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LIVRAMENTO CONDICIONAL - DIREITO PENAL - RESUMO

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LIVRAMENTO CONDICIONAL
→ CONCEITO
É um benefício que permite ao condenado à pena privativa de liberdade superior a 2 anos a
liberdade antecipada, condicional e precária, desde que cumprida parte da reprimenda
imposta e sejam observados os demais requisitos legais.
- Antecipada: pois o condenado retorna ao convívio social antes do integral
cumprimento da pena privativa de liberdade.
- Condicional: durante o período restante da pena (período de prova) o egresso
submete-se ao atendimento de determinadas condições fixadas na decisão que lhe
concede o benefício.
- Precária: pode ser revogada se sobrevier uma ou mais condições previstas nos arts.
86 e 87 do CP.
Jurisprudência do STF: “Finalidade reeducativa da pena; Constitui a última etapa da
execução penal, pela ideia central de liberdade responsável do condenado, de modo a
permitir-lhe melhores condições de reinserção social”.
→ NATUREZA JURÍDICA
É um benefício conferido ao condenado que preencha os requisitos legais. Funciona como
direito subjetivo, pois a liberdade precoce não pode ser negada àquele que atende a todos
os mandamentos aplicáveis à espécie. E mesmo sendo concedido durante a execução da
pena privativa de liberdade, não pode ser tratado como um de seus incidentes.
*Damásio, entretanto, apresenta posicionamento diverso: para ele, trata-se de forma
especial de cumprimento de pena. “É medida penal de natureza restritiva da liberdade, de
cunho repressivo e preventivo. Não é um benefício”.
→ LIVRAMENTO CONDICIONAL X SUSPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA
PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (sursis):
PONTOS EM COMUM:
● Destinatários: condenados à pena privativa de liberdade;
● Os requisitos legais devem ser preenchidos pelo condenado;
● Sujeitam-se ao cumprimento das condições;
● O período de prova se inicia com a realização da audiência admonitória;
● Finalidade: evitar a execução da pena privativa de liberdade, total ou parcialmente.
DIFERENÇAS:
LIVRAMENTO CONDICIONAL Sursis
1. Execução da pena: o condenado
cumpre parte da pena imposta.
2. Período de prova: o restante da
pena.
3. Concedido durante a execução da
pena.
4. Recurso cabível: Agravo.
1. Não tem início a execução da pena.
2. Período de prova de 2 a 4 anos.
3. Concedido na sentença ou no
acórdão.
4. Recurso cabível: Apelação.
→ JUÍZO COMPETENTE
→ Normalmente, já existe trânsito em julgado da condenação → será competente o juízo da
execução para analisar o cabimento ou não do benefício.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
III - decidir sobre:
e) livramento condicional;
→ O STF tem admitido a concessão do livramento condicional em sede de execução
provisória, isto é, com o trânsito em julgado da condenação apenas para a acusação. →
Nesse caso, também será competente o juízo da execução.
→ Em face do caráter itinerante do processo de execução, é competente o juízo do local em
que o condenado cumpre a pena, independente da comarca em que foi proferida a
sentença condenatória. Exemplo: A sentença condenatória foi proferida na comarca de São
Paulo, mas o agente encontra-se recolhido na penitenciária de Ribeirão Preto. Será
competente o juízo da execução de Ribeirão Preto.
→ EGRESSO
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
→ REQUISITOS
A) OBJETIVOS (art. 83, I, II, IV e V, do CP).
1. Espécie da pena: deve ser privativa de liberdade (reclusão, detenção ou prisão
simples).
2. Quantidade da pena: deve ser igual ou superior a 2 anos.
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se
para efeito do livramento
3. Parcela da pena já cumprida: depende das condições do condenado e da
natureza do crime por ele praticado.
➔ SIMPLES: cumprimento de mais de ⅓ da pena → portador de bons
antecedentes e não reincidente em crime doloso.
➔ QUALIFICADO: cumprimento de mais de ½ da pena, se reincidente em
crime doloso.
➔ ESPECÍFICO (crimes hediondos, equiparados a hediondos e tráfico de
pessoas):
★ Cumprimento de mais de ⅔ da pena, desde que não seja
reincidente específico.
★ O benefício é vedado ao condenado, primário ou reincidente, por
crime hediondo ou equiparado com resultado morte.
