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PROCESSO PENAL II - PROVA EMPRESTADA

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PROVA EMPRESTADA 
Fonte: Renato Brasileiro de Lima 
 
→ Prova emprestada consiste na utilização em um processo de prova que foi produzida em outro, 
sendo que esse transporte da prova de um processo para o outro é feito por meio de certidão 
extraída daquele. Assim, se a testemunha “Mévio” foi ouvida no processo “X”, cópia de seu 
depoimento será extraída e juntada ao processo “Y”. 
 
→ Embora seja trazida ao segundo processo pela forma documentada, a prova emprestada tem o 
mesmo valor da prova originalmente produzida. 
 
→ De acordo com a doutrina majoritária, a utilização da prova emprestada só é possível se aquele 
contra quem ela for utilizada tiver participado do processo onde essa prova foi produzida, 
observando-se, assim, os princípios do contraditório e da ampla defesa. Só se pode considerar 
como prova emprestada, portanto, aquela que foi produzida, no primeiro processo, perante aquele 
que terá que se sujeitar a seus efeitos no segundo, com a possibilidade de ter contado, naquele, 
com todos os meios possíveis de contrariá-la. Logo, se a prova foi produzida em processo no qual 
o acusado não teve participação, não há falar em prova emprestada, e sim em mera prova 
documental. 
 
→ Não se pode falar em prova emprestada de elementos informativos produzidos no curso do 
inquérito policial, eis que, como dito acima, tais elementos não são produzidos sob o crivo do 
contraditório. 
 
Art. 372, CPC: o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, 
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. 
 
Ex: “A” responde um processo por roubo. Ocorre que, na busca e apreensão, ao entrarem na 
residência, os policiais, além de encontrarem os objetos roubados, encontram também drogas. 
Neste caso, pode a prova do roubo ser utilizada também como prova do tráfico? 
NÃO, pois não houve contraditório por parte de “A”, isto é, ele não teve a oportunidade de se 
defender 
 
→ Só será válida a utilização de prova emprestada contra alguém que participou do processo 
original (acusado). Há necessidade de execução do contraditório, no momento da produção da 
prova 
 
Caso o processo original seja declarado nulo, haverá duas possibilidades em relação à prova 
utilizada no outro processo (emprestada): 
 
1) Não se pode admitir a utilização da prova se a nulidade esteja relacionada à prova 
 
2) Se o processo for anulado por questões não relativas à prova, será admissível a utilização da 
prova emprestada 
 
→ Assim, se anulado o processo por questões relativas às alegações orais apresentadas em 
audiência, não haverá qualquer contaminação da prova. Todavia, se o processo tiver sido anulado 
a partir da citação, por força de incompetência constitucional ou não intimação do defensor, diante 
do princípio da causalidade em sede de nulidades (CPP, art. 573, § 1º), não será possível a 
utilização da prova emprestada. 
 
Obs: alguns autores defendem a tese de que a defesa deve se manifestar expressamente em relação 
à admissão da prova emprestada 
 
Requisitos para a admissão da prova emprestada (Paulo Rangel) 
 
1) Tenha sido colhida em processo entre as mesmas partes 
 
2) Tenham sido observadas as formalidades previstas em lei, no momento da produção da prova 
 
3) Existência de contraditório 
 
4) Fato a ser provado seja o mesmo

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