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TGP I (4)

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
TEORIA GERAL DO 
PROCESSO E 
PROCESSO DE 
CONHECIMENTO
Hemerson Allan Carvalho Cunha
Centro Universitário Estácio da Amazônia.

“Em 1976, Frank Sander , professor de Harvard, em uma 
conferência (Pound Conference), discutia a incapacidade de o 
Judiciário lidar de forma adequada e eficiente com todas as 
situações conflituosas que lhe eram submetidas. A partir do 
reconhecimento dessa incapacidade, o referido Professor defendeu 
a teoria do sistema de múltiplas portas, ou multidoor courthouse, 
que analisa qual o melhor método de solução daquele conflito, 
posto que não necessariamente seja o Judiciário. “(NOGUEIRA, 
Gustavo Santana. Et al. O sistema de múltiplas portas e o acesso à 
justiça no Brasil: perspectivas a partir do novo Código de Processo 
Civil. RePro vol. 276/2018, p. 505/522, fev./2018)
SISTEMA 
MULTIPORTAS 
DE 
ROSOLUÇÃO 
DE CONFLITOS
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PREVIDENCIÁRIO. RECUSO ESPECIAL. A AUDIÊNCIA DE 
CONCILIAÇÃO É FASE OBRIGATÓRIA DO PROCESSO CIVIL ATUAL. NOVA LEGISLAÇÃO 
PROCESSUAL CIVIL. JUSTIÇA MULTIPORTAS. VALORIZAÇÃO DA COMPOSIÇÃO AMIGÁVEL. 
TAREFA A SER IMPLEMENTADA PELO JUIZ DO FEITO. AUSÊNCIA DE COMPARECIMENTO DO 
INSS. APLICAÇÃO DE MULTA DE 2% SOBRE O VALOR DA CAUSA. ART. 334, § 8o. DO CPC/2015. 
INTERESSE DO AUTOR NA REALIZAÇÃO DO ATO. MULTA DEVIDA. RECURSO ESPECIAL DO INSS 
A QUE SE NEGA PROVIMENTO.
1. A nova legislação processual civil instrumentaliza a denominada Justiça Multiportas, 
incentivando a solução consensual dos conflitos, especialmente por meio das modalidades de 
conciliação e mediação. O objetivo dessa auspiciosa inovação é hipervalorizar da 
concertación de interesses inter partes, em claro desfavor do vetusto incentivo ao 
demandismo. Mas isso somente se pode alcançar por meio da atuação inteligente dos Juízes 
das causas, motivados pelos ideais da equidade, da razoabilidade, da economia e da justiça 
do caso concreto.
2. Em seus artigos iniciais, o Código de Processo Civil prescreve que o Estado promoverá, 
sempre que possível, a solução consensual dos conflitos (art. 3o., § 2o. do CPC/2015), 
recomendando que a conciliação, a mediação e outros métodos de solução harmoniosa de 
conflitos sejam estimulados por Juízes, Advogados, Defensores Públicos e Membros do 
Ministério Público (art. 3o., § 3o. do CPC/2015), inclusive no curso do processo judicial (art. 
139, V do CPC/2015). Esses dispositivos do CPC pressupõem que os Julgadores abram as 
mentes para a metodologia contemporânea prestigiadora da visão instrumentalista do 
processo, levando-o, progressivamente, a deixar de ser um objetivo em si mesmo.
3. Reafirmando esse escopo, o CPC/2015, em seu art. 334, estabelece a obrigatoriedade da 
realização de audiência de conciliação ou de mediação após a citação do réu. Excepcionando 
a sua realização, tão somente, na hipótese de o direito controvertido não admitir 
autocomposição ou na hipótese de ambas as partes manifestarem, expressamente, 
desinteresse na composição consensual (art. 334, § 4o. do CPC/2015). 