4. Reparação do dano: dispensa-se esse requisito se for comprovada a
impossibilidade (art. 83, IV - tenha reparado, salvo efetiva impossibilidade de
fazê-lo, o dano causado pela infração;) ou quando a vítima não for encontrada
para ser indenizada; renunciar a dívida ou mostrar-se desinteresada em ser
ressarcida.
B) SUBJETIVOS (art. 83, III e parágrafo único, CP).
1. Bom comportamento durante a execução da pena. → Antes do Pacote
Anticrime falava-se em comportamento satisfatório. Agora, a exigência é maior,
porque depende do “bom comportamento” durante a execução da pena privativa
de liberdade. Esse requisito deve ser comprovado pelo diretor do estabelecimento
prisional, desprezando-se seu comportamento pretérito.
2. Não cometimento de falta grave nos últimos 12 meses.
→ art. 50 da LEP (faltas graves).
→ Se a falta grave foi cometida em período anterior aos 12 meses, em tese o
benefício seria cabível, desde que sua prática não seja incompatível com o “bom
comportamento”.
3. Bom desempenho no trabalho que lhe for atribuído → o exercício de atividade
laboral é obrigatório para a concessão do livramento condicional. Esse requisito
deve ser desprezado quando, em face de problemas no estabelecimento prisional,
nenhum trabalho foi atribuído ao condenado.
4. Aptidão para prover sua própria subsistência mediante trabalho honesto →
exige-se unicamente a prova de aptidão e não de emprego certo e garantido após
a saída do estabelecimento prisional.
5. Para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave
ameaça à pessoa, a concessão do livramento ficará também subordinada à
constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará
a delinqüir. → esse requisito deve ser constatado pela Comissão Técnica de
Classificação (arts. 5º ao 9º, LEP). Faz-se um juízo de prognose, direcionado ao
futuro, com o propósito de constatar se, em razão das suas condições pessoais, é
provável a reincidência pelo condenado.
**Esse último requisito é facultativo para os demais delitos (que não os cometidos
com violência ou grave ameaça à pessoa).
MAS, E O REINCIDENTE EM CRIME CULPOSO?
Há duas posições:
a) encaixa-se na regra do art. 83, I
b) esse tratamento a ele não se aplica, pois um reincidente em crime culposo não pode
ser considerado possuidor de bons antecedentes.
E O CONDENADO NÃO REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO, MAS PORTADOR DE
MAUS ANTECEDENTES?
Não se enquadra no inciso I e nem no II do art. 83. Há duas posições sobre o assunto:
a) deve receber igual tratamento ao reincidente em crime doloso → cumprimento de
mais da metade da pena. Aplica-se, subsidiariamente, o inciso II.
b) é necessário adotar a posição mais favorável ao condenado, em face da ausência
de previsão legal → cumprimento de mais de ⅓ da pena, pois embora portador de
maus antecedentes, não é reincidente em crime doloso.
NA HIPÓTESE DE EXECUÇÃO CONJUNTA DE PENAS POR CRIME HEDIONDO (ou
equiparado) ou tráfico de pessoas e crime comum, A CONCESSÃO DO LIVRAMENTO
CONDICIONAL DEVE SER ANALISADA SEPARADAMENTE:
Computa-se primeiro o percentual de ⅔ referente a condenação por crime hediondo, e em
seguida, o ⅓ do delito comum.
Na hipótese em que o réu, reincidente específico, cumpre pena pela prática de crime
hediondo e também de crimes comuns, a possibilidade de concessão de livramento
condicional estará condicionada ao cumprimento integral das penas referentes àqueles
delitos.
→ o Pacote Anticrime não admite o benefício para o condenado, primário ou reincidente,
por crime hediondo ou equiparado com resultado morte.
→ RITO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
1. PEDIDO: Endereçado ao juízo da execução. Não precisa ser subscrito por
advogado.
Art. 66, CP- Compete ao Juiz da execução:
III - decidir sobre:
e) livramento condicional;
Art. 131, CP - O livramento condicional poderá ser concedido pelo Juiz da execução,
presentesos requisitos do artigo 83, incisos e parágrafo único, do Código Penal, ouvidos o
Ministério Público e Conselho Penitenciário.
Art. 712, CPP - O livramento condicional poderá ser concedido mediante requerimento do
sentenciado, de seu cônjuge ou de parente em linha reta, ou por proposta do diretor do
estabelecimento penal, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário.
