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Direitos de nacionalidade

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DIREITOS DE NACIONALIDADE
· 1. CONCEITO
· “É o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a determinado Estado, fazendo com que esse indivíduo passe a integrar o povo desse Estado e, por consequência, desfrute de direitos e submeta-se a obrigações”.
· 1.1. Regulamentação da matéria:
· EC 54/2007: Dá nova redação a alínea c do inciso I do art. 12 da CF/88 e acrescenta art. 95 ao ADCT, assegurando o registro nos consulados de brasileiros nascidos no estrangeiro.
· Lei nº 13.445/2017 – Lei da Migração – revogou o Estatuto do Estrangeiro vacatio legis 180 dias – lei começou a vigorar em 27/09/2018.
· Decreto Legislativo nº 274/2007, que aprova o texto da Convenção para a Redução dos Casos de Apatridia.
· Foram revogados o Estatuto do Estrangeiro – Lei nº 6.815/80 e a Lei da Nacionalidade – Lei nº 818/49.
· 1.2. Algumas definições correlatas:
· População: compreende todos os habitantes de um território de um país ou região (conceito numérico que inclui, também, os estrangeiros);
· Povo: Compreende o conjunto de nacionais e pessoas que exercem cidadania. O povo é elemento de um Estado.
· Nação: Agrupamento de pessoas com ligação histórica, cultural, étnica, lingüística, hábitos e costumes.
· Nacionais: são todos aqueles que o Direito de um Estado define como tais; são todos aqueles que se encontram ligados ao Estado por um vínculo jurídico que os qualifica como seus integrantes.
· Cidadãos: é conceito restrito, para designar os nacionais (natos ou naturalizados) no gozo de seus direitos políticos e participantes da vida do Estado.
· Estrangeiros: são todos aqueles que não são tidos por nacionais em relação a um determinado Estado, isto é, as pessoas a que o Direito do Estado não atribuiu a qualidade de nacionais.
· Outros conceitos:
· Polipátrida: é aquele que possui mais de uma nacionalidade, em razão de o seu nascimento o enquadrar em distintas regras de aquisição de nacionalidade. Quando dois ou mais Estados reconhecem uma determinada pessoa como seu nacional, dando origem à multinacionalidade.
· Apátrida: (sem pátria; heimatlos) é aquele que, dada a circunstância de seu nascimento, não adquire nacionalidade, por não se enquadrar em nenhum critério estatal que lhe atribua nacionalidade. Ou ainda aquele que perde a nacionalidade em virtude de uma guerra política. Art. 15 DUDH/1948 assegura a toda pessoa o direito de nacionalidade (direito humano).
· Cidadania: tem por pressuposto a nacionalidade (que é mais ampla que a cidadania), caracterizando-se em uma de suas vertentes como titularidade de direitos politicos de votar e ser votado. O cidadão, portanto, nada mais é que o nacional (brasileiro nato ou naturalizado) que goza de direitos políticos.
· 2. ESPÉCIES DE NACIONALIDADE E CRITÉRIOS PARA A SUA AQUISIÇÃO
a) Primária/Originária (involuntária): Critério unilateral
· “Jus Sangüinis” ou critério de consangüinidade: determina-se a nacionalidade de uma pessoa pela origem de seus ascendentes. São considerados nacionais todos que possuem ascendentes da mesma nacionalidade, até um determinado grau. Geralmente adotado por países de emigração (países europeus).
· “Jus Soli”: ou critério de territorialidade: determina-se a nacionalidade de uma pessoa pelo local de nascimento. São considerados nacionais todos os que nascem no território do Estado. Geralmente adotado por países de imigração.
b) Secundária/Adquirida – dão origem aos naturalizados –(voluntária): adquire-se pela vontade do indivíduo ou do Estado.
· 2.1 Conflito de nacionalidade
· A Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017) define o apátrida como a “pessoa que não seja considerada como nacional por nenhum Estado, segundo a sua legislação, nos termos da Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, de 1954, promulgada pelo Decreto nº 4.246/2002, ou assim reconhecida pelo Estado brasileiro.” 
· Visa a “redução da apátrida”, prescrevendo normas de proteção ao apátrida. Durante a tramitação do processo de reconhecimento da condição de apátrida incidem todas as garantias de direitos.
