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Nutrição e Dietética Profª Msc. Ana Marla Duarte Processo digestivo Avaliação do estado nutricional dos indivíduos Aula 3 Sistema Digestório Humano Digestão: É o conjunto de transformações fisioquímicas ou físico-químicas que os alimentos orgânicos sofrem para se transformarem em moléculas menores, hidrossolúveis e absorvíveis. Nutrição: É a incorporação de novos materiais estruturais e energéticos ao patrimônio celular e orgânico do indivíduo. Etapas da nutrição 1.Alimentação 2.Digestão 3.Assimilação 4.Dejeção ou defecação Alimentos •Água •Sais minerais •Vitaminas •Carboidratos •Lipídios •Proteínas •Ácidos nucleicos Anatomia do tubo digestório •Boca •Faringe •Esôfago •Estômago •Intestino delgado •Intestino grosso Anatomia dos órgãos anexos •Dentes •Língua •Glândulas salivares •Pâncreas •Fígado •Vesícula biliar Boca Ingestão do alimento Saliva ( ação química) + Dentes e língua (ação mecânica) Mastigação e salivação Bolo alimentar Saliva das glândulas salivares na boca Amilase (Ptialina) Secreção e Fonte Enzima Amido Substrato Hidrólise para formar di, oligossacarídeo ramificados e dextrinas Ação e produtos resultantes Faringe • Canal comum aos sistemas digestório e respiratório (nasofaringe, orofaringe e laringofaringe); • Presença de estruturas linfoides (amígdalas e adenoides); • Ajuda no processo de deglutição. Esôfago • Canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e atravessa o músculo diafragma; • Conduz o bolo alimentar ao estômago. Estômago • Bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo do abdome; • Armazenamento de alimentos; • Absorção de algumas substâncias; • Ocorre a 2ª etapa da digestão química. Órgão exócrino e endócrino que digere os alimentos e secreta hormônios; É uma dilatação do tubo digestivo onde o bolo alimentar é processado até formar um fluido viscoso – quimo; Digestão do alimento – ácido clorídrico, pepsina, lipase gástrica, e produção de hormônios (gastrina, grelina, etc); Três regiões com estruturas histológicas diferentes: • Cárdia; • Fundo; • Corpo; • Antro/Piloro; Suco gástrico das glândulas gástricas na mucosa estomacal Pepsina Secreção e fonte de secreção Enzima PTN (Presença de ácido hidroclorídrico) Substrato Hidrólise de ligações peptídicas para formar polipeptídeos e AA. Ação dos produtos e resultados Suco gástrico das glândulas gástricas na mucosa estomacal Secreção e fonte de secreção Lipase gástrica Enzima Gordura , especialmente de cadeia mais curta Substrato Hidrólise para formar ácidos graxos livres Ação dos produtos e resultados Secreção exócrina do pâncreas Lipase Secreção e fonte de secreção Enzima Gordura (na presença de sais biliares) Substrato Hidrólise para formar monoglicerídeos e ácidos graxos. Ação dos produtos e resultados Ácidos graxos nas células da mucosa; reesterificados como triglicerídeos Produtos finais absorvidos Secreção exócrina do pâncreas Colesterol enterase Secreção e fonte de secreção Enzima Colesterol Substrato Hidrólise para formar ésteres de colesterol e ácidos graxos Ação dos produtos e resultados Colesterol nas células da mucosa; transferidos para os quilomícrons Produtos finais absorvidos Secreção exócrina do pâncreas α- amilase Secreção e fonte de secreção Enzima Amido e dextrinas Substrato Hidrólise para formar dextrina e maltose. Ação dos produtos e resultados Secreção exócrina do pâncreas Tripsina (tripsinogê nio ativado) Secreção e fonte de secreção Enzima PTN e polipeptídeos Substrato Hidrólise das ligações peptídicas interiores para formar polipeptpideos. Ação dos produtos e resultados Secreção exócrina do pâncreas Quimiotri psina Secreção e fonte de secreção Enzima PTN e peptídeos Substrato Hidrólise das ligações peptídicas interiores para formar polipeptpideos. Ação dos produtos e resultados Secreção exócrina do pâncreas Carboxipe ptidase Secreção e fonte de secreção Enzima Polipeptídeos Substrato Hidrólise de ligações peptídicas terminais Ação dos produtos e resultados AA Produtos finais absorvidos Secreção exócrina do pâncreas RNA e DNA Secreção e fonte de secreção Enzima Ácidos ribonucléicos e ácidos desoxirribonucléicos Substrato Hidrólise para formar mononucleotídeos Ação dos produtos e resultados Enzimas do intestino delgado Lactase Secreção e fonte de secreção Enzima Lactose Substrato Hidrólise para formar glicose e galactose Ação dos produtos e resultados Glicose e galactose Produtos finais absorvidos Enzimas do intestino delgado Sacarase Secreção e fonte de secreção Enzima Sacarose Substrato Hidrólise para formar glicose e frutose Ação dos produtos e resultados Glicose e frutose Produtos finais absorvidos Fígado • É a mais volumosa de todas as vísceras; • Produção da bile; • Armazenamento de ferro e vitaminas; • Realização de glicogênese, glicogenólise e