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1 Coqueluche D E F IN IÇÃ O ► Doença infecciosa aguda do trato respiratório, altamente contagiosa, causada por Bordetella pertussis e Bordetella parapertussis ▪ Caracteriza-se por tosse paroxística de longa duração → pode determinar uma série de complicações com risco de óbito, especialmente em lactentes ► Transmissão pela eliminação de gotículas de secreção respiratória ▪ Pode ocorrer em menor escala por meio de objetos recentemente contaminados ▪ 5 dias após o contato e prolonga-se por 3 semanas após o início da tosse paroxística E P I DE MI OL OG IA ► Alto percentual de contagiosidade ▪ Entre os contatos domiciliares → transmissão pode atingir mais de 90% ► Endêmica e não poupa as áreas geográficas com alta cobertura vacinal ► Acomete diferentes faixas etárias, mas predomina em lactentes ▪ Atinge lactentes jovens de nações em desenvolvimento e com ↓ percentual de vacinação ▪ Em nações com alto poder aquisitivo: lactentes que ainda não tem idade de receber a vacina E T IO LO GI A ► Bordetella pertussis, bactéria gram-negativa ▪ Encontrada na boca, garganta e nariz do infectado Fisiopatologia ► Bactérias possuem tropismo pelas células do epitélio respiratório → se aderem pelos fatores de virulência e produzem inflamação na mucosa respiratória pela paralisia dos cílios → compromete a eliminação das secreções respiratórias, gerando: ▪ Congestão, edema, muco espesso, infiltração de neutrófilos e linfócitos, necrose do epitélio − Pode se agravar em quadro de atelectasia e enfisema ► Período de transmissibilidade dura 21 dias ▪ 7 dias de período catarral ▪ 14 dias do período inicial de tosse paroxística ▪ Nos lactentes, período de eliminação pode ser mais resistente M AN I FE ST AÇÕ ES CL ÍN IC AS ► Caso suspeito: aquele que apresentam tosse por mais de 14 dias associada a paroxismos, guincho e vômitos após tosse ► Doença é descrita em fases/estágios: 1. Período catarral 2. Período paroxístico 3. Período de convalescência ► Período de incubação ▪ Varia de 3 a 12 dias, há relatos de > 4 semanas ▪ Doença sintomática dura de 6 a 8 semanas em média ▪ Criança assintomática por > 2 semanas após possível contato com o doente: provável que nem desenvolva coqueluche Período catarral ► Período de maior transmissibilidade da doença ► Evolução de 1 a 2 semanas com surgimento de sintomas inespecíficos → sugerem resfriado comum: ▪ Anorexia, lacrimejamento, espirros, coriza, mal- estar, irritabilidade, febre baixa − Quando diminuem surge a tosse → inicia seca e discreta → tende a evoluir com pira em frequência e intensidade, principalmente à noite Período paroxís tico ► Dura de 4 a 6 semanas, com limites de 1 a 10 semanas ▪ Tosse aumenta nos primeiros 7 a 14 dias, mantêm- se por mais 14 a 21 dias e, em seguida, reduz progressivamente ► Crises de tosse predominam à noite, ocorrendo por volta de 15 episódios por dia ► Episódios de tosse → súbito com tossidas rápidas, curtas, em uma única expiração ▪ Seguidas por uma inspiração profunda que dá origem ao “guincho” característico E/OU ▪ Vômitos pós-tosse ▪ Podem estar acompanhados de cianose 2 ▪ Menores de 3 meses de vida: Congestão facial + cianose + apneia Período de convalescência ► Dura por volta de 3 semanas, variando de 1 a 6 ▪ Pode prolongar por meses em caso de infecção respiratória de outra natureza − Reaparecimento transitório dos paroxismos nem sempre sendo a recidiva da coqueluche Lactentes ► Que contraem nos primeiros 6 meses de vida ▪ Período catarral breve, seguido por episódios de engasgo, apneia e cianose C OM PL IC AÇÕ ES ► Normalmente aparecem no período paroxístico da doença ▪ De origem respiratória e do sistema nervoso central são as mais comuns ► Pneumonia - Broncopneumonia ▪ Ocorre em 10% dos lactentes ▪ Responsável por > 90% das mortes em menores de 3 anos ▪ Causada pela própria B. pertussis ou por invasão bacteriana secundária (H. influenzae, S. pneumoniar, S. aureus, S. pyogenes) ▪ Área de condensação − Ausculta com crepitação + murmúrio vesicular diminuído ► Durante os acessos de tosse paroxística, a elevação da pressão intra-abdominal e