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DESENVOLVIMENTO INFANTIL DA CRIANÇA AUTISTA Faculdade de Minas 2 Sumário Desenvolvimento Infantil da Criança Autista ................................................... 4 Transtornos Globais do Desenvolvimento ................................................. 10 Síndrome de rett ..................................................................................... 12 Síndrome de Asperger ........................................................................... 14 Transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) .......................... 16 Transtorno invasivo do desenvolvimento - sem outra especificação ...... 18 Novos delineamentos ................................................................................. 18 Concepção psicomotora de desenvolvimento ............................................ 21 Considerações sobre o desenvolvimento nos primeiros meses de vida 23 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 27 Faculdade de Minas 3 FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Faculdade de Minas 4 Desenvolvimento Infantil da Criança Autista Segundo Bosa (2002), são chamadas Autistas as crianças que tem inadaptação para estabelecer relações normais com o outro, um atraso na aquisição da linguagem e, quando ela se desenvolve, uma incapacitação de lhe dar um valor de comunicação. Essas crianças apresentam igualmente estereótipos gestuais, uma necessidade de manter imutável seu ambiente material, ainda que deem provas de uma memória frequentemente notável. Contrastando com este quadro, elas têm, a julgar por seu aspecto exterior, um rosto inteligente e uma aparência física normal. A descrição de Kanner organizava-se em torno do distúrbio central que é “a inaptidão das crianças em estabelecer relações normais com as pessoas e em reagir normalmente às situações desde o início da vida”. Para descrevê-lo escolhe o termo Autismo, que já existia, segundo Bosa: Kanner mostrava a importância que queria atribuir à noção de afastamento social. Infelizmente, o conceito de autismo atribuído a Bleuler foi a fonte de confusão, como o fez notar Rutter (1979): segundo o conceito de Bleuler, o Autismo nos esquizofrênicos se refere a um retraimento ativo de imaginário. Na realidade sugere, primeiramente, ”um retraimento”. Fora das relações sociais enquanto Kanner descreve uma incapacidade de desenvolver o relacionamento social; em segundo lugar, ele implica uma vida imaginária rica, enquanto que as observações de Kanner sugerem uma falta de imaginação; em terceiro lugar, ele postula uma ligação com a esquizofrenia dos adultos. São esses conflitos que explicam o fato de os psiquiatras terem algumas vezes, utilizado de forma permutável os diagnósticos de esquizofrenia infantil, psicose infantil e de Autismo. Faculdade de Minas 5 As causas do Autismo ainda são desconhecidas, consistindo o problema da etiologia, sendo um tema base de intensas pesquisas de conceituados estudiosos na área. Segundo Bosa e Callis (2000) apontam que há dois grandes blocos de teorias que se opõem, sendo essas as teorias psicogenéticas e biológicas. De acordo com Klin (2006), a teoria psicogenética apresentava-se como defensora que a criança autista era normal no momento do nascimento, mas devido fatores familiares adversos no decorrer do seu desenvolvimento desencadeou um quadro autista. Os sintomas eram considerados secundários, atribuíveis, portanto, as condutas parentais impróprio. Essa teoria deu inicio a pesquisas reagrupadas em quatro eixos, sendo esses o stress precoce, as patologias psiquiátricas parentais, quociente de inteligência e classe social dos pais, e por ultimo a interação pais e filhos. Com base nas informações, Leboyer, chega à determinada observação: “[...] as teorias psicogênicas não parecem explicar a patologia do autismo. Não podemos aceitar o modelo segundo o qual pais normais (com frequência calorosos e afetuosos) seriam responsáveis por graves distúrbios de seus filhos, enquanto seus irmãos são normais”.