	 hoy	 por	 hoy	 sufre	 la	 escuela	 y	 un	
docente	debe	ser	consciente	de	ellas	para	poder	tratarlas.
Una	de	 las	 principales	 causas	de	 la	 diversidad	 cultural	 en	 las	 escuelas	 es	 el	
fenómeno	migratorio	 que	 se	 ha	 producido	 en	 los	 últimos	 años	 como	 consecuencia,	
principalmente,	de	la	pobreza	y	la	globalización	del	mercado	laboral.
La	diversidad	cultural	es	un	tema	complejo	que	no	debe	ser	simplificado	ni	ge-
neralizado.	Saber	realmente	de	qué	se	trata	puede	contribuir	a	actuar	responsablemente	 
al	respecto	y	por	eso	mismo	considero	importante	ahondar	en	el	tema.
Actuación del docente ante la diversidad cultural
El	rol	del	docente	se	trata,	en	primer	lugar,	de	tomar	conciencia	de	esta	realidad	
para	no	caer	en	concepciones	ingenuas	y	para	que	sus	actos	se	correspondan	con	una	
concepción	formada	y	crítica	de	la	situación.
La	 conciencia	 de	que	 la	 superioridad	y	 la	 discriminación	 son	 construcciones	
sociales	y	por	tanto	artificiales,	permite	obrar	al	respecto	sin	prejuzgar	o	subestimar	a	
los	alumnos	y	construyendo,	principalmente	a	través	del	ejemplo,	una	concepción	real	
de	la	diversidad.
Hay	una	 realidad	que	debemos	afrontar	y	es	que	 los	alumnos	que	provienen	
de	hogares	de	clases	socioeconómicas	beneficiadas,	 reciben	en	 la	escuela	 la	misma	
cultura	que	 les	han	transmitido	sus	padres,	mientras	que	quienes	vienen	de	hogares	
“pobres”	o	de	culturas	alternativas	sufren	una	imposición	cultural	arbitraria.	La	escuela	
debería	adaptarse	al	alumno	y	no	al	revés,	aceptando	 la	diversidad	y	construyendo	a	
partir	de	ella.	Las	diferencias	pueden	ser	fuente	de	riqueza,	conocimiento	y	recurso	en	
el	proceso	de	enseñanza-aprendizaje.
LEITURA
COMPLEMENTAR
62
La	escuela	debe	sumar	una	nueva	demanda	a	su	propuesta	educativa,	educar	
para	 construir	 una	 sociedad	 intercultural;	 para	 vivir	 en	 contextos	 heterogéneos,	
para	 construir	 comunidad	 desde	 la	 diversidad	 identitaria.	 Objetivos	 extremadamente	
complejos	 y	 ambiciosos.	 Pero	 recordemos	 un	 par	 de	 las	 verdades	 del	 optimismo	
pedagógico.	Primera:	quizás	la	escuela	no	cambie	el	mundo,	pero	sin	ella	no	será	posible	
hacerlo.	Segunda:	no	hay	hoy	proyecto	de	socialización	democrática	(de	justicia	social,	
de	igualdad,	de	interculturalidad)	más	potente	que	lo	que	llamamos	educación	pública.
Los	 profesionales	 que	 orientan	 sus	 esfuerzos	 para	 ofrecer	 una	 educación	
de	 calidad	deben	 reflexionar	 para	poder	 afrontar	 el	 nuevo	 reto	de	 trabajar	 en	 clases	
multiculturales.	De	esta	reflexión,	deben	concretarse	los	planteamientos	que	ayuden	a	
extraer	los	aspectos	positivos	de	esta	nueva	situación,	minimizando	los	negativos.
La	presencia	y	el	testimonio	de	los	alumnos	extranjeros	en	las	aulas	garantiza	
una	aproximación	cultural	más	directa	a	las	tradiciones	o	las	costumbres	de	otros	luga-
res	del	mundo,	relatadas	en	primera	persona.	Este	hecho	es	un	elemento	enriquecedor	
del	grupo	y,	por	tanto,	de	 la	actividad	educativa	que	se	 lleva	a	cabo,	garantizando	el	
derecho	a	la	educación	y	a	la	igualdad	de	oportunidades.
El	 alumnado	 extranjero	 debe	 adaptarse,	 integrarse,	 respetar	 los	 referentes	
culturales	y	las	directrices	que	determine	el	sistema	educativo	del	país	en	el	que	ahora	
residen.	Esta	afirmación	no	debe	interpretarse,	en	ningún	caso,	como	una	imposición	
cultural	sino	más	bien	como	una	fórmula	para	facilitar	la	convivencia	y	la	integración	en	
los	hábitos	de	vida	del	país	de	acogida.
Debe	evitarse	la	confrontación	que	puede	aflorar	al	situar,	en	un	mismo	marco	
de	actuación,	la	cultura	que	existe	en	el	país	receptor	y	la	existente	en	el	país	de	origen.	
Ambas	son	respetables	e	igualmente	importantes,	pero	el	entorno	determina	la	prepon-
derancia	de	una	sobre	las	otras.	Las	normas,	las	tradiciones	y	las	costumbres	de	un	país,	
que	impregnan	la	 labor	docente	y	el	propio	sistema	educativo,	no	deben	alterar	su	es-
tructura.	No	obstante,	sí	deben	adaptar	sus	medios,	promoviendo	medidas	de	apoyo	y	 
refuerzo,	para	que	el	trato	al	alumnado	sea	igualitario	con	el	fin	de	que	todo	alumno	tenga	 
las	mismas	oportunidades	en	nuestra	sociedad	con	independencia	de	su	procedencia.
Una	 de	 las	 principales	 carencias	 de	 este	 alumnado	 es	 el	 desconocimiento	
del	 castellano.	En	 la	 comunidad	autónoma	de	Andalucía,	 cuando	se	 incorporan	este	
tipo	de	alumnos	a	las	aulas	en	las	etapas	de	Educación	Primaria	suelen	aparecer	tres	
problemáticas:
•	 Muestran	necesidades	educativas	motivadas	por	situaciones	de	desigualdad	social	y	
económica.
•	 Su	procedencia	cultural	es	diferente	a	la	andaluza/	española.
•	 Su	lengua	materna	dispone	de	caracteres	orales	y	escritos	que	distan	bastante	de	la	
lengua	española.
63
Alcanzar	un	equilibrio	entre	 la	 identidad	cultural	y	 la	diversidad,	para	que	 los	
ciudadanos	de	nuestra	sociedad,	sea	cual	sea	su	origen,	raza	o	religión,	toleren	y	reco-
nozcan	el	resto	de	las	opciones	culturales	diferentes	a	las	propias,	por	minoritarias	o	di-
ferentes	que	éstas	sean,	no	es	una	tarea	sencilla.	Igualmente,	tampoco	lo	es	que	las	mi-
norías	culturales	acepten	y	respeten	igualitariamente	la	cultura	matriz	del	país	receptor.
FONTE: TEMAS PARA LA EDUCACIÓN. La diversidad cultural en la escuela. 2011. Disponível em: 
https://www.feandalucia.ccoo.es/docu/p5sd8303.pdf. Acesso em: 25 mar. 2020.
64
Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	termo	pluralidade	cultural	se	refere	à	convivência	de	diferentes	grupos	culturais.
•	 Diversidade	cultural	se	refere	à	diferença	das	culturas	em	um	país	ou	região.
•	 Identidade	cultural	é	a	forma	como	me	identifico	com	um	lugar	ou	com	uma	cultura.
•	 Multicultural	é	presença	ou	coexistência	de	grupos	culturais.
•	 Transcultural	 é	 quando	 uma	 pessoa	 adota	 aspectos	 da	 cultura	 em	 que	 passa	 a	
conviver.
•	 Intercultural	é	a	aceitação	das	diferenças	entre	as	culturas.
•	 Enculturação	é	aprender	a	própria	cultura.
•	 Aculturação	é	o	termo	que	se	 refere	ao	contato	entre	culturas	onde	uma	assume	
aspectos	da	outra.
•	 A	possibilidade	de	propiciar,	através	do	PPP,	atividades	culturais	junto	à	comunidade	
escolar.
•	 A	relação	que	há	entre	a	cultura	e	a	educação	são	importantes	para	a	formação	do	
cidadão.
•	 É	preciso	identificar	na	escola	um	espaço	de	produção	cultural.
RESUMO DO TÓPICO 3
65
AUTOATIVIDADE
1	 Conocida	por	su	historia,	arte,	corridas	de	toros,	flamenco,	playas	y	tantas	horas	de	solal	año,	es	España,	sin	embargo,	no	sólo	esto,	sino	mucho	más.	En	realidad,	es	diferente	
de	todo;	de	Europa,	del	mundo,	y	sobre	todo	de	sí	misma.	Ya	que	es	un	país	lleno	de	
contrastes,	comenzando	por	su	clima	y	sus	paisajes	cuya	diversidad	le	han	acarreado	
el	calificativo	de	"la	pequeña	Europa".	Efectivamente	en	España	encontramos	climas	
y	paisajes	que	recuerdan	a	puntos	muy	remotos	del	continente	europeo	o	incluso	del	
africano,	nada	extraño	si	consideramos	que	sólo	está	separada	de	África	por	el	Estrecho	
de	Gibraltar.	Pero	 lo	más	especial	es	que	todos	estos	contrastes	 los	encontramos	a	
veces	en	una	muy	reducida	área,	como	es	el	caso	de	la	provincia	de	Granada,	que	a	
pesar	de	contar	con	el	pico	más	alto	de	la	península,	el	Mulhacén,	cubierto	de	nieves	
perpetuas,	se	encuentra	muy	al	sur,	en	la	costa	Mediterránea	frente	a	África.	Esto	nos	
puede	dar	una	 idea	de	cómo	en	escasos	kilómetros	pasamos	de	paisajes	alpinos	a	
paisajes	africanos.
FONTE: <https://www.red2000.com/spain/primer/1index.html>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Baseado	 na	 leitura,	 prepare	 um	breve	 resumo	 falando	 da	 história	 de	 um	dos	 países	
colonizados	pela	Espanha.	Siga	a	mesma	 linha	do	texto	do	enunciado	e	escreva	em	
espanhol.
2	 A	escola	é	um	espaço	multicultural	por	natureza	e,	em	virtude	da	diversidade	cultural	
que	existe,	a	atuação	do	docente	é	fundamental	para	mediar	determinadas	situações.	 
Sobre	esse	assunto,	marque	V	para	Verdadeiro	ou	F	para	Falso.
a)	 (			)	 O	papel	do	professor	é	de	ser	consciente	da	diversidade	cultural	existente	na	
escola.
b)	 (			)	 A	discriminação	não	julga	nem	subestima	os	alunos.	
c)	 (			)	 O	aluno	deveria	adaptar-se	à	escola	e	não	o	contrário.
d)	 (			)	 A	presença	de	alunos	estrangeiros	garante	uma	aproximação	cultural	mais	direta	
com	outros	países.
3	 A	 identidade	 cultural	 nada	 mais	 é	 que	 é	 a	 identificação	 de	 uma	 pessoa	 com	 as	
características	culturais	locais
PORQUE
A	multivariedade	de	aspectos	culturais	marca	a	identidade	de	cada	um.
66
A	respeito	destas	afirmações,	é	CORRETO	afirmar	que:
a)	 (			)	 As	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	não	justifica	a	primeira.
b)	 (			)	 As	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	justifica	a	primeira.
c)	 (			)	 A	primeira	afirmação	é	verdadeira,	e	a	segunda	é	falsa.	
d)	 (			)	 A	primeira	afirmação	é	falsa,	e	a	segunda	é	verdadeira.
4	 Diversidad	cultural	es	un	principio	que	reconoce	y	legitima	las	diferencias	culturales	
entre	diversos	grupos	humanos,	 así	 como	 la	existencia,	 convivencia	e	 interacción	
entre	 diferentes	 culturas	 dentro	 de	 un	mismo	 espacio	 geográfico.	 Baseado	 nisso	
marque	V	para	verdadeiro	e	F	para	falso	em	relação	à	Diversidade	Cultural	na	Escola:
a)	 (			)	 O	fenômeno	migratório	é	o	principal	 responsável	pela	diversidade	cultural	nas	
escolas.
b)	 (			)	 A	diversidade	cultural	é	um	tema	simples	e	sem	complexidade.
c)	 (			)	 A	globalização	não	interfere	diretamente	na	diversidade	cultural.
d)	 (			)	 A	pobreza	não	tem	relação	com	a	diversidade	cultural.
67
CULTURA POPULAR
UNIDADE 2 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender os conceitos de cultura popular e folclore; 
• conhecer as diferentes representações populares dos países hispânicos;
•	 identificar	as	diferentes	crenças	e	religiões	predominantes	em	países	hispânicos;	
• conhecer as diferentes representações culturais que foram convertidas em 
patrimônios culturais da humanidade; 
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – REPRESENTAÇÕES CULTURAIS POPULARES
TÓPICO 2 – FOLCLORE
TÓPICO 3 – FESTAS POPULARES
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
68
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 2!
Acesse o 
QR Code abaixo:
69
TÓPICO 1 — 
REPRESENTAÇÕES 
CULTURAIS POPULARES
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste	tópico,	 iremos	conhecer	e	ter	um	panorama	de	algumas	
representações culturais dos países hispânicos. Essas representações 
estão	divididas	em:	folclore,	arte	popular,	música,	dança	e	gastronomia.
As representações culturais populares, como já explicita o título do tópico, 
trata-se da cultura popular e de como ela está representada através de diversas formas 
artísticas. Dentre as artes populares, vamos destacar a música, o folclore, a dança e os 
elementos	religiosos.
Relembrando o histórico da América Latina, deve-se sempre lembrar que, em sua 
grande	maioria,	trata-se	de	países	colonizados	e,	por	isso,	as	representações	culturais	
podem	conter	muitas	 influências	dos	países	colonizadores,	sendo	assim,	apresentam	
influências	espanholas,	francesas,	portuguesas.	Também	podem	conter	influências	de	
países próximos, como é o caso dos Estados Unidos e Brasil.
2 FOLCLORE
Sempre	que	se	canta	a	uma	criança	uma	cantiga	de	ninar;	sempre	que	
se usa uma canção, uma adivinha, uma parlenda, uma rima de contar, 
no quarto das crianças ou na escola; sempre que ditos, provérbios, 
fábulas, estórias bobas e contos populares sejam representados; 
sempre	que,	por	hábito	ou	inclinação,	a	gente	se	entregue	a	cantos	
e	danças,	a	jogos	antigos,	a	folguedos,	para	marcar	a	passagem	do	
ano	e	as	festividades	usuais;	sempre	que	uma	mãe	ensina	a	filha	a	
costurar,	 tricotar,	 fiar,	 tecer,	 bordar,	 fazer	 uma	coberta,	 trançar	 um	
cinto,	assar	uma	torta	à	moda	antiga;	sempre	que	um	profissional	da	
aldeia	 [...]	adestre	seu	aprendiz	no	uso	de	 instrumentos	e	 lhe	mostre	
como	fazer	um	encaixe	e	um	tarugo	para	uma	junta,	como	levantar	
uma casa ou celeiro de madeira, como encordoar um sapato-
raqueta de andar na neve [...] aí veremos o folclore em seu próprio 
domínio,	sempre	em	ação,	vivo	e	mutável,	sempre	pronto	a	agarrar	
e assimilar novos elementos em seu caminho. Ele é antiquado, 
depressa	recua	de	primeiras	cidadelas	ao	impacto	do	progresso	e	da	
indústria modernos; é o adversário do número em série, do produto 
estampado	 e	 do	 padrão	 penteado	 (Definição	 de	 folclore,	 artigo	
de Francis Lee Utley incluído em O Folclore dos Estados Unidos) 
(BRANDÃO, 1982, p. 23).
70
Decidimos iniciar este tópico com essa citação porque acreditamos que ela 
exemplifica	exatamente	o	que	nós	entendemos	por	 folclore:	 a	 tradição,	 aquilo	que	o	
povo	faz	e	passa	de	geração	para	geração.	
O folclore é visto e entendido de diferentes maneiras em diferentes países, 
inclusive	no	Brasil	existe	um	consenso	estabelecido	no	I	Congresso	Brasileiro	de	Folclore	
que,	segundo	a	Carta	de	Folclore	Brasileiro,	estabelece	o	que	deve	ser	considerado	como	
folclore (BRANDÃO, 1982). Porém, ainda que existam cartas que estabeleçam o que 
é ou não considerado folclore, é importante que você saiba que “a criação do folclore 
é	pessoal”	 (BRANDÃO,	 1982,	p.	34),	ou	seja,	ele	surge	a	partir	das	vivências	de	cada	
indivíduo e, ainda que cantemos músicas, repetimos provérbios, façamos trabalhos 
manuais	 específicos	 etc.,	 reproduzimos	 uma	 cultura	 que	 tampouco	 conhecemos	 os	
autores, ou seja, trata-se de uma individualidade coletiva, que representa um povo e 
que	reproduzimos	e	passamos	para	as	próximas	gerações.		
Na América Latina, as representações folclóricas se dão nos mais diversos níveis 
e	tipos	e,	neste	momento,	você	conhecerá	alguns	exemplos.	
2.1 ARGENTINA
O	folclore	argentino	tem	sua	principal	expressão	nas	músicas,	e	isso	se	deve	a	
sua	história,	que	tem	suas	raízes	na	multiplicidade	de	culturas,	pois,	além	das	influências	
dos	povos	 indígenas	pré-colonização,	conhecidos	como	ameríndios,	também	tem	as	
influências	 europeias	 e	 africanas.	 Toda	 essa	mistura	 se	 deu	 a	 partir	 do	 Século	 XVI,	
com	a	colonização	europeia	e	a	escravização	dos	povos	africanos,	até	o	Século	XVIII.	
Entretanto, a música folclórica teve seu destaque nos anos de 1950 pois, na época, 
estavam	acontecendo	as	migrações	da	população	do	campo	para	a	cidade,em	busca	
de	 empregos	 e	 uma	 vida	 melhor.	 No	 momento,	 a	 música	 folclórica	 começa	 a	 ser	
reconhecida,	a	população	que	migrava	levava	consigo	uma	bagagem	cultural,	ou	seja,	a	
cultura	popular	da	região	em	que	vivera.	Em	meados	de	1970,	o	folclore	tornou-se	muito	
popular,	ganhando,	inclusive,	um	festival:	Festival	Nacional	de	Folklore	de	Cosquín,	que	
acontece até hoje. 
71
FIGURA 1 – BANNER DE DIVULGAÇÃO DO FESTIVAL NACIONAL DE FOLKLORE 2019
FONTE: <http://twixar.me/B2RT> Acesso em: 14 jan. 2020.
O	festival	 é	 considerado	o	mais	 importante	 festival	 folclórico	da	Argentina,	 e	
acontece todos os anos na última semana de janeiro, tendo uma duração de nove dias. O 
festival	é	realizado	na	cidade	de	Cosquín,	em	Córdoba,	desde	a	primeira	edição.	Inclusive,	
a cidade de Cosquín foi escolhida para que sediasse o festival justamente por conta de 
sua	localização,	pois,	em	meados	do	Século	XX,	ocorreu	um	surto	de	tuberculose	e,	para	
um	bom	tratamento,	os	enfermos	migravam	para	cidades	com	um	clima	favorável	ao	
tratamento,	ou	seja,	Cosquín	era	uma	cidade	com	um	clima	agradável	e	rapidamente	
tornou-se uma cidade conhecida por receber pessoas doentes em tratamento. 
Para	mudar	o	estigma	criado	em	cima	da	cidade,	promover	o	turismo	e	incentivar	
a	economia	 local,	 os	habitantes	decidiram	organizar	um	espetáculo	folclórico,	 sendo	
assim, do dia 21 a 29 de janeiro de 1961 ocorreu a primeira edição do Festival Nacional 
de	Folklore	de	Cosquín.	
FIGURA 2 – FESTIVAL NACIONAL DE FOLKLORE ARGENTINO DE COSQUÍN
FONTE: <https://en.wikipedia.org/wiki/Cosqu%C3%ADn_Festival#/media/File:Festival_de_
Cosqu%C3%ADn_1970_ca.jpg>. Acesso em: 30 jan. 2020.
72
O	 festival	 ganhou	 um	 hino	 que	 se	 chama	 “Cosquín	 empieza	 a	 cantar”,	 e	 foi	
composto	 por	 Zulema	 Alcayaga	 (poetisa	 e	 compositora	 argentina)	 e	 Waldo	 Belloso	
(pianista	e	compositor	argentino):	
Cosquín empieza a cantar
Zulema Alcayaga
Waldo Belloso
Hoy es el día del canto 
va	a	comenzar	la	cosecha. 
Una cosecha de coplas 
que en nueve noches se siembra.
Apaga	el	fuego	río	cantor, 
que	es	una	hoguera	mi	corazón. 
Siega	la	copla	río	cantor, 
para	que	crezca	nombrando	al	amor. 
Para	que	crezca	nombrando	al	amor.
A la huella, a la huella, 
Cosquín te llama, 
A la huella del canto que nos hermana. 
cuatro rumbos nos llevan por esta huella 
cuatro	rumbos	la	cruzan,	cuatro	la	besan.
En	la	cruz	del	camino,	nació	una	estrella, 
para alumbrar el canto de nuestra huella. 
A la huella a la huella Cosquín te llama, 
A la huella del canto que nos hermana.
Este es un triunfo de todos 
porque	es	un	triunfo	de	paz 
porque	es	un	triunfo	de	paz.
Enarbolemos el canto 
que maduró en libertad 
que maduró en libertad.
Vengan	del	sur	y	del	norte 
de Cuyo y del Litoral 
de Cuyo y del Litoral.
Vengan	a	ver	el	milagro 
que en nueve noches se da, 
que en nueve noches se da.
Escuche América toda 
Cosquín	empieza	a	Cantar, 
Cosquín	empieza	a	cantar.
73
Alguns	nomes	do	folclore	argentino	de	grande	renome	se	destacaram	através	
do	festival,	como:	Mercedes	Sosa,	Atahualpa	Yupanqui,	Horacio	Guarani	etc.   
2.2 COLÔMBIA 
Na	Colômbia,	 sobretudo	na	 região	do	Caribe,	 local	 que	 recebeu	os	primeiros	
espanhóis durante o descobrimento, o folclore é muito rico, e aborda diversos aspectos, 
desde as vestimentas, danças, mitos e lendas. 
Ainda	que	diversas	cidades	e	 regiões	urbanas	tenham	sofrido	 influências	do	
mundo	globalizado,	em	regiões	mais	perto	da	costa,	a	vestimenta	folclórica	é	mantida,	
principalmente	 pelos	 povos	 indígenas	 que,	 em	 geral,	 têm	 a	 vestimenta	 com	muitas	
cores e com tecidos leves por conta do calor. 
Além	das	vestimentas,	a	zona	é	muito	conhecida	por	conta	das	festas	e	festivais	
que promove, são eles: 
• O carnaval de Barranquilla: uma festa que representa as diferentes manifestações 
do folclore do Caribe Colombiano. A data de início da festa é sempre no sábado que 
antecede	a	quarta-feira	de	cinzas.	A	festa	é	de	tamanha	importância,	declarada	como	
Patrimônio	Oral	e	Intangível	da	Humanidade	da	Unesco.	
Cosquín tiene en su nombre una campana, 
templada	con	el	canto	de	las	guitarras 
Cosquín, Cosquín, Cosquín, Cosquín,
Cosquín tiene en su nombre una campana 
y	un	corazón	que	late	cuando	nos	llama, 
Cosquín, Cosquín, Cosquín, Cosquín.
De pie que las campanas ya están tañendo 
y el canto de la tierra viene creciendo. 
Ya vuelan las campanas buscando el cielo 
y el nombre que nos une van repitiendo 
Cosquín, Cosquín, Cosquín, Cosquín, 
Cosquín, Cosquín.
Vengan	a	ver	el	milagro 
Cosquín	empieza	a	cantar.
Letra: Zulema Alcayaga 
Música: Waldo Belloso
74
• Festival de la Leyenda Vallenata: No festival estão presentes os maiores intérpretes 
do vallenato, um ritmo musical típico da Colômbia. Sua primeira edição aconteceu em 
1968,	e	o	que	se	sabe	é	que	três	pessoas	decidiram	criar	o	festival	com	a	finalidade	
de	resgatar	e	manter	todo	o	acervo	cultural	e	musical	da	região.	No	ano	de	1987,	o	
festival	marcou	a	inauguração	da	televisão	regional,	com	o	canal	Telecaribe,	que	ficou	
encarregado	de	fazer	a	transmissão	ao	vivo	do	festival.	Entretanto,	somente	em	1999	
o Festival de la Leyenda Vallenata foi transmitido ao vivo em nível nacional. Ademais 
de	ser	um	grande	evento	folclórico	e	cultural,	também	é	um	grande	impulsionador	da	
economia	local,	pois	atrai	turistas	de	diversas	regiões.	
FIGURA 3 – FESTIVAL DE LA LEYENDA VALLENATA
FONTE: <https://festivalvallenato.com/>. Acesso em: 14 jan. 2020.
• Festival Autóctono de Gaitas de San Jacinto: acontece desde 1988, anualmente, 
no	mês	de	agosto,	e	conta	com	a	apresentação	de	diversos	grupos	profissionais	e	
amadores	de	gaita.		A	primeira	edição	do	festival	aconteceu	em	homenagem	a	três	
grandes	nomes	da	música	colombiana:	Toño	Fernández,	Juan	e	José	Lara.
 
