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MARKETING E GESTÃO EM SERVIÇOS DE ESTÉTICA E COSMÉTICA Andrea Wanowschek dos Santos Empresário e sociedade empresária Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Distinguir empreendedorismo e intraempreendedorismo. � Explicar os conceitos e as características do comportamento empreendedor. � Estabelecer um paralelo entre as possíveis barreiras ao empreende- dorismo no Brasil e nos países desenvolvidos. Introdução Os fatores que fazem parte do universo do trabalho são muitos. Para entender melhor esse contexto, é fundamental compreender onde se está inserido. Através dessa compreensão, é possível reconhecer quais são as necessidades profissionais e as oportunidades existentes no mercado. Alguns anos atrás, o profissional com formação acadêmica tinha um diferencial e a garantia de um bom emprego; o desenvolvimento de sua carreira acontecia dentro de uma única empresa da qual, na grande maioria dos casos, o funcionário apenas saía quando se aposentava. Mas, atualmente, as necessidades do mercado de trabalho são diferentes e os vínculos que eram praticamente para uma vida toda não acontecem mais, pois as pessoas precisam ter maior autonomia e estar sempre em busca de melhorias contínuas para se manter no mercado, que está cada vez mais competitivo. As pessoas têm uma maior necessidade de aprimoramento e es- tão sempre se desafiando, e por este e outros motivos que a cada dia aumenta o índice de abertura de um novo empreendimento, seja por oportunidade ou por necessidade do empreendedor. Neste capítulo, você vai conhecer as principais diferenças entre o perfil empreendedor e o intraempreendedor, irá entender melhor as características do comportamento empreendedor e fazer um compa- rativo entre o empreendedorismo no Brasil e o empreendedorismo nos países desenvolvidos. Empreendedorismo e intraempreendedorismo Atualmente, a atividade empreendedora tem um forte papel no desenvolvimento econômico do país, pois a abertura de novos empreendimentos geram novas oportunidades de trabalho. O papel do empreendedor não deve ser apenas relacionado a aquelas pessoas que conseguem abrir uma nova empresa, e sim a profissionais que têm a responsabilidade de consolidar e impulsionar novos empreendimentos. Através desse compromisso, o empreendedor promove alterações econômicas, pois as suas ideias são inovadoras e geram um grande giro no mercado. Quem possui perfil empreendedor normalmente consegue visualizar novas oportunidades de negócios e logo busca uma forma de em- preender (CHIAVENATO, 2012). Portanto, o empreendedor é aquela pessoa que começa um novo em- preendimento a fim de colocar em prática uma concepção ou um projeto particular. Além disso, precisa estar disposto a assumir riscos que são gerados pelo empreendimento, assumindo todas as responsabilidades do negócio, e para terem êxito necessitam estar em constante inovação, bus- cando novas opções mercadológicas. Para auxiliar os empreendedores na análise do negócio é interessante que seja utilizada a ferramenta de plano de negócios, através da qual é possível aprofundar os seus conhecimentos sobre o novo empreendimento, além de descobrir se ele é viável ou não. Se refletirmos, é impossível iniciar um novo empreendimento sem antes conhecer todas as concepções. Você já percebeu que os empreendedores, além de perceberem as opor- tunidades, estudam sobre elas e realizam uma sequência de planejamentos. As pessoas que exploram o mercado e conhecem as possibilidades de tecno- logias são indivíduos mais motivados e também têm uma maior percepção do ambiente interno e externo. Contudo, existem pessoas com perfis bem distintos. A Figura 1 mostra como ocorre a ação empreendedora. Empresário e sociedade empresária2 Figura 1. Fluxograma da ação empreendedora. Fonte: Hisrich, Peters e Shepherd (2014, p. 6). O ato de empreender ocorre através de oportunidades, onde é constatado pelo empreendedor quais são as possibilidades que podem lhe gerar retornos, além disso, existem algumas tendências que auxiliam nesse processo fazendo com que as ideias se tornem grandes oportunidades. Segundo Hisrich, Peters e Shepherd (2014), existem sete