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CONTABILIDADE: AQUISIÇÃO DE BENS OU DIREITOS A SEREM IMOBILIZADOS - PROCEDIMENTO A seguir, apresentaremos lançamentos contábeis de aquisição de bem ou direito a ser imobilizado: Aquisição de Bem Diretamente do Fornecedor, sem Financiamento Bancário A empresa adquiriu a prazo uma máquina da empresa Fátima Ind. de Máquinas Ltda., tendo os seguintes dados na nota fiscal: Valor da mercadoria: R$ 1.700,00 Valor do IPI cobrado: R$ 700,00 Valor do ICMS destacado: R$ 306,00 Valor total da nota fiscal: R$ 1.870,00 Contas Contábeis Débito Crédito Máquinas e Equipamentos (Ativo Não Circulante) 1.564,00 ICMS Compensável (Ativo Circulante) 306,00 Conta Transitória Fátima Ind. de Máquinas Ltda. (Passivo Circulante) Fornecedores 1.870,00 * Lançamento da compra de imobilizado Nota Cenofisco: Em atenção ao rigor da boa técnica contábil, para que fique registrado o valor de recuperação do ICMS, recuperação de formação ainda não definitiva, uma vez que está condicionada ao transcorrer do uso do bem, é recomendável a abertura de uma conta transitória no ativo circulante para registrar o direito em formação. A cada mês de uso do bem na produção de mercadorias sujeitas à tributação pelo ICMS em suas saídas, a conta transitória deve ser baixada e o valor respectivo deve ser transferido para a conta definitiva de direito a compensar. Contas Contábeis Débito Crédito ICMS a Recuperar (Ativo Circulante) 306,00 ICMS Compensável (Ativo Circulante) 306,00 Conta Transitória * Lançamento de constituição do direito de recuperação do ICMS (1/48 avos) e baixa da conta transitória Contas Contábeis Débito Crédito Fátima Ind. de Máquinas Ltda. (Passivo Circulante) Fornecedores 1.870,00 Banco Carioca S/A (Ativo Circulante) 1.870,00 * Lançamento no pagamento da duplicata do fornecedor Aquisição de Bem por meio de Financiamento Bancário A empresa adquiriu um veículo por meio de financiamento bancário, tendo os seguintes dados: Fornecedor: Mairinque Com. de Veículos Ltda. Valor total da mercadoria constante na nota fiscal do fornecedor: R$ 10.000,00 Valor do ICMS (imposto recuperado na escrita fiscal): R$ 1.800,00 Financiador: Banco Carioca S/A Valor financiado: R$ 10.000,00 Forma de pagamento: 6 parcelas mensais Indexador do financiamento: o valor financiado deve ser pago atualizado pela variação da TR Juros reais: o valor financiado está sujeito ao pagamento de juros de 3% ao ano Contas Contábeis Débito Crédito ICMS Compensável (Ativo Circulante) 1.800,00 Conta Transitória Veículos (Ativo Não Circulante) Imobilizado 8.200,00 Banco Carioca S/A (Passivo Circulante Empréstimos e Financiamentos 10.000,00 * Lançamento da chegada do bem Na data de fechamento do balancete ou balanço, deverá ser calculado o valor da variação da TR (indexador do financiamento) incorrido até a data de fechamento de tal balancete ou balanço, pois a variação deve ser contabilizada pelo regime de competência. Contas Contábeis Débito Crédito Variação Monetária Passiva (Conta de Resultado) Despesas Operacionais-Financeiras Valor Banco Carioca S/A (Passivo Circulante) Empréstimos e Financiamentos Valor * Lançamento da atualização do financiamento Na data de fechamento do balancete ou balanço, deverá ser calculado o valor dos juros incidentes sobre o valor do financiamento, incorrido até a data de fechamento de tal balancete ou balanço, pois os juros devem ser atualizados pelo regime de competência. Contas Contábeis Débito Crédito Juros Passivos (Conta de Resultado) Despesas Operacionais-Financeiras Valor Banco Carioca S/A (Passivo Circulante) Empréstimos e Financiamentos Valor * Lançamento dos juros sobre financiamento Contas Contábeis Débito Crédito Banco Carioca S/A (Passivo Circulante) Empréstimos e Financiamentos Valor Banco Carioca S/A (Ativo Circulante) Disponibilidades Valor * Lançamento do pagamento da parcela mensal do empréstimo Nota Cenofisco: Caso a empresa queira ter informação dos juros devidos no passivo, em conta separada, cabe abrir uma subconta, sob o título “Juros sobre Empréstimos e Financiamentos a Pagar”, na conta “Empréstimos e Financiamentos Bancários”. Contas Contábeis Débito Crédito Banco Carioca S/A (Passivo Circulante Empréstimos e Financiamentos Valor Banco Carioca S/A (Ativo Circulante Disponibilidades Valor * Lançamento do pagamento das parcelas do financiamento FONTE: CENOFISCO. ______________________________Fim de Matéria__________________________________ CONTABILIDADE: BAIXA DE BENS TANGÍVEIS DO ATIVO IMOBILIZADO – PROCEDIMENTO SUMÁRIO 1. Considerações Iniciais 2. O que Deve Ser Baixado 2.1. Saldos remanescentes de crédito de ICMS a recuperar 3. Transferência de Bens para Outra Conta Patrimonial 4. Não Depreciação de Bens Transferidos do Imobilizado 5. Necessidade de Constituição de Provisão para Perdas na Realização 6. Alienação do Bem 6.1. Alienação por venda 6.2. Alienação por troca ou permuta de bens 6.3. Alienação por doação 7. Bens Sinistrados 8. Baixa por Obsolescência, Perecimento ou Extinção 1. Considerações Iniciais O momento da baixa de bens do ativo imobilizado, por vezes, traz dúvidas ao profissional de contabilidade, uma vez que a alienação do bem e sua respectiva saída do estabelecimento poderão não coincidir com sua retirada de operação. Por definição, os ativos imobilizados são bens mantidos pela entidade para uso na produção ou na comercialização de mercadorias ou serviços, para locação ou para finalidades administrativas. Por sua vez, o inciso IV do art. 179 da Lei das S.A. prevê que serão classificados no ativo imobilizado os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades, da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. Fica claro, portanto, que um bem retirado de operação, para o qual não se tenha mais expectativa de exploração comercial, será transferido do ativo não circulante imobilizado para outra conta que represente sua expectativa de realização. Nesse sentido, o item 67 da NBC TG 27 - Ativo Imobilizado, aprovado pela Resolução CFC nº 1.177/09, com alteração dada pela Resolução CFC nº 1.329/11, prevê que o valor contábil de um item do ativo imobilizado deve ser baixado quando: a) for alienado; ou b) não se prevê obter benefícios econômicos futuros com seu uso ou venda. Vale lembrar que, na vigência da correção monetária de balanços, havia vigilância por parte da Secretaria da Receita Federal do Brasil, que não permitia a baixa de bens do ativo imobilizado enquanto não houvesse a respectiva saída do bem do estabelecimento, não sendo admitida, portanto, a transferência para os demais grupos do ativo para os quais não havia previsão de correção. Todavia, com a extinção da correção monetária, entendemos que a classificação do bem retirado de operação não acarretará nenhuma perda fiscal e poderá ser feita de acordo com sua destinação efetiva, como se exige tecnicamente, sem que haja nenhuma outra preocupação, a não ser a separação do resultado não operacional obtido, conhecido como “ganho ou perda de capital”, que tem implicações quanto à compensação de prejuízos fiscais. Nota Cenofisco: Para maior detalhamento da apuração do ganho ou da perda decorrentes da baixa de itens do ativo imobilizado, vejam item 7 do Manual de Procedimentos Cenofisco Contabilidade nº 04/10. 2. O que Deve Ser Baixado A baixa de um bem do ativo imobilizado deve ser feita por seu valor contábil. A questão é: o que compõe o valor contábil do bem? Na sua forma mais simples, o valor contábil de um bem compreende o seu custo de aquisição deduzido de sua depreciação acumulada, que também é conhecido pela denominação “valorresidual”. No entanto, no Brasil, tivemos diversas idas e vindas de cálculos mirabolantes de diferenças de correção monetária. Além disso, temos a figura da reavaliação de ativos. Na ficha patrimonial do bem baixado, além do custo original, devem estar registradas todas as correções monetárias aplicadas aos bens adquiridos anteriormente a 31/12/1995, além de todas as diferenças de correção monetária e possíveis reavaliações sofridas pelo bem, ou seja, tudo o que houver no histórico do bem deve ser baixado a débito e a crédito de cada uma das contas envolvidas. Para os bens adquiridos a partir de 01/01/1996, o valor contábil corresponderá ao custo de aquisição e à depreciação acumulada. Já para os bens adquiridos anteriormente à essa data, devemos observar se o bem e a respectiva depreciação acumulada têm alguma conta complementar de correção monetária especial. Feita essa verificação e tendo sido identificados na ficha de patrimônio do bem a ser baixado todos os itens que compõem seu custo de aquisição e a respectiva depreciação acumulada, efetua-se a baixa de cada valor nas contas contábeis. 