Buscar

APOSTILA SOCIOLOGIA 2 ANO - 1 TRIMESTRE 2020

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
POLÍTICA, PODER E ESTADO 
MAX WEBER (1864 – 1920) define que o poder pode ser exercido com base no convencimento e 
consentimento ou calcado no uso da força. Quando se baseia exclusivamente na força, não se considera 
legítimo (Exemplo: o poder das milícias e do tráfico de drogas nas favelas no Rio de Janeiro). Weber chamou 
de dominação a probabilidade de encontrar obediência em um grupo de pessoas. Essa dominação, para 
durar, precisaria ser legítima: isto é, precisaria, de alguma forma, convencer as pessoas de que é certo 
obedecer. 
Assim destacam-se três tipos de dominação legitima justificadas por motivos (fontes) de submissão 
ou princípios de autoridades distintas: 
Racional legal Tradicional Carismática 
Nestes casos, a legitimidade deriva do 
cálculo e da escolha racionais, a partir dos quais 
se chega à conclusão de que vale a pena abrir 
mão de certo nível de liberdade em nome de 
algumas vantagens que a obediência pode 
trazer. 
Exemplo: Quando aceitamos pagar impostos 
ao Estado, na condição de que este garanta 
alguma contrapartida (segurança, saúde, 
educação etc.). 
Poder que se 
sustenta no costume e 
na tradição, no caráter 
inquestionável da 
autoridade de certos 
grupos ou instituições. 
Exemplo: Autoridade 
eclesiástica. 
A legitimidade do poder se 
sustenta na crença de que aquele 
que o exerce possui 
características especiais, que o 
fazem merecedor da obediência 
dos demais. 
Exemplo: Líderes de movimentos 
messiânicos e alguns estadistas. 
Poder se refere à capacidade de agir ou de determinar o comportamento dos outros. As relações de 
poder perpassam todas as relações sociais. As relações privadas, que se dão no círculo familiar ou de 
amizade e onde os conflitos normalmente são resolvidos de forma pacífica, também são exemplos de 
relações de poder. Alguns exemplos claros do poder na esfera pública são as relações de classe, o controle 
social, o exercício da autoridade, o poder dos governantes sobre os governados, as leis e normas sociais e 
a indústria cultural. São numerosas as formas de exercício de poder. Podemos destacar três formas 
predominantes: 
Poder econômico Poder ideológico Poder político 
Posse de bens materiais, como os 
meios de produção. 
Exemplo: o poder dos bancos sobre 
as decisões dos governos dos mais 
diversos países. 
Através da manipulação de ideias 
e informações, influencia o 
comportamento das pessoas. 
Exemplo: o poder das grandes 
empresas de comunicação. 
Através de instrumentos e 
mecanismos como a legislação ou 
a repressão policial, determina o 
comportamento das pessoas. 
 
FOUCAULT (1926 – 1984) - em sua obra “Vigiar e punir”. Busca estudar as relações de poder fora da 
concepção do Estado. Para ele o poder não seria propriedade de uma classe que o teria conquistado. Para 
Foucault, o poder acontece em termos de relações de poder. O poder está nas relações sociais, através da 
“microfísica do poder” manifestada na disciplina dos regulamentos, controles cotidianos, cada vez mais 
minuciosos e rigorosos, disseminados nas diversas relações pessoais, onde as pessoas refletem toda a 
estrutura de dominação, passando a serem seus próprios algozes: o professor sobre o aluno, o diretor sobre 
o professor, o vigia sobre visitante, o pai sobre o filho, irmão mais velho sobre mais novo, polícia sobre o 
suspeito, etc. Estamos sempre diante de mecanismos que transformam os corpos obedientes, uteis, 
exercitados para o trabalho e inertes politicamente. As ordens não precisam ser entendidas, apenas 
decodificadas. Todos devem ser dóceis, subordinados e se entregar aos exercícios para conseguir a 
gratificação de estar entre os melhores. Esta é a sociedade do controle – onde a lei proíbe, isola e outras 
instituições domesticam, adestram funcionam como meios de dominação. São instrumentos tão 
aperfeiçoados de transformação e ação sobre os indivíduos como a escola, o exército ou o hospital. Não é 
mais necessário impor penas e sanções aos vigiados para obter bom comportamento; basta o temor de ter 
todos seus atos vistos e analisados. O indivíduo torna-se seu próprio "carrasco". 
 
