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GRUPO 6 -ENERGIAS RENOVAVEIS EM ARQUITECCTURA E URBANISMO

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Energia Renovável Em Arquitectura e Urbanismo 
Aplicação de Energia Renovável 
Cadeira de Ecologia Urbana 
Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico 
Docentes: 
Eng. Julieta A. Muchuane 
 
Grupo 6: 
Hercílio Cândido 
Júlio Dinheiro 
Valgi Júnior 
Março 2020 
 
 
 
ÍNDICE 
1 CAPÍTULO: DISPOSIÇÕES INICIAIS ................................................................................................................................ 3 
1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................................... 3 
1.1.1 OBJECTIVO GERAL ............................................................................................................................................. 3 
1.1.2 OBJECTIVO ESPECÍFICO .................................................................................................................................... 3 
1.1.3 METODOLOGIA .................................................................................................................................................. 3 
2 CAPÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITUALIZAÇÃO ....................................................................................... 4 
2.1.1 As energias renováveis ........................................................................................................................................ 4 
2.2 Classificação Dos Principais Fontes De Energia Alternativa E Renovável .............................................................. 5 
2.2.1 Energia Solar ........................................................................................................................................................ 5 
2.2.2 Energia Hídrica ................................................................................................................................................. 6 
2.2.3 Energia Eólica....................................................................................................................................................... 6 
2.2.4 Biomassa .......................................................................................................................................................... 6 
2.2.5 Energia geotérmica .............................................................................................................................................. 7 
2.2.6 Energia maremotriz (Energia Oceânica) ........................................................................................................ 7 
2.2.7 Energia do hidrogénio ......................................................................................................................................... 8 
2.3 Vantagens E Desvantagens Das Energias Alternativas E Renováveis .................................................................... 8 
3 CAPÍTULO: APLICAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS ................................................................................................. 8 
3.1 Tendências actuais Em Energia Renováveis no Mercado e na Industria ................................................................ 8 
3.1.1 Bioenergia ............................................................................................................................................................ 9 
3.1.2 Energia geotérmica ............................................................................................................................................. 9 
3.1.3 Hidreléctricas ..................................................................................................................................................... 10 
3.1.4 Energia Oceânica ............................................................................................................................................... 10 
3.1.5 Energia Solar fotovoltaica (PV) ......................................................................................................................... 10 
3.1.6 Concentração De Energia Térmica Solar (CSP) ................................................................................................. 11 
3.1.7 Aquecimento E Resfriamento Térmico Solar .................................................................................................... 11 
3.2 Energia Eólica .......................................................................................................................................................... 11 
3.2.1 Processamento e Uso de Energia Renovável e Alternativa .............................................................................. 12 
3.2.2 Energias renováveis distribuídas para acesso à energia (DREA) ...................................................................... 12 
3.3 Recursos E Tecnologias Renováveis De Energia .................................................................................................... 13 
3.4 Energias Renováveis Em Arquitectura E Urbanismo ............................................................................................. 13 
3.4.1 Matéria Renováveis nas cidades ........................................................................................................................ 14 
3.4.2 Oportunidades Para Energia Renovável Urbana .............................................................................................. 14 
3.4.3 Exemplos de Aplicações de Energias renováveis ...............................................................................................15 
4 CAPITULO: ENERGIA RENOVÁVEL EM MOÇAMBIQUE ............................................................................................ 16 
4.1 Potencial Hídrico ..................................................................................................................................................... 17 
4.2 Potencial solar ......................................................................................................................................................... 17 
4.3 Potencial de Bioenergia ......................................................................................................................................... 18 
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................................................................. 19 
6 Bibliografia...................................................................................................................................................................... 20 
 
 
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1 CAPÍTULO: DISPOSIÇÕES INICIAIS 
1.1 INTRODUÇÃO 
No âmbito das discussões sobre a questão energética, aprofundada pelo cenário internacional de escassez do petróleo e 
pelas mudanças no clima, ocasionadas pela queima de combustíveis fósseis, surgem pesquisas e estudos técnicos, 
económicos e de impactos socioeconómicos e ambientais de empreendimentos de energias alternativas ou renováveis 
voltados para o desenvolvimento de alternativas na produção de energia, a partir de matéria orgânica de origem animal 
e vegetal, a biomassa; a partir da força dos ventos a chamada energia eólica; através da captação da luz do sol, a energia 
solar, e a partir de pequenas centrais hidroeléctricas, as quais atendem a demandas em áreas periféricas ao sistema de 
transmissão. 
O presente trabalho da cadeira de ecologia urbana, pretende-se trazer uma fundamentação teórica sobre questões de 
energias renováveis em arquitectura e urbanismo, concretamente sobre Aplicações de energia renovável. 
1.1.1 OBJECTIVO GERAL 
Abordar sobre a questão das energias renováveis em arquitectura e urbanismo e a sua aplicação . 
1.1.2 OBJECTIVO ESPECÍFICO 
 Identificar as diversas fontes de energias renováveis; 
 Descrever as vantagens e desvantagem do uso de energias alternativas e renováveis; 
 Analisar a aplicação das energias renováveis em arquitectura e urbanismo; Identificar as energias renováveis em Moçambique;. 
1.1.3 METODOLOGIA 
Foi utilizado o método de pesquisa descritiva com a finalidade de conhecer diversas fontes de energias renováveis com 
vista a ter melhor percepção na no plano urbanístico e arquitectónico de modo a reduzir o impacto ambiental, partindo 
de uma revisão bibliográfica composta vários autores. O documento baseasse em estudos de fontes secundárias e 
primarias, onde as fontes secundarias foram virtuais, artigos e obras de individualidades contextualizadas no tema. 
De modo a ter uma melhor compreensão o trabalho foi dividido em 4 capítulos onde o primeiro fala disposições iniciais, 
no segundo já contextualização e conceitualização sobre o assunto em questão. No terceiro refere sobre as aplicações das 
energias renováveis em diversos sectores , no ultimo capitulo refere-se a um contexto particular de uma aérea 
concretamente em Moçambique. 
Os instrumentos usados para auxiliar no trabalho foram Documentos virtuais, Google Chrome para pesquisas do tema, e 
por ultimo o Word para a digitação do trabalho. 
O trabalho teve as seguintes fases de elaboração: Revisão bibliográfica; Análise dos resultados; e por fim feita a 
Sistematização e Revisão pelo grupo. 
 