torácica pode causar epistaxe, hemorragia subconjuntival, petéquias, hérnias e prolapso retal ► A hipóxia pode levar a convulsões ► Hiperleucocitose pode gera hiperviscosidade sanguínea, lentificação da circulação pulmonar, formação de trombos de leucócitos nas veias pulmonares e diminuição da hematose ► Atelectasias D I AG NÓS T ICO LA BOR A TOR IA L ► Isolamento da B. pertussis pela cultura de secreção de nasofaringe posterior ▪ Swab para B. pertussis ▪ Reação em cadeia de polimerase (PCR) é um método rápido e sensível ► Positividade > quando colhida na fase catarral e até as duas primeiras semanas de tosse paroxística VA CI NA S ► Vacina pentavalente (DTP – Difteria, tétano e coqueluche + Hib – Haemophilus influenzae b conjugada + Hepatite B) ▪ Recomendada aos 2, 4 e 6 meses de idade ▪ Reforço com a DTP (Tríplice bacteriana) aos 15 meses e 4 anos ▪ Crianças com < 7 anos não vacinadas ou com esquema de vacinação incompleto ou desconhecido → administrar dose da vacina DTP ► Vacina DTPa (acelular) – tipo adulto ▪ Recomendação − Gestantes e Profissionais da saúde ✓ Proteção aos recém-nascidos pela passagem de anticorpos maternos, ou indiretamente, por conferir imunidade para a mãe e para o grupo de profissionais de saúde que atendem essa população ✓ Uma dose a cada gestação, a partir da 20ª semana e, preferencialmente, até a 36ª ✓ Independe do nº de doses prévias da vacina dT ou de ter recebido em outras gestações ► Vacina DTPa (acelular) ▪ Crianças com risco aumentado de desenvolver ou que tenham desenvolvido eventos graves adversos às vacinas com células inteiras Eventos adversos ► Leves eventos locais ou temporários são comuns como: ▪ Edema temporário, aumento da sensibilidade, eritema localizado ▪ Em conjunto com febre ocorrem em uma grande proporção ► Eventos mais graves de febre alta, irritabilidade e choro constante podem aparecer dentro de 24 horas de administração ► Há relatos de episódio hipotônico e hiporresponsivo + convulsões febris Contraindicações ► DTP e pentavalente são contraindicadas para pessoas com 7 anos de idade ou mais, por conta dos componentes pertussis (P), não administrar em: ▪ Crianças com hipersensibilidade conhecida a qualquer componente da vacina ou que tenha manifestado sinais de hipersensibilidade após uso prévio dessas vacinas individuais 3 ▪ Crianças com quadro neurológico em atividade ▪ Crianças que tenham apresentado, após aplicação de dose anterior, qualquer das seguintes manifestações: − Convulsão (febril ou afebril) até 72 horas − Episódio hipotônico hiporresponsivo (EHH), até 48 horas − Encefalopatia nos primeiros 7 dias − Púrpura trombocitopênica pós-vacinal (por possível associação com o componente da hepatite B) C OND U TA T ER AP Ê U TIC A ► Tratamento visa tentar limitar o número de acessos de paroxismos, monitorar e acompanhar a intensidade da tosse Internação ► Em geral, lactentes com menos de 4 meses de idade devem ser hospitalizados → estabelecimentos de terapia intensiva ▪ Alto risco de agravamento rápido − Tratamento deve ser considerado antes da confirmação diagnóstica ► Internar pacientes que apresentarem: ▪ Apneia ou dispneia ▪ Pneumonia ▪ Cianose ▪ Convulsão ► Crianças maiores e 1 ano com coqueluche, sem complicações, podem ser tratadas em domicílio ► Realizar isolamento respiratório por 5 dias após o início do tratamento Antibioticoterapia ► Deve ser instituído o mais cedo possível e, se administrado antes da tosse paroxística, possui resultados melhores ► Azitromicina ▪ Primeira linha pormelhor tolerabilidade, facilidade de administração e uso seguro em RNs ► Claritromicina: mesmos motivos + possibilidade de uso parenteral ► Eritromicina: tradicional, ainda utilizado Antibioticoprofi laxia ► Indicada, sem perda de tempo, para os contatos próximos com pessoa portadora de coqueluche no prazo de até 21 dias, a partir da exposição, para os seguintes grupos: ▪ Criança menor de 1 ano ▪ Gestante no último trimestre de gravidez ▪ Pessoas que tem risco de apresentarem coqueluche com manifestações clínicas graves ou desenvolverem complicações
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