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RESUMO ÉTICA E BIOÉTICA · Moral: é o conjunto de valores de uma sociedade. É algo coletivo. Esse conjunto de valores é algo imposto, e acarreta uma consequência óbvia que todos deveriam saber. · Ética: é algo individual. Reflete sobre os valores e questiona. Pode garantir uma renovação da moral. · Dilema moral x conflitos O ato x pode ser moralmente correto ou errado. Mas o julgamento de que um ato é moralmente aceito, não implica que deve ser aprovado por lei. Por exemplo o aborto e a eutanásia. Bioética então é a reflexão ética sobre os seres vivos, tais como eles se apresentam nas relações cotidianas e nos conceitos teóricos e práticos da ciência e pesquisa. · Declaração de HELSINK: documento básico/mundial sobre experiência com humanos. É quando começa a se falar de autonomia do paciente. · Relatório de BELMONT: princípios éticos básicos pra nortear as pesquisas (respeito à autonomia do paciente, beneficência, justiça). Esses dois foram o que balizaram a resolução 466. Potter foi o grande pai da bioética. Trouxe pro Brasil. Corrente cultural e social que nos cerca: individualismo, hedonismo (só quer fazer o que dá prazer) e utilitarismo (só se importa com o que é útil). Qual o fundamento ético? A pessoa humana, única, com diversas dimensões e provida de dignidade. · “O principialismo tenta buscar soluções para os problemas e as controvérsias éticas a partir de uma perspectiva negociável e aceitável pelo conjunto das pessoas envolvidas no processo por meio de princípios selecionados.” · Principialismo de Beauchamp e Childress · Autonomia: respeito à decisão do outro, sem influência controladora por parte do médico. As regras morais que sustentam esse princípio são as de verdade e liberdade. É preciso empoderar o paciente, dando-lhe informações verdadeiras necessárias para que ele tome a decisão. · Justiça: uma expressão da distribuição justa, equitativa e apropriada na sociedade seguindo as normas que estruturam os termos de cooperação social. Tentativa de dar a todos a mesma oportunidade do acesso. · Não maleficência: dever de intencionalmente não causar nenhum mal, não infligir nenhum dano ao paciente. O juramento de Hipócrates abrange os princípios de não maleficência e beneficência quando diz “Usarei meu poder para ajudar os doentes com o melhor de minha habilidade e julgamento; abster-me-ei de causar danos ou de enganar a qualquer homem com ele." · Beneficência: não só ter boas intenções, de desejar o bem (benevolência), mas fazer o bem. É a obrigação moral que o médico tem de agir em benefício dos outros. Ela minimiza os riscos e maximiza os benefícios. - No Brasil é preciso incluir os princípios de vulnerabilidade e responsabilidade! - Código de ética médica (direito e dever do médico) – 1867-BR-1953. Tem função educativa e reflexiva sobre o futuro da moral médica brasileira. * Não existe uma hierarquização entre os princípios bioéticos. Cada caso é um caso! - Elaboração do Código de Ética do Estudante de Medicina a nível nacional - A bioética tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões éticas/bioéticas que surgirão na vida profissional e necessita ser estudada por meio de uma metodologia interdisciplinar. É fundamental o respeito à vida humana. A bioética não é legalista. → EUTANÁSIA: → DISTANÁSIA: prolongamento exagerado da morte de um paciente, sinônimo de tratamento inútil e fútil. Trata-se da atitude médica que, visando salvar a vida do paciente terminal, submete-o a uma morte lenta acompanhada de muito sofrimento, se prolonga o processo de morrer. Na europa fala-se de “obstinação terapêutica” e nos estados unidos “futilidade médica” → ORTOTANÁSIA: “morte no seu tempo”, sem abreviação nem prolongamentos desproporcionados do processo de morrer. Se o paciente não tem prognóstico algum, manda pra casa. Cuidados paliativos nessa internação domiciliar. · Respeito à autonomia e a relação médico paciente: confidencialidade, privacidade, veracidade, liberdade, informações e o consentimento (TCLE). Portanto, para que o paciente possa exercer sua autonomia, ele