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Cultura dos Países de Língua Espanhola

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Prévia do material em texto

Espanhola
Prof.ª Claci Inês Schneider
Prof.a Gabriela Marçal Nunes
Prof.a Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo
Cultura dos paísEs 
dE língua
Indaial – 2020
1a Edição
Impresso por:
Elaboração:
Prof.a Claci Inês Schneider
Prof.a Gabriela Marçal Nunes
Prof.a Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo
Copyright © UNIASSELVI 2020
 Revisão, Diagramação e Produção:
Equipe Desenvolvimento de Conteúdos EdTech
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada pela equipe Conteúdos EdTech UNIASSELVI
S358c
Schneider, Claci Inês
Cultura dos países de língua espanhola. / Claci Inês Schneider; 
Gabriela Marçal Nunes; Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2020.
193 p.; il.
ISBN 978-65-5663-099-1
1. História da Espanha. - Brasil. 2. Cultura das regiões hispânicas. 
– Brasil. I. Schneider, Claci Inês. II. Nunes, Gabriela Marçal. III. Policarpo, 
Kadhiny Mendonça de Souza. IV. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 460.7
Somos parte de uma sociedade e, como tal, somos seres 
culturais, pois a cultura faz parte de nossas vidas. Em cada ato, em 
cada costume, em cada prato servido, em cada música, em cada 
passo de dança. Respiramos cultura. Cada povo, cada cidade tem sua 
própria cultura, e a história, as origens de cada região têm muito a ver 
com a cultura que se formou no local. 
O livro de Cultura dos Países de Língua Espanhola foi pensado para proporcionar 
uma breve reflexão sobre as raízes culturais dos países que falam espanhol, alguns 
hábitos culturais e considerações sobre a cultura e o ensino de línguas.
Na Unidade 1 do livro faremos um breve recorrido sobre termos relacionados 
à cultura a fim de compreender do que se trata efetivamente o termo estudado, assim 
como sobre a história da Espanha, da América e da Guiné Equatorial, países que tem o 
espanhol como língua oficial. Também propomos uma reflexão sobre a cultura na escola 
e aspectos que devem ser considerados pelos professores e pela comunidade escolar 
em geral.
Na Unidade 2 nos aprofundaremos mais em diferentes aspectos da cultura 
como folclores, música, dança, gastronomia, costumes, aspectos religiosos, festas 
etc. de diferentes regiões hispânicas. Na Unidade 3, por fim, falaremos de literatura, 
arquitetura, medicina, religião, patrimônios culturais e a cultura em sala de aula.
Há muito por estudar, desejamos que as propostas aqui apresentadas sejam 
úteis para a construção de seu conhecimento e de suas reflexões enquanto futuro 
docente. O tema que estamos estudando é bastante amplo e merece nossa atenção e 
dedicação, por isso, mãos à obra!
Um grande abraço!
Prof.a Claci Inês Schneider
Prof.a Gabriela Marçal Nunes
Prof.a Kadhiny Mendonça de Souza Policarpo
APRESENTAÇÃO
GIO
Olá, eu sou a Gio!
No livro didático, você encontrará blocos com informações 
adicionais – muitas vezes essenciais para o seu entendimento 
acadêmico como um todo. Eu ajudarei você a entender 
melhor o que são essas informações adicionais e por que você 
poderá se beneficiar ao fazer a leitura dessas informações 
durante o estudo do livro. Ela trará informações adicionais 
e outras fontes de conhecimento que complementam o 
assunto estudado em questão.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos 
os acadêmicos desde 2005, é o material-base da disciplina. 
A partir de 2021, além de nossos livros estarem com um 
novo visual – com um formato mais prático, que cabe na 
bolsa e facilita a leitura –, prepare-se para uma jornada 
também digital, em que você pode acompanhar os recursos 
adicionais disponibilizados através dos QR Codes ao longo 
deste livro. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura 
interna foi aperfeiçoada com uma nova diagramação no 
texto, aproveitando ao máximo o espaço da página – o que 
também contribui para diminuir a extração de árvores para 
produção de folhas de papel, por exemplo.
Preocupados com o impacto de ações sobre o meio ambiente, 
apresentamos também este livro no formato digital. Portanto, 
acadêmico, agora você tem a possibilidade de estudar com 
versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.
Preparamos também um novo layout. Diante disso, você 
verá frequentemente o novo visual adquirido. Todos esses 
ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos 
nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, 
para que você, nossa maior prioridade, possa continuar os 
seus estudos com um material atualizado e de qualidade.
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um 
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de 
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar 
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem 
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo 
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira, 
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – 
e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR 
Codes completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite 
que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para 
utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, 
é só aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma 
disciplina e com ela um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conheci-
mento, construímos, além do livro que está em 
suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, 
por meio dela você terá contato com o vídeo 
da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementa-
res, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de 
auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que 
preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
QR CODE
SUMÁRIO
UNIDADE 1 — CULTURA ...........................................................................................1
TÓPICO 1 — CULTURA ............................................................................................. 3
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3
2 CULTURA POPULAR ............................................................................................ 7
2.1 DANÇA .................................................................................................................................... 8
2.2 GASTRONOMIA ...................................................................................................................10
2.3 MÚSICA ................................................................................................................................13
2.4 CINEMA ................................................................................................................................13
2.5 ARTES E LITERATURA .......................................................................................................14
3 CULTURA DE MASSA ......................................................................................... 15
4 CULTURA ERUDITA ............................................................................................ 16
RESUMO DO TÓPICO 1 .......................................................................................... 18
AUTOATIVIDADE ................................................................................................... 19
TÓPICO 2 — FORMAÇÃO CULTURAL .................................................................... 21
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 21
2 ESPANHA ............................................................................................................ 21
2.1 PRIMEIROS HABITANTES .................................................................................................22
2.2 PRIMEIROS HABITANTES DA AMÉRICA ...................................................................... 26
2.2.1 Os Astecas ...................................................................................................................27
2.2.2 Os Maias .....................................................................................................................28
2.2.3 Os Incas ..................................................................................................................... 29
2.2.4 Imigração Europeia para América do Sul no Pós-Colonialismo ...................31
2.2.5 Nações Hispânicas e Seus Símbolos.................................................................. 33
3 PAÍSES DA LÍNGUA ESPANHOLA ......................................................................33
3.1 PORTO RICO ........................................................................................................................34
3.2 EQUADOR ............................................................................................................................34
3.3 O ESPANHOL NA ÁFRICA – GUINÉ EQUATORIAL ......................................................34
4 HINOS E BANDEIRAS .........................................................................................36
5 CULTURA HISPÂNICA ........................................................................................38
5.1 CURIOSIDADES DA ESPANHA ........................................................................................38
5.2 CURIOSIDADES DE HISPANO-AMÉRICA ..................................................................... 39
RESUMO DO TÓPICO 2 ..........................................................................................42
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................43
TÓPICO 3 — CULTURA E EDUCAÇÃO ...................................................................45
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................45
2 CULTURA E EDUCAÇÃO .....................................................................................49
3 A IMPORTÂNCIA DA CULTURA NA ESCOLA ...................................................... 51
4 A PRESENÇA DA CULTURA DA COMUNIDADE NO PPP – PROJETO 
POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA ................................................................53
5 EXEMPLOS DE ATIVIDADES QUE PODERIAM SER TRABALHADAS 
EM SALA DE AULA .............................................................................................54
5.1 EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS ............................................................................................ 55
5.2 COSTUMES ......................................................................................................................... 56
5.3 MÚSICAS E DANÇAS .........................................................................................................57
5.4 TRABALHOS PRÁTICOS ....................................................................................................57
6 A ESCOLA COMO ESPAÇO DE PRODUÇÃO CULTURAL .................................... 57
6.1 FESTIVAL DE TALENTOS ..................................................................................................58
6.2 VARAL LITERÁRIO .............................................................................................................58
6.3 TEATRO NA ESCOLA .........................................................................................................58
6.4 CONCURSO DE POESIAS ................................................................................................ 59
6.5 CIRCO NA ESCOLA ............................................................................................................ 59
6.6 FESTIVAL DA CANÇÃO .................................................................................................... 59
6.7 FEIRA CULTURAL ............................................................................................................... 59
6.8 CONCURSO DE DANÇA/MÚSICA .................................................................................. 59
6.9 DIA DO FOLCLORE ............................................................................................................60
6.10 DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA ......................................................................................60
6.11 DIA DO ÍNDIO .....................................................................................................................60
LEITURA COMPLEMENTAR .................................................................................. 61
RESUMO DO TÓPICO 3 ..........................................................................................64
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................65
UNIDADE 2 — CULTURA POPULAR ...................................................................... 67
TÓPICO 1 — REPRESENTAÇÕES CULTURAIS POPULARES ................................69
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................69
2 FOLCLORE ..........................................................................................................69
2.1 ARGENTINA ............................................................................................................................ 70
2.2 COLÔMBIA ......................................................................................................................... 73
3 ARTE POPULAR.................................................................................................. 75
3.1 MÉXICO ..................................................................................................................................76
3.1.1 Lacas ............................................................................................................................76
3.1.2 Alfarería .......................................................................................................................77
3.2 GUATEMALA ....................................................................................................................... 78
3.2.1 Máscaras .................................................................................................................... 78
3.2.2 Cestas ........................................................................................................................79
3.3 EL SALVADOR ....................................................................................................................80
4 MÚSICA ...............................................................................................................80
5 DANÇA ................................................................................................................86
5.1 TANGO ...................................................................................................................................86
5.2 CUMBIA ...............................................................................................................................88
5.3 MAMBO ................................................................................................................................89
5.4 FLAMENCO .........................................................................................................................90
6 GASTRONOMIA .................................................................................................. 91
RESUMO DO TÓPICO 1 ..........................................................................................94
AUTOATIVIDADE ...................................................................................................95
TÓPICO 2 — FOLCLORE ......................................................................................... 97
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 97
2 CRENÇAS E RELIGIÕES ..................................................................................... 97
3 REZAS E BENZEDURAS ...................................................................................100
4 DITADOS POPULARES .....................................................................................102
5 COSTUMES ......................................................................................................104
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 110
AUTOATIVIDADE .................................................................................................. 111
TÓPICO 3 — FESTAS POPULARES ..................................................................... 113
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 113
2 PATRIMÔNIOS CULTURAIS .............................................................................. 113
2.1 LUTA LIVRE MEXICANA ................................................................................................... 114
2.2 DÍA DE MUERTOS ............................................................................................................. 115
2.3 CARNAVAL DE ORURO ................................................................................................... 116
3 FESTAS REGIONAIS ..........................................................................................117
3.1 LOS SANFERMINES ...........................................................................................................117
3.2 LAS FALLAS ...................................................................................................................... 118
3.3 LA TOMATINA .................................................................................................................... 118
3.4 INTI RAYMI ......................................................................................................................... 119
3.5 FIESTA DE LA VENDIMIA ................................................................................................ 119
3.6 LA MAMA NEGRA ............................................................................................................ 120
4 MÚSICAS FOLCLÓRICAS ................................................................................. 121
5 DANÇAS REGIONAIS ........................................................................................ 123
5.1 CHACARERA .................................................................................................................... 124
5.2 BAILECITO ......................................................................................................................... 124
5.3 DANZÓN E CONGA ...........................................................................................................125
5.4 DIABLITOS ........................................................................................................................ 126
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................ 127
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................130
AUTOATIVIDADE ..................................................................................................131
UNIDADE 3 — CULTURA, PRESERVAÇÃO E ENSINO .........................................133
TÓPICO 1 — CULTURA MULTIFACETADA ........................................................... 135
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 135
2 LITERATURA .................................................................................................... 136
2.1 MIGUEL DE CERVANTES E A ESPANHA .................................................................... 136
2.2 JORGE LUIS BORGES E A ARGENTINA ...................................................................... 138
3 ARQUITETURA .................................................................................................140
3.1 BUENOS AIRES – ARGENTINA ....................................................................................... 141
3.2 BARCELONA – ESPANHA .............................................................................................. 142
4 MEDICINA .........................................................................................................143
4.1 A MEDICINA PREVENTIVA DE CUBA ........................................................................... 144
5 RELIGIÃO ..........................................................................................................145
5.1 O CATOLICISMO NA AMÉRICA ....................................................................................... 146
RESUMO DO TÓPICO 1 ........................................................................................148
AUTOATIVIDADE .................................................................................................149
TÓPICO 2 — PRESERVAÇÃO ................................................................................151
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................151
2 PATRIMÔNIO CULTURAL ................................................................................. 152
3 PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL ........................................................... 153
3.1 PATRIMÔNIO MATERIAL .................................................................................................. 154
3.2 PATRIMÔNIO IMATERIAL ................................................................................................ 154
3.3 PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE ................................................................................... 159
RESUMO DO TÓPICO 2 ........................................................................................ 166
AUTOATIVIDADE ................................................................................................. 167
TÓPICO 3 — SALA DE AULA ................................................................................ 169
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 169
2 CULTURA NA SALA DE AULA ........................................................................... 169
3 ÉTICA E RESPEITO ............................................................................................171
3.1 PRECONCEITO LINGUÍSTICO ..........................................................................................172
3.2 PRECONCEITO RELIGIOSO .............................................................................................173
4 IDEIAS E SUGESTÕES...................................................................................... 174
4.1 GÊNEROS TEXTUAIS ........................................................................................................174
4.2 LITERATURA ......................................................................................................................175
4.3 SEQUÊNCIA DIDÁTICA .................................................................................................... 177
4.4 APRENDIZAGEM BASEADA POR PROJETOS ............................................................ 177
4.5 TEXTO SOBRE A CULTURA MATERNA ........................................................................ 180
4.6 FORMAS ESPONTÂNEAS ............................................................................................... 180
LEITURA COMPLEMENTAR ................................................................................182
RESUMO DO TÓPICO 3 ........................................................................................186
AUTOATIVIDADE .................................................................................................187
REFERÊNCIAS .....................................................................................................189
1
UNIDADE 1 — 
CULTURA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
 A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 identificar	diferentes	definições	do	termo	cultura;
•	 reconhecer	aspectos	relacionados	à	cultura	popular,	de	massa	e	cultura	erudita;
•	 conhecer	a	história	da	Espanha,	América	e	Guiné	Equatorial;
•	 aprender	aspectos	relacionados	à	colonização	espanhola	da	América	e	da	África;
•	 estudar	aspectos	da	imigração	europeia	no	pós-colonialismo;
•	 identificar	 principais	 definições	 de	 termos	 relacionados	 à	 cultura	 como	 identidade	
cultural,	pluralidade,	multicultural	etc.;
•	 refletir	sobre	a	cultura	na	escola	e	a	importância	de	considerá-la	para	preparar	nossas	
aulas	etc.
