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LEITURA E PRODUÇÕES DE TEXTOS - Conteúdo Aula V

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Gêneros discursivos literários
APRESENTAÇÃO
Nesta Unidade de Aprendizagem, nos dedicaremos ao estudo do texto literário, situando a 
linguagem no nível da produção artística e sua função poética. Vamos explorar os recursos 
estéticos que auxiliam o autor na construção de um texto agradável ao leitor. Além disso, 
procuraremos reconhecer alguns gêneros literários, em prosa ou verso, que se comprometem 
com o sentido conotativo da palavra, os plurissignificados, a ficção e a expressão das 
subjetividades. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as características de um texto literário.•
Distinguir os gêneros que compõem o domínio literário e suas funcionalidades.•
Usar alguns dos recursos estéticos utilizados na produção literária, no intuito de 
aperfeiçoar a própria produção.
•
DESAFIO
Para que um texto alcance o status de literário, ele precisa realçar e explorar alguns recursos 
estéticos que o tornem agradável e desafiante ao leitor. Esses recursos se aliam à 
plurissignificação, ao sentido conotativo da palavra, à organização linguística imprevisível, ao 
descompromisso com a realidade, à busca de uma descarga emocional do leitor (catarse). 
Faça uma pesquisa em que você explicite esses recursos e, depois, analise o texto "Os 
poemas", de Mário Quintana, justificando o que faz dele um texto literário.
Os poemas
Os poemas são pássaros que chegam 
não se sabe de onde e pousam 
no livro que lês. 
Quando fechas o livro, eles alçam voo 
como de um alçapão. 
Eles não têm pouso 
nem porto 
alimentam-se um instante em cada par de mãos 
e partem. 
E olhas, então, essas tuas mãos vazias, 
no maravilhoso espanto de saberes 
que o alimento deles já estava em ti...
INFOGRÁFICO
Neste infográfico, será possível exercitar uma perspectiva diferente sobre o domínio discursivo 
literário. Veja!
CONTEÚDO DO LIVRO
Os gêneros textuais são formas mais ou menos estáveis de textos determinados por uma função 
sócio-cultural. Há gêneros bem típicos da literatura e que apresentam certas características em 
comum, como aquelas de sua linguagem.
Nesse capítulo, você irá estudar algumas características da linguagem literária, alguns gêneros 
textuais e também verá alguns recursos linguísticos que podem auxiliá-lo em sua produção 
textual.
COMUNICAÇÃO E 
EXPRESSÃO
Daisy Batista Pail
Gêneros discursivos 
literários
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer as características de um texto literário.
  Distinguir os diversos gêneros que compõem o domínio literário e 
suas funcionalidades.
  Usar alguns dos recursos estéticos utilizados na produção literária, no 
intuito de aperfeiçoar a própria produção.
Introdução
Neste capítulo, você vai estudar as características da linguagem literária 
e os gêneros literários. Além disso, vai ver como os recursos estéticos 
dessa linguagem podem ajudá-lo a aperfeiçoar a sua produção textual. A 
linguagem literária é aquela usada pela literatura e tem um apelo estético 
proeminente. Isso significa que não se trata, prioritariamente, de passar 
uma informação, mas de provocar um estranhamento, suscitar emoções, 
um impacto diferente. Isso permite a essa linguagem perdurar através 
do tempo muito mais facilmente.
Apesar de se falar em linguagem literária, os textos literários não 
apresentam sempre as mesmas características. Elas variam de autor para 
autor, de um tempo para outro. Além disso, como você vai ver, há carac-
terísticas que determinam o gênero textual (discursivo).
Linguagem literária
A linguagem literária consiste em um uso especial da linguagem, que visa a 
evocar emoções, sentimentos e refl exões. Ela também aproxima a realidade 
de outros mundos possíveis — às vezes similares ao mundo real, às vezes 
mágicos. Em comparação com a linguagem científi ca ou acadêmica, por 
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exemplo, a linguagem literária oferece uma liberdade muito maior de criação 
e transmutação de regras da própria língua e da realidade. De acordo com 
Proença Júnior (1986), a linguagem está “a serviço da criação literária”, mas 
no uso cotidiano ela consiste em instrumento de informação e ação.
Você conhece o termo literariedade? Esse termo designa o conjunto de características 
específicas que determinam um texto como literário. Essas características são de 
natureza variada, como semiótica, linguística ou sociológica.
