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BULHAS CARDÍACAS Som normal dos fechamentos das válvulas B1 • Fechamento das válvulas atrioventricular: mitral (localizada entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo) e tricúspide (localiza entre o átrio direito e o ventrículo direito) • Possui som mais fechado “tum” • Coincide com o pulso arterial B2 • Fechamento das válvulas semilunares: aorta (localiza entre o ventrículo esquerdo e a artéria aorta) e pulmonar (localiza entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar) • Possui som mais aberto “ta” Ambas as bulas são melhores auscultadas com o diafragma do estetoscópio Essa diferença de timbre acontece porque as valvas semilunares se fecham e se abrem por diferença de pressão, já as valvas atrioventriculares possuem cordoalhas tendíneas (“linha” que tensiona e puxa a valva para baixo) que são ligadas aos músculos papilares Sístole: contração da câmara cardíaca; entre B1 e B2(distancia menor) Diástole: relaxamento da câmara cardíaca; entre B2 e B1(distancia maior) SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR Ana Carolina Guimarães XXXI DESDOBRAMENTO FISIOLÓGICOS DA B2 -Som “trá”, som duplo -Ocorre na inspiração e desaparece com a expiração (é normal) -Motivo: quando inspiramos, aumentamos o volume e diminuimos a pressão torácica. Isso faz com que o retorno venoso aumente, o ventrículo direito então demora mais para esvaziar causando atraso no fechamento da valva pulmonar, caracterizando o desdobramento da B2 *Caso esse desdobramento ocorra durante a expiração o paciente tem alguma patologia FONESE DAS BULHAS • Hipofonetica- a altura da intensidade do som menor que o normal Hipofonese de B1: - Se refere a uma patologia em alguma valva atrioventricular onde ocorre uma insuficiência, ou seja, não se fecha efetivamente e, por isso, seu som fica reduzido. - Tambem pode ser gerado hipofones graves: Processo infamatório crônico que evolui para calcificação da valva gerando dificuldade em se abrir efetivamente, ou seja, ocorre uma estenose. Se não há abertura efetiva também não vai haver fechamento efetivo, fazendo com que a bulha também fique hipofonética nesse caso. Ela é desenvolvida por sequelas de febre reumática, uma infecção de garganta purulenta e bacteriana na infância não tratada em até 9 dias em pessoas suscetíveis, como mulheres em condições socioculturais ruins, que infecciona também a valva. É gerado então um processo crônico dessa valva e depois de anos perde sua função pois acaba se calcificando. Outros fatores geradores são a idade, alcoolismo, sedentarismo ou qualquer outro hábito que leva a inflamação • Hiperfonetica- a altura da intensidade do som maior que o normal Hiperfonese de B1: - Se refere a uma patologia em alguma valva atrioventricular onde o som da bulha fica aumentado. Um exemplo é quando ocorre uma estenose leve que ainda permite uma boa abertura da valva, se há uma boa abertura haverá um bom fechamento. Acontece quando há uma calcificação inicial, assim o cálcio batendo em outro cálcio ao fechar produz um som mais alto do que as estruturas fibrosas da valva. Hiperfonese de B2: - Causada por hipertensão arterial sistêmica e hipertensão arterial sistêmica pulmonar • Normofonetica- som normal (ritmo cardíaco normal em dois tempos) *Prontuário: “RCR 2T” (ritmo cardíaco regular em dois tempos, ou seja, só ausculta de B1 e B2), pode também colocar para ausculta normal “BNRF 2T” (bulhas normofonéticas e normorritimicas em dois tempos) ANAMNESE 1. Dispneia: quando o sangue não chega adequadamente nos pulmões vai haver um acumulo de liquido, enche os alvéolos e isso diminui a oxigenação e falta de ar 2. Dor torácica: A dor precordical, que é em volta do coração, possui três características se ela piora com o exercício físico, se ela melhora com o repouso e se ela se localiza precordial • A