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TEORIA GERAL DO PROCESSO E PROCESSO DE CONHECIMENTO Hemerson Allan Carvalho Cunha Centro Universitário Estácio da Amazônia. “Em 1976, Frank Sander , professor de Harvard, em uma conferência (Pound Conference), discutia a incapacidade de o Judiciário lidar de forma adequada e eficiente com todas as situações conflituosas que lhe eram submetidas. A partir do reconhecimento dessa incapacidade, o referido Professor defendeu a teoria do sistema de múltiplas portas, ou multidoor courthouse, que analisa qual o melhor método de solução daquele conflito, posto que não necessariamente seja o Judiciário. “(NOGUEIRA, Gustavo Santana. Et al. O sistema de múltiplas portas e o acesso à justiça no Brasil: perspectivas a partir do novo Código de Processo Civil. RePro vol. 276/2018, p. 505/522, fev./2018) SISTEMA MULTIPORTAS DE ROSOLUÇÃO DE CONFLITOS DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. RECUSO ESPECIAL. A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO É FASE OBRIGATÓRIA DO PROCESSO CIVIL ATUAL. NOVA LEGISLAÇÃO PROCESSUAL CIVIL. JUSTIÇA MULTIPORTAS. VALORIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO AMIGÁVEL. TAREFA A SER IMPLEMENTADA PELO JUIZ DO FEITO. AUSÊNCIA DE COMPARECIMENTO DO INSS. APLICAÇÃO DE MULTA DE 2% SOBRE O VALOR DA CAUSA. ART. 334, § 8o. DO CPC/2015. INTERESSE DO AUTOR NA REALIZAÇÃO DO ATO. MULTA DEVIDA. RECURSO ESPECIAL DO INSS A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A nova legislação processual civil instrumentaliza a denominada Justiça Multiportas, incentivando a solução consensual dos conflitos, especialmente por meio das modalidades de conciliação e mediação. O objetivo dessa auspiciosa inovação é hipervalorizar da concertación de interesses inter partes, em claro desfavor do vetusto incentivo ao demandismo. Mas isso somente se pode alcançar por meio da atuação inteligente dos Juízes das causas, motivados pelos ideais da equidade, da razoabilidade, da economia e da justiça do caso concreto. 2. Em seus artigos iniciais, o Código de Processo Civil prescreve que o Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos (art. 3o., § 2o. do CPC/2015), recomendando que a conciliação, a mediação e outros métodos de solução harmoniosa de conflitos sejam estimulados por Juízes, Advogados, Defensores Públicos e Membros do Ministério Público (art. 3o., § 3o. do CPC/2015), inclusive no curso do processo judicial (art. 139, V do CPC/2015). Esses dispositivos do CPC pressupõem que os Julgadores abram as mentes para a metodologia contemporânea prestigiadora da visão instrumentalista do processo, levando-o, progressivamente, a deixar de ser um objetivo em si mesmo. 3. Reafirmando esse escopo, o CPC/2015, em seu art. 334, estabelece a obrigatoriedade da realização de audiência de conciliação ou de mediação após a citação do réu. Excepcionando a sua realização, tão somente, na hipótese de o direito controvertido não admitir autocomposição ou na hipótese de ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual (art. 334, § 4o. do CPC/2015). Julgado do Superior Tribunal de Justiça 4. O caráter obrigatório da realização dessa audiência de conciliação é a grande mudança da nova Lei Processual Civil, mas o INSS, contudo, intenta repristinar a regra de 1994, que estabelecia ser optativa a audiência de conciliação (art. 125, IV do CPC/1973 com redação dada pela Lei 8.952/1994), retirando o efeito programado e esperado pela legislação processual civil adveniente. 5. Rememore-se, aqui, aquela conhecida - mas esquecida - recomendação do jurista alemão Rudolph von Iherin (1818-1892), no seu famoso livro O Espírito do Direito Romano, observando que o Direito só existe no processo de sua realização. Se não passa à realidade da visa social, o que existe apenas nas leis e sobre o papel não é mais do que o simulacro ou um fantasma do Direito, não é mais do que meras palavras. Isso que dizer que, se o Juiz não assegurar a eficácia das concepções jurídicas que instituem as garantias das partes, tudo a que o Direito serve e as promessas que formula resultarão inócuas e inúteis. 6. No caso dos autos, o INSS manifestou desinteresse na realização da audiência, contudo, a parte autora manifestou o seu interesse, o que torna obrigatória a realização da audiência de conciliação, com a indispensável presença das partes. Comporta frisar que o processo judicial não é mais concebido como um duelo, uma luta entre dois contendores ou um jogo de habilidades ou espertezas. Exatamente por isso, não se deixará a sua efetividade ao sabor ou ao alvedrio de qualquer dos seus atores, porque a justiça que por meio dele se realiza acha-se sob a responsabilidade do Juiz e constitui, inclusive, o macro-objetivo do seu mister. 7. Assim, não comparecendo o INSS à audiência de conciliação, inevitável a aplicação da multa prevista no art. 334, § 8o. Do CPC/2015, que estabelece que o não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da Justiça e será sancionado com multa de até 2% da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. Qualquer interpretação passadista desse dispositivo será um retrocesso na evolução do Direito pela via jurisdicional e um desserviço à Justiça. 