2.1. Saldos remanescentes de crédito de ICMS a recuperar De acordo com o art. 20, caput e § 5º, da Lei Complementar nº 87/96, com a nova redação dada pela Lei Complementar nº 102/00, a aquisição de bens para o ativo imobilizado dá direito a crédito do ICMS, que será aproveitado à fração de 1/48 por mês, observando-se, ainda, relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período. Na hipótese de alienação dos bens do ativo imobilizado antes de decorrido o prazo de quatro anos, contados da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio. Portanto, para os bens alienados antes de 48 meses de sua aquisição, o saldo remanescente do crédito de ICMS também deverá ser baixado da conta de “ICMS sobre Ativo Imobilizado a Recuperar” ou semelhante, do ativo circulante ou do ativo não circulante, conforme for o prazo de expectativa de aproveitamento do crédito, e ser imputado ao custo do bem. 3. Transferência de Bens para Outra Conta Patrimonial A transferência do bem registrado no ativo imobilizado para outra conta patrimonial que evidencie sua real expectativa de realização será feita mediante o débito do valor do custo de aquisição e respectivos complementos, se houver, à nova conta e terá como contrapartida crédito às contas que registram o bem e seus complementos no ativo imobilizado. Os montantes da depreciação acumulada do bem, assim como das correções complementares a ela correspondentes, devem ser debitados nas respectivas rubricas do ativo imobilizado e creditados à nova conta que registra o bem. Portanto, o registro do bem na nova conta será por seu valor contábil ou residual. Para exemplificarmos, vamos considerar a hipótese de transferência de veículo de passeio registrado no ativo imobilizado por R$ 48.000,00, cuja vida útil estimada seja de cinco anos, retirado da operação e destinado à venda por seu proprietário, que no caso será uma locadora de veículos, ao final do terceiro ano de uso. Automóveis usados possuem mercado formal, inclusive com divulgação de tabelas de preços, e, normalmente, a expectativa de venda de um veículo é inferior a um ano. Portanto, o bem será registrado no ativo circulante em conta específica, que denominaremos “Veículos Próprios Fora de Operação Destinados à Venda”, de acordo com essa expectativa. No caso exemplificado, ao final do terceiro ano de uso, teremos: a) custo de aquisição...................................................... R$ 48.000,00 b) depreciação acumulada............................................... (R$ 28.800,00) c) valor contábil ou residual do bem.................................. R$ 19.200,00 Admitamos, por hipótese, que o valor do bem nas diversas tabelas de avaliação de veículos usados gira em torno de R$ 25.000,00, e, portanto, não será necessário constituir provisão para perdas na realização. A transferência do bem para o ativo circulante será feita da seguinte forma: a) do custo de aquisição: D Veículos Próprios Fora de Operação Destinados à Venda (Ativo Circulante) R$ 48.000,00 C Veículos (Ativo não Circulante) R$ 48.000,00 Baixa do veículo fora de operação placa RTI 2589. b) da depreciação acumulada registrada até o momento da retirada do bem de operação: D Depreciação Acumulada sobre Veículos (Ativo não Circulante) 28.800,00 C Veículos Próprios Fora de Operação Destinados à Venda (Ativo Circulante) 28.800,00 Baixa da depreciação acumulada do veículo fora de operação placa RTI 2589. Ou seja, na conta “Veículos Fora de Operação Destinados à Revenda” remanescerá o saldo de R$ 19.200,00 (R$ 48.000,00 - R$ 28.800,00) correspondentes ao valor contábil ou residual do bem. Veja que, nesse exemplo, apenas retiramos o bem do ativo imobilizado destinando-o a uma conta do circulante em que será aguardada a sua alienação. O montante do ICMS não aproveitado correspondente a 12/48 do crédito do ICMS, verificado por ocasião da aquisição do bem, somente será considerado por ocasião da efetiva alienação, pois esse é o fato gerador da perda do crédito, segundo o que consta do art. 20, § 5º, inciso V, da Lei Complementar nº 87/96. 4. Não Depreciação de Bens Transferidos do Imobilizado O sistema de patrimônio deverá prever a baixa do bem do ativo imobilizado. No caso de o bem ser transferido para outra conta do balanço, na qual permanecerá até sua alienação, a depreciação não poderá mais ser computada, pois esse encargo não deve ser atribuído ao bem fora de operação. Tal procedimento decorre da própria expectativa de realização do bem, que passa a ser a sua alienação, assim como da aplicação do princípio da realização da receita e confrontação da despesa. Se o bem está fora de operação e não produz qualquer bem que irá gerar receitas, nem exerce qualquer função de utilização administrativa ou comercial, não caberá depreciá-lo, pois ele não participa da formação do resultado operacional. Por sua vez, ao ser alienado, seu valor contábil ou residual será baixado e irá compor o resultado não operacional obtido pela operação. 5. Necessidade de Constituição de Provisão para Perdas na Realização Quando o valor contábil ou residual do bem baixado do ativo imobilizado e transferido para outra conta patrimonial não puder ser recuperado no mercado total ou parcialmente, deve- se apurar o valor provável da perda e ser constituída uma provisão a esse título. Devemos lembrar que, verificada a condição de não recuperação do valor contábil, tal provisão deve ser constituída até mesmo se o bem permanecer no ativo não circulante imobilizado. Também é importante alertarmos que, muito embora a provisão para perdas e ajuste de bens ao valor de mercado seja prevista pela legislação societária, quando o valor de mercado for menor do que o custo de aquisição referido, provisionamento não será aceito para fins da apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, conforme prevê o art. 13 da Lei nº 9.249/95. 6. Alienação do Bem O termo alienação abrange a saída do bem do estabelecimento por venda, troca, transferência ou doação. Portanto, há várias formas de alienação que não compreende somente a venda. 6.1. Alienação por venda A alienação decorrente da venda do bem implica o reconhecimento do valor recebido pela venda à vista ou da promessa de pagamento a prazo como outras receitas e o respectivo reconhecimento do valor contábil ou residual do bem como custo da operação. A receita obtida terá seu valor debitado à conta de disponibilidade que recebeu o valor proveniente da venda à vista ou à “Contas a Receber”, pelo valor da promessa de pagamento a prazo, e terá como contrapartida conta de resultado do grupo de outras receitas. 6.1.1. Exemplo de alienação de bem járetirado do imobilizado Admitamos agora que o bem exemplificado no item 3 tenha sido alienado, após transcorrido um mês da sua transferência do ativo imobilizado para o ativo circulante, por R$ 25.000,00 à vista, que serão reconhecidos como receita pela venda do imobilizado, no resultado não operacional. Nesse exemplo, já apuramos o valor contábil do bem ao transferi-lo para o ativo circulante. Agora, resta baixarmos o saldo da conta “Veículos Próprios Fora de Operação Destinados à Venda”, de R$ 19.200,00, contra a conta de “Custo do Imobilizado Vendido”, também no resultado não operacional. Juntaremos ao custo o saldo remanescente do crédito de ICMS não aproveitado em razão de sua alienação, no valor hipotético de R$ 1.364,00. Dessa forma, na apuração do ganho de capital pela alienação da venda do veículo, teremos os seguintes registros: a) pelo reconhecimento da receita pela venda do bem: D Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) R$ 25.000,00 C Receita de Venda de Bens do Ativo Imobilizado (Outras Receitas) R$ 25.000,00 Receita de vendas de bens do ativo imobilizado fora de uso. b) pela baixa do valor contábil do bem registrado na conta de “Veículos Próprios Fora de Operação Destinados à Venda”: D Custo ou Despesas do Imobilizado Vendido (Conta de Resultado) R$ 19.200,00 C Veículos Próprios Fora de Operação Destinados à Venda (Ativo Circulante) R$ 19.200,00 Custo da baixa de bens do ativo imobilizado fora de uso. c) pela baixa do crédito remanescente de ICMS: D Custo ou Despesas do Imobilizado Vendido (Conta de Resultado) R$ 1.364,00 C ICMS sobre Ativo Imobilizado a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 1.364,00 Baixa do ICMS a recuperar sobre o ativo imobilizado. 