(LEBOYER,2005,p.49). Quanto à abordagem biológica Assumpção e Pimentel (2000) afirmam que as causas do autismo são desconhecidas, porém varias doenças neurológicas e/ou genéticas foram apresentadas como sintomas do autismo. Problemas cromossômicos, gênicos, metabólicos e mesmo doenças transmitidas/adquiridas durante a gestação, durante ou após o parto, podem estar associados diretamente ao autismo. Leboyer menciona que: Tamanaha, Perissinoto e Chiari (2008) indicam que pesquisas recentes sugerem que o autismo pode ter haver com alterações neuroanatômicas, considerado este extramente masculino. Tal fato ocorreria devido às altas taxas de Faculdade de Minas 6 testosterona a que os autistas seriam expostos no período pré-natal, sendo assim o motivo de responderem processo de socialização de maneira indutiva e sistemática, (2008, p. 3) desde modo, os autores defenderam a ideia de que “sujeitos autistas apresentam um funcionamento cerebral essencialmente sistematizante”. Mello (2001) esclarece que existem vários princípios de diagnósticos utilizados para classificação do autismo. Os mais utilizados são o Manual de Diagnóstico e de Estatística de Doenças Mentais da Academia Americana de Psiquiatria, DSM – V, e a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde, o CID – 10, publicado pela Organização Mundial de Saúde, sendo que, o diagnóstico deve ser feito por profissional especializado, os quais podem ser um médico neuropediatra ou um psiquiatra especializado no assunto autismo. Na décima revisão da Classificação Internacional de Doenças – CID 10 o autismo é considerado um transtorno do desenvolvimento, assim se apresenta e caracterizam-se de acordo com Tamanaha, Perissinoto e Chiari: Assumpção e Pimentel (2000) destacam que a questão do diagnóstico passa a ser mais complexa na medida em que consideramos as chamadas síndromes de Asperger, que são inseridas dentro do Continuo Autístico. Os respectivos autores afirmam: “O diagnostico diferencial dos quadros autístico inclui outros distúrbios invasivos do desenvolvimento, como a síndrome de Asperger, a síndrome de Rett, transtornos desintegrativos e os quadros não especificados. Esse diagnostico diferencial é uma das grandes dificuldades do clinico”. (ASSUMPÇÃO E PIMENTEL, 2000, p.38). O fato é que não há como separar o desenvolvimento cognitivo do afetivo e sua essência biológica, sendo assim, independente da visão etiológica e diagnostica que se tenha a respeito do autismo é de fundamental importância que se tenha claro Faculdade de Minas 7 aforma de abordagem educativa à essas crianças, levando em consideração a tríade e os métodos de intervenção de aprendizagem como afirmam Baptista e Bosa: Segundo Lorna Wing (1979) as pessoas autistas possuem três grandes grupos de perturbações, as quais se manifestam em três diferentes áreas de domínio, vindo a prejudicá-las. São elas: a Área Social, a da Linguagem e Comunicação e a do Comportamento e Pensamento. No entanto Baptista e Bosa (2002, p.34,) ressaltam que apesar de Lorna Wing, distingui a tríade não são separáveis como leva a crer o termo “tríade”, “a expressão resultou de mensurações estatísticas, demonstrando que os comprometimentos que apareciam nessas áreas não ocorriam “ao acaso”; apresentavam-se juntos, embora com intensidade e qualidades variadas.” Na Área Social a pessoa tem dificuldade de relacionamento, pois não conseguem interagir para compreender as regras sociais. É possível destacar algumas características da pessoa autista relacionadas a essa área como: não se relacionar com contato visual, expressões faciais, relação com os pares, primar pela rotina, sendo que a criança autista pode tanto isolar-se como também interagir de forma estranha aos padrões habituais. A inabilidade no relacionamento interpessoal chamou a atenção de Kanner (1943, p. 244, in: Baptista e Bossa, 2002, p.23- 24) levando-o a afirmar que “há nelas a necessidade poderosa de não serem perturbadas. Tudo o que é trazido para Faculdade de Minas 8 a criança do exterior, tudo o que altera o seu meio externo ou interno representa uma intrusão assustadora”. No entanto estudos recentes comprovam, segundo Trevarthen (1996, in: Baptista e Bossa, 2002, p.34), “nem todos os autistas mostram aversão ao toque ou isolamento, alguns ao contrário, podem buscar o contato físico, inclusive de uma forma intensa, quando não “pegajosa”, segundo pais e professores”. Este campo estaria relacionado à dificuldade do autista de entender o que os outros pensam, sentem e reagem, pois sua capacidade de compartilhar sentimentos é comprometida, haveria uma enorme