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TÓPICOS INTEGRADORES I - FARMÁCIA UNIDADE I 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD _______________________________________________________________________ Gonçales, Juliana Prado. Tópicos Integradores I - Farmácia: Unidade 1 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2020. _______________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 SUMÁRIO PARA INÍCIO DE CONVERSA ...................................................................................... 4 FISIOLOGIA RENAL ....................................................................................................... 5 Componentes do Sistema Renal ............................................................................................. 5 Funções do Sistema Renal ..................................................................................................... 6 Reabsorção de secreção no túbulo proximal ...................................................................... 10 Reabsorção de secreção na Alça de Henle ......................................................................... 10 Reabsorção de secreção no Túbulo distal e Ducto coletor .............................................. 11 Regulação Hormonal da Reabsorção e da Secreção Tubulares ..................................... 12 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL ............................................................................... 14 Exame de urina (EAS, urinálise) .............................................................................................. 14 Exames de sangue .................................................................................................................... 15 Depuração (clearance) plasmática renal ............................................................................ 15 Atividade Hormonal ................................................................................................................. 16 Classificação dos hormônios .................................................................................................. 17 SISTEMA HIPOTÁLAMICO-HIPOFISÁRIO ................................................................. 18 Adeno-hipófise ......................................................................................................................... 19 Neuro hipófise .......................................................................................................................... 21 GLÂNDULA TIREOIDE ................................................................................................. 22 GLÂNDULAS PARATIREOIDES ................................................................................... 22 GLÂNDULAS SUPRARRENAIS .................................................................................. 23 ILHOTAS PANCREÁTICAS ........................................................................................... 23 GÔNADAS - OVÁRIOS E TESTÍCULOS ...................................................................... 24 PINEAL E TIMO ............................................................................................................. 24 4 TÓPICOS INTEGRADORES I - FARMÁCIA UNIDADE 1 PARA INÍCIO DE CONVERSA Olá aluno (a), Seja muito bem-vindo (a) a disciplina de Tópicos Integradores I em Farmácia. Neste Guia de Estudos iremos abordar os aspectos gerais do Sistema Renal e do Sistema Endócrino. Sobre a fisiologia renal estudaremos suas principais funções, os mecanismos de filtração glomerular e de reabsorção e secreção tubular que ocorrem nos néfrons e como ocorre sua regulação. Por fim, veremos também quais os principais exames para avaliar a função renal. Em relação ao sistema endócrino, estudaremos o que são e como se classificam os hormônios. Conheceremos as principais glândulas endócrinas do nosso corpo, seus respectivos hormônios e como eles regulam diversas áreas do nosso organismo. No néfron, sua regulação e quais as principais formas de avaliar a função renal. Bons estudos! ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA Prezado (a) aluno (a), nesta unidade iremos abordar aspectos não estudados anteriormente e, por esse motivo é importante que você acesse os materiais adicionais, bem como, consulte a bibliografia indicada. O ensino a distância tem o objetivo de oferecer um processo de aprendizagem completo e dinâmico, amparado por recursos tecnológicos. Porém, nesta modalidade de ensino você é gestor do seu progresso acadêmico. E, para que você tenha sucesso, é essencial saber administrar bem as vantagens que o EAD oferta, como a flexibilidade no tempo. Por esse motivo, organize seu tempo de estudo de acordo com sua disponibilidade, tenha foco, disciplina, monte um cronograma de estudos e fuja das distrações. PALAVRAS DO PROFESSOR Querido (a) aluno (a), não se esqueça de que esta disciplina terá atividades avaliativas e, consequentemente, você deverá estudar com atenção todo o conteúdo para estar seguro (a) no decorrer de toda a disciplina e, assim, poder realizar as referidas atividades com segurança. Vamos dar início a nossa primeira unidade. Preparado (a)? Vamos começar! 5 FISIOLOGIA RENAL Componentes do Sistema Renal Para começarmos nossos estudos, é importante que você saiba que a estrutura e a função de um órgão estão intimamente ligadas, por isto, é preciso entender a anatomia macroscópica dos rins para facilitar a compreensão da fisiologia do sistema renal. É importante destacarmos que os rins são órgãos pareados, situados na parede posterior do abdome, um em cada lado da coluna vertebral e que apresentam duas regiões distintas: uma externa, chamada córtex, e outra interna, denominada medula. Estas regiões são compostas por néfrons, vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos. A medula renal se divide em massas cônicas, chamadas pirâmides renais, cujo ápice situa-se no cálice menor. Estes se expandem, formando os cálices maiores que, em seguida, unem-se originando a pelve renal, que representa a região superior e expandida do ureter e que tem por função conduzir a urina até a bexiga (Figura 1). Figura 1. Estrutura do rim humano e suas estruturas internas. Fonte: Berne & Levy, 2010 Além disso, é fundamental que você esteja ciente de que a unidade funcional do rim é o néfron e que as partes que constituem o néfron são o corpúsculo renal, o túbulo proximal, a alça de Henle, o túbulo distal e o sistema do ducto coletor. Já o corpúsculo renal é formado por capilares glomerulares e pela cápsula de Bowman (Figura 2). Esteja atento (a) ao fato de que cada segmento do néfron é formado por células adequadas para a realização das funções de transporte específicas. 