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Gráfico 2 Em termos de geração de electricidade Mundial até o fim de 2017 
2 CAPÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITUALIZAÇÃO 
2.1.1 As energias renováveis 
 são provenientes de ciclos naturais de conversão da radiação solar, fonte primária de quase toda energia disponível na 
Terra e, por isso, são praticamente inesgotáveis e não alteram o balanço térmico do planeta e se configuram como um 
conjunto de fontes de energia que podem ser chamadas de não-convencionais, ou seja, aquelas não baseadas nos 
combustíveis fósseis e grandes hidroeléctricas. 
Energia renovável é aquela que vem de recursos naturais que são naturalmente reabastecidos, como sol, vento, chuva, 
marés e energia geotérmica. 
Existe uma pequena diferença: fontes renováveis são assim caracterizadas por não esgotável, como, por exemplo, aquelas 
oriundas do sol e do ar. Fontes alternativas, contudo, podem se esgotar, como é o caso da geotérmica, que veremos no 
decorrer do texto. Ou seja, nem toda energia alternativa é renovável, mas toda energia renovável é alternativa. 
Estas energias renováveis podem e devem ser utilizadas de forma sustentada, de maneira tal que resulte em mínimo 
impacto ao meio ambiente. O desenvolvimento tecnológico tem permitido que, aos poucos, elas possam ser aproveitadas 
quer como combustíveis alternativos (álcool, combustíveis) quer na produção de calor e de electricidade, como a energia 
eólica, solar, da biomassa, e de pequenas centrais hidreléctricas (PCHs), separadas das grandes hidreléctricas, com 
características renováveis, constituindo-se em fonte convencional de geração de electricidade. 
Estas energias estão passo a passo conquistando o espaço que antes era ocupado totalmente pelas fontes fósseis, o que 
tem sido propiciado pelo desenvolvimento tecnológico que permite o aproveitamento dessas fontes renováveis como 
combustíveis alternativos. 
 
Fonte: OECD/IEA and IEA 
SHC, RN21 e Renewable GSR 
( ) 
Gráfico 1 Uso global de energia (transporte + electricidade) até o fim de 2017 
Fonte: OECD/IEA and IEA 
SHC, RN21 e Renewable GSR 
( ) 
 
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2.2 Classificação Dos Principais Fontes De Energia Alternativa E Renovável 
Exemplo de fontes de energia renovável: 
 O Sol: energia solar; 
 O vento: energia eólica; 
 Os rios e correntes de água doce: energia 
hidráulica; 
 Os mares e oceanos: energia Maremotriz; 
 As ondas: energia das ondas; 
 Energia da evaporação da água; 
 A matéria orgânica: biomassa, biocombustível, 
biogás; 
 O calor da Terra: energia geotérmica; 
 Água salobra: energia azul; 
 O hidrogénio: energia do hidrogénio; 
 Fotossíntese: Fotossíntese artificial; 
 Energia da fissão; 
 Energia de fusão
2.2.1 Energia Solar 
A energia proveniente do sol. Pode ser utilizada directamente para o aquecimento do ambiente, aquecimento de água e 
para produção de electricidade, com possibilidade de reduzir em 70% o consumo de energia convencional. Além disso, a 
radiação solar pode ser utilizada directamente como fonte de energia térmica, para aquecimento de fluidos e ambientes 
e para geração de potência mecânica ou eléctrica. Pode ainda ser convertida directamente em energia eléctrica, por meio 
de efeitos sobre determinados materiais, entre os quais se destacam o termoeléctrico e o fotovoltaico. Quase todas as 
fontes de energia como já foi mencionado–hidráulica, biomassa, eólica, combustíveis fósseis e energia dos oceanos – são 
formas indirectas de energia solar. O aproveitamento da iluminação natural e do calor para aquecimento de ambientes, 
denominado aquecimento solar passivo, decorre da penetração ou absorção da radiação solar nas edificações, reduzindo-
se, com isso, as necessidades de iluminação e aquecimento. Assim, um melhor aproveitamento da radiação solar pode 
ser feito com o auxílio de técnicas mais sofisticadas de arquitectura e construção 
Fonte de energia e calor indispensáveis a vida na terra, a luz solar também permite a geração de energia eléctrica através 
de dois tipos diferentes de tecnologia: a fotovoltaica e a hemitérmica: 
 Energia Solar Fotovoltaica: é a transformação da radiação solar directamente em energia eléctrica solar por meio 
das células fotovoltaicas. as quais compõem os módulos, ou placas fotovoltaicas, que ficam expostos sob a luz do 
sol. Essa tecnologia, além de ser utilizada em grandes projectos de usinas solares, hoje já se espalha por milhões 
de lares e comércios pelo mundo por meio dos chamados sistemas fotovoltaicos conectados à rede que integram 
a geração distribuída de energia. 
 Energia Solar Hemitérmica ou Energia Solar Térmica Concentrada: Essa tecnologia, restrita ao segmento de 
geração centralizada devido ao tamanho do projecto demandando, utiliza um grande número de espelhos 
colectores que reflectem, de forma concentrada, a luz do sol a um ponto específico de uma grande torre central, 
aquecendo a altas temperaturas materiais específicos que com sua expansão ou vaporização, movimentam 
turbinas que geram a energia eléctrica. 
 
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2.2.2 Energia Hídrica 
 Energia cinética das massas de água dos rios, que fluem de altitudes elevadas para os mares. Sabendo-se que a energia 
hídrica deriva do aproveitamento da água para produção de electricidade e em se tratando de energia com características 
renováveis, decorre da instalação de pequenas centrais hidroeléctricas (PCHs) as chamadas mini-hídricas, que 
actualmente estão sendo mais utilizadas devido ao fato de causarem menor impacto ambiental e de serem mais 
facilmente introduzidas em infra-estruturas urbanas já existentes. A potência instalada dessas mini-hídricas é superior a 
1MW e igual ou inferior a 30MW e, por serem empreendimentos que buscam atender demandas em áreas periféricas ao 
sistema de transmissão, as PCHs têm papel cada vez mais relevante. A tendência, com o passar do tempo, é a substituição 
das barragens hidroeléctricas de grandes dimensões por aquelas de pequeno porte (ENERGIA...., 2006). 
Já a energia hidráulica, de fonte indiscutivelmente renovável, é questionada nos grandes projectos. Uma grande usina 
causa uma série de impactos devido à área alagada que gera e suas consequentes alterações no meio ambiente e entorno. 
Além do grande impacto social de algumas dessas usinas, cientistas alegam que os impactos ambientais são irreversíveis 
e, muitas vezes, podem ser mais prejudiciais que os benefícios de utilizar uma fonte renovável. Existem, porém, as 
Pequenas Centrais Hidreléctricas (PCHs) que são pequenas usinas hidreléctricas que praticamente não geram áreas de 
alagamento. Estas se utilizam da fonte renovável e preservam o meio ambiente sendo, portanto, uma excelente 
alternativa. 
2.2.3 Energia Eólicaenergia cinética das massas de ar (ventos) provocadas pelo aquecimento desigual na superfície da Terra. A energia eólica 
tem-se firmado, como uma grande alternativa na composição da matriz energética de diversos países. É uma abundante 
fonte de energia renovável, limpa e disponível em todos os lugares. A utilização desta fonte de energia para a geração de 
electricidade, em escala comercial, teve início em 1992 e, através de conhecimentos da indústria aeronáutica, os 
equipamentos para geração eólica evoluíram rapidamente em termos de ideias e conceitos preliminares para produtos 
de alta tecnologia. Actualmente, a indústria de turbinas eólicas vem acumulando crescimentos anuais acima de 30% e 
movimentando cerca de dois bilhões de Dólares em vendas por ano (PANORAMA, 2006). 
2.2.4 Biomassa 
 é a energia química produzida pelas plantas na forma de hidratos de carbono através da fotossíntese. Plantas, animais e 
seus derivados são biomassa. Sua utilização como combustível pode ser feita na sua forma bruta ou através de seus 
derivados. Madeira, produtos e resíduos agrícolas, resíduos florestais, excrementos animais, carvão vegetal, álcool, óleos 
animais, óleos vegetais, gás pobre, biogás são formas de biomassa utilizadas como combustível. 
A geração de energia eléctrica por meio da biomassa pode ser feita por processos como combustão directa, fermentação, 
gaseificação e outros. Os biocombustíveis produzidos são, por exemplo: etanol, biodiesel. 
 
