Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Vict�ria K. L. Card�so Rinites Introdução Nariz: ● Divisão básica: nariz externo e cavidade nasal. ● Composição: esqueleto osteofibrocartilagíneo, base nos processos frontais e alveolares da maxila e nos ossos nasais. ● Abertura da via aérea: ocorre através do átrio ou do vestíbulo nasal, que é recoberto por pele e apresenta pêlos ou vibrissas. ● Válvula nasal: região entre o septo cartilaginoso e as cartilagens alares maiores. ○ Função: adequa a resistência respiratória em diferentes pressões, para garantir um fluxo ventilatório adequado com o menor gasto energético possível. ○ Nos casos de obstrução nasal, é muito importante uma avaliação detalhada das válvulas nasais. ● Coana: é a abertura posterior da cavidade nasal, com a rinofaringe como limite posterior. ○ Alterações nessa composição da coana explicam sintomas auriculares, infecciosos e obstrutivos frequentemente concomitantes com os quadros de rinite. ○ Estruturas passíveis de alterações que cursam com esses quadros: óstios tubários e tonsila faríngea. ● Septo: alterações do crescimento podem comprometer a fisiologia nasal, causando ou agravando o quadro das rinossinusites, cefaléia rinogênica e SAOS (síndrome da apneia obstrutiva do sono). ○ Composição das estruturas: ■ Superior e posteriormente → lâmina perpendicular do etmoide. ■ Ínfero-anteriormente → vômer. ■ Complemento anterior → cartilagem do septo, cartilagem quadrangular e espinha anterior da maxila. ● Conchas nasais: ○ As mais importantes: conchas inferiores → possuem uma rica rede vascular submucosa, que permite o aumento ou diminuição de seu volume por estímulos simpáticos e parassimpáticos. ■ Esse mecanismo regular o fluxo respiratório. ○ Principal quadro decorrente dessas alterações: obstrução nasal (como nas rinites). Obs: alterações do olfato e do paladar podem se relacionar com deformidades nasosseptais, polipose nasal e congestão nasal crônica decorrente de rinites alérgicas e não-alérgicas. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Rinites - geral Definição: inflamação e ou disfunção da mucosa de revestimento nasal. Diagnóstico clínico das rinites: ● Sintomas: ○ Obstrução nasal. ○ Rinorréia hialina. ○ Prurido nasal, auricular ou faríngeo. ○ Hiperreatividade nasal. ○ Esternutos. ○ Lacrimejamento. ■ Lembrar da rinoconjuntivite alérgica. ● Sinais: ○ Hiperemia ou palidez de mucosas. ○ Hipertrofia de cornetos. ○ Olheiras. Classificações das rinites: ● Rinite alérgica: induzida pela inalação de alérgenos em pessoas sensibilizadas (por isso é incomum em crianças pequenas). ● Rinite não alérgica: ○ Infecciosas: viral, bacteriana ou fúngica. ○ Não infecciosas: sem sinais de infecção e sem sinais sistêmicos de inflamação alérgica. ■ Exemplos: rinite por drogas, rinite do idoso, rinite hormonal, rinite da gestação, rinite ocupacional não alérgica, rinite gustatória, e rinite idiopática. ● Rinite atrófica. Classificação pelo endotipo: ● Endotipo com resposta imunológica tipo 2: resposta alérgica imediata com IgE específico, influxo de eosinófilos, basófilos e linfócitos T à mucosa nasal + sintomas nasais agudos. ○ Está relacionada com rinite alérgica. ● Endotipo com resposta imunológica tipo 1: resposta imunológica tipo 1, relacionada à IL-7, com influxo de neutrófilos e linfócitos T CD41 produtores de IFN-γ. ○ Normalmente como pano de fundo para uma rinite infecciosa. ● Rinite neurogênica: expressão aumentada de canais de receptores potenciais nos nervos trigeminais e altas concentrações de substância P, neurocininas e peptídeo relacionado ao gene da calcitonina (CGRP). ○ Está ligada à rinite gustativa, rinite do idoso e a rinite idiopática com hiperreatividade nasal. ● Rinite por disfunção epitelial: decorre de inflamação primária ou secundária por resposta imunológica tipo 1 ou tipo 2. Epidemiologia de prevalência por faixa etária: ● Rinite alérgica: 1. Adolescentes. 