6 Figura 2. Estrutura do néfron. Fonte: Tortora & Derrickson, 2014 O aparelho justaglomerular é outro componente importante do mecanismo fisiológico renal. É composto por células da mácula densa que representam uma porção morfologicamente distinta do ramo ascendente espesso da alça de Henle e que detectam o volume e o conteúdo do ultrafiltrado, por células mesangiais extraglomerulares e por células justaglomerulares das arteríolas aferentes. Estas últimas são importantes por produzirem a renina, hormônio envolvido na regulação da pressão arterial através do sistema renina-angiotensina-aldosterona. VOCÊ SABIA? Os rins trabalham 24 horas por dia, regulando o volume corporal de água e eliminando os resíduos do corpo. Diariamente, passam pelos rins cerca de 1.500 litros de sangue. Assim, cada rim possui por volta de 1 milhão de néfrons. Dessa forma, quandoparte dos néfrons é comprometida, devido a alguma patologia (pedras nos rins, diabetes e hipertensão, por exemplo), sua função é comprometida e precisa ser compensada por aqueles que ainda estão saudáveis. É importante estar atento (a) para essa situação, pois este tipo de lesão renal costuma ser progressiva, irreversível e silenciosa. Funções do Sistema Renal O sistema renal possui diferentes funções, tais como: Promover o equilíbrio eletrolítico, através da regulação dos níveis sanguíneos de vários íons; Regular o pH sanguíneo, através do controle de íons hidrogênio (H+) e bicarbonato (HCO3 –), ajudando no equilíbrio ácido-base do organismo; Regular a pressão arterial por meio da secreção da renina e consequente ativação do sistema renina angiotensina aldosterona; ??? 7 Ajustar o volume do sangue por meio da conservação ou eliminação de água na urina; Promover a manutenção da osmolaridade do sangue ao regular a perda de água e solutos na urina; Produzir hormônios como o 1,25-diidroxicolicalciferol, que atuam na homeostasia do cálcio e a eritropoetina que estimula a produção de eritrócitos; Regular o nível sanguíneo de glicose através da utilização da glutamina na gliconeogênese; Excretar resíduos metabólicos e substâncias estranhas por meio da formação de urina. Para produzir urina, o sistema renal realiza três processos básicos: A filtração glomerular de água e solutos do plasma sanguíneo para o túbulo renal, a reabsorção tubular que corresponde ao retorno da água e dos solutos filtrados para a corrente sanguínea e a secreção tubular, processo que remove substâncias do sangue (Figura 3). Figura 3. Relação da estrutura de um néfron com suas três funções básicas: filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular. Fonte: Tortora & Derrickson, 2014 Para entendermos como se dá a produção da urina, vamos conhecer um pouco mais sobre os três processos citados acima. 1. Filtração Glomerular A primeira etapa na formação da urina pelos rins é a ultrafiltração do plasma pelo glomérulo. O líquido que entra no espaço capsular, chamado de filtrado glomerular, é desprovido de elementos celulares e, praticamente, não contém proteínas. Em média, o volume diário de filtrado glomerular, nos adultos, é de 150 litros nas mulheres e 180 litros nos homens. Mais de 99% deste filtrado retoma para a corrente sanguínea via reabsorção tubular, então, apenas 1 a 2 litros são excretados como urina. As substâncias filtradas do sangue atravessam três barreiras - uma composta por células endoteliais glomerulares, uma lâmina basal e uma fenda de filtração formada por podócitos. Esta estrutura envolve completamente os capilares formando uma barreira permeável, conhecida como membrana (ou barreira) de filtração, que permite a passagem de água e pequenos solutos, mas impede a maioria das proteínas plasmáticas. As células endoteliais glomerulares são permeáveis, pois possuem grandes fenestrações (poros) e 8 permitem livremente a passagem da água e de pequenos solutos, mas é impermeável a filtração de células sanguíneas e plaquetas. A lâmina basal, uma lâmina de material acelular (amorfo) entre o endotélio e os podócitos, impede a filtração de grandes proteínas plasmáticas. Os podócitos revestem externamente os capilares, recobrindo a lâmina basal, e são separados por espaços denominados fendas de filtração. Cada fenda funciona como filtro molecular que impede a passagem de proteínas e macromoléculas. A filtração glomerular depende de três pressões principais. Um que estimula a filtração e duas que resistem à filtração. Vamos entendê-las: - Pressão hidrostática glomerular do sangue (PHGS) é a pressão sanguínea nos capilares glomerulares. Estimula a filtração, forçando água e solutos no plasma sanguíneo, através da membrana de filtração; - Pressão hidrostática capsular (PHC) é a pressão hidrostática exercida contra a membrana de filtração pelo líquido já presente no espaço capsular e no túbulo renal. A PHC opõe-se à filtração e representa uma “contrapressão”; - Pressão coloidosmótica do sangue (PCOS) é resultante da presença de proteínas, tais como albumina, globulinas e fibrinogênio, no plasma sanguíneo, também resiste à filtração. Taxa de Filtração Glomerular A quantidade de filtrado formado em todos os corpúsculos renais dos dois rins, a cada minuto, é chamada de taxa de filtração glomerular (TFG). A homeostasia dos líquidos corporais necessita que os rins mantenham uma TFG relativamente constante. Se a TFG for muito alta, substâncias necessárias ao organismo podem não ser reabsorvidas e serão eliminadas na urina. Se a TFG for muito baixa, certos produtos residuais podem ser reabsorvidos e não serem eliminados adequadamente. Os mecanismos que regulam a taxa de filtração glomerular operam de duas maneiras principais: Ajustando o fluxo sanguíneo que entra e sai do glomérulo (Quadro 1), e Alterando a área