precisa ser muito bem informado. A pessoa precisa ter a capacidade de agir intencionalmente e a liberdade (sem qualquer influência controladora, e obriga o profissional a dar toda a informação necessária). Comissão: é uma participação restrita por profissionais de uma mesma categoria. · Comissão de ética médica É um braço do CRM, e regulamentada pelo CFM. Não é multidisciplinar, apenas médicos! Possui função do desempenho ético da medicina. Ela vai regulamentar e fiscalizar o exercício profissional do médico. Funções sindicantes (o CRM pode ser caçado, caso você cometa alguma modalidade de culpa), educativas e fiscalizadoras. Julgamento sobre os processos éticos que envolvem a atuação profissional (3 modalidades de culpa): · Imprudência: por exemplo, o cirurgião não esteriliza direito e o paciente fica com infecção. · Imperícia: você não tem habilidade/conhecimento para fazer, e mesmo assim você faz. Por exemplo, você nunca intubou, se você intubar e causar uma lesão, você praticou uma imperícia. · Negligência: por exemplo, tem uma senhora bem velhinha internada, e no dia da alta ela teve febre, mas você dá alta mesmo assim pra liberar o leito. Cada serviço hospitalar tem que ter uma comissão de ética médica. · Comitê de bioética É multiprofissional e multidisciplinar. Caracteriza-se por ser um espaço de reflexão que busca apoiar e orientar os profissionais, os pacientes e sua família, respeitando suas perspectivas próprias. Funções consultivas, normativas (no sentido de sugerir e não criar regras) e educativas. Não fiscaliza nada, nem reza sobre o exercício profissional quem faz essas coisas é a comissão de ética médica. É um facilitador de diálogo, não tem a capacidade de decidir. Haverá um diálogo aberto, sistemático. É eticamente pluralista, pois reconhece diferentes posições. A resolução é um consenso entre os profissionais de saúde. O que interfere na hora da decisão? · O modelo paternalista do médico (você não é o pai do seu paciente, por isso não deve decidir sozinho sem toda a equipe!!) · A competência de tomada de decisão do paciente · Comitê de Ética em Pesquisa É um colegiado interdisciplinar e independente de caráter consultivo, deliberativo e educativo. É responsável pela avaliação e acompanhamento dos aspectos éticos de todas as pesquisas envolvendo seres humanos. Toda instituição que trabalha com pesquisas em pessoas tem que ter. Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida a uma avaliação do CEP. Tá sob a coordenação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa Coisas mais simples CEP Coisas mais complexas, grandes pesquisas CONEP. CEP CONEP Conselho Nacional de Saúde · CONEP: É o que delibera, ele é normativo. Reprodução assistida, manipulação de gametas, estudos com populações indígenas, novos procedimentos terapêuticos invasivos, tudo que é feito com patrocínio de fora. Tem então que submeter seu projeto e TCLE à Plataforma Brasil. · Segurança do Paciente Hipócrates: “primeiro não cause o dano” Serviços responsáveis por transfusão de sangue, anestesia, rede sentinela, vigilância sanitária etc. A OMS desenvolve a classificação internacional de segurança do paciente. Priorizou ações para reduzir riscos e mitigar eventos adversos. 2004- Programa Patient Safety Program · Eventos adversos: dano causado pelo cuidado à saúde e não pela doença de base. Por exemplo: o paciente entra “bem” e sai com alguma doença/infecção, ou não sai. Resulta em alta taxa de mortalidade, e além disso ainda dá prejuízo financeiro, devido ao prolongamento de permanência no hospital. Possíveis causas: - pressão pra que produza mais em empresas privadas (menos tempo, menor custo) - superlotação na emergência do SUS - síndrome do esgotamento profissional (síndrome de Burn Out) · Programa Nacional de Segurança do Paciente (portaria nº 529) Redução, a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário associado ao cuidado de saúde. Conceitos abordados pela portaria: ·Dano: comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo, assim, ser físico, social ou psicológico. · Incidente: evento ou circunstância