definitivamente anginosa- possui as três características e é de origem isquêmica • B possivelmente anginosa- possui duas características • C possivelmente não anginosa- possui uma característica • D definitivamente não anginosa- não possui nenhuma característica, então é de origem cardíaca *Angina é a dor provocada pela falta de sangue do musculo cardíaco, ela precede o infarto do miocárdio. Quando há entupimento da luz do vaso, produz ácido lático e produz dor 3. Sincope: perda transitória da consciência 4. Palpitação: perda do ritmo 5. Edema: quando o coração não consegue bombear adequadamente, chega menos sangue nos rins e ele começa a filtrar pouco, consequentemente urinar pouco. Assim o liquido retem no corpo e as pernas incham PONTOS DE AUSCULTA - Tem que auscultar em sentido horário ou anti- horario, não pode ser aleatório SOPROS SISTÓLICOS O sopro será um som arrastado que vai significar alguma alteração da linearidade/homogeneidade do fluxo sanguíneo que faz com que ele fique turbulento (hemácias se chocam) e produza som. Na grande maioria das vezes a alteração será na valva e podem ocorrer por estenose aórtica e pulmonar ou por insuficiência mitral e tricúspide ESTENOSE AÓRTICA: • Acontece pelo adoecimento das valvas, pode ser por um processo de asteroclerose (inflamação das valvas e vasos cardíacos) que gera acumulo de gordura e cálcio e assim altera a consistência das valvas, por febre reumática não tratada ou por algum defeito congênito da valva. As causas estão diretamente ligadas a idade do paciente. • Essa inflamação dificulta sua abertura, promovendo resistência ao fluxo. Então as hemácias passam a transitar de forma turbulenta, o que gera um som que é escutado como um sopro durante a sístole no foco aórtico, indicando que a válvula aórtica não abriu direito • No início da contração ventricular a valva não abre completamente, então pouco sangue é ejetado e o sopro começa com baixa intensidade. No entanto, a medida que o ventrículo percebe essa resistência, ela força a contração pois precisa jogar sangue na aorta e o fluxo sanguíneo então aumenta. Dessa maneira, o som aumenta de intensidade, pois maior será o choque contra as valvas. Porém vai chegar um momento em que o coração não vai mais comportar o fluxo intenso, a partir disso o sofro volta a diminuir de intensidade. • Esse tipo de sopro é classificado como forma de diamante (crescente e decrescente) • O sopro termina antes da segunda bulha porque, na última fase da sístole, as pressões dentro dos ventrículos praticamente se igualam às pressões na aorta e na pulmonar, não havendo quase nenhuma ejeção de sangue neste momento. • Como o fluxo turbulento é do ventrículo esquerdo para a aorta, o sofro pode irradiar do ventrículo esquerdo para a região cervical direita (para o pescoço) • Todos os sopros cardíacos são gerados com alta frequência de onda, ou seja, são sopros suaves (também chamados de rude, por ser um som mais sujo e granuloso), com exceção de estenose mitral e tricúspide. • Para os suaves a ausculta deve ser com o diafragma do estetoscópio (lado maior) INSUFICIÊNCIA MITRAL • Ocorre pela deficiência do fechamento das valvas devido as rupturas das cordoalhas tendíneas. Isso pode acontecer por infarto, Doença de Chagas pois o coração incha e a valva se torna insuficiente ou por infecção das cordoalhas tendíneas. • Auscultada logo após a B1 no foco mitral, pois a valva mitral deveria estar fechada desde a contração isovolumétrica como em toda sístole. Com a deficiência nesse fechamento, haverá um fluxo voltando para o átrio (regurgitação) e se chocando com a estrutura valvar. • O átrio, por ser uma câmara de capacitância e ter uma parede fina, consegue se dilatar e acomodar o excesso de sangue e não oferecerá nenhuma resistência nessa regurgitação, fazendo com que o som produzido nesse sopro seja constante em seu todo, ou