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 Etanol: O Etanol é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar, do eucalipto e da beterraba. Como 
energia pode ser utilizado para fazer funcionar motores de veículos ou para produzir energia eléctrica. As duas 
principais vantagens são: é uma fonte renovável e menos poluidora que a gasolina. 
 O biodiesel: substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em motores ciclo diesel. Vantagens: é 
renovável, não é poluente. A principal desvantagem do biodiesel é o esgotamento do solo. 
A biomassa, apesar de emitir CO2 na queima para gerar energia, recupera esse CO2 através da fotossíntese enquanto se 
desenvolve e por isso não afecta o meio ambiente. A observação vem de sua origem, que pode ser de sobras ou resíduos 
de matéria orgânica da actividade humana, ou ainda biomassa exclusivamente produzida para geração de energia. No 
segundo caso, questiona-se a concorrência por terra do plantio para geração de energia com o plantio para alimentação. 
O plantio para geração de energia pode estar relacionado à escassez de alimentos e à alta de preços dos mesmos, porém 
esta realidade não é valida para todas as regiões, o que torna o tema polémico. 
2.2.5 Energia geotérmica 
 A energia geotérmica é a energia do interior da Terra. A geotermia consiste no aproveitamento de águas quentes e 
vapores para a produção de electricidade e calor. Exemplo: central geotérmica da Ribeira Grande (Açores). 
Parte do calor interno da Terra (5.000 °C) chega à crosta terrestre. Em algumas áreas do planeta, próximas à superfície, 
as águas subterrâneas podem atingir temperaturas de ebulição, e, dessa forma, servir para impulsionar turbinas para 
electricidade ou aquecimento. A energia geotérmica é aquela que pode ser obtida pelo homem através do calor dentro 
da terra. O calor dentro da terra ocorre devido a vários factores, entre eles o gradiente geotérmico e o calor radiogénico. 
Geotérmica provém do grego geo, "Terra" e Thermo, "calor", literalmente "calor da Terra". 
2.2.6 Energia maremotriz (Energia Oceânica) 
A energia dos mares é a energia que se obtém a partir do movimento das ondas, a das marés ou da diferença de 
temperatura entre os níveis da água do mar. Ocorre devido à força gravitacional entre a Lua, a Terra e o Sol, que causam 
as marés, ou seja, a diferença de altura média dos mares de acordo com a posição relativa entre estes três astros. 
Esta diferença de altura pode ser explorada em locais estratégicos como os golfos, baías e estuários que utilizam turbinas 
hidráulicas na circulação natural da água, junto com os mecanismos de canalização e de depósito, para avançar sobre um 
eixo. Através da sua ligação a um alternador, o sistema pode ser usado para a geração de electricidade, transformando, 
assim, a energia das marés, em energia eléctrica, uma energia mais útil e aproveitável. 
As energias das marés têm a qualidade de ser renovável, como fonte de energia primária não está esgotada pela sua 
exploração e, é limpa, uma vez que, na transformação de energia não produz poluentes derivados na fase operacional. No 
entanto, a relação entre a quantidade de energia que pode ser obtida com os actuais meios económicos e os custos e o 
impacto ambiental da instalação de dispositivos para o seu processo impediram uma notável proliferação deste tipo de 
energia. Outras formas de extrair energia a partir da energia das ondas oceânicas são, a energia produzida pelo 
movimento das ondas do oceano e de energia devido ao gradiente térmico, que faz uma diferença de temperatura entre 
as águas superficiais e profundas do oceano. 
 
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2.2.7 Energia do hidrogénio 
 A energia do hidrogénio é a energia que se obtém da combinação do hidrogénio com o oxigénio produzindo vapor de 
água e libertando energia que é convertida em electricidade. Existem alguns veículos que são movidos a hidrogénio. 
Embora não seja uma fonte primária de energia, o hidrogénio se constitui em uma forma conveniente e flexível de 
transporte e uso final de energia, pois pode ser obtido de diversas fontes energéticas (petróleo, gás natural, electricidade, 
energia solar) e sua combustão não é poluente (é produto da combustão da água), além de ser uma fonte de energia 
barata. 
O uso do hidrogénio como combustível está avançando, havendo vários protótipos de carros nos países desenvolvidos 
que são movidos a hidrogénio, que gera electricidade, e descarregam água em seus escapamentos. Calcula-se que já na 
próxima década existirão modelos comerciais de automóveis eléctricos cujo combustível será o hidrogénio líquido. 
2.3 Vantagens E Desvantagens Das Energias Alternativas E Renováveis 
As fontes alternativas de energia apresentam inúmeras vantagens em relação às fontes convencionais. Contudo, é 
necessário abordar também os pontos negativos do uso dessas energias consideradas "limpas". 
Vantagens: 
 São opções energéticas pouco poluentes, consideradas limpas e inesgotáveis por serem renováveis; 
 Produzem menos impactos negativos no meio ambiente, se comparadas às fontes convencionais; 
 Oferecem poucos riscos, se comparadas ao uso de energia nuclear; 
 Utilizar as fontes alternativas de energia reduz a dependência energética do actual modelo energético mundial, 
baseado no uso de combustíveis fósseis. 
Desvantagem: 
 A energia solar e a energia eólica, apesar de produzirem energia a preços relativamente baixos, os custos para 
sua construção estrutural ainda são elevados. 
 A energia eólica, apesar de ser considerada limpa, depende da instalação de aerogeradores. Esses podem 
provocar mudanças na paisagem das áreas nas quais forem instalados e também podem interferir no fluxo 
migratório de aves na região. 
 O uso de biocombustíveis pode aumentar os problemas relacionados ao desmatamento. A utilização da 
biomassa, por meio da queima de vegetais, restos orgânicos e madeira, requer ampliação de áreas agricultáveis 
e o consequente desmatamento. 
3 CAPÍTULO: APLICAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS 
3.1 Tendências actuais Em Energia Renováveis no Mercado e na Industria 
As energias renováveis são agora uma opção dominante no sector de energia em quase todas as partes do mundo. Em 
2018, mais de 90 países tinham mais de 1 GW de capacidade de energia renovável instalada e 30 países tinham mais de 
10 GW. A capacidade de energia renovável cresceu 8% em 2018, liderada por energia eólica e energia solar fotovoltaica. 
 