· 3. MODOS DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE ORIGINÁRIA BRASILEIRA: Art. 12, I da CF/88 – que oferta a pessoa a condição de brasileiro nato
a) JUS SOLI – todo aquele nascido em território nacional. Exceção: quando os pais forem estrangeiros e um deles, ao menos, estiver a serviço de seu país, pois se presume que o vínculo afetivo dessa pessoa será com o país de origem de seus pais.
b) JUS SANGUINIS - todo aquele nascido em território estrangeiro acrescido de estar um dos pais a serviço do Estado brasileiro referente não só a atividade diplomática, mas também da União, Estados, DF,Municípios, autarquias ou organizações internacionais. Não importa se a mãe ou o pai, ou ainda os dois, sejam brasileiros natos ou naturalizados;
c) JUS SANGUINIS - todo aquele nascido em território estrangeiro acrescido de registro em repartição brasileira competente ou de residência em território nacional;(Regra depois de 2007).
d) JUS SANGUINIS - todo aquele nascido em território estrangeiro e que optem depois da maioridade pela nacionalidade brasileira. (Nacionalidade potestativa- vontade dos filhos) – filhos de pais brasileiros natos ou naturalizados, que não estejam a serviço do Brasil quando vierem a residir no Brasil e optar em qualquer tempo, após adquirida a maioridade, pela nacionalidade brasileira (EC 54/2007).
· 3.1 Critério adotado jus solis temperada por outros critérios:
· 3.2 Considerações importantes:
· Nos casos de nascimentos fora do Brasil dos filhos de pais ou mães brasileiros, a serviço ou não do Brasil, a condição de nacional do país onde nasceu será determinada pelas regras daquele ordenamento jurídico.
· “Optar” significa abrir mão de eventual outra nacionalidade pela brasileira. Nesse sentido, o art. 63 da Lei nº 13.445/2017 estabelece que o filho de pai ou de mãe brasileiro nascido no exterior e que não tenha sido registrado em repartição consular brasileira poderá́, a qualquer tempo, promover Ação de Opção de Nacionalidade, de competência da Justiça Federal, conforme visto (art. 109, X, CF/88), prescrevendo- -se, ainda, que o órgão de registro deve informar periodicamente à autoridade competente os dados relativos à opção de nacionalidade.
· 4. O BRASILEIRO NATURALIZADO - modos de aquisição da nacionalidade secundária brasileira
· 4.1 Nacionalidade secundária: art. 12, II da CF/88.
· Naturalização: é o ato pelo qual uma pessoa adquire a nacionalidade de outro país, que dependerá (i) tanto da vontade do interessado + (ii) como da aquiescência estatal, que, através do ato da soberania, de forma discricionária, poderá ou não atender à solicitação do estrangeiro ou apátrida.
a) Naturalização Tácita: é aquela adquirida independentemente de manifestação expressa do naturalizando, por força das regras jurídicas de nacionalização adotadas por determinado Estado, como previa a Constituição de 1891 (não existe mais!);
b) Naturalização Expressa: depende do requerimento do interessado, demonstrando sua intenção de adquirir nova nacionalidade.
· 4.2 Espécies de naturalização admitidas no Brasil
a) Naturalização ordinária constitucional em relação aos originários de países de língua portuguesa
· Estrangeiros Originários de países de língua portuguesa, atendidos os seguintes requisitos:
(i) residência por 01 (um) ano ininterrupto e
(ii) idoneidade moral;
· Países de língua portugesa: Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Açores, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Goa, Damão, Diu, Macau e Timor-Leste.
b) Naturalização ordinária legal: A regulamentação desse dispositivo se deu nos termos do art. 65 da Lei de Migração — Lei nº 13.445/2017
(i) (i) ter capacidade civil, segundo a lei brasileira;
(ii) (ii) ter residência em território nacional, pelo prazo mínimo de 4 anos;
(iii) (iii) comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; 
(iv) (iv) não possuir condenação penal ou estar reabilitado, nos termos da lei.
(v) c) Naturalização Especial: A naturalização especial poderá ser concedida ao estrangeiro que se encontre em umadas seguintes situações (art. 68 da Lei nº 13.445/2017)
(i) ser cônjuge ou companheiro, há mais de 5 anos, de integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; 
(ii) ser ou tenha sido empregado em missão diplomática ou em repartição consular do Brasil por mais de 10 anos ininterruptos.
· Enquadrando-se em uma das situações acima, o naturalizando deverá preencher os seguintes requisitos para que possa ser concedida a naturalização especial (art. 69 da Lei n. 13.445/2017):
(i) ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; 
(ii) comunicar-se em língua portuguesa, consideradas as condições do naturalizando; 
(iii) não possuir condenação penal ou estar reabilitado, nos termos da lei.
d) Naturalização provisória
· A naturalização provisória poderá ser concedida ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado residência em território nacional antes de completar 10 anos de idade e deverá ser requerida por intermédio de seu representante legal, sendo convertida em definitiva se o naturalizando expressamente assim o requerer no prazo de 02 anos após atingir a maioridade.
