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Doenças Bacterianas da Pele

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Dermato -> 10/08/2022 
CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA 
• Processos infeccioso, classificados primariamente como cutâneos, por 
impetiginização ou infecção secundária e mediadas por toxinas 
• Incidência: infecção bacterianas de pele e tecidos moles é de cerca de 
24,6 para 100 
• Incidência por idade 
o Impetigo: 5-6 anos 
o Periporite: 1ª infânica 
o Furunculose, erisipela e sicose: adulto 
o Hidroadenite: adolescente e adulto jovem 
• Maior frequência no verão 
o Importância no controle hospitalar e coletividade na 
disseminação da doença 
MICROBIOMA 
• Conjunto de genomas de microrganismo vivos que habitam as superfícies 
externas e internas do organismo humano e interagem com nossas 
células através do seu genoma próprio 
• Composição depende de características da pele 
o Concentração de glândulas sebáceas 
o Hidratação 
o Estado nutricional 
o Temperatura 
o pH 
o Sexo 
o Idade 
o Fatores genéticos e exógenos do hospedeiro 
• Staphylococcus: faz parte do microbioma normal 
• Alterações do microbioma 
o Temperatura 
o Hidratação 
o Integridade da barreira cutânea 
o Oleosidade: sebo altera a transpiração e pH (bom -> ácido) 
• Aproximadamente 10 microrganismos/1 célula do corpo 
PROTEÇÃO X AGRESSÃO 
• Barreira 
o Barreira celular que renova constantemente a epiderme 
o Barreira química representada pelos ácidos graxos 
insaturados 
• Proteção 
o pH ácido: dificulta 
o pH alcalino: facilita 
o Interferência da flora residente dificultando a colonização de 
outras bactérias 
• Fatores individuais 
o Capacidade imunológica do indivíduo 
o Patogenicidade e virulência do germe 
 
 
 
IMPETIGO 
• Infecções piogênicas primárias da pele, contagiosas, superficiais, 
produzidas por estafilococos e estreptococos 
• Transmissão: contato direto com o microrganismo, podendo ser passada 
facilmente de pessoa a pessoa 
• Problema de saúde pública principalmente em ambiente escolar, por 
situações de aglomeração e hábitos de higiene das crianças 
 
• Frequente no rosto e MMSS 
• Formação de vesículas ou bolhas que rapidamente se transformam em 
pústulas e se rompem originando lesões exulcerocrostosas que lembram 
“queimadura de cigarro” 
• Início da lesão pode ter bolha 
o Agente da mais visível: estafilo 
o Pequenas: crosta central 
o Grandes: crosta circinada 
• Lesão principal são crostas 
• Diferenças por agentes 
Estafilococo Estreptococo 
Bolha persistente, crosta 
resultante é fina 
Bolha quase nunca detectada, com 
involução rápida e crosta espessa 
Tendencia das lesões a serem 
circinadas e confluentes 
Lesões não circinadas e não confluentes 
Lesões de mucosa oral podem 
ocorrer 
Não há lesões de mucosa oral 
Não cursa com nefrite 
Elevada frequência de nefrite 
 
• Rápido desenvolvimento de lesões satélites por contaminação de outras 
áreas, por raspagem, ou onde houve contato com exsudato 
• Diagnóstico predominantemente clínico 
o Em casos de suspeita de bactéria resistente -> cultura, 
esfregaço, antibiograma 
o Não necessário sorologia, pois os lipídeos da pele suprimem a 
liberação de anti-estreptolisina 
• Tratamento 
o Antibióticos tópicos e orais em associação, para melhor 
eficiência, quando necessário 
o Imediato com antibiótico e indicado em vários casos -> 
assegurar a cura de forma rápida e prevenir transmissão 
SÍNDROME DA PELE ESCALDADA (SSSS) 
• Sempre estafilo 
• Bolhosa superficial produzida pelo S. aureus 
o Fagotipos 55 e 71 do grupo 2 
• Parece paciente queimado grave -> será trato como tal (hidratação) 
• Toxinas: esfoliatina A (ETA) e esfoliatina B 
• Infecção primaria: conjuntiva, nasofaringe, ouvido, trato urinário ou pele 
o Seguido de rash eritematoso escarlatiniforme pior nas 
flexuras 
• Bolhas flácidas: 24-48h, flexuras, periorificiais, que se rompem e deixam 
áreas exulceroexsultativas 
• Nikolsky +: pele começa a descolar devido ao atrito 
 