	 A	cada	tópico	desta	unidade	você	encontrará	autoatividades	com	o	objetivo	de	
reforçar	o	conteúdo	apresentado.
TÓPICO	1	–	CULTURA
TÓPICO	2	–	FORMAÇÃO	CULTURAL
TÓPICO	3	–		CULTURA	E	EDUCAÇÃO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure 
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
CHAMADA
2
CONFIRA 
A TRILHA DA 
UNIDADE 1!
Acesse o 
QR Code abaixo:
3
CULTURA
TÓPICO 1 — UNIDADE 1
	“Um	ser	humano	sem	cultura	seria	apenas	uma	 
monstruosidade	sem	mente”	(GEERTZ,	2008,	p.	50).
1 INTRODUÇÃO
Falar	sobre	cultura	não	é	algo	tão	simples	quanto	parece.	A	palavra	cultura	por	
si	só	é	um	termo	difícil	de	definir	pois	apresenta	diferentes	usos	e	 interpretações,	de	
acordo	com	a	situação,	podendo	substituir	termos	como	mentalidade,	espírito,	tradição	
e	ideologia	(CUCHE,	2002).	A	cultura	também	se	refere	às	artes,	aos	costumes,	assim	
como	também	podemos	dizer	que	ter	cultura	é	ser	letrado,	é	ser	inteligente,	é	ter	acesso	
ao	conhecimento.	Cultura	é	cinema,	livro,	fala,	um	prato	preparado	há	anos	pelas	avós	
do	vilarejo,	uma	cantiga,	uma	renda,	um	artesanato,	uma	pesca,	uma	forma	de	cultivar	
um	fruto	e	demais	coisas	adquiridas,	seja	em	contato	com	a	família	ou	com	a	sociedade	
da	 qual	 fazemos	 parte.	 Cultura	 pode	 ser	 um	mundo	 em	 construção,	 especialmente	
considerando	que	o	constante	contato	entre	as	pessoas	faz	com	que	novas	culturas	
surjam	a	cada	momento,	como	nos	indica	a	figura	a	seguir.	
FIGURA 1 – CULTURA - UMA PALAVRA POLISSÊMICA
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn%3AANd9GcTFl5F0stSi9WlU_
tQEowIOqELtehLPnfG4bLYb5pxhK2VD6TkG>. Acesso em: 25 mar. 2020.
4
A	fim	de	começarmos	a	entender	melhor	o	termo	cultura,	vejamos	a	seguir	as	
definições	de	dois	dicionários,	primeiro	o	da Real Academia Española:
Cultura –Del lat. cultūra.
1. f. cultivo.
2. f. Conjunto de conocimientos que permite a alguien desarrollar su juicio crítico.
3. f. Conjunto de modos de vida y costumbres,  conocimientos y grado de desarrollo artístico, 
científico, industrial, en una época, grupo social etc.
4. f. desus. Culto religioso.
cultura física
1. f. Conjunto de conocimientos sobre gimnasia y deportes, y práctica de ellos, encaminados al 
pleno desarrollo de las facultades corporales.
cultura popular
1. f. Conjunto de las manifestaciones en que se expresa la vida tradicional de un pueblo.
Agora	vejamos	a	definição	do	Dicionário Online de Português:
Cultura
Substantivo	feminino
1.	 Conjunto	dos	hábitos	sociais	e	religiosos,	das	manifestações	intelectuais	e	artísticas,	
que	caracteriza	uma	sociedade:	cultura	inca;	a	cultura	helenística.
2.	 Normas	de	comportamento,	saberes,	hábitos	ou	crenças	que	diferenciam	um	grupo	
de	outro:	provêm	de	culturas	distintas.
3.	 Conjunto	dos	conhecimentos	adquiridos;	instrução:	sujeito	sem	cultura.
4.	 Ação,	efeito	ou	modo	usado	para	tratar	a	terra	ou	as	plantas;	cultivo.
5.	 Terreno	cultivado;	 categoria	de	vegetais	 cultivados:	 a	 cultura	das	flores;	 culturas	
forrageiras.
6.	 Criação	de	certos	animais:	cultura	de	abelhas.
7.	 Expressão	ou	estágio	evolutivo	das	tradições	e	valores	de	uma	região,	num	período	
determinado:	cultura	católica.
8.	 Aplicação	do	espírito	a	uma	coisa:	a	cultura	das	ciências.
9.	 Desenvolvimento	das	faculdades	naturais:	a	cultura	do	espírito.
10.	Apuro,	expressão	de	elegância:	a	cultura	do	estilo.
11.	 Desenvolvimento	de	certas	espécies	microbianas:	caldo	de	cultura.
12.	 Arte	de	utilizar	certas	produções	naturais:	cultura	do	algodão.
Etimologia	(origem	da	palavra	cultura).	Do	latim	cultura.
Optamos	 por	 mostrar	 a	 definição	 de	 dois	 dicionários	 para	 comparar	 o	 que	
ambos	trazem,	pois	nos	pareceu	bastante	interessante	a	diferença	das	duas	entradas,	
reforçando	a	teoria	da	dificuldade	de	definição	do	termo	cultura.	O	dicionário	da	RAE	
traz	apenas	4	acepções	para	a	entrada	cultura,	começando	com	a	entrada	cultivo,	de	
onde	 se	origina	o	 termo	 latino.	Já	o	dicionário	brasileiro	 traz	 12	acepções	que	ainda	
assim	 parecem	 não	 explorar	 devidamente	 a	 amplitude	 da	 palavra	 cultura,	 pois	 há	
acepções	que	se	repetem	em	relação	ao	sentido	de	cultura	quanto	ao	cultivo	da	terra,	
mas	 poderiam	 ter	 explorado	 um	 pouco	mais,	 por	 exemplo	 a	 dicotomia	 civilização	 e	
barbárie	que	sempre	é	tratada	quando	se	fala	de	cultura.	Por	exemplo,	em	Facundo,	de	
5
FIGURA 2 – PLANETA MULTICULTURAL
FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/10/diversidade-cultural.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020
Sarmiento,	que	em	1845,	fala	de	civilização	e	barbárie,	ou	Euclides	da	Cunha,	com	os	
Sertões.	Essa	ideia	de	cultura	como	civilização	era	muito	usada	pela	aristocracia	alemã,	
que	estava	preocupada	“demais	em	 imitar	as	maneiras	civilizadas	da	corte	francesa”	
(CUCHE,	2002,	p.	25).	
O	dicionário	da	RAE,	em	sua	segunda	acepção,	remete	a	cultura	à	questão	do	
conhecimento	e	em	sua	terceira	acepção	faz	uma	grande	misto	de	ideia	em	que	fala	de	
hábitos	costumes,	artes	etc.	O	dicionário	português	pormenoriza	e	dá	exemplos	para	
12	situações	diferentes,	o	que,	para	o	caso	da	 lexicografia,	é	muito	bem	visto,	para	o	
caso	da	semântica	também	nos	parece	interessante	pois	dá	um	leque	amplo	de	opções	
para	o	consulente	que	visa	entender	o	que,	de	fato,	é	cultura.	Sem	contar	que	chama	a	
atenção	o	fato	de	que,	na	organização	das	acepções,	onde	costumeiramente	se	organiza	
por	ordem	de	importância,	no	dicionário	europeu	a	primeira	entrada	é	a	relacionada	ao	
cultivo,	 a	 segunda	ao	conhecimento	e	apenas	a	 terceira	aos	hábitos,	manifestações	
artísticas	etc.	No	dicionário	brasileiro	essa	acepção	é	a	primeira.	Será	isso	já	uma	marca	
cultural?
Assim	como	acontece	com	os	dois	dicionários	cujas	equipes	de	 lexicógrafos	
registram	 a	 referida	 entrada	 de	maneira	 diferente,	 assim	 é	 a	 sociedade	 que	vive	 de	
formas	diferentes,	tem	hábitos	diferentes,	costumes	diferentes,	se	alimenta	diferente,	
vive	 em	 locais	 diferentes,	 tem	 línguas	 diferentes,	 biotipos	 diferentes,	 se	 somos	 tão	
diferentes,	como	esperar	que	nossas	culturas	fossem	iguais?	Marilena	Chauí	(1995,	p.	
