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SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (SURSIS) CONCEITO DE SUSPENSÃO CONDICIONAL Suspende a pena por determinado tempo sob determinadas condições, ficando o condenado em liberdade. Bitencourt-> na suspensão condicional o agente é condenado, mas altera-se a forma do cumprimento da pena. Código penal determina que no primeiro ano o condenado prestará serviços à comunidade ou se submeter a limitação de fim de semana. Rogério Greco prevê que no artigo 77 do CP presume-se uma facultatividade do juiz sobre a suspensão condicional da pena podendo esta ser ou não suspensa. STJ prevê que a suspensão condicional é um direito público subjetivo do réu. SISTEMAS DE SUSPENSÃO CONDICIONAL 1.Franco Belga, adotada no código penal, sistema na qual o réu é processado, tem reconhecimento de culpa, tem a condenação e suspende a execução da pena privativa de liberdade. 2.Anglo-americano/probation system, sistema na qual o réu é processado, tem reconhecimento de culpa e suspende o processo evitando impor a pena. 3.Norte-americana/probation of first offenders act, adotado no artigo 89 da lei N° 9.099/95, sistema na qual o réu é processado e suspende o processo sem o reconhecimento de culpa. ESPÉCIES DE SUSPENSÃO CONDICIONAL 1.Sursis simples. A pena privativa de liberdade na suspensão não ultrapassa 2 anos. O período de provas é de 2 a 4 anos. 1 ano do período de prova condenado deverá prestar serviços à comunidade ou submeter a limitação do fim de semana. (art.77 e 78, §1°). 2.Sursis especial. A pena privativa de liberdade na suspensão não ultrapassa 2 anos. O período de provas é de 2 a 4 anos. Se o condenado reparou o dano ou demonstrou impossibilidade da reparação e as circunstâncias (art.59, CP) foram favoráveis juiz pode substituir no lugar de prestação de serviços à comunidade ou submeter à limitação do fim de semana pelas devidas condições: a) proibir frequentar determinados lugares, b) Proibir ausentar da comarca onde reside, sem autorização do juiz. C) comparecer pessoalmente e obrigatoriamente a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades. (art.77 e 78, §2°). 3.Sursis etário. Beneficia o condenado + de 70 anos. A pena privativa de liberdade na suspensão não ultrapassa 4 anos. O período de provas é de 4 a 6 anos. Condições impostas ao 1 ano de período de prova vão depender se reparou ou não o dano. (art.77, §2°, 1° parte). 4.Sursis humanitário. Beneficia o condenado em razão de saúde justificando a suspensão. A pena privativa de liberdade na suspensão não ultrapassa 4 anos. O período de provas é de 4 a 6 anos. Condições impostas ao 1 ano de período de prova vão depender se reparou ou não o dano. (art.77, §2°, 2° parte). Não se confunde sursis com a pena restritiva de direitos. A prestação de serviços a comunidade ou a limitação do final de semana são condições do sursis. STJ E TJ -> no sursis simples admite que o julgador estabeleça outras condições na qual a sursis fica subordinada, desde que adequada ao caso concreto, prestação de serviços ou limitação do fim de semana. Essas medidas são aplicadas às condenações superiores a 6 meses. Não aplica cumulativamente condições ao sursis simples ou especial, deve ser estabelecido como condição legal e obrigatória a limitação do fim de semana, no 1 ano é mantido comparecer mensamente em juízo e a proibição de ausentar da comarca sem autorização. O sursis não é uma opção a ser escolhida pelo condenado, é uma imposição de pena para que este seja suspensa. O sursis não é pena, é uma condição, pois o descumprimento gera revogação do benefício, sem direito à detração na pena privativa de liberdade. Não existe sursis sem condições. STJ -> Se o juiz não determinar as condições a serem obedecidas ao condenado cabe ao réu ou MP se opor. Caso seja transitado em julgado não impede do provocado ou de ofício (juízo da execução) especificar as condições. Não ofende à coisa julgada, pois trata da concessão do sursis e não às condições, as quais podem ser alteradas no curso da execução da pena. PRESSUPOSTOS PARA SUSPENSÃO CONDICIONAL 1.Condenado não reincidente em crime doloso. Art. 77, I. Se foi imposta a pena de multa antes, não há impedimento da concessão da suspensão condicional (sursis). Súmula 499/STF. 2.Quando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do sursis ao beneficio. Art.77, II. 3.Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44. Art.77, III. REVOGAÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA DA SUSPENSÃO CONDICIONAL (art.81, I, CP). 