Julgado do Superior 
Tribunal de Justiça
4. O caráter obrigatório da realização dessa audiência de conciliação é a grande mudança da 
nova Lei Processual Civil, mas o INSS, contudo, intenta repristinar a regra de 1994, que 
estabelecia ser optativa a audiência de conciliação (art. 125, IV do CPC/1973 com redação 
dada pela Lei 8.952/1994), retirando o efeito programado e esperado pela legislação 
processual civil adveniente.
5. Rememore-se, aqui, aquela conhecida - mas esquecida - recomendação do jurista alemão 
Rudolph von Iherin (1818-1892), no seu famoso livro O Espírito do Direito Romano, 
observando que o Direito só existe no processo de sua realização. Se não passa à realidade 
da visa social, o que existe apenas nas leis e sobre o papel não é mais do que o simulacro 
ou um fantasma do Direito, não é mais do que meras palavras. Isso que dizer que, se o Juiz 
não assegurar a eficácia das concepções jurídicas que instituem as garantias das partes, 
tudo a que o Direito serve e as promessas que formula resultarão inócuas e inúteis.
6. No caso dos autos, o INSS manifestou desinteresse na realização da audiência, contudo, a 
parte autora manifestou o seu interesse, o que torna obrigatória a realização da audiência de 
conciliação, com a indispensável presença das partes. Comporta frisar que o processo judicial 
não é mais concebido como um duelo, uma luta entre dois contendores ou um jogo de 
habilidades ou espertezas. Exatamente por isso, não se deixará a sua efetividade ao sabor ou 
ao alvedrio de qualquer dos seus atores, porque a justiça que por meio dele se realiza acha-se 
sob a responsabilidade do Juiz e constitui, inclusive, o macro-objetivo do seu mister.
7. Assim, não comparecendo o INSS à audiência de conciliação, inevitável a aplicação da 
multa prevista no art. 334, § 8o. Do CPC/2015, que estabelece que o não comparecimento 
injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à 
dignidade da Justiça e será sancionado com multa de até 2% da vantagem econômica 
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. Qualquer 
interpretação passadista desse dispositivo será um retrocesso na evolução do Direito pela via 
jurisdicional e um desserviço à Justiça.
8. Recurso Especial do INSS a que se nega provimento (STJ – 1ª Turma. RECURSO ESPECIAL Nº 
1.769.949 - SP Relator: Ministro Napoleão Nunes Maia Filho. DJe: 02/10/2020)
Julgado do Superior 
Tribunal de Justiça
JURISDIÇ
ÃO
- JURISDIÇÃO PÚBLICA (Poder do 
Estado):
Atuação estatal 
* aplicação do Direito objetivo ao caso 
concreto;
- dizer o direito (júris-dicção) e fazer 
cumprir o direito (juris-satisfação) 
- criação no caso concreto da norma 
jurídica (norma legal aplicada à luz dos 
direitos fundamentais e dos princípios 
constitucionais de justiça 
Obs: escopo jurídico 
- solução da “lide jurídica” (conflito)
* s o l u ç ã o d o c o n f l i t o c o m 
definitividade. A coisa julgada material 
só existe na jurisdição 
* pacificação social 
- escopo social 
- solução da lide sociológica 
- apaziguamento dos ânimos no plano 
fático.
- JURISDIÇÃO PRIVADA:
 
* Lei nº 9.307/96 (Lei da arbitragem):
Art. 1º As pessoas capazes de contratar 
poderão valer-se da arbitragem para 
dirimir litígios relativos a direitos 
patrimoniais disponíveis.
(...)
§ 2 o A a u t o r i d a d e o u o ó r g ã o 
competente da administração pública 
d i r e t a p a r a a c e l e b r a ç ã o d e 
convenção de arbitragem é a mesma 
para a realização de acordos ou 
transações.
Art. 2º A arbitragem poderá ser de 
direito ou de eqüidade, a critério das 
partes.