Essa distinção é consistente com funções da linguagem. De acordo com 
Jakobson (1991, p. 120), “[...] qualquer conduta verbal tem uma finalidade, 
mas os objetivos variam [...]”, havendo consonância entre o efeito que se quer 
atingir e os meios usados. Todo ato comunicativo envolve um emissor que 
envia uma mensagem em um código (que pode ser idioma, modalidade oral 
ou escrita, variedade linguística, emojis, gifs, memes, etc.) por um canal (meio 
físico), em determinado contexto, para um destinatário.
Ligadas a esses elementos, há as funções da linguagem. Elas são deter-
minadas de acordo com o elemento em que se centra a comunicação. Essa 
proposta é derivada da teoria da informação, relacionada à comunicação entre 
máquinas (muito antes da internet). Portanto, é insuficiente para a complexi-
dade e a dinamicidade da comunicação humana, mas serve como um ponto de 
partida de análise. A seguir, você pode ver as principais funções da linguagem.
  Função referencial: centra-se no referente ou no contexto. Diz respeito 
ao que é denotado, à apresentação e à descrição de informações ou 
acontecimentos, como ocorre com placas, avisos, memorandos, etc.
  Função emotiva (expressiva): centra-se no remetente (no emissor), 
visando à expressão de sua atitude com relação ao que está falando. 
Essa função está ligada às emoções, a expressá-las ou provocá-las.
  Função conativa (imperativa): centra-se no destinatário (no receptor), 
visando a ter efeito ou influência sobre ele.
  Função fática: centra-se no canal, visando ao prolongamento ou à 
manutenção da comunicação.
Gêneros discursivos literários2
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  Função metalinguística: centra-se no código, visando à verificação 
do seu uso. É a linguagem usada para falar sobre a linguagem.
  Função poética: centra-se na mensagem, própria à literatura e às peças 
publicitárias. Ela visa ao apelo estético, ao que um uso especial da 
linguagem pode evocar.
Embora o conceito de literatura não seja consensual, há características que 
perpassam diferentes gêneros literários. Uma característica importante da 
linguagem literária é a multissignificação, isto é, a possibilidade de diferentes 
interpretações de um texto, bem como as diferentes formas como ele afeta 
as pessoas. Essa pluralidade pode ser semântica e pragmática, mas também 
se relaciona à forma como a linguagem é usada (como no exemplo a seguir), 
com a exploração de seus níveis fonético/fonológico, morfológico, lexical, 
semântico e sintático.
No poema a seguir, Cecília Meireles rompe as palavras para criar a ambiguidade. 
Enquanto a mente objetiva identifica a repetição por eco do final de “esconde” e 
“comigo”, a mente subjetiva (ou, nesse caso, da criança) entende uma resposta não 
colaborativa e ambígua. Portanto, a multissignificação não se restringe ao âmbito 
semântico, conforme Proença Júnior (1986) ela também ocorre por meio de uma 
descodificação, isto é, da perda da definição do código em proveito de criação. Veja 
o poema de Cecília Meireles (2012, p. 33):
O eco
O menino pergunta ao eco
Onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: “Onde? Onde?”
O menino também lhe pede:
“Eco, vem passear comigo!”
Mas não sabe se o eco é amigo ou inimigo.
Pois só lhe ouve dizer:
“Migo!”
3Gêneros discursivos literários
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Além dessa perda de definição do código, há outra exploraçãodo significado 
típica da linguagem literária: a conotação. Diz-se que o significado de algo 
é conotativo sempre que há uma atribuição de valor positivo ou negativo, e/
ou sentido figurado (isto é, um significado metafórico). A conotação também 
envolve o aspecto cultural, diferenciando-se da denotação (a grosso modo, 
sentido literal). Leia os excertos a seguir, do poema Canção, de Cecília Mei-
reles, retirado do site da Revista Bula (LEITE, 2018, documento on-line):
E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.
Agora veja o trecho a seguir, retirado de It: A Coisa, de Stephen King (2014).
Música. Baixa. E dardos de luz nos olhos. Ele se lembra dos dardos de luz 
porque Richie tinha pendurado o rádio no galho mais baixo da árvore em 
que estava encostado. Apesar de eles estarem na sombra, o sol refletia 
na superfície do Kenduskeag, batia da frente cromada do rádio e, de lá, 
ia para os olhos de Bill.
