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ARMADILHAS NA ESCOLHA Negócio em alta O empreendedor pode se sentir muito atraído por um ramo em ascensão. Mas não deve esquecer que, como ele, centenas de outros pretendentes cobiçam o mesmo grupo de consumidores. Toda essa concorrência certamente dificultará a sobrevivência. Os modismos, negócios que entram em decadência com a mesma rapidez com que surgem, podem ser uma ‘roubada’. Nesses casos, é aconselhável ter o controle preciso do tempo para começar, ganhar algum dinheiro e rapidamente sair do ramo Sucesso garantido Nem sempre o que dá certo em um determinado local funciona também em outro. Sucessos absolutos de público em uma capital podem significar falência em uma cidade do interior. Mesmo franquias consolidadas em outros países correm risco de não encontrar mercado cativo no Brasil. Foi o que aconteceu, por exemplo, com redes de alimentação como Arby’s e Subway Empreendimento “mico” Uma ‘‘grande idéia’’ pode parecer mais brilhante do que realmente é. Se o empreendedor vê um nicho de mercado em que ninguém atua, deve dobrar sua atenção. Talvez não haja concorrentes à vista porque não existem potenciais consumidores Adquirir uma empresa já pronta elimina dores de cabeça? Depende. Em certos casos, os maiores contratempos podem surgir depois, com a descoberta de eventuais dívidas fiscais, trabalhistas ou com fornecedores do antigo dono. Consultores recomendam cuidado na análise do passado da companhia que o empreendedor quer comprar. Deve ser solicitada a ajuda de especialistas, como advogados e contadores Inovação depende de tecnologia Mito. Muitos empreendimentos estabelecem diferenciais que revolucionam o mercado sem que um desenvolvimento técnico específico esteja envolvido. Foi o caso dos restaurantes a quilo Um hobby é o melhor negócio Gostar muito de uma atividade não significa que ela se transformará em um negócio rentável É melhor ser um patrão infeliz do que um empregado descontente Acontece justamente o contrário. Ter o negócio próprio requer maior envolvimento com a área de atuação. O empreendedor insatisfeito tem muito mais trabalho para se livrar de um negócio que não o satisfaz do que o empregado para sair de um emprego Fonte: consultores + + 1 2 3 4 5 6 11 13 24 26 37 39 50 52 63 65 76 domingo, 8 de setembrode 2002AB IDENTIFICAÇÃO Lucroéconsequência, enãoaprincipalcausa daescolhadonegócio Não basta optar por um ramo emalta, é preciso vislumbrar a chance de realização profissional A escolha do negócio não é questão de pressentimentosobreoquepodedar lucro. Muitosaspectostêmdeserconsiderados. ■ Em geral, o primeiro passo é identificar umaoportunidade emumnichodemerca- do.Ou seja, verificar se ademandapor cer- to produto ou serviçonão é atendida. Pode ser um segmento que nãodesperte interes- sedasgrandesempresas,porexemplo. ■ Os especialistas recomendam que haja uma afinidade com o negócio desejado. Não basta serumramoemalta. Temde ser uma área em que se possa vislumbrar a possibilidade de realização profissional. E que seja, depreferência,umsetoremque já setenhaexperiênciaouconhecimento. ■ O empreendimento não precisa se ba- sear emuma grande invenção ou inovação tecnológica. O segredo está em adotar um diferencialemrelaçãoaoquejáexiste. ■ Emgeral, quantomaior o risco,maiores os ganhos possíveis. Negócios mais tradi- cionais não costumam dar retornos vulto- sos,massãomenosarriscados. ■ O setor de serviços apresenta as chama- das “barreiras de entrada”mais baixas. Na maioria das vezes, não requer grande custo inicial, já que não há exigência de investi- mentoemestoqueouemmaquinário. ■ Para iniciar emcomércio,éprecisohabi- lidade para atuar em vendas. Os gastos são mais altos que em serviços, pois incluem pontoemercadorias.Adquirirumalojaem shoppingenvolvedespesascomluvas. ■ O segmento industrial costuma exigir o maior investimento inicial, pois envolve a montagem da infra-estrutura produtiva. Paraminimizar o custo, pode-se terceirizar parte da produção. Conhecer redes de for- necedoresecompradoreséessencial. ■ Quem quer correr um menor risco cal- culado tem a opção das franquias. Nesse formato de negócio, o franqueado trabalha com o apoio de uma marca já existente e supostamente consolidada. Por outro lado, o investimento inicial tende a ser mais alto do que em umnegócio independente, e há regrasepadrõesaseguir. NA PRÁTICA O engenheiro químico Daniel Li, 28, obedece sempreaalgunscritériosparaabrirnegócios. Já te- ve três (uma revendedora de suco de laranja, um call center e uma empresa de recursos de multas) antes de montar a Pixel Software, que elabora si- muladores de produtos (por exemplo, uso de len- tes de contato coloridas e certos cortes de cabelo). “Escolho os que têm forte diferencial competitivo”, diz, “preferencialmente serviços pioneiros”. Mas não gosta de riscos financeiros. Começa sempre “comomínimodecapitalnecessário”. Conhecermuitobemumsegmentoe, num dado momento, identificar uma demandanãoatendida.Foiassimqueo engenheiroWilsonPoit, 43, criouaPoit Energia, em 98. Um ano antes, quando monitorava a estruturaçãodeumpalco paraumshowdemúsica, percebeuque não havia empresas especializadas em locar, para eventos, geradores com os serviços agregados necessários. Ven- deu tudoque tinha e começou comum caminhão. Hoje, tem 65 caminhões, 75 funcionáriosefiliaisemcincocapitais. Empreendedor apostaem ineditismo Fernando Moraes/Folha Imagem Daniel Li teve três empresas antes da atual, todas com baixo risco financeiro Coleção do EMPREENDEDOR 3SEBRAE
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