seja, forma de barra (homogêneo/ não muda de intensidade). • É um sopro suave igual da estenose,porém possui um timbre mais delicado, musical, fino • Como o refluxo que gera o sopro é do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, vai se irradiar do foco mitral para região axilar Obs Efeito venture: o coração bate em forma de furacão (rodando) de modo que faz o sangue rodar sempre da ponta do ventrículo esquerdo para a aorta, por isso, mesmo a valva mitral estando totalmente insuficiente, grande parte do sangue segue em direção a aorta INTENSIDADE DOS SOPROS I,II e III: sem frêmito O I é o sofro mais difícil de auscultar e normalmente é preciso de manobras, II é mais fácil que o I e o III é facilmente auscultado IV, V e VI: com frêmito O IV é fácil e possui frêmito, V é auscultado com o esteto de lado e o VI é auscultado só de encostar o esteto no paciente • Frêmito é a sensação tátil do sopro, ou seja, aqueles que conseguem ser palpados • Intensidade do sofro não reflete a gravidade da doença • Sopro grave indica a frequência do som que pode ser auscultado melhor com a campanula SOPROS DIASTÓLICOS Os sopros diastólicos mais comuns são por consequência da insuficiência aórtica (da mesma forma acontece na insuficiência pulmonar) e da estenose mitral (da mesma forma acontece na estenose tricúspide). Quando se tem dúvida se um sopro é sistólico ou diastólico, basta palpar o pulso carotídeo, caso o sopro coincida com o pulso ele é sistólico, caso contrário diastólico. INSUFICIÊNCIA AÓRTICA • A valva aórtica vai controlar a passagem de sangue do ventrículo esquerdo para a aorta, abrindo na sístole e fechando na diástole para impedir o refluxo sanguíneo. Essa valva se abre por diferença de pressão, pois no início da sístole o ventrículo está cheio (pressão esta alta) e a aorta está vazia (pressão esta baixa). À medida que o sangue vai para a aorta, há uma inversão da pressão e isso vai fazer com que a valva se feche. Porem se houver deficiência na valva, parte do sangue que foi ejetado para a aorta retorna para o ventrículo, isso gera um fluxo turbulento com um som que se ouve em forma de sopro diastólico que se inicia depois da B2 • Esse sopro pode ocorrer por uma inflamação da valva devido sequelas de febre reumática (infecção de garganta que ocorre antes dos quinze anos por uma bactéria especifica), uma vez que a bactéria pode se alojar na valva causando uma cicatriz quando o paciente atinge a meia idade. Também pode ocorrer por problemas congênitos em paciente crianças, como a formação da valva com duas válvulas. E em pessoas idosas por arteriosclerose, provocado por pressão alta, excesso de glicemia e colesterol que inflama a valva por deposito de cálcio e gordura, causando uma alteração anatômica e dificultando seu fechamento OBS: Valva é um conjunto de válvulas; ex: a valva aórtica tem três válvulas • Os sopros diastólicos da valva aórtica se auscultam melhor no foco aórtico acessório, enquanto que os sopros da estenose aórtica sistólico se ausculta melhor no foco aórtico principal. • O sopro começa com intensidade alta porque existe uma grande diferença de pressão entre o ventrículo que está vazio e o átrio que está cheio, mas à medida que se processa a diástole, o ventrículo que recebe sangue do átrio vai encher e a aorta se esvazia, de modo que a pressão se inverte até o ponto que não cabe mais sangue no ventrículo e então o reflexo para no meio da diástole, ou seja, o sopro tem forma decrescente • É suave, melhor auscultado com o diafragma. Todos eles são difíceis de auscultar, uma vez que não podem ser classificados por intensidade e não possuem frêmitos. • Geralmente não há irradiação ESTENOSE MITRAL • No início da diástole, o átrio esquerdo está cheio de sangue e o ventrículo esquerdo está vazio, o sopro começa de grande intensidade e diminui ao longo da diástole, pois à medida