• Festival de la cultura Wayúu: o festival, que teve sua primeira edição em 1985, tem 
por	objetivo	apresentar	ao	grande	público	a	essência	da	cultura	do	povo	 indígena	
através de danças, comidas, música tradicional etc. Em 2006, o festival foi declarado 
Patrimônio	Cultural	da	Nação	e,	através	do	artesanato,	rituais,	jogos,	o	festival	ressalta	
e conserva os costumes, tradições e o folclore. 
Você conhecerá mais sobre o Carnaval de Barranquilla no Tópico 3, 
quando falaremos dos patrimônios culturais.
ESTUDOS FUTUROS
75
Além dos festivais folclóricos, as danças também se destacam no folclore 
colombiano, sobretudo a Cumbia, uma dança que é conhecida por nascer de uma mescla 
cultural	entre	a	cultura	indígena,	africana	e	hispânica	na	época	da	colônia.	Apesar	de	
ser um ritmo colombiano, o ritmo se expandiu por toda América Latina e possui muitas 
variações	do	gênero.	
FIGURA 4 – DANÇARINOS DE CUMBIA
FONTE: <https://cdn.colombia.com/images/colombia-info/folclor-y-tradiciones/cumbia.jpg>. 
Acesso em: 14 jan. 2020.
Os bailarinos que dançam a Cumbia	têm	um	traje	típico,	como	vimos	na	figura	
anterior.	As	mulheres	usam	saias	e	vestidos	 longos	e	 rodados,	 já	os	homens	vestem	
uma camisa e calça brancas, o Sombrero Vueltiao (um dos símbolos da Colômbia) e um 
lenço vermelho no pescoço. 
3 ARTE POPULAR 
Você	sabe	o	que	é	arte	popular?	É	todo	tipo	de	produções	artísticas	com	valor	
relevante	 e	 que	 são	 feitas	 e	 produzidas	 por	 pessoas	 que	 não	 são	 especialistas	 em	
arte, ou seja, pinturas, esculturas, literatura feita por uma determinada população. Em 
muitos casos, esses trabalhos manuais são denominados artesanatos e, de certa forma, 
apresenta	certa	influência	na	economia	de	um	país,	como	afirma	Canclini	(2015).
Os estudos sobre artesanato mostram um crescimento do número de artesãos, 
do volume da produção e de seu peso quantitativo:
 “um	relatório	do	SELA	calcula	que	os	artesãos	dos	quatorze	países	
latino-americanos	 analisados	 apresentam	 6%	 da	 população	 geral	
e 18% da população economicamente ativa. Uma das principais 
explicações do incremento, dada tanto por autores da área andina 
quanto	mesoamericana,	é	que	as	deficiências	da	exploração	agrária	
e o empobrecimentorelativo dos produtos do campo impulsionam 
muitos povos a procurar na venda de artesanato o aumento de sua 
renda” (CANCLINI, 2015, p. 215-216).
76
O artesanato, como arte popular, demonstra ter muita relevância em muitos países 
hispânicos, não somente economicamente, mas também histórica e culturalmente. 
Tudo	 isso	se	dá	quando	notamos	que	a	arte	popular	atravessou	fronteiras	e	que	se	faz	
cada	vez	mais	presente	nas	grandes	cidades,	de	acordo	com	Canclini	(2015),	como	no	
Peru,	em	que	29%	dos	artesãos	encontram-se	na	cidade	de	Lima,	capital	do	país.	Já	
no México há um “intenso apoio à produção artesanal, a mais volumosa do continente 
e com um alto número de produtores: seis milhões” (CANCLINI, 2015, p. 216). Essa 
herança	artística	tem	grande	 ligação	com	as	raízes	 indígenas	dos	povos	que	habitavam	
o	 território	 latino-americano	 antes	 da	 colonização	 dos	 europeus.	 Porém,	 apesar	 do	
processo	 colonizador,	 a	 cultura	 não	 foi	 deteriorada	 e,	 ainda	 assim,	manteve-se	 com	
algumas	novas	interferências,	fossem	elas	de	origem	europeia	ou	africana.
Neste	momento,	você	 conhecerá	 representações	 artísticas	 de	 alguns	 países	
latino-americanos. 
3.1 MÉXICO
Devido	 à	 geografia	 tão	variada,	 o	México	possui	 diversas	 regiões	que	variam	
desde	desertos	até	costas	que	encontram	os	Oceanos	Pacífico	e	Atlântico.	O	clima	é	tão	
variado	quanto	sua	geografia,	o	que	favorece	a	produção	da	diversificada	vegetação	e	
agricultura	do	país.	A	união	dos	fatores	geográficos	e	climáticos	à	diversificada	população	
com	diferentes	origens	indígenas	e	a	miscigenação	com	outros	povos	favorece	a	arte	
popular mexicana ser tão rica e múltipla. 
3.1.1 Lacas 
É	um	tipo	de	pintura	dos	povos	indígenas	feita	em	peças	de	madeira,	que	podem	
ser	 de	 uso	 cotidiano	 ou	 para	 grandes	 comemorações.	 Primeiro,	 o	 artesão	 prepara	 a	
superfície	 que	 vai	 receber	 a	 tinta	 fazendo	 a	 impermeabilização	 da	 porosidade	 do	
material.	Esse	processo	é	feito	com	óleos	animais	ou	vegetais.	As	cores	que	a	madeira	
vai	 receber	para	fazer	sua	pintura	também	são	feitos	a	partir	de	produtos	de	origem	
Você pode conhecer e aprofundar mais seus conhecimentos sobre 
a arte popular da América através do livro Arte Popular de América. 
FONTE: RIBALTA, M. et al. Arte popular de América. Barcelona: 
Editorial Blume, 1986.
DICA
77
natural.	Após	fazer	toda	a	preparação	do	material,	o	artesão	faz	seus	desenhos	através	
de	ranhuras	na	madeira,	dando	a	ela	uma	textura	que,	em	seguida,	pode	receber	a	tinta	
para	que	ela	ganhe	vida.
Os	temas	pintados	costumam	ser	coloridos	e	com	flores	ou	desenhos	de	animais	
e,	geralmente,	há	uma	combinação	cores	como	o	vermelho	com	preto,	ou	azul	 com	
branco.	Ainda,	as	peças	que	recebem	esse	tipo	de	pintura	geralmente	são:	baús,	mesas,	
bandejas, xícaras, caixas etc.
FIGURA 5 – LACAS MEXICANAS
FONTE: <https://rotativo.com.mx/2016/11/26/noticias/nacionales/artesanos-olinala-buscan-norma-
oficial-mexicana-poder-exportar-577858/>. Acesso em: 23 jan. 2020.
3.1.2 Alfarería 
Em	português,	a	prática	é	chamada	de	olaria,	e	se	trata	da	produção	de	objetos	
a	partir	de	barro	ou	argila.	No	México,	a	maioria	dos	povos	trabalha	com	a	função	de	
olaria e essa é a atividade mais praticada no país. 
O	processo	de	fabricação	acontece	a	partir	de	dois	tipos	de	barro:	um	negro	e	
um	branco.	Após	misturar	os	dois	barros,	em	partes	iguais,	eles	submergem	a	mistura	
na	água	com	a	finalidade	de	separar	o	barro	das	impurezas.	
Todas	as	produções	são	muito	coloridas,	e	predominam	as	combinações	azul	 
e	amarelo.	Os	desenhos,	geralmente,	são	de	flores.	
Na cidade de Metepec, são feitas as peças mais representativas do México: el 
árbol de la vida.	Trata-se	de	uma	sequência	de	figuras	que	representa	o	início	da	vida	a	
partir de Adão e Eva. 
78
FIGURA 6 – EL ÁRBOL DE LA VIDA
FONTE: <https://www.elportalinmobiliario.com.mx/articulos/metepec-y-su-arbol-de-la-vida>. 
Acesso em: 14 jan. 2020.
3.2 GUATEMALA
Guatemala	 está	 localizada	 na	América	 Central	 e,	 como	 é	 vizinha	 do	México,	
compartilha a herança cultural dos povos Maia. Assim, muitas representações culturais 
derivam	de	religiões,	cultos,	cerimônias	ou	da	agricultura	local.	
3.2.1 Máscaras 
As	máscaras	guatemaltecas	têm	uma	função	sobrenatural,	pois	podem	repre-
sentar:	 ritual,	 religião	ou,	até	mesmo,	mágica.	Elas	são	usadas,	em	muitos	casos,	em	
cerimônias de iniciação ou também, no processo de cura de doenças. Sem dúvidas, 
as	antigas	civilizações	que	viviam	no	território	do	país	desenvolviam	e	faziam	uso	das	
máscaras para as diversas situações. 
O	material	para	a	confecção	é	o	mais	diversificado	possível,	pois	elas	podem	ser	
feitas desde peles de animais, crina de cavalos ou de madeira, que são as mais comuns. 
FIGURA 7 – MÁSCARAS GUATEMALTECAS
FONTE: <https://www.guatemala.com/noticias/sociedad/mascaras-elaboradas-guatemaltecos-son-
expuestas-museo-estados-unidos.html>. Acesso em: 27 jan. 2020.
79
Devido	 ao	 uso	 tão	 diversificado,	 as	máscaras	 podem	 representar	 uma	 gama	
enorme	de	personagens,	dentre	eles,	são	comuns	representações	de	indígenas,	velhos,	
mulheres,	até	mesmo	figuras	de	animais,	como	macacos,	tigres,	cachorros,	ou	também,	
figuras	não	reais,	como	diabos,	caveiras	etc.	
3.2.2 Cestas 
As cestas (cestería ou canasto, em espanhol)	são	feitas	de	fibras,	raízes,	varas	
ou de folhas de plantas que são usadas, principalmente, para transporte de produtos 
vendidos nos mercados locais. Elas são tão populares que seu uso não pode ser limitado 
apenas	a	sua	primeira	função,	o	transporte,	mas	também	para	a	valorização	da	cultura	
popular, pois são vendidas e muito procuradas em mercados, principalmente pelo público 
estrangeiro,	que	fica	encantado	com	a	destreza	dos	artesãos	que	produzem	as	cestas.	
FIGURA 8 – CESTERÍA
FONTE: <http://www.amigosmap.org.mx/wp-content/uploads/2014/09/195arte.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
A confecção das cestas é um trabalho exclusivamente manual, e foi desenvolvido 
principalmente para auxiliar o transporte das colheitas, porém, atualmente, elas são 
usadas	também	para	transportar	brinquedos,	comidas,	objetos	em	geral.	Por	essa	razão,	
ela pode ter vários tamanhos, formas e cores. 
Atualmente, nos mercados, o que se predomina são as cores mais vivas e 
vibrantes:	rosa,	amarelo,	verde,	azul,	todas	juntas,	transformando	a	cesta	em	um	artefato	
colorido.	Na	Guatemala,	existem	dois	principais	centros	“cesteiros”,	que	se	localizam	na	
zona	central	do	país:	San	Juan	Comalapa	e	San	José	Poaquil.		
80
4 MÚSICA
Teoricamente, a música é considerada uma arte que se forma a partir de dois 
elementos básicos: sons e ritmos. Entretanto, sabemos que a prática musical vai além 
desses	dois	elementos,	ela	é	um	elemento	cultural	de	grande	notoriedade	e	importância	
nas	 mais	 diversificadas	 culturas.	 Por	 essa	 razão,	 diversas	 civilizações,	 desde	 os	
primórdios até a atualidade, usam a música como forma de expressão cultural, social 
e	política	colocando	nas	melodias	as	manifestações	e	questões	específicas	daquele	povo.	
A	música	tem	uma	grande	importância	nas	mais	diversificadas	sociedades	pois	
a sua manifestação se dá, principalmente, de maneira coletiva, como em festas, rituais 
religiosos	e	funerais.	Os	contextos	social	e	cultural	nunca	são	dissociados	da	música,	
pois	ela	representa	as	características	específicas	de	um	povo.	
A	música	pode	ser	dividida	em	quatro	grandes	grupos:	a	música	erudita,	música	
popular,	música	tradicional	e	a	música	religiosa.	Todas	essas	divisões	são	representadas	
de	alguma	maneira	na	música	da	América	Latina.	
3.3 EL SALVADOR
Por estar situado na América Central, El Salvador, é um país com a arte popular 
bem	semelhante	aos	países	vizinhos,	pois	 são	espaços	antes	habitados	pela	cultura	
maia.	Assim,	 a	população	Salvadorenha,	 produz	 sua	arte	de	maneira	muito	parecida	
com o que já vimos anteriormente. 
O	país	possui	centros	de	olaria	em	todo	seu	território,	 com	grande	destaque	
a	 Guatajiagua,	 localizado	 na	 parte	 lestedo	 país,	 que	 concentra	 os	maiores	 centros	
cerâmicos	tradicionais,	cujas	peças	são	feitas,	principalmente,	por	mulheres	que	seguem	
e	confeccionam	o	material	a	partir	de	técnicas	pré-colonização,	e	todas	feitas	à	mão.	
As	peças	desenvolvidas	geralmente	são	utensílios	domésticos	ou	objetos	de	
decoração,	como	bonecos	e	miniaturas,	até	mesmo	galinhas,	em	que	dentro	da	galinha	
há	outras	miniaturas	que	podem	representar	imagens	religiosas	ou,	até	mesmo,	eróticas.	
Além dos centros de olaria, podemos destacar, também, a confecção de tecidos 
do	país.	As	mulheres	indígenas	têm	grande	relevância	na	produção	dos	tecidos,	que	são	
feitos	de	fibras	vegetais.	Geralmente,	os	tecidos	são	feitos	com	tear,	com	pedais,	e	são	
produzidas	colchas,	telas,	cortinas	etc.	
81
A música latina tem uma variedade desde a composição até as melodias, que 
podem	ser	das	mais	simples	até	as	mais	sofisticadas.	Elas	nascem	a	partir	da	riqueza	
da	herança	das	culturas	indígenas,	africanas	e	europeias,	como	por	exemplo	a	forma	
de	escrita	dos	versos	na	composição	de	canções	de	origem	espanhola,	estrofes	com	
dez	versos.	Além	disso,	a	influência	da	música	africana	aparece	nitidamente	nos	ritmos	
como: rumba cubana, cumbia colombiana, samba, marimba equatoriana etc. 
Além	das	 influências	 de	 outros	 continentes,	 os	 povos	 indígenas	 têm	grande	
influência	nas	músicas	latinas,	sobretudo	na	confecção	de	instrumentos	que,	em	geral,	
são de sopro ou percussão, como o tlapitzlli	 (uma	 espécie	 de	 flauta)	 ou	 teponaztli 
(tambor de madeira). 
FIGURA 9 – TLAPITZLLI
FONTE: <https://i.etsystatic.com/14225123/r/il/93a221/1929229575/il_794xN.1929229575_3m64.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
FIGURA 10 – TEPONAZTLI
FONTE: <https://mna.inah.gob.mx/images/pieza_mes/Teponztli-principal.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Na	América	Latina,	a	música	sempre	teve	grande	importância,	principalmente	
no contexto político, pois, através da música, diversos artistas expressavam suas 
insatisfações com o Estado. 
Neste tópico, não poderíamos deixar de falar da música Latinoamérica,	do	grupo	
musical Calle 13:
82
Latinoamérica
Calle 13
Soy
Soy lo que dejaron
Soy toda la sobra de lo que te robaron
Un pueblo escondido en la cima
Mi	piel	es	de	cuero	por	eso	aguanta	cualquier	clima
Soy una fábrica de humo
Mano de obra campesina para tu consumo
Frente de frio en el medio del verano
El amor en los tiempos del cólera, mi hermano
El sol que nace y el día que muere
Con los mejores atardeceres
Soy el desarrollo en carne viva
Un discurso político sin saliva
Las caras más bonitas que he conocido
Soy	la	fotografía	de	un	desaparecido
La	sangre	dentro	de	tus	venas
Soy	un	pedazo	de	tierra	que	vale	la	pena
Soy una canasta con frijoles
Soy	Maradona	contra	Inglaterra	anotándote	dos	goles
Soy lo que sostiene mi bandera
La espina dorsal del planeta es mi cordillera
Soy lo que me enseño mi padre
El que no quiere a su patria no quiere a su madre
Soy América Latina
Un pueblo sin piernas pero que camina, oye
Tú no puedes comprar al viento
Tú no puedes comprar al sol
Tú no puedes comprar la lluvia
Tú no puedes comprar el calor
Tú no puedes comprar las nubes
Tú no puedes comprar los colores
Tú	no	puedes	comprar	mi	alegría
Tú no puedes comprar mis dolores (2x)
Tengo	los	lagos,	tengo	los	ríos
Tengo	mis	dientes	pa'	cuando	me	sonrío
La nieve que maquilla mis montañas
Tengo	el	sol	que	me	seca	y	la	lluvia	que	me	baña
Un	desierto	embriagado	con	bellos	de	un	trago	de	pulque
Para cantar con los coyotes, todo lo que necesito
Tengo	mis	pulmones	respirando	azul	clarito
La altura que sofoca
83
Soy las muelas de mi boca mascando coca
El otoño con sus hojas desmalladas
Los versos escritos bajo la noche estrellada
Una viña repleta de uvas
Un cañaveral bajo el sol en cuba
Soy	el	mar	caribe	que	vigila	las	casitas
Haciendo	rituales	de	agua	bendita
El viento que peina mi cabello
Soy	todos	los	santos	que	cuelgan	de	mi	cuello
El	jugo	de	mi	lucha	no	es	artificial
Porque el abono de mi tierra es natural
Tú no puedes comprar al viento
Tú no puedes comprar al sol
Tú no puedes comprar la lluvia
Tú no puedes comprar el calor
Tú no puedes comprar las nubes
Tú no puedes comprar los colores
Tú	no	puedes	comprar	mi	alegría
Tú no puedes comprar mis dolores
Não se pode comprar o vento
Não se pode comprar o sol
Não se pode comprar a chuva
Não se pode comprar o calor
Não se pode comprar as nuvens
Não se pode comprar as cores
Não	se	pode	comprar	minha'legria
Não se pode comprar minhas dores
No puedes comprar al sol
No puedes comprar la lluvia
Vamos	caminando
Vamos	dibujando	el	camino
No puedes comprar mi vida
Mi tierra no se vende
Trabajo	bruto	pero	con	orgullo
Aquí se comparte, lo mío es tuyo
Este	pueblo	no	se	ahoga	con	marullos
Y si se derrumba yo lo reconstruyo
Tampoco pestañeo cuando te miro
Para que recuerdes mi apellido
La operación cóndor invadiendo mi nido
Perdono pero nunca olvido, oye
84
Aquí se respira lucha
(Vamos	caminando)
Yo canto porque se escucha (vamos caminando)
Aquí estamos de pie
Que viva la América
No puedes comprar mi vida 
Composição: Rafael Ignacio Arcaute
FONTE: <https://www.vagalume.com.br/calle-13/latinoamerica.html>. Acesso em: 15 jan. 2020.
A	música,	do	grupo	porto-riquenho	Calle	13,	foi	lançada	em	2011,	e	conta	com	
a participação de três artistas muito relevantes em seus países, Susana Baca, do Peru, 
Totó la Momposina, Colômbia e Maria Rita, do Brasil. Latinoamérica	ganhou	dois	prêmios	
no Grammy Latino de 2011: Gravação do Ano e Canção do Ano. Ela representa, de uma 
forma muito bonita, a música latina, que é, sobretudo, uma música que fala de fatos 
históricos e socioculturais de maneira crítica e em formato de canção, o que é muito 
popular na música latina. Ademais, a música latino-americana tem esse aspecto desde 
as	décadas	de	1950,	quando	se	deu	início	a	um	movimento	que	teve	grande	relevância	 
e impacto na cultura latina: o movimento Nueva Canción. 
Esse	movimento	teve	início	nos	anos	de	1960,	e	surgiu	com	a	intenção	de	vários	
artistas comporem canções com denúncias sociais incorporando-as aos elementos da 
música folclórica. O movimento não se deu apenas em um único país, tendo variantes 
no	Chile,	Argentina,	Cuba.	
No	Chile,	o	movimento	se	consolidou	no	fim	da	década	de	1960,	com	a	finalidade	
de promover a recuperação da música folclórica chilena, para isso, o movimento contou 
com	o	apoio	de	vários	folcloristas:	Violeta	Parra,	Margot	Loyola,	Gabriela	Pizarro,	Héctor	
Pavez	etc.,	e	de	poetas	como	Pablo	Neruda	e	Nicanor	Parra.	
Na	Argentina,	o	movimento	teve	 início	uma	década	antes	do	Chile,	em	1950,	
durante	o	governo	de	Juan	Domingo	Perón.	A	Nueva Canción	argentina	teve	um	caráter	
bastante representativo no folclore nacional, visto que os artistas que se destacaram 
são conhecidos pelas composições e interpretações de músicas folclóricas, como: 
Los	Fronterizos,	Los	Chalchaleros,	Atahualpa	Yupanqui,	César	Isella	e	Mercedes	Sosa.	
A	 música,	 na	 Argentina,	 tem	 grande	 destaque,	 pois	 trata-se	 de	 um	 país	 com	 uma	
diversidade	de	ritmos	e	gêneros	muito	variada.	
O	tango,	por	exemplo,	é	um	estilo	musical	e	uma	dança	muito	popular	no	país,	
com	grande	destaque	principalmente	na	capital,	Buenos	Aires,	e	é	considerada	a	música	
tradicional com mais força no país, inclusive recebendo o título de Patrimônio Cultural e 
Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2009. 
85
Além	 do	mais,	 outros	 ritmos	 também	 são	 de	 grande	 destaque,	 sobretudo	 a	
música folclórica ou, como chamam, o folklore,	que	 já	vimos	que	teve	grande	destaque,	
sobretudo, no movimento Nueva Canción. 
O	rock	nacional	ou	o	rock	argentino	também	tem	grande	repercussão	quando	
se	trata	de	música	argentina.	Tem	seu	surgimento	no	final	da	década	de	1960	e	até	hoje	
tem	grande	destaque	no	país,	lotando	shows	em	diversos	estádios	e,	até	mesmo,	nos	
festivais,	como	o	de	Cosquín,	mencionado	no	tópico	sobre	folclore.	O	rock	teve	e	tem	
até	hoje	grande	destaque	por	também	ser	reconhecido	como	um	ritmo	de	resistência,	
em	 que	 os	 artistas	 fazem	 uso	 de	 ascanções	 para	 poder	 protestar	 e	 expressar	 sua	
indignação	 frente	 ao	 autoritarismo	do	Estado.	A	música	 argentina	 tem,	 desde	muito	
tempo, a característica de ser, sobretudo, uma forma de resistência e luta, que expressa 
através de melodias e canções o pensamento político e social. 
Na Colômbia, a cumbia é um ritmo tipicamente colombiano, que teve fronteiras 
rompidas	e	hoje	está	presente	em	diversos	países	latino-americanos.	Sua	origem	se	dá	
pelas	influências	africanas	na	região	da	América.	O	ritmo	tem	uma	ampla	variedade	de	
instrumentos que determinam e representam a cumbia em suas duas formas: moderna 
e clássica. 
A cumbia	 clássica	 conta	 com	 instrumentos	 como	 a	 gaita,	 maracas,	 e	 tem	
características	e	melodias	da	música	indígena.	Já	a	cumbia moderna, os instrumentos 
são	as	maracas,	tambores	(chamador,	alegre	etc.),	típicos	da	região	caribenha.	Ademais,	
uma	grande	diferença	entre	as	duas	formas	é	que	a	cumbia clássica conta apenas com 
o	som	instrumental,	não	há	ninguém	cantando,	ao	contrário	da	cumbia moderna. 
Em	Cuba,	a	música	e	a	dança	são	de	grande	expressão	no	país,	e	quase	que	
indissociáveis.	Suas	origens	e	 influências	são,	como	quase	em	todo	território	americano,	
o europeu e o africano, o que determina, principalmente as principais vertentes da 
música	cubana:	afro-cubana	e	euro-cubana.	Assim,	o	merengue	e	a	salsa	apresentam	
as	 influências	dos	colonizadores	europeus,	e	o	mambo	representa	as	 influências	dos	
povos	africanos	que	foram	trazidos	ao	país	como	escravos.	
A salsa representa uma mistura de diversos ritmos musicais latinos e teve sua 
maior representação em Nova Iorque, como forma de representação da música latina. 
Entretanto, o ritmo existe em Cuba desde antes da década 1940, mas, somente em 
1970,	em	Nova	Iorque,	o	ritmo	ganhou	esse	nome.	Por	tratar-se	de	um	ritmo	tão	alegre	
e dançante, o nome salsa foi escolhido justamente pelo ritmo ser entendido como um 
tempero da cultura. 
O	merengue	se	dá	ao	som	de	saxofones,	acordeões,	trompetes	e	teclados.	Ele	é	
popularmente conhecido em diversos países latinos e recebeu esse nome por tratar-se 
de	um	passo	de	dança	em	que	consistia	em	um	pé	fazer	a	marcação	do	ritmo	e	o	outro	
ser	arrastado	no	chão.	Já	o	mambo	é	um	ritmo	com	origens	africanas	e	que	também	é	
conhecido	por	ser	muito	animado	e	dançante.	Os	 instrumentos	geralmente	usados	para	 
a melodia são o piano, trombone, saxofone, trompete. 
86
5 DANÇA
Assim como a música, a dança é uma das artes mais representativas da cultura 
de uma população. Em teoria, ela se dá a partir de movimentos do corpo em um ritmo 
determinado obedecendo, ou não, uma série de movimentos predeterminados ou livres.
Da mesma forma que a música, a dança é muito peculiar e particular de um 
determinado país, povo ou cultura. Assim, a dança hispânica não poderia ser apenas 
determinada e representada por apenas uma ou duas danças típicas. 
Apesar de terem herdado uma mistura dos ritmos europeus, africanos e 
indígenas,	cada	país	adaptou	essas	heranças	a	seu	modo,	dando	vida	aos	mais	diversos	
e ricos ritmos e danças. 
Devido à rica diversidade de ritmos, e aos ritmos não estarem limitados as 
fronteiras,	vamos	destacar,	neste	tópico,	algumas	danças	populares,	e	mencionar	em	
que países elas predominam e aparecem. 
FIGURA 11 – TANGO
FONTE: <https://viajantesolo.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Tango-em-Buenos-Aires-El-Querandi-
Viajante-Solo-696x465.jpg>. Acesso em: 23 jan. 2020.
5.1 TANGO
Quando pensamos em ritmos latinos, um dos primeiros que vem a nossa cabeça 
é	o	tango,	uma	marca	da	dança	e	cultura	argentina.	Entretanto,	nem	sempre	foi	assim.	O	
ritmo	surgiu	nos	subúrbios	de	Buenos	Aires,	por	volta	dos	anos	de	1880	e,	mesmo	sendo	
conhecido	hoje	como	sinônimo	de	sensualidade,	melancolia	e	paixão,	antigamente	o	
ritmo	era	considerado	vulgar	e	malvisto	pela	sociedade	argentina.	
Naquela	época,	a	Argentina	estava	recebendo	muitos	imigrantes	europeus,	em	
geral	homens,	para	trabalhar	e	ser	mão	de	obra	no	país.	Esses	homens,	muitas	vezes,	
não	vinham	acompanhados	de	suas	famílias	e	acabavam	ficando	sozinhos.	Para	terem	
87
companhia	e	conseguir	algum	prazer	sexual,	esses	imigrantes	buscavam,	normalmente,	
os	 bordéis	 da	 cidade.	 Assim,	 com	 tantos	 imigrantes	 e	 a	 incessante	 busca	 desses	 
homens	por	prazer,	 inúmeros	bordéis	foram	abertos,	entretanto,	não	conseguiam	vencer	
a	grande	demanda,	deixando	com	que	esses	homens	formassem	filas	nas	portas,	ou	
tivessem	que	aguardar	nos	salões	algumas	horas	até	conseguirem	ser	atendidos.
Para	distrair	esses	homens,	deu-se	o	surgimento	de	um	ritmo	que	misturava	a	
polca	europeia,	havaneira	cubana,	candomblé	uruguaio	e	a	milonga	espanhola,	e	essa	
mescla	deu	vida	ao	mais	novo	ritmo	argentino:	o	tango.	
No	Século	XIX,	o	tango	ficou	conhecido	como	um	ritmo	imoral,	por	ser	popular	
nos bordéis e pelas letras das canções retratarem e descreverem o ambiente em que ele 
foi	criado.	Além	disso,	o	tango	daquela	época	muito	se	diferenciava	da	atualidade,	pois	
era	um	ritmo	mais	alegre	e	sem	ares	de	melancolia.	
No	Século	XX	o	ritmo	ganhou	novas	perspectivas,	principalmente	por	conta	de	
Carlos	Gardel,	cujas	composições	deram	uma	nova	cara	ao	 ritmo,	trazendo	a	ele	um	
ar	mais	melancólico	e	menos	vulgar.	Sua	popularidade	tornou-se	ainda	maior	quando	
Gardel e Alfredo Le Pera compuseram a música El día que me quieras,	para	o	filme	de	
mesmo	nome,	tornando	o	tango	um	ritmo	de	grande	sucesso.	
FIGURA 12 – FILME EL DÍA QUE ME QUIERAS
FONTE: <http://cinemalivre.net/imagens/capas/el_dia_que_me_quieras_o.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Além	do	mais,	o	ritmo	é	tão	bem	quisto	que,	no	ano	de	2009,	foi	integrado	pela	
UNESCO na lista de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. 
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5.2 CUMBIA
A cumbia é um ritmo conhecido principalmente na Colômbia, é uma dança que 
mescla	a	cultura	 indígena	e	africana,	sendo	considerada	um	ritmo	folclórico,	como	já	
vimos anteriormente. 
Mistura	os	tambores	africanos,	com	as	danças	 indígenas	e	se	desenvolve	de	
maneira única através de melodias colombianas, ou seja, é uma mescla muito bonita 
das	culturas	dos	povos	marginalizados	durante	o	período	de	colonização.	
FIGURA 13 – CUMBIA COLOMBIANA
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/b2/6e/18/b26e18bcd4d893e41e6c1ee4bb241be3.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
Por ser um ritmo dançado por casais, cada um na dupla tem uma função 
específica.	As	mulheres,	com	suas	saias	longas	e	rodadas	seguram	em	uma	mão	uma	
vela	e	com	a	outra	mão	seguram	sua	saia,	 já	os	homens	ficam	atrás	das	mulheres	e	
dançam	com	uma	mão	nas	costas	e	a	outra	segurando	seu	Sombrero Vueltiao. Ainda 
que seja um ritmo dançado por um casal, eles dividem o salão com outras duplas, 
sempre	esperando	sua	vez	de	poder	adentrar	ao	centro	do	salão	e	poderem	fazer	suas	
performances. 
No Tópico 3, veremos um pouco mais sobre os patrimônios culturais e, 
além disso, na Unidade 3, vocês trabalharão com a temática específica 
de Patrimônios Culturais Materiais e Imateriais.
ESTUDOS FUTUROS
89
5.3 MAMBO
Mais	 um	 ritmo	 derivado	 da	 música	 africana,	 porém,	 o	 mambo	 teve	 grande	
influência	 do	 jazz	 e	 da	 cultura	 estado-unidense.	 Isso	 se	 deve	 porque,	 em	 1940,	 em	
Cuba,	o	ritmo	mambo,	surgiu,	porém,	não	tinha	ainda	um	nome	conhecido	e	tampouco	
era popular. Entretanto, antes da revolução, muitos norte-americanos, mexicanos 
vinham	até	Cuba	e	desfrutavam	de	toda	sua	cultura	local.	Assim,	o	ritmo	começa	a	ficar	
conhecido entre cubanos, mexicanos e norte-americanos, até que em 1951 o mambo 
torna-se popularmente conhecido. 
Toda	a	popularidade	deu-se	por	conta	de	um	personagem	específico,	o	rei	do	
mambo:	Pérez	Prado,	pianista	e	compositor	cubano.	O	artista	tornou	o	ritmo	mundial-
mente	conhecido	após	fazer	uma	turnê	junto	a	sua	orquestra	pelos	Estados	Unidos.
Aliás,	 você	 conhece	 a	 música	 Mambo	 #5?	 Provavelmente,	 você	 já	 escutou	
essa	música	em	algum	momento	da	sua	vida,	visto	que	ela	fez	grande	sucesso	no	ano	
de	 1999.	Entretanto,	 apesarde	 ser	 interpretada	por	Lou	Bega,	 a	música	 foi	 escrita	e	
composta	por	Pérez	Prado,	em	1949	e	é	uma	grande	representante	do	Mambo,	ritmo	
típico cubano. 
FIGURA 14 – MAMBO
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTaxcJv8IQ9-dTX8mozuKVPK6zYmoLd
fB8SUpbefhd5OXuvhowZ&s>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Em	 grandes	 competições	 de	 dança,	 o	 ritmo	 cubano	 é	 considerado	 um	 dos	
mais	difíceis,	visto	que	sua	dança	exige	muita	técnica	e	precisão.	A	dança	é	bastante	
acelerada e mescla passos no solo com acrobacias, onde o dançarino ajuda sua parceira 
em suas manobras no ar. 
90
5.4 FLAMENCO
Diferentemente	dos	 ritmos	vistos	 anteriormente,	 a	 dança	flamenca	 tem	origem	
cigana	 e	 influências	 árabes	 e	 judaicas.	 Seu	 destaque	 se	 dá	 na	 região	 de	Andaluzia,	
na	Espanha.	Assim	como	o	tango,	a	dança	flamenca	foi,	também,	inserida	na	lista	de	
Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, no ano de 2010. 
Apesar de ser um ritmo europeu, a dança não se livrou dos preconceitos até 
chegar	ao	seu	momento	de	consagração	e,	devido	a	isso,	um	pouco	de	sua	história	foi	
perdida, já que não era considerada uma dança relevante, não se acreditava que era 
necessário	fazer	registros	escritos	sobre	a	história	da	dança.	Além	do	mais,	a	cultura	
cigana	 sempre	 foi	 passada	 de	 maneira	 oral,	 o	 que	 dificultou	 ainda	 mais	 qualquer	
informação	ou	registro	histórico.	
Sabe-se	que	o	flamenco	nem	sempre	foi	o	que	nós	conhecemos	atualmente,	
e que as primeiras representações do ritmo eram apenas através do canto e, em 
seguida,	inseriu-se	melodias	com	o	auxílio	de	instrumentos	como	o	violão,	ou	palmas	
e sapateados. A dança e as castanholas vieram por último, porém, não deixaram de ser 
importantes, tornando o ritmo ainda mais conhecido e apreciado. 
Sua época de ouro aconteceu nos anos de 1889 até 1910, momento em que os 
ciganos	aproveitavam	da	popularidade	dos	cafés	das	cidades	para	fazer	apresentações	
artísticas. 
FIGURA 15 – FLAMENCO
FONTE: <https://ichef.bbci.co.uk/images/ic/640x360/p05r3kv2.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
91
6 GASTRONOMIA 
Agora	vamos	pensar	na	gastronomia,	ela	também	faz	parte	da	cultura,	mesmo	
não	sendo	uma	 “arte”?	Se	ficou	com	dúvidas,	 a	 resposta	é	 sim.	Ao	contrário	do	que	
muitas pessoas pensam, a comida não é apenas um modo de manutenção da existência 
humana,	 não	 comemos	 apenas	 para	 sobreviver,	 a	 alimentação	 tem	 significados	 e	
(CASTRO; MACIEL; MACIEL, 2016) está diretamente relacionada como um elemento 
cultural.	Segundo	Castro,	Maciel	e	Maciel	(2016,	p.	19),	“todos	os	grupos	humanos	têm	
cultura.	É	esta	que	produz	as	diferenças,	as	particularidades,	gerando	grande	diversidade	
a	partir	de	uma	base	biológica	comum”,	ou	seja,	a	partir	de	uma	ação	biologicamente	
necessária e indispensável, também acontece a produção da cultura. 
Através da comida, podemos determinar e reconhecer diversos fatores históricos 
e culturais de um determinado meio social. Sendo assim, pensando na culinária hispânica 
e,	sobretudo,	latino-americana,	os	pratos	típicos	e	a	cozinha	cotidiana	estão	diretamente	
ligadas	ao	clima,	à	geografia	e,	principalmente,	das	interferências	históricas,	pois	trata-
se	 de	 países	 colonizados	 onde	 o	 espaço	 estava	 sendo	 compartilhado	 por	 indígenas	
nativos,	europeus	colonizadores	e	africanos	escravizados.	Contudo,	as	 interferências	
estrangeiras	e	os	fatores	históricos	fizeram	com	que	a	gastronomia	e	culinária	latino-
americana	se	tornasse	uma	das	mais	ricas	e	procuradas,	competindo	igualmente	com	
técnicas	antigas	da	culinária	francesa,	italiana	e	até	mesmo,	espanhola.	
Agora	 você,	 tente	 lembrar	 alguns	 pratos	 típicos	 latino-americanos	 que	você	
conhece,	são	muitos	ou	poucos?	Vamos	conhecer	alguns	pratos	tipicamente	hispânicos,	
sua	história	e	o	modo	como	é	feito.	Você	conhece	algum	prato	em	que	o	ingrediente	
principal	não	é	cozido,	mas,	sim,	servido	cru?	
O Ceviche	é	um	prato	típico	da	culinária	peruana	em	que	o	ingrediente	principal,	
o	peixe,	é	servido	cru.	Não	se	sabe	muito	bem	sua	origem,	mas	o	primeiro	registro	do	
prato	estima	que	ele	surgiu	cerca	de	2000	a.C.,	entretanto,	o	prato	é	tão	popular	no	
país,	 que	 existem	milhares	de	 restaurantes	 especializados	por	 todo	 território	 peruano,	 
as chamadas “cevicherías”. 
O prato é feito a base de peixe-branco e cru, marinado em um suco de limão ou 
algum	líquido	cítrico.	Normalmente	o	peixe	usado	é	o	atum,	por	ser	um	peixe-branco	e	
de	carne	firme,	que	permite	ser	cortado	em	pequenos	blocos.	Ademais,	outros	frutos-
do-mar	também	podem	ser	o	ingrediente	principal,	como	o	camarão,	lagosta	ou	polvo.	
Outro	ingrediente	muito	importante	do	ceviche	é	o	leche de tigre, um suco feito 
com	o	peixe	marinado,	 limão	 e	 outros	 ingredientes.	 Por	 conta	 do	 tempo	marinando,	
o	líquido	fica	com	uma	cor	branca,	e	por	isso	é	chamado	de	leite.	O	nome	tigre	se	dá	
devido ao fato do molho também ser usado na cura de ressaca, dando força a pessoa 
que	o	ingere.	
92
Outros	ingredientes	indispensáveis	para	a	elaboração	do	ceviche	é	a	cebola	e	
pimenta,	mas	ele	também	pode	vir	acompanhado	de	outros	legumes	e	temperos.	
FIGURA 16 – CEVICHE
FONTE: <https://images.app.goo.gl/WDoqHoFo8Nsq2Y626>. Acesso em: 15 jan. 2020.
No	 México,	 apesar	 do	 guacamole	 ter	 grande	 notoriedade	 e	 ser	 reconhecida	
mundialmente,	o	prato	que	vamos	conhecer	é	muito	parecido	e	chega	a	ser	comparado	
com as panquecas, se chama enchilada. Sua base é uma massa feita de milho, 
recheada,	geralmente,	com	carne	bovina,	feijão	ou	outro	condimento,	sempre	com	um	
molho	em	cima,	coberto	por	azeitonas	ou	queijo.	
Acredita-se que as enchiladas são uma nova versão das tortillas, outro prato 
tipicamente mexicano. 
FIGURA 17 – ENCHILADA
FONTE: <https://food.fnr.sndimg.com/content/dam/images/food/fullset/2012/10/1/0/WU0308H_simple-
perfect-enchiladas_s4x3.jpg.rend.hgtvcom.826.620.suffix/1382541970364.jpeg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
93
Sabemos	que	a	culinária	hispânica	é	regada	a	fartura	e	muitos	ingredientes	e,	
ainda	que	alguns	dos	seus	pratos	sejam	cobertos	de	uma	carga	histórica	imensa,	sua	
diversidade permite que receitas mais novas também sejam facilmente incorporadas 
à culinária nacional, como aconteceu com a Bandeja Paisa, um prato tipicamente 
colombiano,	mas	que	não	tem	nenhum	tipo	de	registro	histórico	antes	dos	anos	de	1950.	
O	 prato	 consiste	 em	 uma	 grande	 abundância	 de	 carboidratos	 por	 conta	 da	
região	em	que	foi	criado,	pois	o	povo	que	vivia	na	 região	da	Antioquia	trabalhava	de	
forma	pesada	e	com	longas	jornadas	de	viagem,	assim,	o	prato	deveria	suprir	os	gastos	
energéticos	demandados	por	todas	as	horas	e	energias	que	foram	gastas.		
Bandeja Paisa	é	um	prato	que	se	constitui	com	vários	ingredientes	que	podem	
ser:	arroz,	 feijão,	alguma	carne,	banana,	abacate,	ovos	fritos,	arepas	etc.	É	um	prato	
carregado	de	ingredientes	com	tamanha	diversidade.	
A	 popularidade	 do	 prato	 é	 tão	 grande,	 que	 ele	 se	 converteu	 em	 um	 prato	
nacional da Colômbia. 
FIGURA 18 – BANDEJA PAISA
FONTE: <https://cdn.colombia.com/sdi/2011/08/02/bandeja-paisa-500927.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
94
Neste tópico, você aprendeu:
• O folclore é de extrema importância para a cultura latino-americana, e que apesar 
de ser uma representação popular, se constitui a partir da individualidade de cada 
indivíduo.
•	 As	 representações	 artísticas	 populares	 sofreram	 extrema	 influência	 dos	 povos	
indígenas	e	dos	povos	imigrantes	pós-colonização:	europeus	e	africanos.
•	 A	música	e	a	dança	contemplam	estilos	e	ritmos	que,	apesar	de	terem	influências	de	
outros povos, são usadas como formas de expressão cultural, social e política. 
• A comida, apesar de não parecer, é sim uma forma de expressão cultural, contem-
plando diversos aspectos socio-históricos de uma sociedade.
RESUMO DO TÓPICO 1
95
AUTOATIVIDADE
1 São muitas as discussões acerca do que é considerado folclore, de acordo com as 
informações	do	Tópico	1,	assinale	V	para	verdadeiro	e	Fpara	falso	sobre	o	que	pode	
ser considerado folclore: 
(			)	O	folclore	surge	a	partir	da	vivência	de	cada	 indivíduo,	pois	o	folclore	se	trata	de	
uma	individualidade	coletiva,	que	representa	o	povo	e	que	produz	e	reproduz	novas	
práticas	que	são	passadas	de	geração	para	geração.	
( ) O folclore é uma construção unicamente coletiva, pois trata-se de uma herança 
dos	 antepassados,	 dessa	 forma,	 as	 sociedades	 produzem	 músicas,	 provérbios,	
trabalhos	manuais	que	foram	passados	de	geração	para	geração.		
(			)	O	 folclore	 pode	 ser:	 cantiga	 de	 ninar,	 rimas,	 ditos,	 provérbios,	 fábulas,	 estórias,	
contos	populares,	cantos,	danças,	jogos	etc.
( ) O folclore apenas representa a cultura imaterial, ou seja, canções, contos, lendas, 
ditos,	pois	é	passada	de	geração	para	geração	através	da	oralidade.	
2	 A	 arte	 popular	 tem	 grande	 destaque	 na	 cultura	 hispânica	 pois	 representa	 as	
expressões	artísticas	de	grande	 relevância	para	uma	determinada	sociedade.	Leia	as	
afirmações	a	seguir.
I- A arte popular é todo tipo de produções artísticas com valor relevante e que não são 
feitas por pessoas que não são especialistas em arte, sempre por trás de uma obra 
há	uma	pessoa	que	é	especializada	na	área.	
II-	 O	artesanato	é	considerado	uma	arte	popular	de	grande	relevância	não	somente	
cultural, mas também econômica. 
III-	 A	 arte	popular	 tem	sua	origem	em	 regiões	mais	 afastadas,	 entretanto,	 cada	vez	
mais	está	ganhando	espaço	nas	grandes	cidades	e	centros	urbanos.
IV-	 O	Peru	é	o	país	em	que	há	mais	artesãos	na	capital,	cidade	de	Lima,	do	que	em	
regiões	afastadas,	como	de	costume.	
De	acordo	com	as	afirmativas,	podemos	assinalar	que	estão	CORRETAS:
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c)	 (			)	 III	e	IV.
d)	 (			)	 I	e	IV.
e) ( ) Todas estão corretas. 
96
97
FOLCLORE
UNIDADE 2 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Como você já viu no Tópico 1, o folclore é de tamanha importância 
na cultura hispânica e, sobretudo, na cultura latino-americana. 
O Tópico 2 será dedicado às mais diversas formas e expressão do folclore 
tradicional e como ela pode ser exposta. 
Então,	a	seguir,	você	verá	a	presença	do	folclore	nas	crenças	e	religiões	de	cada	
sociedade,	as	rezas	e	benzeduras	que	podem	acontecer	em	rituais	religiosos.	Ademais,	
indo de encontro à vida cotidiana, vamos abordar a presença e os variados ditados 
populares e costumes dos países hispânicos. 
2 CRENÇAS E RELIGIÕES
A	mescla	de	povos	e	culturas	atingiu	a	América	Latina	de	diversas	formas,	como	
você já viu anteriormente, através de representações artísticas, culturais e também 
através	da	religião.	
No	continente	americano,	a	religião	tem	grande	importância	por	conta	dos	povos	
colonizadores	que,	através	da	 religião,	conseguiam	obter	novas	formas	de	coerção	e	
ordem.	O	catolicismo	teve	grande	destaque	nesse	período	de	colonização,	e	auxiliou	o	
processo	de	“ordem”.	Assim,	e	pensando	no	processo	histórico,	a	igreja	católica	ainda	é,	
desde	os	tempos	de	colonização,	a	religião	de	maior	adesão	e	pertencimento	dos	países	
latinos (ORO, 2008). 
Acadêmico, você verá com mais profundidade a relação dos 
países hispânicos com as religiões na próxima unidade.
ESTUDOS FUTUROS
98
A	 partir	 do	 Século	 XX,	 começou	 a	 acontecer	 um	 processo	 de	visibilidade	 das	
religiões	e	crenças	dos	povos	indígenas	presentes	antes	do	processo	colonizador	e	que,	
de	certa	forma,	tornaram-se	“invisíveis”	por	conta	da	hegemonia	cristã	que	predominava	
o	continente	colonizado.	Com	isso,	a	América	Latina	é,	junto	a	Europa,	o	continente	com	
maiores	perdas	de	fiéis	da	 igreja	católica	 (STROTMANN,	2008	apud RODRÍGUEZ, 2011). 
Junto	a	esse	movimento,	muitos	países	passaram	também	a	 fazer	 a	 separação	entre	
Igreja	e	Estado,	tornando-se,	então,	um	estado	laico.	Segundo	Gutiérrez	(2017),	Uruguai	
foi	o	primeiro	país	a	estabelecer	essa	separação,	no	ano	de	1905.	Em	seguida,	o	México	
também	estabeleceu	a	separação,	entretanto,	a	religiosidade	popular	se	manteve.
Segundo	Fidanza	e	Suárez	 (2016),	 a	 religiosidade	popular	é	uma	das	formas	de	
manifestação	do	ser,	de	estar,	e	expressar	uma	vinculação	com	o	sagrado	e,	ademais,	
ela	indica	os	modos	como	o	indivíduo	vê	o	mundo,	compreende	sua	origem,	a	origem	
da	vida,	do	homem,	a	ordem	da	sociedade	etc.	A	religião	rege,	através	de	símbolos	ou	
dogmas,	 questões	morais	 e	 sociais	 dos	 indivíduos.	 Ainda	 que	muitos	 países	 latinos	
sejam	majoritariamente	cristãos,	católicos	ou	evangélicos,	as	crenças	e	 religiões	dos	
países	na	região	do	Caribe	e	América	Central	se	dão	a	partir	de	muitas	crenças	populares	
das culturas dos seus ancestrais. 
No	caso	do	Caribe,	a	 religiosidade	é	fundamentalmente	sincrética,	expressando	 
uma	 riqueza	 de	 matizes	 multicoloridos.	 Desde	 os	 tempos	 da	 conquista	 houve	 a	
interação	 da	 religião	 católica,	 como	vários	 séculos	 depois	 das	 protestantes,	 com	 os	
rituais	dos	povos	nativos	e	com	os	cultos	afros	(GUTIÉRREZ,	2017).	Assim,	ainda	que	 
haja	 a	 presença	de	 religiões	de	 fundamento	 cristão,	 as	 cerimônias,	 cultos	 e	 ritos	 feitos	
para diversos outros tipos de divindades estão presentes de maneira bastante aparente, e 
adquirem	cada	vez	mais	visibilidade	nesses	países,	como	veremos	adiante.	
 O espiritismo,	uma	doutrina	de	cunho	filosófico	que	se	baseia	nos	estudos	do	
pensador	Allan	 Kardec	 tem	 grande	 popularidade	 e	 importância	 em	 países	 como:	 Cuba,	
República	Dominicana,	Porto	Rico	e,	inclusive,	no	Brasil.	Assim	como	em	outras	religiões,	
o	 espiritismo	tem	duas	vertentes:	uma	considerada	oficial	 e,	 até	mesmo	científica,	 e	
outra	 popular.	 A	 primeira,	 considerada	 científica,	 recebe	 influências	 do	 cristianismo	
popular	e	de	cultos	africanos.	Já	o	espiritismo	popular	“pretende	proporcionar	respostas	
aos	 conflitos	 da	 vida	 cotidiana,	 tais	 como	 problemas	 familiares,	 enfermidades	 e	
padecimentos	emocionais”	(GUTIÉRREZ,	2017,	s.p.).	
“A santería,	 outra	 vertente	 religiosa,	 é	 o	 culto	 afro-cubano	 que	 combi-
na	elementos	do	catolicismo	espanhol	com	as	 religiões	africanas”	 (GUTIÉRREZ,	2017,	
s.p.).	São	cultos	próprios	da	 região	Caribenha	e	suas	práticas	são	caracterizadas	por	
ritos	 de	 sacrifícios	 e	 oferendas	 para	 agradecer	 ou	 pedir	 algo.	A	 santería é mais po-
pular,	 e	conta	com	elementos	e	personagens	como	caboclos,	pretos	velhos	e	orixás	 
(GUTIÉRREZ,	2017).	
99
As religiões indígenas	tornaram-se	visíveis	após	o	Século	XX	mas,	é	impor-
tante	sinalizar	que	elas	existem	desde	muito	antes	do	processo	colonizador,	e	por	conta	
de todo o processo, elas foram silenciadas. Entretanto, diferentemente das outras ma-
nifestações	religiosas,	as	religiões	indígenas	têm	características	que	as	difere,	a	exem-
plo	de	 três	 aspectos	que	podem	ser	 a	 base	da	 religião,	 como	animismo, toteísmo 
e o xamanismo. 
A	primeira,	trata-se	de	povos	que	creem	que	todo	material	orgânico	possui	uma	
alma	equivalente	 à	 alma	humana.	Todas	as	 ações	 feitas	por	 esses	corpos	orgânicos	
são	feitas	por	alguma	razão	e	com	um	propósito.	Assim,	a	natureza,	plantas,	árvores,	
animais	etc.,	possuem	uma	alma	humana	que	determina	suas	ações	fazendo	com	que	
a	divindade	seja	totalmente	voltada	a	esses	corpos	orgânicos.	
O toteísmo	é,	basicamente,	a	afinidade	mística	que	o	homem	possui	com	um	
material inanimado, denominado totem. Assim, acredita-se que os totens são seres 
místicos com poderes que podem ajudar o homem na resolução de problemas, assim 
como, também devem ser adorados e venerados. 
Por último, o xamanismo é	o	termo	usado	a	práticas	de	magia	feitas	para	que	
haja	uma	conexão	entre	homem,	espírito	e	natureza,	com	rituais	com	a	finalidade	de	
estabelecer contato com o mundo espiritual. No xamanismo, acredita-se em um ser 
superior,	o	ser	celeste,	que	não	tem	forma,	gênero,	tampouco	é	humano	ou	animal,	ou	
seja,	é	como	se	fosse	um	campo	energético,	uma	força	maior.	
Ainda	 que	 seja	 uma	 das	 principais	 religiões	 monoteístas,	 vale	 destacar	 o	
Judaísmo	 como	 uma	 religião	 de	 bastante	 relevânciana	América	 Latina,	 visto	 que,	
a	população	 judaica	é	uma	das	maiores	no	continente	e,	 está	na	Argentina,	a	maior	
população judaica da América Latina. 
Os	judeus,	denominação	para	aqueles	que	seguem	a	religião	judaica,	é	um	grupo	
etno-religioso,	visto	que	as	pessoas	podem	nascer	judias	ou	podem	ser	convertidas	à	
religião.	Vale	destacar	que	a	conversão	se	trata	de	um	processo	lento,	pois	o	processo	
não	acontece	tal	qual	a	“evangelização”	que	foi	comum	nos	Séculos	XVII,	XVIII.		
O	judaísmo	é	a	mais	antiga	religião	reconhecida	pela	Torah	(livro	sagrado	judaico).	
Assim	 como	 o	 cristianismo	 e	 o	 islamismo,	 o	 judaísmo	 é	 também	 uma	 das	 religiões	
monoteístas abraâmicas mais relevantes. Assim como o cristianismo, o judaísmo tem 
seus próprios escritos, conhecido também como Torah	Escrita,	um	pergaminho	onde	
encontra-se	 escrita	 a	 Lei	 Judaica.	 Os	 escritos	 judaicos	 são	 todos	 em	 hebraico,	 ou	
seja,	as	cerimônias	religiosas,	ainda	que	aconteçam	em	diversos	países,	são	feitas	em	
hebraico. 
100
FIGURA 19 – TORAH
FONTE: <http://s2.glbimg.com/fsmdiLfMBdcVLMYqkKHvrK-hjOg=/s.glbimg.com/jo/g1/f/
original/2013/05/29/tora.jpg>. Acesso em: 23 jan. 2020.
A lei judaica, também conhecida como Halacá,	 mencionada	 no	 Torá	 diz,	
resumidamente,	que	o	homem	deve	seguir	pelo	caminho	da	vida	boa,	ou	seja,	rege	as	
orientações,	hábitos,	costumes	e	modos	de	agir	dos	judeus.	Por	tratar-se	de	um	escrito	
sagrado,	a	Torá	e	a	 lei	 judaica	devem	ser	seguidas	rigorosamente,	pois	tem	a	origem	
divina e é considerada eterna e imutável.
 
