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Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Doenças (CIF) Os modelos de intervenção à saúde possuem grande importância à sociedade, principalmente, a saúde dos trabalhadores, por apontar o uso de meios técnicos e científicos para evitar que os riscos e danos à saúde continuem presentes, gerando intervenções e orientações sobre os problemas e necessidades dos mesmos, ou seja, são feitas orientações pelos profissionais de saúde para que os trabalhadores não venham a ter o mesmo problema. Existem inúmeros modelos presentes atualmente, tais como: • Modelo médico: a saúde é conceituada como a ausência da doença, tendo como foco a avaliação e o tratamento é feito com medicamentos, que também é considerada sua conduta. • Modelo social: seu foco é na sociedade e no meio ambiente, considera a incapacidade como uma característica, no qual está relacionada com a ausência de recursos de acessibilidade no ambiente em que o indivíduo vive, sendo assim, não há relação da incapacidade à pessoa, mas sim a uma responsabilidade coletiva, ou sea, todos possuem responsabilidade. As intervenções necessitam de uma ação social, além de inúmeras dimensões para a inclusão, que estão relacionadas com outras áreas além da saúde. • Modelo biopsicossocial: leva em consideração a perspectiva biológica, individual e social do indivíduo. A CIF está relacionada com os dois modelos, médico e social, resultando na abordagem psicossocial, sendo assim, complementar um do outro na ótica da classificação internacional. Atualmente, os modelos de intervenção à saúde sofreram uma mudança, no qual, além dos fatores, ambientais e pessoais, os fatores, psicológicos e ambientais, serão incluídos com o intuito de auxiliar a saúde e a qualidade de vida dos indivíduos. Com o novo conceito de saúde, há a necessidade de um novo modelo teórico para a fisioterapia com o intuito de guiar a prática e sua pesquisa, além de uma melhor compreensão das doenças e de seus tratamentos. ❖ CIF A Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, mais conhecida como CIF, foi criada em 2001 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o intuito de gerar uma adequação no processo de assistência à saúde. Ela ressalta a funcionalidade como um componente da saúde que pode ser facilitada ou não pelos fatores, ambientais e pessoais, de cada indivíduo, com isso, ocorre uma mudança de concepção do modelo médico, que considera a incapacidade como um problema causado diretamente por alguma doença e/ou trauma. Antes de ser criada, existia outras classificações que auxiliavam profissionais da saúde, tais como: • Classificação de causas de morte (1893-1993): continha a informação de todas doenças existentes, além de apontar qual doença levou o (a) paciente ao óbito. • Classificação Internacional de Doenças (CID) (1946): apresentava a etiologia das doenças. • Classificação de Incapacidade (CIDID) (1980): apresentou a incapacidade como consequência da doença. OBS.: Houve uma 10° revisão em 2015, onde foi resolvido a classificação. A CID 10, Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados é uma das principais ferramentas epidemiológica de uso médico. Criada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sua função é fiscalizar a existência de doenças, através da padronização universal das doenças. A CIDID tinha como denominação completa, Classificação Internacional de Deficiência, Incapacidade e Desvantagens, onde a repetição da doença era instantânea no corpo do indivíduo. Em 1998, os termos “incapacidade” e “desvantagem” foram abandonados e substituídos por limitação das atividades e restrição na participação, respectivamente, com isso, houve a promoção da saúde. Com as substituições, a denominação passou a ser Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde ou CIF, que reúne informações sobre a funcionalidade e a incapacidade humana com a abordagem para conhecer melhor a condição de saúde dos indivíduos. Sua abordagem é psicossocial, ou seja, há uma integração das várias dimensões da saúde, como biológica, individual e social. Mesmo passando por inúmeras testagens em 61 países para obter a confirmação de que seria útil aos profissionais, a CIF foi aprovada em 2001, porém, só começou a ser colocada em prática anos mais tarde, por poucos terem conhecimento. Em 2009, o COFFITO publicou uma resolução onde notifica que todos (as) fisioterapeutas e terapeuta ocupacionais necessitam usar a CIF. A CIF tem sua linguagem unificada e padronizada, permitindo: • Obter um esquema de codificação sistemático para a informação. • Adequar o diálogo entre as disciplinas e setores. • Conferir os dados entre países, sistemas de serviços de saúde. • Gerar base científica para as consequências de condições/estado de saúde. • Estimular o desenvolvimento de serviços para o aumento de nível de participação das pessoas com incapacidade. Além de ser uma ferramenta presente em clínicas, estatísticas, pesquisas, em tomadas de decisões políticas, social e na pedagogia. A CIF é usada no quadro, onde as funcionalidades são as funções do corpo, sendo descritas como, CIF parte 1 e CIF parte 2. ➢ CIF parte 1: • Funções e estrutura corporais: está relacionado com a função fisiológica do sistema orgânico e com as partes anatômicas do corpo (órgão, membros e componentes). • Atividade: o que o paciente fazia no dia a dia, que deixou de ser feita (ex.: sente dor ao subir as escadas). • Participação: envolvimento em uma situação na sociedade (ex.: não consegue ir ao segundo andar da casa). ➢ CIF parte 2: • Fatores ambientais: componente externo (ambiente físico, social e atitudes) (ex.: luzes de corrimão, barreiras). • Fatores pessoais: característica individual do paciente (ex.: renda, problemas emocionais, OBS.: Os fatores, ambientais e pessoais, são mencionados durante a produção da CIF. Nem sempre o paciente chegará à clínica fisioterapêutica com o diagnóstico clínico em mãos, dessa forma, é necessário a produção da CIF, onde sua abordagem é pautada na mesma. O (a) fisioterapeuta possui um papel importante na manutenção e na restauração da capacidade funcional dos pacientes, com uma equipe multiprofissional, ele apresentará intervenções resolutivas multidimensionais e complexas, que atendem a necessidade do paciente.
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