2. DECISÃO: A decisão que concede ou denega o livramento condicional será sempre
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do Defensor.
Art. 112, § 2º, LEP. A decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre motivada e
precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, procedimento que também será
adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os
prazos previstos nas normas vigentes.
→ Discute-se a necessidade de manifestação do Conselho Penitenciário antes da concessão do
livramento condicional, isto porque, a Lei 10.792/2003, que alterou diversos dispositivos da Lei de
Execução Penal. Porém, qualquer que seja a posição adotada, o Conselho Penitenciário tem
índole administrativa, e não vincula o juízo da execução, que pode acolher ou rejeitar o
pedido.
Art. 713. As condições de admissibilidade, conveniência e oportunidade da concessão do livramento
serão verificadas pelo Conselho Penitenciário, a cujo parecer não ficará, entretanto, adstrito o juiz.
→ A decisão pode ser impugnada por recurso de agravo.
Art. 197, LEP. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
3. CONCEDIDO O BENEFÍCIO: Será expedida carta de livramento com cópia integral da
decisão judicial em duas vias.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta de livramento com a cópia integral da
sentença em 2 (duas) vias, remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida da execução e
outra ao Conselho Penitenciário.
4. AUDIÊNCIA MONITÓRIA: observando o procedimento do art. 137, I, LEP:
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada solenemente no dia marcado
pelo Presidente do Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a pena,
observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente do
Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta, pelo Juiz;
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do liberando para as condições impostas na
sentença de livramento;
III - o liberando declarará se aceita as condições.
5. ACEITA AS CONDIÇÕES: Art. 138, LEP - Ao sair o liberado do estabelecimento penal,
ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que lhe pertencer, uma
caderneta, que exibirá à autoridade judiciária ou administrativa, sempre que lhe for
exigida.
→ CONDIÇÕES: Devem ser observadas pelo condenado durante o período de prova
(começa com a cerimônia realizada no estabelecimento prisional) ou de experiência, isto é,
pelo tempo restante da pena privativa de liberdade.
Na cerimônia o condenado declara se concorda com as condições que fica subordinado.
LEGAIS
Art. 132, § 1º, LEP - Serão sempre impostas ao liberado
condicional as obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se for apto
para o trabalho;
→ Esse prazo razoável deverá ser estipulado pelo juiz.
→ Para pessoa portadora de deficiência física, não se impõe essa
condição.
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
→ Prazo também indicado pelo Magistrado; normalmente é mensal.
c) não mudar do território da comarca do Juízo da execução, sem
prévia autorização deste.
JUDICIAIS
Art. 132, § 2°, LEP - Poderão ainda ser impostas ao liberado
condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e à
autoridade incumbida da observação cautelar e de proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não frequentar determinados lugares
*B e C → o juízo da execução deve indicar os lugares para habitação e
o horário.
LEGAIS
INDIRETAS
São causas de revogação do livramento condicional, e recebem esse
nome pela razão de se constituírem em condições negativas, ou seja,
revogam o benefício se estiverem presentes.
→ REVOGAÇÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL: Deve ser decretada pelo juízo da
execução, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do
Conselho Penitenciário. Em qualquer caso, o juiz deve proceder à prévia oitiva do
condenado, sob pena de nulidade por violação ao princípio constitucional da ampla defesa.
A) OBRIGATÓRIA:
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício; → O liberado deve ser
condenado à pena privativa de liberdade, por decisão transitada em julgado. O juiz poderá
ordenar a prisão do liberado, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público,
suspendendo o curso do livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará
dependendo da decisão final (LEP, art. 145). Se a decisão final for condenatória, e transitar
em julgado, o juiz deverá revogar o livramento condicional.
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento).
→ EFEITOS DA REVOGAÇÃO:
1. não se computa na pena o tempo em que esteve solto o liberado;
2. não se concede, em relação à mesma pena, novo livramento;
3. não se pode somar o restante da pena cominada ao crime à nova pena,
para fins de concessão de novo livramento.
Art. 88, CP - Revogado o livramento, não poderá ser novamente concedido, e, salvo
quando a revogação resulta de condenação por outro crime anterior àquele
benefício, não se desconta na pena o tempo em que esteve solto o condenado.
Art. 141, LEP. Se a revogação for motivada por infração penal anterior à
vigência do livramento, computar-se-á como tempo de cumprimento da pena o
período de prova, sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a soma
do tempo das 2 (duas) penas.
