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11/02/2014 1 ESPECIALIZAÇÃO AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL PROF. DR. GUILHERME BEZZON DEFINIÇÕES: AUTOMAÇÃO: A automação possibilita através da eletrônica e da informática, a introdução de “inteligência” aos sistemas tradicionalmente mecânicos, possibilitando maior desempenho, flexibilidade, confiabilidade sem necessariamente, um aumento de custos. Utiliza técnicas para construção de sistemas ativos capazes de executar uma atuação ou ação corretiva, buscando uma eficiência ótima do sistema através do controle do mesmo. 11/02/2014 2 TIPOS DE SISTEMAS DE AUTOMAÇÃO -Malha aberta: movimento é automático, repetitivo, sem correção, onde a saída independe da entrada. -Malha fechada: sinal depende do erro entre set- point e saída Processo Atuador Controlador Sensor PROCESSOS: -Contínuos: envolvem variáveis contínuas ou analógicas. Ex.: indústrias químicas, alimentos, farmacêuticas, etc. -Discretos: envolvem variáveis discretas. Ex.: manufatura seriada, sistemas de montagem, automobilística 11/02/2014 3 TIPOS DE SISTEMAS DE CONTROLE: CONTÍNUO: utilizado com variáveis analógicas (pressão, temperatura, vazão, nível, etc.) através de sistemas com realimentação (malha fechada). DISCRETO: utilizado com sinais lógicos (contatores, disjuntores, relés, chaves, válvulas solenóides, botões, leds, etc.) através de lógica digital (normalmente em malha aberta). EXEMPLOS DE SISTEMAS A EVENTOS DISCRETOS Exemplo 1: Estoque: os eventos são as chegadas de produtos e as chegadas de transportes para a saída de produtos. Exemplo 2: Contator energizável pelas chaves L1 ou L2 e L3 simultameamente: C = L1 + L2.L3 L1 L2 L3 C 11/02/2014 4 Exemplo 3: Semáforo em um cruzamento de ruas em T Situações: (1,2) = veículos vindo de 1 e virando para 2 (1,3) = veículos vindo de 1 e virando para 3 (2,3) = vindo de 2 e indo para 3 (3,2) = vindo de 3 e indo para 2 a) Vermelho para (1,2) e (1,3), verde para (2,3) e (3,2) b) Verde para (1,2) e (1,3), vermelho para (2,3) e (3,2) S 3 1 2 COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO DE AUTOMAÇÃO COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA AUTOMATIZADO: -Parte operativa (PO) →→→→ atuação dos operadores -Parte de comando (PC) →→→→ coordena as ações da PO PO PC Sinal Atuação Ordens de Comando Retorno de Informações 11/02/2014 5 PO PC Processo físico a automatizar. Ex.: motores, ferramentas, garras, atuadores hidráulicos e pneumáticos, sensores, etc. Comanda as entradas e elabora as saídas, coordena as ações da PO. Ex. CLP, microcontrolador, PC, etc. Especificações de um Projeto de Automação: Especificações funcionais: descrever o funcionamento do sistema a automatizar, informando as funções, informações e comandos da PO sem analisar as tecnologias envolvidas (Nível 1) Especificações tecnológicas: determinação de como o sistema automatizado deve ser fisicamente. Neste nível, devem ser fornecidas informações sobre a natureza da parte tecnológica. (Nível 2) 11/02/2014 6 Sugestão de Roteiro para Execução de um Projeto de Automação: 1. Descrição do Problema de Automação; 2. Descrição dos Objetivos do Projeto; 3. Especificações da PO: descrição dos dispositivos mecânicos, elétricos e eletrônicos a serem utilizados: sensores, transdutores, atuadores, dispositivos de comunicação, etc. 4. Especificação da PC: tecnologia e linguagens de controle e supervisão a serem utilizadas: controladores e supervisórios 5. GRAFCET: Nível 1 – Especificações funcionais Nível 2 – Especificações tecnológicas 6. Programação do Controlador (Ex.: CLP → Ladder) 7. Programação do Sistema Supervisório ou Interface Homem-Máquina (IHM) 1. Descrição do Problema de Automação: descrição das características do sistema a automatizar. Em geral o responsável ou operador do sistema ou equipamento conhece suas principais características, que devem ser exploradas como fonte de informações para a elaboração do Projeto de Automação. 