6.1.2. Exemplo de registro de alienação de bem ainda registrado no imobilizado Na hipótese do bem alienado por venda ser baixado diretamente das contas que registram o custo de aquisição e a depreciação acumulada no ativo não circulante - imobilizado, os lançamentos serão: a) pelo reconhecimento da receita pela venda do bem: D Bancos Conta Movimento (Ativo Circulante) R$ 25.000,00 C Receita de Vendas de Bens do Ativo Imobilizado (Conta de Resultado) R$ 25.000,00 Receita de vendas de bens do ativo imobilizado fora de uso. b) pela baixa do custo de aquisição: D Custo do Imobilizado Vendido (Conta de Resultado) R$ 48.000,00 C Veículos (Ativo não Circulante) R$ 48.000,00 Custo da baixa de bens do ativo imobilizado fora de uso. c) pela baixa da depreciação acumulada até a data da venda: D Depreciação Acumulada sobre Veículos (Ativo não Circulante) R$ 28.800,00 C Custo ou Despesas do Ativo Imobilizado Vendido (Conta de Resultado) R$ 28.800,00 Baixa da depreciação acumulada do veículo fora de operação. d) pela baixa do crédito remanescente de ICMS: D Custo ou Despesas do Ativo Imobilizado Vendido (Conta de Resultado) R$ 1.364,00 C ICMS sobre Ativo Imobilizado a Recuperar (Ativo Circulante) R$ 1.364,00 Baixa do ICMS a recuperar sobre o ativo imobilizado. 6.2. Alienação por troca ou permuta de bens No caso de alienação por troca ou permuta de bens, sendo a operação feita sem retorno para qualquer uma das partes, não será apurado nem ganho nem perda de capital, pois o valor da receita a ser reconhecida deverá corresponder ao valor de entrada do bem recebido. Todavia, cada uma das operações deverá ser registrada separadamente: uma representando a baixa do bem dado em troca, e outra representando a entrada do bem recebido. Por exemplo, vamos admitir a hipótese de a pessoa jurídica ter efetuado a troca do veículo de passeio, exemplificado nos itens 3 e 6.1, por um outro veículo de modelo inferior, mais novo, que integrará o seu ativo imobilizado, cuja troca não resultou em retorno de nenhum outro valor por parte de nenhum dos negociantes. O registro pelo reconhecimento da receita na alienação do bem: D Títulos a Receber (Ativo Circulante) R$ 19.200,00 C Receita de Vendas de Bens do Ativo Imobilizado (Outras Receitas) R$ 19.200,00 Receita de vendas de bens do ativo imobilizado fora de uso. Os demais registros para a baixa do bem serão feitos conforme exemplificado anteriormente nos subitens 6.1.1 ou 6.1.2. A entrada do novo bem no estabelecimento será registrada da seguinte forma: D Veículos (Ativo não Circulante) R$ 19.200,00 C Fornecedores ou Contas a Pagar (Passivo Circulante) R$ 19.200,00 Aquisição de um veículo conforme nota fiscal nº 2589 da empresa Só Veículos S/A. Feita a troca, confrontam-se as contas a receber e a pagar para liquidação da transação. D Fornecedores ou Contas a Pagar (Passivo Circulante) R$ 19.200,00 C Títulos a Receber (Ativo Circulante) R$ 19.200,00 Pagamento da nota fiscal nº 2589 da empresa Só Veículos S/A. 6.3. Alienação por doação A alienação por doação do bem requer que sejam feitas apenas as baixas dos respectivos custos de aquisição, depreciação acumulada e créditos remanescentes de ICMS, não havendo, portanto, o reconhecimento da receita. Todavia, lembramos que, de acordo com o art. 365 do RIR/99, são vedadas as deduções decorrentes de quaisquer doações e contribuições, exceto: a) as efetuadas às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por Lei Federal e que preencham os requisitos dos incisos I e II do art. 213 da Constituição, até o limite de 1,5% do lucro operacional, antes de computada a sua dedução e a de que trata a letra “b” seguinte; b) as doações, até o limite de 2% do lucro operacional da pessoa jurídica, antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, mediante as regras especificadas pela legislação fiscal. O bem também não poderá ser doado a sócio, acionista ou diretor, sob a possibilidade de a doação ser considerada distribuição disfarçada de lucros. Atentando-se para o fato de que, no caso de sócios e dirigentes, até mesmo a venda, se não for feita por valor de mercado comprovado, poderá ser objeto de litígio fiscal, conforme prevê o art. 464 do RIR/99. 7. Bens Sinistrados Os bens do ativo imobilizado que precisam ser baixados em razão de sua destruição decorrente de sinistro serão baixados mediante laudo da autoridade policial que fizer a ocorrência do sinistro e, ainda, de laudo pericial que comprove a não serventia do bem para fins comerciais. Para os bens sinistrados cobertos por seguro, o valor da indenização deverá ser reconhecido como outras receitas e a baixa do custo de aquisição e da depreciação acumulada do bem representará o custo do imobilizado vendido na apuração do ganho de capital. 8. Baixa por Obsolescência, Perecimento ou Extinção A baixa de bens do ativo imobilizado por obsolescência, perecimento ou extinção está prevista entre as condições para apuração de ganho de capital no art. 418 do RIR/99 e implica a baixa do custo de aquisição e da respectiva depreciação acumulada registrada no decorrer da vida útil do bem. Vale ressaltar que a obsolescência, assim como o perecimento ou a extinção, carecem de comprovação para que sejam efetivamente consideradas como perdas, mediante laudo que atente o fato, ou até mesmo a solicitação de acompanhamento da autoridade fiscal para a destruição de bens imprestáveis, que muitas vezes necessitam até de cuidados especiais no manuseio e no depósito, devido ao alto risco de contaminação ambiental que possuem. FONTE: CENOFISCO AQUISIÇÃO E BAIXA DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO A Lei Complementar nº 87/1996 instituiu o crédito do ICMS relativo à aquisição de bens do ativo imobilizado (Artigo 20). Com o advento da Lei Complementar nº 102/2000 o crédito do ICMS relativo a essas aquisições passou a ser feito em 48 parcelas mensais, não havendo previsão de atualização. A apropriação do créditoserá feita à razão de 1/48 (um quarenta e oito avos) por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada do bem no estabelecimento. (Art. 20, § 5º, Inc. I) Na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente antes de decorrido o prazo de quatro anos, contados da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento do ICMS em relação à fração (1/48) que corresponderia ao restante do quadriênio. Lei Complementar n° 87/1996, com alterações posteriores: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. § 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. (...) § 5º Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: (Redação dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000) I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 120, de 2005) IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em livro próprio ou de outra forma que a legislação determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V deste parágrafo; e (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado. (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000)" 2. Aspectos contábeis Somos de opinião que ao crédito do ICMS relativamente às aquisições de bens do ativo permanente deve ser dado o tratamento idêntico àquele aplicável no registro das aquisições de mercadorias e as matérias-primas, que deverão ser avaliadas pelo custo de aquisição, compreendendo os gastos de transporte e seguro até o estabelecimento da empresa, os tributos devidos na aquisição ou importação e os gastos com desembaraço aduaneiro, diminuídos dos impostos não cumulativos que devam ser recuperados, como é o caso do ICMS. "Na hipótese em que a legislação especial admita recuperação do imposto destacado em Nota Fiscal de aquisição do ativo, ele não poderá integrar o custo de aquisição nem afetar o resultado do exercício; daí porque será debitado a conta própria de ativo ou passivo circulante, conforme o caso". (PN CST n° 02/79 - DOU de 02/02/79) Assim, com o advento da Lei Complementar 87/1996, o ICMS incidente sobre as entradas de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente passou a representar uma redução no custo de aquisição dos ativos, já que implica na não redução do valor a pagar ao fornecedor do bem, mas na redução do imposto a recolher no período de quarenta e oito meses. Pelo fato da recuperação do ICMS ocorrer no período de quarenta e oito meses, a classificação contábil desse valor deverá obedecer a regra prescritas no artigo 179 da Lei nº 6.404/1976, que determina que deverão ser classificados no ativo circulante os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente; e no ativo realizável a longo prazo os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. Em caso de alienação de ativos que geraram os créditos do ICMS, os valores dos créditos anulados voltam a compor os custos do ativo imobilizado, ou alternativamente, a empresa poderá lançar os valores dos créditos não aproveitados como despesa no resultado. O saldo do crédito do ICMS não aproveitado no período de quarenta e oito meses será transferido para uma conta de despesa, no resultado do exercício. A empresa poderá efetuar o controle do valor do crédito do ICMS, relativo às aquisições de bens do ativo, mediante utilização do documento de Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente - CIAP, instituído pelo Ajuste SINIEF 08/97, que permite controlar o valor dos créditos apropriados mensalmente, bem como aqueles que porventura devam ser estornados. 3. Exemplificação de registros contábeis 3.1. Na aquisição do bem e apropriações mensais Para fins de exemplificação dos registros contábeis da aquisição do bem, admita-se que determinada empresa tenha adquirido, no mês de janeiro de 20X0, a prazo, um veículo para o seu ativo permanente, cujo documento fiscal (Nota Fiscal), constou os seguintes valores: Valor do veículo: R$ 30.000,00 Valor de destaque do ICMS (17%): R$ 5.100,00 Apropriação do crédito do ICMS: Crédito do ICMS: R$ 5.100,00 Apropriação à razão de 1/48: R$ 106,25 I - contabilização do bem, pelo recebimento: D – Veículos de Uso (ANC-AI): R$ 24.900,00 D – ICMS a Recuperar (AC): R$ 2.550,00 D – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 2.550,00 C – Fornecedores (PC): R$ 30.000,00 Nota: De acordo com o artigo 179 (Incisos I e II) da Lei nº 6.404/1976, a apropriação do ICMS deve ser realizada da seguinte forma: a) R$ 106,25 x 24 meses = R$ 2.550,00 (até o final do exercício seguinte); e b) R$ 106,25 x 24 meses = R$ 2.550,00 (após o término do exercício seguinte). II - contabilização das compensações do valor equivalente a 1/48 do crédito do ICMS com o valor do ICMS devido mensalmente: D – ICMS a Recolher (PC): R$ 106,25 C – ICMS a Recuperar (AC): R$ 106,25 Nota: R$ 5.100,00 ÷ 48 meses = R$ 106,25, por mês. III – transferência do ICMS a recuperar do ativo realizável a longo prazo para o ativo circulante: a) no último dia útil do primeiro exercício subsequente: D – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.275,00 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 1.275,00 Nota: R$ 106,25 x 12= R$ 1.275,00 b) no último dia útil do segundo exercício subsequente: D – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.275,000 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 1.275,00 3.2. No caso de venda (baixa) do Bem (Veículo) Para fins de exemplificação dos registros contábeis da baixa do bem, admita-se que a empresa realize a venda, a vista, desse veículo no mês de agosto de 20X0, pelo valor de R$ 29.000,00, e tenha aproveitado 8/48 (de janeiro a agosto de 20X0) do crédito do ICMS no valor de R$ 850,00 (R$ 106,25 X 8 = R$ 850,00). Assim, teremos: I – Apuração do ganho ou da perda de capital: a) pela anulação do saldo do crédito do ICMS: D – Veículo de Uso (ANC-AI): R$ 4.250,00 C – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.700,00 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 2.550,00 b) pela baixa do veículo, pela venda: D – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 29.150,00 C – Veículos de Uso (ANC-AI): R$ 29.150,00 Nota: R$ 24.900,00 + 1.700,00 + 2.550,00 = R$ 29.150,00. c) pela baixa da depreciação acumulada: D – Depreciação Acumulado (ANC-AI): R$ 3.320,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 3.320,00 d) pelo valor recebido, na venda: D – Disponibilidades (AC): R$ 29.000,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 29.000,00 Nota: Saldo da conta: GANHO OU PERDA DE CAPITAL: Valor da venda (+) Saldo de Depreciação Acumulada (-) Valor de Custo do Veículo R$ 29.000,00 R$ 3.320,00 -R$ 29.150,00 Ganho de capital R$ 3.170,00 II – registro, alternativo, do valor do crédito do ICMS anulado como despesa: a) pela anulação do saldo do crédito do ICMS: D – Créditos Fiscais Não Recuperáveis (Resultado): R$ 4.250,00 C – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.700,00 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 2.550,00 b) pela baixa do bem, pela venda: D – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 24.900,00 C – Veículos de Uso (ANC-AI): R$ 24.9000,00 c) pela baixa da depreciação acumulada: D – Depreciação Acumulada (ANC-AI): R$ 3.320,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 3.320,00 d) pelo valor recebido, na venda: D – Disponibilidades (AC): R$ 29.000,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 29.000,00 Nota: Saldo da conta: GANHO OU PERDA DE CAPITAL: Valor da venda (+) Saldo de Depreciação Acumulada (-) Valor de Custo do Veículo R$ 29.000,00 R$ 3.320,00 -R$ 24.900,00 Ganho de capital R$ 7.420,00 Legenda: AC: Ativo Circulante; ANC-AI: Ativo Não Circulante – Imobilizado; ANC-RLP: Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo; PC: Passivo Circulante. Fonte: Editorial ContadorPerito.Com. AQUISIÇÃO E BAIXA DE BENS DO ATIVO IMOBILIZADO Texto publicado em 20/10/2010, às 11:21 A Lei Complementar nº 87/1996 instituiu o crédito do ICMS relativo à aquisição de bens do ativo imobilizado (Artigo 20). Com o advento da Lei Complementar nº 102/2000 o crédito do ICMS relativo a essas aquisições passou a ser feito em 48 parcelas mensais, não havendo previsão de atualização. A apropriação do crédito será feita à razão de 1/48 (um quarenta e oito avos) por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada do bem no estabelecimento. (Art. 20, § 5º, Inc. I) Na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente antes de decorrido o prazo de quatro anos, contados da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento do ICMS em relação à fração (1/48) que corresponderia ao restante do quadriênio. Lei Complementar n° 87/1996, com alterações posteriores: “Art. 19. O imposto é não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou por outro Estado. Art. 20. Para a compensação a que se refere o artigo anterior, é assegurado ao sujeito passivo o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real ou simbólica, no estabelecimento, inclusive a destinada ao seu uso ou consumo ou ao ativo permanente, ou o recebimento de serviços de transporte interestadual e intermunicipal ou de comunicação. § 1º Não dão direito a crédito as entradas de mercadorias ou utilização de serviços resultantes de operações ou prestações isentas ou não tributadas, ou que se refiram a mercadorias ou serviços alheios à atividade do estabelecimento. (...) § 5º Para efeito do disposto no caput deste artigo, relativamente aos créditos decorrentes de entrada de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente, deverá ser observado: (Redação dada pela LCP nº 102, de 11.7.2000) I – a apropriação será feita à razão de um quarenta e oito avos por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no estabelecimento; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) II – em cada período de apuração do imposto, não será admitido o creditamento de que trata o inciso I, em relação à proporção das operações de saídas ou prestações isentas ou não tributadas sobre o total das operações de saídas ou prestações efetuadas no mesmo período; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) III – para aplicação do disposto nos incisos I e II deste parágrafo, o montante do crédito a ser apropriado será obtido multiplicando-se o valor total do respectivo crédito pelo fator igual a 1/48 (um quarenta e oito avos) da relação entre o valor das operações de saídas e prestações tributadas e o total das operações de saídas e prestações do período, equiparando-se às tributadas, para fins deste