8. Recurso Especial do INSS a que se nega provimento (STJ – 1ª Turma. RECURSO ESPECIAL Nº 1.769.949 - SP Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho. DJe: 02/10/2020) Julgado do Superior Tribunal de Justiça JURISDIÇ ÃO - JURISDIÇÃO PÚBLICA (Poder do Estado): Atuação estatal * aplicação do Direito objetivo ao caso concreto; - dizer o direito (júris-dicção) e fazer cumprir o direito (juris-satisfação) - criação no caso concreto da norma jurídica (norma legal aplicada à luz dos direitos fundamentais e dos princípios constitucionais de justiça Obs: escopo jurídico - solução da “lide jurídica” (conflito) * s o l u ç ã o d o c o n f l i t o c o m definitividade. A coisa julgada material só existe na jurisdição * pacificação social - escopo social - solução da lide sociológica - apaziguamento dos ânimos no plano fático. - JURISDIÇÃO PRIVADA: * Lei nº 9.307/96 (Lei da arbitragem): Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis. (...) § 2 o A a u t o r i d a d e o u o ó r g ã o competente da administração pública d i r e t a p a r a a c e l e b r a ç ã o d e convenção de arbitragem é a mesma para a realização de acordos ou transações. Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das partes. (…) Decisão da arb i t ragem é t í tu lo executivo judicial (art. 515, VII, do CPC) PROCESSO CIVIL. ARBITRAGEM. NATUREZA JURISDICIONAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA FRENTE A JUÍZO ESTATAL. POSSIBILIDADE. MEDIDA CAUTELAR DE ARROLAMENTO. COMPETÊNCIA. JUÍZO ARBITRAL. 1. A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional, sendo possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral. 2. O direito processual deve, na máxima medida possível, estar a serviço do direito material, como um instrumento para a realização daquele. Não se pode, assim, interpretar uma regra processual de modo a gerar uma situação de impasse, subtraindo da parte meios de se insurgir contra uma situação que repute injusta. 3. A medida cautelar de arrolamento possui, entre os seus requisitos, a demonstração do direito aos bens e dos fatos em que se funda o receio de extravio ou de dissipação destes, os quais não demandam cognição apenas sobre o risco de redução patrimonial do devedor, mas também um juízo de valor ligado ao mérito da controvérsia principal, circunstância que, aliada ao fortalecimento da arbitragem que vem sendo levado a efeito desde a promulgação da Lei nº 9.307/96, exige que se preserve a autoridade do árbitro como juiz de fato e de direito, evitando-se, ainda, a prolação de decisões conflitantes.4. Conflito conhecido para declarar a competência do Tribuna Arbitral. (STJ – Segunda Seção. CC 111230/DF. Relatora: Ministra NANCY ANDRIGHI. DJe 03/04/2014) Julgado do Superior Tribunal de Justiça (2019 – MPSC Promotor de Justiça) O Código de Processo Civil adota o modelo multiportas, de modo que cada demanda deve ser submetida à técnica ou método mais adequado para a sua solução e devem ser adotados todos os esforços para que as partes cheguem a uma solução consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível a solução consensual, o processo seguirá para a segunda fase, l it igiosa, voltada para instrução e julgamento adjudicatório do caso. (2019 – MPGO – Promotor de Justiça) Tem-se a partir desse novo modelo de solução consensual de conflitos o que se denomina de sistema multiportas, proposto pelo professor Frank Sander, da Faculdade de Direito de Harvard, em palestra proferida em 1976 (“Multi-Door Courthouse System”), como forma de desafogar os Tribunais. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS São formas alternativas/adequadas de solução dos conflitos Autotutela - sacrifício integral do interesse de uma das partes em razão do exercício da força da parte contrária - forma excepcional de solução de conflitos (art. 188, I, CC; 1.467, I, CC; 1.210, § 1º, CC) - consequências da solução pode ser revista pelo Poder Judiciário Art. 188. Não constituem atos ilícitos: I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso. Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de convenção: I - os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as bagagens, móveis, jóias ou dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito; Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. § 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS Autocomposição - sacrifício integral ou parcial em razão da vontade das partes. - renúncia é forma altruísta de solução do conflito: vontade unilateral com sacrifício integral. - transação: vontade bilateral com sacrifícios recíprocos OBS1: autocomposição homologada por sentença judicial: solução híbrida porque derivada da vontade das partes, mas apta a gerar coisa julgada material OBS2: conciliação é forma procedimental de se tentar a autocomposição: intermediário entre as partes – atuação preferencial nos casos em que não tiver havido vínculo anterior entre as partes; pode sugerir às partes soluções para o litigio Obs3: negociação é realizada diretamente entre as partes, sem intermediário EQUIVALENTES JURISDICIONAIS CPC A r t . 