tendências que proporcionam para o empreen- dedor possibilidades mais duradouras para iniciar um novo empreendimento e são excelentes alternativas: � verde; � energia limpa; � orientação orgânica; � econômica; � social; � saúde; � Web. Pesquisadores realizaram diversos estudos e concluíram que não existe uma data certa para o início da utilização da terminologia. Porém, por volta de 1755, existem relatos da empregabilidade desse termo, onde Richard Cantillon explicou que existem riscos ao comprar determinado produto por um preço e não realizar uma análise prévia do valor que será atribuído na hora de vender, isso pode trazer uma grande incerteza para o negociante. No caso, hoje, esse negociante é conhecido pela terminologia empreendedor. Passados quarenta e oito anos, em 1803, Jean-Baptiste Say fortaleceu a definição do empreen- 3Empresário e sociedade empresária dedorismo, onde define que o processo de empreendedorismo tem relação direta com as pessoas que realizam a transição de recursos econômicos de um setor que possui um baixo rendimento para um setor de alto rendimento, proporcionando um resultado positivo para o empreendimento. Atualmente, é fácil compreender a empregabilidade do termo empreendedorismo e que está relacionada às pessoas que tomam iniciativa de empreender em um novo negócio e que possuem uma boa percepção de onde realizar um investimento (HASHIMOTO, 2013). Você vai conhecer algumas abordagens sobre o empreendedor no viés da antropologia, sociologia, geografia e economia. O Quadro 1 mostra esses dados. Fonte: Adaptado de Julien (2010). Abordagem O empreendedor A empresa ou organização O ambiente ou meio territorial Antropológica e psicológica ou behaviorista Suas características (sua personalidade) Pessoal e centralizada Pessoal ou não considerado Sociológica Um criador de organização Associada a outras organizações e à sociedade A organização é parte do tecido industrial Geográfica ou de economia regional Um dos principais atores, mas não o único Elementos de diversificação ou não Fortes laços com o meio e vice-versa Econômica Simples agente econômico Parte da estrutura setorial e resposta às necessidades do mercado O dinamismo da empresa parte da conjuntura e outros ciclos econômicos de médio e longo prazo Quadro 1. Abordagens sobre o empreendedor Empresário e sociedade empresária4 Após visualizar o quadro, é possível constatar que em cada abordagem as referências realizadas são um pouco diferentes, mas elas complementam o perfil empreendedor. Todas convergem para pessoas ousadas e que buscam desafiar o mercado econômico com as suas ideias. Agora que você conheceu um pouco sobre o perfil empreendedor, vai conhecer também sobre o perfil intraempreendedor. Ela não é tão escutada como a terminologia empreendedor mas também é necessária para o cres- cimento e avanços dentro de uma organização. Todas as empresas gostam quando possuem profissionais com esse perfil, pois auxiliam no progresso. Você deve estar se perguntando: será que eu tenho este perfil intraempre- endedor? O que este profissional tem de diferencial? O que realmente é um intraempreendendor? Esses questionamentos e outros serão respondidos no decorrer do texto. A terminologia intraempreendedor é oriunda do inglês e foi moldada por Gifford Pinchott III, no ano de 1978, e é caracterizada por aqueles profissionais que dentro da empresa incumbem-se de viabilizar a inovação de qualquer tipo, em qualquer instante ou em qualquer local da empresa. O intraempreendedor é aquele profissional que possui aptidões criativas, que auxiliam no desen- volvimento de produtos e serviços inovadores para a organização. Portanto, são aqueles profissionais coma capacidade de atuar como donos do negócio, contribuindo com a criação de ideias dentro das empresas, mesmo que esta contribuição ocorra de forma indireta (HASHIMOTO, 2013). O intraempreendorismo também é conhecido por empreendedorismo cor- porativo, onde os funcionários com esse perfil estão preocupados em criar novas oportunidades para as empresas, renovar ou reestruturar os processos existentes e estão em busca constante por inovação. Atualmente, as organiza- ções possuem um grande interesse