(…)
 Decisão da arb i t ragem é t í tu lo 
executivo judicial (art. 515, VII, do 
CPC) 
PROCESSO CIVIL. ARBITRAGEM. NATUREZA JURISDICIONAL. CONFLITO DE 
COMPETÊNCIA FRENTE A JUÍZO ESTATAL. POSSIBILIDADE. MEDIDA CAUTELAR DE 
ARROLAMENTO. COMPETÊNCIA. JUÍZO ARBITRAL.
1. A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional, 
sendo possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara 
arbitral.
2. O direito processual deve, na máxima medida possível, estar a serviço do direito 
material, como um instrumento para a realização daquele. Não se pode, assim, 
interpretar uma regra processual de modo a gerar uma situação de impasse, 
subtraindo da parte meios de se insurgir contra uma situação que repute injusta.
3. A medida cautelar de arrolamento possui, entre os seus requisitos, a 
demonstração do direito aos bens e dos fatos em que se funda o receio de extravio 
ou de dissipação destes, os quais não demandam cognição apenas sobre o risco de 
redução patrimonial do devedor, mas também um juízo de valor ligado ao mérito 
da controvérsia principal, circunstância que, aliada ao fortalecimento da 
arbitragem que vem sendo levado a efeito desde a promulgação da Lei nº 
9.307/96, exige que se preserve a autoridade do árbitro como juiz de fato e de 
direito, evitando-se, ainda, a prolação de decisões conflitantes.4. Conflito conhecido para declarar a competência do Tribuna Arbitral. (STJ – 
Segunda Seção. CC 111230/DF. Relatora: Ministra NANCY ANDRIGHI. DJe 
03/04/2014)
Julgado do Superior 
Tribunal de Justiça
 (2019 – MPSC Promotor de Justiça) O Código de Processo 
Civil adota o modelo multiportas, de modo que cada 
demanda deve ser submetida à técnica ou método mais 
adequado para a sua solução e devem ser adotados todos 
os esforços para que as partes cheguem a uma solução 
consensual do conflito. Em regra, apenas se não for possível 
a solução consensual, o processo seguirá para a segunda 
fase, l it igiosa, voltada para instrução e julgamento 
adjudicatório do caso.
 (2019 – MPGO – Promotor de Justiça) Tem-se a partir desse 
novo modelo de solução consensual de conflitos o que se 
denomina de sistema multiportas, proposto pelo professor 
Frank Sander, da Faculdade de Direito de Harvard, em 
palestra proferida em 1976 (“Multi-Door Courthouse 
System”), como forma de desafogar os Tribunais.
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS
São formas alternativas/adequadas de solução dos conflitos
 Autotutela 
- sacrifício integral do interesse de uma das partes em razão do exercício da 
força da parte contrária 
- forma excepcional de solução de conflitos (art. 188, I, CC; 1.467, I, CC; 1.210, § 
1º, CC) 
- consequências da solução pode ser revista pelo Poder Judiciário
Art. 188. Não constituem atos ilícitos:
I - os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido;
Art. 742. O transportador, uma vez executado o transporte, tem direito de retenção sobre a 
bagagem de passageiro e outros objetos pessoais deste, para garantir-se do pagamento do valor 
da passagem que não tiver sido feito no início ou durante o percurso. 
Art. 1.467. São credores pignoratícios, independentemente de convenção:
I - os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou alimento, sobre as bagagens, móveis, jóias ou 
dinheiro que os seus consumidores ou fregueses tiverem consigo nas respectivas casas ou 
estabelecimentos, pelas despesas ou consumo que aí tiverem feito; 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de 
esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1 o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, 
contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável 
à manutenção, ou restituição da posse. 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS
 Autocomposição 
- sacrifício integral ou parcial em razão da vontade das 
partes. 
- renúncia é forma altruísta de solução do conflito: vontade 
unilateral com sacrifício integral. 