Ademais,	o	judaísmo	pode	ser	subdividido	em	três	grupos:	judaísmo	ortodoxo,	
judaísmo conservador e judaísmo reformista. A principal diferença entre cada uma 
das	 vertentes	 judaicas	 é	 na	 forma	 como	 interpretam	 e	 seguem	 a	 Halacá,	 onde	 os	
conservadores e reformistas são considerados mais liberais, enquanto os ortodoxos são 
mais	rígidos.	
3 REZAS E BENZEDURAS
As	rezas	e	benzeduras	podem	ser	reconhecidas	como	manifestações	religiosas,	
como forma de súplicas ao divino, ao místico a espíritos. 
As	rezas,	normalmente,	são	destinadas	a	uma	divindade	específica,	e	pode	ser	
feita	como	forma	de	súplica	ou	agradecimento.	Normalmente,	o	fiel	recorre	à	reza	de	
joelhos,	mãos	encostadas	e	olhos	fechados,	com	a	finalidade	de	que	ocorra	uma	ligação	
maior entre ele e a divindade desejada. As mais conhecidas são católicas, Ave Maria e 
Pai-Nosso que, em espanhol, recebem o nome de Díos te salve María e Padre Nuestro: 
101
Díos te salve María
Dios te salve, María, llena eres de gracia, 
el Seńor es contigo.
Bendita tú eres entre todas las mujeres, 
y bendito es el fruto de tu vientre, Jesús.
Santa María, Madre de Dios,
ruega por nosotros, pecadores,
ahora y en la hora de nuestra muerte.
Amén
Padre Nuestro
Padre nuestro,
que estás en el cielo,
santificado sea tu Nombre;
venga a nosotros tu reino;
hágase tu voluntad
en la tierra como en el cielo.
Danos hoy nuestro pan de cada día;
perdona nuestras ofensas,
como también nosotros perdonamos
a los que nos ofenden;
no nos dejes caer en la tentación,
y líbranos del mal. Amén.
As	 benzeduras,	 em	 espanhol,	 podem	 ser	 traduzidas	 como	brujerías	 e	 fazem	
parte da vida cotidiana de muitas pessoas, principalmente nos continentes americano 
e	africano.	Mesmo	sendo	uma	representação	religiosa,	ela	não	parte	da	crença	de	um	
único Deus, muito pelo contrário, ela parte do próprio homem e da sua fé interior. Ou 
seja, ela representa a esperança, fé e crença que aquele indivíduo tem dentro de si para, 
então, ajudá-lo a solucionar qualquer tipo de entrave que encontra na sua vida.
Como já visto anteriormente, na América Latina, as práticas de brujerías	carregam	
uma	bagagem	de	mistura	de	tradições	e	costumes	de	diversos	povos,	principalmente	
dos	africanos	e	indígenas,	com	seus	rituais	e	sacrifícios.	
No México, a prática de buscar pessoas que trabalham com essas manifestações 
é bastante comum e varia de acordo com cada estado. Entretanto, o número de pessoas 
que	fazem	esse	tipo	de	função	é	bastante	 representativo.	Em	geral,	o	 indivíduo	 recorre	
aos	rituais	com	a	finalidade	de	buscar	uma	solução	e	ajuda	para	os	mais	diversos	tipos	de	
problemas cotidianos. Dessa forma, os brujos contam com o auxílio de uma divindade, 
anjo ou espírito que possa auxiliar no desfecho do problema. 
102
Na Guatemala, o molem é uma doença bastante conhecida entre a população, 
seja	ela	médica	ou	religiosa,	visto	que,	a	enfermidade	é	considerada	por	muitos	médicos	 
e estudiosos uma doença mental, embora suas causas ainda sejam desconhecidas. 
La cuarta enfermedad se trata de el Molem, una de las más difíciles de 
traducir, hasta el momento la hemos traducido como “tiene un poco de 
todo”,	pero	por	la	asociación	con	algunos	de	sus	principales	síntomas	
se	ha	mal	traducido	popularmente	como	anemia,	sin	que	ello	tenga	
que ver con lo que médicamente describe tal enfermedad. Es común 
también escuchar Molelem yabil, que quiere decir “enfermedad 
recogida,	 obtenida”,	 de	 alguna	 manera	 esta	 expresión	 adelanta	 la	
explicación	 sobre	 su	 etiología,	 recogida	 u	 obtenida,	 da	 la	 idea	 de	
contagio.	 Y	 efectivamente	 en	 este	 padecimiento	 se	 agrupan	 una	
serie	de	manifestaciones	somáticas	que	tienen	origen	primario,	viral,	
parasitario	y/o	bacteriano.	Sin	embargo	la	etiología	e	interpretación	
cultural	de	estas	manifestaciones	es	lo	que	nos	hace	agruparla	como	
problema psicosocial, ya que para el pensamiento médico maya no 
podemos aislar a los problemas físicos de la realidad social, por lo 
que cuando se presentan varias de estas manifestaciones tenemos 
que	encontrar	más	que	el	origen	físico	del	problema,	frecuentemente	
el	origen	está	 relacionado	a	 la	situación	de	pobreza	y	deterioradas	
condiciones	 sanitarias	 en	 que	 vive	 la	 población,	 en	 general	 a	 la	
situación socioeconómica y a la descomposición social que produjo 
el	conflicto	armado	interno,	entre	sus	principales	causas	(ALVARADO;	
MORALES; BAYARDO, 2005, p. 132).
De acordo com o conhecimento popular, o Molem é uma doença que, para 
nós	brasileiros,	pode	ser	equivalente	ao	que	chamamos	de	olho	gordo	ou	inveja.	O	que	
acontece é que a pessoa com a doença começa a sofrer com sintomas que podem ser 
diarreia,	vômito,	febre	etc.,	sem	que	haja	uma	causa	específica	que	justifique	todos	os	
sintomas.	Então,	o	indivíduo	que	busca	ajuda	pode	ir	até	idosos	que,	ao	jogarem	feijões-
vermelhos,	buscam	a	origem	desse	fracasso	que	a	pessoa	atraiu.	Pode	variar	entre	a	
vida amorosa, econômica e, até mesmo na carreira. Após encontrado e solucionado 
o	 problema,	 os	 fiéis	 pagam	 a	 ajuda	 através	 de	 oferendas	 às	 entidades	 com	 objetos	
específicos.	
4 DITADOS POPULARES
Aposto	que	em	algum	momento	da	sua	vida	você	já	ouviu	ou	falou	algo	como	
“água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, ou “cavalo dado não se olha os 
dentes”. Essas frases são conhecidas como ditados populares ou provérbios, ou seja, 
são	frases	populares	que	expressam,	certa	forma,	um	senso	comum,	algo	específico	de	
uma cultura.
 