 
2 
 Para Weber, o Estado (do latim status, que significa “estar firme”) é uma instituição social que 
mantém o monopólio do uso legitimo da força física dentro de determinado território, para que este estado 
exista é preciso que sua autoridade seja reconhecida como legitima. Neste sentido, o Estado é definido por 
sua autoridade para gerar e aplicar poder coletivo. Como acontece com todas as instituições sociais, o 
Estado é organizado em torno de um conjunto de funções sociais, incluindo manter a lei, a ordem e a 
estabilidade, resolver vários tipos de litígios através do sistema judiciário, cobrar impostos, censo, 
identificação e registro da população, alistamento militar, encarrega-se da defesa comum e cuidar do bem-
estar da população de maneira que estão além dos meios do indivíduo, tal como implementar medidas de 
saúde pública, prover educação de massa etc. 
 O Estado Moderno começou a se formar no final da Idade Média, não muito diferente de quadrilhas 
criminosas, sob a liderança de governantes (em geral Reis), que cobravam impostos a força, controlavam 
os exército s e conquistavam territórios por meio da guerra (mais terras, mais pessoas, mais impostos a 
serem cobrados). Em sua origem, o Estado não vê muita diferença entre guerra e crime, um bom exemplo 
disso é o financiamento de piratas corsários para a proteção do Estado. Este capital utilizado pelo Estado 
tinha origem na burguesia 
nascente, que financiava 
o governo troca de 
favores. Posteriormente o 
governo seria 
domesticado por meio de 
leis e pelos parlamentos. 
Para entender a 
necessidade do Estado, 
alguns autores, chamados 
de “Os Contratualistas”, 
elaboram teses que 
legitimam o poder do 
Estado. A grande questão 
levantada por eles era 
“Como seria a vida sem o 
Estado (estado de 
natureza)? 
 
OS TIPOS DE ESTADO QUE VIGORARAM NO MUNDO DESDE SEU SURGIMENTO SÃO: 
Absolutista: Unidade 
territorial. Concentração 
do poder na figura do rei, 
que controla economia, 
justiça e exército. Foi 
objeto da reflexão 
sistemática do inglês 
Thomas Hobbes. 
Liberal ou burguês: Fundamentos 
principais: soberania popular e 
representação política. Estado como 
guardião da ordem. Sua principal 
função é resguardar a propriedade 
privada. Separação entre público e 
privado. Separação entre economia e 
política — “Estado não intervém na 
economia”. 
Socialista: Questiona o modelo liberal. 
Questiona as desigualdades entre as 
classes sociais. Defende profundas 
transformações nas formas de produção 
e apropriação das riquezas produzidas 
pelas sociedades. O Estado socialista 
teria papel e existência transitórios. 
Estabeleceria a ditadura do proletariado. 
Nazista e fascista: Questiona os modelos 
liberal e socialista. Estado paira acima de 
todas as organizações da sociedade, 
estendendo seus “tentáculos” por toda 
parte. Forte aparato ideológico, com ênfase 
na valorização da educação. 
Nacionalização da economia. 
Estado de Bem-Estar Social: Alternativa às crises do sistema 
capitalista. Resposta capitalista às críticas feitas ao sistema. 
Propunha o equilíbrio entre Estado e mercado. Defendia a 
intervenção do Estado no plano econômico, a fim de garantir o 
pleno emprego, estimular a produção e o consumo, mediar as 
relações de trabalho e ampliar as políticas de assistência (rede 
de proteção social). 
Neoliberal: Reabilitou e sustentou valores como livre mercado e livre-iniciativa. Radicalizou a separação 
entre economia e política, com o Estado intervindo cada vez menos na economia. O Estado deve proteger a 
propriedade privada e reprimir qualquer manifestação de descontentamento com o sistema. As instituições 
financeiras internacionais, passaram a interferir fortemente nos governos dos países adotantes do modelo. A 
“agenda” neoliberal, principalmente para a América Latina, consolidou-se como Consenso de Washington 
(1989): privatização das empresas estatais, flexibilização das leis trabalhistas, aumento dos investimentos 
estrangeiros sem restrições fiscais, redução dos gastos públicos e abertura aos trata- dos de livre comércio. 
(1588-1679) 
 (1632-1704) 
(1712-1778) 
 