da superfície do capilar glomerular disponível para filtração. Quadro 1. Relação entre alterações na resistência das arteríolas aferente e eferente sobre fluxo sanguíneo renal (FSR) e a taxa de filtração glomerular (TFG). Fonte: Guyton, 2017 (Adaptado). RESISTÊNCIA VASCULAR DAS ARTERÍOLAS GLOMERULARES FLUXO SANGUÍNEO RENAL TAXA DE FILTRAÇÃO GLOMERULAAR AFERENTE Vasoconstrição Vasodilatação EFERENTE Vasoconstrição Vasodilatação 9 Três mecanismos controlam a TFG, conforme quadro abaixo (Quadro 2): Autorregulação renal; Regulação neural; Regulação hormonal. Quadro 2. Resumo dos mecanismos de controle da taxa de filtração glomerular Fonte: Tortora & Derrickson, 2014 (Adaptado) 2. Reabsorção de Secreção Tubular A reabsorção tubular, segunda função básica do néfron, consiste no processo de retorno da maior parte da água filtrada e de grande parte dos solutos filtrados para a corrente sanguínea. Normalmente, por volta de 99% da água filtrada é reabsorvida. Assim que o filtrado atinge o túbulo proximal, as células epiteliais, ao longo de todo percurso, ajustam-se para, através de processos de reabsorção, manter o equilíbrio homeostático da água e dos íons selecionados. TIPO DE REGULAÇÃO ESTÍMULO PRINCIPAL MECANISMO E LOCAL DE AÇÃO EFEITO NA TFG AUTORREGULAÇÃO RENAL Mecanismo miogênico Pressão arterial provoca o estiramento das paredes da arteríola aferente. Contração da musculatura lisa das arteríolas aferentes. Fluxo Sanguíneo renal Diminuição Retroalimentação (Feedback) tubuloglomerular Pressão arterial promove a entrega rápida de Na e Cl para a mácula densa. Liberação de óxido nítrico (NO) pelo aparelho justaglomerular resultando em vasoconstrição das arteríolas aferentes Diminuição REGULAÇÃO NEURAL Nível de atividade dos nervos simpáticos renais libera noradrenalina. Constrição das arteríolas aferentes e aumento na liberação de renina. Diminuição REGULAÇÃO HORMONAL Angiotensina II Volume de sangue ou da pressão arterial. Constrição das arteríolas aferentes e eferentes. Diminuição Peptídeo natriurético atrial (PNA) Estiramento dos átrios do coração estimula a secreção de PNA. Relaxamento de células no glomérulo aumenta a área de superfície capilar disponível para filtração. Aumento 10 3. Secreção Tubular A terceira função dos néfrons é a secreção tubular, ou seja, a transferência de substâncias do sangue e das células do túbulo para o líquido tubular. Este processo tem como consequências importantes a secreção de íons H+, que ajuda a controlar o pH sanguíneo e de outras substâncias do corpo. Reabsorção de secreção no túbulo proximal O maior volume de reabsorção de soluto e de água, a partir do líquido filtrado, ocorre nos túbulos proximais, que reabsorvem 65% da água, sódio (Na+) e potássio (K+) filtrados, além da quase a totalidade dos solutos orgânicos filtrados, como a glicose e aminoácidos. São responsáveis também por parte da reabsorção de cloro(Cl-), bicarbonato (HC03 -), cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e fosfato (HPO2-). Na primeira metade do túbulo proximal, o sódio é reabsorvido por cotransporte ao HC03- e às diversas moléculas orgânicas como a glicose, aminoácidos e outros solutos. Entretanto, em sua segunda metade, o sódio é reabsorvido, principalmente por cotransporte com íons cloreto. Portanto, variações na reabsorção de Na+ influenciam a reabsorção de água e de outros solutos pelo túbulo proximal. Em relação à água, sua reabsorção tem como força propulsora o gradiente osmótico estabelecido pelo cotransporte de sódio e solutos. Como as membranas apical e basolateral das células do túbulo proximal expressam canais de água de aquaporinas, a água é principalmente reabsorvida por osmose através destas células. Além disso, os túbulos proximais secretam uma quantidade variável de íons de hidrogênio H+, íons amônio (NH4 +) e ureia. A secreção de cátions e ânions, pelo túbulo proximal, desempenha papel-chave na limitação do corpo aos compostos tóxicos derivados de reservas endógenas (produtos do metabolismo) e exógenas, como fármacos e compostos tóxicos. Reabsorção de secreção na Alça de Henle A porção descendente da Alça de Henle não transporta ativamente o sódio (Na+) e também é impermeável à sua difusão passiva. No entanto, é altamente permeável à água, que é retirada da alça descendente por osmose, através de canais de aquaporinas, e, assim, retorna ao sangue dos capilares. Então, a concentração do líquido tubular aumenta e seu volume diminui à medida que desce em direção ao final das alças. Em contrapartida, o ramo ascendente é impermeável à água e bastante permeável a solutos. A reabsorção de Na+Cl- na porção fina do ramo ascendente ocorre por mecanismo passivo. Já no segmento ascendente espesso a reabsorção de solutos se dá por transporte ativo. Como os íons, mas não as moléculas de água, são reabsorvidos, a osmolaridade do líquido tubular diminui à medida que o líquido flui em direção à extremidade do ramo ascendente. 11 Reabsorção de secreção no Túbulo distal e Ducto coletor A região inicial do túbulo distal reabsorve solutos como Na+, K+e Cl- e é praticamente impermeável a água e a ureia. Esta porção do túbulo distal também é importante, pois é nela que o hormônio paratireóideo (PTH) estimula a reabsorção de Ca2 +, dependendo das necessidades do corpo. O segmento final do túbulo distal e o ducto coletor apresentam características funcionais análogas e são compostos por dois tipos de células: células principais e células intercaladas. As células principais reabsorvem Na+ e água e secretam K+. As células intercaladas desempenham um papel importante na regulação acidobásica, e se apresentam de dois tipos. As células intercaladas tipo A secretam íons H+ mediante transporte ativo e reabsorvem HCO3 – em quadros de acidose. As células intercaladas tipo B apresentam funções opostas às do tipo A e secretam HCO3 – para o lúmen tubular, enquanto reabsorvem íons H+ na alcalose. No final dos túbulos distais e do ducto coletor, o volume de reabsorção de água e solutos e o volume de secreção de solutos variam, dependendo das necessidades do corpo. Pode ser observado abaixo, no quadro 3, um resumo das principais substâncias que são reabsorvidas e secretadas à medida que o ultrafiltrado segue pelas