que poderia ter resultado, ou resultou, em dano desnecessário ao paciente. Podem ser oriundos de atos intencionais ou não-intencionais. Incidente sem dano: incidente atinge o paciente, mas não causa dano (exemplo- uma bolsa de sangue foi conectada ao paciente errado mas nada aconteceu ao paciente) · Evento Adverso: incidente com dano. Incidente atinge o paciente e resulta em lesão ou dano!!! (exemplo- uma bolsa de sangue foi conectada no paciente errado, foi infundida e o paciente morreu com uma reação hemolítica) · Cultura de segurança · Gestão de risco Eixos do PNSP – Programa Nacional de Segurança do Paciente: 1. EIXO 1: prática de higienização das mãos, cirurgia segura através do check list (pra não esquecer nada dentro do paciente), segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos, identificação do paciente (se comunicar corretamente quando passar o caso pra outro profissional), criação dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP) a notificação de eventos adversos pelo NSP é obrigatória!! 2. EIXO 2: correspondência e vínculos solidárias, usados no Programa Nacional de Humanização. Parte dos pacientes não reconhecem seus direitos. Preparar os profissionais para informar erros aos familiares. 3. EIXO 3: ensinamento técnico. Graduação e pós graduação na área de saúde, educação permanente dos profissionais de saúde. OMS guia para organização do currículo de segurança do paciente para auxiliar as escolas. 4. EIXO 4: incremento de pesquisas. RESOLUÇÕES QUE ABRANGEM PESQUISAS EM SERES HUMANOS · Resolução 466 É a principal, é de 2012 mas ainda tá em vigor. Ela incorpora, sob a ótica do indivíduo e da coletividade, assegurar os direitos e deveres aos participantes da pesquisa. 1. Respeita e perpassa pelos 4 princípios bioéticos (autonomia, não maleficência, beneficência, justiça, equidade): · A assistência ao participante da pesquisa deve ser imediata e integral · Dano associado ou decorrente da pesquisa indenização · O participante vai de forma esclarecida, voluntária e gratuita. Ainda tem o direito de sair a qualquer momento. · É gratuita, porém precisa do ressarcimento (transporte e alimentação) 2. Aspectos éticos da pesquisa · Respeito ao participante da pesquisa · Ponderação entre riscos e benefícios · Garantia que danos previsíveis serão evitados · Tem que garantir a medicação (não pode dar placebo, por exemplo. Imagine um câncer hepático, você não pode dar medicação pra uns e placebo pra outros.) · Tem que prever procedimentos que assegurem a confidencialidade, privacidade e proteção da imagem. · Tem que ser realizado só se o conhecimento não puder ser obtido de outro meio. · Tem que usar pessoas que tenham autonomia plena. A não ser que traga benefícios aos indivíduos ou grupos vulneráveis (crianças/deficientes mentais) · Assegurar retorno social, acesso aos procedimentos etc. · Não pode ter benefício só pro médico, tem que ter um benefício social. · Tem que garantir acesso gratuito e por tempo indeterminado. · CEP/CONEP “Essa resolução tenta fazer com que o ser humano não seja usado como cobaia.” · Resolução 196 É a resolução mais antiga. Usada até 2012. Ela já proibia a utilização de cobaias. Mudanças da 196 para a 466 · Assentimento livre e esclarecido – hoje além do pai liberar, a criança tem que assentir, por exemplo. · Assistência ao participante da pesquisa – imediata e de forma integral, psicológica também. · Indenização – o participante não tem que provar o nexo causal. Ou seja, tem que ter um termo de consentimento bem esclarecido “ele assinou porque ele quis” isso pode te livrar. · Inclui o pesquisador membro da equipe de pesquisa corresponsável pela integridade e bem estar dos participantes da pesquisa. De 196 pra 466 acrescentou-se · Provimento de material prévio – despesas de transportes e alimentação do participante e seus acompanhantes · A responsabilidade do pesquisador é indelegável e indeclinável · Uso de contraceptivos (ler mais) · Resolução 303 Resolução que fala da reprodução humana. · Resolução 304 Resolução que aprova relacionada a áreas de povos indígenas. “O risco não pode