2. Escolar. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so 3. Pré-escolar. ● Rinite infecciosa: 1. Pré-escolar. 2. Escolar. 3. Adolescente. ● Rinite não alérgica e não infecciosa: ○ Independe da idade. ○ Fatores de risco: exposição a agentes irritantes (ex: fumaça de cigarro). ○ Quadro comum: doença do refluxo gastroesofágico. ○ Quadro comum em escolares e adolescentes: hipotireoidismo, gravidez, medicamentos, neurogênico, vasomotor e idiopático. Rinite alérgica Definição: presença de um alérgeno que causa uma hipersensibilidade, a partir de uma cascata mediada por IgE e células mastocitárias dendríticas, que realizarão uma degranulação, levando a uma resposta histamínica. ● Sintomas e sensibilização alérgica iniciam < 2 anos de idade. ● Asma e rinite alérgica são a mesma doença, só que em partes do corpo diferentes. ○ A associação asma + rinite alérgica ocorre em mais de 90% dos casos. ○ Ou seja, o paciente deve controlar tanto a asma quanto a rinite alérgica, caso contrário ele pode ter muitos episódios de descompensação dessas doenças, pois elas estão correlacionadas. ● Pode-se ter rinite alérgica sem asma, mas é muito raro asma sem rinite alérgica. Classificação: faz-se a associação entre frequência e intensidade dos sintomas, exemplo → rinite alérgica persistente leve. ● Frequência dos sintomas: ○ Intermitente: < 4 dias por semanas ou menos de 4 semanas por ano. ○ Persistente: > 4 dias por semana e > 4 semanas por ano. ● Intensidade dos sintomas: ○ Leve: ■ Sono normal. ■ Pratica atividades normalmente → esporte, lazer, trabalho, escola… ■ Os sintomas não são incômodos. ○ Moderada ou grave: (1 ou mais pontos) ■ Sono comprometido. ■ A crise nasal atrapalha a atividade diária, seja em esportes, lazer, trabalho, escola… ■ São sintomas incômodos. Obs: TODO paciente moderado-grave ou persistente, se beneficia do uso de corticóide nasal. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so Obs: não há necessariamente uma indicação do uso de corticóides nasais para pacientes intermitentes ou leves. Alérgenos: ● Alérgenos de maior relevância clínica: ácaros da poeira, baratas, fungos, pêlos, saliva e urina de animais domésticos. ● Outros desencadeantes: mudanças bruscas de clima, inalação de irritantes inespecíficos (odores fortes, gás de cozinha, fumaça de cigarro, poluentes atmosféricos e ocupacionais), inalação de ar frio e seco, uso de AINH em pessoas predispostas (especialmente o AAS). ○ Poluentes mais importantes: os óxidos de nitrogênio (NOx), dióxido sulfúrico (SO2), ozonio (O3) e materiais particulados com diâmetros < 10 μm. ○ Irritantes ocupacionais mais comuns: poeira do trigo, madeira, produtos detergentes e látex. Quadro clínico: ● Sintomas cardinais: espirros em salva, prurido nasal intenso, coriza clara e abundante e obstrução nasal. ● Sobre a obstrução nasal: pode ser intermitente ou persistente, bilateral ou unilateral, alternando com o ciclo nasal e piora à noite. ○ Quadros associados: respiração oral, roncos, voz anasalada, alterações no olfato, cefaléia, otalgia