Nos dois excertos, há exemplos de conotação e “quebras” de regras. O 
poema Canção, de Cecília Meireles, fala sobre a perda. O sorriso se torna algo 
que, como objeto, pode cair, ao mesmo tempo em que é tratado como algo 
vivo, que talvez ainda resista no mar. É possível entender que essa perda tirou 
do eu lírico a alegria, representada pelo sorriso. Contudo, ainda há esperança 
(mesmo que remota) de um dia recuperá-la. Já no segundo excerto, além de 
metáforas (dardos de luz), há quebra da estrutura frasal. Para misturar passado 
e presente, King (2014) fez uso dessa quebra: uma frase que começa no passado 
e termina no presente, tornando a passagem de um tempo para outro orgânica. 
Esses também são casos de multissignificação.
É difícil dizer “é isso que o poema significa” ou “é isso que o autor quis 
dizer/provocar”. De fato, esse tipo de constatação é até mesmo contra a natureza 
da linguagem literária. A beleza está na possibilidade de diferentes níveis de 
significação, entendidos desde o sentido semântico (polissemia) até aqueles 
significados a que remete, que podem ser inclusive emoções. Essa característica 
torna a linguagem literária subjetiva, de um lado pela liberdade do autor e, de 
outro, pela liberdade do leitor. 
Gêneros discursivos literários4
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Isso não significa, claro, que se pode concluir qualquer coisa a partir de um 
texto literário. Há sempre um limite do plausível dentro do universo constituído 
pela linguagem; plausibilidade essa que se pode chamar de verossimilhança. 
Essa é a característica que permite ao leitor acreditar ser possível existir, no 
mundo criado pelo autor, um alienígena que se alimenta do medo e que gosta 
de aparecer como um palhaço, ou que o universo foi criado por uma tartaruga 
que passou mal do estômago, por exemplo. Verossimilhança é, portanto, uma 
coerência interna ao universo criado pelo autor.
Gêneros textuais literários
Há uma distinção primária para os textos literários: prosa, verso e drama. Sob 
ela, existem variados gêneros textuais. A prosa é uma narrativa, fi ccional ou 
não, sem metrifi cação intencional. O verso apresenta versos, sendo importante 
a sonoridade, o ritmo e, em alguns casos, a metrifi cação. O drama é o ponto 
de intersecção entre literatura e teatro. O texto apresenta as falas e as ações 
dos personagens organizadas como um roteiro a ser encenado, podendo ser 
também em versos.
O termo catarse vem do grego kátharsis e significa “purificação”. Ela é esperada nas 
narrativas quando há um aumento da tensão, o ponto máximo de um problema, e, 
após, a sua resolução. Isso provoca a liberação ou superação da dor, do medo, da 
opressão, da tristeza, etc. Nas artes, a catarse ocorre no espectador e sua natureza é 
potencial, seja porque pode ou não causar efeito (como alívio, tristeza, alegria, etc.), 
seja porque depende da concretização do texto lido, assistido (cinema, teatro, por 
exemplo) ou ouvido (audiolivros ou contação de histórias).
Gêneros da prosa
De acordo com Proença Júnior (1986, p. 46), os diferentes gêneros textuais 
da prosa “[...] envolvem certa visão do mundo e uma maneira de captar as 
questões que nele se colocam, caracterizando um sistema que se faz de vários 
elementos integrados: personagens em ação (ou não) num tempo e num espaço 
em torno de um ou mais temas, traduzindo-se num estilo [...]” e em diferentes 
5Gêneros discursivos literários
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perspectivas. A prosa sempre apresenta narrativa, mas esta não se limita aos 
gêneros daquela. Há narrativa em versos e em dramas (como você vai ver à 
frente), em relatórios, em biografi as, entre outros. Veja a seguir alguns dos 
elementos da narrativa de forma simplifi cada e reduzida.
  Enredo: é a história desenvolvida, variando em sua natureza de acordo 
com o gênero e o autor. É o nível no qual se situa a ação, “que envolve o 
que ocorre com os personagens, o conjunto de suas ações ou reações, os 
acontecimentos ligados entre si, tudo isso comunicado pela narrativa”. Essa, a 
narrativa, “[...] caracteriza uma sequência, simples ou complexa, de conflitos 
ou tensões que se resolvem ou não [...]” (PROENÇA JÚNIOR, 1986, p. 51).