2. Descrição dos Objetivos do Projeto: o que se pretende automatizar no sistema ou equipamento. Qual o nível de automação requerido ? Verificar as principais deficiências do sistema que devem ser sanadas com a automação proposta. Deve-se lembrar que quanto maior o grau de automação (número de sensores e atuadores) mais eficiente e confiável se tornará o sistema, mas o custo também aumenta. 11/02/2014 7 3. Especificação da PO: definição e especificação dos sensores, sistemas de transdução, atuadores, sistemas físicos de comunicação e quaisquer outros elementos de hardware necessários ao projeto. Deve-se lembrar que a confiabilidade e precisão desses dispositivos está diretamente relacionado ao custo dos mesmos. 4. Especificação da PC: quais são as tecnologias de comando, controle e supervisão a serem utilizadas no projeto. Deve-se especificar o tipo de controlador e o tipo de linguagem a ser utilizada. Deve-se especificar também o sistema supervisório e/ou interface homem-máquina para o projeto em função dos requisitos do sistema de comunicação utilizado. 5. GRAFCET: Gráfico funcional de comandos etapa- transição - Definição de maneira clara e objetiva das especificações funcionais - Representação gráfica das especificações - Sucessão de etapas e transições - Tem como objetivo modelar o sistema de automação, facilitando sua compreensão e programação do controlador e sistema supervisório. Grafcet Nível 1 → Especificações Funcionais Grafcet Nível 2 → Especificações Tecnológicas 11/02/2014 8 6. Programação do Controlador: Programação do controlador lógico programável em função do diagrama sequêncial (GRAFCET). Definição da lista de entradas e saídas e memórias do controlador. 7. Programação do Sistema Supervisório ou Interface Homem- Máquina (IHM): Definição de tags, parâmetros, endereçamentos e telas para o sistema supervisório ou interface homem-máquina em função dos sensores, atuadores e lógica do programa desenvolvido. GRAFCET - Definições Básicas: 1) Etapa: 1 2) Ação associada a uma etapa: 3 Avança cilindro 1 11/02/2014 9 Representação de mais de uma etapa 3 Avança cilindro 1 Aciona motor 1 Recua cilindro 2 ou 3 Avança cilindro 1 Aciona motor 1 Recua cilindro 2 Armazenamento de ação (SET/RESET): ação é mantida mesmo após a desativação da etapa até ser finalizada por outra etapa. 4 Avança cilindro 1S 7 Recua cilindro 1R 11/02/2014 10 3) Transição: indica a possibilidade de evolução entre etapas 2 3 2 3 Botão 1 ligado e Botão 2 desligado B1.B2 4) Temporização: 8 9 10 Avançar Cilindro 1 Acender Lâmpada 1 T/8/5s T/8/1min Etapa 9 ocorre 5 seg após etapa 8 Etapa 10 ocorre 1 min após etapa 8 11/02/2014 11 5. Sequências Seletivas (Alternativas): Usadas para representar decisões, nas quais é definida apenas uma sequência a ser seguida: 15 16 17 18 20 21 25 d a c l pk a.ba.b 6. Sequências Simultâneas (Paralelas): Após a ativação, por meio de uma única transição, cada sequência tem sua evolução independente. 15 16 17 18 20 21 25 c k a d 11/02/2014 12 Exemplo 1: O operador aperta dois botões e começa o ciclo. A peça é deslocada até o local de furação e após a fixação da mesma, a furadeira se aproxima, realizando a operação de furar. Terminada a operação, a furadeira retorna e a peça é retirada. As peças são colocadas e retiradas manualmente. Exemplo 2: Máquina de Estampar Peças Elementos: -Dispositivo de carregamenteo -Cilindro 1 (alimentador) -Cilindro 2 (estampador) -Cilindro 3 (extrator) -Eletroválvulas: EV1; EV2; EV3 -Sensores de fim de curso: S1; S2; S3 -EV4 – expulsão da peça: sopro de ar Sequência: Cilindros recuados PTD – chave de partida manual colocar peça no molde recuar o êmbolo do cilindro alimentador prensar o