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Pelo quarto ano consecutivo, foi instalada mais capacidadede energia renovável do que o combustível fóssil e a energia 
nuclear combinados, e as energias renováveis agora representam mais de um terço da capacidade global de energia. 
Como mostra no gráfico 1 e 2. (REN21, 2019) 
 
Gráfico 3 Poder global Capacidade Geradora, através de Fonte, 2008-2018 
3.1.1 Bioenergia 
A bioenergia moderna é o maior colaborador do suprimento global de energia renovável. Em 2017, a bioenergia moderna 
forneceu cerca de 5% do consumo final de energia global, quase metade de toda a contribuição de energia renovável. A 
bioenergia deu sua maior contribuição ao sector de aquecimento e refrigeração (5%), seguida pelo sector de transportes 
(3%) e fornecimento de electricidade (2,1%). O uso de bioenergia está crescendo mais rapidamente nos sectores de 
electricidade e transporte, enquanto fica lento no sector de aquecimento. 
Em 2018, a EU manteve a liderança no uso da bioenergia moderna para aquecimento. A China é líder mundial em geração 
de bioelectricidade, seguida pelos Estados Unidos, Brasil, Índia e Alemanha. A produção de biocombustíveis é dominada 
pelos Estados Unidos e pelo Brasil, que juntos produziram 69% de todos os biocombustíveis em 2018. 
O desenvolvimento industrial continuou a se concentrar no desenvolvimento de biocombustíveis avançados que podem 
oferecer melhor desempenho em sustentabilidade e também ser usado em novas aplicações, como a aviação. Estão 
sendo feitos progressos no desenvolvimento e implantação desses novos combustíveis, mas até agora eles representam 
apenas uma pequena parcela da produção de biocombustíveis. 
3.1.2 Energia geotérmica 
A energia geotérmica está crescendo apenas gradualmente, e a maior capacidade de energia está sendo adicionada em 
apenas dois países. A produção de energia geotérmica em 2018 foi estimada em 630 peta joules, com cerca de metade 
disso na forma de electricidade (89,3 terawatt-hora (TWh)) e metade como calor. 
Estima-se que 0,5 GW de nova capacidade de geração de energia geotérmica entrou em operação em 2018, elevando o 
total global para cerca de 13,3 GW. A Turquia e a Indonésia foram responsáveis por cerca de dois terços da nova 
capacidade instalada. Outras adições incluíram a primeira usina geotérmica da Croácia, além de projectos na Islândia, 
Quénia, Nova Zelândia, Filipinas e Estados Unidos. A extracção directa de energia geotérmica para aplicações térmicas 
Fonte: OECD/IEA and IEA 
SHC, RN21 e Renewable GSR 
( ) 
 
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cresceu em 2018, especialmente para aquecimento de ambientes, com a actividade de mercado mais aparente na Europa 
e na China. 
3.1.3 Hidreléctricas 
O mercado global de energia hidreléctrica em 2018 parecia muito semelhante ao ano anterior em termos de crescimento 
da capacidade e concentração de actividade. Cerca de 20 GW foram adicionados para atingir uma capacidade instalada 
total de cerca de 1.132 GW. A geração mundial de energia hidreléctrica, que varia a cada ano com mudanças nos padrões 
climáticos e outras condições locais, foi estimada em 4.210 TWh. Como em muitos anos anteriores, a China liderou o 
comissionamento de novas capacidades hidreléctricas, representando mais de 35% das novas instalações em 2018. O 
Brasil ficou em segundo lugar (em 2017), seguido pelo Paquistão e Turquia, todos com mais de 1 GW de capacidade. 
A capacidade de armazenamento bombeado aumentou 1,9 GW em 2018, totalizando 160 GW no final do ano, 
representando a grande maioria da capacidade global de armazenamento de energia. Nova capacidade foi instalada na 
China, Áustria e Estados Unidos. Alguns novos projectos de armazenamento bombeado estão sendo optimizados para 
resposta rápida às mudanças nas condições da rede, em parte para melhor acomodar o crescente uso de tecnologias 
variáveis de energia renovável. 
Uma característica notável da indústria hidreléctrica em 2018 foram as crescentes fileiras de instalações antigas que 
exigem reparos e actualizações. Mais da metade de todas as instalações hidreléctricas em todo o mundo já passaram ou 
exigirão em breve actualizações e modernização. 
3.1.4 Energia Oceânica 
A energia oceânica representa a menor parte do mercado de energia renovável, com a maioria dos projectos focados em 
demonstrações em escala relativamente pequena e em projectos piloto de menos de 1 megawatt (MW). As adições 
líquidas em 2018 foram de aproximadamente 2 MW, com uma capacidade operacional estimada em 532 MW no final do 
ano. 
A actividade de desenvolvimento é encontrada em todo o mundo, mas está concentrada principalmente na Europa e, 
principalmente, nas costas da Escócia, onde várias matrizes de turbinas de maré estavam sendo implantadas em 2018. O 
potencial de recursos da energia oceânica é enorme, mas permanece inexplorado, apesar de décadas. dos esforços de 
desenvolvimento. O ano de 2018 foi um dos grandes contrastes para a indústria de energia oceânica. Por um lado, os 
fabricantes de matrizes de turbinas de maré, em particular, indicaram sucesso tecnológico e progressão para a 
comercialização. 
3.1.5 Energia Solar fotovoltaica (PV) 
O mercado global anual de energia solar fotovoltaica subiu ligeiramente para exceder 100 GW (corrente contínua) pela 
primeira vez, com um total de 505,5 GW no final do ano de 2018. O autoconsumo continuou sendo um importante 
impulsionador do mercado para novos sistemas distribuídos em algumas regiões, e as compras corporativas de energia 
solar fotovoltaica expandiram-se consideravelmente, principalmente nos Estados Unidos e na Europa. Em todo o mundo, 
 