  Personagem: são as figuras que agem na história. Conforme Proença 
Júnior (1986), elas podem ser definidas pela função que desempenham, 
por sua natureza e pela sua variedade. Quanto à função, podem ser 
principais, chamadas de protagonistas, ou antagonistas, que se opõem 
às primeiras. Por exemplo, o Clube dos Otários (grupo formado pelas 
crianças lideradas por Bill em A coisa) é protagonista, enquanto a Coisa 
é a antagonista. Sherlock Holmes é protagonista, enquanto o professor 
Moriarty é antagonista. Quanto à sua natureza, os personagens podem ser 
humanos, animais e elementos da natureza. Eles podem ser: individuais 
(quando são caracterizados de forma nítida, como Ana Terra, de O tempo 
e o vento); típicos (quando representam um grupo, como Capitão Rodrigo, 
também de O tempo e o vento, que representa o gaúcho); e caricaturais 
(quando há exacerbação de certas características marcantes e definidoras, 
como ocorre com a comadre de Memórias de um sargento de milícias).
  Narrador: é também uma entidade na história, uma criação do autor, 
que lhe permite assumir perspectivas e posições que não necessaria-
mente coincidem com as suas. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, 
o personagem principal e também narrador está morto. Em Lolita, o 
personagem principal e narrador é o pedófilo. Essas duas figuras não 
se confundem com os respectivos autores Machado de Assis e Vladimir 
Nabokov. O narrador determina de qual ponto de vista a história é con-
tada. Ele pode ser confiável ou não. No caso do primeiro, é comumente 
identificado com narrador em terceira pessoa, isto é, um ser de fora que 
conta a história, podendo ser onisciente (que sabe de tudo) ou observa-
dor, chamado às vezes de câmera (que está limitado ao que é visível). 
Entretanto, mesmo o narrador em terceira pessoa pode apresentar uma 
visão tendenciosa da história. O narrador em primeira pessoa nunca é 
confiável, pois sempre apresenta o ponto de vista de um personagem 
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da história e sempre depende de sua memória ou interpretação. Esse 
narrador pode ser o protagonista, como Humbert Humbert, de Lolita; 
ou pode ser coadjuvante, chamado de narrador-testemunha, como 
Dr. Watson, nas histórias de Sherlock Holmes.
As personagens também podem ser definidas como heróis e anti-heróis, não equiva-
lendo à ideia de protagonista e antagonista. Enquanto o herói representa o ideário da 
pessoa boa, honesta, justa e altruísta, o anti-herói é desonesto, toma atitudes ambíguas, 
questionáveis e/ou condenáveis. É o caso de Macunaíma (da obra homônima). Essa 
noção também é levada para outras mídias, como filmes e histórias em quadrinhos. 
Por exemplo: o Homem-Aranha éo herói amigo da vizinha, enquanto Deadpool é o 
anti-herói mercenário.
  Tempo: há classificação dupla para o tempo nas narrativas: psicológico 
e cronológico. O tempo psicológico é subjetivo, “[...] interior e relativo, 
situado no âmbito da experiência individual, que avalia a partir de 
padrões variáveis [...]” (PROENÇA JÚNIOR, 1986, p. 52). O tempo 
cronológico é objetivo, marcado por de horas, dias, meses, etc. A história 
pode se desenvolver linearmente, do começo ou fim, ou não linearmente. 
  Espaço: é onde se passa a ação na narrativa.
A seguir, veja alguns gêneros literários.
  Conto: é uma história curta, com um único núcleo dramático. Ele “[...] 
oferece uma amostra da vida, através de um episódio, um fragrante ou 
instantâneo, um momento singular e representativo [...]” (PROENÇA 
JÚNIOR, 1986, p. 45). Exemplos: Felicidade Clandestina, de Clarice 
Lispector, e Antes do Baile Verde, de Lígia Fagundes Telles.
  Novela: a novela é mais longa do que o conto e mais curta do que o 
romance, “[...] com uma trama simples, descrita sem demora na carac-
terização dos ambientes, personagens e tempos de ação, com apenas os 
elementos essenciais necessários à compreensão dos acontecimentos 
narrados [...]” (CEIA, 2010, documento on-line). Exemplos: A Hora da 
Estrela, de Clarice Lispector, Um Copo de Cólera, de Raduan Nassar, 
e O Alienista, de Machado de Assis.
7Gêneros discursivos literários
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  Romance: é uma história longa, de trama complexa, com vários nú-
cleos dramáticos. Exemplos: Lavoura Arcaica, de Raduan Nassar, 
Dom Casmurro, de Machado de Assis, e Concerto Campestre, de Luiz 
Antônio de Assis Brasil.