Apesar	de	serem	frases	muito	antigas,	não	se	sabe	a	autoria	tampouco	quando	
foram	criadas	ou	quando	surgiram,	mas	o	uso	é	tão	comum	nas	falas	que	se	tornam	
aspectos e característica importantes de cada cultura. 
103
Em	português,	quando	falamos	em	ditados	populares	é	muito	fácil	de	 lembrar	
de vários exemplos, mas não pense que essas frases são de uso exclusivo da cultura 
brasileira. A cultura hispânica também é rica de ditados populares, conhecidos como 
dichos populares.	Neste	tópico,	conheceremos	alguns	dichos populares e	o	que	significam:	
• A buen entendedor pocas palabras: esse ditado equivale ao conhecido no Brasil 
como	“para	bom	entendedor,	meia	palavra	basta”,	ou	seja,	significa	que	não	se	faz	
necessário muitas explicações, poucas palavras ou pequenos atos já são necessários 
para compreender o que está acontecendo. 
• A confesión de partes, relevo de pruebas:	se	usa	quando	alguém	admite	seu	erro	
e	por	essa	razão,	não	se	faznecessário	elevar	a	discussão,	basta	que	quem	cometeu	
o erro tenha admitido e reconhecido que errou. 
• A falta de pan, buenas son tortas:	significa	que	nem	sempre	podemos	ter	o	que	
queremos, o que desejamos, 
• A grandes males, grandes remedios:	quer	dizer	que	quanto	maior	seja	o	problema,	
maior será a solução que encontraremos e maior ainda o esforço que faremos para 
conseguir	resolver.	
• A la suerte, hay que ayudarla:	significa	que	devemos	sempre	“ajudar	a	sorte”,	ou	
seja, trabalhar, se esforçar para que as coisas aconteçam, pois, elas dependem de 
nós mesmos. 
• A palabras necias, oídos sordos: Não se deve escutar pessoas que usam das 
palavras para ofender ou falar besteiras. 
• Afortunado en el juego, desafortunado en el amor:	sorte	no	jogo,	azar	no	amor…	
Ou pode aparecer de forma contrária também. 
 • Água que no has de beber, déjala correr: devemos manter somente o que for 
necessário, o que não nos acrescenta, ou é considerado desnecessário, devemos 
deixar ir, passar adiante. 
• Al enemigo que huye, puente de plata:	devemos	sempre	facilitar	a	fuga,	ou	a	ida	
daquilo	que	nos	aflige,	os	problemas.	Ou	seja,	para	que	nos	livremos	dos	problemas,	
abrimos e facilitamos seu caminho. 
• Al mejor cazador se le escapa la liebre: ainda que seja a pessoa com maiores 
habilidades	e	destrezas,	os	erros	são	inevitáveis	para	qualquer	um.	
• Al que madruga, Dios lo ayuda:	“Deus	ajuda	quem	cedo	madruga”,	ou	seja,	o	quanto	
antes	fazemos	as	coisas,	antes	recolheremos	seus	frutos.
• Aunque la mona se vista de seda, mona se queda: A frase foi criada pelo escritor 
espanhol	Tomás	de	Iriarte,	na	sua	fábula	XXVII.	O	ditado	significa	que	mesmo	que	a	
pessoa tente, sua essência sempre será a mesma. 
• Al que no quiere caldo se le dan dos tazas: quer	dizer	que	você	deve	tomar	cuidado	
com o que deseja, pois, ao receber o que tanto se pediu, você pode não saber o que 
fazer.	
• Hierba mala nunca muere: usamos um ditado que pode equivaler: “vaso ruim não 
quebra”. 
• Al pan, pan y al vino, vino:	o	ditado	quer	dizer	que	devemos	chamar	as	coisas	e	vê-
las como elas são, sem dar rodeios. 
104
• Cría cuervos y te sacarán los ojos:	nesse	caso	pode	significar:	você	faz	o	bem	e	
ajuda	pessoas	que	mais	adiante	podem	te	trair	ou	serem	ingratas.	
• Buenos y malos martes los hay en todas partes: momentos bons e momentos 
ruins apareceram em nossas vidas, mas não é por conta disso que devemos deixar 
de pensar positivo. 
•	 Cuando	el	gato	se	va,	los	ratones	hacen	fiesta:	“quando	o	gato	sai,	os	ratos	fazem	
a festa”, podemos inclusive pensar na parte prática, quando o professor sai de sala, 
os alunos aproveitam!
• Dinero que prestaste, enemigo que te echaste: dinheiro sempre é um assunto 
polêmico,	principalmente	quando	misturado	a	amizade,	ou	seja,	se	você	emprestou	
dinheiro	a	um	amigo	seu,	ele	é	um	potencial	 inimigo,	pois	pode	acontecer	de	ficar	
devendo.
• El hombre y el oso, cuanto más feo más hermoso:	significa	que	se	deve	julgar	as	
pessoas por suas atitudes e caráter e não pela sua aparência. 
• Gallo que no canta algo tiene en la garganta:	quer	dizer	que	uma	pessoa	que	não	
participa	ou	não	fala	sobre	certo	assunto	deve	ter	algo	a	esconder	em	relação	a	isso.	
• El hambre es muy mala consejera:	significa	que	a	impulsividade	nunca	é	uma	boa	
conselheira,	e	nunca	devemos	agir	apenas	por	impulso,	mas	sim,	pensar	e	raciocinar	
antes de tomar qualquer decisão.
Como você viu, os ditados populares são usados para inúmeras situações e 
podem	 carregar	 diversos	 significados.	 Neste	 tópico,	 você	 conheceu	 apenas	 alguns	
ditados, pois, como se trata de uma cultura tão vasta, necessitaria de um livro apenas 
para dedicar-se a esta arte popular, que são esses ditados. Além do mais, você pode ver 
que, assim como todas as outras formas de expressão artística e folclórica, os ditados 
também	podem	ser	interferências	de	outras	culturas	que	se	fazem	presentes	na	história	
da cultura hispânica latino-americana. 
5 COSTUMES 
Uma	 sociedade	 possui	 diversos	 fatores	 que	 a	 identificam	 e	 diferenciam	
de outras, tais fatores podem ser políticos, sociais e culturais, como você já viu 
anteriormente. Dentro dessas características, nesse tópico, destacaremos os costumes, 
que,	 diferentemente	 das	 tradições,	 possuem	 certa	 flexibilidade	 e	 comprometimento	
formal com o passado (MAIA, 2001). 
O ditado popular anterior foi título de uma música do cantor 
porto-riquenho Chayanne, que você pode conferir através do link: 
https://www.letras.mus.br/chayanne/168618/traducao.html.
DICA
105
Se as tradições são atos e modos sociais que não sofrem mudanças, os 
costumes,	por	sua	vez,	permitem	inovações,	desde	que	suas	mudanças	e	alterações	
sejam compatíveis, ou até mesmo idênticas àquela precedente, ou seja, os costumes 
têm	um	sentido	histórico,	e	o	significado	desses	costumes	está	ligado	de	alguma	forma	
a práticas históricas, ou seja, na transmissão de valores e práticas culturais (MAIA, 2001).
Os costumes podem ser práticas sociais materiais ou imateriais, como por 
exemplo, a piñata, no México. Se você nunca ouviu falar, trata-se de uma brincadeira, 
normalmente	direcionada	para	crianças,	onde	uma	embalagem	de	papelão	é	enfeitada	
por	 diversos	 papéis	 coloridos,	 geralmente,	 essa	 embalagem	 tem	 o	 formato	 de	 um	
animal, ou objeto. Dentro da piñata são colocados diversos tipos de doces, brinquedos, 
ou outros pequenos artefatos para recompensar as crianças. Após toda a confecção, 
ela é suspensa no ar por um cordão, e um participante, vendado e com um bastão nas 
mãos,	tenta	atingi-la	com	a	finalidade	de	quebrá-la	para	conseguir	liberar	os	doces.	A	
presença da piñata é muito comum em festas de aniversários. 
FIGURA 20 – PIÑATA
FONTE: <https://www.gob.mx/cms/uploads/image/file/356640/pin_ata1.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Outro	 costume	 mexicano	 são	 as	 festas	 de	 quinze	 anos,	 as	 chamadas	
quinceañera. São comemorações de aniversário nas quais uma menina é apresentada 
à	sociedade	quando	completa	a	idade	de	quinze	anos.	Essa	comemoração	acontece	por	
tratar-se de uma transição da vida de menina para tornar-se uma mulher. 
Nessas festas, normalmente, as meninas costumam usar um vestido feito 
especialmente para a ocasião, podendo ele ser voluptuoso e brilhoso ou mais discreto. 
Ela	adentra	o	salão	da	festa	após	a	chegada	dos	convidados,	acompanhada	do	seu	pai	
que fará sua apresentação. 
106
FIGURA 21 – VESTIDOS DE QUINCEAÑERA
FONTE: <http://twixar.me/KGYT>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Após	 a	 entrada,	 acontecem	 as	 cerimônias:	 dança	 da	 valsa,	 homenagens,	 
brinde.	Em	alguns	casos,	as	meninas	recebem	uma	joia,	geralmente	um	anel	de	ouro,	de	
presente	como	marco	da	 transição,	 e	podem	também	fazer	 a	 troca	do	 sapato,	 em	que	
a menina adentra o salão com sapato baixo e, durante a cerimônia, acontece o ritual de 
troca de sapato por um salto alto. 
A	celebração	dos	quinze	anos	é	um	costume	muito	comum	na	América	Latina	
e, por isso, pode variar de acordo com cada país. 
FIGURA 22 – SALÃO DE FESTAS QUINCEAÑERA
FONTE: <https://images.app.goo.gl/xjBV6WtK5MHXEpSr6>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Os	 costumes	 não	 se	 restringem	 somente	 a	 jovens	 e	 adultos,	 as	 crianças	
também	sofrem	 influência	 por	 essas	práticas	 sociais	 como,	 por	 exemplo,	 através	de	
jogos	e	brincadeiras.	
As canicas,	que	no	Brasil	são	conhecidas	como	bolinhas	de	gude,	são	pequenas	
bolinhas	de	vidro	que	servem	para	jogar	diversos	jogos	que,	em	geral,	são	universais,	
mas	que,	como	tudo,	podem	variar	de	acordo	com	a	região.	A	essência	do	jogo	é	sempre	
107
a	mesma:	 jogar	as	bolinhas	com	a	finalidade	de	chegar	mais	próximo	ao	alvo,	nesse	
sentido,	 os	 jogadores	 podem	 atingir	 as	 bolinhas	 dos	 outros	 jogadores	 e	 afastá-los 
do alvo. 
FIGURA 23 – CANICAS 
FONTE: <https://images.app.goo.gl/TXQ4NoNS4hvdsza3A>. Acesso em: 15 jan. 2020.
A rayuela,	ou	jogo	da	amarelinha,	também	é	um	costume	muito	popular	entre	
as	crianças	hispânicas.	O	 jogo	se	 inicia	quando	as	crianças	desenhamno	chão,	com	
um	giz,	um	desenho	com	dez	quadrados	com	números	de	1	a	10	dentro	e	um	círculo	no	
topo	escrito	“céu”.	Em	seguida,	o	jogador	lança	sua	pedrinha	no	quadrado	de	número	1	
e, ao acertar, ele deve pular com um pé dentro dos quadrados, com exceção do número 
que	está	a	pedra.	E	assim	deve	ser	feito	com	todos	os	números.	Quando	chega	no	céu,	
o	jogador	deve	retornar	pelo	mesmo	caminho	e	pegar	sua	pedrinha	de	volta.	O	jogador	
perde quando não acertar a pedrinha no número indicado, se pisar nas linhas, se não 
pegar	a	bolinha	quando	retorna,	e	se	pisa	no	quadrado	em	que	está	a	pedrinha.	
O	nome	do	jogo	pode	variar	de	acordo	com	o	país,	como	por	exemplo:	no	Chile,	
luche; na Colômbia, coroza; na Espanha, cuadrillo etc. 
FIGURA 24 – RAYUELA
FONTE: <https://br.guiainfantil.com/media/294/blobid1523264287287.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Além de comemorações e brincadeiras, outro costume muito popular são as 
lendas e histórias,	que	são	passadas	de	geração	para	geração	através	da	oralidade.	
No Equador, duas são as lendas que mais se destacam por sua popularidade: La leyenda 
del padre Almeida e La Leyenda del gallo de la catedral. 
108
Como muitos elementos da cultura, a fonte e os autores que criaram as lendas 
são desconhecidos, porém, esse fato não impediu que tais histórias se tornassem tão 
populares mediante a sociedade equatoriana. 
La leyenda del padre Almeida
Padre Almeida
Se	dice	que	en	el	Convento	de	San	Diego,	vivió	hace	mucho	tiempo	un	joven	
sacerdote conocido como el padre Almeida, del cual se sabía que llevaba una vida 
muy	libertina,	donde	se	destacaba	su	afición	a	tomar	aguardiente	y	al	juego.
Todas las noches, tratando de pasar desapercibido, el padre Almeida salía 
del convento por una ventana que daba hacia la calle, la cual se encontraba ubicada 
a	una	gran	altura	y	para	poder	llegar	a	ella,	tenía	que	apoyarse	en	una	escultura	de	
Cristo colocada en la pared.
Se rumora, que, cansado de esta situación, el Cristo todas las noches 
le	preguntaba	al	 libertino	sacerdote:	 “Hasta	cuando	padre	Almeida”,	 a	 lo	que	este	
respondía. “Hasta la vuelta señor”.
Cuando pisaba la calle, el espíritu festivo del joven sacerdote se desataba, 
tomando	demasiado	aguardiente	hasta	que	comenzaban	a	asomarse	los	primeros	
rayos del sol del otro día.
Una	 de	 esas	 madrugadas,	 cuando	 regresaba	 al	 convento	 caminando	
tambaleante por las calles de Quito, se encontró con el paso de un cortejo fúnebre. 
Extrañado por ver la procesión a esa hora, echó una mirada dentro del féretro para 
saber de quien se trataba, descubriendo su propio cuerpo dentro del ataúd.
Se	cuenta	que	al	joven	sacerdote	se	le	quitó	la	borrachera	de	golpe	y	porrazo,	
echó a correr como un loco y nunca más volvió a escaparse del convento para ir a 
beber	aguardiente.
FONTE: <https://www.leyendapopular.com/2013/11/padre-almeida-leyenda-ecuador.html>. Acesso 
em: 15 jan. 2020.
109
La leyenda del gallo de la catedral
Hace mucho tiempo, vivió en la ciudad de Quito Don Ramón Ayala y Sandoval. 
Era	un	 respetado	y	 rico	 terrateniente	 al	 que	 le	gustaban	mucho	 las	 andanzas	de	
la	vida	nocturna.	Cada	noche	convivía	con	sus	amigos	más	allegados,	con	los	que	
compartía	un	gran	número	de	copas	de	licor.
A	Don	Ramón	le	gustaba	tocar	 la	guitarra	mientras	bebía	con	sus	amigos.	
Durante sus parrandas, cantaba junto con sus acompañantes muchas canciones del 
repertorio tradicional de música popular. Se decía que el rico hacendado estaba ena-
morado de una joven llamada Mariana, la cual vivía a poca distancia de su hacienda.
El acaudalado hombre vivía con una rutina que nunca cambiaba en absoluto. 
Cada día se levantaba a las seis de la mañana para asearse y desayunar. Al mediodía 
generalmente	como	almuerzo	disfrutaba	de	un	bistec	asado	con	papas	y	huevos	
fritos.	Los	cuales	acompañaba	con	una	taza	de	chocolate	caliente	y	espumoso.	Luego	
de terminar la comida, se trasladaba a la biblioteca para leer un rato. Al terminar su 
lectura,	se	dirigía	a	su	recámara	para	tomar	una	siesta.
Más tarde se levantaba, se bañaba, se vestía y salía a pasear por las calles. 
Caminaba un buen tramo hasta pasar frente a la catedral. Ahí se encontraba con 
el	“Gallo	de	la	Catedral”.	A	quién	desafiaba	diciéndole	“¡Qué	gallito,	qué	disparate	de	
gallito!”.	Después	se	dirigía	a	la	cantina	de	la	hermosa	Mariana,	a	quien	los	lugareños	
conocían	 como	 “La	 Chola”.	 Más	 tarde,	 ebrio	 gritaba	 desaforado:	 ¡Para	 mí	 no	 hay	
gallitos	que	valgan,	ni	el	gallo	de	la	catedral!
Una noche, el acaudalado hombre caminaba ebrio cuando pasó por la 
catedral	y	pensó	desafiar	al	gallito.	Cuando	se	disponía	a	gritarle,	el	gallo	alzó	la	pata	
y	rasgó	la	pierna	de	Don	Ramón.	El	rico	terrateniente	cayó	al	suelo	y	el	ave	le	propinó	
un	feroz	golpe	en	la	cabeza.
Aturdido,	el	hombre	comenzó	a	pedir	perdón	y	clemencia	al	ave.	El	gallo	dijo:	
-No vuelvas a beber, ya que, si lo haces de nuevo no tendré clemencia y te mataré. 
También le dijo que dejara ser altanero con las personas. El hacendado le prometió al 
animal que desde ese momento enmendaría su vida y ya no cometería más abusos.
Se dice que Don Ramón Ayala y Sandoval fue otro hombre a partir de ese 
día. Se volvió respetuoso con sus semejantes y dejó de tomar licor. Hasta que un día, 
unos	amigos	le	prepararon	una	fiesta	en	su	honor,	donde	tomó	licor.	Ese	día	volvió	a	
terminar la noche en la cantina de la “Chola” Mariana.
FONTE: <https://www.leyendapopular.com/2019/06/gallo-catedral-leyenda-ecuador.html>. Acesso em: 
15 jan. 2020.
110
Neste tópico, você aprendeu:
•	 A	presença	do	catolicismo	é	muito	grande	na	América	Latina.
•	 Existem	outras	religiões	tão	importantes	quanto	o	catolicismo	que	ganharam,	nova-
mente,	visibilidade	a	partir	do	Século	XX.
 
•	 São	comuns	outras	expressões	de	religiosidade	como	práticas	de	benzeduras.
 
• Os ditados populares são presentes nas sociedades hispânicas.
• Os costumes são dos mais variados, desde festas, brincadeiras e lendas que passam 
de	geração	para	geração.
RESUMO DO TÓPICO 2
111
AUTOATIVIDADE
1	 A	 cultura	 hispânica	 é	 regada	 de	 heranças	 pós-colonização,	 quando	 estiveram	
presentes	europeus	e	africanos.	A	mescla	de	culturas	europeia,	africana	e	indígena	
demonstra pontos em comum que persistem até os dias atuais. De acordo com o 
conteúdo visto no Tópico 2, assinale a alternativa CORRETA:
 
a)	 (			)	 No	Século	XIX	o	processo	de	resgate	às	religiões	e	crenças	dos	povos	indígenas	
começou a acontecer. 
b)	 (			)	 O	catolicismo	é	a	religião	que	mais	cresce	no	continente	americano,	ficando	atrás	
apenas	da	Europa,	em	que	o	número	de	fiéis	cresce	a	cada	dia.		
c)	 (			)	 A	 religiosidade	popular	é	uma	das	formas	de	manifestação	do	ser,	de	estar,	e	
expressar	uma	vinculação	com	o	sagrado.
d)	 (			)	 Apesar	de	muito	 importante	culturalmente,	a	religião	não	 interfere	nos	modos	
como o indivíduo vê o mundo. 
e)	 (			)	 Ao	contrário	do	que	se	imaginava,	as	religiões	de	cunho	cristão	estão	presentes	
na América Latina desde as épocas pré-colombinas. 
2	 Sobre	costumes	e	tradições,	assinale	V	para	verdadeiro	e	F	para	falso:
 
(			)	 As	tradições	possuem	certa	flexibilidade	e	comprometimento	formal	com	o	passado.	
(			)	 Os	costumes	possuem	certa	flexibilidade	e	comprometimento	formal	com	o	passado.	
( ) Os costumes permitem inovações desde que suas alterações sejam coerentes e 
compatíveis com as precedentes. 
(			)	 O	costume	está	ligado	a	práticas	históricas,	na	transmissão	de	valores	e	práticas	
culturais. 
(			)	 Os	costumes	são	sempre	imateriais	e	nunca	estão	relacionados	e	ligados	a	objetos.	
De acordo com suas respostas, escolha a sequência CORRETA:
a)	 (			)	 V-V-F-V-V.
b)	 (			)	 F-V-V-F-F.
c)	 (			)	 F-V-V-V-F.
d)	 (			)	 V-F-V-V-F.
e)	 (			)	 F-V-V-F-V.
112
113
TÓPICO 3 — 
FESTAS POPULARES
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Neste último tópico da Unidade 2, você conhecerá um pouco 
mais da cultura popular hispânica através das festas populares e tudo o 
que	diz	respeito	a	elas.	É	importante	que	você	saiba	quemuitas	dessas	
festas	populares	são	tão	importantes	e	grandiosas	que	foram	incluídas	
na lista de patrimônios culturais da humanidade pela UNESCO.
 