ser maior que o benefício” · Resolução 510 Publicada em 2016. Não vem substituir a 466. Diz que precisa incluir as ciências humanas e sociais na 466. PROCESSO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Toda pesquisa tem que ter, pois todas envolvem riscos. Esses riscos tem que se justificar pelo benefício esperado. · Plataforma Brasil O pesquisador responsável tem que elaborar o TCLE e guardar por até 5 anos após o término da pesquisa, e essa pesquisa tem que ser gravada. Tem que ser um documento escrito, de fácil entendimento, com todas as informações necessárias. Caso o paciente seja criança ou adolescente, tem que ter também um termo de assentimento (não precisa ser escrito) · Garantia de plena liberdade ao participante da pesquisa · Não se pode exigir renúncia ao direito à indenização por dano (mesmo que seja previsto) · Pesquisas em indivíduos com diagnóstico de morte encefálica (familiares, representante legal) Princípios Bioéticos Autonomia (do paciente) Justiça (sociedade) Não maleficência (médico) Beneficência (relação médico paciente) Moral : é o conjunto de valores de uma sociedade . É algo coletivo . Esse conjunto de valores é algo imposto , e acarreta uma consequência óbvia que todos deveriam saber. Ética : é algo individual . Reflete sobre os valores e questiona . Pode garantir uma renovação da moral . è Dilema moral x conflitos O ato x pode ser moralmente correto ou errado. Mas o julgamento de que um ato é moralmente aceito, não implica que deve ser aprovado por lei. Por exemplo o aborto e a eutanásia. Bi oética então é a reflexão ética sobre os seres vivos , tais como eles se apresentam nas relações cotidianas e nos conceitos teóricos e práticos da ciência e pesquisa. · Declaração de HELSINK : documento básico/mundial sobre experiência com humanos . É quando começa a se falar de autonomia do paciente . · Relatório de BELMONT : princípios éticos básicos pra nortear as pesquisas (respeito à autonomia do paciente, beneficência, justiça). Esses dois foram o que balizaram a resolução 466 . Potter foi o gra nde pai da bioética. Trouxe pro Brasil. Corrente cultural e social que nos cerca: individualismo, hedonismo (só quer fazer o que dá prazer) e utilitarismo (só se importa com o que é útil) . Qual o fundamento ético? A pessoa humana, única, com diversas dime nsões e provida de dignidade. Ø “O principialismo tenta buscar soluções para os problemas e as controvérsias éticas a partir de uma perspectiva negociável e aceitável pelo conjunto das pessoas envolvidas no processo por meio de princípios selecionados.” Moral: é o conjunto de valores de uma sociedade. É algo coletivo. Esse conjunto de valores é algo imposto, e acarreta uma consequência óbvia que todos deveriam saber. Ética: é algo individual. Reflete sobre os valores e questiona. Pode garantir uma renovação da moral. Dilema moral x conflitos O ato x pode ser moralmente correto ou errado. Mas o julgamento de que um ato é moralmente aceito, não implica que deve ser aprovado por lei. Por exemplo o aborto e a eutanásia. Bioética então é a reflexão ética sobre os seres vivos, tais como eles se apresentam nas relações cotidianas e nos conceitos teóricos e práticos da ciência e pesquisa. Declaração de HELSINK: documento básico/mundial sobre experiência com humanos. É quando começa a se falar de autonomia do paciente. Relatório de BELMONT: princípios éticos básicos pra nortear aspesquisas (respeito à autonomia do paciente, beneficência, justiça). Esses dois foram o que balizaram a resolução 466. Potter foi o grande pai da bioética. Trouxe pro Brasil. Corrente cultural e social que nos cerca: individualismo, hedonismo (só quer fazer o que dá prazer) e utilitarismo (só se importa com o que é útil). Qual o fundamento ético? A pessoa humana, única, com diversas dimensões e provida de dignidade. “O principialismo tenta buscar soluções para os problemas e as controvérsias éticas a partir de uma perspectiva negociável e aceitável pelo conjunto das pessoas envolvidas no processo por meio de princípios selecionados.”
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