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Bronquiolite em lactentes

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BRONQUIOLITE 
Qual é o principal diagnóstico quando estamos diante de um lactente com um quadro gripal, evoluindo para dispneia e sibilância, e quais são as diretrizes para a abordagem dessa doença?
Etiologia
Causa infecções do trato respiratório inferior em <2 anos
VSR (50%), metapneumovirus, parainfluenza, adenovirus
Mais comum em lactentes, menores de 2 anos, sexo masculino, não se alimentaram com seio materno, mães, quem vivem em aglomerações, com risco aumentado em filhos de mães tabagistas e mães adolescentes
Até 75% das bronquiolites durante os períodos de sazonalidade, predominante no inverno e início da primavera duração de 4 a 6 meses no Brasil, a sazonalidade varia de região para região
Fisiopatologia
. A inflamação dos bronquíolos aumenta a produção de secreção das vias aéreas, diminuindo a drenagem disfunção dos movimentos ciliares, com isso há obstrução bronquiolar com edema, muco e debris celulares, com hipoxemia observada precocemente e em casos mais graves com hipercapneia em quadros muitos graves. 
Quadro clínico
Ocorre logo após um resfriado comum (3-4 dias) + taquipneia, tosse e sibilância, estertores sbcriptantes, (sinais de ins respiratória: retrações intercostais e subcostais, retração de fúrcula e batimento de asa de nariz, gemência, sonolência), além de irritabilidade e dificuldade de aceitação da dieta. 
Pode ter febre em lactentes menores de 3 meses, bem como risco aumentado para apneia .
É um quadro autolimitado, com resolução em até 1 semana, porém a tosse pode permanecer em até 2 semanas. 
Vias de transmissão: Secreções respiratórias (gotículas) e superfícies ou objetos contaminados
Tempo de sobrevida do VSR: mãos <1 hora e no estetoscópio até 24 horas
Diagnóstico
Clinico, não sendo necessários exames complementares apenas se houver suspeita de complicações.
Raio-X : hipersinsuflação e áreas de atelectasia
Teste rápido: efetivo na detecção precoce do VSR em aspirado de nasofaringe
Ensaios de PCR multiplex: diversos vírus
Tratamento
Lavagem nasal e inalação com SF 0,9% (Nebulização com solução salina hipertônica pode reduzir necessidade e tempo de internação), além de suporte ventilatório caso seja necessário.
Estresse respiratório: Internação e medidas de suporte. Oxigenioterapia em casos de hipoxia com < 92% SatO2
· Corticoide não é indicado e se melhorar a sibilância pode ser asma e não bronquiolite. Mas caso seja feita aprova terapêutica com B2agonista de curta ação e houver resposta, a mesma pode ser mantida.
Quando hospitalizar?
· Criança com piora do estado geral (hipoativa, prostrada, com sinais de desidratação)
· Recusa alimentar, ingestão reduzida e/ou sem diurese por 12 horas
· Desconforto respiratório, gemência retração torácica, batimento de asa nasal, dispneia, FR > 60 cianose central (FR > 60-70 deve ser suspensa a alimentação VO, por risco de broncoaspiração)
· Episódios de apneia
· Saturação O₂ <92%
· Presença de comorbidade: displasia, cardiopatia, imunodeficiência, doença neuromuscular, outras
· Idade: <3 meses ou prematuridade, especialmente <32 semanas
· Condição social ruim
Medidas de controle da transmissão
· Isolamento de casos confirmados e suspeitos 
· Higiene das mãos 
· Equipamentos de proteção (luvas, óculos, máscaras e aventais)
No ambiente hospitalar
· Desinfecção de estetoscópios e outros equipamentos
· Restrição de visitas
· Detecção oportuna de agentes etiológicos 
· Coortes de isolamento
RNs com quadro respiratório sugestivo: colocados em precaução (contato e gotícula)
Possível benefício da combinação de medidas de controle de infecção hospitalar + imunoprofilaxia Palivizumabe
Palivizumabe
Anticorpo monoclonal (Não é uma vacina), indicado para pacientes pediátricos de alto risco <2 anos 1 x mês (período de 1ª dose: um mês antes do início da estação do vírus máximo de cinco doses)
Ministério da Saúde do Brasil disponibiliza o palivizumabe, em todo o território nacional, para bebês segundo os seguintes critérios:
· Prematuros até 28 semanas e 6 dias de idade gestacional (<1 ano)
· Cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica (<2 anos)
· Doença pulmonar crônica da prematuridade (<2 anos)
· SBP: Inclui prematuros de 29 a 31 semanas e 6 dias de idade gestacional

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