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FARMACOLOGIA E TOXICOLOGIA VETERINÁRIA Resumo Luana Paula Bertassi de Freitas vieira Prescrição Veterinária Prescrição Ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente, com respectiva dosagem e duração do tratamento, por meio da elaboração de uma receita médica. Dosagem: dose do medicamento e a frequência de administração. Dados da prescrição médica Toda prescrição médica deve ter o cabeçalho, a identificação do paciente, a inscrição (com especificação do uso, nome do fármaco, forma farmacêutica e concentração), a instrução (esclarecer para o farmacêutico a manipulação das drogas [não é essencial]), a indicação (modo de administração e via de administração, intervalo entre doses e tempo de tratamento) e a assinatura do médico veterinário. Modelos de receita médica RECEITA SIMPLES “venda sob prescrição médica” Modelos de receita médica RECEITA AZUL (B) Lista “B1” (psicotrópicos) Validade após prescrição: 30 dias Somente no estado emitente. Máxima/receita: 60 dias de tratamento. 5 ampolas para medicamento injetável Lista “B2” (psicotrópicos anorexígenos) Máxima/receita: 30 dias de tratamento Modelos de receita médica RECEITA AMARELA (A) Listas “A1”, “A2” (entorpecentes) “A3” (psicotrópicos) Validade após prescrição: 30 dias Todo o território nacional. Máxima/receita: 30 dias de tratamento Limitada a 5 ampolas para medicamento injetável. Modelos de receita médica RECEITA DE CONTROLE ESPECIAL “venda sob prescrição médica – só pode ser vendido com retenção da receita” Duas vias “C1”, “C4”, “C5” adendos das listas “A1”, “A2” e “B1” Validade: 30 dias, em todo o território nacional. Modelos de receita médica ANTIMICROBIANOS Anvisa – 2010 Receita de controle especial ou comum, em duas vias. LISTA MEDICAMENTOS A1 (entorpecentes) MORFINA E ÓPIO A2 (entorpecentes) TRAMADOL A3 (psicotrópicos) ANFETAMINA E METANFETAMINA B1 (psicotrópicos) BARBITAL, DIAZEPAM, FENOBARBITAL, LORAZEPAM, MIDAZOLAM E TIOPENTAL B1 (psicotrópicos anorexígenos) ANFEPRAMONA E FENTERMINA C1 (sujeitos a controle especial) ACEPROMAZINA, CETAMINA, CLORPROMAZINA, DESFLURANO, HALOTANO, ISOFLURANO, PROPOFOL E TETRACAÍNA Receitas médicas padronizadas Contendo informações como o nome do medicamento, a dose etc. Traz maior clareza e rapidez na emissão; Não pode apresentar rasuras ou alterações em letras manuscritas, para não gerar confusão. Utilização do verso do formulário da receita médica Registro de medidas não medicamentosas Orientações higieno-dietéticas Reações adversas dos medicamentos Marcação da consulta de retorno Outras informações Obrigatório – previsto em lei Esclarecer o proprietário Perguntar se o mesmo entendeu o recomendado Só então entregar a receita Histamina e anti-histamínicos Histamina Encontrada na maioria dos tecidos, principalmente pulmão, pele e TGI (contato com o meio externo; porta de entrada) Células que produzem histamina: Mastócitos Basófilos Eosinófilos Histaminócitos no estômago Neurônios histaminérgicos Mediador químico de processos alérgicos e inflamatórios (SNC e SNP) defesa/proteção do organismo. Neurotransmissor HISTAMINA É sintetizada pela descarboxilação (histidina descarboxilase) intracelular do aminoácido histidina. histidina descarboxilase HISTIDINA HISTAMINA Histamina Liberada por mastócitos durante reações inflamatórias ou alérgicas (células sofrendo degranulação). Fármacos Liberadores de Histamina (não é efeito terapêutico; nunca vou querer que histamina seja liberada; sempre efeito colateral): morfina, succinilcolina, atropina, contrastes radiográficos, expansores plasmáticos (podem causar liberação de histamina; reação alérgica; hipersensibilidade) Lesão Tecidual: traumatismos, urticaria solar, urticária por frio. Liberação de histamina causa prurido. Inflamação: calor, rubor, tumor, dor e perda de função. Age através da ativação de receptores Ações da histamina RECEPTORES RECEPTOR LOCALIZAÇÃO MECANISMO DE AÇÃO H1 Células Endoteliais (camada mais intima dos vasos sanguíneos; revestimento), Musculatura Lisa (uterina, brônquica, intestinal,...), SNC DAG, IP3, ativa PKC e [Ca2+] intracelular H2 Mucosa Gástrica, Músculo Liso Vascular, Músculo Cardíaco, Mastócitos, SNC AMPcíclico, ativa PKs H3 Neurônios histaminérgicos, SNC, SNP AMPc H4 Células de origem hematopoiética AMPc Receptores Receptores Efeitos H1 Vasodilatação arteriolar Aumento da permeabilidade capilar Broncoconstrição Resposta imunológica H2 Vasodilatação arteriolar Secreção ácida gástrica Inotropismo positivo (aumento da força de contração do coração) Taquicardia (cronotropismo positivo) Resposta imunológica H3 “Feedback” negativo (bloqueia a liberação de mais histamina) H4 Resposta imunológica (aumentando ainda mais a ação de mediadores químicos, exacerbando os efeitos) Efeitos da histamina Inflamação e hipersensibilidade Tecidos Mastócitos (favorecem no aumento de concentração de histamina) Vasos sanguíneos Basófilos (vão cair na circulação e liberar a histamina no sangue) Liberação lenta (ajudando em reações de inflamação e hipersensibilidade) Processo localizado (picada de borrachudo) Liberação rápida (podendo chegar em um choque anafilático) Processo generalizado (picada de abelha; se for alérgico)(fármacos são outro exemplo) IgE Efeitos da histamina Aumenta secreções Pancreáticas Salivares