gliconeogênese; • Metabolização de lipídios; • Síntese de diversas de proteínas plasmáticas; • Desintoxicação do organismo. Intestino delgado • Órgão tubular, musculoso e membranoso, localizado na cavidade abdominal; • Dividido em duodeno, jejuno e íleo; • Ocorre a 3ª etapa da digestão química; • Epitélio intestinal rico em microvilosidades; • Responsável pela absorção dos nutrientes. Intestino grosso • Última porção do tubo digestório; • Tubo muscular com parede mais espessa que o intestino delgado; • Dividido em: apêndice, ceco, colo ascendente, colo transverso, colo descendente, colo sigmoide, reto e ânus; • Reabsorção de água e sais minerais; • Síntese das vitaminas k e B12 por ação microbiana; • Formação do bolo fecal. Função dos principais hormônios gastrointestinais Gastrina Mucosa gástrica duodeno Hormônio Local de liberação Peptídeos e AA, cafeína, algumas bebidas alcoólicas Estimulantes para liberação Estômago, esôfago e todo o trato GI Órgãos afetados Estimula a secreção de HCL e pepsinogênio, aumento da motilidade gástrica Efeitos nos órgãos Gastrina Mucosa gástrica duodeno Hormônio Local de liberação Peptídeos e AA, cafeína, algumas bebidas alcoólicas Estimulantes para liberação Vesícula biliar Órgãos afetados Estimula fracamente a contração da vesícula biliar Efeitos nos órgãos Gastrina Mucosa gástrica duodeno Hormônio Local de liberação Peptídeos e AA, cafeína, algumas bebidas alcoólicas Estimulantes para liberação Pâncreas Órgãos afetados Estimula fracamente a secreção pancreática de bicarbonato Efeitos nos órgãos Secretina Mucosa duodenal Hormônio Local de liberação Ácido no intestino delgado Estimulantes para liberação Pâncreas Órgãos afetados Estimula a eliminação de água e bicarbonato, aumenta a liberação de insulina Efeitos nos órgãos Secretina Mucosa duodenal Hormônio Local de liberação Ácido no intestino delgado Estimulantes para liberação Duodeno Órgãos afetados Diminui a motilidade e aumenta a eliminação do muco Efeitos nos órgãos Colecistocinina (CCK) Intestino delgado proximal Hormônio Local de liberação Peptídeos, AA, LP e HCL Estimulantes para liberação Pâncreas Órgãos afetados Estimula a secreção de enzimas pancreáticas Efeitos nos órgãos Colecistocinina (CCK) Intestino delgado proximal Hormônio Local de liberação Peptídeos, AA, LP e HCL Estimulantes para liberação Vesícula biliar Órgãos afetados Causa a contração da vesícula Efeitos nos órgãos Colecistocinina(CCK) Intestino delgado proximal Hormônio Local de liberação Peptídeos, AA, LP e HCL Estimulantes para liberação Estômago Órgãos afetados Torna mais lento o esvaziamento gástrico Efeitos nos órgãos Colecistocinina (CCK) Intestino delgado proximal Hormônio Local de liberação Peptídeos, AA, LP e HCL Estimulantes para liberação Cólon Órgãos afetados Aumenta a motilidade e a saciedade Efeitos nos órgãos Avaliação nutricional Avaliação nutricional Dimensão biológica (manifestação biológica sobre o corpo da relação entre consumo e as necessidades nutricionais). Social (manifestação biológica das relações que se operam sobre o corpo no interior da sociedade). Vasconcelos (2008) É necessária a utilização de métodos de coleta e procedimentos diagnósticos que possibilitem determinar o estado nutricional, assim como as causas prováveis que deram origem ao(s) problema(s) nutricional(is), para que medidas de intervenção sejam planejadas, executadas e monitoradas nos âmbitos individual ou coletivo. TRIAGEM NUTRICIONAL PARA RISCO OU PRESENÇA DA DESNUTRIÇÃO Em risco nutricional Os adultos são considerados em risco nutricional quando apresentam: - Desnutrição atual ou potencial para desenvolvê-la (ex: perda involuntária de > 10% do peso usual, dentro de 6 meses, ou > 5% do peso usual dentro de 1 mês, ou peso atual 20% abaixo do ideal), presença de doença crônica ou aumento dos requerimentos metabólicos. -Alteração na alimentação ou esquemas especiais de alimentação (ex: recebendo nutrição por sonda ou parenteral total, cirurgia recente, doença ou trauma). - Ingestão nutricional inadequada, incluindo o não recebimento de alimentos ou produtos nutricionais por sete (07) dias (ex: alteração da capacidade de ingerir alimentos ou absorver nutrientes adequadamente). RISCO NUTRICIONAL SEM RISCO NUTRICIONAL Semiologia nutricional O termo semiologia, criado a partir do grego sèmeion (sinal) e logos (estudo, ciência), designa a ciência dos sinais, isto é, a ciência que estuda a organização dos sistemas significantes. Estudo dos sinais e sintomas do indivíduo Busca-se determinar as condições nutricionais do paciente, identificar os sinais e sintomas de carência ou excesso de nutrientes e correlacioná-los com os hábitos alimentares. Anamnese vem do grego anmnesis e significa recordar. Anamnese geral Anamnese alimentar. Anamnese Nutricional Anamnese geral Anamnese alimentar. Questionário de