e diminuição da acuidade auditiva. ○ Esses quadros mais severos estão relacionados a alteração na drenagem dos seios paranasais e da tuba auditiva. ● Crianças: podem haver episódios recorrentes de epistaxe, pela friabilidade da mucosa, episódios de espirros ou ao ato de assoar o nariz vigorosamente. ● Sintomas comumente associados: prurido ocular, lacrimejamento, hiperemia conjuntival, fotofobia, dor local, prurido no conduto auditivo externo, palato e faringe. ● Características faciais típicas: olheiras, dupla linha de Dennie-Morgan e prega nasal horizontal (pelo hábito de coçar a narina com movimento para cima). Diagnóstico geral: ● História clínica + antecedentes pessoais e familiares de atopia + exame físico + exames complementares + identificação do possível alérgeno desencadeante. ○ Porém, o diagnóstico é essencialmente clínico. ● Rinoscopia anterior: ○ O que avalia: narinas, vestíbulo nasal, região da válvula nasal e da porção anterior das conchas inferiores e septo nasal. ○ Achados: mucosa nasal geralmente pálida, edemaciada e com abundante secreçãoclara ou mucóide. ■ Na rinite crônica observa-se hipertrofia importante de conchas inferiores. ● Endoscopia nasal: ○ O que avalia: toda a cavidade nasal, rinofaringe, orofaringe, hipofaringe e laringe. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Segundo objetivo: coleta de material de áreas específicas do nariz para bacteriologia e citopatologia. ● Biópsia nasal: se faz em lesões tumorais ou granulomatosas. ● É importante fazer um questionário sobre: ○ Distúrbios do sono. ○ Qualidade de vida. ○ Comorbidades. ■ Rinoconjuntivite. ■ Respirador oral e síndrome da apneia, hipopneia obstrutiva do sono. ■ Otite com efusão. ■ Rinossinusite. ■ Asma. Avaliação por imagem: ● Radiografia simples dos seios paranasais: NÃO tem papel diagnóstico nas rinites ou rinossinusites. ● Radiografia lateral de crânio, ou radiografia simples da rinofaringe: útil para obstrução nasal por hipertrofia da tonsila faríngea (adenoide) ou por outros processos tumorais da rinofaringe. ● TC e RNM: usa-se especialmente em complicações de quadros infecciosos agudos e na avaliação de processos tumorais benignos e malignos. ○ Pode ter valor na avaliação de quadros inflamatórios e infecciosos crônicos. Diagnóstico etiológico: ● Avaliações alérgicas: ○ Testes irritans nasais. ○ Testes alérgicos cutâneos e sorológicos (IgE). ● Avaliações para o quadro de rinite alérgica: (lembrando que na maioria das vezes essas avaliações não são necessárias, pois o diagnóstico costuma ser apenas clínico) ○ Endoscopia nasal. ○ TC de seios da face. ○ Citologia nasal. ○ Testes para doenças sistêmicas. Tratamento: ● Como determinar o melhor tipo de tratamento: de acordo com a classificação de frequência e intensidade de sintomas. ● Não medicamentosa: ○ Higiene do ambiente. ○ Lavagem nasal com soro. ○ Evitar alérgenos e irritantes. ● Medicamentosa: ○ Cromonas. ■ Cromoglicato dissódico. ○ Anti-histamínicos. ■ Cetirizina. ■ Levocetirizina. ■ Loratadina. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ■ Desloratadina. ■ Ebastina. ■ Fexofenadina. ■ Rupatadina. ■ Bilastina. ○ Corticosteróides intranasais. ■ Budesonida (> 4 anos). ■ Ciclesonida (> 6 anos). ■ Mometasona (> 2 anos). ■ Furoato de Fluticasona (> 2 anos). ■ Propionato de Fluticasona (> 4anos). ■ Beclometasona (>6 anos). ○ Descongestionantes sistêmicos. ■ Pseudoefedrina. ■ Fenilefrina. ○ Descongestionantes tópicos. ■ Efedrina ■ Fenilefrina ■ Tuaminoeptano ■ Nafazolina ■ Oximetazolina ■ Xilometazolina ■ Fenoxazolina ○ Antagonistas de leucotrienos. ■ Montelucaste de sódio. ○ Imunoterapia. Fluxograma da terapêutica: ● Para os casos intermitentes: ○ Leve e intermitente: ■ Anti-histamínicos de 2º geração ou bloqueadores dos receptores H1. ■ Descongestionantes intranasais < 10 dias ou descongestionante oral. ■ Evitar alérgenos e irritantes. ■ Lavagem nasal. ○ Moderada-grave e intermitente: ■ Anti-histamínicos de 2º geração ou bloqueadores dos receptores H1. ■ Corticóide intranasal. ■ Cromona local. ■ Antagonistas dos receptores de leucotrienos. ■ Descongestionantes intranasais < 10 dias ou descongestionante oral. ■ Evitar alérgenos e irritantes. ■ Lavagem nasal. ● Para qualquer caso persistentes (seja ele leve, moderado ou grave): (Para essa classificação, há sempre a indicação de imunoterapia, ou seja, dessensibilização do alérgeno) ○ Anti-histamínicos de 2º geração ou bloqueadores dos receptores H1. ○ Corticóide intranasal. ○ Cromona local. ○ Antagonistas dos receptores de leucotrienos. ○ Imunoterapia. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Descongestionantes intranasais < 10 dias ou descongestionante oral. ○ Evitar alérgenos e irritantes. ○ Lavagem nasal. Imunoterapia: ● Objetivo: inoculação de relevantes extratos de alérgenos, com efeitos duradouros capazes de mudar a evolução natural da doença. ○ Via de administração: subcutânea ou sublingual. ○ Tempo de tratamento: 2-5 anos. ● Indicações: ○ Idade > 5 anos. ○ Rinite alérgica intermitente moderada ou grave. ○ Rinite alérgica persistente (de qualquer intensidade). Imunobiológicos: ● Objetivo: uso de anticorpos monoclonais de alvos específicos para terapêutica. ○ Problemas: alto preço e muitos efeitos colaterais (ex: ativação de uma ILTB). ● Indicação: rinite alérgica associada a rinossinusite crônica. ● Opções mais utilizadas: dupilumabe (inibe IL-4 e IL-13) e omalizumabe (inibe IgE). Tratamento cirúrgico: ● Turbinectomia: tem por objetivo diminuir a concha nasal inferior. Rinites não alérgicas infecciosas Primeiro ponto importante: ● A sintomatologia da rinite alérgica e da não alérgica é basicamente a mesma!!! Por isso, é de extrema importância se realizar uma anamnese dirigida, responsável e eficiente. Classificações das rinite infecciosa: ● Viral. ● Bacteriana. ● Fúngica. Manifestações clínicas do quadro viral: pode ser variável e comumente não há febre ou complicações. ● Rinite viral aguda pela influenza: pode ter sintomas mais fortes que os resfriados comuns, geralmente com febre, mal-estar, cefaleia e predispõe a complicações como infecção bacteriana secundária (rinossinusite, otite, pneumonia, etc). ● Suspeita de complicação da rinite aguda viral para rinossinusite pós-viral: piora dos sintomas após o 5* dia de doença ou persistência maior que 10 dias. Rinites não alérgicas não infecciosas Classificações das rinites não alérgicas não infecciosas: ● Idiopática. ● Irritativa. ● Eosinofílica não alérgica. ● Gestacional. ● Ocupacional. ● Do atleta. ● Por fibrose cística. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Por intolerância a AAS. ● Do idoso. ● Gustativa. ● Medicamentosa. ● Hormonal. ● Por discinesia ciliar. ● Emocional. Rinite eosinofílica não alérgica: ● Epidemio: mais comum > 20-30 anos com sintomas perenes (contínuos) de rinite. ● Caracterização: eosinofilia nasal, por sintomas irritantes inespecíficos, associados a testes cutâneos negativos e níveis normais de IgE sérica. ○ 30% dos pacientes têm pólipos nasais. Rinite hormonal: ● Caracterização: alterações hormonais durante o ciclo menstrual, puberdade, gravidez, menopausa, alterações endócrinas específicas (hipotireoidismo e acromegalia). ● Rinite induzida pela gravidez: o tabagismo é o principal fator de risco identificado. Rinite induzida por fármacos: ● Eventos adversos de tratamentos sistêmicos: uso oral prolongado de aspirina, ibuprofeno, e outros anti-inflamatórios não hormonais, betabloqueadores, sedativos, antidepressivos, contraceptivos orais, ou fármacos de tratamento da disfunção erétil. ● Abuso de descongestionante nasal (rinite medicamentosa): uso prolongado de descongestionantes nasais → se recomenda a cessação do uso. Rinite por irritantes: ● Caracterização: inalação de produtos químicos e gases, partículas de óleo diesel, fármacos, fatores físicos (ar muito frio ou seco) e exposição excessiva à luz. ○ Essas rinites pioram nos períodos de inversão térmica. ● Quadro clínico: obstrução nasal, rinorreia aquosa e espirros, que variam com o tipo e a concentração dos produtos inalados. ○ Dependendo da substância, pode haver degranulação de mastócitos. ● “Síndrome do Edifício Enfermo”: sintomas respiratórios relacionados à inadequação dos sistemas internos de ar nos edifícios. ○ Principal poluente intradomiciliar: fumaça do cigarro (para fumantes ativos e passivos). ● Rinoscopia anterior: intensa congestão da mucosa, principalmente das conchas inferiores, com rinorreia intensa. Rinite gustativa ou associada à alimentação: ● Caracterização: rinorreia aquosa após a ingestão de alimentos quentes, condimentados ou apimentados. Rinite emocional: ● Caracterização: quadro desencadeado em situações de estresse, sobrecargas psíquica, física, intelectual, emocional, após ato sexual. ● Sintoma predominante: obstrução nasal em decorrência de congestão da mucosa. ● Outros sintomas associados: rinorreia aquosa, alterações olfativas, ansiedade e depressão. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ● Tratamento: equilíbrio entre trabalho e lazer, exercícios físicos e atividades visandorelaxamento e autoestima. Rinite atrófica: ● Ozenosa: atrofia osteomucosa do nariz, principalmente das conchas, com formação de crostas e secreção mucopurulenta, com mau cheiro. ○ Sintomas: cefaleia, hiposmia, obstrução nasal e epistaxe ○ Etiologia: é desconhecida. ● Secundária: pode ser resultado de tratamentos cirúrgicos radicais (ex: retirada de tumores nasais ou turbinectomias muito amplas). ○ Possíveis causas: granulomatose crônica, rinossinusite crônica, traumatismo e radiação. ○ Pode ser preciso um tratamento cirúrgico para estreitar a cavidade do nariz. ● Tratamento para ambas: lavagem salina, com antibióticos locais e sistêmicos, e também estrógenos. Rinite secundária a variações anatômicas estruturais: ● Principais alterações: ○ Alterações da válvula nasal. ○ Desvio de septo. ○ Perfuração septal. ○ Hipertrofia óssea de conchas uni ou bilateral. ○ Degeneração polipoide de concha média. ○ Atresia coanal (uni e bilateral). ○ Hipertrofia acentuada de adenoides. ● Diagnóstico: rinoscopia + endoscopia nasal, para identificar as alterações estruturais. Rinite idiopática: ● Caracterização: rinite não-alérgica sem etiologia clara e conhecida como causadora dos sintomas nasais. Tratamento: ● Idiopática: sintomáticos. ● Irritativa e gustativa: sintomáticos + evitar o agente agressor. ● Eosinofílica não alérgica: sintomáticos + corticoterapia + remoção cirúrgica dos pólipos nasais (se necessário). ● Gestacional: tem curso auto-limitado → higiene do ambiente + medicação. ● Ocupacional: uso de EPI. ● Do esporte: sintomáticos. ● Discinesias, hormonal e por fibrose cística: sintomáticos e tratar a causa base. ● Do idoso: sintomáticos + cromonas. ● Medicamentosa: evitar o agente agressor. Opções cirúrgicas: ● Objetivo: corrigir as alterações anatômicas nasossinusais crônicas associadas. ● Indicação: pacientes com obstrução nasal refratária ao tratamento clínico e que apresentam hipertrofia da concha inferior. ● Procedimentos: ○ Luxação lateral da concha nasal → pouco utilizada como procedimento isolado. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Turbinectomia parcial → ressecção parcial da mucosa e do osso da concha. ○ Turbinoplastia inferior → ressecção submucosa com ou sem microdebridador, com preservação da mucosa medialmente. ○ Vaporização a laser. ○ Eletrocauterização de superfície ou da submucosa ○ Ablação por radiofrequência (coblation). Casos especiais Rinite alérgica local: ● Caracterização: quadro clínico similar ao da rinite, com resposta alérgica nasal em pacientes com teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (TCHI) negativo e IgE sérica específica indetectável. ● Quadro clínico: espirros, coriza, prurido e obstrução nasal, associados a sintomas oculares e boa resposta a anti-H1 sistêmicos e corticosteroide tópico nasal. ○ A maioria dos pacientes tem um quadro persistente com intensidade moderada-grave, muito associada à conjuntivite (25-57% dos casos) e asma (33-47%). Crianças: ● Classificação: rinites infecciosas, alérgicas ou não infecciosas e não alérgicas, que muitas vezes podem coexistir. ● Rinites virais: podem ocorrer nas primeiras semanas de vida, ficando mais frequente com contato a outras crianças em creches, escolas e com seus irmãos. ○ Nos primeiros anos de vida pode chegar a 10 resfriados ao ano. ● Rinites bacterianas: são menos comuns, mas podem durar semanas. ● Diagnósticos diferenciais: ○ Lactentes: estenose ou atresia de coanas. ○ Pré-escolares: hipertrofia das adenoides, corpo estranho, fibrose cística se associada à polipose e discinesia ciliar. ○ Adolescentes: rinossinusite e desvios do septo. Idosos: ● Principais quadros: rinite irritativa (rinite não alérgica), mistos, a rinite atrófica e por uso de medicamentos. ● Tratamento: é o mesmo das outras faixas etárias, mas os anti-H1 de segunda geração são mais seguros, enquanto os clássicos podem causar retenção urinária e problemas de acomodação visual. Gestante e lactante: ● Rinite gravídica: congestão nasal nas últimas 6 ou mais semanas de gestação, sem sinais de infecção do trato respiratório e sem causa alérgica, com completo desaparecimento até 2 semanas após o parto. ○ A intensidade dos sintomas se relaciona aos níveis de estrogênio no sangue. ● Tratamento: anti-H1 de primeira geração. @p�sitivamed Vict�ria K. L. Card�so ○ Solução salina e cromoglicato dissódico podem ser usados como adjuvantes. ○ Casos mais graves: pode-se usar corticosteroides tópico nasais, como a budesonida. ○ No caso de rinite infecciosa bacteriana durante a gravidez, usa-se amoxicilina. Atletas: ● Caracterização: exercício como fator desencadeante ou agravante de doenças alérgicas como asma, urticária e anafilaxia. ● Quadro clínico na rinite: rinorreia e espirros. ● Tratamento: preferir um anti-H1 de segunda geração e/ou um corticosteroide tópico nasal. @p�sitivamed
Compartilhar