dificuldade em discriminar pessoas e entender o ponto de vista alheio, compreendendo que as outras pessoas apresentam sentimentos, ideias e pensamentos diferentes. Baptista e Bosa, afirmam que: A Área de Comunicação e Linguagem, o autista tanto na linguagem verbal como na linguagem não verbal, apresenta uma forma deficiente e bem diferente dos padrões habituais, pois possuem uma linguagem repetitiva e estereotipada, não conseguindo iniciar e manter uma conversa. Caracterizado com ecolalia, segundo Lamônica (1992) cerca de setenta e cinco por cento das crianças autistas que falam, apresentam ecolalia. A ecolalia se apresenta de dois tipos: a ecolalia imediata e a mediata. Na ecolalia imediata, a criança autista repete quase que imediatamente aquilo que acabara de escutar após a verbalização de outra pessoa, Lamônica (1992, p.3) afirma ser indicio de falha da criança em compreender a fala do outro, “como se a criança quisesse voltar às verbalizações para compreender seu conteúdo”. A ecolalia mediata, a criança demora certo tempo para repetir o que escutou. Segundo Fay (1980, in: Lamônica, 1992, p.4), a ecolalia poderia representar a Faculdade de Minas 9 intenção da criança autista em manter certa interação social em faces as falhas para compreender uma mensagem. Desta forma a ecolalia seria um esforço do autista para participar da interação social, levando em consideração seu repertorio verbal ser limitado. O autista apresenta problemas de comunicação, pois não conseguem entender quando pequenas, a real função da linguagem, consequentemente falhando ao usarem a linguagem para se comunicarem, apesar disso conseguem pronunciar algumas palavras, enquanto as que não verbalizam, compreendem algumas palavras faladas pelos outros, porém somente palavras como substantivos e verbos. A esse fato Gillberg define que: Estima-se que cerca de cinquenta por cento dos autistas não desenvolvem a linguagem durante toda a vida. Podemos então observar que a comunicação da criança autista é caracterizado por falta de verbalização ou por ecolalia, sendo, segundo Lamônica (1992) raro encontrar autistas que falam normalmente. O que preconiza os cinemas, divulgando a noção de que indivíduos com autismo apresentam talentos especiais, de modo que Pring, Hermelin, Buhler e Walker afirmam: A Área do Comportamento e Pensamento é a terceira área afetada, sendo que ela é caracterizada pela rigidez do comportamento e do pensamento, e também a precária imaginação. Destaca-se também o comportamento ritualista e muitas Faculdade de Minas 10 vezes obsessivo, a ausência dos jogos de faz de conta, pois não percebem o objeto inteiro, mas só uma parte, um detalhe, e não entendem para que serve o brinquedo, o atraso intelectual e a dependência de rotinas. Um dos grandes problemas que pais e educadores encontram é encontrar estratégias para remediar o atraso no desenvolvimento social do autista, que consequentemente trás prejuízos no relacionamento com outras pessoas e nas habilidades de comunicação. A essas características observadas por Kanner, segundo os autores citados acima, “representam o embrião das noções contemporâneas de que o senso de previsibilidade e controle sobre as situações facilita a adaptação e a aprendizagem de indivíduos com autismo e tem implicações para intervenção.” Surgindo assim, os métodos de aprendizagem hoje conhecidos. Transtornos Globais do Desenvolvimento Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett. Com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por meio de comportamentos não verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar de movimentar-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante comuns. Faculdade de Minas 11 Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo. Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões. Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) representam uma categoria na qual estão agrupados transtornos que têm em comum as funções do desenvolvimento afetadas (BRASIL, 2010). Posto isso, é importante compreender que nem todos os estudantes diagnosticados com algum tipo de transtorno mental são estudantes da Educação Especial – área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Nessa categoria, estão incluídos os alunos com diagnóstico de autismo, Síndrome do Espectro Autista (Asperger), Transtorno Desintegrativo da Infância (psicose) e Transtorno Invasivo de Desenvolvimento - sem outra especificação. Na área TGD é habitual depararmo-nos com os termos síndrome e/ou transtorno. Assim, é importante esclarecer que a nomenclatura síndrome se refere a um conjunto desintomas, não restrito a uma só doença, que ocorre no indivíduo; e transtorno é aplicado para indicar a existência de um conjunto de sintomas ou comportamentos que ocorrem no transcorrer da infância, com um comprometimento ou atraso no desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central. O transtorno não se desenrola de traumatismo ou doença cerebral adquirida; ele denuncia uma desordem neurológica e origina-se de anormalidades no processo cognitivo derivados de disfunção biológica (FRANZIN, 2014). O autismo e a Síndrome de Asperger compõem um grupo de problemas que abrange os desvios nos campos do relacionamento social e da comunicação, Faculdade de Minas 12 denominados de Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD). Outros dois termos têm sido empregados em nosso idioma como tradução para pervasive developmental disorder, que são: transtornos invasivos do desenvolvimento e transtornos abrangentes do desenvolvimento. Esta pluralidade de nomenclaturas acontece pela falta de consenso na tradução do inglês de pervasive (cuja origem é do latim pervasis). Assim sendo, os termos aplicados: Autores como Klin (2006), Mercadante e Rosário (2009) ressaltam que embora existam critérios para o diagnóstico do autismo e da Síndrome de Asperger é visível a variabilidade de apresentações clínicas. De acordo com essas afirmações, pode-se presumir que não exista um único padrão de autismo ou de Síndrome de Asperger, mas há “variações no desenho do cérebro social que implicam modos de funcionar distintos, ainda que tenham sempre em comum uma desadaptação precoce dos processos de sociabilidade” (MERCADANTE; ROSÁRIO, 2009, p. 19). O cérebro social é definido pela neurociência como um conjunto de regiões cerebrais que são ativadas durante a execução de atividades sociais. Concebendo que essas estruturas estejam ligadas umas às outras, formando o que se chama de cadeias associativas ou de redes neurais, é possível afirmar que o modo de agir socialmente depende do desenho dessas redes. Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD), por se tratarem de um conjunto de sintomas e comportamentos que transcorrem na infância, com comprometimento ou atraso no desenvolvimento, apresentam, entre a síndrome e os transtornos que os compõem, uma sucessão de características que serão detalhadas no decorrer da apostila. Síndrome de rett A Síndrome de Rett foi identificada em 1966 por Andréas Rett, tendo ficado mais conhecida após o trabalho de Hagberg. É uma desordem do Faculdade de Minas 13 desenvolvimento neurológico, acometendo em sua maioria crianças do sexo feminino, aproximadamente 1 em cada 10.000 a 20.000, mas também atinge criança do sexo masculino meninas nascidas vivas (os meninos normalmente não resistem e morrem precocemente). Aparece em todos os grupos étnicos. A Síndrome de Rett compromete progressivamente as funções motora e intelectual, e provoca distúrbios de comportamento e dependência. No caso típico, a menina se desenvolve de forma aparentemente normal entre 8 a 18 meses de idade, depois começa a mudar seu padrão de desenvolvimento. Ocorre uma regressão dos ganhos psicomotores, a criança torna-se isolada e deixa de responder e brincar. O crescimento craniano, até então normal, demonstra clara tendência para o desenvolvimento mais lento, ocorrendo microcefalia adquirida. Aos poucos, deixa de manipular objetos, surgem movimentos estereotipados das mãos (contorções, aperto, bater de palmas, levar as mãos à boca, lavar as mãos e esfregá-las), culminando na perda das habilidades manuais e estagnação do desenvolvimento neuropsicomotor. Do ponto de vista clínico, a Síndrome de Rett pode ser organizada em quatro etapas, de acordo com Mercadante (2007), conforme segue: Estagnação precoce: Dos 6 aos 18 meses, caracterizando-se pela estagnação do desenvolvimento, desaceleração do crescimento do perímetro cefálico e tendência ao isolamento social. Rapidamente destrutiva: Entre o primeiro e o terceiro ano de vida, com regressão psicomotora, choro