nesse tipo de profissional e que são pautados em perfis talentosos e inquietos que gostam de ter liberdade no dia a dia do trabalho e principalmente precisam poder se expressar individualmente. Se em algum momento a liberdade desse indivíduo for podada ele infelizmente não conseguirá mais auxiliar no crescimento e sucesso da empresa, pois ele precisa estar motivado, e não frustrado, para dar excelentes retornos à organização (HISRICH; PETERS; SHEPHERD, 2014). Então, pode-se concluir que qualquer funcionário pode ser um intraem- preendedor. Mas, para isso, é necessário utilizar o seu talento de criação e condução de projetos tendo como objetivo a renovação estratégica, a inovação, a melhoria do empreendimento, entre outras possibilidades. 5Empresário e sociedade empresária Para consolidar as informações que você conheceu sobre empreendedor e intraempreendedor e também ficarem mais perceptíveis as diferenças entre esses dois perfis, veja o Quadro 2 a seguir. Nele, é possível visualizar que o intraempreendedor possui um perfil muito próximo do empreendedor, porém a sua atuação ocorre dentro de uma organização e o empreendedor assume diversos riscos externos para colocar em prática o seu projeto pessoal. Critério Empreendedor Intraempreendedor Motivação Em alto grau, compensa algumas deficiências. Independência motiva. Dinheiro é consequência do trabalho. Poder não motiva muito. Em alto grau, compensa algumas deficiências. Sentimento de realização motiva. Dinheiro é consequência do trabalho. Poder motiva um pouco. Contexto É independente de uma corporação. Desenvolve uma cultura corporativa. Maior flexibilidade para mudanças culturais. Não possui regras e procedimentos. Pode conceber seu negócio sem qualquer influência externa. Precisa montar a infraestrutura necessária. Opera dentro de uma corporação. Já atua dentro de uma cultura corporativa. Menor flexibilidade para mudanças culturais. Opera dentro de regras e procedimentos preestabelecidos. Os negócios gerados devem estar alinhados com a missão e objetivos da organização. Já conta com a infraestrutura existente ou, ao menos, com parte dela. Sonho Acredita que pode realizar seus sonhos. Vende seus sonhos no ambiente externo. Tem mais flexibilidade para vender suas ideias. Segue uma visão própria particular. Acredita que pode realizar seus sonhos. Vende seus sonhos no ambiente interno e externo. Precisa vender sua ideia primeiro ao chefe. Alinha sonhos pessoais com a visão corporativa. Quadro 2. O empreendedor e o intraempreendedor (Continua) Empresário e sociedade empresária6 Fonte: Adaptado de Hashimoto (2013). Quadro 2. O empreendedor e o intraempreendedor Critério Empreendedor Intraempreendedor Risco Não é um jogador. Foca a atenção nas oportunidades. Assume o risco financeiro. Fracasso significa falência. Sabe mensurar riscos. Não é um jogador. Foca a atenção nas oportunidades. Corporação assume o risco financeiro. Fracasso não é fatal. Extrapola funções e tarefas do cargo. Inovação Impulsiona a inovação. Transforma ideias e protótipos em realidade lucrativa. Realoca ou maximiza a aplicação de recursos para criar valor. Impulsiona a inovação. Transforma ideias e protótipos em realidade lucrativa. Realoca ou tenta maximizar a aplicação de recursos para criar valor. Atenção e ação Põe “a mão na massa”. Sabe usar a intuição. Não necessariamente conhece o negócio. É orientado para o futuro. Põe “a mão na massa”. Sabe usar a intuição. Conhece o negócio. É orientado para o futuro. Liderança É líder. Atrai fornecedores, clientes, talentos e investidores. Comunica sua visão de forma clara e realista. Exerce gerenciamento compartilhado. É líder. Atrai fornecedores, clientes, talentos e intracapital para seu intraempreendimento. Comunica sua visão de forma clara e realista. É autogerenciado. Fracasso Teme, mas ele não o paralisa. Erros e fracassos fazem parte do aprendizado. Acumula conhecimentos e experiências diversificadas. Teme, mas ele não o paralisa. Erros e fracassos fazem parte do aprendizado. Acumula conhecimentos e experiências diversificadas. Oculta projetos fracassados devidos à sua exposição pública. Relaciona- mentos Faz transações e acordos com capitalistas