81)	afirma	que	“todos	os	indivíduos	e	grupos	são	seres	e	sujeitos	culturais”.	Dessa	forma,	
como	esperar	que	a	cultura	tenha	uma	mesma	definição?	Na	sequência	trataremos	um	
pouco	mais	 sobre	o	 assunto	 sem	desejar	 esgotar	 a	 temática,	 tão	profunda	e	 ampla,	
apenas	 visamos	 aqui	 promover	 algumas	 reflexões	 sobre	 possíveis	 usos	 da	 palavra	
cultura	para	um	maior	entendimento	dentro	de	nossa	proposta	neste	material.	
6
Vejamos	primeiramente	definições	de	alguns	autores	sobre	a	palavra	cultura:
Para	Geertz	 (2008,	p	 .64),	cultura	é:	 “um	padrão	de	significados	transmitido	
historicamente,	 incorporado	em	símbolos,	um	sistema	de	concepções	herdadas	ex-
pressas	em	formas	simbólicas	por	meio	das	quais	os	homens	comunicam,	perpetuam	
e	desenvolvem	seu	conhecimento	e	suas	atividades	em	relação	à	vida”.
Já	Cuche	(2002,	p.	28)	afirma	que	cultura	é	“a	soma	dos	saberes	acumulados	
e	transmitidos	pela	humanidade”	e	mais	a	frente,	na	mesma	página,	afirma	que	é	“um	
conjunto	de	características	artísticas,	intelectuais	e	morais	queconstituem	o	patrimônio	
de	uma	nação”.
Por	 sua	vez,	 Eagleton	 (2005,	 p.184)	 afirma	 que	 a	 cultura	 “não	 é	 unicamente	
aquilo	de	que	vivemos.	Ela	também	é,	em	grande	medida,	aquilo	para	o	que	vivemos.	
Afeto,	 relacionamento,	memória,	parentesco,	 lugar,	comunidade,	 satisfação	emocional,	
prazer	intelectual,	um	sentido	de	significado	último”.
Para	Laraia	 (2009,	p.	68),	 “o	modo	de	ver	o	mundo,	as	apreciações	de	ordem	
moral	e	valorativa,	os	diferentes	comportamentos	sociais	e	mesmo	as	posturas	corporais	
são	assim	produtos	de	uma	herança	cultural,	ou	seja,	o	resultado	da	operação	de	uma	
determinada	cultura”.
Para	 finalizar	 nossa	 lista	 de	 definições	 teóricas,	 trazemos	 Zygmund	 Bauman	
(2012,	 p.	 141),	 que	 define	 cultura	 como	 “um	 sistema	 de	 significação	 e	 uma	 de	 suas	
funções	 universalmente	 admitidas	 é	 ordenar	 o	 ambiente	 humano	 e	 padronizar	 as	
relações	entre	os	homens”.
Como	vemos,	as	definições	apresentadas,	apesar	de	diferentes,	todas	convergem	
para	um	mesmo	sentido,	de	que	a	cultura	humana	tem	relação	direta	com	os	hábitos,	
as	 emoções	 e	 valores	morais	 e	 comportamentais	 que	 regem	 nossa	 sociedade.	 Tem	
relação	ao	conhecimento,	ao	 intelecto,	à	memória	e	às	emoções	e	passa	de	geração	
para	geração.	
Através	 da	 cultura	 optamos,	 expressamos,	 escolhemos,	 questionamos,	
significamos.	A	cultura	abrange	as	reações	de	um	indivíduo,	sendo	que	essas	reações	
são	afetadas	diretamente	pelos	hábitos	e	reações	do	grupo	com	o	qual	ele	convive,	com	
os	hábitos	dos	indivíduos	os	quais	ele	tem	contato	e	como	vivemos	em	uma	sociedade	
cada	vez	mais	globalizada,	onde	as	pessoas	viajam,	passam	a	morar	em	outros	lugares,	
esses	 costumes,	 esses	 hábitos	 passam	a	 ter	 contato	 com	outros	 hábitos	 e	 assim	 a	
cultura	vai	se	transformando.
7
No	 entanto,	 cabe	 um	 parêntese	 sobre	 as	 intolerâncias.	 Infelizmente	 ainda	
vivemos	em	um	mundo	em	que	apesar	da	diversidade	cultural,	apesar	da	globalização,	
do	contato	 tão	amplo	que	as	pessoas	 têm	com	culturas	 tão	diferentes,	 ainda	existe	
muitas	 formas	 de	 não	 aceitação	 cultural.	 Esse	 “choque”	 cultural	 pode	 existir	 pela	
distância	cultural	que	há,	por	exemplo	para	nossa	cultura	ocidental	é	muito	chocante	
saber	que	há	culturas	em	que	é	comum	o	consumo	se	animais	como	cachorro,	insetos	
como	a	barata,	tarântulas,	formigas,	escorpiões	etc.	Do	mesmo	modo	para	os	hindus	é	
assustador	saber	que	nós	consumimos	a	carne	da	vaca,	para	eles	um	animal	sagrado.	
Além	 da	 distância	 cultural	 há	 as	 desavenças,	 especialmente	 entre	 povos	 e	 tribos.	
Podemos	falar	facilmente	de	tribos	africanas	que	lutam	entre	si	por	anos	por	desavenças	
e	rixas	culturais,	brigas	religiosas	etc.	Muitos	são	os	casos	de	grupos	culturais	diferentes	
que	não	se	aceitam	e	que	pregam	o	ódio	entre	si,	causando	lutas,	desavenças,	guerras,	
mortes	e	acreditamos	que	há	lugar	para	todos.	Pois	como	já	foi	dito	anteriormente,	todos	
somos	seres	culturais	e	não	há	uma	cultura	melhor	ou	superior.	Tudo	está	evoluindo,	em	
adaptação.
Vistas	várias	formas	de	definição	da	palavra	cultura	agora	conheceremos	algumas	
possibilidades	de	classificar	este	termo,	que	pode	ser	chamado	de	cultura	popular,	de	
massa,	erudita,	subcultura,	contracultura,	subalterna,	material	ou	imaterial	etc.	Vejamos	
a	seguir	um	pouco	mais	de	cada	uma	dessas	classes	ou	categorias	de	cultura	(é	muito	
comum	a	subdivisão	de	cultura	em	cultura	popular,	de	massa	e	erudita.	Acreditamos	que	
seja	 importante	 conhecer	 as	 definições	 destes	 termos,	mas	 não	 desejamos	 de	 forma	
alguma	ressaltar	qualquer	forma	de	discurso	elitista	que	possa	ocorrer):	
2 CULTURA POPULAR
Assim	como	acontecem	com	o	termo	cultura,	não	é	fácil	determinar	o	que	é	
cultura	popular,	pois	esta	se	confunde	com	cultura	de	massa.	O	próprio	dicionário	do	
IPHAN	(Instituto	de	Patrimônio	Histórico	e	Artístico	Nacional)	aborda	a	dificuldade	de	
diferenciar	os	dois	termos,	mas	podemos	dizer	que	cultura	popular	é	aquela	produzida	
pelo	povo,	para	o	povo,	em	oposição	à	clássica	ou	erudita,	que	alcança	apenas	a	poucos.	
Existe	a	presença	de	 regionalismos,	 ou	 seja,	 atividades	culturais	 regionais.	Surge	de	
pessoas	que	não	precisam	ter	estudo	aprofundado	ou	técnicas	esperadas	como	ocorre	
com	a	cultura	erudita.
Caso você tenha interesse a respeito do dicionário do IPHAN, acesse 
o link: http://portal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural.
DICA
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A	cultura	popular,	se	comparada	com	a	erudita,	por	exemplo,	é	considerada	mais	
simples	e	espontânea,	criada	a	partir	de	representações	de	atividades	típicas	do	dia	a	
dia	do	povo	de	determinada	região	ou	grupo.	No	litoral	de	Santa	Catarina,	por	exemplo,	
existe	uma	tradição	muito	comum,	a	tradição	do	Boi	de	Mamão,	uma	atividade	folclórica	
preservada	 na	 ilha	 de	 Florianópolis	 desde	 a	 chegada	 dos	 colonizadores	 europeus	 e	
muito	apreciada	pelos	moradores	locais	(mais	a	diante	será	retomada).
2.1 DANÇA
A	dança	é	uma	das	expressões	culturais	e	religiosas	mais	antigas	da	humanidade,	
acompanhada	da	música,	do	movimento	corporal	expressando	sentimentos,	e	como	
forma	de	comunicação	ritualística	também.	A	dança,	com	o	passar	do	tempo	sempre	
teve	um	olhar	que	esteve	entre	o	sagrado	e	o	profano,	mas	nunca	deixou	de	existir	e	
nunca	deixou	de	evoluir.	Com	ela,	podemos	contar	uma	história,	podemos	emocionar,	
podemos	 registrar	fatos	históricos.	A	dança	se	torna	uma	forma	de	 resgate	histórico	
cultural,	pode	ser	também	uma	terapia,	uma	forma	de	cultivar	amizades	etc.	
Há	muitos	tipos	de	dança	e	formas	de	dançar,	vejamos	uma	possível	classificação:
QUADRO 1 – TIPOS DE DANÇA
FONTE: <https://www.todamateria.com.br/o-que-e-danca/>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Forma Origem Finalidade
Danças	solo	-	quando	o	
dançarino	se	apresenta	
desacompanhado.
Danças	folclóricas	-	como	
Bumba	meu	boi,	frevo,	
maracatu,	carimbó.
Dança	performática	-	como	o	
balé,	dança	contemporânea,	
sapateado,	flamenco	etc.
Danças	em	dupla	-	danças	de	
casais,	como	tango,	samba,	
forró,	valsa,	entre	outras.
Danças	cerimoniais	-	como	
algumas	danças	circulares,	
danças	indígenas	etc.
Dança	social	-	como	a	dança	
de	salão.
Danças	em	grupo	-	quando	
várias	pessoas	compõem	
uma	coreografia,	como	nas	
danças	circulares,	sapateado	
etc.
Danças	étnicas	-	quando	são	
de	um	lugar	específico.
Dança	religiosa	-	como	a	
dança	sufi.
Por	outro	lado,	há	danças	que	representam	a	cultura	e	a	história	local,	resgatando	
ações	e	costumes	locais.	Um	bom	exemplo	é	o	Boi	de	Mamão.	Vamos	saber	um	pouco	
mais	sobre	essa	tradição	catarinense,	no	recorte	a	seguir:
9
Boi de Mamão A	dança	do	Boi	de	Mamão	é	a	brincadeira	mais	cultivada	e,	por	
isso	mesmo,	a	mais	apreciada	dança	folclórica	da	região.	Sendo	uma	das	tradições	
folclóricas	mais	 antigas	 de	Santa	Catarina,	 principalmente	nas	 regiões	 litorâneas,	
recebendo	maior	destaque	entre	o	Natal	e	o	Carnaval.	Inicialmente,	o	Boi	de	Mamão	
era	denominado	de	O	Folguedo	do	Boi	Falso	ou	Boi	de	Pano	da	Ilha	de	Santa	Catarina	
e,	somente	na	década	de	1930,	 recebe	o	nome	atual.	 Isso	porque	as	crianças,	na	
falta	do	crânio	original,	usaram	um	mamão	para	fazer	a	cabeça	do	boi.	Mas	ainda	há	
algumas	divergências	no	que	diz	 respeito	à	origem	do	nome.	Diferentemente	das	
outras	brincadeiras	que	foram	trazidas	à	Ilha	de	Santa	Catarina	pelos	açorianos,	o	Boi	
de	Mamão	é	uma	tradição	comum	a	outros	estados	brasileiros,	apresenta	diversas	
variações,	com	tipos	diferentes	de	apresentação,	mas	semelhantes	na	oralidade	de	
sua	história.	Muitas	semelhanças	são	vistas	entre	o	Boi	de	Mamão	e	o	Boi	Bumbá,	
ou	 o	 Bumba	Meu	 Boi,	 todavia,	 para	 conhecer	 a	 verdadeira	 origem	 da	 tradição,	 é	
preciso	recorrer	à	Europa,	em	uma	região	chamada	Galícia,	que,	ao	sul,	limita-se	com	
Portugal.	Galícia	é	uma	comunidade	autônoma	espanhola,	onde	foram	registradas	 
as	primeiras	referências	do	costume.