1.Quando o beneficiário é condenado em sentença irrecorrível por crime doloso. Ou seja, pela condenação definitiva por crime doloso gera revogação do benefício, mesmo se a infração voluntária foi praticada antes ou depois do período de provas. Revogação automática, não exige decisão do juiz. Segundo Rogério Greco, se for condenado a uma pena de multa ou privativa de liberdade substituída pela pena de multa, mesmo existindo uma nova condenação por crime doloso, não terá de obrigar a revogação. 2. Quando o beneficiário frustra, embora solvendo, a execução da pena de multa ou não efetua, sem justo motivo, a reparação do dano. II. Deve a parte interessada executar a multa imposta. Sobre a não revogação do benefício, o condenado deve reparar o dano ou justificar a impossibilidade de reparar o dano, segundo Flávio monteiro de barros – não justificar a reparação de dano impede o sursis especial, submete o acusado ao sursis simples. Depois de obter o sursis, se ele permanecer o não cumprimento, sem motivo justo, impõe a lei a revogação do benefício. Se não efetuar até a sentença reparação de dano é negado o sursis especial. Se durante o período de provas não reparar o dano, o benefício é revogado. Isso sem motivo justo, se ter motivo justo não terá impedimento ou revogação do sursis. 3.Quando o beneficiário descumpre as obrigações de prestação de serviços à comunidade ou limitação de fim de semana. III. Condenado descumpre as obrigações imposta impondo a revogação decorrente da lei, aplicada e identificada pelo juiz. Tem revogação obrigatória na suspensão condicional da pena: -se tiver condenação definitiva por crime doloso cometido antes ou depois do início do período de prova. -a não reparação do dano sem motivo determinado. -o descumprimento injustificado das condições. REVOGAÇÃO FACULTATIVA DA SUSPENSÃO CONDICIONAL (art.81, §1°, CP). 1.Quando o condenado descumpre qualquer outra condição imposta por ocasião da concessão do benefício. Art.78, §2° art.79. O não cumprimento, injustificado, de qualquer outra condição suspensiva da execução da prisão pode causar a revogação facultativa. 2.Quando o beneficiário é condenado, irrecorrivelmente, por crime culposo ou por contravenção penal, a pena proibitiva de liberdade ou restritiva de direitos. Art.81, §1°. Segundo Bitencourt -> a revogação facultativa afasta a condenação à pena de multa. O condenado com a pena suspensa e durante o período de prova que sofre uma outra condenação à pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos pode não ter revogada a suspensão anteriormente. Nesse caso existe a revogação facultativa na qual o juiz pode optar por: 1.Revogação. 2.nova advertência. 3.Prorrogar o período de prova até o máx. 4.Exacerbar as condições impostas. Tem a revogação facultativa da suspensão condicional da pena: -descumprir as condições -a condenação definitiva por crime culposo ou contravenção penal a pena for diversa da multa. CASSAÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL Não se confunde revogação com cassação. Revogação do sursis é a causa superveniente o início do período de prova. CAUSAS DE CASSAÇÃO DA SURSIS 1.Não comparecimento injustificado do beneficiário na audiência admonitória. 2. O provimentode recurso da acusação contra a concessão da medida alternativa na sentença condenatória. 3.O condenado, na audiência, recusa as condições atreladas ao benefício. Tem a cassação da suspensão condicional da pena: -não comparecer injustificadamente na audiência admonitória. -provimento de recurso da acusação contra a concessão da medida alternativa. -o condenado recusar as condições atreladas ao benefício. PRORROGAÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL A lei prevê duas hipóteses em que o período de prova pode ser prorrogado: 1.Quando a revogação for facultativa e o juiz preferir estender o período de prova até o máx., evitando o cancelamento imediato do benefício concedido. Art.81, §3°. 2.Quando o beneficiário esteja sendo processado por outro crime ou contravenção. Art.81, §2. A prorrogação é automática e vai até o julgamento definitivo do processo. A instauração do procedimento investigatório (inquérito policial) não acarreta a prorrogação do período de prova. Tem a prorrogação da suspensão condicional da pena: -o beneficiário processado por outro crime ou contravenção. -quando facultativamente a revogação o juíz pode ao invés de decretá-la prorrogar o período de prova até o máximo se não foi fixado. EXTINÇÃO DA SUSPENSÃO CONDICIONAL (art.82, CP) Expirado o prazo sem que tenha a revogação do sursis, considera extinta a pena privativa de liberdade. Bitencourt -> uma vez extinta a