estruturas do néfron. Veja: Quadro 3. Principais substâncias reabsorvidas e secretadas ao longo do néfron. Fonte: Guyton, 2017 (Adaptado). VEJA O VÍDEO! O que você acha de entender um pouco mais sobre a produção da urina? No vídeo indicado abaixo, você poderá ver um como ocorre a formação da urina. É possível ver, ao longo do processo, as fases de filtração, que ocorrem quando o sangue adentra a capsula de Bowman através da arteríola aferente, bem como a reabsorção e a secreção de substâncias nos demais túbulos que formam o néfron. Acesse http://sereduc.com/ dL0y2K (Duração 03:11) LOCAL REABSORÇÃO SECREÇÃO Túbulo proximal Íons (Na+, Cl-, K+, Mg2+, Ca2+) Biocarbonato (HCO3-) Aminoácidos e glicose Íons H+ Ácidos e bases orgânicas Amônia (NH4+), Ureia Alça de Henle descendente Água (H2O) ----- Alça de Henle ascendente Íons (Na+, Cl-, K+, Mg2+, Ca2+) Biocarbonato (HCO3-) Íons H+ Túbulo distal (porção inicial) Íons (Na+, Cl-, K+, Mg2+, Ca2+) ----- Túbulo distal (porção final) / Ducto coletor Água (H2O) Íons Na+, K+, H+ Biocarbonato (HCO3-) Íons K+, H+ Biocarbonato (HCO3-) 12 Regulação Hormonal da Reabsorção e da Secreção Tubulares - Hormônio Antidiurético (ADH) O ADH ou vasopressina é um hormônio liberado pela neuro hipófise e que atua sobre os rins para gerir o volume e a osmolalidade da urina. Ele regula a reabsorção de água, aumentando a permeabilidade das células principais na parte final do túbulo contorcido distal e no túbulo coletor. Como resultado, as moléculas de água se movem mais rapidamente do líquido tubular para o interior das células. Quando os níveis plasmáticos de ADH estão altos, o ducto coletor se torna mais permeável e reabsorve mais água. Desta forma, um pequeno volume de urina é excretado (antidiurese) e a urina é mais concentrada. Quando os níveis plasmáticos estão baixos, ocorre uma menor reabsorção de água, a urina torna-se mais diluída e é excretada em grande volume (diurese). O ADH está também envolvido na manutenção da homeostase da concentração plasmática. Quaisquer alterações nos níveis de osmolalidade do plasma e dos líquidos intersticiais são detectadas por osmorreceptores no hipotálamo. Os impulsos nervosos regulam então a secreção de ADH para o sangue, para que as células principais nos rins se tornem mais ou menos permeáveis à água. Conforme ocorre a reabsorção de água, a osmolalidade do plasma normaliza (figura 4). Veja: Figura 4. Controle da homeostase da concentração plasmática e do volume de urina por ação do ADH. Fonte: Traduzido de FOX, 2013 13 Além de atuar aumentando a permeabilidade do ducto coletor à água, o ADH aumenta também a permeabilidade da porção medular do ducto coletor à ureia, estimula a reabsorção de NaCl pelo ramo ascendente espesso da alça de Henle, pelo túbulo distal e ducto coletor. VOCÊ SABIA? Existem dois tipos de Diabetes que são bastante distintos entre si. O Diabetes melittus é uma patologia no metabolismo dos carboidratos que ocorre quando o organismo é incapaz de produzir ou é resistente ao hormônio insulina. Por outro lado, o Diabetes insipidus é uma doença que ocorre devido à secreção inadequada de hormônio antidiurético (ADH) pela hipófise posterior ou por um defeito genético nos receptores dos canais de ADH, que passam a inibir a ação deste hormônio. Sem secreção ou ação adequada do ADH, o ducto coletor trona-se pouco permeável à água e reabsorve menos água. Assim, ocorre a excreção de um grande volume de urina diluída (poliúria), podendo chegar a 10L por dia. Esta perda excessiva de água pode causar desidratação, resultando em sede intensa (polidipsia). Porém, um indivíduo com diabetes insipidus, mesmo que se mantenha hidratado, pode ter dificuldade para compensar a grande quantidade de água perdida na urina e manter a osmolalidade corporal. - Sistema Renina Angiotensina Aldosterona (SRAA) A ativação do SRAA ocorre quando o volume de sangue e a pressão arterial diminuem, as paredes das arteríolas glomerulares aferentes são menos distendidas e as células justaglomerulares secretam a enzima renina no sangue. A estimulação simpática e a liberação de NaCl pela mácula densa também estimulam a liberação de renina pelas células justaglomerulares (Figura 5). A renina tem por função clivar o angiotensinogênio (proteína sintetizada pelos hepatócitos) em angiotensina I. Por ação da enzima conversora de angiotensina (ECA), a angiotensina I é convertida em angiotensina II, que é a forma ativa do hormônio. A angiotensina II afeta a fisiologia renal de três modos principais: Diminui a taxa de filtração glomerular, causando vasoconstriçãodas arteríolas glomerulares aferentes; Aumenta a reabsorção de Na+, Cl– e água no túbulo proximal; Estimula o córtex da glândula suprarrenal a liberar aldosterona. A aldosterona é um hormônio produzido pelas células glomerulares do córtex suprarrenal, que também interfere na fisiologia renal, pois: ??? 14 Estimula as células dos túbulos distais e ductos coletores a reabsorver mais Na+ e Cl– e a secretar mais K+. Consequentemente promove maior reabsorção de água, provocando aumento do volume sanguíneo e da pressão arterial. Figura 5. Representação esquemática resumida dos componentes essenciais do sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona e suas funções sobre o sistema renal. Fonte: a autora. AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL A avaliação de rotina da função renal envolve a aferição da quantidade e da qualidade da urina e os níveis de resíduos metabólicos no sangue. Ela é feita de diversas formas. Assim como conhecer cada uma dessas maneiras de realizar a avaliação de rotina da função. Exame de urina (EAS, urinálise) A análise das características físicas, químicas e microscópicas da urina revela muito sobre o estado do corpo. Um adulto normal eliminada por dia aproximadamente de 1 a 2ℓ de urina, este volume pode ser alterado devido a diferentes fatores, dentre eles, alterações na fisiologia renal. Se uma patologia altera o metabolismo renal, podem aparecer vestígios de substâncias que, normalmente, não deveriam ser encontradas na urina, ou constituintes normais podem aparecer em quantidades anormais. É normal encontrar uma pequena quantidade de uma glicoproteína na urina, denominada Tamm-Horsfall. Esta pode ser derivada de duas fontes: (1) filtração e reabsorção incompleta no túbulo proximal e (2) síntese pelo ramo ascendente fino da alça de Henle. Entretanto, uma quantidade desta proteína na urina acima do normal é frequentemente um indicativo de doença renal. 