FONTE: <https://guiafloripa.com.br/cultura/folclore/brincadeira-boi-de-mamao>. Acesso em: 25 mar. 2020.
FIGURA 3 – BOI DE MAMÃO DE SANTA CATARINA
FONTE:<http://www.engeplus.com.br/cache/noticia/0126/0126917/unesc-recebe-palestra-sobre-
cultura-popular-de-santa-catarina.jpg?t=20181128085134>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Outro	exemplo,	para	irmos	um	pouco	à	cultura	hispano-americana,	é	o	tradicional	
carnaval	da	cidade	de	Putre,	no	Chile.	Cidade	pequena,	mas	com	uma	grande	tradição	
no	carnaval.	A	propósito,	há	vários	lugares	em	que	o	carnaval	é	comemorado	no	mundo	
hispânico.
El	 carnaval	 de	 Putre	 –	 uma	 tradição	 cultural	 andina,	 o	 carnaval	 da	 cidade	
chilena	de	Putre.	É	um	povoado	rural	que	na	época	de	carnaval	festeja	por	uma	semana	
“ressuscitando”	 um	 boneco	 de	 palha	 chamado	 “El	 Abuelo	 Carnavalón”	 que	 animará	
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FIGURA 4 – CARNAVAL DE PUTRE
FONTE: <https://www.flickr.com/photos/marcell_claassen/32092812883/>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Isso	por	dar	 alguns	exemplos,	mas	não	há	como	falar	 em	danças	de	origem	
hispânica	 e	 não	 lembrar	 do	 tango,	 do	 flamenco,	 da	 salsa,	 da	 rumba,	 do	 bolero,	 do	
pasodoble,	da	achata,	do	merengue,	do	chá-chá-chá,	do	atual	reggaeton,	entre	outros.
2.2 GASTRONOMIA
Outro	elemento	que	caracteriza	muito	a	cultura	de	um	povo	é	a	sua	alimentação.	
No	 Brasil,	 por	 exemplo,	 nossa	 alimentação	 é	 base	 de	 feijão	 e	 arroz.	 Na	Argentina	 o	
acompanhamento	base	das	refeições	é	a	batata	inglesa,	a	base	da	culinária	mexicana	
é	 o	milho,	 o	 feijão	 e	 a	 pimenta,	 na	maioria	 dos	países	hispânicos	 é	muito	 comum	o	
acompanhamento	dos	pães	nas	refeições.	
Quando	 falamos	 em	 pratos	 típicos	 da	 comida	 hispânica	 alguns	 pratos	 são	
conhecidos,	como	o	asado	argentino,	o	guacamole,	a	paella	etc.,	porém	há	muito	mais	
além	disso.	Agora	vamos	falar	apenas	um	pouco	sobre	isso.
Um	país	que	tem	a	língua	espanhola	como	língua	oficial	e	que	é	pouco	conhe-
cido	é	a	Guiné	Equatorial,	um	dos	menores	países	da	África.	A	base	de	sua	culinária	
são	a	mandioca,	a	batata	e	a	banana,	em	virtude	disso,	o	prato	que	traremos	para	vo-
cês	faz	parte	do	dia	a	dia	da	população,	ou	como	café	da	manhã	ou	como	sobremesa:	 
el akwadu.
Na	 sequência	 vamos	 conhecer	 um	 pouco	 sobre	 a	 história	 do	 akwadu,	 esse	
prato	típico	da	Guiné	Equatorial,	à	base	de	banana.
a	festa	por	uma	semana	a	fim	de	trazer	um	bom	ano	para	a	região,	 rogando	por	boa	
produção	agrícola	para	o	povoado.	Apesar	de	ser	um	povoado	bem	pequeno,	a	festa	
parece	ser	grande	e	bem	animada.
11
FIGURA 5 – EL AKWADU DE GUINÉ EQUATORIAL
FONTE: <https://www.196flavors.com/wp-content/uploads/2013/06/AKWADU-GUINEE-EQUATORIALE.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
EL AKWADU
Hay	dos	formas	de	cocinarlo:	con	y	sin	la	cáscara	del	plátano.	Como	es	una	
receta	muy	rápida,	decidí	probar	ambos	métodos.	Se	puede	preparar	con	la	banana	
clásica	o	plátano	macho.
Yo	elegí	el	plátano	macho	para	la	versión	con	cáscara,	pensando	que	dado	
que	es	más	firme,	sería	más	adecuado	para	cocinar.	Tendré	que	probar	la	versión	sin	
piel	en	otro	momento.	Realmente,	me	gustó	más	el	resultado	final	y	el	sabor	con	la	
banana	clásica	y	sin	la	cáscara,	por	supuesto.	¡Es	cuestión	de	gusto!
También	hay	un	método	de	cocción	menos	común:	a	la	parrilla.	Esta	versión	
consiste	en	macerar	los	plátanos	en	todos	los	ingredientes,	antes	de	asarlos	en	la	
parrilla	y	servirlos	calientes	después	de	verter	el	adobo	por	encima.
La banana
La	banana	es	una	de	las	frutas	más	populares	del	mundo.	Se	cultiva	en	la	
mayor	parte	del	mundo,	con	plantaciones	en	al	menos	107	países.
La	banana,	con	una	producción	anual	de	más	de	130	millones	de	toneladas,	
es	 un	 alimento	 de	 gran	 importancia	 en	 todo	 el	mundo.	 Con	 casi	 30	millones	 de	
toneladas,	India	es	el	mayor	productor	mundial,	mientras	que	los	países	de	América	
Latina	dominan	el	comercio	internacional	de	banano.	En	el	África	subsahariana,	esta	
fruta	es	el	principal	contribuyente	a	una	dieta	saludable	para	más	de	100	millones	
de	personas.
12
Después	de	India,	el	segundo	mayor	productor	es	Uganda,	que	anualmente	
exporta	 solo	 el	 10%	 de	 su	 producción,	 mientras	 que	 América	 Latina	 y	 el	 Caribe	
representan	el	70%	de	las	exportaciones	mundiales	de	banana.
¿Cuál	es	la	diferencia	entre	una	banana	y	un	plátano	macho?
La	banana	clásica	es	dulce	y	se	consume	principalmente	cruda,	como	una	
fruta,	mientras	que	el	plátano	macho	es	principalmente	almidón	hasta	que	madura,	
se	cuece	o	se	procesa.
Los	plátanos	macho	son	similares	a	los	plátanos	verdes,	pero	son	más	largos,	
más	gruesos	y	tienen	una	piel	dura.	Se	vuelven	negros	cuando	están	maduros.	A	
diferencia	de	las	bananas	amarillas	tiernas,	que	a	menudo	simplemente	se	pelan	y	
se	comen	crudas,	 los	plátanos	machos	se	cocinan	siempre	antes	de	comerlos,	ya	
sea	en	sopas	y	guisos,	al	horno	o	fritos.	El	plátano	macho	es	un	alimento	básico	de	la	
cocina	caribeña	y	del	oeste	de	África.	Tiene	una	pulpa	amarilla	o	rosa.
Las	bananas	clásicas	son	dulces	con	una	cáscara	de	color	amarillo	brillante	
que	se	pela	antes	de	comer.	Tienen	una	consistencia	suave.
La	banana	es	un	 ingrediente	 común	en	muchas	 recetas	de	 tortas,	 jugos,	
batidos	y	se	usa	a	menudo	como	espesante.
Las	bananas,	y	especialmente	los	plátanos	macho,	se	venden	en	diferentes	
etapas	de	madurez,	cada	uno	con	su	uso	culinario	asociado.	Los	plátanos	verdes	
se	cocinan	a	consciencia,	quedando	 ligeramente	dorados	y	tiernos	después	de	 la	
cocción,	mientras	que	 los	plátanos	maduros	 se	 caramelizan.	 Los	plátanos	verdes	
también	se	pueden	usar	para	espesar	sopas	y	guisos.
Para	pelar	una	banana	solo	hay	que	agrietar	el	tallo	y	tirar	de	la	cáscara.	Pelar	
un	plátano	macho	es	más	complicado.	Primero	se	cortan	los	extremos	y	después	el	
plátano	se	corta	en	trozos	con	la	cáscara	puesta.	La	cáscara	de	cada	pedazo	se	saca,	
una	por	una.
La	banana	y	el	plátano	macho	tienen	un	valor	nutricional	similar.	Un	plátano	
macho	tiene	solo	alrededor	de	5	calorías	de	grasa	y	es	bajo	en	colesterol	y	sodio.	
Una	banana	clásica	cruda	contiene	unas	seis	calorías	de	grasa.	Son	muy	buenas	
fuentes	de	vitamina	C,	vitamina	B6	y	manganeso.	Ambos	son	ricos	en	fibra,	potasio	
y	vitaminas	esenciales.
¡El	akwadu	es	delicioso	y	extremadamente	fácil	de	preparar!
FONTE: <https://www.196flavors.com/es/guinea-ecuatorial-akwadu/>. Acesso em: 25 mar. 2020.
13
2.3 MÚSICA 
Assim	 como	 a	 dança	 e	 a	 comida,	 a	 música	 é	 um	 grande	 representante	 da	
cultura	popular,	e	cada	país,	cada	região	tem	suas	particularidades	culturais,	vamos	falar	
um	pouco	aqui	sobre	a	música	andina.	É	muito	similar	em	toda	a	região	que	permeia	
os	Andes,	é	tocada	com	instrumentos	típicos	da	região,	como	a	zampoña,	a	ocarina,	o	
charango,	todos	de	origem	inca.	Alguns	desses	instrumentos	imitam	sons	de	pássaros,	
outros	eram	usados	como	meios	de	comunicação	entre	eles	no	meio	da	selva,	como	a	
ocarina,	que	é	uma	espécie	de	flauta	usada	em	um	cordão	amarrado	ao	pescoço.
Os	 ritmos	musicais	mais	 comuns	da	música	andina	é	o	bambuco, torbellino, 
guabina, rajaleña, sanjuanero, guaneña, bunde tolimense, caña, cañabrava, vueltas 
antioqueñas, fandanguillo criollo, pasillo, danza criolla e música guasca.	Há	também	as	
danças	mais	comuns,	mais	apreciadas,	mas	varia	um	pouco	de	acordo	com	o	país,	por	
exemplo,	no	Peru	é	o	huayno	e	a	marinera,	já	na	Bolívia	o	Tinku	etc.