Ademais,	 o	 tópico	 abordará	 também	 as	 festas	 regionais,	 menos	 populares	
internacionalmente,	 assim	 como	 as	 músicas	 folclóricas	 e	 as	 danças	 regionais	 que,	
como vimos no primeiro tópico, são as mais variadas e, para listá-las por completo, seria 
necessário um livro inteiro apenas sobre o assunto. 
2 PATRIMÔNIOS CULTURAIS
As	 definições	 de	 patrimônio	 cultural	 mudaram	 de	 forma	 considerável,	 visto	
que	elas	não	se	restringem	a	apenas	monumentos	e	objetos,	pois	a	cultura	também	
se expressa através de tradições e expressões herdadas dos ancestrais e transmitidas 
de	geração	para	geração.	Elas	podem	ser	expressadas	de	diversas	formas,	através	de	
práticas orais, artes cênicas, práticas sociais, rituais, eventos festivos, conhecimentos e 
práticas	relativas	à	natureza	e	ao	universo,	ou	conhecimentos	e	habilidade	para	produzir	
tradições. 
Os	patrimônios	culturais	intangíveis	são	de	extrema	importância	não	somente	por	
conta	da	manifestação	cultural	em	si,	mas	sim,	por	causa	da	riqueza	de	conhecimentos	 
e	habilidades	que	as	gerações	mais	antigas	transmitem	para	as	novas	gerações.	
O	patrimônio	cultural	intangível	é:	
• Tradicional, contemporâneo e vivo:	o	patrimônio	cultural	intangível	não	represen-
ta apenas tradições herdadas do passado, mas também práticas rurais e urbanas 
contemporâneas	nas	quais	participam	diversos	grupos	culturais.
• Inclusivo:	 podemos	 compartilhar	 expressões	 do	 patrimônio	 cultural	 intangível	
semelhantes	às	praticadas	por	outros.	Quer	sejam	da	aldeia	vizinha,	de	uma	cidade	
do	 lado	 oposto	 do	mundo,	 ou	 tenham	 sido	 adaptados	 por	 povos	 que	migraram	e	
se	estabeleceram	em	uma	região	diferente,	todos	são	patrimônio	cultural	intangível:	
114
passaram	de	uma	geração	para	outra.	Evoluíram	em	resposta	aos	seus	ambientes	e	
contribuem para nos dar um senso de identidade e continuidade, fornecendo um elo 
do	nosso	passado,	do	presente	e	do	futuro.	O	patrimônio	cultural	intangível	não	suscita	
dúvidas	 sobre	 se	 certas	 práticas	 são	 ou	 não	 específicas	 para	 uma	 cultura.	 Contribui	 
para a coesão social, incentivando um senso de identidade e responsabilidade que 
ajuda os indivíduos a se sentirem parte de uma ou diferentes comunidades e a se 
sentirem	parte	da	sociedade	em	geral.
• Representante:	o	patrimônio	cultural	 intangível	não	é	meramente	avaliado	como	
um bem cultural, em uma base comparativa, por sua exclusividade ou seu valor 
excepcional. Ela prospera com base nas comunidades e depende daquelas cujo 
conhecimento de tradições, habilidades e costumes é passado para o resto da 
comunidade,	de	geração	em	geração,	ou	para	outras	comunidades.
• Baseado na comunidade:	o	patrimônio	cultural	 intangível	só	pode	ser	patrimônio	
quando	 é	 reconhecido	 como	 tal	 pelas	 comunidades,	 grupos	 ou	 indivíduos	 que	 o	
criam,	mantêm	e	transmitem,	sem	o	seu	reconhecimento	ninguém	mais	pode	decidir	
por eles que uma determinada expressão ou prática é sua herança.
Você	verá,	 a	 seguir,	 alguns	exemplos	de	patrimônios	 culturais	 intangíveis	 da	
cultura	hispânica	e	poderá	comprovar	tamanha	diversidade	e	riqueza	cultural.	
2.1 LUTA LIVRE MEXICANA
A	luta	livre	mexicana	é	uma	versão	adaptada	da	modalidade	luta	livre.	Carrega	
esse	nome	pois	seu	estilo	é	único	e	carrega	consigo	inúmeras	características	do	folclore	
mexicano,	ademais,	suas	regras,	acrobacias	e	golpes	também	variam.	Aliás,	seu	nome	é	
conhecido em várias partes do mundo tal qual se fala em espanhol, ou seja, em países 
não hispânicos a luta se chama, também, lucha libre. 
O diferencial da luta livre mexicana são as mesclas entre luta livre e o teatro, pois 
trata-se	de	um	esporte	teatral,	em	que	os	 lutadores	podem	fazer	diversas	acrobacias,	
saltos etc. Além disso, o esporte é muito conhecido por conta das máscaras usadas por 
seus lutadores, pois elas dão personalidade aos lutadores que são reconhecidos como 
personagens.	
115
FIGURA 25 – LUCHA LIBRE
FONTE: <https://miro.medium.com/max/667/1*PiWioQB4begTkfk3a75_cw.jpeg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
2.2 DÍA DE MUERTOS
Nos dias 1 e 2 de novembro acontece a celebração do dia dos mortos, em que 
os	mexicanos	têm	o	costume	de	enfeitar	suas	casas,	preparar	altares	e	fazem	oferendas	
aos seus ancestrais. 
O México é um país rico em tradições e a concepção de morte é realmente 
distinta	de	outras	sociedades,	pois	para	os	mexicanos	a	morte	não	é	vista	como	algo	
ruim, e pode ser venerada e honrada. 
O	dia	dos	mortos	no	México	é	carregado	de	diversas	 tradições,	uma	delas	–	
e a que mais se destaca – são as caveiras. Geralmente são feitas de açúcar e são 
comestíveis; outra característica são os altares e oferendas, onde estão presentes 
as	caveiras,	que	carregam	o	nome	da	pessoa	morta	e	os	parentes	e	pessoas	próximas	
podem comê-las; o pão do morto é um pão doce que representa a eucaristia (sacrifício); 
as flores também estão presentes nos altares, para enfeitar as tumbas e, acredita-se 
que ajudam na atração dos mortos até o local desejado; oferendas, pois se crê que 
as visitas são distintas nos dois dias, cujo dia 1 são recebidas as crianças e no dia 2 
os adultos, nesse caso, são oferecidas às almas pratos de comida, o pão de morto, 
água,	tequila,	cigarros	e,	inclusive,	brinquedos;	fotos que tenham o retrato da pessoa 
já falecida, e assim por diante. 
116
FIGURA 26 – ALTAR DO DIA DOS MORTOS
FONTE: <https://br.pinterest.com/pin/83387030574384093/?lp=true>. Acesso em: 15 jan. 2020.
2.3 CARNAVAL DE ORURO
A	festa	que	acontece	na	Bolívia	em	que	mais	de	40	grupos	folclóricos	se	reúnem	
para	fazer	uma	peregrinação	para	o	Santuario del Socavón no sábado de carnaval.
Para conhecer mais sobre o dia dos mortos, a forma como ele acontece e é visto pelos 
cidadãos mexicanos, indicamos duas animações que tratam da temática: “Festa no céu”, 
da Fox Filmes, e “VIVA: a vida é uma festa”, da Disney Pixar.
Você pode assistir ao trailer do filme VIVA: a vida é uma 
festa, através do QR Code ao lado, ou através do link: 
https://www.youtube.com/watch?v=awzWdtCezDo.
Você pode assistir ao trailer do filme Festa no céu 
através do QR Code ao lado, ou através do link: 
https://www.youtube.com/watch?v=8gTP4-AfjMY.
DICA
117
O	carnaval,	como	já	diz	o	nome,	acontece	na	cidade	de	Oruro,	na	Bolívia,	em	
que	é	considerada	a	capital	do	folclore	boliviano.	A	festa	faz	uma	mescla	entre	a	cultura	
cristã	 e	 a	 cultura	 pagã,	 entretanto,	muitos	 dançarinos	 são	 extremamente	 devotos	 à	
virgem	del Socavón. 
FIGURA 27 – CARNAVAL DE ORURO
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/df/CarnavalOruro4.JPG/800px-
CarnavalOruro4.JPG>. Acesso em: 15 jan. 2020.
Além desses exemplos, são inúmeras as representações culturais que estão 
presentes na lista dos patrimônios culturais imateriais: O filete	porteño e o tango na 
Argentina,	a	cultura do povo garifuna	na	Guatemala,	Honduras	e	Nicarágua;	el baile 
chino no Chile; Carnaval de Barranquilla, e Fiesta de San Francisco de Asís, e o 
Vallenato, todos da Colômbia. A rumba em Cuba; as manifestações culturais do 
povo zápara; A arte têxtil de Taquile, a danza de tijeras, todos no Perú. 
3 FESTAS REGIONAIS
Ainda	que	sejam	de	menor	porte,	as	festas	regionais	recebem	muitas	pessoas	
que	estão	em	busca	de	entretenimento,	diversão	e	cultura.	Assim,	uma	festa	regional	
pode representar, de maneira muito completa, diversos aspectos e características de 
uma determinada sociedade. 
3.1 LOS SANFERMINES
Acontece na cidade de Pamplona, Espanha, entre os dias 6 e 14 de julho, a festa 
que	tem	por	objetivo	prestar	uma	homenagem	a	São	Firmino,	o	padroeiro	da	cidade.	
Durante	os	quase	dez	dias,	são	realizadas	diversas	atividades,	como	desfiles	de	bonecos	
gigantes,	prática	de	jogos	tradicionais	bascos	e	a	queima	de	fogos	de	artifício.	É	prática	
comum as pessoas irem à festa com vestimenta branca e um lenço ou faixa vermelha 
no pescoçoou cintura. 
118
FIGURA 28 – LOS SANFERMINES
FONTE: <http://twixar.me/tdYT>. Acesso em: 15 jan. 2020.
3.2 LAS FALLAS
Dia	 19	de	março,	 na	 cidade	de	Valência,	 na	Espanha,	 acontece	 a	queima	de	
bonecos feitos de papel machê ou madeira, que são chamados de fallas e queimados 
nas ruas da cidade. Ao contrário do que se pode pensar, a festa se deu de forma inocente, 
com	a	finalidade	de	queimar	restos	de	materiais	das	oficinas	de	carpintaria.	
FIGURA 29 – LAS FALLAS
FONTE: <https://img.theculturetrip.com/1440x807/smart/wp-content/uploads/2017/04/2420288627_
e092180e43_b.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
3.3 LA TOMATINA
Você	 já	 participou	 de	 uma	 guerra	 de	 comida?	 Pois	 a	 tomatina	 consiste	 em	
pessoas	 arremessando	 tomates	 umas	 nas	 outras.	 Ela	 acontece	 em	 Valência,	 na	
Espanha,	na	última	quarta-feira	do	mês	de	agosto.	A	origem	da	festa	é	ainda	duvidosa,	
mas	acredita-se	que	surgiu	com	um	desfile	de	bonecos	e	acabou	com	jovens	fazendo	
uma	guerra	de	comida	entre	amigos,	a	principal	arma	são	os	tomates.	
119
FIGURA 30 – LA TOMATINA
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/7/74/La_Tomatina_2014.jpg/300px-
La_Tomatina_2014.jpg>. Acesso em: 14 jan. 2020.
3.4 INTI RAYMI
A	festa	do	sol	é	um	festival	religioso	que	acontece	em	Cuzco,	no	Peru,	no	dia	24	
de junho. O festival acontece como um espetáculo de adoração ao deus sol, cujo roteiro 
é todo escrito em Quéchua e é considerada a principal cerimônia do mês. 
FIGURA 31 – INTI RAYMI
FONTE: <https://www.peru.travel/Portals/_default/Images/News/inti-raymi-representa-adoracion-dios-sol.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
3.5 FIESTA DE LA VENDIMIA
	A	festa,	que	acontece	em	Mendoza,	na	Argentina,	é	uma	celebração	da	uva	
transformada em vinho, e é considerada uma das festas de colheita mais importantes 
do	mundo,	assim	como	o	festival	é,	também,	um	dos	mais	importantes	na	Argentina.	A	
celebração	acontece	no	último	domingo	de	fevereiro,	quando	acontecem	as	bençãos	
dos frutos, e termina no primeiro sábado de março, quando há o ato central. 
120
FIGURA 32 – FESTA LA VENDIMIA 
FONTE: <https://www.catadelvino.com/uploads/la-fiesta-de-la-vendimia-y-la-cultura-del-vino-9261-1.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
3.6 LA MAMA NEGRA
No Equador, na cidade de Latacunga acontece	a	festa	da	Mama	negra,	nos	dias	
23	e	24	de	setembro.	A	origem	da	festa	é	por	conta	da	celebração	de	agradecimento	à	
Virgen de la Mercedes	que	salvou	toda	a	população	que	vivia	aterrorizada	pelas	erupções	
vulcânicas	do	vulcão	Cotopaxi.	A	personagem	principal,	La Mama Negra, veste-se com 
roupas típicas, que podem ser trocadas em cada esquina. 
FIGURA 33 – LA MAMA NEGRA
FONTE: <http://www.enciclopediadelecuador.com/wp-content/uploads/2016/04/La_Mama_Negra.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
121
4 MÚSICAS FOLCLÓRICAS
As	músicas	 folclóricas	 são	 grandes	 destaques	 quando	 se	 trata	 da	 história	 e	
cultura de um país, pois ela representa não apenas um estilo, mas também, aquilo que os 
indivíduos podem e sabem tocar e cantar. Assim como a arte popular, a música folclórica 
não	precisa	ser	necessariamente	feita	por	cantores	e	músicos	profissionais,	mas	sim,	
necessitam passar a verdade e expressar o que toda uma comunidade representa. 
As músicas folclóricas falam muito de reivindicações e protestos, sobretudo nas 
épocas de ditaduras militares, onde muitos artistas populares tiveram que abandonar 
seus	países	para	exilar-se	e	salvar	suas	vidas	de	torturas	e	perseguições.	
Há	 o	 caso	 de	 Mercedes	 Sosa,	 cantora	 argentina	 que	 tem	 grande	 destaque	
na música folclórica do seu país. Embora tenha falecido em 2009, quando se trata 
de	 folclore,	 a	 Argentina	 tem	 grande	 destaque	 e	 principalmente	 Mercedes,	 pois	 foi	
uma	grande	representante	do	estilo	musical.	Como	você	 já	viu	no	Tópico	1,	a	música	
representa	sentimentos	e	expressa,	através	de	melodias	e	composições,	as	angústias	e	
receios que uma sociedade pode viver. Mercedes, após sofrer diversas censuras, decide 
gravar	a	música	Serenata para la tierra uno,	canção	de	María	Elena	Walsh:	
Serenata para la tierra uno
María Elena Walsh
Porque me duele si me quedo
pero me muero si me voy,
por todo y a pesar de todo, mi amor,
yo quiero vivir en vos.
Por tu decencia de vidala
y por tu escándalo de sol,
por	tu	verano	con	jazmines,	mi	amor,
yo quiero vivir en vos.
Porque el idioma de infancia
es un secreto entre los dos,
porque le diste reparo
al	desarraigo	de	mi	corazón.
Por	tus	antiguas	rebeldías
y por la edad de tu dolor,
por	tu	esperanza	interminable,	mi	amor,
yo quiero vivir en vos.
Para	sembrarte	de	guitarra,
para	cuidarte	en	cada	flor
y	odiar	a	los	que	te	castigan,	mi	amor,
yo quiero vivir en vos.
122
Na canção, interpretada por Mercedes, é nítida a forma como ela lamenta a alter-
nativa de deixar seu país, de ter que abandoná-lo, de deixá-lo nas mãos de pessoas que 
ela	acreditava	não	serem	responsáveis	e	dignas	de	estarem	no	poder.	Uma	crítica	e	muito	
lamento	à	conjuntura	política	da	Argentina	que	estava	sendo	governada	pelos	militares.	
Além	da	Argentina,	no	Chile	a	música	folclórica	também	teve	grande	destaque,	
principalmente	 nos	 tempos	 de	 regime	 militar.	 Como	 forma	 de	 protesto,	 diversos	
cantores	–	Margot	Loyola,	Violeta	Parra,	Victor	Jarra	etc.	–	e	bandas	–	Los	de	tres,	Los	
huasos, Quincheros etc. – se destacaram na composição de músicas de protesto. Como 
a exemplo da música “No es cierto”,	gravada	pelo	grupo	Los	tres,	cuja	letra	menciona	
palavras mencionadas por Pinochet quando questionado sobre o processo militar que 
liderou	em	1973:
No es cierto
Garcia Nunez De Caceres Leonel
Schairis Rodriguez Nahuel
Nunca nadie entendío lo que dijiste ayer
Sonaba tan distinto a cuando eras el rey
Un	hombre	convertido	en	niño	le	ruega	a	Dios
Silencioso	como	una	rata	meando	sobre	algodón
Dios perdonará si me exedí, pero no creo
Todos los problemas que causé, se los dedico al cielo
No me acuerdo, pero no es cierto y si es cierto no me acuerdo, hoy...
Para	ser	un	valiente	hay	que	llegar	al	final
Soldado	en	tu	uniforme	y	arrugas	que	hay	que	planchar
Hoy ya no sabes si tu vida fue tan buena
Los recuerdos de los que me hablas iluminan tu condena
Si tu vida fuera mi vida, moriría de pena
No me acuerdo, pero no es cierto y si es cierto no me acuerdo
No me acuerdo hoy
FONTE: <https://www.letras.mus.br/los-tres/736772/>. Acesso em: 23 jan. 2020.
Baseado no Tópico 1 e complementando com os exemplos do Tópico 3 mencio-
nados	agora,	pode-se	notar	a	grande	força	que	a	música	representa	em	uma	sociedade	
e,	principalmente	em	momentos	que	se	necessitam	fazer	críticas	a	quaisquer	que	sejam	
as motivações.
Em	geral,	as	músicas	folclóricas	se	destacam	por	conta	do	cunho	político	que	
apresentam e, como consequência, muitos de seus intérpretes acabaram por serem 
censurados e, até mesmo exilados. 
123
Vale	destacar,	mais	uma	vez,	que	a	música	folclórica	não	se	trata	de	um	ritmo	
específico,	mas	de	elementos	que	possam	compô-la,	ou	seja,	de	acordo	com	o	país,	os	
elementos podem variar, conforme os instrumentos, as letras, as melodias, as formas 
de	 composição.	 E,	 mais	 uma	 vez,	 as	 composições	 e	 melodias	 criadas	 nas	 músicas	
folclóricas apresentam, de certo modo, as interferências externas à sociedade que a 
compôs,	ou	seja,	a	presença	dos	colonizadores	europeus,	os	escravos	africanos	e	os	
povos	 originários	 estão	 presentes	 na	 forma	música	 como	 forma	 de	 expressão,	 seja	
através	da	composição	dos	versos,	nas	melodias	ou	nos	instrumentos	utilizados.
5 DANÇAS REGIONAIS
Las	 danzas	 que	 se	 aprehenden	 difieren	 de	 las	 que	 se	 aprenden	
no sólo por la ausencia del cuerpo entrenado, sino también por 
todo	 lo	 que	 propone	 el	 papel	 protagonista	 del	 ciudadano-bailarín,	
que,	 sin	 formación	académica,	 se	presta	a	 reflejar	 la	 sensación	de	
danza	del	hombre	común;	una	sensación	que,	al	no	pasar	por	filtros	
técnicos, documenta el simple ser-cuerpo-en-movimiento de cada 
colectividad. Un buen ejemplo de la absorción de nuevas formas demoverse	lo	constituyen	las	danzas	populares	en	toda	América	Latina	
(CESIO,	2017,	s.p.).
Após	 a	 leitura	 desse	 trecho,	 podemos	dialogar	 com	a	 diferença	de	 aprender	
uma dança e apreender uma dança. Enquanto o primeiro verbo se refere a adquirir uma 
habilidade,	o	segundo	se	 refere	a	assimilar	mentalmente,	compreender	algo.	Embora	
a	dança	 seja	uma	prática	 física	do	corpo	muito	do	que	nós	 sabemos	 fazer,	vem,	na	
verdade,	 da	 nossa	mente	 e	 das	 assimilações	 que	 fazemos	 das	 práticas	 que	 somos	
expostos. 
Quando vemos uma criança dançando, mexendo os pés, batendo palmas no 
ritmo de uma música, pressupõe-se que ela já foi exposta a esse estímulo e, dessa 
maneira,	ela	seguirá	apreendendo	outras	formas	de	movimentar-se	de	acordo	com	a	
melodia e ritmo. 
Pensando	na	América	Latina,	você	 já	viu	no	primeiro	tópico	algumas	danças	
populares, acredito que tenha buscado na internet vídeos com exemplos, para 
conhecer a forma como as pessoas mexem seus corpos e, acredito também, que tenha 
se	espantado	com	a	destreza	e	velocidade	que	algumas	danças	exigem.	Não	vamos	
generalizar	e	pensar	que	todos	os	argentinos	sabem	dançar	tango,	ou	que	todo	cubano	
sabe dançar o mambo, isso de fato não é real, assim como nem todo brasileiro sabe 
sambar.	Você	sabe	sambar?
Se	você	não	souber,	não	quer	dizer	que	você	não	pertence	àquela	cultura,	pois,	
mesmo sem saber dançar, você sabe reconhecer os passos e reconhecer a melodia que 
deve	tocar	quando	alguém	for	sambar.
124
Usamos o samba como opção, mas sabemos que o Brasil é de tamanha extensão 
e	não	limita	suas	danças	regionais	a	apenas	um	estilo,	assim	como	os	países	hispânicos,	
principalmente por tratar-se de países, onde cada um tem sua cultura, práticas e modos 
diferentes	de	agir.	
Por isso, neste tópico, conheceremos os tipos de danças populares que não 
são	tão	conhecidas	pelo	grande	público	e	que	demonstram	a	riqueza	da	cultura	latino-
americana. 
5.1 CHACARERA 
É	uma	dança	da	Argentina,	em	que	a	melodia	é	ditada	por	 instrumentos	que	
podem	ser:	violão,	violino,	acordeão	etc.	É	uma	dança	que	deve	ser	dançada	em	dupla	e	
tem	ritmo	ágil	por	tratar-se	de	um	ritmo	muito	alegre.	
FIGURA 34 – CHACARERA
FONTE: <https://i.pinimg.com/236x/64/de/82/64de82c1df21e067517a809073159cdc--bolivia-
argentina.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2020.
5.2 BAILECITO
O bailecito	é	um	ritmo	da	Bolívia	que	pode	ser	dançado	sozinho	ou	com	uma	
dupla. O bailecito é uma dança folclórica e, além de estar presente na Bolívia, tem 
também	 suas	 versões	 e	 expressões	 na	Argentina.	 Como	 toda	 expressão	 artística,	 a	
dança	tem	influências	europeias	com	os	povos	aborígenes.	
125
FIGURA 35 – BAILECITO
FONTE: <https://www.youtube.com/watch?v=AI19nZRyfJI>. Acesso em: 15 jan. 2020.
5.3 DANZÓN E CONGA
Em Cuba, o que mais se destaca é o danzón,	e	surgiu	a	partir	de	outro	gênero,	a	
danza.	O	ritmo	é	embalado,	geralmente,	por	instrumentos	como	flauta,	violinos,	percussão	
etc. Ademais, outro muito conhecido é a conga, que consiste em, basicamente, dar 
chutes	para	os	lados	e	pequenos	passos	para	frente.	Normalmente,	a	conga	acontece	em	
festas	particulares,	quando	os	dançarinos	fazem	uma	fila	indiana.	
FIGURA 36 – CONGA CUBANA
FONTE: <https://www.absolutviajes.com/la-conga-instrumento-y-ritmo-cubano/>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
126
5.4 DIABLITOS
Na Nicarágua, uma dança folclórica chama a atenção por sua caracterização, 
são os diablitos, pessoas vestidas de diversos personagens dançam ao som de 
violino ou violão nas ruas do país. 
FIGURA 37 – LOS DIABLITOS
FONTE: <https://www.lavozdelsandinismo.com/wp-estaticos/2015/06/baile-diablitos.jpg>. 
Acesso em: 15 jan. 2020.
127
LEITURA
COMPLEMENTAR
DIVERSIDADE CULTURAL, PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E CULTURA 
POPULAR: A UNESCO E A CONSTRUÇÃO DE UM UNIVERSALISMO GLOBAL
Elder	Patrick	Maia	Alves	
INTRODUÇÃO
Este	trabalho	tem	como	propósito	central	desvelar	a	atuação	da	Organização	
das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na coordenação 
específica	de	um	trânsito	simbólico	e	discursivo,	envolvendo	governos,	organizações	
da	 sociedade	 civil	 global	 e	 organismos	 transacionais.	 Essa	 coordenação	 permitiu	 à	
Unesco, entre outros aspectos, criar os principais instrumentos jurídicos transnacionais 
responsáveis pelo disciplinamento e o tratamento jurídico-político de temas e questões 
envolvendo a cultura popular e/ ou tradicional, o patrimônio cultural imaterial e as novas 
relações	entre	cultura	e	desenvolvimento.	A	rigor,	o	próprio	trânsito	discursivo	e	simbólico	
aludido,	 assim	como	a	 atuação	mais	 incisiva	da	Unesco	no	que	 tange	aos	 assuntos	
culturais	 nas	 últimas	 décadas,	 bem	 como	 as	 novas	 ações	 e	 programas	 de	 políticas	
culturais	adotadas	por	diversos	governos	nos	mais	variados	contextos,	faz	parte	de	uma	
configuração	Elias	 (1991)	político-simbólica	mais	abrangente.	Sua	trama	passou	a	ser	
confeccionada	a	partir	do	recrudescimento	do	processo	de	industrialização	do	simbólico	
no decurso da década de sessenta do século passado e, como tal, impactou no modo 
de	perceber	e	normatizar	as	relações	entre	a	produção	simbólico-cultural,	a	economia	
e	 a	política.	Para	 compreender	determinados	aspectos	da	 trama	dessa	configuração	
e,	por	conseguinte,	para	que	o	objetivo	desse	trabalho	fique	patente	é	preciso	situar	
as	 indagações	 aqui	 contidas	no	 escopo	geral	 do	processo	de	pesquisa	do	qual	 elas	
brotaram.	O	que	se	segue	é	parte	constitutiva	de	um	trabalho	de	investigação	realizado	
nos últimos quatro anos, intitulado A economia simbólica da cultura popular sertanejo-
nordestina.	 O	 trabalho	 de	 pesquisa	 abrigou	 como	 eixo	 temático	 as	 transformações	
ocorridas no âmbito da produção simbólico-cultural contemporânea, notadamente no 
que	diz	respeito	às	novas	faces	e	fases	do	processo	de	 industrialização	do	simbólico	
com as políticas culturais públicas. Diante desse eixo temático, a pesquisa buscou 
compreender as interfaces entre determinadas políticas culturais públicas e o advento 
de uma nova formação discursiva (o repertório discursivo Unesco) para a estruturação de 
um	mercado	de	bens	e	serviços	culturais	assaz	específico,	ancorado	fundamentalmente	 
no	valor	social	conferido	a	categorias	como	tradição	e	“autenticidade”.
128
A UNESCO E O ADVENTO DE UM NOVO UNIVERSALISMO GLOBAL: DIVERSIDADE, 
CULTURA E DESENVOLVIMENTO 
As muitas dimensões pelas quais o conceito de cultura penetrou o debate 
e	 a	 problemática	 do	 desenvolvimento	 durante	 a	 segunda	 metade	 do	 Século	 XX	 se	
imbricaram inteiramente nos últimos anos. Essa interpenetração ensejou novos usos da 
categoria	cultura	e	uma	série	de	envolvimentos	políticos	por	parte	de	vastos	segmentos	 
da	sociedade	civil	global	e,	por	conseguinte,	de	alguns	organismos	transnacionais,	como	
a	Unesco.	Essa	organização	passou	a	ser,	sobretudo	a	partir	dos	anos	noventa,	uma	
espécie	de	núcleo	global	das	tensões	envolvendo	cultura	e	desenvolvimento.	A	Unesco	
passou	a	capitanear	as	discussões	realizadas	em	âmbito	mundial	no	que	diz	respeito	
a	um	conjunto	de	ações	e	propostas	de	regulamentação,	definição	e	normatização	da	
categoria	cultura	em	face	das	profundas	transformações	ocorridas	no	final	do	Século	
XX.	Mattelart	(2005)	sustenta	que	a	cultura,	como	uma	área	de	competência	específica	
reivindicada	pela	Unesco,	ganhou	maior	densidade	institucional	no	decurso	dos	anos	
noventa,	com	a	promulgação	de	inúmeros	documentos	de	regulamentação:	declarações,	
recomendações e convenções (Mattelart, 2005). A tensão central inscrita no seio da 
Unesco	foi	 construída	a	partir	 da	consolidação	e	do	grande	crescimento	da	demanda	
mundial	por	bens	e	serviços	culturais,	que	 resultou	no	aumento	vertiginoso	de	alguns	
mercados	culturais,	como	o	fonográfico,	o	editorial	e	o	cinematográfico.	O	crescimento	
desses	mercados,	que	foram	acompanhados	do	crescimento	e	da	desregulamentação	
de	alguns	mercados	nacionais,	como	o	mercado	financeiro,	ocorreu	simultaneamente	
à	profusão	de	um	conjunto	de	novas	tecnologiasda	 informação	e	de	uma	 infinidade	
de	 multimídias.	 O	 advento	 desses	 meios,	 aliado	 às	 novas	 convergências	 digitais	
que	 conferiram	 ao	 processo	 de	 industrialização	 do	 simbólico	 uma	 nova	 dinâmica,	
intensificou	ainda	mais	os	fluxos	informacionais	e	comunicacionais	em	todo	o	mundo.	
Todos	esses	processos	concorreram	para	engendrar	a	chamada	globalização	cultural,	
que	 levou	 autores	 como	 Jameson	 (2006)	 a	 falar	 em	 explosão	 da	 cultura,	 segundo	
o	 autor,	 a	 sensação	de	que	a	 cultura	 estaria	 em	todos	os	 lugares	 ao	mesmo	tempo	
(Jameson,	2006).	O	crescimento	dos	mercados	culturais	mundiais	e	a	expansão	dos	
fluxos	 simbólicos	 globais	 geraram	 a	 sensação	 generalizada	 de	 que	 o	mundo	 estaria	
passando	 por	 um	 processo	 acelerado	 de	 homogeneização	 e	 padronização	 cultural	
(Mattelart, 2005). Essa sensação decorreu, em certa medida, das profundas assimetrias 
existentes entre os principais pólos de produção simbólica (Estados Unidos e União 
Europeia),	classificados	como	os	centros	exportadores	de	bens	culturais,	e	os	pólos	de	
consumo	(América	Latina,	África	e	Ásia),	classificados	como	os	centros	de	importação.	
A	globalização	cultural	estaria,	assim,	potencializando	as	antigas	e	 já	profundas	
assimetrias da divisão internacional do trabalho cultural Yudice (2005). Mattelart (2005) 
destaca	que	surge,	a	partir	do	início	dos	anos	noventa	do	século	passado,	um	grande	
apelo	global	à	diversidade	cultural	e	uma	 luta	encarniçada	das	 identidades	 regionais	
em	 meio	 à	 configuração	 da	 globalização	 cultural	 Mattelart	 (2005).	 É	 em	 nome	 da	
preservação e promoção da diversidade e da identidade cultural que muitos estados 
nacionais e instituições transnacionais passaram a defender a elaboração e execução 
129
de novas políticas públicas de cultura. No entanto, como sustenta o próprio Mattelart 
(2005),	 foi	 a	 consecução	 de	 uma	 rede	 global	 de	 defesa	 e	 promoção	 da	 diversidade	
e	 da	 identidade	 que	 produziu	 uma	 grande	 pressão	 junto	 aos	 governos	 nacionais	
(sobretudo	 os	 governos	 dos	 chamados	 países	 em	 desenvolvimento)	 e	 organismos	
transnacionais (BID e UNESCO), no sentido da adoção de novas políticas culturais que 
pudessem	ressemantizar	e	ressignificar	um	conjunto	de	conceitos,	como	o	conceito	de	
exceção cultural Mattelart (2005). Em 1999, por exemplo, os países membros da União 
Europeia substituíram o conceito de exceção cultural pelo conceito de diversidade 
cultural.	O	principal	argumento	para	efetivação	dessa	mudança	foi	elaborado	segundo	
a	justificativa	de	que	o	conceito	de	diversidade	cultural	seria	mais	afirmativo,	conotando	
uma	posição	menos	defensiva,	embora	naquele	momento	oferecesse	pouca	segurança	
jurídica,	visto	que	não	havia	ainda	um	marco	jurídico	legal	no	âmbito	do	direito	europeu	
e do direito internacional. Seis anos mais tarde, em 2005, a União Europeia, sob a 
liderança	 do	 Ministério	 da	 Cultura	 francês,	 lançou	 um	 programa	 de	 política	 cultural	
continental, assinado por 24 ministros europeus da cultura, com vistas a desenvolver 
um minucioso mapeamento cultural do continente, que possuía como objetivo central 
preservar e promover as diferenças culturais do continente, chamando atenção para 
as identidades culturais locais do mesmo. Essas ações, entre muitas outras em âmbito 
transcontinental	 e	 transnacional,	 conduziram	à	consecução	progressiva	de	um	novo	
universalismo,	ancorado	no	grande	valor	atribuído	à	diferença	e	à	diversidade	cultural	
Mattelart	(2005).	Não	obstante,	para	que	essas	categorias	e	conceitos	compusessem	
uma	 espécie	 de	 amálgama	 ético-moral,	 ao	 longo	 das	 últimas	 duas	 décadas,	 foi	
necessário	um	grande	trabalho	de	mobilização	político-cultural.	Em	nome	da	defesa	
da diferença e da diversidade cultural foram criadas inúmeras instituições culturais e 
políticas	(organizações	nacionais	ligadas	a	entidades	da	sociedade	civil,	organizações	
não-governamentais,	 locais,	nacionais	e	transacionais,	entidades	de	artistas,	produtores	
culturais	 e	 governos	 em	 geral)	 empenhadas	 na	 luta	 pela	 defesa	 e	 promoção	 da	
identidade cultural e da diversidade cultural em âmbito local, nacional e transacional, 
desdobrada na luta pela defesa e promoção de diversas formas de reconhecimento 
identitário,	como	o	sexual,	étnico	e	racial.	Essa	extensa	rede	de	organizações	levou,	na	
passagem	do	Século	XX	para	o	Século	XXI,	à	constituição	de	coalizões	globais	de	luta	
em defesa e promoção da identidade e da diversidade cultural espalhadas por todo 
mundo.	A	coalizão	brasileira	pela	diversidade	cultural	foi	criada	em	2001.
FONTE: <http://www.scielo.br/pdf/se/v25n3/07.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2020.
130
Neste tópico, você aprendeu:
•	 Patrimônios	culturais	também	podem	ser	intangíveis,	e	não	se	restringem	a	monu-
mentos,	objetos,	mas	também	se	referem	a	tradições	transmitidas	de	geração	para	
geração.
•	 Festas	 regionais	 representam	as	 características	 e	 costumes	de	 uma	determinada	
região.
 
•	 As	músicas	folclóricas,	em	geral,	podem	ser	escritas	e	compostas	por	letras	de	cunho	
político,	pois	muitos	cantores	e	intérpretes	faziam	uso	de	suas	artes	para	expressar-se.
•	 Uma	dança	regional	pode	representar	as	diversas	formas	de	movimentar-se.
RESUMO DO TÓPICO 3
131
AUTOATIVIDADE
1	 Os	 patrimônios	 culturais	 intangíveis	 são	 de	 extrema	 importância	 não	 somente	
por	 conta	 da	manifestação	 cultural	 em	 si,	mas	 também,	 por	 causa	 da	 riqueza	 de	
conhecimentos	 e	 habilidades	 que	 as	 gerações	 mais	 antigas	 transmitem	 para	 as	
novas	gerações.	Seguindo	essa	linha	de	pensamento:
I-	 As	 definições	 de	 patrimônio	 cultural	mudaram	pois	 não	 se	 restringem	 apenas	 a	
monumentos e objetos, a cultura se expressa, também, através de tradições e 
expressões	herdadas	e	transmitidas	de	geração	para	geração.
II- Os	 patrimônios	 culturais	 intangíveis	 são	 de	 extrema	 importância	 não	 somente	
por	 conta	 da	 manifestação	 cultural	 em	 si,	 mas	 sim,	 por	 causa	 da	 riqueza	 de	
conhecimentos	 e	 habilidades	 que	 as	 gerações	mais	 antigas	 transmitem	para	 as	
novas	gerações.	
III- As tradições podem ser expressadas de diversas formas, como através de práticas 
orais, artes cênicas, práticas sociais, rituais, eventos festivos, conhecimentos e 
práticas	 relativas	à	natureza	e	 ao	universo,	 ou	conhecimentos	e	habilidade	para	
produzir	tradições.	
Apenas está CORRETA:
a) ( ) Todas estão corretas. 
b) ( ) I e III.
c) ( ) I e II.
d) ( ) II e III.
e) ( ) Nenhuma está correta. 
2	 Sobre	os	conhecimentos	sobre	os	Patrimônios	Culturais	 Intangíveis,	é	correto	afirmar	
que eles são:
a) ( ) Tradicionais, contemporâneos e vivos, pois apresentam apenas as tradições 
herdadas do passado e suas práticas rurais. 
b) ( ) Inclusivos, pois não suscita dúvidas sobre se certas práticas são ou não espe-
cíficas	para	uma	cultura.	Contribui	para	a	coesão	social,	incentivando	um	senso	 
de identidade e responsabilidade que ajuda os indivíduos a se sentirem parte de 
uma	ou	diferentes	comunidades	e	a	se	sentirem	parte	da	sociedade	em	geral.
c) ( ) Representantes, pois são avaliados como um bem cultural, sem uma base 
comparativa. 
d)	 (			)	 Baseados	na	comunidade,	mas	não	significa	que	o	patrimônio	cultural	intangível	
só pode ser patrimônio quando é reconhecido como tal pelas comunidades, 
grupos	ou	indivíduos	que	o	criam,	mantêm	e	transmitem.
132
133
CULTURA, PRESERVAÇÃO E 
ENSINO
UNIDADE 3 — 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• conhecer criticamente algumas questões do mundo hispânico;
• discutir sobre a cultura dos países que falam a língua espanhola;
• avaliar questões culturais dos países da língua espanhola;
 
• transmitir e apresentar elementos, na prática, que estão presentes na cultura desses 
países.
 A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de 
reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CULTURA MULTIFACETADATÓPICO 2 – PRESERVAÇÃO
TÓPICO 3 – SALA DE AULA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
134
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 3!
Acesse o 
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135
TÓPICO 1 — 
CULTURA MULTIFACETADA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Imaginamos que, ao olhar o título deste tópico, você já se 
questionou: cultura multifacetada? Para início de discussão, olharemos, 
especificamente, para cada uma dessas palavras.
De acordo com o que foi visto na Unidade 1, o que você entende por "cultura"? 
Escreva um pequeno parágrafo retomando definições e aspectos trabalhados na 
Unidade 1 deste curso.
 