- transação: vontade bilateral com sacrifícios recíprocos 
OBS1: autocomposição homologada por sentença judicial: 
solução híbrida porque derivada da vontade das partes, 
mas apta a gerar coisa julgada material 
OBS2: conciliação é forma procedimental de se tentar a 
autocomposição: intermediário entre as partes – atuação 
preferencial nos casos em que não tiver havido vínculo 
anterior entre as partes; pode sugerir às partes soluções 
para o litigio 
Obs3: negociação é realizada diretamente entre as partes, 
sem intermediário 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS
 CPC 
A r t . 1 6 5 , § 2 º - O c o n c i l i a d o r , q u e a t u a r á 
preferencialmente nos casos em que não houver 
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir 
soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de 
qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para 
que as partes conciliem 
§ 3º O mediador, que atuará preferencialmente nos 
casos em que houver vínculo anterior entre as 
partes, auxiliará aos interessados a compreender as 
questões e os interesses em conflito, de modo que 
eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, 
identificar, por si próprios, soluções consensuais que 
gerem benefícios mútuos. 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS
(2016 - FCC - DPES - Defensor Público) A conciliação 
ser ia o método mais adequado para a so lução 
consensual para uma ação ajuizada como divórcio 
litigioso. 
CPC - Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços 
serão empreendidos para a solução consensual da 
controvérsia , devendo o ju iz d ispor do auxí l io de 
profissionais de outras áreas de conhecimento para a 
mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode 
determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes 
se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento 
multidisciplinar. 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS
(2016 - FCC - DPES - Defensor Público) A conciliação 
ser ia o método mais adequado para a so lução 
consensual para uma ação ajuizada como divórcio 
litigioso. 
CPC - Art. 694. Nas ações de família, todos os esforços 
serão empreendidos para a solução consensual da 
controvérsia , devendo o ju iz d ispor do auxí l io de 
profissionais de outras áreas de conhecimento para a 
mediação e conciliação.
Parágrafo único. A requerimento das partes, o juiz pode 
determinar a suspensão do processo enquanto os litigantes 
se submetem a mediação extrajudicial ou a atendimento 
multidisciplinar. 
EQUIVALENTES 
JURISDICIONAIS
CARACTERISTICAS PRINCIPAIS
1. caráter substitutivo
- jurisdição substitui a vontade das partes pela vontade da lei
- não é indispensável (execução indireta e ações constitutivas 
necessárias)
2. lide
- conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida
- não é fenômeno processual, mas sociológico
- não é indispensável (ações constitutivas necessárias, processo 
objetivo, tutela inibitória)
JURISDIÇÃO
CARACTERISTICAS PRINCIPAIS
3. inércia (princípio da demanda)
- jur isd ição só se movimenta quando provocada pelo 
interessado.
* art. 738, CPC (herança jacente); art. 744, CPC (arrecadação 
de bens de ausente)
OBS: princípio da inércia x impulso oficial
Art. 2º. O processo civil começa por iniciativa da parte e se 
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em 
lei.
- ações sincréticas (inicio da fase de cumprimento de sentença)
* pagar: depende de manifestação do interessado (art. 523, 
caput, CPC)
* fazer/não fazer e entregar coisa: de ofício (art. 536, caput e art. 
538, § 3º, CPC)
JURISDIÇÃO
CARACTERISTICAS PRINCIPAIS
4. definitividade
- coisa julgada material
- nem toda atividade jurisdicional gera coisa julgada material.
Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a autoridade que 
torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais 
sujeita a recurso.
Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é 
dada, não prejudicando terceiros.
JURISDIÇÃO
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
1. investidura
- juiz é o agente público investido do poder jurisdicional 
(concurso público e indicação)
- ausência de investidura gera a inexistência jurídica
2. territorialidade (aderência ao território)
- o exercício legit imo de jurisdição está l imitado a uma 
determinada circunscrição territorial (foro)
- exceções: citação por correio; citação, intimação, notificação, 
penhora e qualquer ato executivo em comarcas contiguas e de 
fácil acesso e da mesma região metropolitana, penhora de 
imóvel e automóvel, penhora on line, citação eletrônica.
JURISDIÇÃO
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
3. indelegabilidade
- externa: o Poder Judiciário não pode delegar suas funções 
para outros Poderes
- interna: o órgão jurisdicional competente não pode delegar 
atividade jurisdicional para outro órgão.