pena, ainda que o beneficiário não merecesse a sursis, diante da existência de causas impeditivas, não será revogável a suspensão. A CF, art.15, III -> conclui que o sursis implica na suspensão dos direitos políticos do beneficiário até que se declare extinta a pena pelo decurso do período de prova. Flávio Monteiro de barros: Sursis sucessivo -> obtido pelo próprio réu, após extinção do sursis anterior, ocorre quando o sujeito depois de cumprir o benefício pratica delito culposo ou contravenção penal. Como não é reincidente em crime doloso, pode beneficiar-se do sursis. Sursis simultâneos -> sursis cumpridos ao mesmo tempo. Possível quando o réu, durante período de prova, é condenado por crime culposo ou contravenção a pena privativa de liberdade não superior a 2 anos, e pode haver a manutenção pois a revogação é facultativa. Pode ter novo sursis porque não é reincidente em crime doloso. Medida alternativa de sursis para estrangeiro: STF, decreto-lei 4865/42 -> impede sursis para estrangeiro com visto temporário. Não ofende o princípio da isonomia. LIVRAMENTO CONDICIONAL CONCEITO LIVRAMENTO CONDICIONAL Livramento condicional é a liberdade antecipada do condenado. É a preparação do condenado para a ressocialização dele em sociedade, decorrente de um sistema progressivo de cumprimento de pena, mas não há necessidade de passar por todos os regimes prisionais para a concessão do livramento condicional. O livramento condicional não é um benefício que o juiz tem a faculdade de conceder ou não e sim um direito subjetivo do apenado. É aplicado somente quando já cumpriu uma parte da condenação. O livramento beneficia os condenados desde que se demonstrem favorável a reinserção na sociedade. REQUISITOS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL REQUISITOS OBJETIVOS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Os requisitos objetivos do livramento condicional relacionam com a pena imposta e a reparação de dano. 1.A pena imposta deve ser privativa de liberdade. Livramento condicional e suspensão condicional concedido a pena privativa de liberdade apenas. 2.A pena concreta a ser cumprida deve ser igual ou superior a 2 anos. Art.84, juiz soma as penas a serem cumpridas. Mirabete -> as penas somadas são as que tem que cumprir, não soma as já cumpridas ou declarada extinta. 3.O apenado deve ter cumprido parcela da pena. Mais de metade da pena, se for reincidente. Mais de 1/3 da pena, se não for reincidente e ter bons antecedentes. Mais de 2/3 da pena se for condenado por crime hediondo ou semelhante, tráfico de pessoas, se o apenado não for reincidente específico dessa natureza. Se for, será livramento condicional qualificado. 4.Exige-se a reparação do dano causado pela infração penal, salvo impossibilidade de fazê-lo. STF -> Se a vítima não propuser reparação do dano causado com ação de indenização, não tem necessidade. Nada desobriga o condenado a reparar o dano, pois seu patrimônio fica à contrição processual. 5.Não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses. Requisito da lei N° 13964/19. É irretroativo. Limita a obtenção de um benefício que reflete no cumprimento da pena. A falta grave se trata de condutas contrárias ao bom andamento da execução penal. Indica que o condenado não esteja se esforçando para a reintegração dele em sociedade, não estando apto dos benefícios. LEP (lei de execução penal) art.50, rol taxativo, faltas graves -> incitar ou participar de movimento para subverter a ordem ou a disciplina; fugir; possuir instrumento capaz de ofender integridade física; provocar acidente de trabalho; descumprir no regime aberto condições impostas; inobservância dos deveres art.39, II, V, LEP; ter em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho eletrônico que permita o contato com os presos ou ambiente externo. Recusar a submeter-se a identificação do perfil genético. Lei. 13964/19. Falta grave não interrompe o prazo para o livramento condicional. E sim interrompe o prazo de progressão de regime. Súmula 441/STJ -> se o condenado não puder ter o livramento ou se cometer falta grave nos 12 meses antes da pretensão, o prazo de benefício não retroage do começo quando cometeu a infração. Se cometeu falta grave 12 meses depois, não pode ser beneficiado com a liberdade condicional, mesmo cumprindo requisito temporal. Prazo de 12 meses da reabilitação da falta grave. REQUISITOS SUBJETIVOS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Requisitos subjetivos do livramento condicional vinculado ao pessoal do executado. 1.Bom comportamento durante execução da pena. 2.Bom desemprenho no trabalho que lhe foi atribuído. 