1 6 5 , § 2 º - O c o n c i l i a d o r , q u e a t u a r á preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem § 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS (2016 - FCC - DPES - Defensor Público) A conciliação ser ia o método mais adequado para a so lução consensual para uma ação ajuizada como divórcio litigioso. CPC - Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia , devendo o ju iz d ispor do auxí l io de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS (2016 - FCC - DPES - Defensor Público) A conciliação ser ia o método mais adequado para a so lução consensual para uma ação ajuizada como divórcio litigioso. CPC - Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços serão empreendidos para a solução consensual da controvérsia , devendo o ju iz d ispor do auxí l io de profissionais de outras áreas de conhecimento para a mediação e conciliação. Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento multidisciplinar. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS CARACTERISTICAS PRINCIPAIS 1. caráter substitutivo - jurisdição substitui a vontade das partes pela vontade da lei - não é indispensável (execução indireta e ações constitutivas necessárias) 2. lide - conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida - não é fenômeno processual, mas sociológico - não é indispensável (ações constitutivas necessárias, processo objetivo, tutela inibitória) JURISDIÇÃO CARACTERISTICAS PRINCIPAIS 3. inércia (princípio da demanda) - jur isd ição só se movimenta quando provocada pelo interessado. * art. 738, CPC (herança jacente); art. 744, CPC (arrecadação de bens de ausente) OBS: princípio da inércia x impulso oficial Art. 2º. O processo civil começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. - ações sincréticas (inicio da fase de cumprimento de sentença) * pagar: depende de manifestação do interessado (art. 523, caput, CPC) * fazer/não fazer e entregar coisa: de ofício (art. 536, caput e art. 538, § 3º, CPC) JURISDIÇÃO CARACTERISTICAS PRINCIPAIS 4. definitividade - coisa julgada material - nem toda atividade jurisdicional gera coisa julgada material. Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso. Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 1. investidura - juiz é o agente público investido do poder jurisdicional (concurso público e indicação) - ausência de investidura gera a inexistência jurídica 2. territorialidade (aderência ao território) - o exercício legit imo de jurisdição está l imitado a uma determinada circunscrição territorial (foro) - exceções: citação por correio; citação, intimação, notificação, penhora e qualquer ato executivo em comarcas contiguas e de fácil acesso e da mesma região metropolitana, penhora de imóvel e automóvel, penhora on line, citação eletrônica. JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 3. indelegabilidade - externa: o Poder Judiciário não pode delegar suas funções para outros Poderes - interna: o órgão jurisdicional competente não pode delegar atividade jurisdicional para outro órgão. EXCEÇÕES: delegação dos tribunais para o primeiro grau de jurisdição (carta de ordem) a) produção de prova oral e pericial b) execução de julgados (art. 102, I, “m”, CF) JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 4. inevitabilidade - vinculação obrigatória - estado de sujeição: os efeitos da jurisdição sempre atingem as partes 5. inafastabilidade Art. 5ª, XXXV, CF: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito • visão tradicional - partes não precisam buscar solução administrativaantes do Poder Judiciário, salvo nas questões desportivas (art. 217, § 1º, CF) - partes não precisam esgotar as vias administrativas (Súmula 89/STJ: a ação acidentária não precisa do exaurimento da via administrativa) JURISDIÇÃO (2016 - FGV - MPRJ - Técnico do Ministério Público) A possibilidade de concessão, pelo juiz da causa, de tutela antecipatória do mérito, inaudita altera parte, em razão de requerimento formulado nesse sentido pela parte autora em sua petição inicial, está diretamente relacionada ao princípio: a) do juiz natural; b) da inércia da jurisdição; c) da inafastabilidade do controle jurisdicional; d) do contraditório; e) da motivação das decisões judiciais JURISDIÇÃO DA JURISDIÇÃO CONDICIONADA CF, art. 217, § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. Lei 9.507/97 (Habeas Data) art. 8°, parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. JURISDIÇÃO “O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 631.240, submetido à sistemática da repercussão geral, proferiu entendimento no sentido de que a concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. [...] É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas.” (STJ, Corte Especial, AgInt no RE no AgInt nos Edcl no AREsp 912828/2017) JURISDIÇÃO “O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 631.240, submetido à sistemática da repercussão geral, proferiu entendimento no sentido de que a concessão de benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado, não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal para sua