2.4 CINEMA 
A	 sétima	 arte	 tem	 sido	 muito	 bem	 representada	 ao	 logo	 dos	 anos	 pelos	
hispânicos,	seja	por	bons	atores	como	Antônio	Banderas,	Penélope	Cruz,	Javier	Barden,	
Salma	Hayek,	Ricardo	Darín,	Gael	García	Bernal,	Jennifer	Lopes,	Benício	del	Toro,	Pedro	
Pascal,	Sofía	Vergara,	por	citar	alguns,	seja	por	cineastas	como	nada	menos	que	Pedro	
Almodóvar	e	também	Luis	Buñuel.	
O	cinema	espanhol	tem	uma	longa	tradição	de	sucesso	já	assegurada	e	seus	
atores	 reconhecidos	 pela	 imponente	 indústria	 Hollywoodiana,	 assim	 como	 filmes	 de	
excelente	qualidade,	bem	recebidos	e	diretores	premiados.	O	mesmo	ocorre	em	relação	
a	muitos	atores	da	América	Espanhola.	Um	dos	últimos	nomes	a	encher	os	olhos	de	
Hollywood	foi	o	do	argentino	Darín,	que	tem	sido	sinônimo	de	sucesso,	tendo	rendido	
Originalmente,a música andina era tocada apenas com instrumentos de 
sopro e percussão, com a chegada dos espanhóis foram introduzidos 
instrumentos de corda.
A música andina é tradicionalmente reconhecida por imitar o som dos 
pássaros e da natureza, tendo a presença sempre marcante das flautas 
traz um sentimento de paz em sua melodia. Tem como representante 
supremo a canção El Condor Pasa, lançada em 1966, e considerada como 
o segundo hino do Peru.
NOTA
14
o	Oscar	de	melhor	filme	estrangeiro	a	El secreto de sus ojos	em	2009.	A	Argentina	já	
produziu	muitos	 filmes	 de	 excelente	 qualidade,	 assim	 como	 a	 Colômbia	 já	 teve	 seu	
boom	cinematográfico.	A	América	 é	 um	berço	 de	 boas	 produções,	 lamentavelmente	
falta	muitas	vezes	o	aporte	financeiro.
2.5 ARTES E LITERATURA
No	 campo	 das	 artes,	 de	 um	 modo	 em	 geral,	 temos	 também	 muitos	 bons	
representantes	no	mundo	hispânico.	Já	 falamos	brevemente	da	música,	mas	podemos	
citar	aqui	tenores	de	 relevância	mundial	como	Plácido	Domingo	ou	Montserrat	Caballet.	
Das	Artes	Plásticas,	figuras	como	Pablo	Picasso,	Salvador	Dalí,	Joan	Miró	etc.	Arquitetos	
como	Antoni	Gaudí.	Na	América	temos	Frida	Kahlo,	Fernando	Botero,	Diego	Rivera	etc.	
O	mesmo	vale	para	o	campo	da	literatura.	Tanto	na	Europa	como	na	América	
Espanhola	 temos	exemplos	de	excelentes	autores,	 como	Miguel	de	Cervantes,	Juan	
Rulfo,	Carlos	Fuentes,	Isabel	Allende,	Pablo	Neruda,	Julio	Cortazar,	Jorge	Luiz	Borges,	
Gabriel	Garcia	Márquez,	Vargas	Llosa,	Pío	Baroja,	Miguel	de	Unamuno,	Alejo	Carpentier,	
Valle	Inclán,	Roa	Bastos,	Ana	Maria	Matute,	Juan	Carlos	Onetti,	Octavio	Paz,	entre	tantos	
outros	de	incomensurável	qualidade.		
Nossa	literatura	já	recebeu	inúmeros	prêmios	e	reconhecimentos	entre	eles	o	
Nobel	de	literatura,	acompanhe	a	lista:
•	 2010	Mario	Vargas	Llosa	–	Peru
•	 1992	Derek	Walcott	–	Santa	Lucía,	Caribe
•	 1990	Octavio	Paz	–	México
•	 1989	Camilo	José	Cela	–	Espanha
•	 1982	Gabriel	García	Márquez	–	Colômbia
•	 1977Vicente	Aleixandre	–	Espanha
•	 1971	Pablo	Neruda	–	Chile
•	 1967	Miguel	Ángel	Asturias	–	Guatemala
•	 1956	Juan	Ramón	Jiménez	–	Espanha
•	 1945	Gabriela	Mistral	–	Chile
•	 1922	Jacinto	Benavente	–	Espanha
•	 1904	José	Echegaray	-	Espanha
 
Há	muito	o	que	falar	sobre	a	cultura	popular,	nas	próximas	unidades	retomaremos	
o	assunto.	Agora	falaremos	um	pouco	sobre	cultura	de	massa.
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3 CULTURA DE MASSA
Quando	falamos	de	massa	estamos	falando	do	povo,	das	pessoas	sem	distinção	
social,	étnica,	etária,	sexual	etc.	São	as	pessoas	tratadas	em	pé	de	igualdade,	mas	em	
geral	no	contexto	de	comunicação	de	massa.	Os	meios	de	comunicação	de	massa	são	
os	meios	de	comunicação	que	chegam	até	esse	povo,	ou	seja,	há	esse	grande	número	
de	pessoas.	Seria	a	mídia	aberta,	como	rádio,	televisão,	jornais,	revistas	etc.	
Por	sua	vez	a	Cultura	de	massa	é	um	termo	usado	geralmente	por	esses	meios	
de	comunicação	para	popularizar	gêneros	culturais	que	não	são	pensados	para	grupos	
específicos,	 como	 a	 cultura	 sertaneja,	 que	 originalmente	 era	 voltada	 às	 pessoas	 do	
campo,	ou	ao	funk	que	era	voltado	às	pessoas	do	gueto,	 ou	o	 samba,	enfim,	estilos	
músicas	que	tinham	um	nicho	e	que	acabaram	se	popularizando.	A	cultura	de	massa	é	
mais	mercantil,	um	gênero	moderno	criado	através	de	tendências	e	modas	e	vendido	
para	a	massa.
Um	dos	grandes	objetivos	da	cultura	de	massa	é	a	venda	de	um	produto,	seja	
um	produto	cultural	ou	não.	As	modas	lançadas	em	filmes,	novelas,	clipes	de	músicas	
sempre	são	tendências	a	seres	seguidas	pelas	pessoas,	a	roupa,	o	carro,	os	acessórios,	
as	cores,	a	casa,	a	porta,	os	móveis,	tudo	será	influenciado	por	aquilo	que	as	mídias	de	
massa	decidirem.		E	isso	não	é	algo	atual,	é	algo	que	ocorre	há	tempos.	Vejamos	o	que	
nos	diz	Mafalda	em	seu	cómic:
FIGURA 6 – CULTURA DE MASSA
FONTE: <https://sapatilhando.files.wordpress.com/2009/02/mafalda-aindanc3a3osabemos.jpg?w=300>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
E	sobre	a	cultura	erudita,	o	que	você	sabe?
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4 CULTURA ERUDITA
A	cultura	erudita	é	aquela	que	evidencia	uma	elaboração	técnica	maior,	advinda	
do	 estudo	 de	 teorias,	 investigações	 acadêmicas	mais	 elaboradas,	 elitizadas	 e	 críticas.	
Em	virtude	 destas	 características	 a	 cultura	 erudita	 possui	 um	público	 geralmente	mais	
restrito,	normalmente	as	classes	mais	abastadas	ou	pessoas	que	possuem	um	nível	
de	 instrução	maior	pois	essa	arte	requer	maior	conhecimento	do	público	consumidor	
sendo	conhecida	como	a	cultura	das	elites.
O	termo	erudito	surgiu	na	Europa,	no	Século	XVIII	em	oposição	à	cultura	popular.	
Basicamente	a	cultura	erudita	é	observada	nas	artes	plásticas,	no	cinema,	na	música	e	na	
literatura.	Obras	de	artes	de	artistas	renomados	como	Picasso	ou	da	Vinci,	compositores	
como	Beethoven	e	Mozart	estão	entre	os	principais	nomes	da	música	clássica,	que	por	
sua	especificidade	é	um	dos	mais	conhecidos	exemplos	de	arte	erudita.
Apesar	de	ser	apreciada	apenas	por	um	grupo	restrito	de	pessoas,	visa	ser	a	
mais	bela	expressão	das	artes.
FIGURA 7 – CULTURA ERUDITA
FONTE: <https://www.cruzeirofm.com.br/wp-content/uploads/2018/05/orquestra.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
Além	das	outras	já	citadas,	existem	outros	tipos	de	cultura.	Podemos	citar:	
• Subcultura –	é	o	uso	de	elementos	de	uma	cultura	em	virtude	da	 identidade	do	
grupo	social	que	ela	representa,	em	geral	um	grupo	que	se	difere	da	cultura	à	qual	
pertence	 sem	 se	 afastar	 de	 todo.	 Em	 geral	 compartilham	 de	 características	 em	
comum	como	cor	da	roupa,	penteados,	dialetos.
• Contracultura ou Cultura Marginal –	 a	 cultura	 marginal	 é	 aquela	 que	 não	 se	
adequa	à	modismos,	que	prefere	seguir	seu	estilo,	ouvir	seus	LPs.	Não	está	dentro	
dos	padrões,	tenta	ser	original.	Surgiu	nos	anos	50	com	a	geração	Beat,	buscando	se	
libertar	dos	movimentos	da	cultura	padrão.	
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• Cultura Subalterna –	aquela	que	não	é	moda,	não	é	reconhecida.
• Cultura/Patrimônio material ou imaterial –	em	1922,	Ogburn	propõe	a	divisão	da	
cultura	em	material	e	imaterial,	sendo	a	material	a	parte	física,	os	animais,	plantas,	
artefatos,	 estabelecimentos,	 o	 design	 (arquitetura	 e	 configuração	 de	 objetos,	 de	
pedras	a	objetos	mais	refinados).	A	cultura	imaterial	inclui	os	significados	atribuídos	às	
crenças,	valores,	símbolos,	linguagens,	normas,	instituições	e	organizações	sociais.
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Neste tópico, você aprendeu:
•	 O	termo	cultura	é	importante	e	que	merece	a	nossa	atenção.
•	 Cultura	popular	é	a	cultura	produzida	pelo	povo,	estando	incluídas	dança,	gastronomia,	
música,	cinema,	literatura	e	arte	etc.
•	 A	cultura	de	massa	é	o	termo	usado	pelos	meios	de	comunicação	para	influenciar	a	
massa.
•	 A	cultura	erudita	é	aquela	que	evidencia	uma	formação	maior	e	com	isso	possui	um	
público	mais	restrito.
•	 Há	ainda,	dentro	da	cultura	humana	a	subcultura,	a	contracultura	ou	cultura	marginal,	
a	cultura	subalterna,	entre	outras	formas	de	classificá-la.
•	 Compreender	que	a	cultura	pode	ser	salvaguardada	como	bem	material	ou	imaterial,	
como	forma	de	preservação.
RESUMO DO TÓPICO 1
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AUTOATIVIDADE
1	 Leia	o	trecho:
 
Fatores	culturais	exercem	influência	no	comportamento	da	população
PORQUE
 
A	 cultura	 consiste	 no	 conjunto	 compartilhado	 de	valores	 e	 crenças	 duradouras	 que	
caracterizam	e	distinguem	grupos	sociais.
