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Farmacologia I - Medicina Veterinária Mayara Carolina - 4º semestre Antagonista da Histamina A histamina além de funcionar como autacóide, também é um neurotransmissor liberado por neurônios histaminérgicos em algumas regiões do cérebro relacionados com estado de vigia, termoregulação e etc. Histamina É sintetizada a partir da descarboxilação do aminoácido histidina por ação da enzima L- histidina descarboxilase Após sua síntese no complexo de Golgi, a histamina é transportada para o interior dos grânulos citoplasmáticos, onde fica armazenada em associação iônica de glicosaminoglicanos, heparina e proteases formando um complexo inativo. Principais células com histamina: basófilos e mastócitos. No interior dos mastócitos e basófilos a histamina é produzida lentamente e sua taxa de renovação e baixa, fora deles ela é sintetizada e liberada continuamente (efeitos farmacológicos e fisiológicos diferentes) Lesão, agentes que causam lise na célula, agentes sensibilizantes ou estimulação medicamentosa direta - resposta - liberação de histamina Biotransformação - pode ser de duas formas, através da metilação ou oxidação, de N-Metil- histamina pela ação da N-metiltransferase ou imidazol-N-metiltransferase (sofre ação da MAO) formando ácido metilimidazol-acético. Ou pode passar por desaminação oxidatia atráves da reação catalisada pela histaminase (diamina oxidase) = ácido imizadol-acético. 1% da histamina é eliminado na urina, após sofrer acetilação no TGI ou 2-3% na forma de histamina livre. Receptores da Histamina • H1, H2, H3, H4 • São receptores de superfície, localizados nas células-alvo • Algumas funções esclarecidas • Possui respostas diferentes em cada animal • Realizam transdução de sinais extracelulares por meio da mensageiro mediados pela proteína G Receptores H1 - encontrado em diversos tecidos do organismo, cérebro, musculatura lisa das células respiratórias (broncoconstrição) SGI (contração ML), adrenal, sistema imune, coração, endotélio vascular (aumenta a PV e estimula a liberação de oxido nítrico) e SGU • É o principal receptor relacionado a inflamação aguda e processos alérgicos e anafiláticos (asma, rinite, alergia alimentar, picada de inseto, medicamentos e atopia). • Ligação da Histamina nesse receptor aumenta a síntese de prostaglandina Receptores H2 - encontrados no estômago, vasos, SNC, sistema respiratório (função desconhecida) • O acumulo intracelular de AMP ciclico aumenta a tividade metabólica em célula mesenquimais, neurônios e sistema imune • Apresenta efeitos inibitórios - reução da síntese de anticorpos, proliferação dos linfócitos T e produção de citocinas Receptores H3 - são responsáveis pelo controle da liberação da histamina, são receptores pré-sinápticos (autorreceptores) que inibem a liberação de histamina. • Podem atua como heterorreceptores pois estão presentes em outras terminações nervosas - inibem a síntese e liberação de outros neurotransmissores (acetilcolina, dopamina, norepinefrina e serotonina) • Possui três isoformas em ratos - H3a, H3b e H3c • Possui 2 isoformas em seres humanos - expressam de maneiras diferentes em diversas áreas do cérebro, processos de aprendizagem e memória e regulação de apetite • Em suínos a ativação de receptores H3 pode inibir a vasoconstrição simpática da mucosa nasal Receptores H4 - estão associados aos receptores do tipo H3, são encontrados principalmente em mastócitos e eosinófilos em diversos tecidos do organismo como intestino baço, timo e sistema imune Funções Histamina nos receptores I Farmacologia I - Medicina Veterinária Mayara Carolina - 4º semestre • Vasodilatação arteriolar - H1 e H2 Aumento da PC - H1 principalmente • Secreção Gástrica - H2 principalmente • Broncoconstrição - H1 principalmente • Alteração da FC - H2 principalmente • Participação nas reações anafiláticas e alérgicas (como asma, rinites, alergia alimentar, a picada de insetos ou a medicamentos, atopia e outras). Recentemente, foi demonstrado que a histamina pode regular a resposta de linfócitos T e de anticorpos por meio de receptores H1 e H2. Além disso, o receptor H4 