3 
REGIMES POLÍTICOS 
A democracia: Grande parte das diferenças entre os regimes políticos democráticos da atualidade se 
explica pela maneira como, em cada país, se organizam três poderes fundamentais: O Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário. Esse regime é adotado quando um país possui três características principais: 1. O 
chefe de governo do Poder Executivo é eleito pelo voto; 2. Os membros do Poder Legislativo são eleitos 
pelo povo; 3. Há mais de um partido. Além disso podemos destacar que as eleições devem ser “limpas”, isto 
é, para que haja democracia é preciso que haja a possibilidade de o governo perder a eleição. 
Os modelos de regime democrático são divididos em dois tipos: 
Presidencialista Parlamentarista 
O chefe do poder executivo é eleito pelo povo 
de forma direta (a ideia é que o poder legislativo não 
possa destituir o presidente por este não estar 
fazendo um bom governo). 
Os deputados eleitos pelo povo elegem um 
representante (Primeiro-ministro) de forma indireta 
(os deputados podem a qualquer momento, pela 
maioria dos votos, derrubar um mau governo). 
 
A Ditadura: Nem todos os regimes políticos são democráticos, também temos os modelos autoritários. 
A ditadura é uma oposição a democracia, ela é uma imposição de um governante, um partido ou um grupo 
de pessoas. 
Três tipos de ditadura 
Simples Cesarista ou Bonapartista Totalitária 
Coerção da sociedade pelo 
Estado. 
O poder vem 
principalmente do apoio popular. 
O partido controla o Estado 
e a mente das pessoas. 
As ditaduras surgem na antiguidade clássica na figura do dictador, uma pessoa necessária para 
regular o governo em momentos de crise (Ex. Júlio César), durante a modernidade ela não é legalista, surge 
de forma revolucionária (Ex. Revolução Francesa) e no século XX temos os modelos de “ditaduras 
revolucionárias” que tem principal característica apagar vestígios do passado (Ex. Revolução Russa ou 
regimes fascistas). As características básicas de das ditaduras são: 1. Cerceamento dos direitos políticos e 
individuais (supressão de habeas corpus); 2. Ampla utilização da força do Estado contra a sua própria 
sociedade; 3. Detrimento do poder Legislativo e Judiciário pelo Executivo. Obs. Cada ditadura tem suas 
particularidades. 
OS PARTIDOS POLÍTICOS 
Em um regime democrático, deve haver liberdade para que todos apresentem propostas a serem 
discutidas com os demais cidadãos. Quando um cidadão tem uma ideia sobre uma nova lei, ou sobre como 
o país deve ser governado ele deve juntar-se a outros cidadãos que pensam mais ou menos como ele para 
ampliar sua influência. Essa é a ideia por trás dos partidos políticos. Os partidos políticos são associações 
que tem o objetivo de disputar o poder político. 
Os partidos modernos surgem quando o direito a voto se torna mais abrangente (exercido por mais 
pessoas). Os operários formaram seus próprios partidos assim que puderam. Os pobres se esforçaram para 
formar partidos porque os ricos têm outras formas de se fazer ouvir na política, podendo, por exemplo, 
comprar espaço nos jornais para divulgar suas ideias. A fundação dos partidos socialistas forçou a formação 
de outros grandes partidos, que representavam outros grupos sociais e outras ideias. 
Em muitos países modernos a disputa costuma ocorrer entre dois grandes partidos: 
Partido de Esquerda Partido de Direita 
Um partido de esquerda, que defende a cobrança 
de impostos dos mais ricos para oferecer benefícios 
aos mais pobres. 
Ex. EUA – Partido Democrata 
 Inglaterra – Partido Trabalhista 
Um partido de direita, que defende que o Estado 
não interfira muito na economia, para que ela 
cresça mais. 
Ex: EUA – Partido Republicano 
 Inglaterra – Partido Conservador 
Ambos disputam o centro, o que os obriga a ceder para ao outro lado. 
Se há muitos partidos geralmente eles se dividem em dois grandes blocos 
 