15 Exames de sangue Existem principalmente dois exames realizados através da análise sanguínea que fornecem informações sobre a função renal. Um deles é a determinação dos níveis de ureia, substância resultante do catabolismo de aminoácidos. Os níveis de ureia plasmática e a TFG são inversamente proporcionais. Quando a TFG diminui significativamente, como pode ocorrer em caso de doença renal ou obstrução do sistema urinário, os níveis de ureia se elevam abruptamente. Outro exame frequentemente utilizado é a determinação da creatinina, substância que resulta do catabolismo do fosfato de creatina no músculo esquelético. A creatinina deve ser produzida e eliminada de forma constante pelo organismo. Se o coeficiente de eliminação renal não condiz com os níveis de produção diários de creatinina, é provável que também exista algum problema para eliminar outras substâncias do nosso metabolismo, incluindo toxinas. Portanto, um aumento da concentração de creatinina plasmática pode ser indicativo de insuficiência renal. Depuração (clearance) plasmática renal A maneira mais eficaz de analisar a função renal é avaliar quão efetiva é a remoção pelos rins de uma determinada substância do plasma sanguíneo. A depuração plasmática renal consiste no volume de sangue que é “purificado” de uma substância em um determinado tempo. Uma alta taxa de depuração indica excreção eficiente de uma substância pela urina, por conseguinte uma depuração baixa indica excreção ineficiente. Uma substância que é filtrada, mas não é reabsorvida nem secretada, tem sua depuração igual à sua TFG, pois todas as moléculas que passam pela membrana de filtração devem aparecer na urina. Em um humano normal a creatinina é filtrada, não é reabsorvida, e é secretada apenas em pouquíssima quantidade. Devido a esta ínfima secreção de creatinina, a depuração da creatinina não é tão precisa, porém é uma estimativa aproximada da TFG. Esse exame utiliza a taxa da creatinina em uma amostra de sangue e na urina produzida durante 24 horas. Os resultados obtidos correspondem à quantidade de creatinina retirada do sangue e posteriormente eliminada na urina. Desta forma, o cálculo permite realizar uma correspondência com a quantidade de sangue filtrado em 24 horas. SISTEMA ENDÓCRINO O corpo humano possui dois tipos de glândulas: exócrinas e endócrinas. As glândulas exócrinas secretam seus produtos para lúmen de um órgão, para a superfície externa do corpo e para ductos que conduzem as secreções para cavidades corporais. As glândulas endócrinas secretam seus produtos (hormônios) diretamente no líquido intersticial que circunda as células secretoras. 16 A hipófise e as glândulas tireoide e suprarrenal são exemplos de glândulas endócrinas. Contudo, a secreção de hormônios não é exclusiva das glândulas endócrinas. Vários órgãos e tecidos contêm células que também secretam hormônios, como por exemplo, o hipotálamo, timo, pâncreas, gônadas, rins, coração. O conjunto destas glândulas endócrinas e células secretoras de hormônio constitui o sistema endócrino (Figura 6). Figura 6. Glândulas do Sistema Endócrino Fonte: Berne & Levy, 2010. Você deve sempre lembrar de que a função primordial do sistema endócrino é regular, através da liberação de hormônios, vários órgãos dentro do corpo para satisfazer as necessidades do organismo e para responder às flutuações dentro do ambiente interno, incluindo vários tipos de estresse. Atividade Hormonal Os hormônios se ligam a receptores proteicos específicos e, desta forma, influenciam e atuam apenas nas células- alvo correspondentes. A maioria dos hormônios é considerada circulante, pois, após serem liberados das células secretoras, passam para o líquido intersticial e, em seguida, para o sangue. Os hormônios que atuam nas células vizinhas (parácrinos) ou nas mesmas células que os secretaram (autócrinos), sem antes atingir a corrente sanguínea, são denominados hormônios locais. As interações entre diferentes hormônios produzem efeitos que podem ser sinérgicos, permissivos ou antagônicos. Vamos entendê-los: Efeito sinérgico: ocorre quando dois hormônios agem juntos para produzir um resultado particular com efeito maior do que se agissem sozinhos; 17 Efeito permissivo: acontece quando ações de alguns hormônios nas células -alvo demandam exposição simultânea ou recente de um segundo hormônio, aumentando, assim, a capacidade de resposta da célula-alvo; Efeito antagônico: quando um hormônio faz oposição às ações de outro. A liberação dos hormônios ocorre em salvas, após a glândula endócrina ser estimulada. A frequência desta liberação é proporcional à intensidade do estímulo e influencia a concentração sanguínea de determinado hormônio. A secreção hormonal é regulada por sinais do sistema nervoso, alterações químicas no sangue e outros hormônios. Classificação dos hormônios De acordo com a natureza química e solubilidade, os hormônios podem ser divididos em duas grandes classes: lipossolúveis e hidrossolúveis. -- Hormônios lipossolúveis São aqueles que possuem a capacidade de atravessar a membrana plasmática e acessar seu receptor específico, localizado dentro da célula-alvo. O transporte desses hormônios até estas células acontece, em sua maioria, ligada às proteínas transportadoras. Esta ligação torna o hormônio temporariamente hidrossolúvel, aumentando sua solubilidade no sangue. Os hormônios lipossolúveis englobam os hormônios esteroides, os hormônios da tireoide e o óxido nítrico. Veja: Os hormônios esteroides são derivados do colesterol e secretados pela glândula suprarrenal (corticoesteróides) ou pelas gônodas (esteroides sexuais); Os hormônios da tireoide (T3 e T4) são sintetizados pela conexão de iodo ao aminoácido tirosina; O gás óxido nítrico (NO) que é tanto um hormônio quanto um neurotransmissor. -- Hormônios hidrossolúveis Devido sua natureza química, os hormônios hidrossolúveis não possuem a capacidade de adentrar a célula-alvo. Por isto, os receptores destes hormônios estão localizados