Lacrimais Brônquicas Gástricas Aumenta a produção e liberação das glândulas exócrinas Reação de hipersensibilidade Rinite alérgica Conjuntivite alérgica Asma alérgica Picadas de insetos Alergia à alimentos Choque Anafilático EFEITOS da histamina Sistema Nervoso Central Vigília-sono Controles de: Apetite Aprendizado Memória Comportamento agressivo Emoção Biotransformação MONOAMINOXIDASE (MAO) – degrada adrenalina, noradrenalina e histamina para ser eliminada Liberadores de histamina Não tem emprego terapêutico Efeito colateral de outros fármacos Morfina Petidina Atropina Curare Polimixina Codeína Papaverina Receptor h2 Estimulação cardíaca Efeito inibitório sobre o SNC Estimulação da secreção gástrica Vasoconstrição Receptor h3 SNC – hipocampo e córtex (faz o feedback negativo) Auto receptores inibitórios localizados em neurônios histaminérgicos Envolvidos no processo de cognição e ansiedade Receptores H4 Homologia com H3 Receptor presente nas membranas das células de defesa [origem hematopoiética] (mastócitos, basófilos, eosinófilos) Induz a quimiotaxia e aumenta expressão de moléculas de adesão no eosinófilo Possível papel em processos inflamatórios Anti-histamínicos Antagonistas h1 Inibidores competitivos reversíveis Inibem contração da musculatura lisa respiratória Inibem efeitos vasodilatadores Bloqueiam o aumento da permeabilidade vascular e consequente formação de edema Promovem depressão no SNC (SNC vai ficar mais devagar – letárgico, apático e sonolento) Bloqueiam as ações da histamina Efeito anti-inflamatório Antagonistas h1 Amplamente empregados no tratamento das afecções de hipersensibilidade Dermatológicas Respiratório Digestório Antagonistas H1 Primeira geração (veterinária) Difenidramina (Difenidrin®) Dimenidrinato (Dramin®) Clemastina (Agasten®) Tripelenamina (Alergitrat gel®) Clorfeniramina (Resfenol®) Dexclorferinamina (Polaramine®) Hidroxizina (Hixizine®) Prometazina (Fenergan®) Antagonistas h1 – 1ª Geração Inibem ações da histamina Depressão do SNC Muito inespecíficas (mexe em vários sistemas e vai causar diversos efeitos colaterais) farmacocinética – 1ª geração Via oral Bem absorvidos Efeito máximo em 1-2 horas Distribuição ampla Barreira hematoencefálica (molécula tem que ser lipossolúvel e ter um peso molecular baixo) Metabolizados no fígado Excreção renal rápida Administrações 3 a 4 vezes ao dia parassimpático simpático Antagonistas h1 – 2ª geração Mequitazina, terfenadina, fexofenadina, loratadina, cetirizina. Efeitos anti-histamínicos, sem efeito sedativo. Relatosde toxicidade Farmacocinética – 2ª geração Via oral Bem absorvidos Transformado em metabolito ativo – loratadina Astemizol e terfenadina – arritmias graves Desenvolvimento de metabólitos ativos – fexofenadina, desloratadina Excreção – urina e fezes São hidrossolúveis e tem um alto peso molecular Ação mais específica Sem relatos de toxicidade PROVA Antagonistas h1 – uso clínico Reações alérgicas Rinite alérgica Urticária Picadas de insetos Hipersensibilidade Antieméticos Cinetose (enjoo causado por movimento) Náuseas – vertigem Sedação Antagonistas h2 Inibição competitiva reversível Inibem ações da histamina em todos os receptores H2 Principal ação: inibição da secreção gástrica Gastrite Úlceras Redução da acidez gástrica Redução da contratilidade uterina Inibir secreção gástrica no estômago Antagonistas H2 fármacos geração potência metabolização metiamida primeira 1 hepática cimetidina primeira 1 hepática ranitidina segunda 5 a 10 hepática famotidina terceira 20 a 50 hepática nizatidina terceira 20 Excreção renal inalterada A cimetidina é bastante hepatotóxica e aumenta o período hábil de diversos fármacos, atrasa a metabolização de outros fármacos administrados juntos. Ex: metronidazol A ranitidina e nizatidina possuem efeito pró- cinético, aumenta movimentos peristálticos. Ex: evitar em quadros gastrintestinais obstrutivos. Efeitos adversos de antagonistas h2 Náuseas Diarreia Constipação intestinal Perda da libido Prurido Alucinações (raro) Redução da absorção de fármacos absorvidos em meio ácido IECAS Renina angiotensina aldosterona Fragmentos da angiotensina Angiotensina IV Angiotensina III Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina Captopril (Capoten®) Biodisponibilidade (parte da droga que faz efeito) 60% (jejum) – alimento reduz a biodisponibilidade em 60% Alimentação reduz para 25 a 50% Produz proteinúria Eliminado inalterado na urina Não é metabolizada pelo fígado; dificulta a eliminação pelos rins, causando proteinúria Inibidores da ECA Enalapril (Renitec ®) Biotransformado no fígado em enalaprilato (ativo) Disfunção hepática reduz eficácia Biodisponibilidade não afetada pela alimentação Eliminação renal Pró-droga; precisa passar pelo fígado para ser transformado na sua forma ativa. Inibidores da ECA Benazepril (Lotensin ®, Fortekor®) Necessita de ativação em benazeprilato por metabolização hepática Excreção significativa pela bile 50% no cão 85% no gato Mais indicado em nefropatas Pró-droga; é ativada pelo fígado através da metabolização hepática Inibidores da ECA Lisinopril (Privinil ®) Não necessita de ativação Biodisponibilidade de 25% (75% da droga é Perdida) Excreção renal Bastante indicado em hepatopata (pois não necessita de ativação com metabolização do fígado e não causa proteinúria) Não