  Fábula: é uma história curta, de narrativa figurada, que apresenta 
uma lição de moral. Exemplos: A Cigarra e Formiga e A Lebre e a 
Tartaruga, de Esopo.
  Apólogo: é um gênero alegórico que ilustra uma lição de sabedoria, 
utilizando personagens de índole diversa, reais ou fantásticas, animadas 
ou inanimadas (CEIA, 2009).
Gêneros do verso
Os versos são segmentos frasais que apresentam ritmo de forma nítida e siste-
mática. Para a caracterização tradicional do verso, são indicados três elementos 
interdependentes: metro, rima e formas fi xas. De acordo com Proença Júnior 
(1986), metro é, em língua portuguesa, constituído por meio da combinação 
regular do número de sílabas e da disposição do acento tônico. A rima é a 
coincidência de fonemas (vocálicos e consonantais) em lugares específi cos 
de cada verso, podendo ser no início, no meio ou no fi m. As formas fi xas são 
gêneros de poemas que apresentam certo número de versos compondo certo 
número de estrofes, como soneto, balada, lira. Os versos também podem ser 
livres e brancos. Os versos livres não apresentam metrifi cação, enquanto os 
versos brancos, sim, mas não rima. Sua organização de dá com base na “[...] 
sucessão de grupos fônicos valorizados pela entoação, pelas pausas e pela 
maior ou menor rapidez da enunciação [...]” (PROENÇA JÚNIOR, 1986, p. 58).
É possível indicar uma classificação tripartida clássica de gêneros textuais 
do verso: poesia lírica, épica e dramática. A poesia épica (epopeia) é aquela 
em que, por meio de versos, é narrada uma história, exaltando um povo re-
presentado por um herói. É o caso de Ilíada, Os Lusíadas e Beowulf. A poesia 
dramática é aquela destinada à dramatização, ao teatro. Nesse caso, a narração 
e as falas são apresentadas em versos. A poesia lírica é aquela destinada para 
a representação e a expressão de sentimentos e estados de espírito. Assim 
como ocorre com o narrador, o autor não se confunde com o eu lírico na 
poesia. De acordo com Soares (2007), é no modo como a linguagem é usada 
que o eu lírico ganha forma, sendo diferente em cada texto, guiando o leitor 
e a recepção. Por isso, o eu lírico não é o mesmo (necessariamente) que o eu 
biográfico (autor), ainda que o texto seja escrito em primeira pessoa.
A seguir, você pode conhecer alguns gêneros.
Gêneros discursivos literários8
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  Elegia: é um poema em tom terno e triste, geralmente um lamento pela 
morte de alguém, designando por extensão uma reflexão sobre a morte.
  Acróstico: é um poema em que a disposição de certas palavras permite 
a formação na vertical de uma ideia, nome ou frase, geralmente por 
meio da primeira letra de cada verso.
  Soneto: tem forma fixa bem determinada. Os versos não são livres. O 
soneto é organizado em quatro estrofes, dois quartetos (quatro versos) 
seguidos de dois tercetos (três versos).
  Ode: é um poema que visa à exaltação de algo ou alguém. Tem forma 
bem estruturada.
  Romance: na poesia, é a novela de cavalaria, em que se exalta a coragem, 
a generosidade, a lealdade e o amor cortês. Como exemplo, você pode 
considerar Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles.
Você sabe o que são a intertextualidade, a sátira e a paródia? A intertextualidade é a 
relação que um texto mantém com outros. Essa relação pode ser direta, por meio de 
menção, ou indireta, quando se baseia ou toma inspiração em outras fontes. O filme 
My fair lady foi inspirado na peça teatral Pigmaleão, por sua vez inspirada no mito de 
Pigmaleão. O livro As crônicas de Nárnia tem representações bíblicas. E o filme Troia foi 
inspirado na Ilíada, por exemplo. A sátira ridiculariza determinado tema, indivíduos, 
governos, etc., podendo ser cômica ou não. Já a paródia toma uma obra como base 
e apresenta uma recriação sempre cômica.