análise. [...] É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio requerimento não se confunde com o exaurimento das vias administrativas.” (STJ, Corte Especial, AgInt no RE no AgInt nos Edcl no AREsp 912828/2017) JURISDIÇÃO (2020 – FCC – TJMS - Juiz Substi tuto) No que tange à jurisdição, é correto afirmar que, em obediência ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, em nenhuma hipótese a parte precisará exaurir a via administrativa de solução de conflitos, podendo sempre, desde logo, buscar a solução pela via do Poder Judiciário. JURISDIÇÃO PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO 6. Juiz natural Art. 5º, LIII, CF - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente - ninguém pode escolher o juiz/juízo do caso concreto (art. 286, II, do CPC) - OBS: regras gerais, abstratas e impessoais não ferem o princípio do juiz natural Art. 5º, XXXVII, CF - não haverá juízo ou tribunal de exceção - juízo formado após os fatos, com o objetivo exclusivo de decidir determinadas questões jurídicas, sendo que à época já existia órgão competente para o julgamento JURISDIÇÃO 1ª Questão. Maria, brasileira, casou com Glen, americano. Desde a constância do matrimônio o casal passou a residir no Brasil. Na constância do matrimônio nasceu Peter que encontra-se hoje com 5 anos de idade. Ano passado o casal resolveu se divorciar. Glen, então resolveu voltar para cidade onde nasceu, Santa Bárbara, Califórnia. Maria procura, você, advogado, desejando que Glen pague alimentos ao filho Peter. Diante do caso em tela questiona- se: a) A ação de alimentos proposta por Peter, representado por sua mãe, Maria, em face de Glen, deve ser promovida na Justiça do Brasil? Justifique e fundamente a resposta. 2ª Questão. Objetiva. Segundo o CPC, compete exclusivamente a autoridade judiciária brasileira: a) ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil. b) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. c) conhecer de ações relativas a imóveis situados no exterior. d) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de inventário e à partilha de bens situados no Brasil e no exterior, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 3ª Questão. Objetiva. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: a) colheita de provas e obtenção de informações. b) qualquer medida judicial. c) qualquer medida extrajudicial. d) citação, intimação e apenas notificação judicial. 4ª Questão. Questão.:Roberto, morador da cidade São Paulo, resolveu fazer um cruzeiro marítimo, durante o passeio, após uma grande tempestade, o navio afundou e prestes a se afogar, e antes de desmaiar, percebeu que alguém o enlaçara pela cintura, evitando assim que se afogasse. Roberto ao recobrar os sentidos encontrou ao seu lado, desfalecido, um dos marinheiros do navio; Denilson Assim, entendeu que Denilson tinha sido o responsável pelo salvamento. Dias depois do salvamento, Roberto procurou Denilson para agradecer por ter salvado sua vida e como forma de gratidão estava lhe doando um imóvel localizado em Recife/PE. Denilson, morador da cidade de Olinda, ficou em silencio intencionalmente, omitiu a informação que o salvamento não tinha sido realizado por ele, mas sim por outro marinheiro de Paulo Jose. Três meses depois da doação, Roberto descobriu por intermédio de uma reportagem que o verdadeiro salvador foi outro marinheiro de nome Paulo José da Silva. O advogado de Roberto ajuizou uma ação de anulação do negócio jurídico na 1ª Vara Cível da Comarca de Recife/PE. O advogado de Denilson alegou na sua defesa processual a incompetência absoluta do juízo. Diante dos fatos narrados, indaga-se: a) O critério de Competência utilizado pelo advogado de Roberto para propor a ação para desfazer o negócio jurídico está correta? Fundamente e explique a resposta. b) A alegação de incompetência absoluta feita pelo advogado de Denilson está correta? Justifique. 5ª Questão. Objetiva. Em relação à competência, afigura-se correto afirmar, EXCETO: a) Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro de situação dos bens imóveis. b) A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio. c) A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente. d) A ação fundada em direito real sobre bens imóveis será proposta exclusivamente no foro de domicílio do réu. e) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 6ª Questão. Objetiva. No que tange a Competência Interna de acordo com o CPC, é correto afirmar: a) As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. b) As causas inerente ao direito de família e sucessões serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. c) Determina-se a competência unicamente no momento da distribuição da petição inicial. d) Determina-se a competência somente no momento do registro da petição inicial. e) Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo relevantes as modificações ocorridas posteriormente. 7ª Questão. Disserte sobre o princípio Kompetenz-Kompetenz no processocivil, respondendo, fundamantadamente, se é possível um juiz incompetente proferir decisão para proteger direitos em caráter de urgência.
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