3.Aptidão para prover a própria subsistência mediante trabalho honesto. 4.No caso de crime doloso praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, imprescindível a constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir. CONDIÇÕES DO LIVRAMENTO CONDICIONAL As condições ficam subordinadas ao livramento durante o período de prova. CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL (ART.85, CP) 1.Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável. O inapto para o trabalho não fica submetido a essa condição. 2.Comunicar periodicamente ao juiz sua ocupação. Fica a critério do juiz, não há exigências de ser mensalmente. 3.Não mudar da comarca sem prévia autorização do juízo. CONDIÇÕES FACULTATIVAS DO LIVRAMENTO CONDICIONAL São condições chamadas judiciais, possui um rol exemplificativo. Art.132, §2°, LEP. 1.Não mudar de residência sem autorização do juízo. 2.recolher a habilitação em hora fixada pelo juiz. 3.Não frequentar determinados lugares. 4.outras condições adequadas ao fato e a situação pessoal do liberado. CONCESSÃO E EXECUÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL A concessão compete ao juiz da execução. Ocorre na audiência admonitória, no local do cumprimento de pena onde comunicará as condições ao beneficiário e este deve aceitar para iniciar o período de prova. Se este concordar, expedirá a carta de livramento. Está carta tem finalidade de dizer que o condenado está ciente das condições impostas a ele sobre o benefício. Após cumprimento e ter passado o tempo, será expedida o alvará de soltura, que determina que o condenado seja colocado em liberdade. A cerimônia do livramento é um ato solene. Art.137, LEP. REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL Bitencourt -> o descumprimento das normas pode levar a revogação da liberdade conquistada. REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA DO LIVRAMENTOCONDICIONAL1.Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa e liberdade, em sentença irrecorrível, por crime cometido durante a vigência do benefício. Nessa situação não é computada na pena o tempo que esteve solto. Art.88. Não terá concessão de novo livramento à essa mesma pena. Tem a desadaptação do condenado à liberdade. Não somará a nova pena para produção de efeitos de concessão de um novo livramento. 2.Se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível, por crime anterior a vigência do benefício. Não tem a desadaptação do condenado à liberdade. O período de prova é computado como tempo de cumprimento de pena. É possível a concessão de novo livramento, dentro dos requisitos e somando as penas dos 2 crimes. Art.84. REVOGAÇÃO FACULTATIVA DO LIVRAMENTO CONDICIONAL É facultativo se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença ou for irrecorrível condenado por crime ou contravenção penal que a pena não seja privativa de liberdade. art.87. Juiz pode revogar o livramento, alterar condições ou advertir o apenado art.140, LEP. PRORROGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL (art.89, CP) Juiz não declara extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. O crime cometido antes da vigência do período de prova não prorroga o livramento. O crime cometido antes da vigência do inquérito policial não prorroga o livramento. STJ -> súmula 617. Ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da pena. NÃO CONFUNDIR PRORROGAÇÃO (art.89, CP) COM SUSPENSÃO (ART.145 LEP) DO LIVRAMENTO CONDICIONAL A prorrogação pressupõe cometimento do crime na vigência do livramento. A prorrogação impede o juiz de julgar extinta a pena, prorrogando-se assim o período de prova até o julgamento definitivo. A suspensão pressupõe cometimento de crime na vigência do livramento. A suspensão autoriza o juiz a ordenar o recolhimento cautelar do liberado, tirá-lo em liberdade. O recolhimento persiste o necessário e não excede do prazo previsto para a pena em cumprimento. Juiz pode prorrogar o período de prova sem suspender o benefício. Ou seja, o liberado aguardará julgamento em liberdade. EXTINÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL É extinto a pena se até o término o livramento não foi revogado. Cleber Massom -> a sentença declaratória tem eficácia ex tunc, retroativa da data que encerrou o período de provas. A extinção da pena é com o término (sem revogação) do período de prova. Não extingue com a decisão judicial que se limita a reconhecer o fim da sanção penal. EFEITOS DA CONDENAÇÃO Efeitos penais são divididos em: EFEITOS PENAIS PRINCIPAIS – impõe a sanção de forma coativa. EEITOS PENAIS SECUNDÁRIOS – são consequências que atinge a pessoa do condenado. EFEITOS EXTRAPENAIS GENÉRICOS – art.91. EFEITOS EXTRAPENAIS ESPECÍFICOS – art.92. EFEITOS EXTRAPENAIS GENÉRICOS 1.TORNAR CERTA A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. Art.91, I. O juiz quem define o quantum, que é certo e determinado a ser indenizado ao ofendido. 