Recursos linguísticos do texto literário
Há uma relação forte e imprescindível entre a qualidade da produção escrita 
e a bagagem de leituras de cada pessoa. Quanto mais e mais variados gêneros 
de texto você ler, maior será sua chance de produzir um bom texto. Além de 
fonte de conhecimento e entretenimento, a literatura é uma forma de “vi-
venciar” outras experiências, ou seja, de ampliar o “mundo” de alguém. Sua 
contribuição, entretanto, pode ser explorada também por meio de seus recursos 
linguísticos para a escrita.
Por meio da intertextualidade, é possível apresentar outros argumentos para 
defender ou contrapor uma ideia, bem como dar exemplos. A intertextualidade 
pode ocorrer de diferentes formas, como citação direta, na qual se usam as 
9Gêneros discursivos literários
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palavras de outro exatamente como estão no original, ou indireta. Neste último 
caso, é possível falar sobre algo do texto original, como o contexto em que 
foi lançado, a sinopse, os nomes de personagens, etc. Além disso, também é 
possível fazer uma paráfrase, em que é mantido o significado original, mas 
se usam palavras e estrutura sintática diferentes.
Para entender melhor como funciona a intertextualidade, considere este trecho da 
música País tropical, de Jorge Ben Jor: “Moro num país tropical/abençoado por Deus/e 
bonito por natureza”. Nessa letra, o compositor estabelece diálogo com “Minha terra 
tem palmeiras/onde canta o sabiá” (Canção do exílio, de Gonçalves Dias).
As figuras de linguagem também são úteis na produção escrita — se usadas 
de forma intencional e pensada. Elas podem ser organizadas em figuras de 
som, de sintaxe ou de semântica. Veja, no Quadro 1, alguns exemplos e sua 
classificação.
Tipo Definição Exemplo
Figuras de som
Aliteração Consiste na repetição de 
fonemas ou de tipos de 
fonemas consonantais 
para intensificar o ritmo 
e a sonoridade, podendo 
também remeter a 
algo do poema. 
“Ó Alma doce e triste e 
palpitante!/ que cítaras 
soluçam solitárias/ pelas 
regiões longínquas, 
visionárias/ do teu sonho 
secreto e fascinante!”
(Alma solitária, de Cruz e Souza)
Assonância É a repetição ordenada de 
mesmos fonemas vocálicos.
“O que o vago e incógnito 
desejo/ de ser eu mesmo 
de meu ser me deu”
(Hoje a tarde é calma e o céu 
tranquilo, Fernando Pessoa)
Quadro 1. Figuras de linguagem
Gêneros discursivos literários10
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Tipo Definição Exemplo
Figuras de sintaxe
Zeugma Elipse de algo 
mencionado antes.
“Como teus olhos são claros/ 
e a tua pele,/ morena” 
(omissão do verbo “ser”)
(Dois e dois: quatro, de 
Ferreira Gullar)
Pleonasmo Uso de expressões 
redundantes.
“E rir meu riso e derramar 
meu pranto”
(Soneto de fidelidade, de 
Vinícius de Moraes)
Assíndeto Omissão de conjunção 
entre elementos 
coordenados.
“A boca aberta, escancarada, 
escura/ Da cova é como 
flor apodrecida.”
(Ironia de lágrimas, 
de Cruz e Souza)
Polissíndeto Repetição de conjunção. “Quero vivê-lo em cada 
vão momento/ E em seu 
louvor hei de espalhar 
meu canto/ E rir meu riso 
e derramar meu pranto”
(Soneto de fidelidade, de 
Vinícius de Moraes)
Anacoluto Mudança na estrutura, 
deixando um 
elemento solto.
“Aquela mina de ouro, ela 
não ia deixar que outras 
espertas botassem as mãos.”
(Camilo Castelo Branco)
Hipérbato Mudança na ordem 
não marcada dos 
elementos da frase.
“E assim, quando mais tarde 
me procure/ Quem sabe a 
morte, angústia de quem 
vive/ Quem sabe a solidão, 
fim de quem ama/ Eu possa 
me dizer do amor (que tive):/ 
Que não seja imortal, posto 
que é chama/ Mas que seja 
infinito enquanto dure.”
(Soneto de fidelidade, de 
Vinícius de Moraes)
Quadro 1. Figuras de linguagem
11Gêneros discursivos literários
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Tipo Definição Exemplo
Figuras de semântica
Comparação 
— símile
É feita por meio de 
conjunções para 
aproximar elementos, 
de forma explícita.
“A boca aberta, escancarada, 
escura/ Da cova é como 
flor apodrecida.”