EXCEÇÕES: delegação dos tribunais para o primeiro grau de 
jurisdição (carta de ordem)
a) produção de prova oral e pericial
b) execução de julgados (art. 102, I, “m”, CF)
JURISDIÇÃO
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
4. inevitabilidade
- vinculação obrigatória
- estado de sujeição: os efeitos da jurisdição sempre atingem as 
partes
5. inafastabilidade
Art. 5ª, XXXV, CF: a lei não excluirá da apreciação do Poder 
Judiciário lesão ou ameaça a direito
• visão tradicional
- partes não precisam buscar solução administrativaantes do 
Poder Judiciário, salvo nas questões desportivas (art. 217, § 1º, 
CF)
- partes não precisam esgotar as vias administrativas (Súmula 
89/STJ: a ação acidentária não precisa do exaurimento da via 
administrativa)
JURISDIÇÃO
(2016 - FGV - MPRJ - Técnico do Ministério Público) A 
possibilidade de concessão, pelo juiz da causa, de tutela 
antecipatória do mérito, inaudita altera parte, em razão de 
requerimento formulado nesse sentido pela parte autora em sua 
petição inicial, está diretamente relacionada ao princípio:
a) do juiz natural;
b) da inércia da jurisdição;
c) da inafastabilidade do controle jurisdicional;
d) do contraditório;
e) da motivação das decisões judiciais
JURISDIÇÃO
DA JURISDIÇÃO CONDICIONADA
CF, art. 217, § 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas 
à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as 
instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
Lei 9.507/97 (Habeas Data)
art. 8°, parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída 
com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais 
de dez dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais 
de quinze dias, sem decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do 
art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
JURISDIÇÃO
“O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 631.240, 
submetido à sistemática da repercussão geral, proferiu 
entendimento no sentido de que a concessão de benefícios 
previdenciários depende de requerimento do interessado, não 
se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua 
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo 
legal para sua análise. [...] É bem de ver, no entanto, que a 
exigência de prévio requerimento não se confunde com o 
exaurimento das vias administrativas.” (STJ, Corte Especial, 
AgInt no RE no AgInt nos Edcl no AREsp 912828/2017)
JURISDIÇÃO
“O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 631.240, 
submetido à sistemática da repercussão geral, proferiu 
entendimento no sentido de que a concessão de benefícios 
previdenciários depende de requerimento do interessado, não 
se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua 
apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo 
legal para sua análise. [...] É bem de ver, no entanto, que a 
exigência de prévio requerimento não se confunde com o 
exaurimento das vias administrativas.” (STJ, Corte Especial, 
AgInt no RE no AgInt nos Edcl no AREsp 912828/2017)
JURISDIÇÃO
(2020 – FCC – TJMS - Juiz Substi tuto) No que tange à 
jurisdição, é correto afirmar que, em obediência ao princípio da 
inafastabilidade da jurisdição, em nenhuma hipótese a parte 
precisará exaurir a via administrativa de solução de conflitos, 
podendo sempre, desde logo, buscar a solução pela via do 
Poder Judiciário.
JURISDIÇÃO
PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO
6. Juiz natural
Art. 5º, LIII, CF - ninguém será processado nem sentenciado 
senão pela autoridade competente
- ninguém pode escolher o juiz/juízo do caso concreto (art. 286, 
II, do CPC)
- OBS: regras gerais, abstratas e impessoais não ferem o 
princípio do juiz natural
Art. 5º, XXXVII, CF - não haverá juízo ou tribunal de exceção
- juízo formado após os fatos, com o objetivo exclusivo de 
decidir determinadas questões jurídicas, sendo que à época já 
existia órgão competente para o julgamento
JURISDIÇÃO
1ª Questão. Maria, brasileira, casou com Glen, americano. Desde 
a constância do matrimônio o casal passou a residir no Brasil. Na 
constância do matrimônio nasceu Peter que encontra-se hoje com 
5 anos de idade. Ano passado o casal resolveu se divorciar. Glen, 
então resolveu voltar para cidade onde nasceu, Santa Bárbara, 
Califórnia. Maria procura, você, advogado, desejando que Glen 
pague alimentos ao filho Peter. Diante do caso em tela questiona-
se:
a) A ação de alimentos proposta por Peter, representado por sua 
mãe, Maria, em face de Glen, deve ser promovida na Justiça do 
Brasil? Justifique e fundamente a resposta.