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mineração, manufactura e outras indústrias estavam montando usinas fotovoltaicas solares (e outras renováveis) para 
alimentar suas operações. 
A indústria de energia solar fotovoltaica experimentou dores de crescimento significativas em 2018. A decisão da China 
de restringir a demanda doméstica levou a turbulência global, à medida que os módulos chineses inundaram o mercado 
mundial e as disputas comerciais afectaram a indústria em alguns países. 
No final do ano, pelo menos 32 países, representando todas as regiões, tinham uma capacidade cumulativa de 1 GW ou 
mais. A energia solar fotovoltaica desempenhou um papel significativo e crescente na geração de electricidade em vários 
países, incluindo Honduras (12,1%), Itália e Grécia (ambos cerca de 8,2%), e no final de 2018 um em cada cinco domicílios 
australianos gerava pelo menos parte de sua electricidade com energia solar. 
3.1.6 Concentração De Energia Térmica Solar (CSP) 
A capacidade global de energia solar térmica concentrada (CSP) aumentou 11% para pouco menos de 5,5 GW em 2018. 
Estima-se que 550 MW entraram em operação, representando o maior ganho desde 2014. No final do ano, cerca de 2 GW 
de novas usinas estavam em construção em 10 países, com a maior parte dessa capacidade sendo construída nos 
Emirados Árabes Unidos (0,7 GW) e na China (pouco mais de 0,5 GW). Todos, excepto 3 das 23 usinas em construção, 
planejam incluir o armazenamento de energia térmica (TES). O TES operacional atingiu quase 17 gigawatt-hora até o final 
de 2018. 
Pelo terceiro ano consecutivo, a nova capacidade ficou online apenas em mercados emergentes. China e Marrocos 
lideraram novas adições de 200 MW cada, seguidas pela África do Sul e Arábia Saudita. 
3.1.7 Aquecimento E Resfriamento Térmico Solar 
Aproximadamente 33,3 gigawatts-térmicos (GWth) de nova capacidade térmica solar foram comissionados em 2018, 
aumentando a capacidade global total de 2% para cerca de 480 GWth. A China respondeu por cerca de 74% das adições 
globais, seguida pela Turquia, Brasil e Estados Unidos. Acrescente demanda no Oriente Médio e na África Oriental e 
Central permitiu que vários fabricantes de colectores solares do sul da Europa aumentassem seus volumes de produção. 
O número de novas instalações de aquecimento solar para processos industriais (SHIP) em 2018 correspondeu ao nível de 
2017, com o México e a China sendo os líderes globais. O ano de 2018também marcou um marco para novos acordos 
para projectos de calor solar que usam tecnologias de concentração. Em Omã, foi assinado um memorando de 
entendimento para uma planta produtora de vapor solar de 2 GW de tamanho mundial, recorde mundial, e a construção 
começou na primeira grande planta SHIP (e grande solar concentrada) do Brasil. 
3.2 Energia Eólica 
O mercado eólico global foi bastante estável, com cerca de 51 GW adicionados em 2018, aumentando a capacidade 
acumulada em 9%, para 591 GW. Após um ano recorde de energia eólica na Europa e na Índia em 2017, ambos os 
mercados se contraíram em 2018, mas ocorreu um crescimento notável em várias outras regiões e países. A Ásia era o 
maior mercado regional, representando quase 52% da capacidade adicionada. 
 
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O sector está enfrentando esses desafios com os avanços tecnológicos em andamento (incluindo turbinas maiores) que 
aumentam a produção de energia por turbina, melhoram a eficiência e a produção da planta e reduzem o custo nivelado 
de electricidade (LCOE) da energia eólica. Pelo menos 12 países em todo o mundo atingiram 10% ou mais do seu consumo 
anual de electricidade com energia eólica em 2018. 
3.2.1 Processamento e Uso de Energia Renovável e Alternativa 
 
3.2.2 Energias renováveis distribuídas para acesso à energia (DREA) 
As energias renováveis distribuídas para os sistemas de acesso à energia continuam a desempenhar um papel importante 
no fornecimento de acesso a serviços modernos de energia para as famílias em áreas remotas das economias em 
desenvolvimento e emergentes. 
 
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Em 2017, a população global sem acesso à electricidade caiu abaixo da marca de 1 bilhão, com 61% das pessoas ainda sem 
acesso vivendo na África Subsaariana e cerca de 35% no desenvolvimento da Ásia. No que diz respeito à energia para 
cozinhar limpo, 2,7 bilhões de pessoas ainda não tinham acesso em 2017, 33% delas vivendo na África Subsaariana e 64% 
delas no desenvolvimento da Ásia. 
Com base na dinâmica dos últimos cinco anos, os sistemas de energias renováveis distribuídas para acesso à energia 
(DREA) estão sendo cada vez mais usados para fornecer acesso à electricidade. Em 2017, mais de 122 milhões de pessoas 
obtiveram acesso principalmente através de sistemas solares fora da rede. Embora os sistemas solar-pico dominem o 
mercado solar fora da rede, o volume de vendas de sistemas residenciais solares maiores afiliados aumentou 77% em 
2018, destacando uma crescente demanda por mais energia. 
3.3 Recursos E Tecnologias Renováveis De Energia 
Antes de seleccionar uma tecnologia de energia renovável apropriada para aplicar a um projecto de modernização de 
construções , é importante considerar primeiro uma série de factores. Exemplos destes factores incluem: 
• Recurso de energia renovável disponível no local ou próximo ao local da construção; 
• Área disponível para localização da tecnologia de energia renovável; 
• Custo da energia comprada do fornecedor de energia eléctrica ou térmica do edifício; 
• Incentivos disponíveis para compensar o custo de instalação do sistema de energia renovável; 
• Regulamentos locais que afectam os sistemas de energia renovável; 
• Desejo de preservar ou não alterar os recursos arquitectónicos existentes; 
• Características dos perfis de energia a serem compensados pela instalação de energia renovável. 
3.4 Energias Renováveis Em Arquitectura E Urbanismo 
Se a energia renovável utilizada pelos edifícios for produzida por ele mesmo, a arquitectura irá passar a colaborar para o 
desenvolvimento sustentável e estará zelando pelo futuro do planeta. A indústria da construção absorve 50% de todos os 
recursos mundiais, é a actividade menos sustentável do planeta segundo Edwards (2004). 
Este novo método de projectar ambientes contará com o auxílio das fontes renováveis de energia, aliada a toda 
tecnologia, principalmente a física. Sendo assim, será possível substituir aparelhos que consomem energia e ainda poluem 
o meio, por outros que utilizem os próprios meios para o seu funcionamento, tais como: a água acumulada em cisternas, 
que poderá servir tanto para o aquecimento, quanto para o resfriamento do edifício, ou geradores, que substitua a energia 
eléctrica, etc. 
O arquitecto e urbanista além do conceber novos edifícios e até mesmo planejar cidades tem uma grande acuidade, pois 
antes mesmo de novas construções ocuparem o espaço terrestre, as ideias destes passam por ele, então as modificações 
que hoje são feitas para melhoras projectos erróneos, podem ser evitadas. 
 