Frequência Alimentar • Registra detalhadamente todos os alimentos e bebidas consumidos em um determinado espaço de tempo, descrevendo tipo de preparações, ingredientes, marca do alimento, porção em medidas caseiras e horário das refeições. Preconiza-se o registro de 3 a 7 dias para que seja possível avaliar a ingestão habitual, sem induzir modificações no hábito alimentar Registro Alimentar Anamnese alimentar. • Consiste em uma ampla entrevista que objetiva descrever a ingestão dos alimentos do ponto de vista qualitativo e quantitativo, coletando informações referentes aos hábitos alimentares atuais e passados, tratamento dietético anterior; modificações nas condições de vida e na ingestão alimentar, além de preferências, intolerâncias e aversões alimentares História Alimentar ou História Dietética Exame Físico Pode avaliar uma série de dados do paciente, incluindo os antropométricos e sinais clínicos. Observações dos diversos tecidos de proliferação rápida, os quais refletem precocemente problemas nutricionais, quando comparados a outros tecidos, sistemas corporais (cardiovascular, respiratório, neurológico e gastrointestinal) dos tecidos adiposo e muscular e da condição hídrica do paciente, buscando sempre investigar a presença de alterações específicas. Avaliação muscular subjetiva – AMS Observar a atrofia de determinados grupamentos musculares, correlacionando-a com a atividade do músculo afetado. Exame físico orientado para quatro grupamentos musculares, envolvidos obrigatoriamente nas atividades rotineiras diárias: 1. Músculo temporal superficial e masseter, relacionados com a mastigação: • Atrofia leve: sem exposição do arco zigomático; • Atrofia moderada: exposição do arco zigomático; • Atrofia grave: quando é possível a visualização do contorno ósseo, envolvendo a órbita, o arco zigomático e o ramo ascendente da mandíbula, sugerindo o desenho de uma “chave”. 2. Músculo adutor do polegar, relacionado com a vida laborativa e déficit muscular: • Atrofia leve e moderada: depressão em graus variados do relevo muscular; • Atrofia grave: possibilidade de visualização de um contorno ósseo do indicador e do polegar, formando uma concha. 3. Músculos interósseos da mão, relacionados com a vida laborativa e déficit muscular. • Tróficos: ausência de depleção; • Não tróficos: visualização de depleção (perda importante da musculatura). 4. Músculos da panturrilha, relacionados com a deambulação e déficit muscular: • Tróficos: ausência de depleção; • Não tróficos: visualização de depleção (perda importante da musculatura). • Método parece ser capaz de identificar adequadamente os pacientes de maior risco para apresentar complicações pós- operatórias ou em situações clínicas ao identificar os casos de desnutrição ou risco de desnutrição AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL - (ASG) Subjetiva Global do Estado Nutricional Produzida Pelo Paciente (ASG – PPP) • Método simples e rápido de identificação de pacientes idosos que apresentam risco de desnutrição ou que já estão desnutridos. Miniavaliação Nutricional (MAN) Antropometria Origem grega e foi criada através dos termos anthro (corpo) e metria (medida), apresentando-se como a medida das variações das dimensões físicas corporais. Estudar e acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento, de acordo com a faixa etária e /ou sexo, avaliar a massa corporal total, a distribuição de gordura e a composição corporal, permitindo, assim, identificar indivíduos com problemas de saúde/ nutricionais e em risco de doenças. Para a avaliação antropométrica, utilizamos as medidas, os índices e indicadores: • Índices: combinações de uma ou mais medidas associadas ao sexo e/ou idade. • Indicadores: resultado da avaliação do índice e de medidas através do uso de referências e/ou padrões de normalidade. P – peso, I – idade, A – altura, CB – circunferência do braço, PC – perímetro cefáfilo, PT – perímetro torácico, IMC – índice de massa corporal, CMB – circunferência muscular do braço, AMB – área muscular do braço, AMBc – área muscular do braço corrigida, CP – circunferência da panturrilha, AGB – área de gordura do braço, PCT – prega cutânea tricipital, PCSE - prega cutânea subescapular, PCB - prega cutânea bicipital, PCSI – prega cutânea suprailíaca, RCEest – Razão cintura estatura, Ccx – cintura coxa, CC – circunferência da cintura, RCQ – razão cintura quadril, IC – índice de conicidade, DAS – diâmetro abdominal sagital. Muito Obrigada! Bibliografia • CUPPARI, Lílian. Nutrição clínica no adulto – Guias de medicina ambulatorial e hospitalar. • VITOLO, M. R. Nutrição – Da gestação ao envelhecimento. São Paulo: Rubio, 2008. • PHILIPPI, S. T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição. Barueri, São Paulo: Manole, 2008.
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