Prévia do material em texto
Função Poética A Função Poética caracteriza-se pela preocupação com a forma do discurso, ou seja, o modo utilizado para transmitir uma mensagem. Essa função da linguagem é encontrada nas obras literárias, e muitas vezes é confundida com a função emotiva. Lembre-se que na função poética, o mais importante é a mensagem em si. Já o principal objetivo da função emotiva é emocionar, ao mesmo tempo que se preocupa com o emissor da mensagem. Características da Função Poética · Preocupação com a mensagem e a forma como ela é transmitida. · Palavras usadas em sentido conotativo, ou figurado. · Utilização de figuras de linguagem. A função poética da linguagem, um dos seis elementos da comunicação prescritos pelo linguista russo Roman Jakobson, tem como principal característica a emissão de uma mensagem elaborada de maneira inovadora, encontrada predominantemente na linguagem literária, sobretudo na poesia. O centro de interesse da comunicação na função poética é o próprio texto e, por isso, alguns recursos são utilizados para chamar a atenção do destinatário para a mensagem. Forma e conteúdo ganham um novo arranjo para provocar no leitor o prazer estético. Recursos como efeitos sonoros e rítmicos, além do uso das diversas figuras de linguagem, colaboram na tentativa de deslocar a mensagem de uma estrutura convencional que tolhe a criatividade artística. Observe alguns exemplos em que a função poética da linguagem é predominante: Características da Função Poética No função poética o objeto exaltado é a palavra, ela deve ser trabalhada e comunicada de uma forma interessante para que o leitor seja atraído. Estre as suas principais características é possível citar: • Palavras com uma função estética. • Utilização do sentido figurado ou conotativo. • Utilização de textos bem elaborados. • Presença das figuras de linguagem como a metáfora. • Proporciona uma subjetividade ao texto. • Busca surpreender, fugir do comum. • São facilmente encontradas na literatura, na poesia, na música e na publicidade. Função Poética na Poesia A forma mais comum de encontrarmos a função poética é na poesia, nas prosas, nos poemas ou até em trechos de livros. Dentro das funções da linguagem, a função poética é aquela que está centrada na própria construção da mensagem, no modo como se elabora e se transmite o seu conteúdo. O que é função poética? A função poética é uma das funções da linguagem. Nessa função, o enunciado centra-se principalmente na mensagem, em sua construção, em sua forma e em seus efeitos. É uma função ligada à estética e que permite uma interpretação mais livre de quem acessa o seu conteúdo. É importante lembrar que, apesar do nome, a função poética não ocorre apenas na poesia. Ela pode ocorrer em diversos outros contextos verbais e não verbais, como em textos de prosa, publicitários, em músicas e na pintura. A função poética está presente em qualquer manifestação discursiva que se enquadre nas características dela. Características da função poética · A linguagem como expressão artística: a comunicação tem seu caráter essencialmente utilitário e prático diminuído, voltando-se mais para a expressão artística para gerar reflexões e sensações. · Múltiplas interpretações: enunciados com função poética tendem a ter muitas possíveis interpretações. Na função poética, a mensagem não é necessariamente objetiva, podendo ser subjetiva. · Uso de linguagem conotativa: as palavras muitas vezes são utilizadas em seu sentido figurado. A linguagem denotativa (sentido literal) não é essencial na função poética. · Preocupação estética: a forma como a mensagem é transmitida é uma preocupação da função poética, o que inclui a estética da mensagem. · Sonoridade é um diferencial: é comum que até mesmo o som seja importante para a escolha das palavras na construção do texto, gerando efeitos em sua interpretação. · Uso de recursos estilísticos: figuras de linguagem tendem a ser muito utilizadas, já que se trata de uma função que explora os recursos sonoros e a estética do enunciado. · A forma chama atenção por si só: devido às características anteriores, a própria forma do enunciado chama atenção por si só, de modo que ele não tem um significado apenas pelo seu conteúdo, mas também por sua forma. Exemplos de função poética A marca Tok&Stok é um exemplo de função conativa, mas também de função poética se levarmos em conta alguns detalhes. Embora, por ser um nome de marca, tenha predominantemente função conativa (para atrair o destinatário à loja), há nesse nome também a função poética devido à sonoridade singular, que chama a atenção do possível consumidor. Nele, podemos notar que a leitura não é feita de maneira comum: o texto é um poema concreto, pois a distribuição das palavras assume a forma de uma ampulheta. Trata-se de outro caso nítido de função poética. “Era o danado jagunço por sua fortíssima opinião e recatado rancor, ensimesmudo, sobrolhoso, sozinho sem horas a remedir o arraial, caminhando com grandes passos.” (Tutameia, de Guimarães Rosa) A palavra “ensimesmudo” é um neologismo criado pelo autor, misturando as palavras “ensimesmado” e “mudo”, bem como “sobrolhoso” é outro neologismo surgido com base em “sobrolho”, sinônimo de sobrancelha. A função poética manifesta-se por utilizar-se, nesse caso, da sonoridade das palavras para criar uma outra que resume uma ideia, reforçando o significado das outras palavras utilizadas para caracterizar a personagem nesse contexto. Língua portuguesa (Olavo Bilac) Última flor do Lácio, inculta e bela, És, a um tempo, esplendor e sepultura; Ouro nativo, que, na ganga impura, A bruta mina entre os cascalhos vela... Amo-te assim, desconhecida e obscura, Tuba de alto clangor, lira singela, Que tens o trom e o silvo da procela, E o arrolo da saudade e da ternura! Amo o teu viço agreste e o teu aroma De virgens selvas e de oceanos largos! Amo-te, ó rude e doloroso idioma, Em que da voz materna ouvi: “meu filho!” E em que Camões chorou, no exílio amargo, O gênio sem ventura e o amor sem brilho! O parnasianismo é uma das escolas literárias que mais buscam a perfeição estética de suas obras, como podemos ver na escolha das palavras, nas rimas e até no tamanho dos versos desse poema de Olavo Bilac, um dos poetas do movimento.