de risco. Agrada a si mesmo, aos clientes e a possíveis investidores. Insere-se em redes empreendedoras. É um negociador. Faz transações dentro da organização. Agrada a si mesmo, aos clientes e patrocinadores. Insere-se em redes intraempreendedoras. É um negociador interno. (Continuação) 7Empresário e sociedade empresária Após a leitura do quadro, foi possível constatar que os perfis são bastante próximos, porém um profissional corre mais riscos que o outro e também o seu tipo de atuação é diferente. Fica uma reflexão: Será que possuo algum destes perfis? Descubra através de testes disponíveis em livros e na internet. Comportamento empreendedor — conceitos e características Os empreendedores são pessoas visionárias e que possuem características marcantes relacionadas à criatividade e à inovação. Os empreendedores são profissionais que conseguem alterar a ordem econômica atual, pois tendem a introduzir novos serviços e produtos no mercado, isto se dá através da concep- ção de novas possibilidades de administração ou também por terem curiosidade e realizarem exploração de recursos e materiais novos (CHIAVENATO, 2012). Através da motivação para a concepção de um novo negócio ou pela repa- ração dos processos de uma empresa, ou melhoria de um determinado produto ou serviço que já existe em um organização é que a ação empreendedora ocorre, pois ela acontece por meio da determinação de um empreendedor. Os empreendedores são pessoas que necessitam ter criatividade pois estão sempre em busca de novas possibilidades e criando inovações. Se refletirmos, essas pessoas são responsáveis pelo desenvolvimento das empresas no mercado, pelo grande crescimento de novas oportunidades de trabalho, entre outras questões. Portanto, os empreendedores precisam ser criativos para criar inovações. Em diversas bibliografias podemos encontrar conceituações para o perfil empreendedor, mas conforme Dornelas (2015), as pessoas empreendedoras são proativas e motivadas, aplicam os seus recursos financeiros de forma criativa e com o intuito de modificar o ambiente econômico e social, assumem riscos, porém todos calculados através de um plano de negócios. Segundo Dornelas (2015), através de pesquisas realizadas durante muitos anos, pode-se elencar as principais características de um empreendedor, como você pode ver no Quadro 3. Empresário e sociedade empresária8 Fonte: Adaptado de Dornelas (2015). Correr riscos Indepen- dência Inovador Realização Autocontrole Criativo Autocon- fiança Responsa- bilidade Determi- nação Entusiasmo Liderança Metas Tolerância Ambição Dinheiro Iniciativa Oportu- nidades Network Busca de dados Comprome- timento Persistência Poder Positividade — — Quadro 3. Características de um empreendedor É notável que as características de um empreendedor são as mais diversas, mas saiba que nem todos os indivíduos possuem as vinte e três características elencadas no Quadro 3, porém têm a grande maioria delas. Possuir essas ca- racterísticas torna essas pessoas cheias de atitudes e visionários que realizam ações que geram resultados efetivos e, na maioria das vezes, lucros. Além das características mais citadas em pesquisassobre o assunto, é interessante você também conhecer as características dos empreendedores de sucesso. Para isso, faça a leitura do capítulo “Quem é o empreendedor”, do livro Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso (DORNELAS, 2015). Muitas das características de sucesso que você acabou de conhecer são natas, a pessoa possui desde nascença, mas quem não as possui pode desen- volvê-las ao longo da vida e vir a ser um empreendedor de muito sucesso. Mas todas as características apresentadas são voltadas à inovação e à criati- vidade, e qualquer pessoa pode transformar o seu sonho em realidade, basta ter determinação e estudar sobre o assunto que certamente o sucesso pode vir em decorrência disso. 