O adjetivo multifacetado é empregado para algo, ou alguém, que possui muitas 
facetas, muitas faces, ângulos e lados. Quando em uma frase sua intenção está em 
expressar a condição de pluralidade que o sujeito possui, quando analisamos a cultura, 
percebemos que ela é vista e expressa por inúmeras perspectivas e de diversas maneiras, 
dessa forma, podemos dizer que a cultura é multifacetada. Assim, quais seriam essas 
facetas que compõem a cultura? Pense e tente listar alguns pontos que fazem com que 
a cultura tenha esse caráter multifacetado.
Nas próximas páginas, vamos discutir e conhecer um pouco sobre essas formas. 
Antes disso, é importante que você tenha, de maneira clara, alguns termos importantes, 
visto que estamos trabalhamos com cultura, e que eles desempenham diferentes tipos 
de relações culturais, e que, de alguma forma, são praticados no ensino-aprendizagem 
de uma nova língua e cultura, são eles: multiculturalismo, pluralismo cultural e intercul-
turalidade. De acordo com Barabas (2014):
• Multiculturalismo: É o reconhecimento da existência de diferentes grupos culturais 
em uma mesma nação. Um modo de tratar a diversidade cultural, um tipo de política 
pública.
• Pluralismo cultural: Pluralidade de culturas que convivem em uma mesma nação. 
Une diferentes grupos etnoculturais em uma relação de interdependência, igualdade 
e respeito, ao mesmo tempo que cada grupo leva o seu modo de vida e sua cultura.
• Interculturalidade: Dinâmica entre as relações que formam o contexto da diversidade 
cultural. Práticas culturais e modo de vida que se integram entre culturas.
136
2 LITERATURA 
A língua faz parte da cultura e a literatura faz parte dos domínios linguísticos 
desta língua. Dessa forma, conhecer a literatura é conhecer uma língua, um povo, uma 
cultura. Podemos dizer que a literatura é uma das facetas da cultura de um povo.
Até o Século XVIII, literatura e cultura eram sinônimas. Uma pessoa considerada 
culta era aquela pessoa com muitas leituras, com muita literatura (FILLOLA, 1993). Com o 
tempo, esses conceitos mudaram, entretanto, a literatura não se desvinculou da cultura, 
visto que é um elemento transmissor de fatores culturais.
A literatura tem grande impacto nas aulas das línguas estrangeiras, atuando 
como um recurso de transmissão cultural de maneira que os alunos possam ter contato 
com um saber no âmbito social da língua-alvo. 
Na continuação, você terá um pequeno panorama de alguns escritores 
importantes da literatura hispânica e em como a cultura de seus países transparecem 
em suas obras e, em como suas obras compõem a cultura de cada um dos países:
2.1 MIGUEL DE CERVANTES E A ESPANHA 
Miguel de Cervantes Saavedra nasceu em Alcalá de Henares, uma cidade localizada 
próxima a Madri, no ano de 1547. Cervantes é considerado o maior escritor espanhol e, entre 
seus poemas, obras de teatro e novelas, foi conhecido internacionalmente por escrever o 
primeiro romance moderno Don Quijote de la Mancha.
Cervantes marcou um período, no qual foi estabelecido e nomeado de “Espa-
nha de Cervantes", compreendido entre 1570 e 1661, um momento muito conturbado 
na história do país, de peste, de exploração, colonização e crises. Sua obra traz muito 
do período histórico no qual vivia na Espanha, já que na narrativa é possível perceber 
valor histórico e documental. Em Don Quijote, Cervantes faz constantes referências à 
Para aprofundar a leitura e o conhecimento sobre esses termos dentro da 
cultura hispânica indicamos o artigo Multiculturalismo, pluralismo cultural y 
interculturalidad en el contexto de América Latina: la presencia de los pueblos 
originarios, no site: https://journals.openedition.org/configuracoes/2219.
DICA
137
sociedade de sua época e as suas diversidades: indivíduos de diferentes reinos, homens 
livres, escravos, descendentes de judeus e muçulmanos, essas diferenças sociais são 
tratadas em sua obra. 
A época também foi uma época de crise econômica, com más colheitas e perda 
de produção, causando efeitos sociais acarretando o aumento no número de mendigos, 
desempregados, pobres e criminosos, esses fatores também foram refletidos na narrativa.
A importância do Quijote é inexplicável. Essa obra surgiu quando a literatura 
espanhola estava em transição, entre o Renascimento e o Barroco, em meio a uma 
época de muitas mudanças culturais que afetaram a língua hispânica. Foi um grande 
marco do período denominado de Siglo de Oro.
Além de Don Quijote ter influenciado e refletido na cultura da Espanha daquela 
época, a obra inigualável também influencia e continua refletindo na cultura até 
hoje, principalmente de seu país de origem. A seguir, há uma imagem da estátua dos 
personagens principais da obra, Don Quijote e Sancho Panza, na Plaza España em 
Madri. O monumento foi criado em 1915 pelo Rei Alfonso XIII para celebrar o centenário 
da publicação da segunda parte de Don Quijote. 
FIGURA 1 – MONUMENTO A CERVANTES
FONTE: <http://twixar.me/MDYT>. Acesso em: 28 nov. 2019.
Mais informações no site oficial de turismo de Madrid: 
http://www.esmadrid.com.
DICA
138
Por ser o precursor do romance europeu, pela sua importância na história da 
literatura, Miguel de Cervantes influenciou e inspirou muitos autores reconhecidos na 
literatura mundial e principalmente hispânica. O legado deixado por Cervantes é um dos 
grandes e mais importantes aspectos culturais. 
2.2 JORGE LUIS BORGES E A ARGENTINA
Jorge Luís Borges nasceu na Argentina, passou o começo da sua infância no 
Bairro de Palermo em Buenos Aires, até sua família se mudar para Genebra na Suíça 
para tratar uma doença de seu pai. Na Suíça, ele foi para a escola e teve contato com 
diferentes escritores e em diferentes línguas, como o francês e o alemão. Depois, se 
mudou a Espanha, onde teve também contato com a cultura e a literatura do local. 
Ao retornar a Buenos Aires, em 1921, redescobriu seu amor por sua cidade e isto está 
bem marcado e indissociável em suas obras. Muitas de suas obras levam seu amor e 
admiração por Buenos Aires, de maneira que podemos viajar à capital argentina através 
de sua literatura. 
Lourenço e Makowiecky (2011, p. 2745) descrevem que Borges se referia a 
Buenos Aires não como uma cidade, mas como um país, pois:
devido à hibridização causada pela imigração, é composta por bairros 
que mais parecem pequenas cidades por possuírem características 
próprias; falar em Buenos Aires é falar de San Telmo, Palermo, La 
Boca, Recoleta, Retiro e Porto Madero.
 Enquanto caminha pelas ruas da capital argentina, o poeta vai visitando 
memórias e trazendo, em suas obras, a cidade onde viveu. Assim, é notável a carga 
cultural que Borges traz em suas obras. Muitos elementos da sociedade portenha são 
refletidos nos seus trabalhos de maneira que se converte a um recurso muito rico 
quando trabalhado em aula de língua estrangeira, já que os alunos além de estarem 
em contato com questões linguísticas da língua espanhola, estão em contato também, 
com uma cultura e uma visão sobre ela, que não poderiam ter, visto que não são nativos 
ou moradores da cidade de Buenos Aires. Dessa forma, os textos contribuem para a 
formação cultural do aluno.
Borges retoma e antecipa temas que fizeram parte de seu universo literário como 
“[...] as lembranças, e a intertextualidadeque a literatura tem com textos emblemáticos e 
precursores como Don Quijote” (ASSUNÇÃO, 2003, p. 233). É concretizada a importância 
da obra de Cervantes na cultura hispânica, visto que a cultura interfere na literatura de 
modo que a literatura se torna parte cultura. 
A seguir, o poema Fundación Mítica de Buenos Aires de Jorge Luís Borges que 
demonstra um pouco do que tratamos anteriormente. Tente perceber e apontar os 
fatores culturais presentes no texto.
139
FUNDACIÓN MÍTICA DE BUENOS AIRES
Y fue por este río de sueñera y de barro
que las proas vinieron a fundarme una patria?
Irían a los tumbos los barquitos pintados
entre los camalotes de la corriente zaina.
Pensando bien la cosa, supondremos que el río
era azulejo entonces como oriundo del cielo
con su estrellita roja para marcar el sitio
en que ayunó Juan Díaz y los indios comieron.
Lo cierto es que mil hombres y otros mil arribaron
por un mar que tenía cinco lunas de anchura
y aún estaba poblado de sirenas y endriagos
y de pedras imanes que enloquecen la brújula.
Prendieron unos ranchos trémulos en la costa,
durmieron extrañados. Dicen que en el Riachuelo,
pero son embelecos fraguados en la Boca.
Fue una manzana entera y en bi barrio: en Palermo.
Una manzana entera pero en mità del campo
expuesta a las auroras y lluvias y suestadas.
La manzana pareja que persiste en mi barrio:
Guatemala, Serrano, Paraguay y Gurruchaga.
Un almacén rosado como revés de naipe
brilló y en la trastienda conversaron un truco;
el almacén rosado floreció en un compadre,
ya patrón de la esquina, ya resentido y duro.
El primer organito salvaba el horizonte
con su achacoso porte, su habanera y su gringo.
El corralón seguro ya opinaba YRIGOYEN,
algún piano mandaba tangos de Saborido.
Una cigarrería sahumó como una rosa
el desierto. La tarde se había ahondado en ayeres,
los hombres compartieron un pasado ilusorio.
Sólo faltó una cosa: la vereda de enfrente.
A mí se me hace cuento que empezó Buenos Aires:
la juzgo tan eterna como el agua y como el aire.
140
3 ARQUITETURA
A arquitetura é a arte de construir e de edificar, é uma expressão artística. 
Está ligada com a história e com a cultura de um povo, já que nela podemos encontrar 
manifestações de cunho político, social, econômico e intelectual. 
Você já se perguntou qual a forma mais fácil de conhecer a cultura de 
um lugar? É a partir da observação de sua arquitetura que podemos 
responder muitas perguntas sobre determinado local e sobre sua 
sociedade. A expressão arquitetônica é umas das linguagens que o 
ser humano tem desenvolvido para se comunicar com o meio físico e 
social no qual se instaura (ROA, 1972, p. 177). 
As criações arquitetônicas também são resultadas das necessidades do ho-
mem em cada momento histórico. No período neolítico, o homem deixou de construir 
unicamente pela necessidade de se proteger e passou a construir com finalidade reli-
giosa como: monumentos religiosos, templos, palácios, entre outros.
Na época que os europeus chegaram na América não havia arquitetura, 
existiam construções indígenas. Por conta disso que os países de língua hispânica, e 
mais precisamente os da América Latina, tiveram um processo de sobreposições de 
elementos culturais por conta da mistura de culturas que se instauraram. Uma base 
indígena de povos que já habitavam essa região e uma parte vinda dos colonizadores 
europeus, além de outras singulares intervenções de grupos migratórios que chegaram 
em cada região. Todo esse contexto histórico e político foi, de alguma forma, refletido 
na arquitetura dos países. Dessa forma, pela concreticidade dos monumentos e 
construções arquitetônicas passaram a ganhar grande visibilidade cultural nas cidades. 
Sendo a arquitetura um "bem de cal e pedra" é um meio dentro da cultura no qual o 
patrimônio material se manifesta. 
Os gregos atribuíam grande importância à arquitetura de suas cidades 
pois compreendiam que através delas podiam transmitir conhecimento. 
A presença de monumentos espalhados pelas cidades tinha a função não 
só comemorativa, mas também educativa contando para todos qual era a 
história do local.
NOTA
141
3.1 BUENOS AIRES – ARGENTINA
Após a colonização espanhola e com a independência da Argentina em 1816, 
Buenos Aires começou a receber e atrair imigrantes europeus, os quais chegavam às 
terras latino-americanas com sua cultura e, assim, sua arquitetura foi refletida nas 
construções da cidade fruto da colonização. 
Por volta dos anos 1920, Buenos Aires se converteu em uma cidade cosmopolita 
e começou a competir com várias capitais europeias, e muito por conta da arquitetura 
que ali se instaurou, já que remetia muito à arquitetura da Europa. Levando em 
consideração que, quando alguém chega a um lugar diferente, o choque cultural visual 
é a primeira coisa na qual é percebida, quando esse choque é diminuído, não há aquele 
sentimento primário de estranheza, e a adaptação no local torna-se facilitada.
O Teatro Colón na capital argentina é internacionalmente conhecido por seu 
valor patrimonial e pelas influências europeias na sua arquitetura, mais precisamente 
espanhola, italiana e francesa, considerado também um dos monumentos históricos 
mais representativos do país. Em 1989, foi considerado como Monumento Histórico 
Nacional. 
Perceba, na imagem a seguir, os aspectos europeus presentes na arquitetura 
do teatro Colón, e como ele se distingue das demais construções da cidade. 
FIGURA 2 – TEATRO COLÓN EM BUENOS AIRES - ARGENTINA
FONTE: <https://turismo.buenosaires.gob.ar/sites/turismo/files/teatro_colon_panoramica_1200_1.jpg>. 
Acesso em: 28 nov. 2019.
No próximo tópico, você estudará mais sobre patrimônios materiais.
ESTUDOS FUTUROS
142
3.2 BARCELONA – ESPANHA
Barcelona, na Espanha, é uma cidade muito conhecida por sua arquitetura, já 
que nela se manifestam fortemente a cultura e história local, gerando, assim, o interesse 
turístico por conta de suas construções arquitetônicas. Um dos atores principais nesse 
processo foi o arquiteto espanhol Antoni Gaudí, suas obras são facilmente vistas pelas 
ruas de Barcelona o que torna esta cidade tão única. As obras de Gaudí são consideradas 
Patrimônios Materiais.
Gaudí construía colocando um pouco de suas quatro paixões nas suas criações: 
a arquitetura, a natureza, a religião e o seu amor pela região da Catalunha. Além de levar 
em consideração as questões básicas estruturais, também se apegava às questões 
funcionais de suas criações, de maneira que muitas eram pensadas para que pudesse 
trazer funcionalidade e conforto para a vida das pessoas. Como exemplo, pode ser 
citado os bancos do Parque Guell, que além de comporem a arquitetura do ambiente, 
foi pensado para ser um "banco perfeito", para que fosse anatômico ao sentar-se, já que 
se encaixava perfeitamente na postura do homem.
FIGURA 3 – BANCOS DO PARQUE GUELL
FONTE: <http://artenarede.com.br/blog/wp-content/uploads/2017/03/Gaudi_bancosondulantes.jpg>. 
Acesso em: 28 nov. 2019.
A observação da natureza é outro ponto que Gaudí sempre representava e trazia 
a suas obras, através da escolha de materiais como cerâmica, vidraças, ferro forjado, 
carpintaria, na utilização de formas geométricas e no jogo com as luzes naturais. 
Você estudará sobre Patrimônios no próximo tópico desta disciplina.
ESTUDOS FUTUROS
143
A Casa Batlló, que foi reformada pelo arquiteto, apresenta formas, traços e 
texturas em sua fachada e em seu interior que remetem a ossos, vegetais, animais. 
O telhado remete a pele descamada de um dragão e o seu interior permite um melhor 
aproveitamento luminoso. 
FIGURA 4 – A CASA DE BATLLÓ
FONTE: <https://cdn.casabatllo.es/wp-content/uploads/2018/01/xfachada-590x760.png.pagespeed.
ic.pJkK5mwnWa.webp>. Acesso em: 28 nov. 2019.
4 MEDICINA
No início deste capítulo, quando você foi questionado sobre as facetas da 
cultura, você pontuou a medicina? Caso não tenha pontuado, pense e analise em como 
a cultura se manifesta através da medicina na sociedade. Não esqueça das definiçõesde cultura estudadas no Capítulo 1 para esta análise.
Assim, qual a relação entre a medicina e a cultura? Para começo de discussão, 
devemos pensar em saúde. Os valores e concepções que atribuímos à saúde são traços 
culturais e esses traços estão ligados à medicina.
A medicina está muito conectada com a sobrevivência, em defender a vida. 
Sendo assim, “[…]a maneira de tratar a saúde através da medicina é regulamentada 
através da cultura” (CAMPOS, 2001, p. 109). A medicina como uma faceta da cultura está 
relacionada em como as pessoas tratam, explicam as causas de suas doenças, os tipos 
de tratamento em que acreditam e a quem recorrem quando estão com problemas de 
saúde, nas distintas culturas.
144
Na cultura hispânica, as questões se organizam de acordo com os diferentes 
países e diferentes culturas. A medicina que abrange grande parte da América Latina 
tem muitas características pautadas na medicina tradicional indígena, visto que as 
tradições indígenas permaneceram em muitos países da América Latina. Esse tipo de 
medicina se caracteriza pela integração e harmonia do homem com a natureza, de 
maneira que as ervas e os minerais de cada região fornecem as bases terapêuticas 
importantes deste sistema de cura. 
Sendo assim, a cultura é refletida na medicina de acordo com os métodos de 
cura e de prevenção, e nas pessoas que ajudam nesse processo. Desta forma, “[…]os 
chamados "erveiros" são personagens que derivam da cultura indígena, assim como 
as benzedeiras e as parteiras, todos agentes de cura contemporâneos que utilizam de 
intervenções provindas da tradição indígena na América do Sul” (LUZ, 2005, p. 155).
De acordo com Luz (2005), outra medicina introduzida nos países da América 
do Sul e América Central está relacionada com a população de origem africana através 
da escravidão que foi realizada nesses continentes pelos colonizadores europeus. Assim 
como a medicina indígena, a afro-americana também se pauta nos recursos naturais, 
entretanto, é mais espiritualizada em sua abordagem, pois há a figura do pai de santo 
ou mãe de santo que é o agente de cura nessa vertente e geralmente realizados através 
de rituais.
4.1 A MEDICINA PREVENTIVA DE CUBA
Cuba tem a maior expectativa de vida dos países americanos, 76 anos para os 
homens e 81 anos para as mulheres (VIGNA; ORDONEZ, 2015). O fato está atrelado a 
fatos históricos e econômicos que influenciam diretamente na medicina, de maneira 
que repercute na cultura do país.
 
Por conta do embargo diplomático e econômico com os Estados Unidos, tudo 
que era de origem e que partia de terras norte-americanas não entrava em Cuba. 
Entretanto, eram os americanos que tinham grande parte das tecnologias, no caso, as 
Este processo de assimilar e mesclar os traços mais significativos 
de duas culturas, dando origem a novas manifestações culturais, é 
chamado de "sincretismo cultural". Podemos ver mais claramente 
essas misturas na medicina e na religião, abordaremos em seguida.
NOTA
145
referentes à saúde, como equipamentos para exame e até medicamentos, causando a 
escassez desses recursos na ilha. Juntamente com Revolução Cubana, por conta dos 
conflitos, muitos médicos fugiram de Cuba, correndo risco de acabar a medicina no país. 
Levando os pontos citados em consideração, houve um investimento liderado 
pelo médico Che Guevara, que revolucionou a medicina do país, propondo uma medicina 
preventiva, chamada de medicina natural y tradicional. Essa iniciativa foi tão positiva 
que os índices de Cuba desde então só estão em ascensão. 
A medicina natural y tradicional praticada em Cuba é formada por dez modali-
dades terapêuticas, entre elas: acupuntura; fitoterapia (utilização de plantas); apiterapia 
(utiliza produtos das abelhas como: mel, pólen, própolis, etc.); homeopatia, terapia floral 
e ozonoterapia (a partir da introdução do elemento químico ozônio).
O panorama da medicina em Cuba é um claro exemplo de como a medicina 
pode ser influenciada e influencia na cultura do país. 
5 RELIGIÃO
A religião foi objeto de estudo dos teólogos, mas, foi apenas com as ciências 
sociais na passagem do Século XIX para o XX, que a religiosidade recebeu a atenção dos 
estudiosos, como fenômeno cultural, antes que, teológico. É na religiosidade popular 
onde podemos encontrar a verdadeira síntese cultural.
Do ponto de vista cultural, a religião pode ser considerada tanto um instrumento 
político quanto uma busca por respostas inexistentes que diversos povos criaram durante 
milênios. Há vários contos, fábulas e passagens religiosas que foram e são utilizados 
como instrumentos de condutas de uma sociedade, que direcionam virtudes e valores 
nos quais são refletidos na cultura de cada lugar. A imaterialidade dos sentimentos 
religiosos os associa de forma muito direta ao patrimônio cultural imaterial, que veremos 
no tópico seguinte. A religião tem uma ligação muito clara com a cultura e em como isso 
se manifesta nas ações e atitudes de um povo. Para exemplificar: pense na diferença do 
Brasil com um país árabe, por exemplo, Marrocos. Muitas das diferenças que você pode 
pensar e pontuar são guiadas e ocasionadas pela religião que impera em cada localidade. 
Mais informações, pesquise no site: 
https://diplomatique.org.br/medicina-as-alternativas-cubanas/.
DICA
146
QUADRO 1 – RELIGIÃO DOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS
País Católicos (%) Evangélicos (%) Outros (%) Não religiosos (%)
Argentina 92 2 6 -
Bolívia 95 5 - -
Brasil 73,6 15,4 3,6 7,4
Chile 89 11 - -
Colômbia 81,7 15 1,4 1,9
Costa Rica 76,3 15,7 4,8 3,2
Cuba 40 3 7 50
El Salvador 83 17 - -
Equador 94 3 3 -
Guatemala 60 39 1 -
Haiti 80 16 3 1
Honduras 60,3 28,7 11 -
México 88 7 5 -
Nicarágua 72,9 16,7 1,9 8,5
Panamá 85 15 - -
Paraguai 90 10 - -
Peru 88 8-10 1-2 -
República 
Dominicana
95 - 5 -
Uruguai 52 16 19 13
Venezuela 96 2 2 -
FONTE: Oro e Ureta (2007, p. 285)
Como visto, o catolicismo é a religião predominante na América Latina, 
decorrente de fatores históricos e culturais.
As religiões outras que constam em vários países latino-americanos 
referem-se as religiões indígenas, dos maias e grupos andinos, 
principalmente, bem como o judaísmo, as religiões orientais, as 
religiões afro-americanas e os novos movimentos religiosos (ORO; 
URETA, 2007, p. 286).
5.1 O CATOLICISMO NA AMÉRICA
A religião católica chegou na América Latina por meio da bagagem cultural que os 
europeus trouxeram na época da colonização. De acordo com Oro e Ureta (2007, p. 281), 
"[...] a expansão ibérica significou também a expansão do catolicismo na América Latina". 
Na Espanha semifeudal, a população e os seus valores eram influenciados pela religião. 
147
A primeira impressão dos europeus ao chegarem na América foi referente aos 
índios. Já que eles eram primitivos, desnudos e desprovidos de toda a cultura espanhola, 
eles deveriam ser convertidos a uma "religião verdadeira" e não àquela no qual eles 
estavam acostumados a celebrar. Essas justificativas religiosas eram frequentemente 
utilizadas para dominar e escravizar os índios. 
O fato de os índios manterem suas religiões, suas crenças e seus rituais foi 
totalmente descartado. Dessa forma, o catolicismo imposto pelos espanhóis foi algo 
externo e superficial para os índios, no qual não implicou em uma conversão profunda. 
Como forma de resistência, os índios praticavam suas religiões, porém modificadas 
e encobertas de forma que fosse aceitável como católica aos espanhóis, e os rituais 
adaptados e adequados para esse propósito, isso fez sobreviverem, até hoje, as raízes 
indígenas.
148
Neste tópico, você aprendeu:
• A cultura tem um caráter multifacetado.
• A literatura é uma dessas facetas da cultura.
• A cultura influencia nas obras literárias e as obras literárias influenciam na cultura.
• A arquitetura é uma forma de expressão cultural.
• Há Influência da arquitetura europeia em Buenos Aires.
• Gaudí carrega uma grande importância na Arquitetura Catalã.
• A medicina e a cultura estão relacionadas• Cuba utiliza da medicina preventiva.
• A religião é considerada uma faceta da cultura.
• O catolicismo tem predominância na América Latina.
RESUMO DO TÓPICO 1
149
AUTOATIVIDADE
1 A cultura multifacetada é um termo empregado para fazer referências às facetas, nas 
quais a cultura se manifesta, visto que são essas que compõem uma determinada 
cultura. Levando em consideração a cultura hispânica e suas facetas, classifique V 
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) A literatura é considerada parte da cultura multifacetada pois é por ela que os 
domínios linguísticos se manifestam e são eternizados na escrita.
( ) A arquitetura está ligada apenas à história de um povo. É quase impossível perceber 
alguma manifestação cultural, social ou político através da arquitetura de um 
determinado lugar. 
( ) Não há influência da cultura na medicina, visto que, é uma ciência na qual os tipos 
de tratamento são uniformes em qualquer lugar do mundo, principalmente na 
cultura hispânica.
( ) A religião é uma face da cultura e tem uma ligação com cada sociedade, entretanto, 
sua influência e características não podem ser percebidas apenas ao olhar determi-
nado povo. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - V - F – F.
b) ( ) V - F - F – F.
c) ( ) F - F - F – F.
d) ( ) F - V - F – V.
2 “Desde que Cristóbal Colón piso las playas del nuevo mundo, se planteó la cuestión 
de las imágenes. Muy pronto, la imagen constituyó un elemento de referência, y luego 
de aculturación y dominio, cuando la iglesia decidió cristianizar a los indios desde 
la Florida a Tierra del Fuego. La colonización europea apresó al continente en una 
trampa de imágenes que no dejó de ampliarse, desplegarse y modificarse al ritmo de 
los estilos, de las políticas, de las reacciones y oposiciones encontradas” (GRUZINSKI, 
1994, p. 3).
Com a chegada dos europeus no continente americano houve o choque de culturas e 
consequentemente, a mescla da cultura que ali já estava, com a cultura que chegou 
para se instaurar. O sincretismo cultural é um termo empregado quando duas ou mais 
culturas se mesclam e dão origem a novas manifestações culturais. Sobre o sincretismo 
cultural hispânico, analise:
150
I- A mistura de culturas na América pós colonização só pode ser observada, até os 
dias de hoje, a partir da religião. A religião católica sobrou mudanças decorrentes 
da mescla com a cultura indígena. 
II- As pessoas que tratam, as que explicam as causas de doenças, os tipos de 
tratamento e a quem recorrem quando estão com problemas de saúde, são 
aspectos relacionados à medicina que mudam de acordo com a cultura. 
III- A medicina só sofreu o sincretismo cultural na América por conta dos indígenas 
e de suas crenças na integração e harmonia do homem com a natureza e da 
utilização de ervas e minerais como sistemas de cura. 
IV- Os índios que não aceitavam a imposição da religião católica, praticavam suas 
próprias religiões, porém modificadas e encobertas, de forma que pudessem ser 
aceitas como católica pelos espanhóis. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Somente a afirmativa IV está correta.
b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
d) ( ) As afirmativas II, III e IV estão corretas.
3 Disserte e exemplifique sobre a seguinte afirmação:
"América Latina, como se sabe, “nasceu” católica. Isto é, os primeiros viajantes e 
exploradores espanhóis e portugueses aqui chegaram com o intuito não somente 
de conquistar economicamente terras e riquezas naturais, mas, também, de ver 
concretizado o sonho milenarista e salvacionista cristão, acalentado pelo imaginário 
europeu, de encontrar o paraíso terrestre, noção baseada no Gênesis e recheada pelo 
imaginário edênico ao longo dos séculos" (ORO; URETA, 2007, p. 281). 
151
PRESERVAÇÃO
UNIDADE 3 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Preservar é garantir que as marcas de uma cultura e de um povo 
do passado, possam ser transmitidas a gerações futuras da mesma 
forma na qual nos foi transmitida no presente. Um trecho de Lemos 
(2010, p. 26) esclarecerá a importância da preservação:
Preservar, diz o mestre Aurélio, é livrar de algum mal, manter livre de 
corrupção, de perigo ou dano, conservar, livrar, defender, resguardar. 
Todas essas providências, no nosso caso, estão, ou deveriam estar 
incidindo sobre uma amostragem representativa da totalidade dos 
elementos que compõem o amplo Patrimônio Cultural sobre todos, 
porque havendo tal entrelaçamento entre eles, como já vimos, se um 
deles não é guardado, o conjunto se desarmoniza e se desequilibra, o 
que no fundo não é bem o que se queria, pois, o escopo seria um fiel 
retrato de um estágio cultural. 
Tempos depois, com a antropologia como base, passou-se a entender que os 
seres humanos produzem não apenas arte e construções, mas que a ciência, técnicas, 
saberes, costumes, formas de se relacionar e se comunicar também constituem um 
legado cultural e que sem a preservação desses aspectos, parte da cultura de um povo vai 
morrendo (BARRETO, 2015). Assim, para preservar as características de uma sociedade, 
teremos que manter conservadas as suas condições mínimas de sobrevivência, todas 
elas explicitadas no meio ambiente e no seu saber.
A ideia de preservação iniciou na revolução industrial na França e 
na Inglaterra [...], quando os edifícios passaram a ser substituídos 
pelas novas formas arquitetônicas e a sociedade começou a ser 
contaminada com a ideia de um país sem passado própria do 
novo mundo sem memória [...] (BARRETO, 2015, p. 112).
NOTA
152
Utilizamos os patrimônios como uma forma de preservação da cultura nesta 
sociedade que está em constante mudança. Nas próximas páginas você vai entender 
um pouco mais sobre os tipos de patrimônios e como eles se estabelecem nos países 
hispânicos.
2 PATRIMÔNIO CULTURAL
O Patrimônio Cultural é a memória de um povo de um determinado lugar. 
Carrega valor de representação e de identidade cultural para este mesmo povo.
De acordo com Pelegrini e Funari (2008), o patrimônio cultural, inicialmente, 
era associado com aquilo que representaria nacionalidade, na forma de monumentos, 
edifícios, além de outras formas de expressão. Esse movimento de valorização das 
culturas, que se iniciou com aspectos materiais, que em geral eram produzidos pela 
elite, com o objetivo de confirmar e assegurar suas conquistas. De acordo com as 
autoras, aos poucos, a concepção de patrimônio cultural passou a se expandir para as 
manifestações dos grupos sociais em geral, não mais restringido à classe dominante, 
mas também, agregando os grupos marginalizados. Dessa forma, o patrimônio, que 
antes, era concebido como excepcional, aproximou-se cada vez mais das ações 
cotidianas e dos mais diversos grupos que compõem a sociedade. 
A escolha desses patrimônios é feita por órgãos oficiais de preservação. 
Patrimônio é o que recebemos de legado do passado, vivemos no presente e 
transmitimos às nossas futuras gerações. Assim, a UNESCO engajou-se nesse campo 
e passou a promover reflexões sobre estratégias pacíficas de desenvolvimento e 
mais precisamente nas áreas das ciências naturais, humanas e sociais, da cultura, da 
comunicação, da educação e da informação. Com isso, de acordo com Pelegrini e Funari 
(2008), em 1972, a UNESCO mobilizou cerca de 148 países em torno de um abrangente 
pacto em prol dos bens culturais e naturais da humanidade, chamado de Convenção do 
Patrimônio Cultural que reconhece que alguns lugares têm "valor universal excepcional" 
e devem fazer parte do patrimônio comum da humanidade (UNESCO, 1972).
O conceito de Patrimônio da Humanidade será tratado nas próximas páginas.
ESTUDOS FUTUROS
153
Desde então, cada país se compromete a conservar não somente os bens do 
Patrimônio Mundial localizados em seu território como também a proteger o próprio 
patrimônio nacional (UNESCO, 1972).
Visto isso, o patrimônio cultural engloba dois elementos: 
• Patrimônio cultural: monumentos,grupo de edifícios e sítios que tenham grande 
valor histórico, estético, arqueológico, científico, etnológico ou antropológico.
• Patrimônio natural: formações físicas, biológicas, geológicas, habitats de espécies de 
animais e vegetais ameaçadas e área com valor científico, de conservação ou estético, 
riquezas que estão no solo e no subsolo (BARRETO, 2015).
O Patrimônio se estreita aos turismos, pois eles se configuram como lugares de 
afluências de visitantes e atrativo turístico. 
De acordo com Barreto (2015, p. 34), "[...] muitas vezes pode ser encontrado o 
turismo cultural com a denominação de heritage tourism, o que poderia ser traduzido 
como ‘turismo patrimonial’, visto que abrange tudo o que se refere ao patrimônio 
histórico e aos monumentos, ao legado cultural em sentido amplo".
A seguir, você aprofundará mais sobre os tipos de patrimônios: material e 
imaterial.
3 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL 
No tópico anterior você pôde conhecer um pouco sobre a preservação cultural 
e entender como essa questão é importante para que uma cultura prevaleça e seja 
passada para gerações posteriores. A ação de tombar um costume, uma dança, uma 
prática ou uma crença como patrimônio cultural é referente a este ato de preservação.
Já neste tópico você conhecerá outros tipos de patrimônios, o material e o 
imaterial, que juntos com o cultural, constituem as práticas de preservação cultural 
mundial. 
Site da UNESCO: http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-
heritage/cultural-heritage/.
DICA
154
3.1 PATRIMÔNIO MATERIAL
O patrimônio material é um conjunto de bens materiais que carregam valor 
cultural arqueológico, etnográfico, bibliográfico ou artístico, e que a sua preservação é 
de extrema importância. São considerados patrimônios materiais: sítios paisagísticos, 
sítios arqueológicos, construções, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, 
arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos. São considerados patri-
mônios materiais tanto os culturais como os naturais.
3.2 PATRIMÔNIO IMATERIAL
São considerados patrimônios imateriais: práticas, representações, expressões, 
conhecimento e técnicas, junto com os instrumentos objetos, artefatos e lugares 
culturais que lhe são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os 
indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural (CONVENÇÃO 
PARA A SALVAGUARDA PATRIMÔNIO IMATERIAL, 2003 apud PELEGRINI; FUNARI, 2008).
O patrimônio imaterial se manifesta em particular nos seguintes campos, de 
acordo com Pelegrini e Funari (2008):
• Tradições e expressões orais, incluindo idioma como veículo.
• Expressões artísticas.
• Práticas sociais, rituais e atos festivos.
• Conhecimentos e práticas relacionados à natureza e ao universo.
• Técnicas artesanais tradicionais.
Assim, de acordo com Pelegrini e Funari (2008), o patrimônio imaterial é 
transmitido de geração a geração e é alvo de constantes recriações por conta das 
mudanças que ocorrem na sociedade, entre as comunidades, nos grupos que convivem 
num dado espaço social, no meio ambiente, nas interações com a natureza e na própria 
história dessas populações. Com isso, as pesquisadoras apontam que a própria UNESCO 
reconhece esses processos de globalização e de transformação social presentes na 
contemporaneidade, com condições propícias para um diálogo entre as comunidades, 
Os Patrimônios da Humanidade são todos patrimônios materiais, 
no qual nos aprofundaremos mais adiante nesta unidade.
ESTUDOS FUTUROS
155
mas geram também, da mesma forma, o fenômeno da intolerância, assim como graves 
riscos de deterioração do patrimônio imaterial, em carência de instrumentos e meios 
para sua salvaguarda. 
As autoras pontuam que se recomenda a adoção de medidas aplicadas à 
investigação, identificação, documentação, proteção, valorização e revitalização dos 
bens imateriais.
A UNESCO proclamou alguns Patrimônios Imateriais nos anos de 2001, 2003 e 
2005. Eles são distinguidos em duas categorias:
• Formas de expressão populares e tradicionais
• Espaços culturais, definidos por "lugares onde se concentram atividades populares e 
tradicionais". 
A seguir, alguns exemplos de patrimônios imateriais segundo a UNESCO nos 
países hispânicos: 
• A cosmovisão Andina dos Kallawayas de Bolívia: Grupo étnico da região montanhosa, 
Bautista Saavedra, ao norte de La Paz. A atividade principal dos Kallawayas é a 
medicina ancestral, na qual está associada a ritos e cerimônias que constituem a 
base da economia local. A cosmovisão desta cultura abarca todo o acervo relacionado 
a mitos, rituais, valores e expressão artística. Suas técnicas medicinais, baseadas nas 
crenças dos antigos povos indígenas dos Andes, têm um grande reconhecimento 
na Bolívia e em outros países da América do Sul, onde os médicos-sacerdotes 
kallawayas exercem a sua função. 
FIGURA 5 – POVO KALLAWAYAS
FONTE: <http://www.crespial.org/pt/Content2/index/0006/NF/3/bolivia-pci-reconocido>. 
Acesso em: 29 nov. 2019.
156
• Carnaval na Colômbia: Todos os anos, durante os quatro dias que precedem a 
quaresma, o Carnaval de Barranquilla ocorre com danças e expressões culturais das 
distintas culturas colombianas. Essa mescla de diversas tradições locais transparece 
em vários aspectos nesta tradição como: as danças, os gêneros musicais e os 
instrumentos. A música do carnaval é interpretada por tambores e instrumentos de 
sopro. Os grupos de bailarinos com máscaras, atores, cantores e instrumentistas 
regam a multidão com suas representações teatrais e musicais inspiradas tanto em 
acontecimento histórico quanto da atualidade. 
FIGURA 6 – CARNAVAL DE BARRANQUILLA - DANZA DEL CONGO
FONTE: <http://www.carnavaldebarranquilla.org/wp-content/uploads/2016/12/congo_barranquillero-
1024x573.jpg>. Acesso em: 29 nov. 2019.
• O espaço cultural da fraternidade do Espírito Santo de congos de Villa Mella na Re-
pública Dominicana: Criado por escravos africanos, a fraternidade tem grande im-
portância na identidade cultural da população dominicana. A fraternidade do Espírito 
Santo celebra um ritual que inclui orações, danças e cantos, acompanhados do con-
go, que é um tambor que tem a origem atribuía ao Espírito Santo.
Para saber mais sobre esse patrimônio, acesse o site: https://ich.unesco.
org/es/RL/el-espacio-cultural-de-la-cofradia-del-espiritu-santo-de-los-
congos-de-villa-mella-00006.
DICA
157
• O patrimônio oral e as manifestações culturais do povo Zápara no Equador e Peru: Os 
Zápara são um dos povos mais antigos da Amazônia e os últimos representantes de 
um grupo etnolinguístico que compreendia muitos outros povos antes da conquista 
espanhola. Eles desenvolveram uma cultura oral rica em conhecimentos sobre seu 
entorno natural, sobre a fauna, flora, e conhecimentos sobre plantas medicinais. 
Esse patrimônio também se expressa através de mitos, rituais, práticas artísticas. 
Sua língua carrega o conhecimento e a memória de toda uma região. Esse povo está 
em risco de extinção.
• As festividades indígenas dedicadas aos mortos no México: Juntamente com o Día de 
los muertos essas celebrações ocorrem aos finais de outubro e começo de novembro 
de cada ano, período no qual marca o ciclo anual do milho, o cultivo predominante no 
país. Para facilitar o retorno das almas à terra, as famílias colocam pétalas de flores, 
velas e oferendas no caminho que vai desde sua casa até o cemitério. Os pratos 
favoritos dos defuntos são preparados e colocados ao redor do altar familiar e do 
túmulo, junto com flores e objetos artesanais. As festas indígenas dedicadas aos 
mortos estão enraizadas na vida cultural dos povos indígenas do México. 
Visite o site da UNESCO para saber mais: https://ich.unesco.org/
es/RL/el-patrimonio-oral-y-las-manifestaciones-culturales-del-
pueblo-zapara-00007.
DICA
Essas fusões de ritos religiosos indígenas e festas católicas são 
resultados da tentativa de introduzir a visão de mundo europeia 
como você estudou no tópico anterior.
NOTA
• O güegüensena Nicarágua: É uma síntese da cultura espanhola e indígena que 
combina o teatro, a dança e a música, em forma de protesto contra o domínio colonial. 
É considerada uma das expressões mais distintivas da época colonial da América 
Latina. O nome da celebração dá nome ao personagem principal que é respeitado 
e venerado no país, e na história, ele se encontra com as autoridades coloniais 
158
espanholas e se defende de maneira conciliadora e cooperativa. Este personagem é 
tão popular na Nicarágua que utilizam a expressão poner cara de Güegüense quando 
alguém aparenta ter autoridade enquanto trabalha sutilmente.
• O mistério de elche na Espanha: De acordo com o site de turismo da Espanha, este 
patrimônio é um drama lírico de origem medieval, que se encena desde o Século 
XIII. A representação está baseada em vários textos dos Evangelhos Apócrifos, muito 
populares durante a Idade Média. É o único exemplo vivo do teatro lírico, é também o 
único no mundo que é apresentado dentro de uma igreja, neste caso, na Basílica de 
Santa Maria em Alicante. 
Para saber mais sobre o patrimônio, acesse: https://www.spain.info/
pt_BR/que-quieres/agenda/fiestas/alicante/misterio_de_elche.html
DICA
A seguir outros patrimônios imateriais hispânicos que não foram comentados anterior-
mente, mas que fazem parte da listagem da UNESCO e que podem ser acessados pelo 
site: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000147344_spa.
• O espaço cultural de Palenque de San Basílio da Colômbia.
• Tradição de BOYEO e as carretas de Costa Rica.
• A Tumba Francesa em Cuba.
• A tradição do teatro bailado Rabinal Achí na Guatemala.
• A arte têxtil de Taquile no Peru.
• A Patum de Berga na Espanha.
• A língua, a dança e a música dos Garífunas de Belice, Guatemala, 
Honduras e Nicarágua.
DICA
O Carnaval de Oruro da Bolívia, que também faz parte desta listagem, 
já foi mencionado na Unidade 2.
NOTA
159
3.3 PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(UNESCO) reconhece e lista um local como Patrimônio Mundial ou como Patrimônio 
da Humanidade para garantia da preservação, visto que esse lugar tem importância 
única para o mundo e para a humanidade. Essa foi uma estratégia tomada pela UNESCO 
como forma de preservação, visto que estava ocorrendo a deterioração de lugares e 
monumentos por falta de interesse ou de dinheiro para sua manutenção. 
Quando um lugar é tombado como Patrimônio da Humanidade, passa a pertencer 
a todos os povos do mundo, independentemente do lugar onde está localizado. Assim, 
esses Patrimônios Mundiais constituem um patrimônio universal que, de acordo com 
a UNESCO, cuja proteção a comunidade internacional inteira tem o dever de cooperar. 
Os Patrimônios podem ser estabelecidos como: bens culturais, bens naturais ou bens 
mistos.
Os bens culturais devem:
1. Representar uma obra-prima do gênio criativo humano, ou
II- ser a manifestação de um intercâmbio considerável de valores humanos durante um 
determinado período ou em uma área cultural específica, no desenvolvimento da 
arquitetura, das artes monumentais, de planejamento urbano ou de paisagismo, ou
III- aportar um testemunho único ou excepcional de uma tradição cultural ou de uma 
civilização ainda viva ou que tenha desaparecido, ou
IV- ser um exemplo excepcional de um tipo de edifício ou de conjunto arquitetônico 
ou tecnológico, ou de paisagem que ilustre uma ou várias etapas significativas da 
história da humanidade, ou
V- constituir um exemplo excepcional de habitat ou estabelecimento humano 
tradicional ou do uso da terra, que seja representativo de uma cultura ou de culturas, 
especialmente as que tenham se tornado vulneráveis por efeitos de mudanças 
irreversíveis, ou
VI- estar associados diretamente ou tangivelmente a acontecimentos ou tradições 
vivas, com ideias ou crenças, ou com obras artísticas ou literárias de significado 
universal excepcional (o Comitê considera que este critério não deve justificar a 
inscrição na Lista, salvo em circunstâncias excepcionais e na aplicação conjunta 
com outros critérios culturais ou naturais).
Os bens naturais devem:
2. Ser exemplos excepcionais representativos dos diferentes períodos da história da 
Terra, incluindo o registro da evolução, dos processos geológicos significativos em 
curso, do desenvolvimento das formas terrestres ou de elementos geomórficos e 
fisiográficos significativos, ou
160
II- ser exemplos excepcionais que representem processos ecológicos e biológicos 
significativos para a evolução e o desenvolvimento de ecossistemas terrestres, 
costeiros, marítimos e de água doce e de comunidades de plantas e animais, ou
III- conter fenômenos naturais extraordinários ou áreas de uma beleza natural e uma 
importância estética excepcionais, ou
IV- conter os habitats naturais mais importantes e mais representativos para a con-
servação in situ da diversidade biológica, incluindo aqueles que abrigam espécies 
ameaçadas que possuam um valor universal excepcional do ponto de vista da ciên-
cia ou da conservação.
Os sítios mistos têm, ao mesmo tempo, excepcionais valores natural e cultural. 
Desde 1992, interações significativas entre o homem e o meio natural têm sido reconhe-
cidas como paisagens culturais.
A seguir, alguns exemplos desses bens nos países de língua espanhola:
Parque Nacional Los Glaciales – Argentina - O Parque Nacional Los 
Glaciales, situado na Patagônia Argentina, é considerado um patrimônio natural. Ele foi 
criado para preservar uma grande extensão de gelo continental e glacial que abrange, 
aproximadamente, 726.927 hectares. 
FIGURA 7 – PARQUE NACIONAL LOS GLACIALES
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0145_0013-500--20151104151127.jpg>. 
Acesso em: 29 nov. 2019.
Cidade de Potosí – Bolívia - A cidade de Potosí na Bolívia era considerada o 
maior complexo industrial do mundo do Século XVI. Chama a atenção pois é considerado 
um patrimônio cultural em extinção. 
161
FIGURA 8 – CIDADE DE POTOSÍ – BOLÍVIA
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0420_0003-500--20151104160303.jpg>. 
Acesso em: 29 nov. 2019.
Fortaleza de San Pedro de La Roca – Cuba - A fortaleza de San Pedro de La 
Roca, na província de Santiago de Cuba, se originou a partir da rivalidade comercial e 
política que havia na região do Caribe no Século XVII. É considerada a mais completa e 
a mais conservada arquitetura militar espanhola localizada na América. 
FIGURA 9 – FORTALEZA DE SAN PEDRO DE LA ROCA – CUBA
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0841_0010-500--20151104165649.jpg>. 
Acesso em: 29 nov. 2019.
Santuário histórico de Machu Picchu – Peru - Santuário do império Inca, é 
uma das realizações arquitetônicas mais deslumbrantes e impactantes. Considerado 
um patrimônio misto, tanto cultural como natural.
162
FIGURA 10 – SANTUÁRIO HISTÓRICO DE MACHU PICCHU
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0274_0001-500--20151105151608.jpg>. 
 Acesso em: 29 nov. 2019.
Alhambra, Generalife e Albaicín de Granada - Espanha - é o núcleo me-
dieval de Granada e um complexo de fortalezas e residências reais. Alhambra é uma 
cidade muralhada onde se centravam os serviços para a população, como: palácio real, 
mesquitas, escolas e oficinas. Já Generalife era utilizado como zona rural, com hortas 
e jardins, utilizado pelos reis muçulmanos de Granada. Já Albaicín foi um bairro que era 
característico pela canalização e distribuição de água potável da região de Granada. 
FIGURA 11 – ALHAMBRA, GENERALIFE E ALBAICÍN DE GRANADA - ESPANHA
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0314_0022-750-0-20151105153009.jpg>. 
Acesso em: 29 nov. 2019.
163
Cidade Colonial de Santo Domingo – República Dominicana - Santo 
Domingo foi a primeira cidade onde foi construída a primeira catedral, o primeiro 
hospital, a primeira universidade e a primeira aduana do continente americano após o 
descobrimento de Cuba, em 1492.
FIGURA 12 – CIDADE COLONIAL DE SANTO DOMINGO
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0526_0002-500--20110915115514.jpg>.Acesso em: 29 nov. 2019.
Forte da costa caribenha do Panamá - Portobelo y San Lorenzo - Os fortes 
panamenhos são exemplos da arquitetura militar nos Séculos VXII e VXIII, nos quais 
faziam parte de um sistema criado pela Coroa Espanhola para proteger o comércio 
transatlântico. Desde 2012, é considerado um patrimônio cultural em perigo por conta 
da deterioração ocasionada pelo tempo.
FIGURA 13 – FORTE DA COSTA CARIBENHA DO PANAMÁ
FONTE: <http://whc.unesco.org/uploads/thumbs/site_0135_0002-500--20151105151442.jpg>. 
Acesso em: 29 nov. 2019.
164
A seguir, a listagem com alguns Patrimônios da Humanidade localizados nos 
países de língua espanhola, divididos por país e por tipo de patrimônio. Esses patrimônios 
podem ser utilizados e explorados em suas aulas como futuro professor da língua.
Argentina: Parque Nacional do Iguaçu (patrimônio natural); Península Valdés (patrimônio 
natural); Caverna das Mãos (patrimônio natural); Fazendas de Córdoba (patrimônio 
natural); Quebrada de Humahuaca (patrimônio natural); Parques de Ischigualasto e 
Talampaya (patrimônio cultural). 
Bolívia: Centro histórico de Sucre (patrimônio cultural)
 