também é relacionado a funções do sistema imunológico. Inflamação e hipersensibilidade • Histamina é um dos mediadores da inflamação liberada principalmente por mastócitos e basófilos sanguíneos após estimulo por reação inflamatório, danos físicos ou reações alérgicas • Promove sensação de dor e prurido que é levada ao SNC pelas terminações nervosas sensitivas • Funciona como neurotransmissor - neurônios histaminérgicos no SNC • Nervos histaminérgicos eferentes periféricos causam vasodilatação • Intensifica a resposta inflamatória por ser quimiotática para eosinófilos e neutrófilos • Imunoglobulina IgE participa das reações alérgicas, se ligam a mastócitos e basófilos - ruptura da célula libera grânulos - libera os mediadores (bradicinina, serotonina, heparina...) - causa edema e hipotensão que pode evoluir para choque circulatório e morte • Liberação de histamina pode estar relacionada ao cAMP - quando aumenta a concentração de cAMP reduz a liberação de histamina • Catecolaminas podem inibir a liberação da histamina • Liberação lenta - permite sua inativação antes de atingir a circulação sanguínea = reação localizada • Liberação rápida - impede sua inativação = reação generalizada Secreções • Estimula a secreção do pâncreas e das glândulas lacrimais e brônquicas • Maior importância na secreção gástrica - ácido clorídrico e pepsina (H2) • Principais neurotransmissores envolvidos na secreção de ácido gástrico - acetilcolina, histamina e gastrina • Produção de secreção de ácido clorídrico pelas células parietais é proporcional a quantidade de histamina liberada Sistema Cardiovascular • Vasodilatação e hipotensão • Vasos de maior calibre - contrai com ação da histamina • Coelhos - vasoconstrição promove aumento da resistência vascular e aumento da pressão arterial (hipertensão) • Quando administrada localmente - causa vasodilatação • Ação final - depende da espécie do animal e balanço entre vasocontrição em vasos de maior calibre e vasodilatação em pequenos vasos • Receptores H1 presentes na musculatura lisa e vasos sanguíneos alta afinidade e são estimulados por baixas doses, efeito rápido e de curta duração (aumenta a PV) • Receptor H2 -presentes na musculatura lisa e vasos sanguíneos, respondem a doses altas causando dilatação lenta e persistente • No coração provoca estimulação dos receptores H2 e liberação de norepinefrina - efeito inotrópico positivo Musculatura Lisa extravascular • Receptores H1 - contração da musculatura lisa dos brônquios na maioria dos mamíferos (cobaia é sensível a este efeito) • Ovinos - relaxa a musculatura lisa atráves do receptor H2 • Gatos - relaxamento da musculatura lisa da traqueia por meio dos receptores H1 e H2 • Na maioria das espécies promove contração uterina (exceto ratos) e contração intestinal (H1) Sistema Nervoso Central • Receptores H1, H2 e H3 • Complexo • Controle vigilia-sono, apetite, aprendizado, memória, comportamento agressivo e emoção II Farmacologia I - Medicina Veterinária Mayara Carolina - 4º semestre Agonistas da Histamina • Sem importância na MV • Usado em modelos experimentais • Doses altas de alguns medicamentos são capazes de promover liberação de histamina - efeitos colaterais • Morfina, Coreína, Meperidina, Curares, Atropina, Papaverina e Polimixina • Alguns peixes apresentam concentrações de histidina em sua musculatura e em condições inadequadas de refrigeração permite que bactérias promovem a descarboxilação desseaa formando histamina. O cozimento de carne ou processamento não destrói a toxina formada. Ingestão causa quadro tóxico chamado escombrotoxicose (histamina do peixe). Os sinais clínicos são os de reações alérgicas Antagonistas da Histamina • Anti-histamínicos • interagem de maneira reversível impedindo a ação da histamina • Antagonismo competitivo, bloqueio pode ser revertido quando aumentar a concentração da histamina ou de outro agonista destes receptores • São classificados em quatro categorias de acordo com seu local de ação (H1, H2, H3 e H4) • Apenas os antagonistas de receptores H1 e H2 tem aplicação em clinica MV Antagonista de receptores H1 • Estrutura química é resultante das modificações da