2ª Questão. Objetiva. Segundo o CPC, compete exclusivamente a 
autoridade judiciária brasileira:
a) ações em que o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, 
estiver domiciliado no Brasil.
b) em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, 
proceder à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular 
seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do 
território nacional.
c) conhecer de ações relativas a imóveis situados no exterior.
d) em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de 
inventário e à partilha de bens situados no Brasil e no exterior, 
ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou 
tenha domicílio fora do território nacional.
3ª Questão. Objetiva. A cooperação jurídica internacional terá por 
objeto:
a) colheita de provas e obtenção de informações.
b) qualquer medida judicial.
c) qualquer medida extrajudicial.
d) citação, intimação e apenas notificação judicial.
4ª Questão. Questão.:Roberto, morador da cidade São Paulo, resolveu fazer um cruzeiro 
marítimo, durante o passeio, após uma grande tempestade, o navio afundou e prestes a se 
afogar, e antes de desmaiar, percebeu que alguém o enlaçara pela cintura, evitando assim que 
se afogasse. Roberto ao recobrar os sentidos encontrou ao seu lado, desfalecido, um dos 
marinheiros do navio; Denilson Assim, entendeu que Denilson tinha sido o responsável pelo 
salvamento. Dias depois do salvamento, Roberto procurou Denilson para agradecer por ter 
salvado sua vida e como forma de gratidão estava lhe doando um imóvel localizado em 
Recife/PE. Denilson, morador da cidade de Olinda, ficou em silencio intencionalmente, omitiu 
a informação que o salvamento não tinha sido realizado por ele, mas sim por outro marinheiro 
de Paulo Jose. Três meses depois da doação, Roberto descobriu por intermédio de uma 
reportagem que o verdadeiro salvador foi outro marinheiro de nome Paulo José da Silva. O 
advogado de Roberto ajuizou uma ação de anulação do negócio jurídico na 1ª Vara Cível da 
Comarca de Recife/PE. O advogado de Denilson alegou na sua defesa processual a 
incompetência absoluta do juízo. Diante dos fatos narrados, indaga-se:
a) O critério de Competência utilizado pelo advogado de Roberto para propor a ação para 
desfazer o negócio jurídico está correta? Fundamente e explique a resposta.
b) A alegação de incompetência absoluta feita pelo advogado de Denilson está correta? 
Justifique.
5ª Questão. Objetiva. Em relação à competência, afigura-se correto afirmar, EXCETO:
a) Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro de situação dos 
bens imóveis.
b) A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio.
c) A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou 
assistente.
d) A ação fundada em direito real sobre bens imóveis será proposta exclusivamente no foro de 
domicílio do réu.
e) A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta, em 
regra, no foro de domicílio do réu.
6ª Questão. Objetiva. No que tange a Competência Interna de acordo com o CPC, é correto 
afirmar:
a) As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência, 
ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
b) As causas inerente ao direito de família e sucessões serão processadas e decididas pelo 
juiz nos limites de sua competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na 
forma da lei.
c) Determina-se a competência unicamente no momento da distribuição da petição inicial.
d) Determina-se a competência somente no momento do registro da petição inicial.
e) Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, 
sendo relevantes as modificações ocorridas posteriormente.
7ª Questão. Disserte sobre o princípio Kompetenz-Kompetenz no 
processocivil, respondendo, fundamantadamente, se é possível 
um juiz incompetente proferir decisão para proteger direitos em 
caráter de urgência.

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