9Empresário e sociedade empresária Possíveis barreiras ao empreendedorismo no Brasil e nos países desenvolvidos A base do sistema capitalista e do desenvolvimento dos territórios são as empresas privadas, pois elas têm relação direta com a criação de novos postos de trabalho, com o giro econômico e financeiro que é promovido pelas pres- tação de serviços e a introdução de novos produtos no mercado, através disso promovem o bem-estar da população e geram recursos para o governo. Nos últimos vinte anos, as ações empreendedoras estão sendo mais observadas e estudos estão sendo gerados para entender melhor esse processo. Segundo Filion (1999), se procurarmos informações sobre o assunto é possível encontrar mais de mil publicações, demonstrando o interesse das pessoas em empreender. Quando mencionamos o termo empreender ele está ligado a diversas formas de empreender. Você vai conhecer quais são os principais tipos de empresas abertas no Brasil. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2018), existe a possibilidade de abrir uma empresa como Empre- sário Individual, do qual apenas uma pessoa está à frente da empresa e a sua responsabilidade é ilimitada, pois se ocorrer algum endividamento da empresa o empreendedor precisa sanar as suas obrigações usando os seus bens pessoais, se for necessário. É possível também abrir uma empresa como Microempre- endedor Individual (MEI), são aquelas empresas que possuem faturamento anual de até R$ 81.000,00 e o proprietário não pode possuir outra empresa em seu nome e apenas está prevista a contratação de um colaborador. Outro formato é a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), que prevê a atuação individual e não é possível ter sócios, e a responsabilidade do empreendedor é limitada ao capital social da empresa. Nesse formato, o patrimônio do empreendedor fica protegido em caso de endividamento. Já na Sociedade Empresária, funciona com a atuação coletiva entre dois ou mais sócios e todos possuem responsabilidades limitadas ao capital social. E, por fim, existe a Sociedade Simples, onde ocorre a atuação de forma coletiva, podendo ter dois ou mais sócios. Quem adere a essa modalidade são os pres- tadores de serviços de profissão intelectual, artística ou de natureza científica. A forma de abertura de uma empresa pode ser considerada uma barreira ao empreendedorismo no Brasil, pois em alguns casos o processo é moroso e as exigências são grandes, precisando ter cautela e principalmente conhecimento de qual tipo de empresa será aberta. Empresário e sociedade empresária10 Observe o Quadro 4, que traz informações sobre a variação do percentual do produto interno bruto. A partir deste quadro, iremos realizar uma análise das principais barreiras do empreendedorismo no Brasil e também no exterior. Fonte: Adaptado de International Monetary Fund – IMF (2015, apud INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE, 2017, documento on-line). Região/país Ano 2012 2013 2014 2015 Mundo 3,5 3,3 3,4 3,1 Economias avançadas 1,2 1,2 1,8 1,9 Área do Euro (-) 0,9 (-) 0,3 0,9 1,6 Mercados emergentes e economias em desenvolvimento 5,3 4,9 4,6 4,0 América Latina e Caribe 3,2 3,0 1,3 (-) 0,1 Brasil 1,9 3,0 0,1 (-) 3,5 Quadro 4. Variação percentual do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, mundo, econo- mias avançadas, área do euro, mercados emergentes e economias em desenvolvimento, América Latina e Caribe (2012–2015) Ao visualizar os dados do quadro, é possível chegar a diversas conclusões. Primeiramente, vamos analisar o Brasil. É notável que a economia brasileira apresentou um crescimento inferior à média mundial no ano de 2012. Já em 2013, melhorou o seu desempenho e ficou próximo às médias dos países da América Latina e Caribenho, porém teve nova queda no ano de 2014, e em 2015 foi péssimo o desempenho do país. Continuando a análise dos dados apresentados no quadro, é perceptível que a economia mundial teve um crescimento no ano de 2015, mas esse cresci- mento gerou um grande reflexo nos países emergentes que possuem potencial de crescimento econômico, industrial e modernização mais rápidos que os demais, e infelizmente ocorreu uma lentidão na sua recuperação econômica, isso tudo é devido à: 11Empresário e sociedade empresária […] lenta recuperação das economias avançadas; a desaceleração da economia chinesa; a queda dos preços das commodities, principalmente a queda do preço do petróleo e insumos energéticos; e a adoção gradual, por parte dos Estados Unidos, de uma