· Essa hipótese, denominada pela doutrina “radicação precoce”, era expressa- mente prevista no art. 140, II, “b”, I, da Constituição de 1967 e no art. 140, II, “b”, 1, além de estar também descrita no art. 115, § 2.o, I, do revogado Estatuto dos Estrangeiros (Lei n. 6.815/80). A única diferença era que a idade de radicação no Brasil era 5 e não 10 anos, como na nova lei.
e) Naturalização Extraordinária ou Quinzenária
· Prevista no art. 12, II, “b”, CF/88 e no art. 67 da Lei nº 13.445/2017, a naturalização extraordinária ou quinzenária dar-se-á́:
I. Ser estrangeiro de qualquer nacionalidade;
II. residentes na República Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e
III. sem condenação penal, requisitarem a nacionalidade brasileira.
· A naturalização extraordinária é “intransferível”, vale dizer, só́ a adquire aquele que preencher os requisitos constitucionais, não estendendo seus efeitos sobre o cônjuge e os filhos já nascidos 
· É PESSOAL E INTRANSFERÍVEL!
· 4.3 Radicação Precoce e Conclusão do Curso Superior como requistos para naturalização
· Radicação precoce: "os nascidos no estrangeiro, que hajam sido admitidos no Brasil durante os primeiros 10 (dez) anos de vida, radicados definitivamente no território nacional. Para preservar a nacionalidade brasileira, deverão manifestar- se por ela, inequivocamente, até dois anos após atingir a maioridade”; (mantida pela Lei da Migração) 
· Conclusão de curso superior: "os nascidos no estrangeiro que, vindo residir no País antes de atingida a maioridade, façam curso superior em estabelecimento nacional e requeiram a nacionalidade até um ano depois da formatura“.(não mais subsiste pela revogação do Estatuto do estrangeiro!)
· 4.4 Quase nacionalidade – portugueses (art.12, § 1° da CF/88)
· Estabelecido pelo Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil e República Portuguesa em 2000.
· Em duas situações se enquadram os portugueses: 
(i) podem requerer a naturalização ou 
(ii) aqueles que tenham residência permanete no Brasil e que queiram continuar com a naiconalidade portuguesa (estrangeiros) e não façam opção pela naturalização brasileira. desde que não sejam vedados pelo art. 12 da CF/88.
· Os portugueses não perdem a sua cidadania. Deste modo, continuam sendo no Brasil, estrangeiros, mas podendo exercer os direitos conferidos aos brasileiros, desde que não sejam vedados ( art. 12, § 3°) e haja vista a reciprocidade para brasileiros em Portugal.
· Art. 12 , §1º - Havendo reciprocidade de tratamento, não serão mais atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro nato, mas tão-somente os direitos do naturalizado.
· 5. DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURAZLIZADOS?
· Princípio da Igualdade –Art. 12, § 2º da CF/88- veda distições entre brasileiros natos e naturalizados, exceto, quanto as disposições expresamente previstas na CF/88 que visam garantir a preservação da soberania.
· Art. 5°, LI:
· EXTRADIÇÃO - Nenhum brasileiro nato será extraditado, salvo, o naturalizado,eno caso de crimes comuns, praticados antes do processo de natruzalização, na forma da lei.
· Art. 12, § 3° 
· CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIRO NATO:
· de Presidente e Vice-Presidente da República;
· de Presidente da Câmara dos Deputados;
· de Presidente do Senado Federal;
· de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
· da carreira diplomática;
· de oficial das Forças Armadas.
· de Ministro de Estado da Defesa
· Art. 12, § 4°, I 
· CANCELAMENTO DE NATURALIZA-ÇÃO
· § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
· tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
· Art. 89, VII
· MEMBROS DO CONSELHO DA REPÚBLICA:
· Seis cidadãos, brasileiros natos, com mais de 35 anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal, dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos vedada a recondução.
· Art. 222
· A PROPREIDADE DE EMPRESA JORANLÍSTICA E DE RADIOFUSÃO SONORA E DE SONS E IMAGENS é privativa de brasileiro nato, ou naturalizado há mais de dez anos, ou de pesoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras e tenham sede no Brasil. 
· 6. PERDA DA NAICONALIDADE
- As hipóteses de perda e nacionalidade estão taxativamente previstas no art.12, §°4, I e II:
(i) Cancelmento da naturalização por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional (art. 12, § 4°, I) - Ação de Cancelamento de Naturalização;
(ii) Aquisição de outra naiconalidade (art. 12, § 4°, I), salvo nos casos:
· De reconhecimento de naturalização originária pela lei estrangeira;
· De imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileira, ao brasileiro território ou para o exercício de direitos civis.
· Prevenção à condição de apátrida: a Lei de Migração estabelece que o risco de geração de situação de apatridia será́ levado em consideração antes da efetivação da perda da nacionalidade (art. 75, paragrafo único).
· Apesar da ausência de previsão expressa da Constituição, também haverá possibilidade de perda da nacionalidade, quando essa foi adquirida com fraude à lei, nos termos da legislação civil ordinária.