estampo sobre a peça (aguardar 2 segundos) atuar o extrator e o bico de ar para retirar a peça 11/02/2014 13 11/02/2014 14 Exemplo 4: O dispositivo de furação de peças da figura segue a seguinte sequência: Após o acionamento manual de um botão de partida (PTD), o cilindro A avançaaté posicionar a peça no local de furação, expulsando a peça já furada da sequência anterior. Após posicionamento da peça, o cilindro A retorna e em seguida, os cilindros de fixação, B1 e B2 avançam e fixam a peça a ser furada. Após a fixação da peça, o motor (M) da furadeira é ligado e o cilindro C avança a peça, juntamente com o sistema de fixação em sentido da furadeira até que se realize o processo de furação. Finalmente, o cilindro C retorna e o motor M é desligado. Pede-se o grafcet funcional (nível 1), o grafcet tecnológico (nível 2) e a lista de entradas e saídas. Dispositivos utilizados: PTD: botão de partida manual que deve ser acionado para o início da sequência A, B1, B2 e C: cilindros de dupla ação A-, A+, B1-, B1+, B-, B2+, C-, C+ : Sensores de início e final de curso (respectivamente) S1, S3, S5, S7: Solenóides responsáveis pelo avanço dos cilindros A, B1, B2 e C 11/02/2014 15 Exemplo 5 (estrutura com seleção de sequência): Máquina de seleção de bebidas quentes Botão de partida – Ptd AC – alimentação de copo descartável Condição inicial – presença de copo – Sensor SC Usuário – Chave seletora B B1 – Café puro B2 – Café com leite B3 – Chocolate quente Reservatórios: Válvulas de dosagem temporizadas R1 – Café solúvel VR1 R2 – Leite em pó VR2 R3 – Chocolate VR3 R4 – Açúcar VR4 R5 – Água quente VR5 11/02/2014 16 Liberação de açúcar – Chave seletora A A1 – Amargo VR4 – 0 seg A2 – Doce VR4 – 4 seg A3 – Extradoce VR4 – 6 seg Receitas: Café puro (B1): - 3 seg de café e 5 seg de água quente Café com leite (B2): - 2 seg de café, 3 seg de leite e 7 seg de água quente Chocolate (B3): - 2 seg de leite, 3 seg de chocolate e 6 seg de água quente 11/02/2014 17 Exercícios Propostos: 1. Elaborar o Grafcet para um sistema de semáforo para um cruzamento de duas vias: Semáforo 1 Semáforo 2 VM1 AM1 AM2 VD1 VD2 VM2 2. Uma esteira acionada pelo motor E transporta garrafas de três tamanhos (pequena, média e grande) que sensibilizam três sensores óticos A, B e C, conforme ilustra a figura abaixo. O processo tem início quando a botoeira L é acionada e interrompido pela botoeira D. A seleção do tipo de garrafa é feita a partir de uma chave seletora de três posições (P, M e G). Assim, caso, por exemplo, sejam selecionadas garrafas grandes, a esteira deve parar e o alarme AL soar, caso uma garrafa pequena ou média seja detectada. Após retirada manual da garrafa indesejada, o operador de religar o sistema em L. Pede-se o grafcet para o sistema: 11/02/2014 18 3. Um sistema de identificação de peças é composto basicamente por três sensores (A, B e C) e dois cilindros (C1 e C2) de dupla ação comandados por válvulas de acionamento simples solenóide, retorno por mola (V1 e V2). Os cilindros possuem sensores de final de curso (S1 e S2), respectivamente. O objetivo do dispositivo é identificar peças boas, peças para retrabalho e peças refugadas. As peças são transportadas continuamente por uma esteira. Caso a peça seja para retrabalho, o cilindro C1 avança e retira a peça da esteira 3 segundos após ela ter passado pelos sensores. Caso a peça seja refugada, o cilindro C2 retira a peça da esteira 5 segundos após ela ter passado pelos sensores. As peças boas seguem normalmente pela esteira. Pede-se o grafcet para o sistema. Sensores: A – Identifica presença de peça na esteira Peças boas: entre 50 e 100 mm B – Identifica peça entre 50 e 100 mm Peças refugadas: abaixo de 50 mm C – Identifica peça acima de 100 mm Peças para retrabalho: acima de 100 mm
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