Art. 142, LEP. No caso de revogação por outro motivo, não se computará na
pena o tempo em que esteve solto o liberado, e tampouco se concederá, em
relação à mesma pena, novo livramento.
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
A decisão judicial que revoga o livramento condicional em razão de condenação irrecorrível
dispensa fundamentação, pois toda motivação já foi efetuada na sentença condenatória.
Art. 84 - As penas que correspondem a infrações diversas devem somar-se para
efeito do livramento.
Somente é possível a revogação quando a nova pena privativa de liberdade, somada à
anterior, que ensejou o livramento condicional, resultar na impossibilidade de manutenção
do benefício.
Exemplo:
Depois de condenado a 12 anos de reclusão, o réu, primário e com bons antecedentes,
cumpriu mais de 4 anos da pena e a ele foi concedida a liberdade antecipada.
↓
Após 2 anos no gozo do benefício (e faltando 6 anos para a extinção da pena privativa de
liberdade), é condenado a 20 anos de reclusão por crime anterior.
↓
Sua pena faltante somada as duas, é de 26 anos.
É incompatível preservar o livramento condicional com os 6 anos da pena até então
cumpridos, que representem menos de ⅓ total.
Como o condenado não abusou da confiança depositada pelo Poder Judiciário, os efeitos
da revogação são mais suaves:
→ EFEITOS DA REVOGAÇÃO:
1. Computa-se como cumprimento da pena o tempo em que o condenado esteve solto;
2. admite-se a soma do tempo das duas penas para a concessão do novo livramento;
3. permite-se novo livramento condicional, desde que o condenado tenha cumprido
mais de ⅓ ou mais da metade da pena imposta (soma das penas), conforme seja
primário e portador de bons antecedentes ou reincidente em crime doloso.
B) FACULTATIVA
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir
qualquer das obrigações constantesda sentença, ou for irrecorrivelmente
condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
→ Fica a critério do magistrado eventual manutenção do benefício. E, se decidir não
revogá-lo, o juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições impostas.
Art. 140, LEP - Parágrafo único. Mantido o livramento condicional, na hipótese da
revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou agravar as condições.
→ HIPÓTESES:
a) Se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da
sentença: é prudente que seja feita a prévia oitiva do condenado. Em suma,
razoável tentar-se a manutenção do benefício e somente revogá-lo com o
desatendimento reiterado das condições impostas (art. 143, LEP).
Se o juiz optar pela revogação do benefício seus efeitos serão rigorosos, pois o
liberado abusou da confiança nele depositada. (Art. 88, CP - Revogado o livramento,
não poderá ser novamente concedido, e, salvo quando a revogação resulta de
condenação por outro crime anterior àquele benefício, não se desconta na pena o
tempo em que esteve solto o condenado).
b) irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja
privativa de liberdade: É irrelevante o momento da prática do crime ou da
contravenção penal.
→ SUSPENSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL
Art. 145, LEP - Praticada pelo liberado outra infração penal, o Juiz poderá ordenar a sua
prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do
livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.
A revogação do livramento condicional (obrigatória ou facultativa), quando motivada pela
prática de crime ou contravenção penal, depende do trânsito em julgado da condenação
(art. 86 e 87, CP).
Art. 86 - Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de
liberdade, em sentença irrecorrível:
I - por crime cometido durante a vigência do benefício;
II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
Art. 87 - O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir
qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por
crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
Pode acontecer do trâmite da ação penal ser moroso, a ponto de não haver decisão
definitiva ao tempo do término do período de prova do livramento condicional. Nesse caso,
deveria ser declara a extinção da pena privativa de liberdade ( Art. 90, CP - Se até o seu
término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.).
Esse procedimento levaria ao inconveniente, de DEPOIS da extinção da extinção da pena
privativa de liberdade, ser o agente definitivamente condenado por crime ou contravenção
penal cometidos antes ou durante a vigência do benefício. Por isso, o art. 145 da LEP,
permite que o magistrado, depois de ouvir o Conselho Penitenciário e o MP, conceda a
suspensão do livramento condicional até a decisão final.
● Art. 145 da LEP é aplicado aos artigos 86 e 87, CP
● Refere-se a prática de outra infração penal (pouca importa se na vigência do
livramento condicional ou em momento pretérito).