· 6.1 Ação de cancelamento de naturalização (perda punição)
· Decreto Legislativo nº 274/2007, que aprova o texto da Convenção para a Redução dos Casos de Apatridia.
· Assim, na medida em que a referida Convenção prevê a perda da nacionalidade somente por decisão de “Tribunal” ou “órgão independente”, e como no Brasil não existem os ditos “órgãos independentes” na estrutura administrativa, a única forma de perda da nacionalidade seria por sentença judicial transitada em julgado.
· 6.2 Perda mudança – ato voluntário – aquisição de outra nacionalidade
· A segunda hipótese de perda de nacionalidade, também conhecida como perda-mudança, é aplicável tanto aos brasileiros natos quanto aos naturalizados. O brasileiro, em regra, perderá sua nacionalidade quando, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade.
· Diferentemente da previsão anterior, nesta hipótese, não haverá necessidade de processo judicial, pois, a perda da nacionalidade será decretada por meio de processo administrativo e oficializada mediante Decreto do Presidente da República, garantida a ampla defesa.
· A mera formalização, perante o Estado estrangeiro, de pedido que vise à obtenção de sua nacionalização, não gera, por si só, a perda da nacionalidade, que supõe efetiva aquisição da nacionalidade estrangeira
· São necessários 3 requisitos: Voluntariedade da conduta; Capacidade civil do interessado, de acordo com a lei brasileira; Aquisição da nacionalidade estrangeira.
· 6.2.1 Aquisição de outra nacionalidade
· O revogado art. 36 da Lei nº 818/49 previa a possibilidade de reaquisição por decreto presidencial, se o ex-brasileiro estivesse domiciliado no Brasil. Entendemos, contudo, que tal dispositivosó́ teria validade se a reaquisição não contrariasse os dispositivos constitucionais e, ainda, se existissem elementos que atribuíssem nacionalidade ao interessado.
· A perda será efetivada por procedimento administrativo no Ministério da Justiça. 
· Os efeitos do Decreto Presidencial que estabelece a perda da nacionalidade são ex nunc. 
· O brasileiro nato ou naturalizado, que perde esta condição, em virtude do art.12, §4º, II da CF/88, poderá readquiri-la, por meio dos procedimentos previstos de naturalização.
· Mesmo na hipótese de brasileiro nato que se vê privado da nacionalidade originária, tornando-se, pois, estrangeiro, somente poderá haver a reaquisição sob forma derivada (secundária), mediante processo de naturalização, tornando-se brasileiro naturalizado.
· O que pensa a doutrina quanto a revogação do art. 36 da Lei nº 818/49 e a entrada em vigor da Lei da Migração: O revogado art. 36 da Lei nº 818/49, ainda persiste, boa parte da doutrina defende que, com a entrada em vigor da Lei de Migração (Lei nº 13.445/2017, com vocativo legis de 180 dias), que traz a seguinte regra em seu art. 27: “o brasileiro que, em razão do previsto no inciso II do § 4º do art. 12 da Constituição Federal, houver perdido a nacionalidade, uma vez cessada a causa, poderá́ readquiri-la ou ter o ato que declarou a perda revogado, na forma definida pelo órgão competente do Poder Executivo”.
· 6.3 Exceções Constitucionais
· A EC 03/1994, expressamente, passou a admitir 02 (duas) hipóteses de dupla nacionalidade;
· Dessa forma, não será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que, apesar de adquirir outra nacionalidade, incidir em uma das seguintes hipóteses constitucionais:
1. Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira (ius sangüinis);
2. Imposição de Naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
· 6.4 Caso – Claudia Cristina Sobral Brasileira nata extraditada por optar voluntariamente por 
nacionalidade estrangeira- MS nº 33864
· Em 28/03/2017 o STF autorizou a extradição de Claudia Cristina Sobral para os EUA onde está sendo acusada de assassinar o seu marido em 2007;
· Relator Barosso;
· Em 1999, Claudia havia renunciado a nacionalidade brasileira para adquirir cidadania americana, embora ela já tivesse o chamado "green card". No momento da extradição não era mais brasileira (nem nata nem naturalizada), com Portaria expedida pelo Ministério da Justiça;
· Vigorava à epoca o Estatuto do Estrangeiro – Lei nº 6.815/80
· A extradição para os EUA foi deferida por 04 votos a 01. 
· Todavia, exigindo-se daquele país (i) não aplicar pena vedada pelo Brasil; (ii) observar o tempo máximo de cumprimento da pena aqui no Brasil – 30 anos e (iii) detrair o tempo de cumprimento da pena aqui no Brasil.
· A legislação do estado americano de Ohio, onde o marido dela foi morto, prevê prisão perpétua ou pena de morte por injeção letal.