na superfície da membrana plasmática das células -alvo.A circulação desta classe hormonal ocorre livremente no plasma sanguíneo, ou seja, não ligado a outras moléculas. Os hormônios hidrossolúveis englobam os hormônios aminados, hormônios proteicos e peptídicos e hormônios eicosanoides: Os hormônios aminados são assim chamados porque retêm um grupo amina (–NH3 +). São derivados da tirosina (catecolaminas) e do triptofano (serotonina e melatonina); Os hormônios peptídicos (antidiurético, ocitocina) e proteicos (hormônio do crescimento humano e insulina) são polímeros de aminoácidos. Vários hormônios proteicos, grupos de carboidrato afixados e, dessa forma, são denominados glicoproteicos (tireoestimulante); 18 Os hormônios eicosanoides (prostaglandinas e leucotrienos) são derivados do ácido araquidônico. VEJA O VÍDEO! Para que você conheça ainda mais sobre o universo dos hormônios, sugiro que você assista aos dois vídeos listados abaixo. O primeiro vídeo nos mostra o que são hormônios, onde são produzidos, como se classificam e alguns exemplos. Já o segundo, apresenta-nos as principais glândulas endócrinas e seus respectivos hormônios. Para assisti-los, acesse: - Hormônios: http://sereduc.com/CDbyxY (Duração 04:58) - Sistema Endócrino (Animação): http://sereduc.com/TMnj5x (Duração 01:42) SISTEMA HIPOTÁLAMICO-HIPOFISÁRIO O hipotálamo corresponde a uma pequena região do encéfalo que atua como a principal conexão entre os sistemas nervoso e endócrino. As células hipotalâmicas sintetizam, pelo menos, nove diferentes hormônios. A glândula hipófise é uma estrutura pequena, em forma de ervilha, que se fixa ao hipotálamo por um pedículo, o infundíbulo, e secreta diversos hormônios. Anatomicamente, apresenta dois lobos distintos, o anterior, ou adeno-hipófise, produz e secreta seus próprios hormônios. Já o lobo posterior, a neuro -hipófise, armazena e libera hormônios que são produzidos no hipotálamo (Figura 7). Figura 7. Divisão anatômica da glândula hipófise e seus hormônios. Fonte: a autora. http://sereduc.com/CDbyxY (DuraÁ„o http://sereduc.com/TMnj5x 19 Juntos, os hormônios hipotalâmicos e hipofisários desempenham funções importantes na regulação de praticamente todo o organismo, agindo em aspectos do crescimento, do desenvolvimento, do metabolismo e da homeostasia. Adeno-hipófise A adeno -hipófise secreta hormônios que regulam desde o crescimento até a reprodução (Quadro 4). A liberação destes hormônios é ajustada de duas maneiras: Na primeira, células neurossecretoras do hipotálamo secretam cinco hormônios liberadores que estimulam a secreção de hormônios da adeno- hipófise e dois hormônios inibidores, que suprimem a secreção da adeno- hipófise. Na segunda, o feedback negativo, na forma de hormônios liberados pelas glândulas-alvo, diminui secreções de três tipos de células da adeno hipófise. Hormônio do crescimento (GH): Produzido por células denominadas somatotrofos, o GH é o hormônio mais abundante da adeno -hipófise. Sua função é promover o crescimento geral de tecidos e órgãos, através da síntese e a secreção de pequenos hormônios proteicos chamados fatores de crescimento insulino símiles (IGFs) ou somatomedinas, que são produzidas pelos hepatócitos do fígado. Junto ao GH os IGFs aumentam a taxa de crescimento do esqueleto e dos músculos esqueléticos, durante a infância e a adolescência, e mantém a massa dos músculos e ossos na fase adulta, além de promover a cicatrização de lesões e o reparo tecidual. A regulação da secreção de GH é controlada por dois hormônios hipotalâmicos: o hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) ou somatocrinina, que promove a secreção do GH, e o hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH) ou somatostatina, que o suprime. O principal regulador da secreção de GHRH e de GHIH é o nível de glicose sanguínea. Níveis altos de glicose estimulam a liberação de GHIH, e níveis baixos de glicose estimulam a secreção de GHRH. Hormônio tireoestimulante (TSH): Estimula a glândula tireoide a produzir e secretar a tri iodotironina (T3) e tiroxina (T4). A secreção de TSH é regulada pelo hormônio liberador de tireotrofina (TRH) produzido no hipotálamo. Contudo, a liberação do TRH é dependente dos níveis sanguíneos de T3 e T4 via feedback negativo. Hormônio foliculoestimulante (FSH): Estimula as células foliculares a secretar estrogênios e favorece o crescimento dos folículos ovarianos nas mulheres, bem como a produção de espermatozóides nos testículos masculinos. Sua liberação é controlada pelo hipotálamo através do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). E a supressão da liberação de GnRH e FSH acontece devido aos níveis de estrogênios nas mulheres e testosterona nos homens por sistemas de feedback negativo. Hormônio luteinizante (LH): Nas mulheres esse hormônio é responsável por desencadear a ovulação, estimular a formação do corpo lúteo no ovário e a secretar progesterona pelo corpo lúteo. Quando atua junto ao FSH, eles promovem a secreção de estrogênios pelas células ovarianas. Nos homens, o LH estimula células de Leydig nos testículos a secretarem testosterona. A secreção de LH, assim como a do FSH, é controlada pelo hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Prolactina (PRL): Atua junto a outros hormônios no processo de lactação das mulheres logo após o parto. A 20 preparação das glândulas mamárias é promovida por diversos hormônios, somente depois a PRL estimula e mantém a produção de leite. Já a ejeção do leite é dependente do hormônio ocitocina produzido pelo hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise. A regulação da prolactina é realizada por meio de hormônios hipotalâmicos, tanto inibitórios quanto excitatórios. Nas mulheres a dopamina, que é o hormônio inibidor de prolactina (PIH), inibe a liberação de PRL. Durante o ciclo menstrual o nível de PIH diminui e o de PRL se eleva um pouco, porém não o suficiente para estimular a produção de leite. Durante a gravidez, o nível de PRL aumenta bastante, estimulado pelo hormônio liberador de prolactina (PRH) do hipotálamo. Após o parto, a sucção realizada pelo recém- nascido promove a redução do PIH e, consequente, aumento da PRL. Hormônio adrenocorticotrófico (ACTH): Produzido por células