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Regime Jurídico do Estrangeiro

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Direito Constitucional 
Alynne Moura 
Direito Unichristus 
Regime Jurídico do Estrangeiro 
Conjunto de relações e medidas que o 
estado brasileiro pode tomar contra ou a 
favor de qualquer indivíduo estrangeiro que 
esteja em seu território e sob sua tutela. 
Dentre estas medidas, há intrínsecas 
relações de acordos e tratados entre 
nações, que visam facilitar e amenizar os 
possíveis litígios futuros. 
1. Expulsão 
Estrangeiro com entrada e permanência 
regular é obrigado a se retirar do território, 
de forma urgente e compulsória, por 
motivo de realização de ato ofensivo à 
segurança nacional, à ordem pública ou 
social. Tendo-se, então, a prática de crime 
cometido no Brasil ou conduta incompatível 
com os interesses nacionais. 
2. Deportação 
Retirada compulsória de estrangeiro que 
tenha entrada ou permanência irregular. 
Método de remoção coercitiva de indivíduo 
que não se retira voluntariamente. 
3. Asilo Político 
Recepção e proteção em território nacional 
de indivíduo estrangeiro que seja 
perseguido em país estrangeiro por delitos 
políticos, ditos crime de opinião ou crime 
político, em geral atos que não sejam 
denominados crimes comuns. 
4. Asilo Diplomático 
Acolhimento e proteção de estrangeiro em 
sede brasileira diplomática instalada no 
próprio território que o persegue. 
5. Refugiado 
Acolhimento e proteção de estrangeiros 
que são perseguidos por motivos de raça, 
nacionalidade, religião, grupo social ou 
opiniões políticas, como também á grave e 
generalizada violação de direitos humanos 
e conflitos armados. 
6. Extradição 
Ato de soberania – cabe deliberação de 
entrega ou não - no qual o país que possui 
determinado estrangeiro sob seu 
acolhimento (país requerido), o devolve 
para o país de origem ou qualquer país 
estrangeiro distinto que comprove que este 
indivíduo cometeu um crime em seu 
território, a qualquer tempo (país 
requerente). Logo, é efetuada a entrega do 
estrangeiro à determinado país para que 
este responda ao crime praticado. Também 
denominado como ato de cooperação 
internacional. 
6.1. Dos tipos de extradição 
• Extradição Ativa – quando o 
governo brasileiro atua na função 
de país requerente ao solicitar 
indivíduo foragido a outro país e; 
• Extradição Passiva – quando o 
governo brasileiro atua na função 
de país requerido, havendo, 
portanto, outro país solicitando a 
entrega de determinado indivíduo. 
6.2. Da extradição do Nato e do 
Naturalizado 
Resguardado pelo decreto lei de 1938, que 
regula a extradição: 
 Art. 1º Em nenhum caso será concedida a 
extradição de brasileiros requisitada por Estado 
estrangeiro. O Governo Federal continuará, 
porém, a requisitar aos Estados estrangeiros a 
extradição de brasileiros, na forma de direito. 
Respaldado pela CF, art. 5°, LI, aos natos e 
naturalizados: 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o 
naturalizado, em caso de crime comum, 
praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
De forma geral: 
a. O NATO nunca será extraditado, em 
hipótese nenhuma. 
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b. O NATURALIZADO será extraditado 
SE: 
• Cometer crime comum ANTES 
da naturalização 
• Comprovado envolvimento 
com tráfico de drogas, a 
QUALQUER TEMPO 
6.3. Das impossibilidades de Extradição 
Art. 2º Não será, tambem, concedida a 
extradição nos seguintes casos: 
I - Quando não se tratar de infração 
segundo a lei brasileira ou a do Estado 
requerente. 
II - Quando o Brasil for competente, 
segundo suas leis, para julgar a infração. 
III - Quando a lei brasileira impuser, pela 
infração, pena de prisão inferior a um ano 
compreendidas a tentativa, co-autoria e 
cumplicidade. 
IV - Quando o extraditando estiver sendo 
processado ou já tiver sido condenado ou 
absolvido no Brasil, pelo mesmo fato que 
determinar o pedido. 
V - Quando se tiver verificado a 
prescrição, segundo a lei do Estado requerente 
ou a brasileira. 
VI - Quando o extraditando tiver de 
responder, no país requerente, perante tribunal 
ou juizo de exceção. 
VII - Quando a infração for: 
a) puramente militar; 
b) contra a religião; 
c) crime político ou de opinião. 
§ 2º Não se consideram crimes políticos os 
atentados contra chefes de Estado ou qualquer 
pessoa que exerça autoridade, nem os atos de 
anarquismo, terrorismo e sabotagem, ou que 
importem propaganda de guerra ou de 
processos violentos para subverter a ordem 
política ou social. 
6.4. Aos Estrangeiros 
Por via de regra, serão extraditados sempre 
que for requerido, no entanto, como dito 
anteriormente, não será extraditado por 
crime político ou de opinião. 
6.5. Aos Portugueses Equiparados 
Art. 18 do Decreto n. 3.927/2001 
Os brasileiros e portugueses beneficiários do 
estatuto de igualdade ficam submetidos à lei 
penal do Estado de residência nas mesmas 
condições em que os respectivos nacionais e não 
estão sujeitos à extradição, salvo se requerida 
pelo Governo do Estado da nacionalidade. 
6.6. Do Critério da Preponderância 
Ponderação em que há diversos crimes 
cometidos pelo mesmo indivíduo e um ou 
mais se assemelham a crime político ou de 
opinião, nestes casos, em segurança do réu, 
a justiça brasileira opta por destacar o crime 
de interesse político e não realiza a 
extradição. 
6.7. Do processo de extradição 
 
7. Da Perda de Nacionalidade 
§ 4º - Será declarada a perda da 
nacionalidade do brasileiro que: 
I - tiver cancelada sua naturalização, por 
sentença judicial, em virtude de atividade 
nociva ao interesse nacional; 
II - adquirir outra nacionalidade, salvo 
nos casos: 
Estado requerente 
solicita a extradição
Estado requerido 
recebe o pedido e 
leva para análise
Ministério da 
Justiça analisa os 
detalhes do pedido 
e do caso
STF delibera sobre 
legalidade do 
pedido
Se sim - passa ao PR 
para decidir
Se não - processo é 
arquivado
Com aprovação do 
STF, cabe ao PR 
decidir, se extradita 
ou não
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a) de reconhecimento de nacionalidade 
originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela 
norma estrangeira, ao brasileiro residente em 
estado estrangeiro, como condição para 
permanência em seu território ou para o 
exercício de direitos civis;

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