· 5 . DAS CONDIÇÕES JURÍDICAS DO ESTRANGEIRO
· Estrangeiro: é todo aquele que não adquire a nacionalidade brasileira.
· Princípio Fundamental: Igualdade. Gozam dos mesmos direitos e têm os mesmos deveres dos brasileiros.
· Legislação Infra-Constitucional: Lei nº 13.445/2017 – Lei da Migração– revogou o Estatuto do Estrangeiro com vacatio legis 180 dias.
· Decreto Legislativo nº 274/2007, que aprova o texto da Convenção para a Redução dos Casos de Apatridia.
· Revogados o Estatuto do Estrangeiro – Lei nº 6.815/80 e a Lei da Nacionalidade – Lei nº 818/49.
· Locomoção do estrangeiro no território nacional: é livre, (art. 5º, XV).
· Do ingresso e permanência do estrangeiro no País:
· Ingresso: todo o estrangeiro pode entrar no país, e deve preencher os requisitos legais e obtenha visto de entrada (de trânsito, de turista, temporário, permanente, cortesia, oficial ou diplomático). 
· Permanência: deverá registrar-se no Ministério da Justiça e obter a chamada carteira de identidade de estrangeiros.
· Saída do País: deve obter visto de saída. Se for registrado como permanente, poderá retornar independente de visto, se o fizer dentro de 02 anos.
· Aquisição e Gozo dos direitos civis: a lei não distingue nacionais e estrangeiros quanto à aquisição e gozo dos direitos civis, apenas quando a CF/88 autorizar (dicção do art. 190).
Ex.: sucessão dos bens do de cujus – lei brasileira e adoção por pais estrangeiros – lei brasileira.
· Gozo de direitos individuais e sociais: assegura aos estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade de direitos fundamentais.
· Aquisição de Direitos Políticos: não podem votar e nem ser votados (art. 14 §2º); 
· 6.EXTRADIÇÃO
· É o ato pelo qual um Estado entrega um indivíduo, acusado de um delito, ou já condenado como criminoso, à justiça de outro, que o reclama (a extradição depende de requerimento de outro país) e que é competente para julgá-lo e puni-lo.
· Segundo o art. 81 da Lei n. 13.445/2017, a extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso.
· 6.1Princípios norteadores:
· Art. 22, XV da CF/88:
- Princípio da Dupla Tipicidade;
- O Brasil não admite extradição para contravenções penal ou de crime do máximo de 01 (um) ano de prisão;
- Veda a extradição para crime político ou de opinião;
- Brasileiro nato* não pode ser extraditado.
· 6.2 Espécies de Extradição
· Extradição ativa: o requerimento de entrega é feito pelo Brasil ao Estado estrangeiro;
· A extradição ativa (aquela em que o Estado brasileiro solicita a Estado estrangeiro a entrega de individuo) será́ requerida por via diplomática ou pelas autoridades centrais designadas para esse fim.
· O STF, portanto, não tem papel ativo nesse processo de extradição e, assim, no caso, as autoridades centrais designadas não precisam de autorização da Corte para pedir a extradição.
· Ficou acertado que o pedido de extradição ativa seria providenciado pela PGR ao Ministério da Justiça, que tomaria as medidas cabíveis, tendo em vista que as relações extradicionais se estabelecem entre os países, nos termos de tratado bilateral assinado entre os dois países (caso de Henrique Pizzolato- Itália/Brasil).
· Extradição passiva: brasileiro nato x brasileiro naturalizado
· O requerimento de entrega é formalizado pelo Estado estrangeiro ao Estado brasileiro.
· O brasileiro nato nunca poderá́ ser extraditado (estamos nos referindo à extradição passiva). 
· Já o naturalizado poderá́ ser extraditado em duas situações:
a) crime comum: o naturalizado poderá́ ser extraditado somente se praticou o crime comum antes da naturalização; 
b) tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins: no caso de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei, o brasileiro naturalizado poderá́ ser extraditado, não importando o momento da prática do fato típico, seja antes, seja depois da naturalização.
· Extradição Passiva:
· Aquela pela qual Estado estrangeiro solicita ao Estado brasileiro a entrega de determinada pessoa acusada ou já́ condena- da por ter cometido crime) está previsto, basicamente, na Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017), que deverá adequar-se ao balizamento dos incisos LI e LII do art. 5º da Constituição Federal.
· Quando mais de um Estado requerer a extradição da mesma pessoa pelo mesmo fato, terá́ preferência o pedido daquele em cujo território a infração foi cometida. Em caso de crimes diversos, terá́ preferência, sucessivamente:
a) o Estado requerente em cujo território tenha sido cometido o crime mais grave, segundo a lei brasileira;
b) o Estado que em primeiro lugar tenha pedido a entrega do extraditando, se a gravidade dos crimes for idêntica;
c) o Estado de origem, ou, em sua falta, o domiciliar do extraditando, se os pedidos forem simultâneos.