2.CONFISCO DOS INTRUMENTOS E PRODUTOS DO CRIME. Art.91, II. São os bens adquiridos que serão perdidos. Qual a finalidade do confisco? 1.Impedir a propagação dos instrumentos úteis para a prática de crimes. 2.Não permitir o enriquecimento ilícito do criminoso. 3.Desmanchar as organizações criminosas destruindo a capacidade financeira, ainda que no exterior. Os instrumentos do crime ou objetos confiscados na qual a perda foi declarada serão inutilizados. E se o produto ou proveito do crime não for encontrado ou estiver localizado no exterior? É autorizado o confisco de bens ou valores equivalentes. Juiz de ofício, interessado ou MP determinam a avaliação e a venda em leilão dos bens perdidos. O dinheiro apurado se não for do lesado ou 3° de boa-fé será recolhido aos cofres públicos. A quem compete decidir o destino do dinheiro apurado? Eduardo Espínola Filho -> juízo cível, caso vítima tenha ajuizado a ação de perdas e danos, caso o contrário, não tendo ajuizado uma ação compete ao juízo que está tramitando a execução. 3.CONFISCO EM DECORRÊNCIA DO TRÁFICO DE DROGAS. Art.243, parágrafo único, CF -> confisco de todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Será expropriados os bens utilizados exclusivamente para a prática da atividade criminosa. Como o imóvel para estocar drogas, automóvel para transportar habitualmente as drogas. STF -> confiscação ao constar que determinado bem foi utilizado para o tráfico independendo de prova de habitualidade ou de exclusividade. 4.CONFISCO EM DECORRÊNCIA DA LAVAGEM DE CAPITAIS. Juiz competente determina perda de todos os bens, direitos e valores direta ou indiretamente à prática dos crimes de lavagem de dinheiro. Confisco favorece União e os Estados caso tenha sido processado e julgado na justiça estadual. Art.7, §1°, lei 9.613/98. Instrumentos de crime sem valor econômico cuja perda em favor de União ou Estado serão inutilizados, doados ao museu criminal ou doados a entidade pública caso tenha interesse em conservar. Art.7°, §2°, lei 9.613/98. 5.CONFISCO ALARGADO/AMPLIADO/PERDA ALARGADA Art.91, A -> consequência secundária da sanção penal condenatória que consiste na perda de bens equiparados ao produto ou proveito do crime. O confisco não é cabível em qualquer condenação. Pressupostos do confisco alargado: 1.Condenação por crime com pena máx. a 6 anos. 2.Incompatibilidade do patrimônio com a renda lícita do agente. EFEITOS EXTRAPENAIS ESPECÍFICOS 1.PERDA DE CARGO, FUNÇÃO PÚBLICA OU MANDATO ELETIVO. Art.92. Quais os efeitos de natureza ADM da condenação? Crimes praticados por abuso de poder ou violação de dever funcional da ADM pública não aplica na pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a 1 ano. Exemplo: peculato. Não há impedimento da perda do cargo público, improbidade administrativa, seja antes das instâncias. Crimes comuns aplica a pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos. Quais os efeitos de natureza política da condenação? Art.15, III, CF/1988 -> perderá o mandato letivo, ainda que não declare de forma expressa a sentença, independente da natureza do crime, qualidade, quantum da pena imposta, benefícios com suspensão condicional da pena. 2.INCAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DO PODER FAMILIAR, TUTELA OU CURATELA. Art.92, II. O agente condenado por crime doloso, punido com reclusão, praticado contra o poder familiar, tutela, curatela ele será considerado incapaz de exercer o poder familiar, incapaz de ser o tutelar ou até mesmo o curador. Exemplo: pai agride filho, cuidadora agride idosa, eles serão incapazes de exercer seja o poder familiar ou curatela sobre aquela determinada vítima. 3.A INABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO, QUANDO UTILIZADO COMO MEIO PARA PRÁTICA DE CRIME DOLOSO. Art. 92, III. Requisitos dessa consequência: 1.Condenação definitiva por crime doloso. 2.Veículo utilizado como instrumento do crime. Art.278 – A, CTB -> condutor que utilizar o veículo para a prática de crimes de receptação, descaminho ou contrabando e ser condenado, terá cassado sua CNH ou será proibido de obter habilitação para dirigir veículo automotor por 5 anos. A inabilitação deve ser motivada na sentença, ela não é automática.
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