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3.4.1 Matéria Renováveis nas cidades 
As cidades estão assumindo um papel de liderança no avanço das energias renováveis por meio de seus esforços para 
alcançar uma ampla gama de objectivos ambientais, económicos e sociais interligados 
As cidades estão na vanguarda da transição energética, representando cerca de 65% da demanda global de energia e 
abrigando mais da metade das pessoas do mundo. Algumas cidades são capazes de atingir metas mais renováveis do que 
os órgãos nacionais e estaduais / provinciais, pois podem assumir sua responsabilidade directa de prestar serviços aos 
residentes e garantir a qualidade de vida cotidiana, suas relações contratuais com fornecedores de energia e grandes 
empresas. (REN21, 2019) 
Apesar da importância das cidades na transição energética, os dados sobre políticas e realizações de energia renovável 
local e municipal são descentralizados; os dados consolidados são limitados; e os dados disponíveis frequentemente estão 
desactualizados. 
3.4.2 Oportunidades Para Energia Renovável Urbana 
Com base nesses múltiplos factores, as cidades estão avançando em energia renovável como um meio de fornecer 
serviços urbanos, como electricidade, aquecimento e refrigeração e transporte. Eles também estão desenvolvendo 
abordagens intersectoriais, por exemplo, usando resíduos urbanos e fluxos de águas residuais como matéria-prima para 
produzir biogás, bio metano e outras fontes de energia renovável. 44 Em muitas cidades, há um crescente 
reconhecimento das oportunidades existentes no aumento do uso de recursos locais. energias renováveis, levando os 
formuladores de políticas a adoptar metas e políticas de apoio relacionadas. 
Com reduções de custo em energia solar fotovoltaica, energia eólica e outras tecnologias, as cidades vêem possibilidades 
crescentes de investir em energia renovável. Até o final de 2018, pelo menos 100 cidades em todo o mundo estavam 
fornecendo 70% ou mais de sua energia renovável - incluindo Auckland (Nova Zelândia), Dar es Salaam (Tanzânia), Nairobi 
(Quénia) e Seattle (Estados Unidos) .Mais de 40 cidades já eram totalmente energizadas por fontes renováveis, com a 
maioria na América Latina (30), mas também em outros lugares como as cidades americanas de Burlington (Vermont), 
Georgetown (Texas) e Rock Port (Missouri), além de Reykjavik (Islândia) e Shenzhen (China) e Moçambique .46 As redes 
urbanas de aquecimento e resfriamento urbano oferecem uma oportunidade para as cidades integrarem fontes 
renováveis sistema geotérmico e instalações solares térmicas no telhado para abastecer o sistema de aquecimento 
urbano local, e na Áustria mais de 2.100 sistemas municipais de aquecimento urbano usam biomassa local para fornecer 
calor e oportunidades de receita para os agricultores locais.47 Em 2003, a cidade americana de St. Paul (Minnesota) 
converteu seu sistema de aquecimento e resfriamento distrital de energia de carvão em lixo municipal de madeira, com 
65 megawatts (MW) de capacidade de aquecimento e 25 MW de capacidade de potência. 
No sector de transportes, a energia renovável oferece uma oportunidade para diminuir as despesas de combustível e as 
emissões locais, principalmente para as frotas de transporte público. Estocolmo usou a contratação pública de serviços 
de transporte para alcançar seu objectivo de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis no sector detransportes, 
 
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resultando em uma mistura de veículos de combustível alternativo na frota da cidade, de biogás e biocombustíveis a 
veículos eléctricos (VEs) . 
Embora a mobilidade eléctrica não seja uma tecnologia renovável em si mesma, ela abre a oportunidade para uma maior 
penetração de electricidade renovável no sector de transportes. Em 2018, cerca de 460.000 ónibus eléctricos estavam 
operando em pelo menos 300 cidades em todo o mundo.50 Mais de 98% dos ónibus foram implantados na China, mas 
também estavam presentes em Berlim (Alemanha), Moscou ( Federação Russa) e Tshwane (África do Sul) .51 Embora a 
ligação directa de electricidade renovável e VEs permaneça limitada, existem exemplos, principalmente no nível da 
cidade. Em 2018, Santiago (Chile) encomendou um parque fotovoltaico solar de 100 MW para suprir mais da metade da 
demanda de eletricidade do seu sistema de trânsito rápido subterrâneo.52 Em Melbourne (Austrália), todo o sistema de 
bonde da cidade de 410 carros está em transição para a energia solar, fornecida por electricidade de uma usina 
fotovoltaica solar de 35 MW prevista. 
3.4.3 Exemplos de Aplicações de Energias renováveis 
3.4.3.1 Tóquio, Japão 
Projecto e cidade: linha ferroviária Tokyu Setagaya, Tóquio, Japão 
Tecnologias: Energia geotérmica e energia hidreléctrica 
Em Março de 2019, a linha ferroviária Tokyu Setagaya de cinco 
quilómetros, conectando as estações Sangenjaya e Shimotakaido de 
Tóquio, tornou-se o primeiro serviço ferroviário urbano no Japão a ser 
movido inteiramente por energia renovável. A linha de trem leve, que 
transporta 57.000 passageiros por dia, é de propriedade e operado pela 
Tokyu Corporation e é alimentado por energia geotérmica e hidreléctrica 
fornecida pela Tohoku Electric Power Co. toneladas métricas por ano. 
3.4.3.2 Viena, Áustria 
Projecto e cidade: Sistema Solar Térmico Wien Energie, Viena, Áustria 
Tecnologia: Aquecimento urbano solar 
Como parte do Serviço Público de Viena, a Wien Energie GmbH usa uma 
usina térmica solar de 656 metros quadrados para fornecer calor à rede 
de aquecimento urbano de Viena. Com um rendimento solar de 510 
megawatt-hora térmico por ano, a planta oferece uma economia 
estimada em 2.132 toneladas de dióxido de carbono ao longo de 25 anos. 
A rede de aquecimento urbano de Viena tem quase 1.200 quilômetros de 
extensão e fornece energia para cerca de 350.000 residências. 
 