· Exemplos: Cesare Battisti (extraditado em 14/12/2018) para a França e Maurício HernándezMorambuena (extraditado em 20/08/2019) para o Chile.
· Procedimento:
· O art. 83 da Lei nº 13.445/2017, são condições para concessão da extradição:
a) ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado (caráter instrutório); 
b) estar o extraditando respondendo a processo investigatório ou a processo penal ou ter sido condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de liberdade (caráter executório).
· De acordo com o art. 82 da Lei n. 13.445/2017, não se concederá a extradição quando:
· o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato; 
· o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente, devendo, portanto, ser respeitado o princípio da dupla tipicidade. Ou seja, o fato tem de ser considerado crime tanto no Brasil como no Estado requerente, interessando a conduta praticada mesmo que não haja identidade de designação formal do tipo penal
· a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 anos;
· o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido;
· a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente. Ou seja, para que possa ser autorizada a extradição é indispensável a observância do princípio da dupla punibilidade; 
· o fato constituir crime político ou de opinião; 
· o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou 
· o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei n. 9.474/97, ou de asilo territorial.
· Extradição passiva: vedações legais em relação à entrega do extraditando
De acordo com o art. 96 da Lei n. 13.445/2017, não será́ efetivada a entrega do extraditando sem que o Estado requerente assuma o compromisso de:
· não submeter o extraditando a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição (princípio da especialidade ou do efeito limitativo da extradição, que não é absoluto diante da possibilidade de haver pedido de extensão pelo Estado estrangeiro e com ele o Brasil expressamente concordar);
· computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição (detração penal); 
· comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo de cumprimento de 30 anos;
· não entregar o extraditando, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame;
· não considerar qualquer motivo político para agravar a pena; 
· não submeter o extraditando a tortura ou a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradação.
· Extradição passiva: e se o extraditando for casado com brasileira ou tiver filho brasileiro? Haverá óbice, por esse motivo, ao pedido de extradição? NÃO!
· Extradição passiva: entendendo o STF pela procedência do pedido de extradição, o Presidente da República será obrigado a extraditar o requisitado?
Não. O Presidente da República terá́ discricionariedade. A Lei de Migração, assim como o revogado Estatuto dos Estrangeiros, estabeleceram alguns parâmetros para a decisão do Presidente da República, e, assim, presentes os requisitos legais acima expostos (e que vedam a extradição), ele poderia (deveria!) negá-la, até diante da ideia de soberania, fundamento da República Federativa do Brasil (art. 1º, I).
· PECULIARIDADES DA EXTRADIÇÃO
· Não se faz necessária a prisão do extraditando para que a extradição seja analisada e/ou concedida;
· A decisão do STF versus a decisão do Presidente na concessão da extradição:
a) O presidente não está vinculado á decisão do STF, porém, deve observar as regras do direito convencional não sendo neste pondo ato discricionário;
b) Em 2011 o STF entendeu que o ato de conceder a extradição é um ato de governo marcado pela ampla discricionariedade – ato da soberania nacional;
· De acordo com o art. 208 do RI/STF, não terá́ andamento o pedido de extradição sem que o extraditando seja preso e colocado à disposição do Tribunal (Prisão cautelar).
· Em todos os pedidos de extradição o STF (turmas) será instado a pugnar pela legalidade e procedência do pedido. Desta decisão não cabe recurso;
· Possibilidade de renovação do pedido de extradição, porém, não pode ser baseada no mesmo fato.
· 7. MEDIDAS COMPULSÓRIAS -O estrangeiro está sujeito às medidas compulsórias que o obrigam-no a sair do território brasileiro
Qual a diferença?
- Deportação: medido que expele estrangeiro que tenha entrado no País de maneira irregular ou cuja situação em território nacional tenha se tornado irregular.
- Expulsão: medida que expele estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a tranquilidade ou a moralidade pública.
- Extradição: medida que só se aplica quando o estrangeiro comete crime anteriormente à sua entrada no País.
· 7.1 Generalidades:
· Obediência aos dispositivos da Lei nº 9.474/97 e as disposições legais, tratados, instrumentos e mecanismos que tratem da proteção aos apátridas ou de outras situações humanitárias, destacando-se, na forma da Lei de Migração, as seguintes medidas:
· Requisitos: país de nacionalidade ou de procedência do migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite, em observância dos tratados dos quais o Brasil seja parte.
· Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe da unidade da Polícia Federal poderá́ representar perante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos judiciais, os direitos à ampla defesa e ao devido processo legal.
· De acordo com o art. 61 da Lei de Migração, não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão coletivas, ou seja, aquelas que não individualizam a situação migratória irregular de cada pessoa.