A	respeito	dessas	duas	afirmações,	é	CORRETO	afirmar	que:
a)	 (			)	 As	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	não	justifica	a	primeira.
b)	 (			)	 As	duas	afirmações	são	verdadeiras,	e	a	segunda	justifica	a	primeira.
c)	 (			)	 A	primeira	afirmação	é	verdadeira,	e	a	segunda	é	falsa.	
d)	 (			)	 A	primeira	afirmação	é	falsa,	e	a	segunda	é	verdadeira.
2	 Cultura	de	massa	é	um	termo	usado	como	sinônimo	da	chamada	indústria	cultural.	
Sobre	a	Cultura	de	massa,	marque	V	para	verdadeiro	e	F	para	Falso:
a)	 (			)	 Cultura	de	massa	se	refere	ao	cultivo	de	massas	e	macarrões;
b)	 (			)	 Essa	referência	à	massa	é	uma	referência	ao	povo,	para	colocar	a	todos	em	pé	de	
igualdade.
c)	 (			)	 Cultura	de	massa	se	refere	aos	meios	de	comunicaçãoque	dirigem	ao	povo;
d)	 (			)	 Cultura	de	massa	se	refere	ao	povo	sem	mensagens	específicas.
3	 Cultura	erudita	é	sinônimo	de	música	clássica.	Arte	restrita	a	poucas	pessoas.	Sobre	
a	cultura	erudita,	marque	V	para	verdadeiro	e	F	para	Falso:
a)	 (			)	 É	o	tipo	de	cultura	que	exige	mais	conhecimento.
b)	 (			)	 Tem	um	público	não	tão	seleto.
c)	 (			)	 Os	principais	representantes	são	Beethoven	e	Mozart.
d)	 (			)	 Visa	ser	a	mais	bela	expressão	da	arte.
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FORMAÇÃO CULTURAL
UNIDADE 1 TÓPICO 2 — 
1 INTRODUÇÃO
Como	vimos,	falar	de	cultura	não	é	algo	assim	tão	simples,	pois	
depende	do	entendimento	de	cultura	que	tenhamos.	E	se	pensarmos	
na	 formação	 cultural	 de	 uma	 nação,	 muito	mais	 complexo,	 porque	
cada	 caso	 é	 um	 caso.	 Cada	 país	 tem	 uma	 formação	 cultural,	 cada	
estado	desse	país	tem	suas	particularidades,	cada	 região,	cada	vila.	
Isso	se	dá	porque	cada	local	é	formado	por	um	grupo	de	pessoas	que	é	originário	de	uma	
região,	com	hábitos	e	costumes	próprios	e	passa	a	ter	contato	com	pessoas	que	são	
originárias	(ou	até	nativas)	de	outras	regiões,	com	outros	hábitos,	com	outros	costumes.	
Realmente	é	muito	difícil	estabelecer	normas,	tudo	depende	da	história	de	cada	lugar.
Neste	segundo	tópico	buscaremos	 justamente	falar	um	pouco	sobre	a	formação	
cultural	dos	países	que	têm	a	língua	espanhola	como	língua	oficial,	não	todos	e	nem	de	
forma	profunda	pois	não	é	de	um	tratado.	O	que	buscamos	aqui	é	lançar	uma	semente	
no	sentido	de	valorização	cultural,	de	que	conheçamos	um	pouco	sobre	os	países	da	
cultura	que	ensinamos	a	nossos	alunos.	Como	se	dará	a	escolha	dos	países?	De	forma	
aleatória	 de	modo	 a	 tratar	 dos	 países	mais	 conhecidos,	 como	a	Espanha	 até	 países	
menos	conhecidos	como	Guinea Ecuatorial	 e	El	 Salvador,	 por	 exemplo.	Acreditamos	
que	é	 importante	conhecer	a	história	para	entender	a	cultura,	por	 isso	propomos	um	
recorrido	 ao	 passado,	 pois,	 como	 mencionamos	 anteriormente,	 tudo	 depende	 da	
história,	precisamos	conhecê-la	minimamente.		Começamos?
2 ESPANHA
Espanha	é	uma	nação	muito	conhecida,	especialmente	por	se	tratar,	no	caso	
da	língua	espanhola,	do	país	colonizador,	aquele	que	levou	e	leva	a	língua	espanhola	ao	
resto	do	mundo.	É	um	país	muito	rico	cultural	e	historicamente,	e	cuja	história	remonta	
há	muitos	 e	muitos	 séculos	 atrás.	A	 história	 do	mundo	 passa	 também	 pela	 história	
da	 Espanha	 e	muito	 ainda	 temos	no	 país,	 dessa	 história,	 para	 poder	 apreciar,	 como	
castelos,	casas	etc.	Vale	a	pena	ressaltar	que	é	um	país	ainda	regido	por	monarquia,	
sendo	a	quinta	principal	economia	da	Europa.
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Comecemos	olhando	para	 o	mapa.	 Espanha	 é	 um	país	 pequeno,	 da	Europa,	
dividido	atualmente	em	cerca	de	16	comunidades	autônomas	e	com	4	línguas	oficiais	
(no	passado	eram	mais,	elas	seguem	sendo	faladas	no	país,	mas	perderam	o	status	de	
oficial).	Aqui	já	podemos	respirar	uma	diversidade	cultural	imensa,	mas	conheçamos	um	
pouco	mais	 sobre	esse	país,	 sua	história,	pois	conhecendo	suas	 raízes	entenderemos	 
um	pouco	mais	sobre	essa	pluricultura	que	ele	exala.	
FIGURA 8 – ESPANHA
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/ma/pa/mapadaespanha2-cke.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
2.1 PRIMEIROS HABITANTES
A	 Espanha	 é	 um	 país	 que	 teve	 sua	 origem	 na	 junção	 de	 diferentes	 reinos	
medievais,	como	o	reino	de	Castilla	y	León,	Castilla	y	La	Mancha.	O	reino	de	Castilla,	ou	
Castela,	é	o	ponto	de	origem	da	língua	espanhola,	razão	pela	qual	o	espanhol	também	é	
chamado	de	castelhano	muitas	vezes.
Há	registros	humanos	na	região	da	atual	Espanha	desde	a	pré-história,	como	as	
artes	rupestres	na	gruta	de	Altamira,	na	Cantábria.		Muito	mais	tarde,	houve	a	chegada	
das	tribos	 indo-europeias,	como	os	celtas	ou	fenícios	à	algumas	 regiões	da	Península	
Ibérica.	Esses	habitantes	originários	viviam	em	cavernas,	caçavam,	viviam	da	coleta	de	
frutos,	como	os	povos	nômades	de	então.
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FIGURA 9 – PRIMEIROS HABITANTES DA PENÍNSULA IBÉRICA
FONTE: <https://revistadehistoria.es/wp-content/uploads/2014/12/apaleoli.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
O	que	hoje	conhecemos	como	Espanha,	no	passado	era	a	Hispania	ou	Ibéria,	
estamos	 falando	 do	 período	 pré-romano,	 romano	 e	 pós	 romano.	 Pois	 bem,	 de	 uma	
maneira	breve	e	resumida,	a	história	do	país	é	essa:	Roma	está	decidida	a	dominar	o	que	
eles	conhecem	do	mundo	e	fica	sabendo	de	uma	região	chamada	Hispania,	decidem	
“invadir	e	conquistar”.	Roma	ganha	e	os	escraviza.	Com	o	passar	dos	anos,	Roma	cai	e	
é	dominada	pelos	povos	bárbaros,	os	visigodos,	e	com	isso	há	o	contato	com	as	línguas	
bárbaras.	Mais	adiante	vêm	os	árabes	e	expulsam	os	bárbaros,	dominando	a	região	por	
mais	de	700	anos,	o	que	deixou	um	grande	legado	linguístico	na	região,	como	as	palavras	
começadas	por	AL	 (inclusive	no	português)	como:	alcohol,	alhambra,	álgebra.	Surge	
então	o	movimento	La Reconquista,	quando	os	nativos	se	organizam	para	expulsar	os	
árabes,	vale	lembrar	que	nessa	época	a	Espanha	não	era	um	país,	era	um	conjunto	de	
reinados,	como	León,	Navarra,	Aragón,	Castilla	etc.	Reinados	que	isolados	eram	fracos.	
O	Rei	Fernando	de	Aragão	decide	estrategicamente	casar-se	com	a	 rainha	 Isabel	de	
Castela,	unindo	assim	os	dois	maiores	reinos	da	Espanha,	Navarra	pede	para	entrar	na	
união	dos	estados.	Em	1492,	finalmente	há	a	queda	de	Granada,	com	isso	a	Espanha	
consegue	expulsar	os	árabes	do	país.	A	seguir,	vejamos	uma	herança	cultural	desses	
tempos	que	está	presente	ainda	hoje	entre	nós.
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Moros y Cristianos
Em Cuba, há um prato típico a base de arroz e feijão, onde o arroz é um prato do cotidiano 
de praticamente todos os lares das pessoas, chamado “Moros y Cristianos” e esse prato 
recebe esse nome em referência direta à época da dominação árabe na Espanha.
Os Moros (feijões pretos) são os árabes, pessoas de cor negra, e os Cristianos (arroz) 
são os espanhóis, pessoas de cor branca. O prato é justamente a união do arroz e do 
feijão em um único prato, representando o embate das duas crenças durante mais de 700 
anos. É comum que seja servido no Festival de San Jorge, que terminam com encenações 
de batalhas com os cristãos sobre cavalos lutando com muçulmanos em camelos e os 
derrotando. 
FIGURA – MOROS Y CRISTIANOS 
FONTE: <http://twixar.me/55sm>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
INTERESSANTE
Tantos	anos	de	dominação	moçárabe,	como	vimos	nos	exemplos	dados	sobre	a	
língua,	deixaram	heranças	diversas	pelo	país,	seja	na	arquitetura,	na	comida,	na	dança	
etc.	Se	consideramos	a	formação	do	país,	durante	tantos	anos	de	conquistas	e	evolução,	
confrontos,	 ataques,	 invasões,	 e	 diversas	 outras	 formas	 de	 contato,	 as	 línguas	 dos	
reinos	da	Espanha	tiveram	muitas	influências.	A	maioria	das	palavras	do	espanhol,	por	
exemplo,	deriva	do	latim,	mas	há	muita	influência	árabe,	há	palavras	de	origens	gregas,	
celtas	e	Euskera,	por	causa	de	invasão	dos	visigodos	temos	a	presença	de	palavras	de	
origem	germânicas	assim	como	a	relação	da	Espanha	com	suas	colônias	trouxe	outros	
termos	ao	vocabulário	europeu,	de	modo	a	ampliar	e	enriquecer	o	vocabulário	da	língua	
espanhola.	Em	virtude	dessa	grandeza	de	vocabulário	e	falantes,	em	1713	surge	a	RAE	–	
Real	Academia	Española,	que	passa	a	estudar	e	registrar	o	espanhol.	Passando	pouco	a	
pouco	a	reconhecer	e	a	valorizar	a	língua	dos	países	fora	da	Espanha	também.
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Por uma questão semelhante ao que acontece com o português, 
o conquistador, a fim de carimbar seu poderio histórico, mantém 
a nomenclatura que aproxima a língua mais ao nome do país, por 
tanto, espanhol é o termo preferido para a Espanha e o termo 
castelhano tem sido cada vez menos indicado.
NOTA
O	mesmo	que	ocorre	com	a	língua	se	dá	no	âmbito	cultural.	A	riqueza	cultural	
do	mundo	hispânico	é	imensa,	mesmo	se	nos	detemos	apenas	na	Espanha.	Pois	em	um	
país	do	tamanho	do	Rio	Grande	do	Sul,	para	nós	brasileiros	termos	uma	ideia,	onde	há	
16	comunidades	autônomas.	