• Raramente acomete mucosas 
• Febre e irritação presentes 
• Tratamento 
o Hospitalização e antibioticoterapia 
▪ Oxacilina 50-100mg/kg/dia 
o Controle hidroeletrolítico 
o Compressas locais e cremes de barreira 
 
FURÚNCULO 
• Pode ser uma evolução da foliculite 
• QC: início como pápula inflamatória centrada no pelo muito dolorosa 
• Fatores de risco 
• Tratamento 
o Evolução autolimitado: 10-14 dias 
o As vezes drenagem espontânea 
▪ Múltiplas lesões: furunculose 
▪ Grande furúnculo com vários orifícios: carbúnculo -
> muito comum em DM e imunossuprimidos 
o Antibiótico 
o Lesões importantes na fase: recomenda-se o uso de 
antibiótico 
 
FOLICULITE 
• Etiologia 
o Bacteriana (mais comum) 
▪ Staphylococcus aureus 
▪ Gram - (pseudomonas, klebsiella, enterobacter e 
proteus aeromonas hydrophila) 
• Fatores de risco 
o Portador nasal de S. aureus 
o Oclusão, hiperidrose 
o Dermatite atópica, uso de corticosteroides 
o Antibioticoterapia oral de longo prazo 
o Barbear contra a direção do crescimento do cabelo 
o Exposição a banheiras ou piscinas aquecidas 
o Sexo masculino 
• Áreas de barca e de cabelos 
• Lesões normalmente pruriginosas e dolorosas 
• Foliculite decalvante 
o Presença de páreas de alopecia cicatricial no couro cabeludo 
após infecção por estafilococos 
 
• Foliculite queloidiana da nuca 
 
• Foliculite dissecante 
o Múltiplos abcessos no couro cabeludo que se comunicam na 
profundidade 
 
• Pseudofoliculite da barba 
 
 
 
Dissecante Em tufos Pseudofoliculite 
da barba 
Pseudofoliculite 
da virilha 
Nódulos 
inflamatórios com 
drenagem de 
material purulento 
Foliculite em que 
há um grupo de 
pelos no mesmo 
folículo 
Mais comum em 
indivíduos de pele 
negra 
Quadro 
semelhando ao da 
barba 
Nódulos se 
comunicam por 
fistulas 
Fibrose de 
folículos 
adjacentes e 
retenção de 
pelo telógenos 
Causa: pelos 
ulotriquios 
Infecção é fator 
secundário 
Causa: depilação 
constante com 
pelos encurvados 
Agente mais 
encontrado: S. 
aureus 
Agente mais 
encontrado: S. 
aureus 
Pápulas ou 
pústulas na região 
da barba 
Pápulas ou 
pústulas na região 
da virilha 
SPINDROME DO CHOQUE TÓXICO 
• Síndrome aguda que surge como complicação de qualquer infecção 
estafilocócica: pele, faringe, vagina 
o Produção de exotoxinas 
• Associação: mulheres no período menstrual que uso tampão vaginal 
• Evolução: desaparecimento em 3 dias 
o Após 2 semanas: nova erupção máculo-pápulo-eritematosa e 
pruriginosa que se resolve com descamação característica das 
palmas e plantas 
 
• Choque circulatório: febre, diarreia, alterações musculares, hepáticas, 
renal, SNC, purpura trombocitopênica 
• Tratamento: antibióticos sistêmicos e suporte clínico 
ECTIMA 
• MMII 
• Evolução com cicatrizes 
• Tratamento: antibiótico sistêmico 
• Presença de úlceras recobertas por crostas espessas nos MMII 
 