● Não se exige condenação definitiva, basta o cometimento do crime ou da
contravenção penal.
a) Condenação por sentença irrecorrível decorrente do crime do qual resulte pena
privativa de liberdade → DEVE ensejar a revogação do benefício;
X
b) Condenação definitiva por crime ou contravenção penal a pena que não seja
privativa de liberdade → PODE revogar o benefício.
● ATENÇÃO: Não é possível a suspensão do livramento condicional quando o liberado
deixa de cumprir qualquer das obrigações decorrentes da sentença, pois a Lei de
Execução Penal autoriza essa medida somente quando praticada outra infração
penal.
→ PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA: é cabível a prorrogação quando o
beneficiário responde a ação penal em razão de crime cometido na vigência do livramento
condicional.
Art. 89 - O juiz não poderá declarar extinta a pena, enquanto não passar em julgado a
sentença em processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do
livramento.
Deve prorrogar o período de prova até o trânsito em julgado da sentença, que poderá ser
condenatória ou absolutória.
Durante a prorrogação não subsistem as condições do livramento condicional (desde que já
tenha sido ultrapassado o período de prova, ou seja, já tenha se esvaído o tempo restante
da pena privativa de liberdade).
★ Essa prorrogação é automática ou facultativa?
Existem duas posições sobre o assunto:
a) A prorrogação é automática e prescinde de decisão judicial. Basta o reconhecimento
de denúncia ou queixa. É o entendimento que se extrai da leitura do art. 89, CP.
b) A prorrogação não é automática e depende de decisão judicial expressa. É a
posição do Supremo Tribunal Federal.
Para ambas as posições a prorrogação somente é possível em relação a crime cometido na
vigência do benefício, pois o crime anterior permite o desconto na pena do tempo em que
esteve solto o condenado.
★ Pouco importa se o crime é doloso ou culposo, punido com reclusão ou sem
reclusão.
★ Não se admite a prorrogação no caso de contravenção penal, pois a lei fala somente
em “crime”.
★ Com o término da prorrogação, operando-se o trânsito em julgado da sentença,
podem ocorrer as seguintes situações:
a) o liberado é absolvido: declara-se a extinção da pena privativa de liberdade
b) o liberado é condenado a pena privativa de liberdade: o benefício é
obrigatoriamente revogado; e
c) o liberado é condenado a pena que não seja privativa de liberdade: a
revogação do livramento condicional é facultativa.
→ EXTINÇÃO DA PENA
Art. 90 - Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade.
Súmula 617: “A ausência de suspensão ou revogação do livramento condicional antes do
término do período de prova enseja a extinção da punibilidade pelo integral cumprimento da
pena.”
Cuida-se de sentença meramente declaratória,com eficácia retroativa (ex tunc), à data em que se
encerrou o período de prova. Antes da decretação da extinção da pena privativa de liberdade, o
magistrado deve ouvir o Ministério Público (art. 67, LEP).
→ QUESTÕES DIVERSAS SOBRE O LIVRAMENTO CONDICIONAL:
● LIVRAMENTO INSUBSISTENTE (que não se pode substituir): Aquele que o condenado
foge do estabelecimento prisional depois da concessão do benefício, mas antes da aceitação
das condições, do art. 137 da LEP. Não há causa para revogação do livramento condicional.
● LIVRAMENTO CONDICIONAL E HABEAS CORPUS: o HC não é meio adequado para
discutir eventual equívoco da decisão do juízo da execução que denegou o livramento
condicional. Porém, em hipóteses excepcionais, o tribunal pode conceder livramento
condicional em sede de habeas corpus, quando a decisão por manifestamente ilegal e todos
os requisitos estiverem documentalmente comprovados.
● LIVRAMENTO CONDICIONAL HUMANITÁRIO: Não pode ser permitido por ausência de
previsão legal.
● LIVRAMENTO CONDICIONAL CAUTELAR: modalidade rejeitada.
● LIVRAMENTO CONDICIONAL POR ESTRANGEIRO: é possível a concessão do livramento
condicional ao estrangeiro que cumpre pena no território nacional, imposta pela prática de
crime comum.
● LIVRAMENTO CONDICIONAL E LEI DO CRIME ORGANIZADO: o condenado por
organização criminosa não poderá obter o livramento condicional, se existirem elementos de
prova indicando a manutenção do agrupamento ilícito.

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