sobrecarrega o fígado Inibidores da Angiotensina II Losartana (Losartec ®) Inibidor específico dos receptores de AT1 Menores efeitos colaterais que os IECAs Tosse (efeito colateral comum) Baixa biodisponibilidade 33% (facilmente resolvido; aumentar a concentração do princípio ativo no comprimido) Metabolização hepática Metabólito somente ativo em seres humanos (eliminado em outros animais) Excreção 1/3 na urina 2/3 na bile Favorecendo o uso em animais nefropatas Não é inibidor da ECA Anti-inflamatórios Inflamações Todo processo inflamatório começa com alterações vasculares, que possibilitam a chegada maior de células e mediadores químicos nos tecidos lesionados. Cascata do ácido araquidônico, é a responsável pela produção de mediadores químicos do processo inflamatório, atuam de forma muito ativa no estabelecimento desse processo. A cascata começa nas membranas celulares, são constituídas por uma bicamada fosfolipídica, que pode sofrer a injuria ou pode ser que os fosfolipídios possam sofrer a ação de enzimas (fosfolipase a2) liberando como produto o ácido araquidônico. Inflamações O ácido araquidônico também sofre ação de duas enzimas: lipooxigenase (LOX) e ciclooxigenase (COX). Ação da LOX: produto são os leucotrienos (mediadores químicos dos processos inflamatórios) Ação da COX: produtos são tromboxanos e prostaglandinas (mediadores químicos do processo inflamatório) 3 classes de mediadores químicos: eicosanoides (leucotrienos + tromboxanos +prostaglandinas) contribuem das mais varadas formas pro surgimento dos sinais da inflamação Eicosanoides Prostaglandinas Prostaciclinas Leucotrienos: quimiotaxia Tromboxano: coagulação Anti-inflamatórios Esteroidais (Aires) Classificação dos corticosteroides Produção na glândula adrenal (suprarrenal): 2 principais regiões: córtex (externa) [divisão histológica] e medula (interna) [adrenalina]. Córtex dividido em 3 zonas (camadas histológicas): zona glomerulosa, zona fasciculata e zona reticulada. Cada zona tem uma produção especializada de algum tipo de hormônio. Mineralocorticoides (aldosterona): zona glomerulosa. [ajuda na retenção de sódio e aumento de pressão] Glicocorticoides (cortisol ou hidrocortisona em cães, gatos, peixes, macacos e humanos, e corticosterona em ratos, pássaros e cobras): zona fasciculata. [função anti-inflamatória] Esteroides sexuais (andrógenos e estrógenos): zona reticulata. Produzidos na glândula adrenal (zonas específicas) Eixo hipotalâmico hipofisário adrenal (zonas + hipófise + hipotálamo) 58 Adrenal Produção desses hormônios é controlada e regulada por uma via que começa no hipotálamo, eixo hipotalâmico hipofisário adrenal. Esse eixo é o responsável pela produção dos corticoides. O hipotálamo libera um hormônio chamado de CRH, hormônio liberador de corticotrofina, que sai do hipotálamo e age na hipófise. Na hipófise o CRH estimula a liberação do ACTH, hormônio adrenocorticotrófico, que ganha a circulação, chegando até a adrenal, onde estimula a produção e liberação dos hormônios do córtex adrenal. Angiotensina II estimula a liberação de aldosterona Adrenal Os hormônios do córtex são liberados para agir no organismo. O eixo é controlado pelo feedback negativo: os hormônios do córtex da adrenal são liberados, o cortisol quando chega no SNC age no hipotálamo e na hipófise, o começo do eixo, bloqueando a liberação dos hormônios CRH e ACTH. Cortisol Tem um padrão de liberação de cortisol. Hormônio presente em todos os sistemas orgânicos. Precisa ser muito bem controlado. Ajuda no controle do ciclo circadiano, ciclo do comportamento, ciclo sono-vigia. A figura ilustra a liberação de cortisol para humanos. Meia-noite menor quantidade, concentração, de cortisol liberado. Seis da manhã maior quantidade de cortisol liberado (pico máximo). Padrão vária de acordo com a espécie. Padrão pode ser alterado, mas não é algo ideal de se fazer, podendo causar problemas de saúde. Efeitos dos glicocorticoides Tanto cortisol (endógeno) quanto o fármaco, ambos tem os mesmos efeitos. Agentes hiperglicemiantes (inibição da ação da insulina, não captando a glicose de forma regulada, favorecendo o aumento da glicemia). Aumentam o catabolismo de proteínas (prejudica o sistema muscular e a pele; pior para cicatrização) mandam os aminoácidos para o fígado pra entrarem na rota da gliconeogênese . Potencializam a lipólise (para transformar em glicose para produção de energia) para ir ao fígado para realizar a gliconeogênese, chega um volume grande e o fígado não da conta de metabolizar toda essa gordura e acaba acumulando essa gordura na região abdominal, perto do fígado (realocação da gordura). Efeitos dos glicocorticoides Se tiver efeito mineralocorticoide : Mimetiza a ação da aldosterona Efeitos indesejados Ligação nos receptores renais de aldosterona Retenção de Sódio Hipertensão Redução na absorção intestinal de cálcio Hipercalciúria Sistema digestório Aumento das secreções gástricas (HCl, pepsina) Aumento da secreção pancreática Induz produção de isoenzima hepática (Fosfatase Alcalina: enzima índice de função hepática; alta: fígado sobrecarregado) Polifagia e polidipsia Sistema musculo-esquelético Fraqueza e atrofiamusculares Aumentam a reabsorção óssea: pois ativa a ação dos osteoclastos (fazem degradação da matriz óssea); e inibe a ação dos osteoblastos (repõe