que o ventrículo se enche de sangue, vai diminuindo sua capacidade de armazenar sangue até que atende sua capacidade máxima e sopro desaparece no meio na diástole. No final da diástole o átrio contrai para ejetar no ventrículo mais 25% do sangue que estava dentro dele, ou seja, no final esse sopro aumenta no chamado reforço pré sistólico. Sua forma clássica é decrescente no início e crescente no final e ocupa toda a diástole. • Existe um nítido intervalo entre a segunda bulha e o início desses sopros. Isso porque, nesse período, as pressões intra-atriais e intraventriculares são quase iguais e passa pouco sangue pelos orifícios valvares. • Obs: em pessoas com arritmia não vai haver a segunda parte do sopro devido ao aumento do átrio esquerdo, assim o átrio deixa de contrair e reforço pré sistólico desaparece • Sopro em ruflar • Esse sopro possui baixa frequência de onda, ou seja, é grave e portanto melhor auscultado com a campanula no foco mitral • Geralmente não há irradiação MANOBRAS CARDIOLÓGICAS São artifícios para deixar o sinal semiológico mais evidente RIVERO CARVALHO • Inspiração profunda, isso amplia a caixa toráxica reduzindo sua pressão e aumenta o retorno venoso do lado direto, portanto mais sangue vai passar nas válvulas doentes e isso aumenta a intensidade dos sons. • Aumenta os sopros de origem direita, exceção da insuficiência pulmonar • Essa manobra serve para diferenciar se o sopro é de origem esquerda ou direita e serve também para auscultar melhor o sopro, pois a inspiração aumenta sua frequência Ex: paciente com sopro que se ausculta no foco mitral e no tricúspide (eles tem a mesma forma, sopro em barra), ai pede-se para o paciente inspirar, se o sopro aumentar de intensidade é de origem tricúspide, pois está no lado direito e se não modificar ele é de origem esquerda. MANOBRA DE VALSAVA • Soprar contra o dorso da mão, fazendo o paciente espirar com resistência, isso aumenta a pressão intratorácica reduzindo o retorno venoso dos dois lados, ou seja, nessa manobra todos os sopros vão reduzir sua intensidade com exceção do prolapso da valva mitral e da cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva • Essa manobra serve quando se tem um sopro de insuficiência mitral e quer saber se sua etiologia é devido ao prolápso da valva mitral ou se a etiologia do sopro de estenose aórtica é devido a estenose da valva aórtica ou a cardiopatia hipertrófica obstrutiva. Assim quando realizado essa manobra, sopros devido ao prolapso da valva mitral e a cardiopatia hipertrófica, aumentam a intensidade. • A manobra de valsava tem o mesmo efeito que o ortostatismo (mandar o paciente ficar em pé) • Não é recomendado para determinados pacientes com doenças cardíacas e dependem muito do débito cardíaco. Quando tem um quadro de desidratação (diminui o volume circulante) e ainda realiza essa manobra, o débito cardíaco ficará muito reduzido e pode causar hipotensão/ síncope. ACOCORAMENTO • Consiste em pedir o paciente para que fique de cócoras, nessa posição haverá um aumento do retorno venoso por comprimir a veia das pernas e isso aumenta a resistência vascular periférica porque também comprime as artérias das pernas. Essa manobra aumenta a intensidade da maioria dos sopros, com exceção do prolapso da valva mitral e cardiopatia hipertrófica • Essa manobra serve para aumentar o retorno venoso durante uma hipotensão HANDGRIP • Apertar as mãos com força, pois isso contrai os capilares e o sangue fica “preso” na aorta então vai haver aumento da resistência vascular periférica • Os sopros que vão contra a pressão da aorta vão diminuir de intensidade como na estenose aórtica e os sopros que estão a favor da pressão da aorta aumentam de intensidade como os sopros da insuficiência mitral, comunicação interventricular e insuficiência aórtica. Ex: sopro da insuficiência mitral o sangue vai do VE para