inciso, as saídas e prestações com destino ao exterior ou as saídas de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos; (Redação dada pela Lei Complementar nº 120, de 2005) IV – o quociente de um quarenta e oito avos será proporcionalmente aumentado ou diminuído, pro rata die, caso o período de apuração seja superior ou inferior a um mês; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) V – na hipótese de alienação dos bens do ativo permanente, antes de decorrido o prazo de quatro anos contado da data de sua aquisição, não será admitido, a partir da data da alienação, o creditamento de que trata este parágrafo em relação à fração que corresponderia ao restante do quadriênio; (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) VI – serão objeto de outro lançamento, além do lançamento em conjunto com os demais créditos, para efeito da compensação prevista neste artigo e no art. 19, em livro próprio ou de outra forma que a legislação determinar, para aplicação do disposto nos incisos I a V deste parágrafo; e (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000) VII – ao final do quadragésimo oitavo mês contado da data da entrada do bem no estabelecimento, o saldo remanescente do crédito será cancelado. (Inciso Incluído pela LCP nº 102, de 11.7.2000)" 2. Aspectos contábeis Somos de opinião que ao crédito do ICMS relativamente às aquisições de bens do ativo permanente deve ser dado o tratamento idêntico àquele aplicável no registro das aquisições de mercadorias e as matérias-primas, que deverão ser avaliadas pelo custo de aquisição, compreendendo os gastos de transporte e seguro até o estabelecimento da empresa, os tributos devidos na aquisição ou importação e os gastos com desembaraço aduaneiro, diminuídos dos impostos não cumulativos que devam ser recuperados, como é o caso do ICMS. "Na hipótese em que a legislação especial admita recuperação do imposto destacado em Nota Fiscal de aquisição do ativo, ele não poderá integrar o custo de aquisição nem afetar o resultado do exercício; daí porque será debitado a conta própria de ativo ou passivo circulante, conforme o caso". (PN CST n° 02/79 - DOU de 02/02/79) Assim, com o advento da Lei Complementar 87/1996, o ICMS incidente sobre as entradas de mercadorias no estabelecimento destinadas ao ativo permanente passou a representaruma redução no custo de aquisição dos ativos, já que implica na não redução do valor a pagar ao fornecedor do bem, mas na redução do imposto a recolher no período de quarenta e oito meses. Pelo fato da recuperação do ICMS ocorrer no período de quarenta e oito meses, a classificação contábil desse valor deverá obedecer a regra prescritas no artigo 179 da Lei nº 6.404/1976, que determina que deverão ser classificados no ativo circulante os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente; e no ativo realizável a longo prazo os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte. Em caso de alienação de ativos que geraram os créditos do ICMS, os valores dos créditos anulados voltam a compor os custos do ativo imobilizado, ou alternativamente, a empresa poderá lançar os valores dos créditos não aproveitados como despesa no resultado. O saldo do crédito do ICMS não aproveitado no período de quarenta e oito meses será transferido para uma conta de despesa, no resultado do exercício. A empresa poderá efetuar o controle do valor do crédito do ICMS, relativo às aquisições de bens do ativo, mediante utilização do documento de Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente - CIAP, instituído pelo Ajuste SINIEF 08/97, que permite controlar o valor dos créditos apropriados mensalmente, bem como aqueles que porventura devam ser estornados. 3. Exemplificação de registros contábeis 3.1. Na aquisição do bem e apropriações mensais Para fins de exemplificação dos registros contábeis da aquisição do bem, admita-se que determinada empresa tenha adquirido, no mês de janeiro de 20X0, a prazo, um veículo para o seu ativo permanente, cujo documento fiscal (Nota Fiscal), constou os seguintes valores: Valor do veículo: R$ 30.000,00 Valor de destaque do ICMS (17%): R$ 5.100,00 Apropriação do crédito do ICMS: Crédito do ICMS: R$ 5.100,00 Apropriação à razão de 1/48: R$ 106,25 I - contabilização do bem, pelo recebimento: D – Veículos de Uso (ANC-AI): R$ 24.900,00 D – ICMS a Recuperar (AC): R$ 2.550,00 D – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 2.550,00 C – Fornecedores (PC): R$ 30.000,00 Nota: De acordo com o artigo 179 (Incisos I e II) da Lei nº 6.404/1976, a apropriação do ICMS deve ser realizada da seguinte forma: a) R$ 106,25 x 24 meses = R$ 2.550,00 (até o final do exercício seguinte); e b) R$ 106,25 x 24 meses = R$ 2.550,00 (após o término do exercício seguinte). II - contabilização das compensações do valor equivalente a 1/48 do crédito do ICMS com o valor do ICMS devido mensalmente: D – ICMS a Recolher (PC): R$ 106,25 C – ICMS a Recuperar (AC): R$ 106,25 Nota: R$ 5.100,00 ÷ 48 meses = R$ 106,25, por mês. III – transferência do ICMS a recuperar do ativo realizável a longo prazo para o ativo circulante: a) no último dia útil do primeiro exercício subsequente: D – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.275,00 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 1.275,00 Nota: R$ 106,25 x 12 = R$ 1.275,00 b) no último dia útil do segundo exercício subsequente: D – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.275,000 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 1.275,00 3.2. No caso de venda (baixa) do Bem (Veículo) Para fins de exemplificação dos registros contábeis da baixa do bem, admita-se que a empresa realize a venda, a vista, desse veículo no mês de agosto de 20X0, pelo valor de R$ 29.000,00, e tenha aproveitado 8/48 (de janeiro a agosto de 20X0) do crédito do ICMS no valor de R$ 850,00 (R$ 106,25 X 8 = R$ 850,00). Assim, teremos: I – Apuração do ganho ou da perda de capital: a) pela anulação do saldo do crédito do ICMS: D – Veículo de Uso (ANC-AI): R$ 4.250,00 C – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.700,00 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 2.550,00 b) pela baixa do veículo, pela venda: D – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 29.150,00 C – Veículos de Uso (ANC-AI): R$ 29.150,00 Nota: R$ 24.900,00 + 1.700,00 + 2.550,00 = R$ 29.150,00. c) pela baixa da depreciação acumulada: D – Depreciação Acumulado (ANC-AI): R$ 3.320,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 3.320,00 d) pelo valor recebido, na venda: D – Disponibilidades (AC): R$ 29.000,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 29.000,00 Nota: Saldo da conta: GANHO OU PERDA DE CAPITAL: Valor da venda (+) Saldo de Depreciação Acumulada (-) Valor de Custo do Veículo R$ 29.000,00 R$ 3.320,00 -R$ 29.150,00 Ganho de capital R$ 3.170,00 II – registro, alternativo, do valor do crédito do ICMS anulado como despesa: a) pela anulação do saldo do crédito do ICMS: D – Créditos Fiscais Não Recuperáveis (Resultado): R$ 4.250,00 C – ICMS a Recuperar (AC): R$ 1.700,00 C – ICMS a Recuperar (ANC-RLP): R$ 2.550,00 b) pela baixa do bem, pela venda: D – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 24.900,00 C – Veículos de Uso (ANC-AI): R$ 24.9000,00 c) pela baixa da depreciação acumulada: D – Depreciação Acumulada (ANC-AI): R$ 3.320,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 3.320,00 d) pelo valor recebido, na venda: D – Disponibilidades (AC): R$ 29.000,00 C – Ganho ou Perda de Capital (Resultado): R$ 29.000,00 Nota: Saldo da conta: GANHO OU PERDA DE CAPITAL: Valor da venda (+) Saldo de Depreciação Acumulada (-) Valor de Custo do Veículo R$ 29.000,00 R$ 3.320,00 -R$ 24.900,00 Ganho de capital R$ 7.420,00 Legenda: AC: Ativo Circulante; ANC-AI: Ativo Não Circulante – Imobilizado; ANC-RLP: Ativo Não Circulante – Realizável a Longo Prazo; PC: Passivo Circulante. Fonte: Editorial ContadorPerito.Com. CONTABILIDADE: ATIVO IMOBILIZADO - ASPECTOS GERAIS - PROCEDIMENTOS SUMÁRIO 1. Introdução 2. Ativo imobilizado - conceito - definições 2.1. Conjunto de bens 2.2. Vida útil 3. Custo do imobilizado 4. Encargos de depreciação, amortização e exaustão 4.1. Segregação de componentes 4.2. Valor depreciável e período de depreciação 4.3. Início e fim da depreciação 4.4. Registro da depreciação como custo ou despesa 4.5. Método de depreciação 1. INTRODUÇÃO