a matriz óssea). Reduzem a formação de matriz óssea Efeitos dos glicocorticoides Pele Inibem a síntese de colágeno e ácido hialurônico: substâncias responsáveis pela manutenção do tecido epitelial. Dificulta cicatrização e induz hiperqueratose (caspa; acúmulo de célula morta) Atrofia de glândulas sebáceas (pele seca) e folículo piloso (não renovam, animal fica alopécico) Hiperpigmentação (pele escura) Efeitos dos glicocorticoides Sistema endócrino Atrofia de adrenal (sem controle por feedback negativo; adrenal para de funcionar) Reduz secreção de diversos hormônios (efeito cascata): TSH T4 abaixo do limite de normalidade GH FSH LH Prolactina T4 abaixo do limite de normalidade ADH Efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores Neutrófilos (neutrofilia hiporreativa) Diminuição da migração neutrofílica (diminui o processo inflamatório) Aumento da descarga medular de neutrófilos Redução das atividades dos neutrófilos Macrófagos e monócitos Diminuição da atividade fagocitária Redução da apresentação de antígenos Em doses elevadas reduzem a liberação de citocinas (fatores de comunicação entre as células) Diminuição da síntese de histamina (mediador químico do processo inflamatório) Efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores Linfócitos Linfopenia (diminuição de linfócitos circulantes). Redistribuição para órgãos linfoides Linfócitos T mais afetados (logo linfócito B também é afetado, pois o linf. T leva o antígeno para o linf. B para a produção de anticorpos) Reduz ativação de linfócitos B pelos linfócitos T Inibição da Fosfolipase A2 e cicloxigenase Redução da síntese destas enzimas (cascata do ácido araquidônico; consequentemente diminui o processo inflamatório) Produção de lipomodulina-1 (fator de transcrição que bloqueia a fosfolipase A2) Mecanismo de ação dos corticoides 4 tipos de receptores: ligados a proteína G, canais iônicos, enzimáticos e nucleares. Receptores dos corticoides: são os nucleares (localizados no citoplasma; quando o corticoide se liga a ele ambos migram para o núcleo; ação ocorre no núcleo). No núcleo eles inibem ou ativam fatores de transcrição de material genético (formação de RNAm). Vão bloquear a produção de fatores pró-inflamatórios (citocina, prostaglandinas) e vão estimular a produção de fatores anti-inflamatórios (lipomodulina 1; que inibe a ação da fosfolipase A2). São muito lipossolúveis (base: molécula de colesterol) atravessam com facilidade a membrana celular e a carioteca. Lipomodulina - 1 Glicocorticóides + X X Glicocorticoides São classificados quanto a sua potência anti-inflamatória ou a meia vida: Quanto maior a meia vida maior a potência anti-inflamatória. Quanto menor a meia vida, menor a potência anti-inflamatória. Farmacocinética Biotransformação: hepática: reações de Fase I e II (redução das duplas ligações e grupos cetônicos [fase I] ou conjugação com o ácido glicurônico[fase II]). Cortisona e prednisona (pró-fármacos) São ativados pelas vias metabólicas hepáticas: redução em Hidrocortisona e Prednisolona Eliminação: pelos rins (majoritariamente) ou pela bile. São drogas lipossolúveis formadas pelo colesterol. Indicações terapêuticas Utilizar menor dose terapêutica (garantindo o efeito desejado), durante menor tempo possível (evitando a atrofiação da adrenal). Devem ser aplicados somente quando os AINEs são ineficazes. Dose imunossupressora é ao menos 2 X maior que a anti-inflamatória, que é 10 X > que a fisiológica (inibindo o eixo hipotalâmico hipofisário adrenal). Corticoide mexe em todos os sistemas orgânicos. Indicações terapêuticas Usos: Reposição de glicocorticoides em casos de insuficiência adrenal (câncer, alteração circulatória...). Para fins anti-inflamatórios e imunossupressores: Doenças autoimunes Condições alérgicas: dermatite alérgica reações a picadas de animais peçonhentos doenças brônquio-pulmonares de natureza alérgica traumas articulares traumas e edemas cérebro-espinhais choque séptico, hemorrágico ou anafilático. Via nociceptiva (via da dor) [inibe] Efeitos Adversos Mais observados em administrações crônicas e/ou maciças de glicocorticoides Susceptibilidade a infecções Hiperglicemia e resistência insulínica Atrofia e fraqueza muscular Osteoporose Hepatotoxicidade (sobrecarga do fígado) Efeitos Adversos Hiperadrenocorticismo iatrogênico (aumento dos níveis de hormônio do córtex adrenérgico causado por erro médico): Apatia Polifagia, poliúria, polidipsia Abdômen abaulado (barriga inchada) Rarefação pilosa Adelgamento, pigmentação e hiperqueratose cultânea (alterações na pele) Atrofia muscular Estado Pró-Trombótico Síndrome de privação de corticoide Atrofia da adrenal Nunca suspender a administração de corticoides de forma abrupta. Redução gradativa em semanas Anorexia, vômito, diarreia, hipotensão, letargia, arritmias cardíacas. Corticoides precisam ser desmamados, pode gerar a síndrome, pois a adrenal está atrofiada, logo o paciente fica sem corticoide, e o organismo fica suscetível a diversas alterações sistêmicas. AINE (Anti-inflamatório não esteroidal) CONSTITUTIVA (COX1) X INDUZIDA (COX2) COX: cicloxigenase/ LOX: lipoxigenase/PG: prostaglandina COX2: aumenta 10 a 80 vezes em um período de 2 a 12h CONSTITUTIVA Função dos AINEs Inibem a ação da COX = < Prostaglandina/Tromboxina Não existe AINEs endógenos, são todos