Espanha,	 apesar	 do	 tamanho	geográfico/físico	 reduzido	 sempre	 foi	 gigante	 em	
muitos	aspectos.Segundo	o	Instituto	Cervantes,	hoje	são	21	países	falam	o	espanhol	
como	língua	oficial,	com	isso,	são	cerca	de	500	milhões	de	falantes,	sendo	o	segundo	
mais	falando	no	mundo	e	o	mais	importante	em	questões	econômicas.	Ou	seja,	a	an-
tiga	Hispania,	um	dia	conquistada	e	dominada	por	outros	reinos	passou	a	conquistar	e	
dominar.	Mais	a	frente	falaremos	mais	das	conquistas	e	dos	países	conquistados	pelas	
Espanha,	mas	cabe	agora	ressaltar	que	este	pequeno	reino,	mesmo	subdividido	inter-
namente	fez	e	faz	história.	É	um	país	um	desenvolvido	tecnologicamente,	 referência	
nos	esportes,	na	cultura,	tem	suas	marcas	importantes	na	história,	com	muitos	e	rele-
vantes	artistas	como	Dali,	Picasso,	Miró,	entre	outros;	tem	nada	menos	que	Cervantes	
e	Dom	Quijote	de	La	Mancha	como	representante	máximo	da	literatura;	por	ter	muitos	
castelos	e	construções	medievais	entre	outros	pontos	a	serem	visitados	é	um	roteiro	
imperdível	de	turismo.
Mais	ou	menos	na	época	em	que	os	árabes	são	expulsos	da	Espanha	o	italiano	
Cristóvão	 Colombo	 recebe	 apoio	 da	 coroa	 espanhola	 para	 chegar	 às	 Índias,	 como	
sabemos,	na	realidade	ele	chega	à	América	e	não	às	Índias.	Essa	“descoberta”	alimenta	
a	Espanha	por	muito	tempo,	tanto	em	relação	a	metais	preciosos,	quanto	em	relação	
a	alimentos,	especiarias	e	mesmo	à	literatura	com	relatos	históricos,	e	trazendo	novas	
colônias	aos	conquistadores	europeus.	Conheçamos	brevemente	um	pouco	mais	de	
América	então.	
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2.2 PRIMEIROS HABITANTES DA AMÉRICA 
A	chegada	dos	conquistadores	à	América	ocorre	em	12	de	outubro	de	
1492,	com	a	chegada	de	Cristóvão	Colombo	ao	chamado	Novo	Mundo,	
as	Antilhas,	que	é	a	primeira	parte	a	ser	explorada	pelos	espanhóis.	
Além	das	especiarias,	buscavam	encontram	metais	preciosos,	mas	
não	 encontram	 nada	 mais	 que	 uma	 população	 de	 nativos,	 nessa	
região	que	nada	tinha	a	oferecer	de	interessante.	Infelizmente	foi	um	
período	desolador	para	as	populações	nativas	que	foram	dizimadas,	
ou	pelas	doenças	ou	pela	mão	opressora	do	conquistador	que	não	
teve	dó	e	matou	o	que	viu	pela	frente,	conforme	muitos	relatos	de	
Frei	Bartalomé	de	Las	Casas	(LAS	CASAS,	2011,	p.	27-28).	
Sobre	esses	cordeiros	tão	dóceis	(os	nativos),	tão	qualificados	e	dotados	pelo	
seu	Criador	como	se	disse,	os	espanhóis	se	arremessaram	no	mesmo	instante	como	le-
ões	e	tigres	cruéis,	há	muito	tempo	esfaimados,	de	quarenta	anos	para	cá,	e	ainda	hoje	
em	dia,	outra	cousa	não	fazem	ali	senão	despedaçar,	matar,	afligir,	atormentar	e	destruir	
esse	povo	por	estranhas	crueldades	(como	vos	farei	ver	depois);	de	tal	sorte	que	de	três	
milhões	de	almas	que	havia	na	ilha	Espanhola	e	que	nós	vimos,	não	há	hoje	de	seus	
naturais	habitantes	nem	duzentas	pessoas.	A	ilha	de	Cuba	está	hoje	como	deserta.	A	
ilha	de	São	João	e	a	de	Jamaica,	ambas	muito	grandes	e	muito	férteis,	estão	desoladas.
A	seguir	estão	as	rotas	das	viagens	que	Colombo	fez	com	intenção	de	chegar	às	
Índias,	mas	sempre	chegou	a	diferentes	partes	da	América	Central.
FIGURA 10 – AS VIAGENS DE COLOMBO
FONTE: <https://bit.ly/2GkRnM9>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Porém,	 em	 novas	 expedições	 outros	 conquistadores	 encontram	 civilizações	
maiores,	mais	evoluídas,	como	as	maias	e	as	astecas	e,	posteriormente,	as	incas,	que	
foram	escravizadas	e	aniquiladas.	A	partir	de	agora	conheceremos	um	pouco	mais	de	
cada	um	desses	povos.
27
2.2.1 Os Astecas
Também	chamado	de	Mexica	o	povo	Asteca	se	originou	da	aliança	de	diferentes	
povos	da	América	Central,	dentre	eles	estavam	os	Mexicas,	os	Acolhua	e	os	Astecas	
onde	os	últimos	se	destacaram	impondo	seus	costumes	e	sua	língua,	o	Náhuatl.	Eram	
nômades,	mas	em	uma	época	difícil	de	seca	receberam	a	mensagem	dos	deuses	que	
deveriam	se	estabelecer	em	um	local	em	que	avistassem	uma	serpente	devorando	uma	
cobra	em	um	nopal,	um	cacto	comum	na	região.	Eram	um	povo	muito	ligado	a	essas	
crendices	e,	em	dado	momento	de	sua	peregrinação	é	avistada,	em	uma	ilha	dentro	do	
lago	Texcoco,	uma	águia	devorando	a	uma	serpente	enquanto	está	pousada	em	um	
nopal.	Haviam	encontrado	seu	lar,	Tenochtitlán,	que	futuramente	dará	origem	à	Cidade	
do	México.
Essa	ilha	era	pequena	e	pantanosa,	com	isso	os	astecas	precisaram	desenvol-
ver	estratégias	para	poder	construir	e	criar	sua	cidade.	Foi	um	povo	muito	desenvolvido,	
criando	aquedutos,	represas,	estradas,	sistemas	de	irrigação	e	outras	tecnologias	bas-
tante	avançadas	para	a	época.
FIGURA 11 – A CRIAÇÃO DO MÉXICO
FONTE: <https://www.mexicodesconocido.com.mx/wp-content/uploads/2018/01/escudo_nacional_
mexicano.jpg>. Acesso em: 25 mar. 2020.
A lenda da criação de Tenochtitlán, que posteriormente seria a Cidade 
do México e, futuramente o próprio México, aparece no Escudo Nacional 
da Bandeira mexicana. Neste escudo podemos ver nada menos que a 
representação da lenda da águia e da serpente no nopal, na pequena 
ilha pantanosa, rodeada de água. São detalhes sobre a importância da 
história do povo para a manutenção de suas raízes.
NOTA
28
Com	a	Chegada	de	Hernán	Cortés	à	região	em	1519	o	Império	asteca	começa	
seu	descenso.	Os	espanhóis	se	aliaram	aos	grupos	inimigos	dos	astecas	e	assim,	mesmo	
com	resistência	em	1521	o	império	asteca	sucumbiu.
2.2.2 Os Maias
Os	 maias	 derivam	 da	 cultura	 Olmeca,	 havendo	 teorias	 que	 afirmam	 que	 na	
verdade	 que	 houve	 contato	 intercultural	 entre	maias	 e	 olmecas,	 nada	 comprovado.	
Edificaram	 cidades	 estado	 dirigidas	 por	 governos	 hereditários,	 esses	 centros	 se	
multiplicaram	rapidamente	 razão	pela	qual	criaram	uma	rede	eficaz	de	caminhos.	As	
cidades	foram	construídas	em	torno	a	enormes	centros	cerimoniais,	edifícios	públicos	
etc.	Tinham	um	considerável	conhecimento	de	arquitetura,	mas	não	faziam	abóbadas,	
não	usavam	a	roda	e	não	tinham	animais	de	tração.	Tinham	o	sistema	de	escrita	mais	
sofisticado	da	América,	um	elevado	conhecimento	matemático,	pois	descobriram	o	zero	
e	um	alto	conhecimento	de	astronomia.	Em	dado	período	da	história	migram	do	sul,	
abandonando	sua	cidade	(por	motivos	desconhecidos)	e	fundando	outras	cidades	mais	
ao	norte,	sofrendo	influência	tolteca	do	centro	do	México.	Nessa	época	havia	o	culto	à	
serpente	emplumada,	Kukulkan,	que	aparece	na	majestosa	pirâmide	de	Chichén	Itzá,	
sacrifícios	humanos	em	massa	e	diferentes	formas	artísticas.	A	seguir,	verifique	uma	
representação	da	cena	do	filme	Apocalypto	de	Mel	Gibson,	que	retrata	os	episódios	de	
sacrifícios	humanos.
FIGURA 12 – CENA DO FILME APOCALYPTO
FONTE: <https://aosugo.files.wordpress.com/2008/03/apocalypto21.jpg?w=730>. Acesso: 25 mar. 2020.
Assim	como	acontece	com	os	astecas,	a	civilização	maia	chega	ao	fim	de	seus	
dias	de	glória.	Ficam	na	história,	visíveis	até	hoje,	muitos	resquícios	desta	rica	cultura,	
muitos	descendentes,	a	língua	e	heranças	culturais	podem	facilmente	ser	percebidas	
no	país.	
29
2.2.3 Os Incas
A	 região	 dos	 Andes	 tem	 registros	 de	 grupos	 humanos	 de	 cerca	 de	 4500	
anos	a.C.	Os	chavín,	que	seria	o	grupo	predecessor	aos	Incas,	também	chamados	de	
Quéchuas,	 que	 dominaram	 a	 região	mais	 ou	menos	 desde	 o	 ano	 1000/1200	 a.C.	 O	
governo	era	teocrático	onde	o	 imperador	era	visto	como	descendente	direto	do	deus	
sol.	Tinha	poderes	irrestritos	podendo	decidir	até	sobre	a	vida	pessoal	de	cada	indivíduo.	
O	Reino	 Inca	 foi	 grandioso	 em	extensão	 territorial,	 indo	da	 cordilheira	 dos	Andes	no	
oeste	da	Argentina	ao	Equador,	 tendo	como	a	capital	 do	 império	Cusco	 (que	 significa	
na	língua	quéchua	o	umbigo	do	mundo).	Tinha	grande	amplitude	de	estradas,	com	isso	
era	característica	uma	grande	diversidade	de	culturas,	pois	se	calculava	que	pudessem	
chegar	a	algo	como	seis	ou	dez	milhões	de	habitantes,	utilizando-se	de	muitos	idiomas	
diferentes,	entre	eles	o	quéchua	ou	quíchua.	A	base	da	economia	era	a	agricultura,	tendo	
também	conhecimentos	desenvolvidos	na	área	da	medicina,	 da	música,	 entre	outros.	