Anteriormente à aprovação da Lei nº 11.638/2007 e à edição da MP nº 449/2008 (Convertida na Lei nº 11.941/2009) o ativo imobilizado reunia bens e direitos corpóreos e não corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia e da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os de propriedade industrial ou comercial. A Lei nº 11.638/2007 incluiu o subgrupo “Intangível” no ativo permanente para que nele fossem registrados os bens incorpóreos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Com isso, o ativo imobilizado ficou restrito aos bens corpóreos. Por sua vez, a MP 449/2008 ao redefinir os grupos e subgrupos do balanço patrimonial, enumerados no art. 178 da Lei das S.A., extinguiu o “Permanente” como grupo. Como consequência, os subgrupos que faziam parte do “Ativo Permanente” passaram a integrar o “Ativo Não Circulante”, juntamente com o “Realizável a Longo Prazo”. Portanto, atualmente, o ativo imobilizado é um subgrupo do “Ativo Não Circulante” que registra os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. Com relação aos bens decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controles, identificamos principalmente os bens objeto de arrendamento mercantil financeiro (leasing financeiro), que passaram a integrar o ativo imobilizado (veja os textos: “Arrendamento Mercantil - Leasing Financeiro - Ajustes dos bens no Ativo da Arrendatária” e “Arrendamento mercantil - leasing - financeiro - Aspectos gerais da contabilização dos contratos”). No presente texto, vamos observar as principais características dos bens do ativo imobilizado e ressaltar o tratamento que a eles deveser aplicado com relação à formação do custo, mensuração, apropriação de encargos de depreciação, amortização ou exaustão e classificação contábil, com a observância dos conceitos técnicos e, também, alguns aspectos da legislação do Imposto de Renda, que muito embora não deva mais interferir na forma de contabilização, deve ser observada nos aspectos de controle dos bens e de dedutibilidade dos encargos. 2. ATIVO IMOBILIZADO - CONCEITO - DEFINIÇÕES A minuta do Pronunciamento CPC 27 diz que Ativos imobilizados são itens tangíveis que: a) são detidos para uso na produção ou fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros, ou para fins administrativos; e b) se espera que sejam usados durante mais do que um período. Ou seja, os bens do ativo imobilizado são bens de uso que dão sustentação ao desenvolvimento das atividades da entidade por mais de um exercício social. Por sua vez, o art. 301 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 3.000/1999) estabelece o seguinte: “Art. 301. O custo de aquisição de bens do ativo permanente não poderá ser deduzido como despesa operacional, salvo se o bem adquirido tiver valor unitário não superior a trezentos e vinte e seis reais e sessenta e um centavos, ou prazo de vida útil que não ultrapasse um ano (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 15, Lei nº 8.218, de 1991, art. 20, Lei nº 8.383, de 1991, art. 3º, inciso II, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 30). § 1º Nas aquisições de bens, cujo valor unitário esteja dentro do limite a que se refere este artigo, a exceção contida no mesmo não contempla a hipótese onde a atividade exercida exija utilização de um conjunto desses bens. § 2º Salvo disposições especiais, o custo dos bens adquiridos ou das melhorias realizadas, cuja vida útil ultrapasse o período de um ano, deverá ser ativado para ser depreciado ou amortizado (Lei nº 4.506, de 1964, art. 45, § 1º).” (grifos adicionados) O Regulamento do Imposto de Renda não traz nenhuma definição conceitual de ativo imobilizado, mas enuncia algumas características dos bens do imobilizado que merecem destaque: a) valor relevante; b) utilidade funcional individual ou do conjunto de bens; c) vida útil superior a um exercício. Portanto, de acordo com o Regulamento do Imposto de Renda, bens que possuam utilidade individual, ou conjunto de bens, cujo custo de aquisição seja superior a R$ 326,61 e com prazo de vida útil estimada superior a um exercício social devem compor o ativo imobilizado. 2.1. Conjunto de bens O exemplo clássico de conjunto de bens é o de cadeiras para salas de cinema ou de espetáculos, salas de aula etc. cujo valor individual pode não atingir os R$ 326,61. Todavia, não se pode atribuir utilidade individualmente a cada uma das cadeiras, e deve-se imobilizar o conjunto de bens. Também podemos citar itens utilizados na construção de edificações, cujos valores unitários são bastante pequenos, mas que terão utilidade somente por sua aplicação no bem que se está construindo, como, por exemplo, tijolos que não serão reconhecidos individualmente e irão compor o custo da obra. Um aparelho de telefone também poderá custar bem menos do que o limite fiscal, mas quando estiver integrado a um sistema de telefonia deve ter sua utilidade avaliada pelo conjunto. Nesse sentido, o item 9 da minuta do Pronunciamento Técnico CPC 27 observa a sua não prescrição de unidade de medida para o reconhecimento, ou seja, daquilo que constitui um item do ativo imobilizado e a necessidade de se exercer julgamento ao aplicar os critérios de reconhecimento às circunstâncias específicas de uma entidade. Pode ser apropriado agregar itens individualmente insignificantes, tais como moldes, ferramentas e bases, e aplicar os critérios ao valor conjunto. 2.2. Vida útil A vida útil do bem é outro fator destacado. Podemos ter itens que individualmente custam mais do que os R$ 326,61, mas que a vida útil menor do que um exercício social não justifica mantê-los no ativo imobilizado. Por exemplo, algumas peças ou ferramentas de precisão podem chegar a valores expressivos, mas são utilizadas por períodos curtos que não ultrapassam a um exercício social e, portanto, integrarão os materiais de consumo dentro do custo de fabricação ou de prestação de serviços. Segundo as definições prescritas pela minuta do Pronunciamento Técnico CPC 27, e pelo Pronunciamento Técnico CPC 01, vida útil é: a) o período de tempo durante o qual a entidade espera utilizar um ativo; ou b) o número de unidades de produção ou de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo. Nesse caso, a vida útil de um bem pode variar de acordo com a utilização que lhe for destinada pela entidade. O item 57 da Minuta do Pronunciamento Técnico CPC 27 observa que a vida útil de um ativo é definida em termos da utilidade esperada do ativo para a entidade. A política de gestão de ativos da entidade pode considerar a alienação de ativos após um período determinado ou após o consumo de uma proporção específica de benefícios econômicos futuros incorporados no ativo. Por isso, a vida útil de um ativo pode ser menor do que a sua vida econômica. A estimativa da vida útil do ativo é uma questão de julgamento baseado na experiência da entidade com ativos semelhantes. Podemos exemplificar o caso de uma máquina adquirida ou desenvolvida por uma indústria reconhecida por sua vanguarda e a alta tecnologia aplicada nos processos de fabricação que atribuem qualidade e maior valor agregado aos seus produtos. A vida útil da máquina certamente será por um período de tempo inferior ao de sua vida econômica, pois essa industria terá necessidade de inovação e de apresentar recursos de produção ainda mais desenvolvidos, num tempo mais curto do que outras que não ocupem a mesma posição no mercado. Todavia, sob o aspecto fiscal, os §§ 1º e 2º do art. 310 do RIR/1999 estabelecem que a Secretaria da Receita Federal publicará periodicamente o prazo de vida útil admissível, em condições normais ou médias, para cada espécie de bem, ficando assegurado ao contribuinte o direito de computar a quota efetivamente adequada às condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova dessa adequação, quando adotar taxa diferente, e que no caso de dúvida, o contribuinte ou a autoridade lançadora do imposto poderá pedir perícia do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou tecnológica, prevalecendo os prazos de vida útil recomendados por essas instituições, enquanto os mesmos não forem alterados por decisão administrativa superior ou por sentença judicial, baseadas, igualmente, em laudo técnico idôneo. As estimativas de vida útil prescritas pelo Fisco encontram-se nos Anexos I e II da IN SRF nº. 162/1998. A autoridade fiscal fixa