imotivado, irritabilidade, perda da fala adquirida, comportamento autista e movimentos estereotipados das mãos. Podem ocorrer irregularidades respiratórias e epilepsia. Pseudoestacionária: Entre os dois e dez anos de idade, podendo haver certa melhora de alguns dos sintomas como, por exemplo, o contato social. Presença de ataxia, apraxia, espasticidade, escoliose e bruxismo. Episódios de perda de fôlego, aerofagia, expulsão forçada de ar e saliva. Deterioração motora tardia: Inicia-se em torno dos dez anos de idade, com desvio cognitivo grave e lenta progressão de prejuízos motores, podendo necessitar de cadeira de rodas. Faculdade de Minas 14 Mesmo com a identificação do gene, os mecanismos envolvidos na Síndrome de Rett ainda são desconhecidos. Reduções significativas no lobo frontal, no núcleo caudato e no mesencéfalo têm sido descritas, havendo também algumas evidências de desenvolvimento sináptico. Síndrome de Asperger A Síndrome de Asperger é classificada como um transtorno invasivo de desenvolvimento. Crianças com esta síndrome podem ter inteligência normal e tipicamente apresentarem inteligência verbal maior que a não verbal. Embora as habilidades verbais dessas crianças não apresentem os prejuízos encontrados nas crianças autistas, elas frequentemente apresentam profundas dificuldades sociais e de semântica. Faculdade de Minas 15 Teixeira (2006) afirma que o desenvolvimento inicial da criança parece normal, contudo, no decorrer dos anos, seu discurso se torna diferente, monótono, peculiar e há, com frequência, a presença de preocupações obsessivas. É um transtorno de múltiplas funções do psiquismo, com afetação principal nas áreas do relacionamento interpessoal e da comunicação, embora a fala seja relativamente normal. A interação da criança com Síndrome de Asperger com outras crianças se torna difícil, pois demonstra pouca empatia e apresenta comportamento excêntrico; sua vestimenta pode se apresentar estranhamente alinhada e a dificuldade de socialização pode torná-la solitária. É inflexível, ou seja, tem dificuldades de lidar com mudanças. É emocionalmente vulnerável e instável, ingênua e eminentemente carente de senso comum. Há prejuízo na coordenação motora e na percepção viso- espacial. Frequentemente apresenta interesses peculiares, em determinadas áreas do conhecimento, podendo passar horas assistindo ao canal da previsão do tempo na televisão ou estudando exaustivamente sobre temas ou assuntos preferidos, como dinossauros, Egito, carros, aviões, mapas de ruas, planetas, missões espaciais, entre outros. Conforme Ferrari (2012), a expressão transtornos invasivos do desenvolvimento agrega um conjunto de problemas do desenvolvimento das funções psicológicas, geralmente aquelas envolvidas na apropriação de aptidões para as relações sociais e para a utilização da linguagem. Faculdade de Minas 16 De acordo com Klin (2006, p. 1), o autismo e a Síndrome de Asperger são entidades diagnósticas em uma família de transtornos de neurodesenvolvimento, nas quais ocorre uma ruptura nos processos fundamentais de socialização, comunicação e aprendizado. Transtorno desintegrativo da infância (psicose infantil) O Transtorno Desintegrativo da Infância (TDI) foi inicialmente retratado por Theodore Heller, educador austríaco, em 1908. Heller explicitou o caso de seis crianças que, após um desenvolvimento aparentemente normal nos quatro primeiros anos de vida, apresentaram uma grave perda das habilidades de interação social e comunicação. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Distúrbios Mentais (DSM-IV), da Associação Americana de Psiquiatria (1994), o Transtorno Desintegrativo da Infância é tambémconhecido como Síndrome de Heller, demência infantil ou psicose desintegrativa. A Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva PNEEPEI (2008) usa a nomenclatura Transtorno Desintegrativo da Infância (psicoses) ao se referir ao público-alvo do Atendimento Educacional Especializado (AEE). A definição sobre psicose, apresentada pelo DSM-IV, é entendida como uma perda dos limites do ego ou um amplo prejuízo no teste da realidade. O termo psicose refere-se a delírios, quaisquer alucinações proeminentes, discurso desorganizado ou catatônico. Assim, a psicose pode ser definida como uma desordem mental na qual ocorre um comprometimento do