· Ainda, não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão de nenhum indivíduo quando subsistirem razões para acreditar que a medida poderá́ colocar em risco sua vida ou integridade pessoal.
· 7.2 Repatriação
· A repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa em situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade.
· Será́ feita imediata comunicação do ato fundamentado de repatriação à empresa transportadora e à autoridade consular do país de procedência ou de nacionalidade do migrante ou do visitante, ou a quem o representa.
· Repatriados de Wuhan – 09 de fevereiro de 2020
· Vedação à repatriação de pessoa que:
· em situação de refúgio ou de apatrida, de fato ou de direito; 
· ao menor de 18 anos desacompanhado ou separado de sua família, exceto nos casos em que se demonstrar favorável para a garantia de seus direitos ou para a reintegração a sua família de origem; 
· a quem necessite de acolhimento humanitário;
· em qualquer caso, para país ou região que possa apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade da pessoa.
· 7.3 Deportação
· Consiste em devolver o estrangeiro ao exterior, ou seja, é a saída compulsória do estrangeiro. Fundamenta-se no fato de o estrangeiro entrar ou permanecer irregularmente no território nacional (CF, art.5º, XV) não decorrendo da prática de delito em qualquer território, mas do não-cumprimento dos requisitos para entrar ou permanecer no território, desde que o estrangeiro não se retire voluntariamente no prazo determinado. 
· Far-se-á a deportação para o país de origem ou de procedência no estrangeiro, ou para outro que consinta recebê-lo. Não sendo ela exequível, ou existindo indícios sérios de periculosidade ou indesejabilidade do estrangeiro, proceder-se-á a sua expulsão. Mas não se dará a deportação se esta implicar extradição vedada pela lei brasileira.
· Brasileiro, depotardos dos EUA voltam para o Brasil desde outubro de 2019.
· Peculiaridades da Deportação
· Não se procederá a deportação se a medida configurar extradição não admitida pela legislação brasileira.
· A deportação será́ precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual constem, expressamente,as irregularidades verificadas e prazo para a regularização não inferior a 60 dias, podendo ser prorrogado, por igual período, por despacho fundamentado e mediante compromisso de a pessoa manter atualizadas suas informações domiciliares. Referido prazo poderá́ ser reduzido nos casos que se enquadrem no inciso IX do art. 45 da Lei de Migração.
· Referida notificação não impede a livre circulação em território nacional, devendo o deportando informar seu domicílio e suas atividades. Ainda, quando implementada, a deportação não exclui eventuais direitos adquiridos em relações contratuais ou decorrentes da lei brasileira.
· Vencido o prazo sem que se regularize a situação migratória, a deportação poderá́ ser executada.
· A saída voluntária de pessoa notificada para deixar o País equivale ao cumprimento da notificação de deportação para todos os fins.
· Em se tratando de apátrida, o procedimento de deportação dependerá de prévia autorização da autoridade competente.
· 7.4 Expulsão
· A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso por prazo determinado (art. 54 da Lei nº 13.445/2017), devendo-se garantir, nos processos de expulsão, o contraditório e a ampla defesa. A existência de processo de expulsão não impede a saída voluntária do expulsando do País.
· Poderá́ dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado relativa à prática de:
· crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Inter- nacional, de 1998, promulgado pelo Decreto n. 4.388/2002; ou
· crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as possibilidades de ressocialização em território nacional.
· Caberá́ à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a duração do impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão, observado o disposto na Lei n. 13.445/2017.
· Ato voluntário do Estado brasileiro:
· Delito ou infração for cometido dentro do território nacional, caracterizando-se como verdadeiro instrumento coativo de retirada do estrangeiro do território pátrio, nas hipóteses descritas na lei (art. 22, XV, da Constituição Federal). 
· A expulsão, portanto, prescinde de (dispensa) provocação da autoridade estrangeira, ao contrário do que ocorre com a extradição.
· O art. 55 da Lei n. 13.445/2017 veda a expulsão, quando:
· a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira; 
· o expulsando tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela; 
· o expulsando tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma, reconhecido judicial ou legalmente; 
· o expulsando tiver ingressado no Brasil até os 12 anos de idade, residindo desde então no País; 
· o expulsando for pessoa com mais de 70 anos que resida no País há mais de 10, considerados a gravidade e o fundamento da expulsão.
· Ainda:
· a existência de nascituro ou mesmo o nascimento de filho após a pratica do delito impede a expulsão: O STJ considera que a existência de filho(a) brasileiro(a) só se constitui causa impeditiva de expulsão de estrangeiro se o estrangeiro sempre a teve sob sua guardou dependência econômica e que esse reconhecimento antes do fato que haja motivado a expulsão. Há outras posições que são mais abrangentes afastando qualquer condicionante cronológica quanto ao nascimento de filhos no país. Aguardemos a decisão do STF!