o número de anos de vida útil para bens e classes de bens cuja aplicação ao cálculo da depreciação é aceita como dedutível na apuração do lucro real e da base de cálculo da Contribuição Social sobre o lucro, lembrando-se, ainda, que a dedutibilidade recai somente a bens intrinsecamente relacionados com a produção ou a comercialização de bens ou serviços. Observamos, ainda, que em relação aos bens móveis, o art. 312 do RIR/1999 prevê a aplicação da taxas em função do número de horas diárias de operação, sendo que poderão ser utilizados os seguintes coeficientes de depreciação acelerada: a) um turno de oito horas - 1,0; b) dois turnos de oito horas - 1,5; c) três turnos de oito horas - 2,0. A legislação do Imposto de Renda prevê que o encargo de depreciação em função do número de horas diária seja registrado na escrituração comercial. Todavia lembramos que o art. 17 da Lei nº 11.941/2009 possibilita à pessoa jurídica que fizer a opção pelo Regime Tributário de Transição (RTT), utilizar o Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) para efetuar os ajustes decorrestes das divergências de tratamento contábil e fiscal e, ainda, dispensa da realização,na escrituração comercial, de qualquer procedimento contábil determinado pela legislação tributária que altere os saldos das contas patrimoniais ou de resultado quando em desacordo com os critérios técnicos estabelecidos pela Lei das S.A. ou pelas normas da CVM ou do CFC. 3. CUSTO DO IMOBILIZADO O Inciso V do art. 183 da lei das S.A. prescreve que os bens do ativo imobilizado devem ser avaliados pelo custo de aquisição deduzido dos respectivos encargos de depreciação, amortização ou exaustão. Por sua vez o item 15 da minuta do Pronunciamento Técnico CPC 27 diz que um item do ativo imobilizado que seja classificado para reconhecimento como um ativo deve ser mensurado pelo seu custo. Ou seja, tanto a lei societária quanto a norma técnica prescrevem o reconhecimento pelo custo de aquisição como o principal método de avaliação inicial do ativo imobilizado. A minuta do Pronunciamento Técnico CPC 27, define custo como o montante de caixa ou equivalente de caixa pago ou o valor justo de qualquer outro recurso dado para adquirir um ativo na data da sua aquisição ou construção, ou ainda, se for o caso, o valor atribuído ao ativo quando inicialmente reconhecido de acordo com as disposições específicas de outro Pronunciamento. O custo de um item de ativo imobilizado deve ser reconhecido como ativo se, e apenas se: a) for provável que futuros benefícios econômicos associados ao item fluirão para a entidade; e b) o custo do item puder ser mensurado confiavelmente. Vejamos alguns dos componentes do custo de aquisição: a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, após deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; b) quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condição necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração; c) a estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está localizado. Tais custos representam a obrigação em que uma entidade incorre quando o item é adquirido ou como conseqüência de o usar durante um determinado período para finalidades diferentes da produção de estoques durante esse período. A minuta do Pronunciamento Técnico CPC 27 exemplifica alguns custos diretamente atribuíveis: a) custos de benefícios aos empregados decorrentes diretamente da construção ou aquisição de um item do ativo imobilizado; b) custos de preparação do local; c) custos iniciais de frete e de manuseamento; d) custos de instalação e montagem; e) custos com testes para verificar se o ativo está funcionando corretamente, após dedução das receitas líquidas provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo nessa localização e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o equipamento); e (f) honorários profissionais. Observe que os custos citados na letra “e” anteriormente às alterações da Lei das S.A. eram costumeiramente classificados como ativo diferido entre as despesas pré-operacionais ou pré-industriais e agora, passa a integrar o bem do imobilizado aos quais se referem. A minuta do pronunciamento Técnico CPC 27 também exemplifica custos que não são um item do ativo imobilizado: a) custos de abertura de uma nova instalação; b) custos incorridos na introdução de um novo produto ou serviço (incluindo propaganda e atividades promocionais); c) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes (incluindo custos de treinamento); e d) custos administrativos e outros custos indiretos. Observe que alguns desses custos também recebiam o tratamento de ativo diferido, todavia não devem integrar custos de imobilizado, restando, portanto, registra-los como despesas correntes. O reconhecimento dos custos no valor contábil de um item do ativo imobilizado cessa quando o item está no local e nas condições operacionais pretendidas pela administração. Portanto, os custos incorridos no uso ou na transferência ou reinstalação de um item não são incluídos no seu valor contábil, como, por exemplo, os seguintes custos: a) custos incorridos durante o período em que um ativo capaz de operar nas condições operacionais pretendidas pela administração não é utilizado ou está sendo operado a uma capacidade inferior à sua capacidade total; b) prejuízos operacionais iniciais, tais como os incorridos enquanto a demanda pelos produtos do ativo é estabelecida; e c) custos de realocação ou reorganização de uma parte ou de todas as operações de uma entidade. Sob o aspecto prático, em relação aos ativos imobilizados, podemos ter: a) custos de fabricação ou de construção - comuns quando a própria entidade fabrica ou constrói bens para seu ativo imobilizado. Nesse caso, os custos incorridos são totalizados em contas de imobilizado em andamento e devem ser identificados por meio de uma ordem de produção ou algo semelhante que propicie a atribuição do gasto incorrido ao bem sendo construído ou fabricado, tais como a mão-de-obra direta e indireta aplicada ao bem, a depreciação de máquinas equipamentos e instalações utilizadas, as matérias-primas e os materiais indiretos aplicados, os demais materiais de consumidos no processo etc.; b) custos de aquisição - os custos de aquisição normalmente são mais facilmente identificados. O bem adquirido é acompanhado de uma nota fiscal de entrada que indica preço e possibilita a identificação dos impostos e contribuições recuperáveis nas respectivas apurações. Se houver gastos adicionais de fretes, carretos, seguros, escoltas etc. esses também devem ser incorporados ao custo do bem. No caso de importações, Imposto de Importação e as despesas com desembaraço aduaneiro também integram o custo. Já para o IPI, o ICMS e as contribuições Pis-pasep e Cofins incidentes sobre as entradas ou importações, é preciso saber o enquadramento tributário e verificar a possibilidade de tomada de crédito pelo adquirente; c) custos de formação - os custos de formação são mais facilmente identificados na atividade rural, onde as matrizes animais ou vegetais são formadas até mesmo desde antes do nascimento ou do plantio até que estejam entrem na fase de produção. Todos os gastos incorridos integram os custos do imobilizado. 4. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO - AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO A Lei nº. 6.404/1976, art. 183, inciso V, dispõem que, no balanço, os direitos classificados no imobilizado, serão avaliados pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; e na alínea “a” do § 2º prevê que a diminuição de valor dos elementos do ativo imobilizado será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. Além de reconhecer os encargos, a companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado, no intangível e no diferido, se houver saldo remanescente não baixado ou transferido, a fim de que sejam revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. A minuta do Pronunciamento CPC 27, define depreciação como a alocação sistemática do valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil; e valor depreciável é o custode um ativo ou outro valor que substitua o custo, menos o seu valor residual. Por sua natureza corpórea, o encargo mais comum que recai sobre os bens do ativo imobilizado é o de depreciação, todavia, também podemos verificar a existência da amortização e da amortização e da exaustão. Por exemplo, benfeitorias em bens de terceiros que seriam depreciadas caso fossem realizadas em bens próprios observam o prazo contratual para serem amortizadas ao longo do período contratado (Veja o texto “Benfeitorias em Bens de Terceiros”). Já a exaustão também se aplica a bens de natureza corpórea, principalmente a recursos minerais e florestais não renováveis, para os quais sempre será necessário acompanhamento técnico especializado em relação à potencialidade de exploração econômica. 