sintéticos (exógenos). Reduz processo inflamatório Antitrombótico Analgésico Antipirético Antineoplásico Bloqueiam a ação das COXs diminuendo então a quantidade de prostaglandinas e tromboxinas (mediadores químicos dos processos inflamatórios) – reduzindo o processo inflamatório. Todo AINE em maior ou menor grau as ações analgésicas, antipirética e anti-inflamatória. Expressão (concentração) elevada encéfalo (SNC) (- neurônios) / no centro de controle da FEBRE-DOR EXPRESSÃO CONSTITUTIVA Ação analgésica e antipirética Ação alvo do PARACETAMOL e DIPIRONA Cox 3 Funções Fisiológicas das Pgs/TX/LT TX2 (tromboxano) Promove agregação plaquetária, contração m. lisa (vascular/brônquio) PGI2 (prostaciclina) Febre, nocicepção, inibe agregação plaquetária, regulação PA e fluxo renal, citoproteção gástrica, vasodilação PGF2α Pressão IO, luteólise, contração uterina, ovulação PGD Inibe agregação plaquetária, vasodilação, vigília, temperatura corporal, quimiotaxia PGE Contração uterina, febre, nocicepção, eritropoiese, regulação PA e fluxo sanguíneo, citoproteção gástrica, reação inflamatória LTB4 Nocicepção, quimiotaxia, resposta imunológica LTC4/LTD4/LTE4 Aumento permeabilidade vascular, broncoconstrição, reação anafilática EFEITOS ADVERSOS GASTROINTESTINAL PREVENÇÃO DE LESÕES GASTRODUODENAIS: Inibidores da bomba de prótons: + eficazes na prevenção e tratamento OBS.: Bloqueadores de H2: bons resultados na prevenção úlcera duodenal, mas não gástrica. Ácido bate no muco e escorrega, não conseguindo danificar as células. Podendo administrar juntamente inibidores da bomba de próton (omeprazol ou antagonistas h2) EFEITOS LEVES Dispepsia Erosões GI (estômago > bulbo duodenal) EFEITOS MODERADOS Úlceras GI (estomago/intestino) EFEITOS GRAVES Sangramento GI intenso Perfuração aguda (inibe a prostaglandina a2[aumenta a produção de muco]) RENAL FUNÇÃO: Homeostase, perfusão e filtração glomerular. Efeito adverso: Diminuição da perfusão sanguínea PG dependentes, transporte de íons (reter sódio) e troca de água (pode causar aumento da PA) FATORES PREDISPONENTES > RISCO DE DOENÇA RENAL HIPOVOLEMIA, HIPOTENSÃO ARTERIAL, IDOSO, ASCITE, HIPERTENSÃO ARTERIAL, ICC, CIRROSE, ASSOC. DE AINES (podem ter manifestações renais mais sérias que outros pacientes) Nunca se deve associar dois AINEs (inibidor de cox3 e outros AINEs pode [meloxicam e dipirona] por pouco tempo) CONTRA-INDICAÇÕES DOS AINES Insuficiênciarenal (principalmente) Sangramentos / hemorragias (principalmente os que agem sobre COX1) Distúrbios gastrointestinal Hipotensão/Hipertensão/hipovolemia (alteração de pressão ou volume sanguíneo) Sensibilidade anterior ao componente da formulação do AINE (ex: dipirona, muito alergênico) ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS Não associar AINEs e corticoides (potencialização dos efeitos) Nunca deve associar 2 AINES (exceto: inibidores COX3 e outros) pouco tempo Classificação dos AINEs (mecanismo de ação) Bloq. COX1-2 (+1) Bloq. COX1-2 Bloq. COX1-2 (+2) Bloq. COX2 (SELETIVOS - COXIBES) Bloq. COX + LOX (DUAL) AAS Piroxicam Meloxicam Firocoxibe Cetoprofeno Flunixin meglumine Carprofeno Mavacoxibe DICLOFENACO DE NA/K Fenilbutazona Vedaprofeno Ibuprofeno COX 3: DIPIRONA/PARACETAMOL AINE – padrão ouro – todos os AINEs são comparados com ele. Primeiro AINE Inibe produção de Pg - COX1 (Tromboxano) através das plaquetas (IRREVERSÍVEL) Baixando o nível de agregação plaquetária que causa hemorragias (viscosidade do sangue alterada) 10-100 vezes sobre COX1 com relação COX2 Prevenção de tromboembolismo: inibição plaquetária – Tromboxano: (doses baixas) AÇÃO IRREVERSÍVEL SOBRE A COX1 DA PLAQUETA (ACETILAÇÃO) SEM AÇÃO PGI 2 (ANTI-AGREGANTE ENDOTÉLIO) GATOS - Baixa concentração de glicuroniltransferase (GLICURONIDAÇÃO) Cuidado com o uso ! AAS metabolizado através da conjugação com o ácido glicurônico, e gatos não conseguem metabolizar essas drogas. SALICILATOS (AAS) PIROXICAM Inibe a ativação e agregação de neutrófilos diminuindo a inflamação Intensos efeitos TGI/renal: Monitorar o paciente Inibe COX 1/2 Gatos: não recomendado (potencialmente tóxico) Tratamento de carcinoma vesical Fenilbutazona EQUINOS DESDE 1950 . Inflamações ósseas e articulares, cólicas agudas,(choque séptico) afecções tecidos moles. 2 METABÓLITOS: OXIFENBUTAZONA (ATIVO) + HIDROXIFENILBUTAZONA (INATIVO) Ação sobre COX (IRREVERSÍVEL) e radicais livres Efeitos adversos: discrasias sanguíneas / ulceração oral e/ou gastrintestinal, apatia, anorexia, diarreia, dor abdominal, perda de peso e morte. Felinos: NÃO/Caninos evitar (efeitos colaterais) FLUNIXIN MEGLUMINE Introduzido nos anos 70 Ação analgésica visceral prolongada (cólica) Bloqueio da COX 1-2 VO/injetável (boa disponibilidade oral) Muito usado em equinos: choque endotóxico Bovinos: afecções pulmonares, endotoxemia, mastite e artropatias Gatos: NÃO IBUPROFENO: age em COX1,2,3 Bovinos (endotoxemia/mastite) Cão/gato: evitar longa meia vida (intensos efeitos adversos TGI e renais [intoxicações]) FLURBIPROFENO: catarata/glaucoma (tópico) CARPROFENO Ação seletiva COX 2 (+anti-inflamatório) 129 X MAIS SELETIVO PARA COX2 do que pra COX1 Menor ocorrência de lesão gástrica Uso em cães e GATOS (dose única em gatos) Inflamação/ Dor aguda x crônica Uso em gato: DOSE ÚNICA (iv/sc). Meia vida muito variável 9 a 49h CETOPROFENO Estes compostos modulam a biossíntese de prostaglandinas através da inibição das enzimas COX 1 e COX 2, em níveis variados de seletividade Muito potente: ação celular e vascular (fases da inflamação) Alta biodisponibilidade oral em cão e gato (droga se mantem em níveis terapêuticos) Equinos: inflamação/dor Cão/gato: inflamação/dor/dor pós-operatório + LOX DUAL Preferencial COX2 43% COX1 e 90% COX2 Analgésico /anti-inflamatório (aguda x crônica) Seguro para gatos MELOXICAN ADMINISTRAÇÃO CRÔNICA EM GATOS COXIBES Inibição seletiva sobre COX2 Anti-inflamatório, antitérmico menos efeitos adversos gástricos Firocoxibe (Previcox®): Cão Seletivo 380x para COX2 em comparação COX1 OA (90D); PO (3D) Mavacoxib (Trocoxil®): Cão Melhor absorvido com alimento (87%) Meia vida longa. 