Chile: Parque Nacional Rapa Nui (patrimônio cultural); Bairro histórico de Valparaíso 
(patrimônio cultural).
Colômbia: Parque Nacional Los Katíos (patrimônio natural); Porto, fortalezas e conjunto 
monumental de Cartagena (patrimônio cultural); Paisagem cultural do café de Colômbia 
(patrimônio cultural).
 
Costa Rica: Parque Nacional Cocos Island (patrimônio natural); Parque Nacional da 
Amizade (patrimônio natural). 
Cuba: Cidade antiga de Havana e seu sistema de fortes (patrimônio cultural); Trindad 
y Valle de los Ingenios (patrimônio cultural); Parque Nacional Desembarco del Granma.
República Dominicana: Cidade colonial de Santo Domingo (patrimônio cultural); 
Equador: Cidade de Quito (patrimônio cultural); Ilhas Galápagos (patrimônio natural).
 
El Salvador: Sitio arqueológico de Joya de Cerén (patrimônio cultural).
Guatemala: Cidade de Antígua (patrimônio cultural); Parque Nacional Tikal (patrimônio 
misto).
Honduras: Sitio maya de Copán (patrimônio cultural).
México: Centro histórico da Cidade do México e Xochimilco (patrimônio cultural); Cidade 
pré-hispânica de Teotihuacan (patrimônio cultural). 
Nicarágua: Ruinas de León Viejo (patrimônio cultural).
Panamá: Fortes da costa caribenha do Panamá: Portobelo e San Lorenzo (patrimônio 
cultural).
165
Paraguai: Missões jesuítas da Santíssima Trindade de Paraná e Jesus Tavarangue 
(patrimônio cultural).
Peru: Cidade de Cuzco (patrimônio cultural); Parque Nacional Huascarán (patrimônio 
natural). 
Espanha: Alhambra, Generalife e Albaicín de Granada (patrimônio cultural); Centro 
histórico de Córdoba (patrimônio cultural); Obras de Antoni Gaudí (patrimônio cultural); 
Ibiza, biodiversidade e cultura (patrimônio misto). 
Uruguai: Bairro histórico de Colonia del Sacramento (patrimônio cultural). 
Venezuela: Cidade universitária de Caracas (patrimônio cultural); Parque nacional 
Canaima (patrimônio natural). 
No site da UNESCO http://whc.unesco.org/en/list/, você pode 
ter acesso à lista completa, além de mais informações dos 
patrimônios culturais materiais da humanidade.
DICA
166
Neste tópico, você aprendeu:
• É importante a preservação cultural para as futuras gerações.
• Os patrimônios atuam como forma de preservação.
• O patrimônio cultural é uma forma de preservação e conheceu alguns exemplos do 
mundo hispânico.
• O patrimônio da humanidade é uma forma de preservação e conheceu alguns 
exemplos do mundo hispânico.
• O patrimônio material é uma forma de preservação e conheceu alguns exemplos do 
mundo hispânico.
• O patrimônio imaterial é uma forma de preservação e conheceu alguns exemplos do 
mundo hispânico.
RESUMO DO TÓPICO 2
167
AUTOATIVIDADE
1 Transmitido pelas gerações e sempre recriado por grupos e pelas comunidades, em 
face de sua interação com a natureza, de seu ambiente e de sua história, o patrimônio 
imaterial gera sentimento de identidade e de continuidade, promovendo o respeito 
à diversidade cultural e à própria criatividade humana. Sobre o patrimônio imaterial, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As lendas, canções e narrativas que constituem o patrimônio folclórico de uma 
sociedade, desde que nunca transcritos e transformados em textos com autoria.
b) ( ) O conjunto das edificações construídas no passado que estejam ameaçadas de 
deterioração e ainda não foram estudadas e tombadas pelo Serviço de Patrimônio 
Histórico.
c) ( ) As expressões e movimentos artísticos populares reconhecidos pelo Estado, 
excluindo-se as técnicas de artesanato e conhecimentos transmitidos oralmente.
d) ( ) As práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas − com os 
instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados.
e) ( ) As habilidades e práticas associadas a conhecimentos e técnicas populares − 
com a produção de instrumentos, objetos, artefatos − que a UNESCO reconheça 
como patrimônio intangível da Humanidade.
2 O patrimônio é uma forma de preservação da cultura de um determinado povo. Sobre 
essa temática, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) O conceito de patrimônio ampliou-se ao longo do tempo e passou a contemplar 
uma variedade de expressões culturais, como patrimônio histórico, material, 
imaterial e artístico. 
( ) Um patrimônio histórico contém memórias individuais e (ou) coletivas que 
justificam a sua escolha como patrimônio. 
( ) Quando tombado como patrimônio da humanidade, este bem é de total 
responsabilidade de preservação apenas do país no qual está localizado. 
( ) Muitos dos pontos turísticos de países como Peru, Espanha e México são conside-
rados patrimônios da humanidade. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V - F - F – V.
b) ( ) F - V - F – V.
c) ( ) V - V - F – V.
d) ( ) V - V - F – F.
168
169
TÓPICO 3 — 
SALA DE AULA
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você irá refletir e discutir como todos os aspectos 
culturais, vistos até o momento, nesta disciplina, possam ser incorporados 
nas suas futuras aulas como professor de língua espanhola.
Serão abordados aspectos que são importantes a serem discutidos e observados 
em uma aula quando se trata de uma diferente cultura, costumes e crenças, como o 
preconceito linguístico, preconceito religioso, tolerância, ética e respeito. 
Você também conhecerá, algumas estratégias e caminhos metodológicos para 
que essas e, outras, temáticas culturais possam ser introduzidas dentro de suas aulas 
de língua espanhola de maneira lógica e significante. 
2 CULTURA NA SALA DE AULA
O ensino de língua estrangeira perpassa por muito mais aspectos além dos 
códigos linguísticos e gramaticais. Ensinar uma língua estrangeira é ensinar a cultura e 
a história de um povo, visto que a linguagem desempenha um papel social. Dessa forma, 
é imprescindível que o ensino de um idioma leve em consideração toda a bagagem 
cultural daquele coletivo, pois é o meio pelo qual a linguagem se desenvolveu e se 
desenvolve naquela determinada sociedade.
A importância de conhecer a cultura de um povo com o qual se comunica se 
dá, pois o aluno conseguirá ter sucesso em sua comunicação, já que poderá interagir 
de forma competente com aquela comunidade linguística e com aquele contexto que 
é diferente do seu. 
A confiança depositada no professor de língua estrangeira exige a delimitação 
de objetivos adequados para a compreensão a partir de elementos culturais que são 
transmitidos juntos à língua que ele ensina. Para isso, é preciso que o professor de 
língua estrangeira desenvolva uma sensibilidade especial frente às outras culturas e 
grupos sociais, para que possa transmitir aspectos da cultura da língua que ensina, 
ou seja, deve dominar estratégias para desenvolver um diálogo intercultural diluído no 
processo de ensino-aprendizagem da língua. 
170
Como aponta Ventura (2008),a contextualização da língua é um passo muito 
importante para o ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira, e esta vem marcada 
pela cultura que é o canal que facilita a imersão do aluno nas questões culturais e no 
seu próprio desenvolvimento linguístico.
 
De acordo com Ventura (2008), o ensino a partir de uma concepção comunica-
tiva da língua mantém o enfoque unificado em consonância com a língua e a cultura. 
O ensino da língua não pode ser desvinculado com as situações de comunicação real 
e com o que rodeia o contexto cotidiano dos alunos. Dessa maneira, a abordagem co-
municativa de língua exige a inserção da cultura, já que é quase impossível ensinar uma 
língua sem fazer referência à cultura de seus falantes, a suas ideias, a suas crenças, a 
sua realidade e ao seu entorno. Assim, a língua e a cultura de um povo não podem ser 
ensinadas de maneira desassociada, já que a língua representa a experiência humana 
de entender o mundo, interpretação de fenômenos, crenças, histórias, que se concei-
tualizam e são expressadas através da língua. Desta maneira, a cultura e língua formam 
um único corpo.
Como futuro professor de língua espanhola, e levando em consideração todos os 
aspectos culturais que rodeiam esta língua, visto que é falada em 21 países, sendo uma 
das línguas mais faladas no mundo, é importante considerar essa complexidade cultural, 
pois, de acordo com Sarmento (2004), isto implica no professor ter conhecimento sobre 
essas diferenças culturais para que possa ser abordada em sala de aula. O professor, 
por sua vez, tem que familiarizar os alunos com as diferentes culturas e conscientizá-
los quanto às situações comunicativas que possam surgir por conta dessas diferenças. 
É importante também relacionar a própria cultura dos alunos com a cultura da 
língua estrangeira, para assim utilizar de estratégias adequadas com o fim de estabelecer 
contato com pessoas da cultura meta e a capacidade de fazer um intermédio entre ambas 
as culturas, de abordar mal-entendidos culturais e superar estereótipos como forma de 
evitar o preconceito. No equívoco gramatical, a comunicação não é estabelecida, não há 
o entendimento, já no pragmático, pode resultar em problemas com o interlocutor pelo 
mal-entendimento e em algumas vezes acarretar em preconceitos, nos quais podem 
causar danos à imagem social do interlocutor (VENTURA, 2008).
O professor de LEM (Língua Estrangeira Moderna) deve constituir um papel de 
"mediador intercultural", de acordo com Marillas (2002 apud VENTURA, 2008). Ele é capaz 
de integrar os conhecimentos prévios dos alunos com os novos, além de incentivar 
atitudes positivas através do conhecimento, seja ele linguístico ou cultural, evitar mal-
entendidos e falta de conhecimento sobre os valores da nova cultura. 
A língua e a cultura facilitam o exercício, a prática e o desenvolvimento 
da competência linguística e da competência cultural, já que contribuem para o 
conhecimento de elementos verbais e não verbais, nos quais são indispensáveis para 
o processo de ensino-aprendizagem de uma língua estrangeira. O esquecimento ou 
171
a abstração desses pontos na hora da prática pedagógica, na maioria das vezes, é 
ofuscado pelo enfoque apenas nos aspectos visíveis da cultura, as quais remetem a 
língua, vestuário, hábitos, religião, entre outros. Entretanto, esses aspectos invisíveis de 
uma cultura são pontos igualmente muito importantes:
Qual é o atraso permitido para que alguém não seja considerado 
mal-educado, que tópicos devem ser evitados ao iniciarmos uma 
conversa, como podemos mostrar atenção e interesse quando 
estamos ouvindo, como mostramos ao falante que gostaríamos 
que ele passasse para o próximo ponto conversacional. Esses, entre 
outros, são aspectos culturais dos quais não nos damos conta, mas 
que podem determinar o sucesso de uma comunicação intercultural: 
quando falar ou não falar; o que falar, o que é considerado adequado, 
que tipo de pergunta pode ser feito; mecanismos de controle 
da conversação, de pausa e ritmo (entonação); o que deve ser 
comunicado indiretamente, e como ser indireto; coesão e coerência 
(TANNEN, 1994 apud SARMENTO, 2004, p. 194).
Esses conhecimentos são indispensáveis para que os falantes de diferentes 
comunidades linguísticas possam realizar uma comunicação bem-sucedida, sem que 
haja algum tipo de mal-entendido, falta de respeito ou até mesmo preconceito. Assim, 
esses aspectos são fundamentais a serem apontados e trabalhados por você, futuro 
professor de língua espanhola. 
Um ponto importante quando se trabalha com diferentes culturas e suas 
manifestações dentro de sala de aula, é ter o que cuidado para que não desenvolva a 
criação de estereótipos. O foco excessivo na cultura visível pode criar um conforto e 
uma supergeneralização dos modos de vida das pessoas desta determinada cultura, 
acarretando assim interpretações errôneas (SARMENTO, 2004).
3 ÉTICA E RESPEITO
Quando trabalhamos com uma língua estrangeira, trabalhamos com uma nova 
cultura. Você já viu e já discutiu esse ponto no decorrer desta disciplina. Entretanto, 
quando entramos em contato com uma nova cultura, muitas coisas nos surpreendem 
e, algumas vezes, podem nos causar estranhezas, visto que podem divergir muito 
da nossa realidade e do que estamos acostumados. Você provavelmente se deparou 
com situações parecidas no decorrer da leitura deste material. O que é de extrema 
importância, é que não se perca o respeito e a ética com as culturas a serem estudadas. 
Muitos preconceitos fazem parte de inverdades, distorções e falácias que 
povoam preconceitos nos quais criamos sobre algo que surge e que nos causa 
estranheza, algo que seja diferente de nós. Quando estudamos uma língua estrangeira, 
essas divergências são ainda mais evidenciadas por conta de estarmos em contato 
172
e conhecermos uma nova cultura, novos costumes. Dessa forma, esses mitos e 
preconceitos podem ser engatilhados por alguma ordem que possa divergir um pouco 
da sua, seja ela: racial, cultural ou socioeconômica. Para Bizarro (2012), uma das fases 
de desenvolvimento da competência cultural é a fase da curiosidade e do espanto, é 
nesta que entra o papel do professor como mediador cultural.
Ventura (2008) coloca que é pertinente contrapor o choque cultural dos estudan-
tes, ou seja, que o professor realize uma correta apresentação e descrição linguística desde 
um ponto de vista pragmático tanto da língua como da cultura, com a finalidade dos pro-
cessos de ensino-aprendizagem. Comparando a cultura materna com a cultura meta para 
evitar más interpretações e não chegar a estereótipos e etnocentrismo. O Plan Curricular 
del Instituto Cervantes (1994) também prevê a aproximação da cultura materna com a cul-
tura hispânica, para que assim, possa transmitir uma imagem autêntica e colaborar com a 
destruição de preconceitos. 
Bagno (2013) aponta que o preconceito é causado pela intolerância, inflexibili-
dade, fanatismo e desrespeito. Esses são fatores que devem ser trabalhados tanto em 
você como professor de língua espanhola, já que poderá lidar com situações que podem 
aparecer visto a diversidade cultural que você levará à sala de aula, quanto nos alunos. 
É importante que você esteja sempre preocupado e determinado a trabalhar para que 
aquelas atitudes, citadas no começo do parágrafo, não sejam praticadas, e que o res-
peito prevaleça, seja ele com uma nova cultura ou com a mesma na qual os nossos alu-
nos estão inseridos. A seguir, alguns tipos de preconceitos que podem aparecer quando 
inserimos o estudo de uma nova cultura nas aulas de língua estrangeira. 
3.1 PRECONCEITO LINGUÍSTICO
Quando se estuda uma nova língua um dos preconceitos mais recorrentes 
é o linguístico, em se tratando da língua espanhola na qual dispõe de uma enorme 
quantidade de países e de falantes, sendo assim, apresentando muitas variantes do 
idioma.
Bagno (1999) entende por preconceito linguístico um tipo de discriminação e 
comparação indevida, feita entre uma norma culta padrãode uma língua, e entre a 
forma coloquial na qual as pessoas realmente se comunicam. Esse preconceito voltado 
para o ensino de língua espanhola, pode acontecer também, quando se compara a 
forma de falar de diferentes regiões e países. 
O ensino da cultura está totalmente atrelado com a variante na qual, você 
professor, utiliza em sala de aula, visto que uma variante não carrega apenas questões 
fonéticas e lexicais, mas também, pragmáticas e sociolinguísticas que determinam e 
apresentam muitos elementos linguísticos não visíveis, como já tratamos anteriormente. 
173
A utilização de uma variante não pode menosprezar as demais. Uma variante 
não é mais rica, não é mais complexa, não é mais "correta" que outra. Uma variante não 
tem nada de melhor que outra variante. Para que o preconceito linguístico não ocorra 
dentro da sua aula é importante se atentar a alguns aspectos:
• O ensino da língua voltado para a comunicação, nas mais diferentes linguagens e 
gêneros que circulam na sociedade e nos diferentes países.
• Utilizar variedades linguísticas, sendo elas de prestígios ou não.
• Praticar a reflexão linguística para a formação intelectual do cidadão através de fatos 
linguísticos reais.
• A variação linguística tem que ser objeto e objetivo do ensino da língua, como afirma 
Bagno (2008, p. 35):
[...] uma educação linguística voltada para a construção da 
cidadania numa sociedade verdadeiramente democrática não pode 
desconsiderar que os modos de falar dos diferentes grupos sociais 
constituem elementos fundamentais da identidade cultural, da 
comunidade e dos indivíduos particulares, e que denegrir ou condenar 
uma variedade linguística equivale a denegrir ou condenar os seres 
humanos que a falam, como se fossem incapazes, deficientes ou 
menos inteligentes - é preciso mostrar em sala de aula e fora dela, 
que a língua varia tanto quanto a sociedade varia, que existem 
muitas maneiras de dizer a mesma coisa e que todas correspondem 
a usos diferenciados e eficazes dos recursos que o idioma oferece 
a seus falantes. 
3.2 PRECONCEITO RELIGIOSO
A religião é um ponto que traz, e que sempre trouxe à tona, problemas para lidar 
com as diferenças na sociedade. Sempre foi causa de muitas guerras e discordâncias. 
Assim, ao levar essa temática para sala de aula, há que ter cuidado redobrado para que 
situações de intolerância e preconceito não ocorram, visto que esse assunto que pode 
gerar divergências em relação a valores e crenças pessoais dos alunos. 
Por entrar em contato com uma nova cultura, com a diversidade, é importante 
que se incentive e que se pratique a tolerância, que, de acordo com Rodrigues (2013, p. 
212), corresponde em: "respeitar o que se constitui diferentemente de nós, de assumir as 
assimetrias dos pontos de vista étnico e cultural e/ou ideológicos e tentar compreender 
a diferença nos termos mesmos do outro, ou seja, pela sua perspectiva, sem objetificá-lo 
ou subsumi-lo".
A tolerância permite que o aluno possa reconhecer as diferenças e a partir 
disto, construir sua autonomia e saber lidar com as diferenças dos outros, sejam 
elas, individuais ou coletivas. Também, é um meio de guiar o aluno na construção da 
sua identidade, de maneira que lhe conduz a uma convivência social pacífica, com 
pluralidades de opiniões e desta forma, ajudando a despertar a sua consciência cultural. 
174
4 IDEIAS E SUGESTÕES
Todos as facetas culturais que vimos nas unidades anteriores podem ser 
utilizadas nas suas futuras aulas como professor de língua espanhola, pois são 
temáticas, que nos ajudam a conhecer e a nos aproximar mais da cultura e da língua 
estudada. A seguir, algumas ideias e sugestões para o uso dessas temáticas e outras 
estratégias em aula. 
4.1 GÊNEROS TEXTUAIS
A utilização de gêneros textuais em sala de aula está extremamente conectada 
com a cultura e com a sociedade, visto o seu poder comunicativo, como Marcuschi 
(2002, p. 1) aponta:
Já se tornou trivial a ideia de que os gêneros textuais são fenôme-
nos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social. 
Fruto de trabalho coletivo, os gêneros contribuem para ordenar e es-
tabilizar as atividades comunicativas do dia a dia. São entidades só-
cio-discursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer 
situação comunicativa. No entanto, mesmo apresentando alto poder 
preditivo e interpretativo das ações humanas em qualquer contexto 
discursivo, os gêneros não são instrumentos estanques e enrijece-
dores da ação criativa. Caracterizam-se como eventos textuais al-
tamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados a 
necessidades e atividades socioculturais, bem como na relação com 
inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se consi-
derar a quantidades de gêneros textuais hoje existentes em relação 
a sociedades anteriores à comunicação escrita. 
A quantidade de gêneros textuais foram evoluindo com o passar do tempo. 
Inicialmente, nos povos de cultura essencialmente oral havia uma quantidade limitada 
de gêneros. Depois, com a invenção da escrita, essa quantidade foi se multiplicando, 
hoje com a tecnologia eletrônica e digital, com o surgimento de diferentes meios e 
aparatos tecnológicos como: telefone, gravador, rádio, tv, computador, internet e celular, 
vivenciamos o surgimento de novas formas de se comunicar e consequentemente de 
novos gêneros textuais, sendo eles orais e escritos.
Os gêneros textuais surgem, situam-se e integram-se funcional-
mente nas culturas em que se desenvolvem. Caracterizam-se muito 
mais por suas funções comunicativas, cognitivas e institucionais do 
que por suas peculiaridades linguísticas e estruturais (MARCUSCHI, 
2002, p. 20).
Os gêneros são pautados em critérios externos e sociocomunicativos nos 
quais os interlocutores direcionam os seus textos, de acordo com Gulich (1986 apud 
MARCUSCHI 2002):
175
• Canal/meio de comunicação (telefonema, carta, telegrama).
• Critérios formais (conto, discussão, debate, contrato, ata, poema).
• Natureza do conteúdo (piada, prefácio de livro, receita culinária, bula de remédio).
Dessa forma, os gêneros textuais podem ser aplicados na sua aula, como 
professor de língua espanhola, como uma maneira de comunicação e atividade cultural, 
podendo agregar e vincular com temáticas culturais abordadas nesta matéria, e todas 
as outras que fazem parte da cultura hispânica. 
4.2 LITERATURA
Na aprendizagem de uma língua estrangeira a literatura funciona como um 
reflexo de uma época histórica, de um modo de perceber o mundo, ou seja, se trata 
de uma perspectiva cultural, histórica e social, além da linguística da dita língua. Com 
a utilização da literatura nas aulas de línguas estrangeiras, se pode melhorar tanto as 
competências linguísticas dos alunos, quanto despertar seu interesse pela cultura meta 
(VENTURA, 2008).
Os textos literários têm a capacidade de apontar diversos aspectos gramaticais, 
funcionais, comunicativos e culturais, fatores imprescindíveis para uma aula de língua 
espanhola. Assim, a literatura é uma faceta da cultura. Como vimos em tópicos anterio-
res, é um elemento interessante de se trabalhar.
• São materiais didáticos autênticos.
• A produção literária abarca diversidade de registros, recursos linguísticos, e possibi-
lidades expressivas.
• Nas criações literárias como novelas e teatro os personagens, produzem atos de fala 
a partir da experiência cotidiana do uso da linguagem.
• Referencias, conexões e contrastes culturais presentes nos textos.
• Desenvolver o hábito da leitura como recurso para o aperfeiçoamento e ampliação 
linguística.
• Conhecer manifestações artísticas culturais da língua na qual se está aprendendo.
Levar em consideração esses fatores quando você for utilizar os 
gêneros em sala de aula.
IMPORTANTE
176
Entretanto, com uso da literatura temos que levar alguns pontos em consideração 
e com atenção. É importante que não seja utilizado de maneira descontextualizada e 
fragmentada, a escolha da obra tem que refletir os objetivosmetodológicos e linguísticos, 
além de considerar as preferências, contextos e perfis dos alunos. A escolha equivocada 
do material pode causar dificuldade em relação ao vocabulário, tornando-o inadequado 
para aquele momento. 
Nos textos literários em língua estrangeira é importante, também, que apresentem 
uma estrutura sintática clara e próxima ao da fala coloquial, pois apresentam aspectos 
pragmáticos, de conversação e marcadores que estruturam e formam a comunicação 
cotidiana. De maneira que se os textos são muito rebuscados e com estilo linguístico 
complexo, os alunos tomam esses tipos de textos como incompreensíveis e acarreta 
no interesse e significado que lhe é atribuído a língua (VENTURA, 2008). Entretanto, o 
vocabulário que se extrai, que se tem contato na obra literária, tem de ser em um nível 
para que possa contribuir para a extensão do léxico, e que permita que o estudante 
conheça melhor a cultura e a vida de um povo com o qual vai praticar e desenvolver 
suas habilidades comunicativas na língua estrangeira.
Os textos nos direcionam para um caminho determinado no qual é possível 
descobrir muitas situações comunicativas diferentes, provindas de distintas categorias: 
social, econômica e cultural.
Outro ponto que tem que ser levado em consideração é a capacidade do texto 
de surpreender, interagir e envolver o aluno-leitor. Obras atrativas que ofereçam uma 
estrutura aberta e que assim possam ser utilizadas em sala de aula de maneira criativa 
e envolvente, para que ao fim, se possa alcançar a comunicação (VENTURA, 2008).
 