denominadas corticotrofos, o ACTH estimula o córtex suprarrenal para que produza e secrete glicocorticoides, como cortisol (hidrocortisona). A estimulação deste hormônio é hipotalâmica por meio do hormônio liberador de corticotrofina (CRH). A liberação de ACTH também pode ser desencadeada por estímulos como o estresse, hipoglicemia, citocinas, etc. A inibição deste hormônio ocorre por feedback negativo através de glicocorticoides que inibem a liberação de CRH e ACTH. Quadro 4. Principais hormônios da adeno-hipófise Fonte: Guyton, 2017 (Adaptado). HORMÔNIO TECIDO ALVO FUNÇÃO REGULAÇÃO DA SECREÇÃO GH Fígado e outros tecidos Promover o crescimento geral de tecidos e órgãos e manter a massa dos músculos e ossos. Estimulada por: Somatocrinina (GHRH) Inibida por: Somatostatina (GHIH). TSH Glândula tireóide Produzir e secretar T3 e T4. Estimulada por: TRH Inibida por: Hormônios da tireoide. FSH Gônadas Mulheres: favorecer o crescimento dos folículos ovarianos. Homens: Estimular a produção de espermatozoides. Estimulada por: GnRH Inibida por: Hormônios esteróides sexuais. LH Gônadas Mulheres: Desencadear a ovulação, estimular a formação do corpo lúteo da secreção de progesterona. Homens: Estimular a secreção de testosterona. Estimulada por: GnRH Inibida por: Hormônios esteróides sexuais. PRL Glândula mamária Estimular e manter a produção de leite após o parto. Estimulada por: PRH Inibida por: Dopamina. ACTH Córtex da Suprarrenal Estimular produção e secreção de cortisol. Estimulada por: CRH Inibida por: Glicocorticóides. 21 Neuro hipófise Embora não sintetize hormônios, a neuro -hipófise armazena e libera dois hormônios produzidos pelo hipotálamo. O hormônio ocitocina (OT) e o hormônio antidiurético (ADH), tambémchamado de vasopressina (Quadro 5). Quadro 5. Hormônios armazenados na neuro-hipófise. Fonte: Guyton, 2017 (Adaptado). Ocitocina: Age principalmente no útero grávido, estimulando a contração das células musculares lisas do útero induzindo o parto e a contração das células mioepiteliais das glândulas mamárias, favorecendo a ejeção do leite durante a amamentação. VOCÊ SABIA? Muito tempo antes da descoberta da ocitocina, em caso de parto de gêmeos, era prática comum em obstetrícia permitir que o primeiro gêmeo nascido sugasse a mama da mãe para acelerar o nascimento do segundo feto. Hoje sabemos a explicação do porque dessa prática ser útil e podemos fundamentá-la cientificamente. Isso porque a sucção da mama estimula a liberação de ocitocina que, por sua vez, estimula a contração da musculatura uterina. Mesmo em casos de nascimento de um único feto, a amamentação é importante, pois ajuda na expulsão da placenta e o útero a readquirir seu tamanho original. Continuando... Hormônio antidiurético (ADH): Possui efeito antidiurético, pois estimula a reabsorção renal de água no túbulo contorcido distal e ducto coletor, diminuindo, assim, o volume urinário. Atua também na regulação da pressão arterial, visto que promove a vasoconstricção. HORMÔNIO TECIDO ALVO FUNÇÃO REGULAÇÃO DA SECREÇÃO OCITOCINA Glândulas Mamárias Estimular a contração da musculatura uterina durante o parto e promover a ejeção de leite durante a amamentação. Estimulada por: Distensão uterina e estimulação dos mamilos. ADH Rins Estimular a reabsorção renal de água e promover vasoconstricção. Estimulada por: Elevação da pressão osmótica do sangue, desidratação. Inibida por: Diminuição da pressão osmótica do sangue, elevação do volume sanguíneo. ??? 22 As células hipotalâmicas secretam ADH em resposta a elevação da pressão osmótica do sangue, desidratação, perda de volume sanguíneo, dor ou estresse. Fatores como a baixa pressão osmótica do sangue, volume sanguíneo elevado e álcool etílico são inibidores da secreção de ADH. GLÂNDULA TIREOIDE A glândula tireoide está localizada logo abaixo da laringe e é composta pelos lobos direito e esquerdo, um em cada lado da traqueia. É constituída por sacos esféricos chamados de folículos da tireoide. A parede de cada folículo é constituída por células foliculares que, sob a influência do TSH, passam a produzir e secretar dois hormônios: tri iodotironina (T3) e tiroxina (T4). Entre os folículos, encontram-se as células parafoliculares ou células C, que produzem o hormônio calcitonina (CT), que ajuda a regular a homeostasia do cálcio. O T3 e o T4, produzidas nas células foliculares da tireoide, atuam basicamente por todo o corpo. Suas principais funções são: Aumentar a taxa metabólica basal (TMB), que torna o metabolismo celular dos carboidratos, lipídios e proteínas mais intenso; Participar da manutenção da temperatura corporal; Aumentar a frequência cardíaca e respiratória; Intensificar a lipólise e a excreção de colesterol, reduzindo o nível de colesterol sanguíneo; Junto com o GH e a insulina, acelerar o crescimento corporal, principalmente dos sistemas nervoso e esquelético; Intensificar algumas ações das catecolaminas norepinefrina e epinefrina. A calcitonina é produzida pelas células parafoliculares da glândula tireoide. Sua função é participar do metabolismo do cálcio, pois, reduz os níveis sanguíneos de Ca2 + e HPO4 2– , inibindo a dissolução de cristais de fosfato de cálcio dos ossos e estimulando a secreção de cálcio na urina pelos rins. GLÂNDULAS PARATIREOIDES As glândulas paratireoides encontram-se incrustadas na face posterior dos lobos direito e esquerdo da glândula tireoide e se apresentam em quatro unidades. As células principais da paratireóide produzem o paratormônio (PTH). As principais funções do PTH são: Retardar a perda de cálcio (Ca2 +) e magnésio (Mg2 +), além de acentuar a perda de fosfato (HPO4 2–) do sangue para a urina; Promover a formação do hormônio 1,25 di -hidroxivitamina D3, ou calcitriol, forma ativa da vitamina D, que aumenta a taxa de absorção sanguínea de Ca2 +, HPO4 2– e Mg2 + no sistema digestório. 