6, 20, 30, 75 e 95mg Dipirona (metamizol) Antipirético, analgésico Inibe a COX-3 Efeito adverso: discrasias sanguíneas (agranulocitose e aplasia medular) Equinos: cólica. Cão/Gato (pode dar para gato) Associação: antiespasmódico (escopolamina – Buscopan composto/adifenina - Lisador) Dor aguda x crônica Paracetamol (acetaminofen) Ação sobre Pg sintetase cerebral = bloqueio da ação de pirógenos endógenos no centro hipotalâmico regulador de temperatura – COX3 Efeitos adversos: principalmente hepático – Hepatite Aguda Formação de metahemoglobina (não consegue carrear o oxigênio), vômitos, salivação, cianose (4h após exposição). Edema facial, anorexia (3 dias). Coma e Morte Tratamento: acetilcisteína – até 8h (fornece fonte de glicuronídeos) Contra indicado para gatos: causa morte. Farmacologia do sistema nervoso Simpático Atuação no Simpático Ação Simpatomimética (mimetiza os efeitos do simpático) Ação direta Agonistas de receptores adrenérgicos (α1, β1 e β2) Ação indireta (estimula o simpático, sem entrar em contato com o Sistema) Aumentam a liberação de noradrenalina Reduzem a recaptação de noradrenalina Reduzem a degradação de noradrenalina Ação Simpatolítica (inibe os sinais do Sistema simpático) Antagonistas de receptores adrenérgicos Redução na liberação de noradrenalina Agonistas de receptores α2-adrenérgicos Agonistas α1 adrenérgicos (receptor de vasos sanguíneos) Pra que usar? Efeitos adversos Manutenção da estabilidade hemodinâmica Vasoconstrição Hipertensão arterial Arritmias cardíacas Baixo débito cardíaco ICC Agonistas adrenérgicos pós sinápticos Fármaco α1 α2 β1 β2 etilefrina ++ 0 ++ ++ fenilefrina ++ 0 0 0 metoxamina ++ 0 0 0 noradrenalina +++ +++ ++ + adrenalina ++ ++ +++ +++ dopamina*# dose alta ++ + dose intermediária ++ + isoproterenol 0 0 +++ +++ dobutamina 0 0 +++ + Agonistas β adrenérgicos Agonistas β1 (receptor de coração) Manutenção da estabilidade hemodinâmica Cronotropismo (aumento da frequência cardíaca) e inotropismo(aumento da força de contração) positivo Agonistas β2 (receptor de músculo liso) Broncodilatadores Vasodilatação discreta Inibição da contração uterina ou vesical Agonistas β adrenérgicos efeitos adversos Agonistas β1 (coração) Taquicardia Taquiarritmias Tremores musculares Hipóxia de miocárdio Agonistas β2 (m. lisa) Poucos efeitos colaterais Tremores musculares Piora quadros hemorrágicos uterinos Agonistas adrenérgicos pós-sinápticos Fármaco α1 α2 β1 β2 salbutamol 0 0 + +++ terbutalina 0 0 + +++ ritodrina 0 0 + +++ metaproterenol 0 0 +0 +++ isoetarina 0 0 +o +++ pirbuterol 0 0 +o +++ bitolterol 0 0 +o +++ fenoterol 0 0 +o +++ formoterol 0 0 +o +++ clembuterol 0 0 0 +++ Simpatomiméticos de ação indireta Não ativam o receptor Favorecem processos onde a adrenalina, vai chegar de forma mais intensa a esses receptores Anfetaminas Facilitam a liberação de noradrenalina Tratamento da obesidade Aumenta a dopamina no centro da saciedade Medicina veterinária: não há um uso específico, não é muito utilizada Ativação maior do Sistema simpático Efedrina Também classificada como agente misto Facilita a liberação de noradrenalina Ação direta sobre receptores α1, β1, β2 Antidepressivos tricíclicos Inibidores da MAO Não degrada as catecolaminas endógenas Simpatomiméticos de ação indireta Antagonistas α2 adrenérgicos (aumenta as ações do Sistema nervosa autônomo simpático - 2 [agonista] inibe a liberação de adrenalina) Ioimbina e atipamazole Reversão de sedativos α2 – agonistas Tremores Taquicardia Ativando o 2 diminui a ativação do Sistema simpático Reverter efeitos sedativos: xilazina Fármaco α1 α2 β1 β2 ioimbina + +++ 0 0 atipamazole + +++ 0 0 minimizando o efeito do simpático Agonistas α2 adrenérgicos Usar pra que? Efeitos adversos Sedação Analgesia Relaxamento muscular Inibe as funções simpáticas Bradicardia Hipotensão arterial Depressão respiratória Hiperglicemia (não tem liberação de insulina) Agonistas α2 adrenérgicos Fármaco α1 α2 β1 β2 α- metildopa + +++ 0 0 xilazina + +++ (160) 0 0 clonidina + +++ (220) 0 0 detomidina + +++ (260) 0 0 medetomidina + +++ (1620) 0 0 dexmedetomidina + +++ (1620) 0 0 Antagonistas α1 adrenérgicos Fármaco α1 α2 β1 β2 prazosina +++ + 0 0 indoramina ++++ 0 0 hidralazina +++ + 0 0 Antagonistas α adrenérgicos efeitos adversos Antagonistas α1-adrenérgicos Hipotensão Taquicardia Náusea Vômito Diarreia Antagonistas α2-adrenérgicos Hiperalgesia Taquicardia Relatos de óbito em ruminantes Antagonistas β adrenérgicos Fármaco α1 α2 β1 β2 propranolol 0 0 +++ +++ oxprenolol 0 0 +++ +++ atenolol 0 0 +++ + sotalol 