· Em relação à existência de cônjuge (ou companheiro, agora na nova lei), já́ na vigência da lei anterior revogada (art. 75, II, “a”, da Lei n. 6.815/80) boa parte da doutrina já defendia interpretação mais ampla, abrangendo, naturalmente, a preservação das entidades familiares fundadas também em uniões estáveis hétero ou homoafetivas. O art. 55, II, “b”, proíbe qualquer tipo de discriminação.
· 7.5 Extradição e Deportação de Brasileiros
· Não há deportação nem expulsão de brasileiro. O envio compulsório de brasileiro para o exterior constitui banimento, que é pena excepcional, proibida constitucionalmente (CF, art.5º, XVLVII, d).
· 8. DIREITO DO ESTRANGEIRO DE PERMANECER NO BRASIL
· 8.1 Asilo Político
· A CF/1988 ao dispor acerca dos princípios do Brasil em suas relações internacionais, impõe no art. 4º como norma basilar a concessão de asilo político.
· A concessão do asilo político territorial (admissão do estrangeiro dentro do território de um Estado), é ato discricionário de governo dos Estados soberanos. A perseguição se dá devido a dissidência política, de delitos de opinião, ou por crimes que, relacionados com a segurança do Estado e os conexos a ele(s), não configuram quebra do direito penal comum.
· Evo Morales, ex-presidente da Bolívia recebeu Asilo Político no México, em novembro de 2019.
· Julian Assange – preso em abril de 2019.
· 8.1.1 Espécies de Asilo Político
· A Lei de Migração, além de prescrever que a saída do asilado do País sem prévia comunicação implica renúncia ao asilo, veda (proíbe) a sua concessão a quem tenha cometido:
· crime de genocídio; 
· crime contra a humanidade; 
· crime de guerra; 
· crime de agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998, promulgado pelo Decreto n. 4.388/2002.
· 8.2 Refúgio
· É mais grave, pois, promove um abalo maior das estruruas de determinado país, e por isso, pode gerar vítimas em potencial.
· O Comitê Nacional para os Refugiados – regulamentado na Lei n°9.47497 (mesmo com a edição da Lei da Migração) - reconhece com refugiado – art. 1°:
I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; 
II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior;
III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
· 8.1 Os refugiados
· São pessoas que são perseguidas em seu Estado pela prática de crimes políticos, convicção religiosa, raça, crimes relacionados com a segurança do Estado, salvo aqueles de natureza comum.
· Alcance universal / caráter humanitário.
· 9. LÍNGUA PORTUGUESA E SÍMBOLOS NACIONAIS
· A língua portuguesa é o idioma oficial do País, porém se asseguram às comunidades indígenas o direito de utilização das línguas maternas e processos próprios de aprendizagem (arts.13 e 210§2º)
· A bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais são considerados pela Constituição como símbolos da República Federativa do Brasil (art.13, §1º).
	
Brasileiro nato
Jus solis – art. 12, I, “ a” 
Jus sanguinis + serviço do Brasil – art. 12, I, “b”.
Jus sanguinis + registro – art. 12, I, “c”, 1ª parte.
Jus sanguinis + opção confirmativa – art. 12, I, “c”, 2ª parte – Nacionalidade Potestativa
NATURALIZAÇÃO
TÁCITA – (ou grande naturalização – art. 69, § 4˚; Const. 1891- Não existe mais!
EXPRESSA CONSTITUCIONAL
Extraordinária Constitucional (ou quinzenária) - art. 12, II, “b”.
Ordinária Constitucional – art. 12, II, “a”.
Originários de língua portuguesa
Não originários de países de língua portuguesa
Ordinária (Legal)
Especial
Provisória
Perda do direito de nacionalidade
Aquisição de outra nacionalidade – só se for originária e
Exceções
Cancelamento da naturalização
Sentença judicial transitada em julgado, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional (Ação de cancelamento de naturalização
Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
Imposição de naturalização, como condição para a permanência em seu território ou para exercício de direitos civis
REPATRIAÇÃO
EXPULSÃODEPORTAÇÃO
Asilo Político 
Refúgio
Asilo Político
Concedido ao estrangeiro no âmbito espacial da soberania estatal.
Asilo diplomático
Asilo territorial
Concedido ao estrangeiro pela autoridade diplomática brasielira no exterior, ficando protegido, por exemplo, na Embaixada,no Consulado, no navio, aeronave, acampahamento militar, etc.
Positivo — polipátrida (multinacionalidade) 
Negativo — apátrida, intolerável, especialmente diante do art. XV da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que assegura a toda pessoa o direito a uma nacionalidade, proibindo que seja arbitrariamente dela privada, ou impedida de mudá-la.

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