AE, se aumentar a pressão da aorta esse refluxo vai aumentar • Essa manobra serve quando se tem dúvida se o sopro é sistólico ou diastólico, apósa manobra se o sopro aumentar de intensidade é diastólico e serve também para auscultar melhor os sopros da IM, CIV e IAO PULSO PARADOXAL • Queda da pressão arterial sistólica de 10 mmHg ou mais na fase inspiratória da respiração • Durante a inspiração acontece a manobra de Rivero Carvalho que aumenta o retorno venoso. Para abrigar esse maior volume de sangue o ventrículo direito dilata e o esquerdo permanece inalterado, mas se esse paciente possuir algum problema no pericárdio ou uma hiper insuflação pulmonar que comprime o coração, o VD não consegue dilatar, então o septo é empurrado para abrigar todo o sangue (tamponamento cardíaco), ou seja, vai haver diminuição do volume do ventrículo esquerdo e consequentemente diminuição da pressão arterial sistólica Obs: pressão sistólica é a maior pressão, ela acontece após o sangue ter sido ejetado do VE • Também pode ser avaliado esse quadro auscultando os sons de Korotkoff (durante a aferição da pressão), o normal é que o som continue audível quando infla o manguito até 10 unidades menores na sístole que o valor anterior durante a inspiração. B3 e B4 São bulhas acessórias, melhor auscultadas durante a fase diastólica do ciclo Sons rápidos e curtos como B1 e B2, porém existem diferenças: • B3 e B4 possuem menor frequência então é melhor auscultado com a campanula (já B1 e B2 ausculta melhor com o diafragma) • B3 e B4 são sempre melhor auscultadas no foco mitral e tricúspide (B2 é auscultada melhor na base do coração, nos focos aórtico e pulmonar) • B3 e B4 não sofrem nenhum tipo de interferência na inspiração (B1 e B2 podem sofrer influência da inspiração) *Diástole é dividida em quatro fases 1. Relaxamento isovolumétrico: ventrículo relaxa mas todas as válvulas estão fechadas 2. Enchimento rápido: a valva átrio ventriculares se abrem e haverá uma diferença de pressão entre as câmaras, fazendo com que 70% do sangue passe para o ventrículo 3. Enchimento lento: o átrio continua mandando sangue para o ventrículo, uma vez que as válvulas ainda estão abertas 4. Contração atrial: o átrio se contrai ejetando o restante de sangue para o ventrículo B3- GALOPE VENTRICULAR • Ocorre na fase de enchimento rápido, ou seja, no início da diástole • Som do sangue do átrio caindo em um ventrículo que não se esvaziou adequadamente na sístole. Isso indica que houve um déficit sistólico com um volume residual excessivo, ou seja, o sangue que está lá vai se chocar com o sangue que veio naturalmente do átrio, gerando a bulha acessória B3 • Indica que o ventrículo tem sobrecarga de volume • Está geralmente relacionada a insuficiência cárdica com dilatação do ventrículo (cresce pra fora- hipertrofia excêntrica) para comportar todo o sangue com o ictus cordis desviado • Acontece logo depois da B2 • Seu som parece com um desdobramento de B2 porém não piora na inspiração. • O som é diastólico mas ele representa uma disfunção sistólica • É considerado normal em pessoas jovens e não indica doença cardíaca • Pode ou não ser patológica B4- GALOPE ATRIAL • Ocorre na fase de contração atrial, ou seja, no final da diástole • Acontece quando tem alguma doença espessando o musculo cardíaco ou aumentando a pressão na aorta, como em uma hipertensão arterial não controlada ou na estenose aórtica. Assim, o ventrículo esquerdo cresce para dentro- hipertrofia concêntrica e isso reduz o tamanho da câmera. Então ele é todo preenchido de sangue na fase do enchimento rápido. Quando chega na fase da contração atrial, o sangue que está no átrio vai se chocar com o sangue que está no ventrículo, pois ele não consegue dilatar mais para comportar o restante do sangue. • O som é gerado em devido a força que o átrio está fazendo em decorrência de um ventrículo que