4.1. Segregação de Componentes Cada componente de um item do ativo imobilizado com custo significativo em relação ao custo total do item deve ser depreciado separadamente. Uma entidade aloca o valor inicialmente reconhecido de um item do ativo imobilizado aos componentes significativos desse item e os deprecia separadamente. Por exemplo, pode ser adequado depreciar separadamente a estrutura e os motores de uma aeronave, seja ela de propriedade da entidade ou utilizada por meio de uma operação de arrendamento mercantil financeiro. Um componente significativo de um item do ativo imobilizado pode ter a vida útil e o método de depreciação que sejam os mesmos que a vida útil e o método de depreciação de um outro componente significativo do mesmo item. Esses componentes podem ser agrupados no cálculo da despesa de depreciação. Conforme uma entidade deprecia separadamente alguns componentes de um item do ativo imobilizado, também deprecia separadamente o remanescente do item. Esse remanescente consiste em componentes de um item que não são individualmente significativos. Se uma entidade possui expectativas diferentes para essas partes, técnicas de aproximação podem ser necessárias para depreciar o remanescente de uma forma que represente fidedignamente o padrão de consumo e/ou a vida útil desses componentes. Uma entidade pode escolher depreciar separadamente os componentes de um item que não tenham um custo significativo em relação ao custo total do item. Os terrenos e edifícios são ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo quando sejam adquiridos conjuntamente. Com algumas exceções, como as pedreiras e os locais usados como aterros, os terrenos têm uma vida útil ilimitada e, portanto, não são depreciados. Os edifícios têm uma vida útil limitada e, por isso, são ativos depreciáveis. Um aumento de valor de um terreno no qual um edifício esteja construído não afeta o valor contábil do edifício. Se o custo do terreno incluir os custos de desmontagem, remoção e restauração do local, essa porção do valor contábil do terreno é depreciada durante o período de benefícios obtidos ao incorrer nesses custos. Em alguns casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limitada, sendo depreciado de modo a refletir os benefícios a serem dele retirados. 4.2. Valor depreciável e período de depreciação O valor depreciável de um ativo imobilizado é o valor do custo do bem ou outro valor que substitua o custo (valor justo ou valor de mercado, por exemplo) menos o seu valor residual. O valor residual de um ativo imobilizado é seu valor estimado de venda, após deduzir despesas estimadas de venda, caso o ativo já tivesse idade e a condição esperadas para o fim de sua vida útil. Ou seja, o valor depreciável é aquele que deve ser recuperado pela utilização do bem mediante sua função dentro do patrimônio da entidade. Se uma parcela do custo de aquisição pode ser recuperada pela própria venda do bem, a ela não se atribui perda por depreciação. Por sua vez, a parcela que não será recuperada com a venda do próprio bem é o valor depreciável. O valor depreciável de um ativo deve ser apropriado de forma sistemática ao longo da sua vida útil estimada e são revisados pelo menos ao final de cada exercício e, se as expectativas diferirem das estimativas anteriores, a(s) mudança(s) deve(m) ser contabilizada(s) como uma mudança de estimativa contábil. A depreciação é reconhecida mesmo que o valor justo do ativo exceda o seu valor contábil, desde que o valor residual do ativo não exceda o seu valor contábil. A reparação e a manutenção de um ativo não evitam a necessidade de depreciá-lo. O valor depreciável de um ativo é determinado após a dedução de seu valor residual. Na prática, o valor residual de um ativo freqüentemente não é significativo e por isso imaterial para o cálculo do valor depreciável. O valor residual de um ativo pode aumentar. A despesa de depreciação será zero enquanto o valor residual subsequente for igual ou superior ao seu valor contábil. 4.3. Início e fim da depreciação A depreciação do ativo se inicia quando este está disponível para uso, ou seja, quando está no local e condição necessários para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração. A depreciação de um ativo deve cessar na data em um desses fatos ocorrer primeiro para o bem: a) classificação como mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos classificados como mantido para venda; ou b) na data em que o ativo é baixado. Portanto, a depreciação não cessa quando o ativo se torna ocioso ou é retirado do uso normal, a não ser que o ativo esteja totalmente depreciado. No entanto, de acordo com os métodos de depreciação pelo uso, a despesa de depreciação pode ser zero enquanto não houver produção. Os benefícios econômicos futuros incorporados no ativo são consumidos por uma entidade principalmente através do seu uso. Porém, outros fatores, tais como obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal enquanto um ativo permanece ocioso, muitas vezes dão origem à diminuição dos benefícios econômicos que poderiam ter sido obtidos do ativo. Consequentemente, todos os fatores seguintes são considerados na determinação da vida útil de um ativo: a) uso esperado do ativo. O uso é avaliado com base na capacidade ou produção física esperadas do ativo; b) desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais tais como o número de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa de reparos e manutenção e o cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso; c) obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na produção, ou de uma mudança na demanda do mercado para o produto ou serviço derivado do ativo; d) limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de término dos contratos de arrendamento mercantil relativos ao ativo. 4.4. Registro da depreciação como custo ou despesa O encargo de depreciação de cada período deve ser reconhecido no resultado a menos que seja incluída no valor contábil de um outro ativo, e seja incorporado ao seu custo de produção. Nesses casos, a depreciação faz parte do custo de outro ativo, devendo ser incluída no seu valor contábil. Por exemplo, a depreciação de máquinas e equipamentos de produção é incluída nos custos de produção de estoques. De forma semelhante, a depreciação de ativos imobilizados usados para atividades de desenvolvimento pode ser incluída no custo de um ativo intangível reconhecido de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 - Ativo Intangível. 4.5. Método de depreciação O método de depreciação utilizado reflete o padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros e deve ser revisado pelo menos ao final de cada exercício e, se houver alteração significativa no padrão de consumo previsto, deve ser alterado para refletir essa mudança, que deve ser registrada como mudanças nas estimativas contábeis. Podem ser utilizados vários métodos de depreciação para apropriar de forma sistemática o valor depreciável de um ativo ao longo da sua vida útil. Tais métodos incluem o método linear, tambémconhecido como método de linha reta, o método dos saldos decrescentes e o método de unidades produzidas. A depreciação pelo método linear resulta em uma despesa constante durante a vida útil do ativo, caso o seu valor residual não se altere. O método dos saldos decrescentes resulta em uma despesa decrescente durante a vida útil. O método de unidades produzidas resulta em uma despesa baseada no uso ou produção esperados. A entidade seleciona o método que melhor reflita o padrão do consumo dos benefícios econômicos futuros esperados incorporados no ativo. Esse método é aplicado consistentemente entre períodos, a não ser que exista alteração nesse padrão. FONTE: VERBANET - 29/05/2009.
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