23 GLÂNDULAS SUPRARRENAIS As glândulas suprarrenais são duas e estão localizadas em cima de cada um dos rins. Apresentam duas regiões distintas: o córtex e a medula. O córtex produz hormônios mineralocorticoides e glicocorticóides. A medula produz três hormônios catecolaminas - norepinefrina, epinefrina e uma pequena quantidade de dopamina. A aldosterona é o principal mineralocorticoide produzido no córtex da suprarrenal. Este hormônio regula a homeostasia dos íons sódio (Na+) e potássio (K+), ajusta a pressão arterial e o volume sanguíneo, promove a excreção de H+ na urina e, desta forma, ajuda na manutenção do equilíbrio eletrolítico. A sua secreção é estimulada pela angiotensina II via sistema renina- angiotensina- aldosterona (SRAA). Outra categoria de hormônios produzida no córtex da suprarrenal são os glicocorticoides, que regulam o metabolismo e a resistência ao estresse. O cortisol é o glicocorticoide mais abundante. Estes hormônios intensificam a taxa de degradação de proteína, aumentando a liberação de aminoácidos na corrente sanguínea, estimulam a lipólise, convertem aminoácidos ou ácido láctico em glicose, promovem a resistência ao estresse, deprimem as respostas imunes e inibem a participação dos leucócitos nas respostas inflamatórias. A medula da glândula suprarrenal, secreta hormônios através das células cromafins. Os dois principais hormônios por elas sintetizados são a epinefrina (adrenalina) e a norepinefrina (noradrenalina). Estes hormônios intensificam respostas simpáticas que ocorrem em outras partes do corpo, por exemplo, aumentando a frequência e a força de contração cardíaca, o fluxo de sangue para diversos órgãos, dilatando vias respiratórias e ele vando os níveis sanguíneos de glicose e ácidos graxos. ILHOTAS PANCREÁTICAS O pâncreas é uma glândula tanto endócrina quanto exócrina. Sua porção exócrina está distribuída em ácinos, que produzem enzimas que atuam no sistema digestório. As ilhotas pancreáticas, ou ilhotas de Langerhans, estão localizadas entre os ácinos, e possuem quatro tipos de células secretoras de hormônio: Células-a secretam glucagon que eleva o nível de glicose no sangue; Células-β secretam insulina que reduz o nível de glicose no sangue; Células-δ secretam somatostatina que regula a liberação tanto de insulina quanto de glucagon e também inibem a secreção de GH; Células-F secretam o polipeptídio pancreático que inibe a secreção de somatostatina, a contração da vesícula biliar e a secreção de enzimas digestivas pelo pâncreas. 24 GÔNADAS - OVÁRIOS E TESTÍCULOS As gônadas são órgãos que, além de sua função reprodutora de produzirem os gametas, também secretam hormônios. Os ovários, gônadas femininas, sintetizam diversos hormônios esteroides, como os estrogênios (estradiol e estrona) e a progesterona. Esses hormônios atuam em conjunto ao FSH e o LH para regular o ciclo menstrual, manter a gravidez e preparar as glândulas mamárias para a lactação. Além disso, ajudam no desenvolvimento das características sexuais femininas secundárias durante a puberdade. Os ovários também produzem a inibina, hormônio proteico que inibe a secreção de FSH. Junto à placenta, os ovários produzem o hormônio peptídio relaxina, que ajuda a dilatar o colo do útero durante o parto. Já as gônadas masculinas, os testículos, estão localizadas no escroto e produzem a testosterona e inibina. A testosterona promove a migração dos testículos para o escroto antes do nascimento e estimula o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas durante a puberdade e regula a produção de espermatozoides. PINEAL E TIMO A glândula pineal está localizada na parte superior do terceiro ventrículo do encéfalo e produz um hormônio amina denominado melatonina. Este contribui para o ajuste eestabelecimento do ciclo circadiano do organismo e promove a sonolência. A atividade neural circadiana do SNC regula a pineal por meio de nervos simpáticos que inibem a secreção de melatonina durante o dia. Como resultado, sua secreção se intensifica durante a noite, no escuro. O timo está localizado atrás do esterno, entre os pulmões. Os hormônios produzidos pelo timo são a timosina, o fator tímico humoral (THF), o fator tímico (TF) e timopoetina que promovem a maturação dos linfócitos T. ACESSE O AMBIENTE VIRTUAL Acesse seu ambiente virtual e consulte os livros da disciplina de Fisiologia Humana e não se esqueça de realizar os questionários e as atividades disponíveis. Qualquer dúvida procure seu (ua) tutor (a). 25 PALAVRAS FINAIS Caro (a) aluno (a), Finalizamos aqui nosso Guia de Estudos da Unidade I. O conteúdo abordado reafirmou, não só fundamentos já conhecidos, como também adicionou outros conhecimentos necessários ao longo do curso para que você se torne um (a) excelente profissional. Você aprendeu até aqui conceitos os aspectos da fisiologia renal e endócrina. Para ampliar seus conhecimentos, recomendo que acesse sua biblioteca virtual e adicione para leitura um livro que poderá contribuir ainda mais com seu conhecimento: o livro de Fisiologia humana. Aproveite que terminou sua primeira etapa de estudo e responda ao questionário referente a essa unidade. Isso lhe permitirá identificar suas principais dúvidas. Não se esqueça de que o (a) tutor (a) estará disponível para tirar suas dúvidas e, além disso, fique de olho na data da webconferência desta disciplina, pois assim você poderá esclarecer suas dúvidas com o (a) professor (a). Conversaremos de novo no próximo Guia de Estudos. Até breve! REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 2. FOX, Stuart I. Fisiologia Humana. 13ª ed. México: MC Graw Hill Education. 2013. 3. GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 13ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2017. 4. TORTORA, Gerald J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de anatomia e fisiologia. 14ª ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 2014. Para início de conversa FISIOLOGIA RENAL Componentes do Sistema Renal Funções do Sistema Renal Reabsorção de secreção no túbulo proximal Reabsorção de secreção na Alça de Henle Reabsorção de secreção no Túbulo distal e Ducto coletor Regulação Hormonal da Reabsorção e da Secreção Tubulares AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL Exame de urina (EAS, urinálise) Exames de sangue Depuração (clearance) plasmática renal Atividade Hormonal Classificação dos hormônios SISTEMA HIPOTÁLAMICO-HIPOFISÁRIO Adeno-hipófise Neuro hipófise GLÂNDULA TIREOIDE GLÂNDULAS PARATIREOIDES GLÂNDULAS SUPRARRENAIS ILHOTAS PANCREÁTICAS GÔNADAS - OVÁRIOS E TESTÍCULOS PINEAL E TIMO
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