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BIOÉTICA E HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE N1

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Com o surgimento da bioética, na década de 70, era necessário estabelecer uma metodologia para analisar os problemas éticos que emergiam da prática da assistência à saúde. Em 1979, os norte-americanos Tom L. Beauchamp e James F. Childress publicaram um livro chamado Principles of Biomedical Ethics, onde expõem uma teoria, fundamentada em quatro princípios básicos - não maleficência, beneficência, autonomia e justiça - que, a partir de então, ditaram uma de definir e manejar os valores envolvidos nas relações dos profissionais de saúde e seus pacientes (PRUDENTE, 2018).
Dentro da não-maleficência Carmen praticou uma ação que causaria consequentemente o mal de sua paciente, prejudicando em seus direitos de sigilo e ampliando os efeitos indesejados do diagnóstico da paciente. Ao infligir o princípio da beneficência, deixou de promover o bem e o respeito a paciente, bem como não minimizou as consequências possíveis sobre o dano causado ao ferir o sigilo contando a seus colegas e aos familiares da paciente antes de Carmen saber o seu diagnóstico. Além destes dois princípios Carmem feriu também o princípio da justiça, quando não tratou sua paciente de forma moralmente correta e adequado, não atuando com imparcialidade sobre seu diagnóstico de HIV. 
Segundo Nascimento et al, em 2003, devido a organização e busca de ascensão sobre a execução da assistência em saúde, no Sistema Único de Saúde (SUS), deu-se início à Política Nacional de Humanização (PNH), se trata de uma política pública que surgiu com o objetivo de humanizar e trazer dignidade aos usuários deste complexo sistema na saúde pública. 
Carmem não colocou em práticas características fundamentais de humanização para os profissionais em saúde quando feriu os direitos da paciente, não considerando seus sentimentos, seus valores não tendo a paciente como o centro do cuidado e atenção. Também feriu princípios ao não seu diagnostico devidamente explicado, tal como não fornecer orientação digna sobre o tratamento; não demonstrando a com empatia e afetividade, não evitando possíveis inconveniências com a quebra de sigilo. 
Ao usar sem autorização os dados da paciente como resposta do seu trabalho de pós graduação de curso, a enfermeira infringiu rígidos protocolos da bioética e também da humanização em saúde como a beneficência, o respeito à pessoa e a justiça. Como também não houve autorização da paciente no consentimento livre e esclarecido e na avaliação também não houve aprovação anterior à execução do projeto por um Comitê de Ética, bem como não foi garantido a privacidade e confidencialidade, não assegurando utilização das informações em prejuízo da paciente, não seguindo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei n° 13.709/2018.
Esses aspectos evidenciam que Carmem não respeitou os princípios éticos imprimidos em sua profissão, nem agiu de acordo com os valores da humanização em colocando em risco e gerando prejuízos a sua paciente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
NASCIMENTO, J. A. S. do., et al. (2021). COMPREENDENDO A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO EM SAÚDE. Revista Multidisciplinar Em Saúde, 2(4), 102. https://doi.org/10.51161/rems/2861
PRUDENTE, Mauro Godoy. Bioética: Conceitos fundamentais. 2ª ed. Porto Alegre, RS. 2018.

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