 
 
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3.4.3.3 Burlington, Vermont, EUA 
Projecto e Cidade: Estação Geradora McNeil, Burlington, Vermont, EUA 
Tecnologia: Usina de biomassa. 
Em 2018, a energia renovável forneceu 100% da electricidade de Burlington. 
Mais de um terço da energia renovável vem da bioenergia produzida na 
Estação Geradora McNeil. Em operação desde 1984, a usina de biomassa de 
50 megawatts é alimentada por madeira, a maioria das quais chega por via 
férrea a partir de florestas gerenciadas de forma sustentável em Vermont e 
Nova York, dentro de um raio de 100 quilómetros de Burlington. 
A planta pertence e é operada pelo Burlington Electric Department, o único fornecedor de electricidade da cidade de 
42.000 habitantes. O restante da eletricidade de Burlington é fornecido por energia eólica, energia solar fotovoltaica e 
energia hidreléctrica. 
3.4.3.4 Freiburg, Alemanha 
Projecto e cidade: assentamento solar no distrito de Vauban, Freiburg, Alemanha 
Tecnologia: PV solar, bioenergia 
O distrito de Vauban, em Freiburg, é um modelo de vida sustentável. Cada edifício possui 
painéis fotovoltaicos solares em seu telhado e é necessário para atender aos altos padrões de 
eficiência. Como resultado, muitas casas produzem mais electricidade do que consomem, com 
o excedente de electricidade sendo vendido de volta à cidade 
rede. Em Freiburg, a produção de energia renovável é incentivada por meio de créditos fiscais 
federais e apoio financeiro da concessionária regional. A energia e o calor de Vauban são 
gerados por energia solar fotovoltaica e por um gerador combinado de calor e energia 
altamente eficiente movido a lascas de madeira conectado a uma rede de aquecimento urbano.. 
4 CAPITULO: ENERGIA RENOVÁVEL EM MOÇAMBIQUE 
EDM construiu, desde a sua criação, mais de 3000 km de linhas de 66 kV ou mais, reabilitou, modernizou e expandiu 
sistemas de distribuição A procura de energia eléctrica cresceu de apenas 200 MWh/ano em 1960 para 3193 GWh/ano 
(481 MW potência de ponta) em 2009, levando a energia hidroeléctrica de Cahora Bassa para todas as capitais provinciais. 
Ao longo dos anos, as centrais a diesel e carvão existentes nas principais zonas urbanas foram progressivamente fechada 
e hoje a energia hidroeléctrica, principalmente a fornecida pela HCB, é a única fonte de energia da EDM. 
As estatísticas nacionais indicam que as principais fontes de energia doméstica em Moçambique são a lenha, carvão 
vegetal, querosene, LPG e electricidade. Nos anos 2002/3 a energia para iluminação distribuía-se do seguinte modo: 
electricidade (6,9%), querosene/gás (53,8%), lenha (31,7%), velas (2,2%) e outras fontes (4,7%) [20, 21]. Por outro lado, a 
cozinha doméstica usa a seguinte composição de fontes energéticas, em 2004 em Maputo: somente lenha (2,1%), 
somente carvão vegetal (11,7%), somente querosene (10%), somente LPG (3,8%) e somente electricidade (4,6%) 
 
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A maior parte das famílias usa carvão para cozinhar, só ou em combinação com outras fontes (71,7%). O gasóleo e a 
gasolina são usados sobretudo em sistemas de transporte [23], a tracção animal tem uma incidência de apenas 8% em 
actividades agrícolas - só 2,5% dos agricultores possui e usa tracção animal nas machambas e o uso de fontes renováveis 
como água, vento e sol é, por enquanto, negligenciável. 
As energias renováveis já desempenham um papel importante na matriz energética de Moçambique. Uma parte 
substancial da sua procura de energia, cerca de 80%, é satisfeita através da biomassa tradicional, lenha e carvão vegetal, 
usadas principalmente para cozinhar, embora alguns empreendimentos comerciais e industriais (padarias, fábricas de 
chá) também usem biomassa para gerar calor. A biomassa é uma fonte renovável, mas ela é geralmente usada de forma 
muito pouco eficiente e tem um impacto negativo na saúde, através da poluição no interior da casa e no meio ambiente, 
através do desflorestamento. (Arthur, Soliano, & Mariezcurrena, 2011) 
4.1 Potencial Hídrico 
Moçambique é um dos maiores produtores de hidroeletricidade da África . Seu potencial de geração hidrelétrica é 
estimado em aproximadamente 19.000 MW, dos quais apenas 2.100 MW foram explorados até o momento. Dois projetos 
de grande escala estão planejados para o curto e médio prazo: a expansão da barragem de Cahora Bassa (1.245 MW) e o 
desenvolvimento da barragem de Mphanda Nkuwa (1.500 MW). 
O Atlas de Energias Renováveis identificou um total de 1.446 projectos hidreléctricos em potencial, com um potencial 
acumulado de 19 GW. Foram identificados 351 projectos prioritários, totalizando 5,6 GW, sendo a maioria nas províncias 
de Tete, Manica, Niassa, Zambézia e Nampula. 
4.2 Potencial solar 
Moçambique tem um potencial solar significativo e praticamente inexplorado. A irradiação horizontal global varia entre 
1.785 e 2.206 kWh / m /ano. No total, Moçambique tem um potencial superior a 2,7 GW que poderia ser facilmente 
desenvolvido. Esse potencial oferece muitas possibilidades para projectos de electrificação rural e conectados à rede. O 
Atlas de Energias Renováveis identificou 189 locais para usinas conectadas à rede, próximas às subestações existentes, 
com uma capacidade total de 599 MW. As províncias de Maputo e Tete têm o maior potencial para projectos solares 
 