A ATUAL DEMOCRACIA BRASILEIRA 
Nova República: Lei da Anistia em 1979 deu início ao processo de abertura política que culminou no fim 
do regime civil-militar em 1985. Nova fase democrática se consolidou com a Constituição promulgada em 
1988. Notável participação popular, evidenciada em movimentos como o das Diretas Já. Fernando Collor, o 
primeiro presidente eleito (1989) nesta nova fase da democracia sofreu, em 1992, o impeachment, apoiado 
pela mídia exigido pela população que foi às ruas no movimento Fora Collor. Collor, porém, teve tempo 
 
4 
suficiente para dar início à implementação da 
agenda neoliberal, posteriormente 
aprofundada por seus sucessores, 
especialmente nos dois mandatos de 
Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 
2002. Em 2003, Luís Inácio Lula da Silva 
assumiu o governo no primeiro de dois 
mandatos consecutivos no governo federal. 
Mudanças importantes ocorreram, 
especialmente a partir do segundo mandato, 
quando se verificou um Estado mais presente 
na esfera econômica também nas políticas 
sociais. Em 2010, foi eleita a primeira 
presidenta da história do país, Dilma Rousseff, 
que deu continuidade ao governo anterior do 
Partido dos Trabalhadores (PT). Maior espaço 
à participação popular na política 
principalmente com os movimentos contra a 
corrupção. Com Impeachment de Dilma 
(contando com apoio de parte da população 
brasileira e forte movimento na internet), 
assume a presidência o então vice-presidente Michel Temer e em 2018, é eleito Jair Bolsonaro, atualmente 
na presidência. 
COMO FUNCIONA A POLÍTICA BRASILEIRA 
O Poder Legislativo no Brasil é exercido pelo Congresso Nacional, que tem duas funções principais: 
aprovar as leis que regem o país e fiscalizar os gastos do governo. O Congresso Nacional é formado por 
duas casas: 
• O Senado Federal: composto por 81 senadores eleitos pelos 27 estados brasileiros (além do Distrito 
Federal). 
• A Câmara dos Deputados: composta por 513 deputados federais. O número de deputados federais 
de cada estado depende do tamanho de sua população, mas não pode ser menor do que oito nem maior 
que 70. 
Para fazer coalizões, o presidente negocia com os partidos. E isso é possível porque os partidos 
políticos são muito mais organizados do 
que se costuma pensar. A partir da 
redemocratização, a competição 
nacional eleitoral apresentou razoável 
consistência ideológica, com apenas 
dois partidos apresentando candidatos 
fortes à presidência desde 1994: PT e 
PSDB. 
Uma sucessão de escândalos 
envolveu diversos governos brasileiros. 
Em uma pesquisa de 2009, 73% dos 
entrevistados manifestaram opinião de 
que a corrupção no Brasil é "muito 
grave". Ao verificar que em certos 
períodos os escândalos diminuíram, não é possível saber se a corrupção diminuiu de fato ou se a polícia, o 
Ministério Público e a imprensa é que não conseguiram, ou não se esforçarem, para identificar os corruptos. 
O Brasil tem níveis mais altos de corrupção que os países desenvolvidos, mas está mais ou menos no 
mesmo nível de países com renda semelhante. Entretanto, na América do Sul, Uruguai e Chile apresentam 
menos corrupção do que o Brasil. Muitos jornalistas, acadêmicos e políticos defendem que o sistema político 
brasileiro deve ser reformado. Quando acontece um novo escândalo de corrupção, é comum dizer que o 
sistema político colaborou para isso. Existem diversas propostas de reforma do sistema político em 
discussão no Brasil atual, porém elas nunca entram em debates sérios no congresso.

Continue navegando