(Ironia de lágrimas, 
de Cruz e Souza)
Metáfora É o uso figurado de uma 
palavra ou expressão, ou 
a atribuição de significado 
não usual a estas.
“Se acaso você não possa/ 
me carregar pela mão, /
menina branca de neve,/ 
me leve no coração.” (Nesse 
caso, há também exemplo 
de intertextualidade.)
(Cantiga para não morrer, 
de Ferreira Gullar)
Antítese Consiste no uso de 
palavras e expressões 
com sentidos opostos.
“Se desmorono ou se edifico, 
se permaneço ou me 
desfaço,/ — não sei, não sei. 
Não sei se fico/ ou passo.”
(Motivo, de Cecília Meireles)
Eufemismo É a atenuação do discurso. “Ao peso dos impostos, 
o verso sufoca,/ a poesia 
agora responde a inquérito 
policial-militar.”
(Agosto de 1964, de 
Ferreira Gullar)
Ironia Nela se diz o que parece ser 
diferente do que realmente 
é. Consiste em afirmar o 
oposto do que se quer dizer.
“Eu agora — que desfecho!/ 
Já nem penso mais em ti…/ 
Mas será que nunca deixo/ 
De lembrar que te esqueci?”
(Do amoroso esquecimento, 
de Mário Quintana)
Quadro 1. Figuras de linguagem
Gêneros discursivos literários12
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CEIA, C. Novela. E-dicionário de termos literários, 2010. Disponível em: <http://edtl.fcsh.
unl.pt/encyclopedia/novela/>. Acesso em: 23 nov. 2018.
CEIA, C. Apólogo. E-dicionário de termos literários, 2009. Disponível em: <http://edtl.
fcsh.unl.pt/encyclopedia/apologo/>. Acesso em: 23 nov. 2018.
JAKOBSON, R. Lingüística e poética. In: JAKOBSON, R. Lingüística e comunicação. São 
Paulo: Cultrix, 1991.
KING, S. It: A coisa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
LEITE, C. W. Os 10 melhores poemas de Cecília Meireles. [2018]. Disponível em: <https://
www.revistabula.com/7668-os-melhores-poemas-de-cecilia-meireles/>. Acesso em: 
22 nov. 2018.
MEIRELES, C. O eco. In: MEIRELES, C. Ou isto ou aquilo. São Paulo: Global, 2012.
PROENÇA JÚNIOR, D. Linguagem literária. São Paulo: Ática, 1986.
SOARES, A. Gêneros literários. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007.
Leituras recomendadas
ALVEZ, L. 14 Melhores Poemas de Cruz e Sousa. [2018]. Disponível em: <https://escola-
educacao.com.br/melhores-poemas-de-cruz-e-sousa/>. Acesso em: 22 nov. 2018.
LEITE, C. W. Os 10 melhores poemas de Ferreira Gullar. c2018. Disponível em: <https://
www.revistabula.com/12068-os-10-melhores-poemas-de-ferreira-gullar/>. Acesso 
em: 22 nov. 2018.
LEITE, C. W. Os 10 melhores poemas de Mário Quintana. [2018]. Disponível em: <https://
www.revistabula.com/2329-os-10-melhores-poemas-de-mario-quintana/>. Acesso 
em: 23 nov. 2018.
MORAES, V. Soneto de difelidade. [2018]. Disponível em: <https://www.revistaprosa-
versoearte.com/de-tudo-ao-meu-amor-serei-atento-vinicius-de-moraes/>. Acesso 
em: 23 nov. 2018.
PESSOA, F. O guardador de rebanhos e outros poemas. São Paulo: Cultrix, 1997.
13Gêneros discursivos literários
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Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Assista ao vídeo a seguir para compreender melhor as características dos gêneros discursivos 
literários.
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EXERCÍCIOS
1) O item em que os dois recursos literários estão presentes no texto é: 
A Fernando Pessoa (ele mesmo) 
Cada verso é uma esfinge ter falado. 
Mas quanto mais explícito ela o diz, 
Mais tudo permanece inexplicado 
E menos se apreende o que ela quis.
Erra um sussurro, tão etéreo e alado 
Que nem mesmo silêncio o contradiz. 
E o ouvi-lo, ou ávido ou irado 
Na busca dum segredo sem raiz,
É como se em pensar - um descampado - 
Passasse fugitiva e intensamente 
O Tempo todo inteiro projectado
E a sombra ali marcasse, na corrente 
Do nada para o nada, inda passado 
E já futuro, a ficção do presente.