0 0 +++ + butoxamina 0 0 + +++ labetalol + + ++ ++ carvedilol + + ++ ++ Antagonistas β adrenérgicos Propranolol Antiarrítmico Cronotropismo e inotropismo negativos (diminuo a frequência e a força de contração) Atenolol e Sotalol Idênticos ao propranolol, porém menor efeito pulmonar Carvedilol Antiarrítmico Cronotropismo e inotropismo negativos Efeito vasodilatador Antagonistas β adrenérgicos efeitos adversos Antagonistas β1-adrenérgicos Hipotensão ICC (insuficiência cardíaca) Bradiarritmias Síndrome de retirada (desmame) Antagonistas β2-adrenérgicos Broncoespasmo Mascara hipoglicemia (facilita a ativação da liberação de insulina por outros receptores - transitório) DROGAS COLINÉRGICAS E ANTICOLINÉRGICAS RESUMO Luana Paula Bertassi de Freitas Vieira CLASSIFICAÇÃO DAS DROGAS COLINÉRGICOS (ativam o sistema parassimpático): 1) DIRETOS (agonistas)- muscarinícos - nicotínicos (relaxantes musculares) 2) INDIRETOS (favorece processos que no final ativam o sistema parassimpático)- anticolinesterásicos ANTICOLINÉRGICOS: 1) DIRETOS - antimuscarínicos COLINÉRGICOS DIRETOS AGONISTAS MUSCARÍNICOS Ésteres de colina: acetilcolina (neurotransmissor do sistema parassimpático) metacolina betanecol carbacol Alcalóides (plantas): pilocarpina muscarina Principais Efeitos Agonistas Muscarínico Contração musculatura lisa visceral (intestino, bexiga), aumento do peristaltismo, aumento das secreções Miose e contração músculo ciliar – diminuição da PIO, aumento do lacrimejamento Bradicardia, diminuição da FC, vasodilatação – diminuição da PA Broncoconstrição, aumento de secreções Usos Clínicos Agonistas Muscarínicos Glaucoma Pilocarpina (amina 3ária) Esvaziamento vesical Carbacol, Betanecol Efeitos Colaterais Agonistas Muscarínicos Cólicas do TGI secreção glandular PA Bradicardia Contra Indicações Obstruções intestinais (devido ao aumento do peristaltismo; causando cólica) Obstruções urinárias Asmático Cardiopatias Prenhez COLINÉRGICOS INDIRETOS Atuam na ativação do sistema parassimpático, tendo um efeito parassimpatomimético, sem se ligar aos receptores. ANTICOLINESTERÁSICOS Inibem uma enzima chamada de acetilcolinesterase (que tem como função degradar a acetilcolina) deixando a acetilcolina mais tempo na fenda sináptica, fazendo com que ela ative o Sistema parassimpático, favorecendo a ação do neuro transmissor. REVERSÍVEIS (se ligam a enzima acetilcolinesterase e a bloqueiam de forma reversível): 1) Curta Duração - Edrofônio 2) Média Duração - Carbamatos IRREVERSÍVEIS (se ligam a enzima acetilcolinesterase e não se soltam mais): inseticidas organofosforados (diflos; ecotiopato) Principais Efeitos Anticolinesterásicos Contração musculatura lisa visceral (intestino, bexiga), peristaltismo, secreções Miose e cont. músculo ciliar PIO, lacrimejamento FC, força, vasodilatação PA Broncoconstrição, secreções Principais Efeitos Anticolinesterásicos SNC > Excitação inicial; convulsão; depressão inconsciência Usos Clínicos Anticolinesterásicos Glaucoma fisiostigmina / ecotiofato Anestesia neostigmina (reversão de bloqueador neuromuscular) (receptores nicotínicos) Miastenia gravis ( receptores JNM, fraqueza muscular, falência da transmissão NM) edrofônio / neostigmina / piridostigmina (receptores nicotínicos) Agropecuário ectoparasiticidas e antihelmínticos organofosforados 132 ANTICOLINÉRGICOS DIRETOS Drogas com efeito parassimpatolítico; antagonistas muscarínicos MECANISMO DE AÇÃO ATROPINA MECANISMO DE AÇÃO Azul: receptor muscarínico acoplado a proteína G. Acetilcolina (bolinha) se liga e ativa o receptor mas agora tem um antagonista (ex: atropina); A atropina (vermelho) quando está em maior concentração do que a acetilcolina, ela desloca a acetilcolina do seu sítio (receptores muscarínicos) de ligação e ela se liga (inibidores competitivos reversíveis) impedindo a sua ativação. Antagonista competitiva reversível: quando em maior concentração que a acetilcolina, a atropina desloca a acetilcolina do sítio do receptor e se liga, impedindo a ativação do receptor, se os níveis de acetilcolina aumentarem e ficar superior ao nível de atropina acontece o inverso; quem está em maior concentração desloca quem está em menor concentração. PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS TAQUICARDIA MIDRÍASE CICLOPLEGIA (dificuldade de acomodação visual [focar]) INIBIÇÃO DA MOTILIDADE GASTRINTESTINAL RESSECAMENTO DA BOCA E PELE SONOLÊNCIA AMNÉSIA EUFORIA BRONCODILATAÇÃO Relaxamento musculatura lisa visceral (intestino, bexiga), peristaltismo, secreções Principais Efeitos Antagonistas Muscarínicos Midríase (dilatação das pupilas) Cicloplegia (paralisia da acomodação) Taquicardia Broncodilatação, secreções Uso Clínico Antagonistas Muscarínicos Dilatação da pupila tropicamida, ciclopentolato Tratamento de bradicardia sinusal - atropina Asma ipratrópio Pré anestesia atropina, hioscina Uso Clínico Antagonistas Muscarínicos secreção ácida gástrica pirenzepina Relaxamento musculatura lisa hioscina, diciclomina cinetose hioscina Parkinsonismo benztropina Efeitos colaterais Antagonistas Muscarínicos PIO e ciclopegia Retenção urinária e constipação Taquicardia Inibição das secreções exócrinas Intoxicação por Atropa belladona Taquicardia temperatura corporal Boca seca Midríase e visão embaçada Constipação e retenção urinária SNC - excitação, irritabilidade, hiperatividade, convulsão alucinações e delírio coma Morte por parada respiratória INTOXICAÇÃO POR CARBAMATO E ORGANOFOSFORADO CHUMBINHO Inicialmente composto por carbamato, mas atualmente também por organofosforado e outros composto tóxicos Venda proibida (rodenticidas anticoagulantes, fluoroacetato) Aldicarb = Chumbinho = Temik® Organofosforado (OF) x Carbamato (CAR) Uso agrícola: OF (Etion, fention, paration, tricorfon) Carbamato ( Aldicarb(+), Carbaril, Carbofuran) Uso domiciliar: OF (diclovós – Rodasol/Detefon. Triclorfon – Tugon) Carbamato + OF (Diclorvós – Baygon) Toxicocinética Rapidamente absorvidos pela pele*, trato respiratório e digestório Atinge todos os órgãos/tecidos/BHE/barreira placentária. Lipossolúvel Biotransformação hepática (P450)/Eliminação renal-fecal (leite) z Mecanismo de ação são inibidores da acetilcolinesterase(AChE), impedindo a inativação da ACETILCOLINA (ACh) = ação mais intensa e prolongada do mediador químico nas sinapses colinérgicas na membrana pós-sináptica Organofosforado fosforilação carbamilação AChE(neuronal) x Butirilcolinesterase (plasmática) ATIVIDADE NORMAL DA AchE AchE NA INTOXICAÇÃO Mecanismo de ação Atividade normal da acetilconesterase: AchE com 2 sítios ativos, então a Ach precisa se ligar a esses 2 sítios ativos da AchE, que quebra essa molécula de Ach em dois radicais (acetato e colina); liberando a enzima pra ir em busca de uma nova molécula de Ach. Carbamatos: vão ligar aos 2 sítios ativos da AchE (aniônico eesterásico) os bloqueando; fazendo uma reação de carbamilação; bloqueando a enzima por um tempo (reversível). Organofosforado: vão se ligar apenas no sítio esterásico, deixando o sítio aniônico livre (inviabilizando a função da enzima de quebrar a Ach [que necessita se ligar aos dois sítios ativos]), causando uma fosforilação (irreversível). Atenção CARBAMATO Liga-se aos 2 locais ativos da AchE Ocorre carbamilação. Ligação fraca. “Reversível” Retorno à atividade normal da AchE (1 a 60h**/idade/dose/toxicidade dependente/espécie***) ORGANOFOSFORADO Liga-se à serina do sítio esterásico Ligação estável – fosforilação: “irreversível” TECIDOS NERVOSOS E RECEPTORES AFETADOS LOCAIS AFETADOS MANIFESTAÇÕES FIBRAS NERVOSAS PÓS GLANGLIONARES PARASSIMPÁTICAS (MUSCARÍNICOS) GLAND. EXÓCRINAS OLHO TGI TRATO RESPIRATÓRIO SISTEMA CARDIOVASCULAR BEXIGA SIALORREIA, LACRIMEJAMENTO MIOSE, PTOSE PALPEBRAL NAUSEAS, VÔMITOS, DOR ABDOMINAL, DIARREIA, INCONTINÊNCIA FECAL HIPERSECREÇÃO BRÔNQUICA, BRONCOCONSTRIÇÃO, DISPNEIA, CIANOSE BRADICARDIA, HIPOTENSÃO INCONTINÊNCIA URINÁRIA NERVOS MOTORES SOMÁTICOS (NICOTÍNICOS) MÚSCULOS ESQUELÉTICOS FASCICULAÇÃO, FRAQUEZA MUSCULAR GENERALIZADA, PARALISIA, TREMORES CÉREBRO (RECEPTORES DE ACH – nicotínicos e muscarínicos) SNC SONOLÊNCIA, LETARGIA, FADIGA, CONFUSÃO METAL, ATAXIA, CONVULSÃO, DEPRESSÃO CENTROS RESPIRATÓRIO E CARDIOVASCULAR z Diagnóstico Histórico/ avaliação clínica Manifestação clínica Necropsia (secreção nos órgãos) Resposta ao tratamento Dosagem de AChE (<50%) [quantidade de AchE livre, se for pelo menos 50% o animal consegue sobreviver, mas se for menor, o animal tá em risco) Tratamento ATROPINIZAÇÃO: ação sobre efeitos muscarínicos Carbamato/OF (anticolinesterásicos) MEDIDAS ESPECÍFICAS: Antagonista competitivo da Ach nos receptores muscarínicos (central/periferia – M1/M2) [principal antagonista muscarínicos é a atropina] Antagonista competitiva reversível: quando em maior concentração que a acetilcolina, a atropina desloca a acetilcolina do sítio do receptor e se liga, impedindo a ativação do receptor, se os níveis de acetilcolina aumentarem e ficar superior ao nível de atropina acontece o inverso; quem está em maior concentração desloca quem está em menor concentração. Meia-vida: 4h SNC: excitação (leve) Coração: aumento FC dose dependente TGI: antiespasmódico: diminuição tônus, amplitude e frequência contração ID e IG (colon) Secreção: diminui Musc. Lisa: relaxamento m. brônquios/urinário Olho: midríase (bloqueio resposta do esfíncter muscular íris + m. ciliar do cristalino SEMPRE SINAIS CLÍNICOS DE ATROPINIZAÇÃO SUPRESSÃO SECREÇÕES + TAQUICARDIA + MIDRÍASE Efeitos desejados. CUIDADO: INTOXICAÇÃO POR ATROPINA Midríase constante Excitação/Agitação psicomotora Aumento da FC(arritmias?) Aumento do ressecamento da mucosa oral 153 Tratamento OXIMAS (PRALIDOXIMA - Contrathion®) Iniciado precocemente (nas 24 horas iniciais –[6h]) REATIVA A ACHE ANTES FAZER ATROPINA MEDIDAS ESPECÍFICAS: SOMENTE EM OF OXIMAS São antídotos verdadeiros, REATIVADORES DE COLINESTERASE Utilizadas nas intoxicações por OF Melhora atividade motora CONTRA-INDICADO nas intoxicações por CARBAMATOS. (aumentam toxicidade carbamato (?)x ligação reversível AchE) Pralidoxina se liga ao OF e age como uma âncora puxando a molécula para fora. Tratamento Provocar vômito (animal esteja consciente; para evitar a aspiração de vômito) Esvaziamento gástrico Carvão ativado Catártico (diarreico; que acelera o TGI MEDIDAS GERAIS: Outros Procedimentos Tratamento CONVULSÕES: DIAZEPAN (Benzodiazepínico). Também para Relaxamento muscular* Correção dos distúrbios hidroeletrolíticos Contraindicações: Morfina, Barbitúricos, Fenotiazínicos = arritmias graves/depressão cardiovasculares / respiratórias. Alteração da enzima AChE.
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