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Pulso venoso - Insuficiência cardíaca direita.

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Bruna Braga Barbosa
Pulso venoso - Semiologia I 15/11/2022.
RESUMÃO
● É útil para avaliar o acometimento do coração direito.
● Possíveis queixas dos pacientes: plenitude, fadiga, cianose e edema.
OBS: Edema é o mais marcante, porém é muito tardio.
● Como ocorre? por algum motivo o Ventrículo direito não consegue ejetar mais todo o
sangue ou o átrio não consegue entregar todo o sangue e com isso vai acontecendo
um represamento - acumula no VD > alcança o AD > alcança as veias Cava inferior
(gerando edema nos membros inferiores ou anasarca) e Cava superior (que vai
represar pra jugular interna direita que anatomicamente tem uma posição favorável
para receber esse sangue. Assim forma a coluna venosa que avaliamos no pulso
venoso).
- Insuficiência pulmonar: o VD ejeta, mas como a válvula não fecha volta mais
sangue para ele ocupando espaço.Com isso, o átrio não consegue eliminar todo o
sangue para o VD porque parte dele já está ocupada.
- Estenose pulmonar: o VD não vai conseguir ejetar tudo porque a válvula não abre.
Com isso, o átrio não consegue eliminar todo o sangue para o VD porque está
sobrando da ejeção incompleta.
- Insuficiência Tricúspide: o átrio ejeta todo o sangue para VD, mas como a válvula
não fecha quando o VD faz força para ejetar o sangue pra artéria pulmonar acaba
também retornando pro átrio. Então, antes o AD mandaria 100ml e agora mandará
150ml. Desses 150 mais quantidade voltará para o átrio e assim vai aumentando
seu volume e pressão.
- Estenose Tricúspide: se a válvula não abre para ejetar pro ventrículo vai ficar
represando para as veias que trouxeram esse sangue.
- Pós infarto do agudo do coração direito: o VD não consegue ejetar mais, sobra
volume e vai acumulando até alcançar AD e Cavas.
OBS: lembrando que problemas que ocorrem antes do ventrículo ( nesse caso na válvula
tricúspide) não alteram a conformação do ventrículo.
Tratamento: Diuréticos.
Anatomia
- Jugular fica atrás do músculo Ecom; pouco palpável e muito visível.
- Carótida fica na frente do Ecom; muito palpável e pouco visível.
Técnica:
- cabeceira 45°.
- lado direito do paciente porém mais posterior a ele.
- olhar tangencialmente o pescoço (dá uma abaixada).
- lanterna também tangenciada.
Manobras para verificar Pulso venoso patológico ou fisiológico:
1° : coloca uma régua vertical no ângulo de Loui e uma régua horizontal marcando o ponto
máximo da coluna venosa. O cruzamento das réguas mostra a altura dessa coluna. Se
maior ou igual a 5cm é patológico.
2° : Sinal de Kussmaul.
Quando inspiramos a pressão intratorácica fica mais negativa e a tendência do sangue é ir
para o lado de menor pressão. Então, fisiologicamente, ao inspirar a coluna venosa diminui.
Caso a altura da coluna aumente durante a inspiração, isso é o sinal de Kussmaul e é
patológico.
3° : Refluxo hepatojugular.
Última manobra a ser usada pois dói.
Dividida em três momentos: você observa a coluna antes de fazer, durante a manobra e
após a manobra.
A manobra são 15 segundos pressionando o abdômen do paciente.
Ao apertar a região do fígado estaremos aumentando o retorno venoso para o atrio e
consequentemente para jugular. Então durante a manobra é para a coluna aumentar.
Porém, um coração saudável consegue fazer a coluna voltar ao tamanho inicial em até 15
segundos (ou seja, ainda enquanto aperta já pode voltar ao normal) porque ele trabalha
para compensar esse aumento de retorno sanguíneo ejetando mais vezes para remover
esse volume.
Já patologicamente, o coração não está suficiente então durante a manobra a coluna vai
aumentar e só voltará ao normal quando parar de comprimir o abdômen.
OBS: nessa terceira manobra normalmente é necessário duas pessoas, enquanto uma
aperta a outra observa.
Critérios de Framingham para o diagnóstico de IC:
É necessário ter 2 maiores ou 1 maior e 2 menores.
Dos maiores, os principais são: Reflexo hepatojugular, estase jugular (turgência jugular, que
inclui tanto o sinal de Kussmaul quanto a altura da coluna) e dispneia paroxística.
Dispneia na IC ESQUERDA: o Ventrículo esquerdo não consegue ejetar todo sangue para
aorta, então ele fica acumulando, com isso o átrio esquerdo não vai conseguir se esvaziar
porque já tem sangue ocupando o ventrículo e vai represar para as veias pulmonares até
alcançar os capilares onde irá aumentar a pressão hidrostática e causará a dispneia porque
o líquido vai extravasar ocupando lugar do ar. Isso também pode ocorrer nos casos de
Estenose Aórtica, Estenose mitral e Insuficiência mitral.
Causas que podem aumentar o Pulso Venoso:
- gravidez: o aumento do volume abdominal comprime o átrio direito não deixando ele
ter força para ejetar e acaba represando sangue para as veias cavas.
- ascite: mesmo mecanismo da gravidez.
- pneumotórax: o ar vai comprimindo o pulmão e este pressiona as câmaras
cardíacas.
- asma: O paciente enche de ar e tem dificuldade de expirar, aumentando a pressão
intratorácica e comprimindo o átrio.
Caso clínico:
Esse paciente possui a Tríade de Beck: bulhas hipofonéticas, hipotensão e turgência
jugular. O que sugere Tamponamento cardíaco, e o que explica o pulso venoso é o fato do
líquido extravasado no pericárdio comprimir o ventrículo direito e o átrio direito.
Derrame pericárdico (tamponamento) ocorre em casos de acidentes e como evolução da
Tuberculose.

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