A) Ironia e humor.
B) Ironia e métrica.
C) Conotação e rima.
D) Métrica e ironia.
E) Sonoridade e prosa.
2) O gênero textual literário representado no texto abaixo é: 
 
Eu amo tudo o que foi
Eu amo tudo o que foi 
Tudo o que já não é 
A dor que já me não dói 
A antiga e errônea fé 
O ontem que a dor deixou, 
O que deixou alegria 
Só porque foi, e voou 
E hoje é já outro dia.
(Fernando Pessoa)
A) Fábula.
B) Apólogo.
C) Acróstico.
D) Paródia.
E) Poema.
Após analisar a linguagem utilizada nos dois textos a seguir, é possível afirmar que: 3) 
 
Texto 1
O bicho
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
Quando achava alguma coisa, 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com voracidade. 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
O bicho, meu Deus, era um homem. 
(Manoel Bandeira)
Texto 2:
Descuidar do lixo é sujeira
Diariamente, duas horas antes da chegada do caminhão da prefeitura, a gerência de 
uma das filiais do McDonald’s deposita na calçada dezenas de sacos plásticos 
recheados de papelão, isopor, restos de sanduíches. Isso acaba propiciando um 
lamentável banquete de mendigos. Dezenas deles vão ali revirar o material e acabam 
deixando os restos espalhados pelo calçadão. 
(Veja - São Paulo) 
A) No texto 1, a linguagem predominante é a literária, pois tem como objetivo informar o 
leitor sobre os problemas causados pelo lixo.
B) O texto 1 é construído em versos e estrofes e apresenta uma linguagem plurissignificativa, 
permeada por metáforas e traços determinantes da linguagem literária.
C) No texto 2, a linguagem não literária é predominante, pois o poeta faz uso de uma 
linguagem objetiva para persuadir o leitor.
D) O texto 2 não é literário e a intenção do autor é brincar com a estética das palavras e a 
ironia com o tema, utilizando uma linguagem objetiva.
E) Os textos 1 e 2 utilizam a linguagem literária, ao tematizarem o lixo e utilizarem a 
metáfora.
4) Com relação às características da linguagem literária, pode-se verificar no texto 
“Nuvens”, de Graciliano Ramos: 
 
NUVENS
Meu pai e minha mãe conservavam-se grandes, temerosos, incógnitos. Revejo 
pedaços deles, rugas, olhos raivosos, bocas irritadas e sem lábios, mãos grossas e 
calosas, finas e leves, transparentes. Ouço pancadas, tiros, pragas, tilintar de esporas, 
batecuns de sapatões no tijolo gasto. Retalhos e sons dispersavam-se. Medo. Foi o 
medo que me orientou nos primeiros anos, pavor.
Depois as mãos finas se afastaram das grossas, lentamente se delinearam dois seres 
que me impuseram obediência e respeito. Habituei-me a essasmãos, cheguei a gostar 
delas. Nunca as finas me trataram bem, mas às vezes se molhavam de lágrimas - e os 
meus receios esmoreciam. As grossas, muito rudes, abrandavam em certos 
momentos. O vozeirão que as comandava perdia a aspereza, um riso cavernoso 
estrondava - e os perigos de toda espécie fugiam, deixavam em sossego os viventes 
miúdos: alguns cachorros, um casal de moleques, duas meninas e eu. 
A) A exploração da metalinguagem.
B) O uso da prosa com linguagem técnica.
C) A exploração da polissemia.
D) A linearidade temporal dos fatos.
E) Um afastamento do mundo fictício.
5) São características perceptíveis na linguagem literária do texto “Receita para fazer 
um herói”, de Reinaldo Ferreira: ,Receita para se fazer um herói
Tome-se um homem 
Feito de nada, como nós 
E em tamanho natural. 
Embeba-se-lhe a carne, 
Lentamente, 
Duma certeza aguda, irracional, 
Intensa como o ódio ou como a fome. 
Depois, perto do fim, 
agite-se um pendão 
e toque-se um clarim. 
Serve-se morto.
A) A objetividade e a função informativa da linguagem.
B) O caráter instrucional e a denotação.
C) A conotação e o caráter utilitário.
D) A catarse e a conotação.
E) A subjetividade e a denotação.
NA PRÁTICA
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Os gêneros literários
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Gêneros literários
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Funções da literatura
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