política monetária mais contracionista que a verificada nos últimos anos (IBGE, 2017, documento on-line). A situação econômica do Brasil e dos países desenvolvidos tem grande reflexo no empreendedorismo, pois em momentos de crise as pessoas seguram ao máximo o dinheiro que possuem, não realizam investimentos, pois tudo é incerto e esta é também considerada uma grande barreira para o empreen- dedorismo não apenas no Brasil mas também no mundo, pois se o cenário econômico não está favorável infelizmente não ocorrem investimentos e com isso aumenta o desemprego e a economia não gira. A pesquisa internacional Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2017), que acontece com o apoio do Sebrae, constatou diversos fatores que favorecem no Brasil a abertura de novo empreendimento, porém também apontou as bar- reiras do empreendedorismo. Das pessoas ouvidas, 86,7% apontou que faltam políticas governamentais e os programas oferecidos pelo governo precisam passar por melhorias para que possam ser abertas mais empresas no Brasil e também possam ser mantidas. Dentro desse percentual, é apontando que poderia ser aperfeiçoado o sistema tributário e indicam que seria interessante ocorrer a desburocratização do sistema para facilitar o acesso a todos. Também é considerada uma barreira ao empreendedorismo o apoio financeiro (45%), pois são poucos os recursos oferecidos aos empreendedores e a aquisição de difícil aprovação e/ou com juros muito elevados. E, por último, são apontados o contexto político e o clima econômico (28,3%). Esse indicador aparece devido à crise econômica que o país passou e as consequências que ainda são sentidas pelos empreendedores (GEM, 2017). Agora você vai entender como ocorre o empreendedorismo nos países desenvolvidos. Pense na seguinte situação: um brasileiro que possui pouca fluência em outra língua decide ir morar em outro país e também abrir o seu empreendimento, uma das barreiras será não ter fluência no idioma do país que escolheu. Além disso, a falta de informações da legislação de outro país e também não conhecer o consumidor que irá adquirir produtos e serviços do seu estabelecimento. Essas são as principais barreiras para um brasileiro abrir um negócio no exterior. Empresário e sociedade empresária12 CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor. 4. ed. São Paulo: Manole, 2012. DORNELAS, J. C. A. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015. FILION, L. J. Empreendedorismo: empreendedores e proprietários-gerentes de peque- nos negócios. Revista de Administração, v. 34, n. 2, p. 5–28,1999. Disponível em: http:// www.spell.org.br/documentos/download/18122.Acesso em: 20 maio 2019. GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR (GEM). Empreendedorismo no Brasil: relatório executivo. Brasília: IBQP; SEBRAE; FGV, 2017. Disponível em: https://m.sebrae.com.br/ Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Relat%C3%B3rio%20Executivo%20BRASIL_web. pdf. Acesso em: 20 maio 2019. HASHIMOTO, M. Espírito empreendedor nas organizações: aumentando a competitivi- dade através do intraempreendedorismo. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2013. HISRICH, R. D.; PETERS, M.; SHEPHERD, D. A. Empreendedorismo. 9. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Estatísticas de empreende- dorismo — 2015. Rio de Janeiro: IBGE, 2017. (Estudos e pesquisas. Informação econômica, 30). Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101312.pdf. Acesso em: 20 maio 2019. INTERNATIONAL MONETARY FUND (IMF). World economic and financial surveys: world economic outlook database. Washington, DC: IMF, 2015. Disponível em: https://www. imf.org/external/pubs/ft/weo/2015/01/weodata/index.aspx. Acesso em: 20 maio 2019. JULIEN, P. A. Empreendedorismo regional e economia do conhecimento. São Paulo: Sa- raiva, 2010. SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS (SEBRAE). Quais são os tipos de empresas? 2018. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ ufs/sp/conteudo_uf/quais-sao-os-tipos-de-empresas,af3db28a582a0610VgnVCM100 0004c00210aRCRD. Acesso em: 20 maio 2019. 13Empresário e sociedade empresária
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