está cheio e não dilatou adequadamente • Indica que o ventrículo tem sobrecarga de pressão • Possui disfunção diastólica • Som exatamente igual B3 e parece com o som de desdobramento de B1 • É sempre patológica PULSOS ARTERIAS Quando os pulsos arteriais são palpados, alguns critérios devem ser utilizados para avaliar seu estado • simetria (os pulsos precisam ser palpados bilateralmente e, a maioria, simultaneamente) • amplitude (normal, aumentada ou reduzida) • duração (normal, reduzida ou estendida) • estado da parede arterial (se há enrijecimento) • frequência de pulso: é diferente da frequência cardíaca. Taquisfigmia >100 bmp; bradisfigmia<50 bmp • se há uma grande diferença pode desconfiar de arritmias/fibrilação atrial, é chamado de déficit de pulso • ritmo: regular ou não, arritmias • tensão ou dureza (se refere a dificuldade em comprimir o pulso, em casos de hipertensão é difícil) Tipos de pulso: - Pulso parvus et tardus: tem baixa amplitude mas tem longa duração (se fala que ele fica muito tempo alisando seu dedo), esse pulso indica que a sístole desse ventrículo tem o volume reduzido e, por isso, ela terá duração maior para tentar compensar a quantidade de volume de sangue jogado na aorta, isso ocorre na ESTENOSE AÓRTICA GRAVE - Pulso em martelo dágua/magnus: tem grande amplitude e pequena duração, indicando que o volume de sangue jogado na aorta durante a sístole é muito grande, isso ocorre na INSUFICIÊNCIA AÓRTICA (joga o que recebe do átrio e o refluído da aorta) - Pulso alternante: é regular mas a amplitude varia (ora bombeia fraco, ora bombeia forte), é comum em quadros de falência do ventrículo esquerdo, insuficiência cardíaca grave terminal. Isso acontece porque o coração não consegue bombear muito bem, é como se ele cansasse e recuperasse a energia em alguns momentos. Pulso radial: a arteia sempre quando uma relação com uma eminencia óssea, a referencia é o processo estiloide do rádio. É palpado com a polpo do indicador e o dedo médio Pulso braquial: Essa artéria é auscultada durante uma das etapas da aferição de pressão arterial, ela também é utilizada como referência para posicionar o manguito do esfigmomanômetro. A referência é o epicôndilo medial (a artéria braquial fica mais ou menos 3 cm para dentro a partir dessa referência). Pulso carotídeo: A referência nesse caso é a cartilagem tireóidea (a artéria estará mais lateralmente, na mesma altura). A palpação desse pulso é utilizada em casos de emergência para avaliar se o paciente tem pulso central (ao contrário ele estará em parada/morto), também pode ser palpado para identificar o tipo de sopro (a pulsação coincide com o sopro sistólico) e a ausculta dessa artéria é importante em casos de AVC isquêmico por exemplo (uma das causas frequentes é o estreitamento/estenose das carótidas e isso produz um sopro carotídeo). Em casos de pacientes mais idosos ou com doenças cardíacas como hipertensão, diabetes, doenças coronarianas, não é interessante uma palpação prolongada do pulso carotídeo e nem simultânea dos dois lados, pois, se tiver uma placa de aterosclerose se soltando/instável naquele local, a palpação oferece o risco de se soltar por completo e provocar um AVC no paciente. Se na ausculta carotídeo apresentar sopro carotídeo, o ideal é não palpar. Em qualquer paciente não é recomendado a palpação carotídea bilateral simultaneamente, pois pode provocar um estrangulamento e até causar um hipofluxo para o cérebro levando ao desmaio. Ademais, não deve ser palpável por mais que 10 segundos, pois essa região apresenta barorreceptores que atuam no controle da pressão arterial, caso eles sejam pressionados por esse período o organismo entenderá que a pressão do paciente aumentou e irá desencadear mecanismos compensatórios desnecessários nesse caso (leva a hipotensão aguda e a síncope) Pulso da aorta abdominal: Essa artéria se