pensamento, da capacidade de perceber a realidade sem distorções e do relacionamento interpessoal (SADOCK, 2000). Faculdade de Minas 17 Existem muitos conceitos diferentes para o termo psicose, tais como perda do contato com a realidade de forma temporária ou definitiva; perturbação psíquica grave (podendo gerar uma desintegração das estruturas da personalidade); e personalidade que se fragmenta (ASSUMPÇÃO, 1993; TENGAN; MAIA, 2004). Os sintomas e as características classificatórias da patologia necessitam de observação e análise da interação social e do conteúdo dos pensamentos, o que deixa o diagnóstico incomum na infância, sendo extremamente inusitados os relatos de incidência em idade inferior a cinco anos (MCKENNA; GORDON; RAPAPORT, 1994; HOLLIS, 2000). Os sujeitos com psicose apresentam como sintoma a dificuldade para se afastar da mãe e de compreensão de gestos e linguagens, alterações significativas na forma do conteúdo do discurso, repetição de palavras e/ou frases ouvidas, ou utilização estereotipada de formas verbais, sendo usual a inversão pronominal, referindo-se a si mesma na terceira pessoa do singular ou usando seu próprio nome, e ainda conduta social embaraçosa (AJURIAGUERRA; MARCELLI, 1991). Faculdade de Minas 18 Transtorno invasivo do desenvolvimento - sem outra especificação Os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento são um grupo de transtornos caracterizados por importante atraso no desenvolvimento, em diferentes áreas de funcionamento, incluindo a socialização, comunicação e relacionamento interpessoal. O Transtorno Invasivo do Desenvolvimento - sem outra especificação é composto por um grupo heterogêneo de crianças com tendências a apresentar comportamento inflexível, intolerância à mudança e explosão de raiva e birra quando submetidas às exigências do ambiente ou até mesmo às mudanças de rotina. Essa categoria diagnóstica é utilizada (DSM-IV) quando há prejuízo severo e invasivo no desenvolvimento da interação social e são excluídas as hipóteses de autismo, Síndrome de Asperger e Psicose Infantil. Novos delineamentos É de extrema importância fazer algumas considerações sobre a publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-V (2014). Houveram algumas modificações relevantes quanto à denominação de quadros clínicos anteriormente associados à área dos Transtornos Globais do Faculdade de Minas 19 Desenvolvimento. Transtornos antes chamados de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e Síndrome de Asperger são englobados pelo termo transtorno do espectro autista. Por conseguinte, estudantes com diagnóstico de Síndrome de Asperger, atualmente, receberiam o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista sem comprometimento linguístico ou intelectual. É significativo ressaltar que na edição do DSM-V foi suprimida a classificação por subtipos e proposta a categoria diagnóstica do Transtorno do Espectro do Autismo, pois a comunidade científica considerou que o transtorno autista, o transtorno de Asperger e o transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação não são desordens distintas, mas parte de um transtorno único e contínuo, de médio a severo prejuízo, nos domínios da comunicação e dos comportamentos\interesses restritos e repetitivos (KAJIHARA, 2014, p. 25). O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) salienta: Contudo, é necessário reforçar que esses novos delineamentos dados pelo DSM-V não foram integralmente adotados na Política de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. É possível reconhecer menções acerca do assunto por meio do Decreto n.º 8.368, de 02 de dezembro de 2014, e da Nota Técnica n.º 20, de 18 de março de 2015, onde o Ministério da Educação (MEC) orienta para as necessidades educacionais especiais de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA). É possível observar que ao utilizar a nomenclatura TEA, o MEC assume “oficialmente” o conhecimento da substituição do termo “autismo”. Faculdade de Minas 20 O transtorno do espectro autista no DSM-V engloba transtornos antes chamados de autismo infantil precoce, autismo infantil, autismo de Kanner, autismo de alto funcionamento, autismo atípico, transtorno global do desenvolvimento sem outra especificação, transtorno desintegrativo da infância e transtorno de Asperger. Segundo