Como	viviam	na	área	andina,	 precisaram	desenvolver	 seu	conhecimento	agrícola,	 sua	
tecnologia	é	bastante	avançada,	 inclusive	no	que	se	 refere	aosistema	de	 irrigação.	A	
seguir,	veremos	um	exemplo	dos	terraços,	espaços	criados	pelos	incas,	por	volta	do	ano	
1400,	onde	o	terreno	se	mantém	mais	úmido	e	mais	quente,	favorecendo	o	cultivo.
FIGURA 13 – AGRICULTURA INCA
FONTE: <https://img.brasildefato.com.br/media/512db75cbd4b9ab226550dd10a666356.jpg>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
A	decadência	do	Império	Inca	se	deu,	assim	como	com	os	Astecas	e	Maias,	pela	
chegada	dos	colonizadores	espanhóis,	liderados	por	Pizarro,	entre	1525	e	1533.	
Estes	 são	 exemplos	 das	 3	 maiores	 civilizações	 da	 América,	 que	 mesmo	
perdendo	quase	que	totalmente	seu	espaço	deixaram	uma	grande	herança	cultural	por	
onde	passaram.	Esses	não	foram	as	únicas	 influências	da	cultura	hispânica	da	América.	
Vejamos	um	esquema	que	nos	dá	uma	ideia	da	abrangência	dos	Impérios	Asteca,	Maia	
e	 Inca,	a	presença	de	outros	povos	 indígenas,	assim	como	um	esquema	da	chegada	 
dos	espanhóis.
30
FIGURA 14 – OS MAIORES IMPÉRIOS PRÉ-HISPÂNICOS
FONTE: <http://3.bp.blogspot.com/-jTyX0cu_Q5A/VDNm4nMe7uI/AAAAAAAAAPA/7KstBXalAjw/s1600/
Mapa%2BConquista%2Bda%2BAm%C3%A9rica.gif>. Acesso em: 25 mar. 2020.
31
2.2.4 Imigração Europeia para América do Sul no 
Pós-Colonialismo
Depois	 da	 chegada	 dos	 espanhóis,	 se	 dá	 início	 ao	 processo	 de	 colonização,	
quando	 são	 estabelecidos	 na	 América	 os	 vice-reinos.	 São	 cerca	 de	 300	 anos	 de	
exploração	e	de	miscigenação	até	que	a	partir	do	Século	XVIII	comecem	a	ocorrer	as	
independências	 dos	 territórios	 que	 vieram	 a	 formar	 os	 países	 da	 América,	 pouco	 a	
pouco.	Mais	tarde	começam	a	chegar	as	ondas	de	imigrantes	vindas	da	Europa.	Foram,	
assim	como	ocorreu	no	Brasil,	de	grande	 importância	para	a	formação	do	país,	tanto	
economicamente,	 quanto	 culturalmente:	 “as	 grandes	migrações	 transoceânicas	 dos	
Séculos	XIX	e	XX	constituem	 [...]	 um	aspecto	do	movimento	demográfico	da	Europa	
em	que	a	urbanização	e	a	industrialização	desempenham	papel	relevante”	(PETRONE,	
1997,	p.	95).	Em	1880,	a	população	argentina,	por	exemplo,	era	relativamente	pequena,	
mas	havia	chegado	cerca	de	440	mil	 imigrantes	europeus,	em	1914	 já	eram	30%	da	
população	 (KLEIN,	2000).	Para	os	governos	americanos	a	vinda	dos	europeus	era	de	
suma	 importância,	 tanto	pelo	final	 da	 escravidão	e	 consequente	 término	da	mão	de	
obra	 escrava,	 como	 por	 acreditar	 na	 vinda	 de	 “europeus	 culturalmente	 superiores”	
(SANCHEZ-ALONSO,	2007,	p.	398),	o	que	contribuiria	para	o	desenvolvimento	do	país.	
Famílias	 inteiras	 vinham	 à	 América,	 em	 busca	 de	 melhores	 condições	 de	
vida,	muitas	a	trabalhar	no	campo,	para	desbravar	áreas	não	habitadas	ainda.	A	vinda	
dessas	famílias,	com	sua	cultura,	hábitos,	costumes.	Ao	encontrar-se,	fusionar-se	com	
os	moradores	 locais	 formaram	 novos	 hábitos,	 adaptando	 o	 que	 traziam	 com	 o	 que	
encontravam	e	assim	contribuíam	para	a	formação	da	cultura	americana.	Os	imigrantes,	
em	 grande	 maioria	 alemães	 e	 italianos,	 chegados	 entre	 1850	 e	 1900	 são	 a	 grande	
massa	obreira	que	compôs	a	população,	especialmente	do	Brasil	e	da	Argentina,	onde	
chegaram	em	número	mais	expressivo.	A	seguir,	veremos	uma	imagem	de	um	grupo	de	
agricultores,	imigrantes	europeus.
Acesse o link a seguir para visitar o Museu da Imigração, de São Paulo, 
onde há um vasto acervo digital: http://museudaimigracao.org.br/.
Ainda, assim como em Buenos Aires, há o museu da imigração narra 
a história de espanhóis e italianos: http://untref.edu.ar/muntref/es/
museo-de-la-inmigracion/.
DICA
32
FIGURA 15 – IMIGRAÇÃO EUROPEIA
FONTE: <https://bit.ly/2t7GVVa>. Acesso em: 25 mar. 2020.
Em	outras	 regiões,	 como	Caribe,	 assim	como	ocorreu	na	 região	nordeste	do	
Brasil	 a	migração	europeia	não	 foi	 tão	considerável,	mas	há	 sim	um	número	grande	
de	africanos	que	compôs	a	população	e	com	 isso	a	cultura	da	região.	O	cone	sul	da	
América,	 por	 exemplo,	 tem	 uma	 população	 negra	 bastante	 reduzida	 se	 comparada	
com	 a	 parte	 norte	 da	América,	 em	 contrapartida,	 o	 Chile,	 por	 exemplo,	 possui	 uma	
grande	comunidade	Mapuche,	o	maior	grupo	indígena	do	país,	e	o	biotipo	da	população	
chilena,	 descendente	 desse	 grupo	 étnico	 fica	 entre	 o	 povo	 mapuche	 e	 o	 europeu	
(espanhol)	 respeitando-se	 a	 miscigenação	 de	 tantos	 anos	 que	 se	 passaram,	 claro.		
Encontramos	 o	mesmo	 “fenômeno”	 em	 outros	 países	 onde	 a	 população	 indígena	 é	
bastante	predominante,	ou	seja,	praticamente	toda	América,	ou	seja,	temos	o	caso	do	
Paraguai	onde	grande	parte	da	população	descende	dos	guaranis,	na	Bolívia,	Peru	e	
Equador,	principalmente,	temos	dois	grupos	indígenas	fortes,	os	quéchuas	e	os	aimarás	
(lembrando	que	aqui	falamos	apenas	dos	maiores	representantes,	mas	há	mais	grupos	
indígenas	nesses	países).	Na	América	central	temos	vários	grupos,	mas	os	principais	
são	os	remanescentes	dos	astecas	e	dos	maias,	mas	há	outros	mais.	Junto	com	esses	
grupos	 indígenas,	 que	 aportam	 suas	 contribuições	 culturais,	 há	 os	 mencionados	
imigrantes	que	vieram	colonizar,	em	grupos,	mais	os	colonizadores	que	chegaram	de	
modo	solitário	ou	que	chegam	agora,	como	grupos	de	venezuelanos	que	fogem	das	
dificuldades	sociais	do	país,	haitianos	fugindo	da	devastação	que	houve	em	virtude	de	
questões	ambientais	 (furacões	etc.),	peruanos	e	bolivianos	que	chegam	à	Argentina,	
principalmente,	a	buscar	trabalho	e	melhores	condições	de	vida,	devido	a	problemas	
socioeconômicos	em	sua	terra	natal	etc.
O	 tempo	 passa,	 os	 motivos	 mudam,	 mas	 as	 migrações	 seguem	 precisando	
ocorrer,	e	é	um	direito	humano	previsto	na	Declaração	Universal	dos	Direitos	Humanos.	
Qualquer	 pessoa	 que	 sinta	 que	 seu	 país	 de	 origem	não	 é	mais	 seguro	 pode	 buscar	
um	lugar	melhor	para	viver.	E	sempre	que	mudamos,	que	vamos	viver	em	outro	lugar,	
levamos	um	pouco	de	nós,	de	nossa	cultura	e	encontramos	um	pouco	da	cultura	do	
outro,	 que	 pode	 ser	 assimilada	 ou	 pode	nos	 causar	 estranhamento,	mas	nunca	nos	
deixa	do	mesmo	modo	que	chegamos,	sempre	nos	causa	alguma	reflexão.
33
2.2.5 Nações Hispânicas e Seus Símbolos
Atualmente,	entre	América	do	Sul,	Central	e	do	Norte	temos	19	países	que	falam	
espanhol,	mais	a	Espanha,	na	Europa	e	a	Guiné	Equatorial	na	África.	Além	desses	21	
países	que	tem	o	espanhol	como	língua	oficial,	temos	outros	países	onde	o	espanhol	é	
amplamente	usado	por	um	número	significativo	da	população,	como	Estados	Unidos,	
Marrocos,	Filipinas,	Haiti	etc.
FIGURA 16 – PAÍSES QUE TÊM O ESPANHOL COMO LÍNGUA OFICIAL
FONTE: <https://www.soespanhol.com.br/conteudo/diversos_figuras/hispmap.gif>. 
Acesso em: 25 mar. 2020.
3 PAÍSES DA LÍNGUA ESPANHOLA
Conheçamos	agora	alguns	países	hispano-americanos,	escolhidos	por	serem	
pouco	conhecidos	da	maioria.	Não	trata-se	de	uma	pesquisa	exaustiva,	mas	um	convite	
para	que	busquemos	mais	informações	pois	para	ensinar	sobre	a	língua,	é	preciso	saber	
sobre	a	história	e	sobre	a	cultura	de	cada	lugar.
34
3.1 PORTO RICO
É	um	arquipélago	localizado	no	mar	do	Caribe	e,	ao	contrário	do	que	a	maioria	
das	pessoas	 imagina,	Porto	Rico	não	é	um	país,	é	um	território	não	 incorporado	dos	
Estados	Unidos,	como	se	fosse	um	estado	a	mais.	Sua	capital	é	San	Juan	e	tem	duas	
línguas	oficiais,	o	inglês	e	o	espanhol,	sendo	este	o	predominante.
Porto	 Rico	 foi	 colonizado	 pela	 Espanha,	 na	 época	 de	 Colombo,	 como	 os	
demais	 países	 da	 região.	 Houve,	 com	 o	 passar	 dos	 anos,	movimentos	 para	 tentar	 a	
independência,	mas	sem	sucesso.	Chegou	ao	ponto	de	acionarem	os	Estados	Unidos	
em	 busca	 de	 ajuda	 contra	 o	 domínio	 espanhol.	 E	 Porto	 Rico	 permanece	 como	 um	
“estado	Livre	Associado”	dos	EUA	até	hoje.	É	um	país	de	maioria	católica,	e	tem	uma	das	
economias	mais	dinâmicas	da	América,	vivendo,	entre	outras	coisas	da	agropecuária,	
pesca	e	turismo.
3.2 EQUADOR
Ecuador,	cuja	capital	é	Quito,	é	um	país	onde	a	maioria	dos	moradores	são	de	
origem	indígena,	o	que	pode	ser	observado	no	biotipo	dos	moradores	locais.	Depois	de	
uma	crise	financeira	em	2001,	a	moeda	local,	o

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