encontra na porção esquerda da região abdominal, ela possui muitas terminações nervosas em sua parede então sua palpação pode se tornar dolorida. Quando se tem um pulso muitoforte com uma massa e dor a palpação nessa artéria desconfia-se de aneurisma de aorta, doença grave. *Essa artéria geralmente não é palpável mas quando for significa que ela está dilatada Pulso femoral A referência nesse caso será uma linha imaginária traçada da sínfise púbica até a crista ilíaca antero superior, a artéria femoral poderá ser palpada em algum ponto abaixo dessa linha, nunca acima. Essa artéria é importante para a referência da veia femoral para realizar o acesso central, todos os cateteres serão inseridos ali Pulso poplíteo Não é possível palpar bilateralmente simultaneamente, pois será necessário utilizar as duas mãos ´abraçando` o joelho para que possa sentir a artéria na parte posterior. Pulso tibial posterior A referência nesse caso é o maléolo medial (a artéria está logo atrás) Pulso pedioso A referência é uma linha imaginária entre o primeiro dedo e o segundo dedo do pé, nesse caso o ideal é que a palpação ocorra bilateralmente simultaneamente. Geralmente o bom estado desse pulso exclui a necessidade da palpação do poplíteo e femoral. SONS ADVENTÍCIOS ESTALIDO DE ABERTURA • Som agudo de alta frequência protodiastólico precedendo sopro de estenose mitral • *Pode ser confundido com B3 por ocorrerem no mesmo momento mas se diferencia porque B3 produz som de baixa frequência (melhor auscultado com a campanula) e o estalido de alta frequência (melhor auscultado com o diafragma) • Não depende do movimento de respiração, pode ocorrer tanto na espiração quanto na inspiração • Ocorre quando uma determina valva está calcificada e passa a gerar som em sua abertura (é mais comum na valva mitral), é acompanhado com o sopro estenose mitral. • Paciente que possui esse estalido queixa de fadiga, dispnéias aos esforços, congestão pulmonar que dificulta o sono, é algo comum porque pode ser causado por sequelas de febre reumática CLIQUE DE EJEÇÃO • É o mesmo mecanismo do estalido de abertura, mas precedendo o sopro de estenose aórtica com som agudo protosistólico • Ocorre normalmente por defeito na abertura da valva aórtica • Melhor auscultado no foco aórtico • Ocorre por algum defeito genético e por calcificação da valva devido a idade e sequelas de febre reumática CLIQUE NÃO EJETIVO • Som agudo mesosistólico no prolapso mitral • Ocorre uma alteração anatômica da valva. Durante a sístole a valva mitral está fechada mas em algumas pessoas uma parte da valva tende a elevar (o normal seria a valva ser rebaixada pelo fato se serem puxadas “para baixo” pelas cordoalhas tendíneas e se fecharem). Essa elevação é chamada de prolapso que gera um som porque devido ao não fechamento correto uma parte do sangue volta para o átrio esquerdo. (sopro de insuficiência mitral, a valva está insuficiente devido ao prolapso da valva mitral) • Muito parecido com o clique ejetivo, a diferença é que vai ser precedido por um sopro de insuficiência mitral (em barra, suave) e se ausculta no foco mitral • O paciente queixa de uma dor torácica átipica que não tem relação com o esforço físico e nem melhora com o repouso, tem palpitações. É um problema anatômico ou surge devido ao envelhecimento e alguma alteração das cordoalhas tendíneas ATRITO PERICARDICO • O coração é envolto por uma membrana fibrosa chamada de pericárdio que possui duas funções: proteger o coração ao isolá-lo das outras estruturas do mediastino e fixa o coração no tórax • Essa membrana é dividida em externa e interna, quando elas se movimentam em pessoas normais não existe nenhum tipo de som pois entre elas existe um líquido lubrificante que diminui o atrito • Se essa membrana inflamar ou adoecer, por uma infecção bacteriana, uma pancada muito forte ou por algum câncer que sofreu