É interessante que sejam desenvolvidas estratégias de compreensão textual 
que possam reverberar em produções orais e escritas e em habilidades de compreensão 
e expressão. Já que se entende que por meio da literatura o aluno se aproxima das 
situações comunicativas que se produzem fora da sala de aula, e assim, gerando um 
maior entendimento do mundo da cultura da língua estrangeira. De acordo com Wessels 
(1997, p. 53 apud VENTURA, 2008, p. 57), "entonces la labor del profesor consiste en 
dar vida a esos diálogos del libro para que los personajes salten de las páginas y sean 
personas de carne y hueso". 
A literatura potencializa o processo nas estratégias de comunicação e facilita 
que o aluno aprenda e adquira a língua, experimentando, comunicando, cooperando, 
negociando, participando e analisando as situações que aparecem no texto. Além disso, 
a literatura nos permite que possa derivar tantas outras atividades a partir dela mesma. 
Entretanto, é você, futuro professor, que vai proporcionar esses momentos para essas 
ações e para essas expressões comunicativas (VENTURA, 2008). A sequência didática 
pode ser uma boa estratégia para essa finalidade.
177
4.3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA
A sequência faz parte do processo de estruturação de uma aula e com o seu 
formato, sendo este dividido em: introdução da aula, a sequência (a divisão da aula e de 
como cada elemento desta divisão se conecta) e o encerramento. 
Como propõe Ventura (2008), ao início de cada aula pode ser um momento 
interessante para refletir e analisar, se adequado, os acontecimentos culturais através da 
oralidade. Os minutos iniciais cumprem a função de introduzir estratégias cognitivas que 
configuram o processo de estruturação de uma aula, de maneira prática e efetiva para 
conquistar um clima favorável em classe. Começar com perguntas que proporcionem a 
utilização de algumas construções linguísticas, como perguntar do fim de semana para 
praticar o passado, ou perguntar o que vão fazer no feriado para praticar o futuro, além 
é claro, de comentar acontecimentos culturais e políticos que possam ter ocorrido nos 
países hispânicos, para recuperar e comentar aspectos culturais do país em questão. 
Além de outras situações espontâneas que podem ser trazidas pelos alunos, trataremos 
dessa questão nas próximas páginas. 
 A sequência didática, assim como outras metodologias ativas, facilita a inserção 
de conteúdos extensos, ou o trabalho com uma obra de literatura já que o conteúdo 
consegue ser trabalhado em várias aulas e segue uma sequência lógica. A passagem 
de uma atividade para outra é um ponto no qual tem que estar bem estruturado, que as 
transações e ganchos feitos favoreçam a fluidez da próxima atividade.
4.4 APRENDIZAGEM BASEADA POR PROJETOS
A aprendizagem baseada por projeto é uma metodologia ativa, a qual:
[...] permite que os alunos confrontem as questões e os problemas 
do mundo real que consideram significativos, determinando, como 
abordá-los e, então, agindo cooperativamente em busca de soluções 
(BARELL, 2010; BARON, 2010; BELLAND; FRENCH; ERTMER, 2009; 
LARMER; MERGENDOLLER, 2010 apud BENDER, 2014, p. 33).
Em outras palavras, essa metodologia permite que os alunos possam traçar 
um caminho até a resolução de determinado problema, ou seja, não consiste em um 
trabalho em uma aula isolada, e sim, este projeto, pode ser dividido em várias etapas 
durantes várias aulas. Isto favorece o ensino da cultura já que muitas temáticas, como 
vimos neste material, podem requerer várias aulas para serem bem trabalhadas e 
aprofundadas. Outra importante consideração é que esses problemas são criados a 
partir de motivações do mundo real, sendo assim, mais um indício para que a cultura 
possa ser trabalhada dentro de sala de aula de maneira contextualizada. 
178
A utilização e projetos também favorece a relação interpessoal dentro de sala de 
aula, já que, ao trabalhar em equipes os alunos desenvolvem habilidades colaborativas, 
além de aumentar a motivação para aprender. As tecnologias digitais desempenham 
um papel decisivo nesta metodologia, o que proporciona mais autonomia e criatividade 
para os alunos. 
A seguir, um quadro retirado da obra Aprendizagem Baseada em Projetos: 
Educação Diferenciada para o Século XXI, de William N. Bender, o qual aponta os 
termos e as etapas para a utilização dessa metodologia. Esse quadro mostrará a você, 
de maneira mais clara, como elaborar um projeto. Observe o quadro já veiculando com 
temáticas culturais que lhe foram apresentadas nesta disciplina e, que você possa vir a 
trabalhar em sala de aula como futuro professor de língua espanhola. 
QUADRO 2 – TEMÁTICAS CULTURAIS
Âncora: Essa é a base para perguntar. Uma âncora serve para fundamentar o ensino 
em um cenário do mundo real. Ela pode ser um artigo de jornal, um vídeo interessante, 
um problema colocado por um político ou grupo de defesa, ou uma apresentação 
multimídia projetada para "preparar o cenário" para o projeto (COGNITION AND 
TECHNOLOGY GROUP AT VANDERBILT, 1992a, 1992b; GRANT, 2002). 
Artefatos: São itens criados ao longo da execução de um projeto e que representam 
possíveis soluções, ou aspectos da solução, para o problema. O termo artefato é 
usado para enfatizar que nem todos os projetos resultam em um relato escrito ou 
em uma apresentação. Os artefatos podem incluí-los, mas também podem abranger 
vídeos digitais, portfólios, podcasts, websites, poemas, músicas ou cantos que 
ilustrem o conteúdo, projetos de arte que resultem do projeto, interpretação de 
papéis ou peças de um único ato que representem soluções de problemas, artigos 
para o jornal da escola ou para jornais locais, relatórios apresentados oralmente para 
vários órgãos governamentais ou para outras organizações e recomendações ou 
diretrizes para ações com relação a certas questões. Em resumo, um artefato pode 
ser praticamente qualquer coisa de que o projeto necessite, dada a expectativa de 
que os artefatos representem coisas necessárias ou usadas no mundo real (GRANT, 
2002). Além disso, na maior parte das instruções de ABP, há ênfase nas habilidades 
do Século XXI, de modo que muitos artefatos envolvem o desenvolvimento ou a 
criação com o uso das tecnologias digitais. 
Desempenho autêntico: Representa a ênfase de que a aprendizagem resultante 
desses projetos deveria se originar de cenários do mundo real e representar os tipos de 
coisas que se espera que os adultos façam no mundoreal (BARELL, 2007). 
179
Brainstorming: O processo de brainstorming pelo qual os alunos passam para 
formular um plano para tarefas de projeto é semelhante a outras atividades de 
brainstorming, em que a meta é produzir o máximo possível de ideias para a resolução 
de tarefas sem descartar, inicialmente, nenhuma delas. Em muitos casos, esse 
processo precisa ser ensinado diretamente aos alunos, já que alguns encontrarão 
problemas nas ideias de outros imediatamente, a menos que sejam devidamente 
instruídos sobre o processo de brainstorming (GRANT, 2002). 
Questão motriz: É a questão principal, que fornece a tarefa geral ou a meta 
declarada para o projeto de ABP. Ela deve ser explicitada de maneira clara e ser 
altamente motivadora; deve ser algo que os alunos considerem significativo e que 
desperte sua paixão (GRANT, 2002; LARMER; MERGENDOLLER, 2010). 
Aprendizagem expedicionária: É uma forma de aprendizagem baseada em projetos 
que envolve a realização de viagens ou expedições reais para várias localizações na 
comunidade relacionadas ao projeto em si. No projeto de amostra apresentado no 
final deste capítulo, pode-se realizar uma expedição até a fazenda real, o cenário 
do corte de cedros, para obter uma contagem verdadeira de cedros, que permitirá 
a conclusão do projeto. De forma alternativa, esse projeto de amostra pode ser 
realizado sem que se faça tal expedição, o que representaria uma experiência de ABP 
mais típica. Na verdade, os professores devem notar que a maioria dos exemplos de 
ABP não são projetos de aprendizagem expedicionária. 
Voz e escolha do aluno: Essa expressão é usada para representar o fato de que 
os alunos devem ter algum poder de decisão (alguns proponentes da ABP diriam 
que eles devem ter o poder exclusivo de decisão) sobre a escolha do projeto e a 
especificação da questão fundamental (LARMER; MERGENDOLLER, 2010). 
Web 2.0.: Recentemente, o termo web 2.0 passou a ser usado para mostrar que a 
instrução baseada nas tecnologias já foi muito além do mero acesso às informações 
pela internet (FERRITER; GARRY, 2010). Mais do que isso, as ferramentas web 2.0 
salientam o fato de que os alunos, ao trabalharem de forma colaborativa em modernos 
ambientes de tecnologia instrucional, na verdade estão criando conhecimento em 
vez de simplesmente usar a tecnologia de forma passiva para adquiri-lo. Dessa 
forma, a web 2.0 não é uma coleção de novas aplicações tecnológicas, mas uma 
forma de utilizar os aplicativos atuais para ajudar os alunos a resolverem problemas 
e a se tornarem contribuintes do conhecimento.
FONTE: Bender (2014, p. 16-17)
180
Para aprofundar seus estudos sobre a aprendizagem baseada 
por projetos, indicamos o livro Aprendizagem baseada em projetos: 
educação diferenciada para o Século XXI, de William N. Bender.
DICA
4.5 TEXTO SOBRE A CULTURA MATERNA
Uma questão importante, na qual você já viu anteriormente, é que de comparar 
a cultura dos alunos com a cultura meta, não há uma comparação de valores, mas uma 
comparação em tentar compreender como se manifestam determinadas ações em di-
ferentes culturas, para uma compreender que não existe o certo ou o errado, e sim, que 
culturas diferentes têm manifestações diferentes. Assim, fazer com que o aluno reflita 
não apenas sobre a cultura alvo, mas sobre a sua própria cultura é um bom caminho a 
ser tomado.
Uma estratégia sugerida por Byrnes (1991 apud SARMENTO, 2004) é analisar 
um texto escrito na língua-alvo, neste caso, na língua espanhola, sobre a nossa própria 
cultura. Dessa maneira, os alunos estariam refletindo a respeito de sua própria prática 
social, para que assim, pudessem desenvolver consciência cultural, além, de conseguir 
perceber as diferenças que são causadas pelas diferentes culturas. 
4.6 FORMAS ESPONTÂNEAS
O ensino da cultura através de forma espontânea de acordo com Stempleski 
(1993 apud SARMENTO, 2004) se baseia nas situações que ocorrem dentro de sala 
de aula, e que não precisam ser necessariamente preparadas com antecedência pelo 
professor. Muitas das situações que ocorrem dentro de sala de aula podem ser utilizadas 
para explorar assuntos de caráter cultural. Sarmento (2004) traz o exemplo de quando 
um aluno espirra, podemos utilizar do momento para falar como devemos nos portar 
dentro da cultural hispânica, o que deveríamos falar, se a pessoa que espirrou precisa 
se desculpar, ou não.
Muitos momentos são ótimos para que os alunos possam conhecer e refletir 
sobre a cultura meta, de maneira que essas informações sejam associadas mais 
facilmente, visto que não foi preciso criar ou imaginar um cenário específico para tratar 
de determinado assunto, já com uma situação espontânea e real, o aprendizado pode 
ser facilitado, visto que foi significante por conta de um momento real de uso da língua. 
181
Todas essas estratégias e metodologias não apenas objetivam a comunicação 
como objetivo, mas também a aprendizagem de maneira autônoma para que os alunos 
se tornem o protagonista e responsável pelo o seu processo. Desta maneira, ele está 
diante de compreender, aceitar e praticar uma nova cultura com a nova língua na qual 
está aprendendo. 
Neste tópico, você viu que a abordagem cultural nas aulas de língua estrangeira 
pode ser feita de várias formas, sejam elas mais ou menos planejadas. Mas que o seu 
ensino é imprescindível, visto que a língua de um determinado povo não está desasso-
ciada de uma determinada cultural, para aprender uma língua, você tem que aprender 
uma cultura. Sendo assim, para ensinar uma língua, tem que se ensinar uma cultura. 
182
LEITURA
COMPLEMENTAR
EL ESTUDIO DE LA LENGUA Y DE LA CULTURA
Pilar Úcar Ventura
Como ya quedó enunciado en el capítulo anterior, la Enseñanza Comunicativa 
mantiene un enfoque unificador en consonancia con las corrientes integradoras del 
estudio de Lengua y Cultura, de ahí que suscribimos las palabras de Villayandre: “Hoy 
se aconseja un tratamiento conjunto e integrado de ambos conceptos con lo que 
eso supone de motivación para los alumnos, pues el estudio de la lengua no puede 
plantearse desligado de las situaciones comunicativas reales y del ámbito con el que 
interactúa el estudiante de manera cotidiana”, a diferencia de lo que se venía haciendo 
desde la segunda mitad del siglo XIX y hasta mediados del siglo XX, centurias en las que 
se enseñaba la cultura de la lengua extranjera (LE) que se aprendía no como algo en 
conexión, sino como una asignatura diferente: cultura francesa, cultura italiana, cultura 
griega y latina o clásica (VILLAYANDRE, 1998, p. 731). 
El Enfoque Comunicativo exige, por lo tanto, la inserción de la propia cultura, más 
que la sola introducción de lo cultural puesto que se trata de una orientación didáctica, 
que tiene muy presente la idea de que hablamos con competencia lingüística, y también 
con competencia extralingüística, es decir, con saberes, ideas y creencias acerca de las 
cosas, de la realidad y del entorno. 
Por lo tanto se debería enseñar la cultura tal y como se manifiesta a través de la 
lengua, pues como ya se deduce de la expresión ‘cultura velada’ (hidden culture) (BYRAM, 
1999), resulta imposible enseñar una lengua sin hacer continua referencia a la cultura de 
sus hablantes, dado que la lengua se refiere implícitamente a la percepción del mundo y 
a los códigos de comportamiento de aquéllos; de ahí que traigamos de nuevo a colación 
lo que ya se ha dicho acerca del papel fundamental de la competencia sociolingüística 
de la que habla Canale, respecto a los muchos estudios realizados sobre la motivación 
de los estudiantes de idiomas. 
Tales estudios concluyen en afirmar que el interés por el pueblo extranjero y su 
cultura facilitan el aprendizaje, mientras que en gran medida, la dificultad para aprender 
un idioma viene de la hostilidad o rechazo que se siente hacia el país o países donde se 
habla esa lengua (CANALE, 1982). 
 
Además, se advierte cómo el hecho de disponer de determinadas pautas 
culturales, genera determinadoscomportamientos comunicativos, y por consiguiente, 
la elección de específicas formas lingüísticas a la hora de programar contenidos y de 
elegir formas didácticas en el proceso de aprendizaje de una segunda lengua. Así 
pues, si se acepta un planteamiento vertebrado referido a lo cultural y a su contenido, 
deberemos partir de la concepción teórica que considera las lenguas hechos de cultura, 
183
actividad que crea y difunde cultura, o en parecidos términos, afirmamos que las lenguas 
constituyen el molde, el medio y la carcasa de prácticas sociales y estructuras mentales 
que nos permiten relacionarnos entre nosotros y con el resto. 
Las lenguas superan el concepto de simples códigos abstractos, de puras 
formas, por lo que no olvidemos que una de las funciones de la segunda lengua (L2) 
la constituye la función interpersonal y comunicativa, dado que la lengua sirve para 
establecer contacto social, para llevar a cabo dicha interacción y coordinar la conducta 
en los encuentros sociales y en las actividades conjuntas. 
A parecidas reflexiones llegó Edward Sapir quien sostenía que una lengua y la 
cultura de sus hablantes no pueden ser analizadas de forma aislada la una de la otra, 
sino que la lengua debe ser vista como una manera de representar la experiencia hu-
mana y de entender el mundo, puesto que los miembros de una comunidad de habla 
comparten sistemas de comportamiento y comprensión que fundamentan su configu-
ración de la realidad. 
Estas construcciones, interpretación de fenómenos objetivos, creencias e 
historias, se conceptualizan, y se expresan a través de la lengua, es decir, que formas 
de referencia y formas de expresión crean un tejido inextricable; como Sapir aseguraba, 
Cultura y Lengua forman un cuerpo único, reflejo independiente de los comportamientos 
sociales e individuales (SAPIR, 1961). 
En similares términos se expresaban Hymes y Gumperz al argumentar que 
los usos de una lengua y sus análisis son inseparables de situaciones sociológicas 
específicas, del origen social de los interlocutores y de identidades y significaciones 
sociales codificadas lingüísticamente. Para el primero, los actos de habla están 
gobernados por normas sociales y lingüísticas, que regulan el contenido comunicativo, 
la forma, el marco de la emisión y sus objetivos extralingüísticos (HYMES, 1974), y el 
segundo sostiene que la lengua real únicamente tiene como vía para presentarse ante 
el estudiante la comunicación espontánea con nativos, sólo posible en un estadio 
avanzado del aprendizaje y en un lugar en que se hable el idioma que se pretende 
adquirir (GUMPERZ, 1976). 
De la misma manera, y como viene siendo aceptado, dentro de la matriz social 
en la cual se adquiere un sistema de gramática, un niño, por ejemplo, adquiere no 
sólo un sistema de uso, referido a personas, lugares, motivos, actitudes y creencias 
relacionados con ellos, sino también patrones de uso en la conversación, tratamientos, 
rutinas y similares, inmersos en una cultura determinada. 
 
En dicha adquisición se encuentra la competencia sociolingüística del niño de 
la que habla Canale; se advierte cómo sus reflexiones redundan en lo apuntado hasta 
ahora: tan importante será la adquisición del sistema o el código de una lengua, como 
el uso que de ese sistema se haga en una situación determinada, de forma que dicho 
uso resulte adecuado a la situación de comunicación (1982); de ahí la necesidad de 
que la enseñanza esté penetrada y conectada con la experiencia vital y personal del 
184
estudiante. Así pues, no podemos obviar el hecho de que uno de los más fuertes 
alicientes deseados por parte de muchos estudiantes que aprenden una segunda o 
tercera lengua es llegar a integrarse como personas en una comunidad. 
Ahora bien, si tenemos en cuenta el concepto de cultura como código social 
compartido, cuyo desconocimiento por parte del alumno pueda ser fuente de conflicto 
y de malas interpretaciones, equívocos o perplejidad, ya que “existen en los pueblos 
algunas formas de actuación –costumbres, ritos, gestos– que les son propias y que 
no aparecen en otras culturas y actos, dotados habitualmente de expresión lingüística, 
compartidos por una mayoría –patrones de comportamiento–o al menos identificados 
en su forma por los miembros de esa comunidad lingüística o cultural, entre quienes 
procediendo de otro ámbito cultural se enfrentan a ellos, además del hecho de ciertas 
actitudes negativas y prejuicios hacia una lengua y hacia su cultura”, se puede deducir 
la capital importancia que el componente cultural desempeña en el estudio y en la 
enseñanza de lenguas extranjeras (CARCEDO, 1998, p. 165). 
Asumimos, pues, que ha de producirse desde el principio un cambio de dichas 
actitudes en el sujeto no sólo como receptor, sino también como emisor, de forma que 
el comportamiento del estudiante sea positivo, ayudado por un autoconvencimiento, 
como oyente, de que va a entender y, como hablante, de que va a ser comprendido 
(COVEY, 1999), ya que las interferencias inter pragmáticas o errores pragmáticos 
ocasionan perjuicios más graves en la comunicación que los errores gramaticales. 
Entendido el error como aquella distorsión o fallo pragmático que daña más la 
imagen social de los interlocutores, porque resulta más difícil de captar y de entender que 
un error gramatical, pues el error pragmático afecta a la sensibilidad del interlocutor, y el 
error gramatical invita al afán cooperativo en la comunicación, para que los estudiantes 
sepan afrontar los contactos con hablantes de esa lengua de manera abierta y positiva, 
pues para alcanzar la competencia intercultural a la que hace referencia el Marco Común 
de Referencia para el Aprendizaje, la Enseñanza y la Evolución de las Lenguas (2001), 
deberán aprender las variaciones culturales entre su lengua materna y la lengua meta 
(LM) y deberán aprender a su vez, a saber comportarse en un contexto pluricultural, o 
lo que es lo mismo, habrán de conocer dicha competencia intercultural como formante 
de una amplia competencia del hablante de una lengua extranjera o de una segunda 
lengua (L2), dotado de la habilidad para actuar de forma adecuada y flexible.
Dicha competencia abarca la sociolingüística y la pragmática pero trasciende 
a ambas, pues tiene un componente cognitivo, de actitud y de destrezas recogido en 
las competencias generales (conocimiento declarativo compuesto por el conocimiento 
del mundo, por el sociocultural y por la conciencia intercultural (saber), las destrezas 
y las habilidades que consisten en la capacidad para relacionar la cultura propia y la 
meta, para utilizar las estrategias adecuadas a fin de establecer contacto con personas 
de la cultura meta y la capacidad de hacer de intermediario entre ambas culturas, de 
abordar malentendidos interculturales y de superar los estereotipos (saber hacer), la 
competencia existencial (saber ser) y la capacidad de aprender (saber aprender), y en 
185
las competencias comunicativas, ambas interrelacionadas y necesarias para el uso de 
la lengua (2001), enfrentarse a acciones y expectativas de personas de otras culturas 
(OLIVERAS, 2000).
Creemos pertinente, por lo tanto, para contrarrestar el choque cultural de los 
estudiantes extranjeros, que el profesor realice una correcta presentación y descripción 
lingüística desde un punto de vista pragmático tanto de la lengua como de la cultura 
para que el fin último de los procesos de enseñanza-aprendizaje, el conocimiento y el 
desarrollo de la receptividad de una lengua y de su cultura, se lleve a buen término; 
el profesor estimulará la curiosidad del estudiante hacia el descubrimiento de lo 
desconocido por lo que de novedad y de praxis pueda tener a la hora de provocar y 
conseguir que el alumno empatice con el resto de miembros que conforman su nueva 
comunidad cultural. 
Al ingresar en un contexto de cultura diferente, cambian los horizontes y los 
marcos de referencia, de ahí que los estudiantes extranjeros pasen, de unmodo abrupto, 
a una situación en que la lengua española emerge des-contextualizada con un único 
interactuante y que, con motivaciones didácticas controla y distorsiona la muestra 
de lengua; así pues, el docente no sólo debe presentar y practicar, sino que además, 
tiene que ayudar al estudiante a anticipar, pronosticar y desactivar las interferencias 
culturales a través del análisis de lo relativo y particular de las diferentes realidades que 
se le ofrecen; y todo ello se ha de realizar por medio de una actitud positiva hacia las 
connotaciones que aportan de nuestra cultura los aprendices, comparando la cultura 
materna con la anfitriona para así evitar malas interpretaciones de la realidad y no 
incurrir en estereotipos o etnocentrismos.
 
Añadiremos, por otro lado, el hecho de la constante información que reciben 
los alumnos; se trata de un input masivo y siempre en reconfiguración para lo cual, 
en muchas ocasiones los estudiantes no siempre tienen categorías de registro e 
interpretación; así pues, necesitan “mentores biculturales” involucrados, que conozcan 
bien los desafíos reales a los que los discentes se enfrentan y ofrezcan materiales de 
apoyo directamente pertinentes a sus necesidades. 
Se trata de conocer el medio y la cultura en la que viven los estudiantes extranjeros 
para recoger los datos empíricos de respaldo y de apoyo a los procesos de enseñanza-
aprendizaje que van desarrollando paulatinamente; por lo tanto, encontramos que la 
labor del profesor de segundas lenguas (L2) va a constituirse en la de un “mediador 
“mediador intercultural” (MORILLAS, 2002).
 
A la vez que la colaboración en el desarrollo de actitudes y valores con respecto 
a la sociedad internacional, como el pluralismo cultural y lingüístico, la aceptación y 
valoración positiva de la diversidad y de la diferencia, el reconocimiento y el respeto 
mutuo (INSTITUTO CERVANTES, 1994).
FONTE: VENTURA, P. Ú. En el aula de lengua y cultura. Espanha: Universidad Pontificia Comillas, 2008. 
p. 61-66.
186
Neste tópico, você aprendeu:
• A cultura não está desvinculada da língua.
• É importante o ensino da cultura na aula de língua estrangeira.
• A abordagem comunicativa pode contribuir para unificação da língua e da cultura.
• É essencial praticar e prezar a ética e o respeito com as novas culturas.
• A utilizar de gêneros textuais voltados à cultura e à comunicação.
• A literatura atua como forma de manifestação sócio histórico cultural.
• Se pode utilizar da sequência didática para trabalhar conteúdos culturais.
• Se pode utilizar da Aprendizagem baseada por projeto para trabalhar conteúdos 
culturais.
• É possível utilizar de texto sobre a cultura materna para refletir sobre a própria cultura.
• É possível utilizar de formas espontâneas para inserir cultura na sala de aula.
RESUMO DO TÓPICO 3
187
AUTOATIVIDADE
1 O ensino de língua estrangeira está completamente atrelado à cultura, visto que a 
língua é o meio pelo qual esta cultura se manifesta. Desta forma, é imprescindível 
que a cultura seja trabalhada nas aulas de LEM, levando em consideração que 
será explorada de maneira significativa e contextualizada com os alunos. Sobre os 
recursos utilizados nas aulas de língua estrangeira para o ensino da cultura, analise 
as seguintes sentenças:
I- A utilização de gêneros textuais é estratégia importantes para as aulas de língua 
estrangeiras pois envolvem de maneira funcional a questão cultural além do caráter 
comunicativa que exerce.
II- A literatura no contexto de ensino de língua estrangeira funciona como um meio 
no qual a literatura se manifesta, e abarca recursos linguísticos, percepções de 
mundo, abarca a história e a sociedade de um povo. 
III- A sequência didática e a aprendizagem baseada em projetos são metodologias nas 
quais facilitam a inserção de culturais, visto que são conteúdos extensos e podem 
ser trabalhados através de uma sequência lógica em várias aulas. 
IV- O ensino da cultura geralmente não ocorre através de formas espontâneas, pois 
para levar essas questões para a dentro da sala de aula tem que ser muito bem 
planejada e preparadas com antecedência por parte do professor. 
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As afirmativas II e IV estão corretas.
b) ( ) As afirmativas II e III estão corretas.
c) ( ) As afirmativas I, II, e III estão corretas. 
d) ( ) Somente a afirmativa I está correta.
2 "Compreendemos a integração da língua e da cultura como fatores dominantes 
no processo ensino-aprendizagem da língua estrangeira (LE), pois acreditamos 
que essa atividade tem como alvo a comunicação dentro de contextos e cenários 
específicos, e que tanto o discurso como a comunicação têm importância vital para a 
caracterização da identidade cultural de um povo" (AGRA; BURGEILE, 2010, p. 16).
Sobre o ensino da cultura nas aulas de língua estrangeiras, classifique V para as 
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
188
( ) Já que a linguagem desempenha um papel social, não é imprescindível que o 
ensino de uma língua estrangeira leve em consideração toda a bagagem cultural e 
histórica daquela sociedade.
( ) O ensino da língua estrangeira não pode ser desvinculado de situações reais de 
comunicação e de uso da língua nos mais diversificados contextos que rodeiam a 
vida dos alunos de da sociedade. 
( ) É importante relacionar a própria cultura do aluno, com a cultura da língua 
estrangeira, para que assim eles possam perceber que nenhuma é superior à outra, 
mas que são lugares distintos, com culturas e costumes distintos. 
( ) Os equívocos gramaticais são mais graves que os pragmáticos, já que quando ocorre 
um equívoco gramatical a comunicação não se estabelece e os interlocutores não 
conseguem sustentar uma comunicação. 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F - V - V – V.
b) ( ) F - V - V – F.
c) ( ) V - V - F – F.
d) ( ) V - V - V – F.
189
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