ERISIPELA 
• Infecção aguda da derme e TCSC superficial com importante 
comprometimento linfático 
• Natureza predominantemente estreptocócica, sobretudo do grupo A 
 
• Porta de entrada: tinha, escoriações por xerose, trauma, picada de 
inseto, úlceras 
• Período de incubação curto 
• Pode aparecer bolhas e ulcerações posterior 
• Linfangite e linfoadenopatia regional aguda e sintoamas gerias 
• Complicações: nefrite e septicemia 
• Tratamento 
o Medidas de suporte 
o Antibioticoterapia com penicilina e derivados 
o Macrolídeos 
• Potencial de recorrência alto 
• Prevenção: tratar portas de entrada 
CELULITE 
• Processo infeccioso que atinge fundamentalmente a hipoderme 
• Etiologia: predominantemente estreptocócica, porém, inclui outros 
agentes: S. aureus, H. influenza, pneumococo, pseudomonas 
• Gram- e anaeróbios -> diabéticos e imunossuprimidos 
 
• Presença de eritema menos vivo e de bordas não tão definidas e edema 
acometendo os tecidos mais profundos 
• Tratamento: antibiótico sistêmico 
• Oxacilina, cefalotina 
• Celulite hemorrágica: acomete diabéticos e imunossuprimidos 
o Tratar com antibiótico + CE sistêmicos• Celulite de face em crianças menor que 2 anos 
o Principal agente etiológico: haemophilus influenza 
 
CORINEBACTERIOSE PALMELINA 
• Sinonímia: tricomoníase palmelina ou axilar 
• Agente etiológico: Corynebacterium tenuis 
• Clínica: concreções nos pelos das axilas e região pubiana, sólidas, 
aderentes 
 
• Quando a infecção se aprofunda mais 
o Amareladas: flava 
o Vermelhas: rubra 
o Pretas: nigra 
o Predisposição: bromidrose e hiperidrose 
o Diagnóstico: clínica e Gram+ 
o Tratamento: raspagem e corte dos pelos + álcool iodado -> 
cloreto de alumínio 3-5% e ácido salicílico 3-5% 
FASCITE NECROTIZANTE 
• Infecção profunda que resulta em destruição progressiva da fáscia 
muscular 
• Área afetada pode ser eritematosa, edematosa e quente 
• Dor desproporcional aos achados do exame pode ser observada 
• Sinonímia: gangrena estreptocócica 
o Infecção grave e profunda do tecido subcutâneo que destrói a 
fáscia e panículo adiposo 
• Há necrose rápida e extensa, com gangrena da pele e estruturas 
adjacentes 
• Presença de lesão necrótica em meio a uma celulite na nádega 
 
• Após 48h: lesões semelhantes à celulite, dolorosas, que rapidamente se 
tornam violáceas e com bolhas, ulceradas e gangrenosas 
o Febre alta e mal-estar 
Tipo I Tipo II 
Aeróbicos e anaeróbicos 
associados a enterococos 
S. aureus, clostridium 
Estreptococo grupo A 
S. pyogenes 
• 50% dos casos: após procedimento cirúrgico ou trauma 
• Diagnóstico: clínico, Gram e cultura 
• Tratamento: desbridamento + ATB de amplo espectro 
ERITRASMA 
• Infecção cutânea causada pela bactéria Corynebacterium minutissimum 
(Gram+) 
o Produção de porfirinas -> vermelho coral – wood 
• Comum em países tropicais e subtropicais 
• Atinge 4% da população do mundo a cada ano 
• Especialmente obesos, diabéticos, idoso e quem tem má higiene 
• Clínica: máculas pardas e/ou levemente rosadas, com limites mais ou 
menos nítidos, com descamação furfurácea lembrando Pitiríase versicolor 
 
• Manchas castanhas ou marrons, descamativas, com bordas bem 
delimitadas, em áreas intertriginosas 
• Localização característica 
• Tratamento: 
o Ácido salicítico 2% 
o Eritromicina 1g/dia VO 5-10 dias 
o Eritromicina tópico

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