metástase. Quando a pericardite é desenvolvida, o liquido se torna espessado e as membranas vão se atritar e gera um som Obs: 90% dos atritos pericárdios são virais (paciente que melhora da gripe e começa a sentir dor no coração) • Dor atípica que não piora com esforço e nem melhora no repouso. A dor piora quando o paciente deita de cabeça (porque a parte de trás do coração é comprimida quando deitamos) pra cima e melhora quando senta com o peito pra frente (porque o coração fica pendente no tórax e não comprime o pericárdio) • É gerado um som grosseiro, semelhando com as crepitações da pneumonia porem se difere porque não necessita da respiração para ser auscultado • É um som trifásico: 1 sistólico e 2 diastólico • Som transitório, pois a depender da posição que o pessoa estiver, esse liquido vai se movimentar. Não é em todos os momentos que é possível ser auscultado • Como o pericárdio está inflamado ele vai começar a produzir liquido inflamatório que vai separar as membranas. Uma vez separas não há atrito e o som desaparce mas isso não quer dizer que o paciente melhorou, na verdade ele piorou porque esse liquido vai tamponar o coração então vai possuir pulso paradoxal. Caso ele não seja tratado vai haver queda de pressão, a jugular vai ingurgitar, as bulhas vão ficar hipofonéticas, então se esse liquido não for drenado o paciente entra em falência ventricular, pois os ventrículos não vão conseguir se dilatar para receber o sangue • Não é bulha, sopro e nem estalido. É um atrito PROPEDÊUTICA BÁSICA • Pressão divergente: quando a diferença da pressão sistólica e diastólica é maior que 60, a sistólica aumenta e a diastólica cai (por exemplo 140x60mmHg), pode indicar insuficiência aórtica • Pressão convergente: quando a diferença da pressão sistólica e diastólica é menor que 40, sístole baixa e diástole alta; ex: 100x80; pode indicar estenose aórtica EXAMES Eletrocardiograma: reflete a atividade elétrica do coração; sugere sobrecarga e de qual câmera, se tem alguma cicatriz que acontece no infarto, de onde está vindo o estimulo elétrico e se o sistema de condução está funcionando normalmente Ecocardiograma transtorácico: vê a anatomia do coração, pede quando tiver alteração no eletrocardiograma, sopro cardíaco, história cardíaca congênita, para acompanhamento das valvas cardíacas Teste ergométrico: doenças isquêmicas (anginas tendem a se relacionar com atividade física) indicado para procurar alguma alteração no coração que só se manifesta no esforço Holter 24horas: um tipo de eletrocardiograma que é realizado para avaliar o ritmo do coração no período de 24 horas. Geralmente é solicitado quando o paciente apresenta sintomas frequentes de tonturas, palpitações ou falta de ar que podem indicar alterações cardíacas. M.A.P.A: monitorização da pressão arterial e consiste em um método que permite o registro da pressão arterial em um período de 24 horas, durante as atividades habituais do dia-a-dia e até quando a pessoa está dormindo. O MAPA é indicado para fazer o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica ou para avaliar se um determinado tratamento medicamentoso para pressão alta está sendo eficaz. Ressonância magnética cardíaca: para ver o musculo cardíaco Angiocoronografia ou catetetismo: ver alterações anatomicas nas coronárias Cintilografia miocárdica: ver alterações na perfusão, injeta um contraste na veia do paciente e tirar uma tomografia e depois vai fazer o paciente andar na esteira ou aplicar um medicamento que simula uma atividade física e tirar outra tomografia. Ao final, se analisa o brilho, caso deixe de brilhar o paciente tem alguma alteração Ultra-som doppler vascular: para ver se tem obstrução nas artérias, ou seja, serve para diagnosticar má circulação sanguínea e estreitamento dos vasos, e identificar varizes e tromboses
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