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conectados à rede, essencialmente devido à infra-estrutura de rede favorável. Existem aproximadamente 1,3 MW de mini 
redes solares fotovoltaicas instaladas no Niassa, financiadas pelo governo da Coreia do Sul, aproximadamente200 kW 
(50x 4 kW cada) de minid redes solares fotovoltaicas financiadas pelo Fundo Português de Carbono e um vários programas 
multilaterais e bilaterais (por exemplo, Banco Mundial, Agência Belga de Desenvolvimento (BTC), UNIDO, 
Desenvolvimento Energizante) focado na instalação de SHS em instituições rurais, microempresas e famílias. A 
capacidade instalada actual no país é estimada em 2,2 MW. 
Como a população rural é altamente dispersa, a maioria desses projectos são fora da rede, sistemas autónomos e mini-
redes descentralizadas. Ao seleccionar locais para sistemas fotovoltaicos, é dada prioridade a instituições 
governamentais, incluindo escolas, hospitais e funções administrativas do governo. Na ausência de um sistema de 
incentivos, os mercados comerciais activos ainda não se desenvolveram e há relativamente pouca participação privada. 
Um factor para isso também pode ser que os consumidores podem preferir aguardar a chegada dos projectos financiados 
pela FUNAE em comparação aos projectos privados, dada a sua desvantagem de custo. 
4.3 Potencial de Bioenergia 
Segundo o Atlas das Energias Renováveis, Moçambique tem potencial para gerar mais de 2 GW de electricidade a partir 
de biomassa . Desse modo, um gasoduto de 128 MW de projectos prioritários de biomassa seria viável para 
desenvolvimento no curto prazo. Os seguintes sectores e segmentos de mercado oferecem potencial para tecnologias de 
biogás ou biomassa: 
• Silvicultura: resíduos de extracção convencional ou plantações dedicadas (1.006 MW) 
• Indústria e agricultura: resíduos agro-industriais de fazendas, resíduos de madeira e plantas de indústrias 
manufactureiras (N / A) 
 
 
 
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5 CONCLUSÃO 
O uso das novas tecnologias em prol da melhoria da qualidade de vida está tornando possível utilizar os recursos naturais 
de maneira equilibrada, sem degradar os meios e preservar o mesmo. Em grande parte das edificações não há soluções 
sustentáveis. Actualmente elas passam a ser essenciais para a preservação dos recursos e constituição de um mundo 
melhor. 
Sobre as energias estudadas e suas aplicações, foi identificado que a energia solar e o aproveitamento de água de chuva 
trazem benefícios, a partir de simples recursos. Já a energia eólica, também tem suas vantagens e é capaz de suprir toda 
a necessidade de energia eléctrica de uma casa, mas, para isto é necessário o uso em conjunto, devido ao tamanho dos 
aparelhos e capacidade dos mesmos. 
A popularização destes recursos depende somente da consciência dos profissionais envolvidos na construção civil e 
também pareceria com instituições governamentais, para assim alcançar o barateamento de custos, beneficiando todas 
as parcelas da população. O uso consciente e racional dos recursos finitos traz benefícios aos cidadãos e também a 
natureza. Actualmente com os problemas de ordem ambiental, essa consciência deve estar presente em todos os 
sectores, inclusive na arquitectura, que pode contribuir substancialmente para varias mudanças em urbanização, 
arquitectura e meio ambiente. 
 
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6 Bibliografia 
Arthur, F., Soliano, O., & Mariezcurrena, V. (2011). Estudo de Avaliação de Energias Renováveis em Moçambique. 
Mocambique: Organização Holandesa de Cooperação (SNV). 
ATLAS. (s.d.). Potencial de energia renovável Em Mocambique. Obtido em 28 de Marco de 2020, de https://www.get-
invest.eu/market-information/mozambique/ 
BrasilEscola. (s.d.). Fontes de energia. Obtido em 25 de Marco de 2020, de brasil escola: 
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fontes-energia.htm# 
Coimbra-Araújo, C. H. (26 de Maio de 2015). Fontes renováveis de energia e tecnologias de geração. Universidade Federal 
do Paraná. 
EOSconsultores. (23 de Novembro de 2018). ENERGIAS RENOVÁVEIS: PRODUÇÃO, USO E APLICAÇÕES NO 
SANEAMENTO BÁSICO. Obtido em 29 de Marco de 2020, de EOSconsultores: 
https://www.eosconsultores.com.br/energias-renovaveis-e-saneamento-basico/ 
Hayter, S. J., & Kandt, A. (22-21 de Septembre de 2011). Renewable Energy Applications for Existing Buildings. Pré-
impressão. 
REN21. (2019). GLOBAL STATUS REPORT. Paris: REN21 Secretariat. 
wikipedia. (07 de 03 de 2020). Energia renovável – Wikipédia, a enciclopédia livre. Obtido de www.Wikipedia.com: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_renovável 
 
 
	1 CAPÍTULO: DISPOSIÇÕES INICIAIS
	1.1 INTRODUÇÃO
	1.1.1 OBJECTIVO GERAL
	1.1.2 OBJECTIVO ESPECÍFICO
	1.1.3 METODOLOGIA
	2 CAPÍTULO: CONTEXTUALIZAÇÃO E CONCEITUALIZAÇÃO
	2.1.1 As energias renováveis
	2.2 Classificação Dos Principais Fontes De Energia Alternativa E Renovável
	2.2.1 Energia Solar
	2.2.2 Energia Hídrica
	2.2.3 Energia Eólica
	2.2.4 Biomassa
	2.2.5 Energia geotérmica
	2.2.6 Energia maremotriz (Energia Oceânica)
	2.2.7 Energia do hidrogénio
	2.3 Vantagens E Desvantagens Das Energias Alternativas E Renováveis
	3 CAPÍTULO: APLICAÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS
	3.1 Tendências actuais Em Energia Renováveis no Mercado e na Industria
	3.1.1 Bioenergia
	3.1.2 Energia geotérmica
	3.1.3 Hidreléctricas
	3.1.4 Energia Oceânica
	3.1.5 Energia Solar fotovoltaica (PV)
	3.1.6 Concentração De Energia Térmica Solar (CSP)
	3.1.7 Aquecimento E Resfriamento Térmico Solar
	3.2 Energia Eólica
	3.2.1 Processamento e Uso de Energia Renovável e Alternativa
	3.2.2 Energias renováveis distribuídas para acesso à energia (DREA)
	3.3 Recursos E Tecnologias Renováveis De Energia
	3.4 Energias Renováveis Em Arquitectura E Urbanismo
	3.4.1 Matéria Renováveis nas cidades
	3.4.2 Oportunidades Para Energia Renovável Urbana
	3.4.3 Exemplos de Aplicações de Energias renováveis
	3.4.3.1 Tóquio, Japão
	3.4.3.2 Viena, Áustria
	3.4.3.3 Burlington, Vermont, EUA
	3.4.3.4 Freiburg, Alemanha
	4 CAPITULO: ENERGIA RENOVÁVEL EM MOÇAMBIQUE
	4.1 Potencial Hídrico
	4.2 Potencial solar
	4.3 Potencial de Bioenergia
	5 CONCLUSÃO
	6 Bibliografia

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