molécula de histamina • São bem absorvidos pela via oral em animais monogástricos, período de latência 30min e pico de ação de 1 a 6 horas • Poligástricos - latência de 20 a 45min e duração de efeito de 3 a 12 horas • Alta lipossolubilidade • Alguns podem atravessar a BHE - causando sedação (evitar via IV porque pode causar efeitos centrais devido a alta biodisponibilidade) • Anti-histamínicos de 2ª geração não atravessam a BHE (loratadina) • Biotransformação - é hepática, e pode ativar o sistema microssomal hepático • Pode controlar reações alérgicas e inflamatórias • Cinetose - náuseas causadas pelo movimento, indução do sono é indicada (dimenidrato e prometazina - ação anticolinérgica muscarinica) • Na anafilaxia e alergia outros mediadores também são liberados e outros medicamentos podem ser fundamentais para reversão do quadro clínico Antagonista de receptores H1 - fármacos Etanolaminas - Difenidramina, Dimenidrinato, Clemastina Etilenodiaminas - Tripelenamina Alquilaminas - Clorfeniramina Piperazinas - Hidroxizina Fenotiazina - Prometazina Efeitos colaterais - H1 • Sedação + comum • Incoordenação motora • Prostração • Doses altas causam alucinações, excitação, ataxia, convulsão, hipertermia, colapso cardiorrespiratório e morte • Medidas de suporte, sem antídoto especifico • Reações de sensibilidade • Náuseas, êmese, constipação intestinal e diarreia • Efeitos anticolinérgico - midríase, taquicardia e boca seca • Pacientes em tratamentos com inibidores da MAO não devem utilizar anti-histamínicos pois aumentam os efeitos anticolinérgicos • Teratogenicidade em roedores - cautela em animais prenhes Antagonista de receptores H2 • Pouca ou nenhuma afinidade com receptor H1 • Cimetidina primeiro fármaco de importância clínica • Principal uso - redução de secreção gástrica, reduzem a concetração intracelular de cAMP, usados em tratamentos de gastrites e úlceras • Inibição do ácido gástrico estimulada pela histamina, pouca ou nenhuma ação contra sereção induzida pela Ach e gastrina Antagonista de receptores H2 - fármacos 1ª geração - Cimetidina III Farmacologia I - Medicina Veterinária Mayara Carolina - 4º semestre 2ª geração - Ranitidina (ação superior a Cimetidina, porém pararam de comercializar), possuem efeitos prócinético (anticolinesterásico) aumentando a motilidade GI 3ª geração - Nizatidina (ação semelhante a ratidina) e Famotidina (efeito superior a ranitidina) Efeitos colaterais - H2 • Náuseas • Diarreia • Constipação Intestinal • Prurido • Perda da libido • Alucinações - idosos ou pela via IV • Pode interferir na biotransformçao de outros fármacos, inibe o sistema oxigenase de função mista no fígado • Reduz pH gástrico - alterando absorção de alguns fármacos que dependem do pH ácido Opióides - Hipnoanalgésicos • Civilizações antigas descobriram o ópio da papoula • Acreditavam que promovia excitação • Qualquer espécie de animal pode receber • Podem ser classificados em cinco grupos • Opióides - Morfina, Metadona, Tramadol, Meperidina, Butorfanol, Fentanil e Codeína • Opiódes fortes - morfina, metadona, fentanil • Opióides fracos - tramadol, codeína e butorfenol • Ligam-se de forma reversível a receptores especificos no SNC e medula espinhal - Nocicepção, Percepção e liberação de serotonina Efeitos Farmacológicos • Alteram a nociocepção e a percepção da dor • Habilidade em inibir diretamente a transmissão da informação • Ativação de circuitos de controle da dor • Atuam também nos componentes emocionais da dor Fisiopatologia da dor Receptores opióides • Designados com letras gregas • Receptor μ (mi) - MOP • Receptor κ (kappa) - KOP • Receptor δ (delta) - DOP Efeitos Adversos • Depressão respiratória • Excitação, euforia, disforia • Sedação • Bradicardia - (estimulo vagal) e Hipotensão (histamina) • Ofegante - centro termorregulador • Náuseas, salivação e defecação seguida de constipação Classificação dos Opióides • Agonistas - morfina, metadona, meperidina, tramadol, codeína, fentanil e remifentanil • Agonistas parciais - buprenorfina • Agonista-Antagonista - butorfanol e nalbufina • Antagonista - naloxona IV
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