o DMS-V o Transtorno do Espectro Autista (TEA) engloba diferentes quadros marcados por perturbações do desenvolvimento neurológico com três características fundamentais, que podem manifestar-se em conjunto ou isoladamente. São elas: dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e padrão de comportamento restritivo e repetitivo. Recebe o nome de espectro (spectrum), porque envolve situações e apresentações muito diferentes umas das outras, numa gradação que vai da mais leves à mais grave. Todas, porém, em menor ou maior grau estão relacionadas, com as dificuldades qualitativas de comunicação e relacionamento social. No espectro, o grau de gravidade varia de pessoas que apresentam um quadro leve, e com total independência e discretas dificuldades de adaptação, até aquelas pessoas que serão dependentes para as atividades de vida diárias (AVDs), ao longo de toda a vida. Os TEAs apresentam uma ampla gama de severidade e prejuízos, sendo frequentemente a causa de deficiência grave, representando um grande problema de saúde pública. Há uma grande heterogeneidade na apresentação fenotípica do TEA, tanto com relação à configuração e severidade dos sintomas comportamentais. Faculdade de Minas 21 Concepção psicomotora de desenvolvimento A concepção psicomotora admite que o desenvolvimento da criança se processa a partir dos sistemas de comunicação que ela estabelece com o seu ambiente. Estas trocas entre a criança, o mundo das pessoas e o mundo dos objetos, que se faz através da ação corporal, favorecem o conhecimento de si mesma e a apreensão do mundo que a cerca. Ao nascer a criança se depara com um universo complexo, regido por leis que orientam o comportamento das pessoas e objetos. Ela terá, portanto, que descobrir e assimilar a forma como o seu ambiente está organizado para atender de forma satisfatória às solicitações que lhe são dirigidas. Nas suas interações mais primitivas o bebê dispõe apenas do seu próprio corpo como instrumento de comunicação e é através de um diálogo não verbal, mas essencialmente corporal que ele desenvolverá suas habilidades físicas, cognitivas e Faculdade de Minas 22 afetivas cujo aperfeiçoamento progressivo facilita a integração e comunicação do indivíduo com o seu ambiente. Nesta fase o envolvimento afetivo entre o bebê e as pessoas que lhe dispensam cuidados é essencial pois facilita a compreensão das mensagens pré- verbais que a criança transmiteatravés de uma linguagem corporal traduzida por gestos e atitudes (choro, sono, ritmos biológicos). A afetividade é, portanto, o elemento essencial sobre o qual se estabelece a forma mais primitiva da comunicação humana, denominada diálogo tônico (Ajuriaguerra, em Coste, 1981). É a partir deste diálogo que a criança organiza os fundamentos da autoestima, da busca de identidade, do desejo de conquista e de conhecimento que conduzem o indivíduo ao exercício satisfatório das suas potencialidades. Nesta perspectiva, as dificuldades que a criança enfrenta nas suas relações com o mundo, seja por déficits orgânicos e/ou desordens psicomotoras, são sempre analisadas em relação aos sistemas de comunicação dela consigo mesma e com o seu ambiente. Esta concepção do desenvolvimento infantil em termos de comunicação é discutida e desenvolvida por inúmeros autores (Destrooper & Vayer, 1982; Vayer, 1982; 1984a e b; 1986; Vayer-Toulouse, 1985; Coste, 1981; Le Boulch, 1985; Picq & Vayer, 1985 e Fonseca, 1983) e se mostra especialmente fecunda na medida em que abre um leque de perspectivas educativas com objetivos preventivos, e reeducativas cujos objetivos são terapêuticos. Isto porque as proposições de caráter psicomotor se mostram igualmente úteis ao desenvolvimento das crianças tidas como normais, bem como daquelas com dificuldades específicas de adaptação ao mundo, as quais Destrooper-Vayer (1986) chamam esclerose do diálogo. Observa-se que algumas crianças apresentam dificuldades em comunicar-se de modo compreensivo com o mundo das pessoas e objetos e "parecem, muitas vezes, mais felizes quando sozinhas, atuando como se nada além de si mesmas existisse à sua volta, dando a impressão de silenciosa sabedoria (Jerusalinsky, 1984, p. 21). Esta situação define o aspecto mais característico da síndrome descrita inicialmente por Kanner, em 1943, como autismo infantil primitivo (Leboyer, 1987; Jerusalinsky, 1984; Tustin, 1972). Faculdade de Minas 23 Os problemas de ordem conceitual se evidenciam quando se observa que as manifestações de caráter autista muitas vezes são confundidas com comportamentos inadaptados decorrentes de dificuldades de natureza orgânica, por vezes não identificadas. Isto ocorre com frequência em: Os estudos e pesquisas que procuram elucidar as questões etiológicas concernentes ao autismo se diferenciam pela ênfase sobre o ambiente e o organismo. A abordagem psicodinâmica ressalta a importância das condutas parentais inadequadas na determinação dos sintomas autistas; a abordagem orgânica postula a existência de uma anomalia biológica congênita e o modelo intermediário tenta sintetizar os dois anteriores (Leboyer, 1987). Considerações sobre o desenvolvimento nos primeiros meses de vida Ao nascer o bebê vive uma fase essencialmente autista que faz parte do desenvolvimento infantil normal. Segundo Mahler, Tustin (1972) denomina esta etapa do desenvolvimento de autismo da infância primitiva e Piaget egocentrismo integral primitivo (Ver Vayer, 1984). Neste período a criança experimenta todas as sensações, sejam de bem-estar ou dor, mobilizações e deslocamentos, sensações visuais e auditivas, como encerradas no próprio corpo, sem relação com o mundo exterior. O bebê não percebe nem reconhece inicialmente a existência de nada que vá além da própria vivência corporal. O corpo é, primitivamente, o único "meio da ação, do conhecimento e da relação" (Vayer, 1984, p. 18). Faculdade de Minas 24 O ser se desenvolve a partir das trocas e comunicações que estabelece com o seu ambiente. Isto só é possível no início da vida através dos cuidados que o bebê recebe da mãe ou substituta; é através do "intercâmbio corpo-a-corpo das primeiras semanas" (Le Boulch, 1985, p. 76) que ele começa a perceber a si mesmo e gradativamente organiza o próprio eu de forma individualizada e a desfazer-se a relação simbiótica primitiva com a mãe. Este processo que Mahler chama de individuação é essencial ao desenvolvimento global do ser. Spitz (1977) refere-se a este estado primitivo afirmando que "no primeiro ano de vida não existe uma estrutura psíquica bem estabelecida e diferenciada" (p. 34). Ainda com relação ao desenvolvimento gradativo do eu na criança pequena, Winnicott (1982) fala na existência de três processos que "parecem começar muito cedo" e permitem ao ser organizar o seu eu: "integração, personalização e em terceiro lugar a apreciação do tempo, do espaço e de outras propriedades da realidade" (p. 274). Muitas vezes, esse processo de individuação e organização do eu - que permite à criança reconhecer o mundo dos objetos e das pessoas e assimilar as leis que orientam as relações do ser com o meio ambiente - não se faz de modo satisfatório por circunstâncias diversas que envolvem, fatores de ordem psicoafetiva e/ou orgânica e que tornam o crescimento psicológico um processo doloroso. Nestes casos, a criança não consegue organizar o seu eu e assim assimilar as situações que se chocam com esse estado primitivo onde a criança só percebe o que se passa à sua volta através das sensações vividas corporalmente. Isto ocorre quando o bebê começa a perceber que por si só não consegue encontrar a satisfação das próprias necessidades, por exemplo: sugar o próprio dedo não sacia a fome. Nestas situações ele se defronta com o estado que Tustin (1972) chama não-eu e Chazaud (1978) não-ego. Estas primeiras experiências podem ser vivenciadas, dependendo das circunstâncias, como algo ameaçador à sua integridade corporal, pois a ausência do seio ou mamadeira que sacia a fome é vivida psicologicamente pela criança como perda de parte de si mesma, na medida em que ela, a mãe e o ambiente são Faculdade de Minas 25 percebidos como uma unidade. No exemplo acima ela experimenta a "perda de certos aspectos da boca" como assinala Winnicott (em Tustin, 1972). Algumas crianças superam esta fase naturalmente; outras a vivem como algo extremamente doloroso, gerando um estado caracterizado por Mahler como de "profundo desgosto e luto interno" ao qual Winnicott chamou depressão psicótica ou depressão primitiva como preferem denominar Rank e Putnam (em Tustin, 1972). Para estes autores é este estado, que se traduz por uma incapacidade extrema de tolerar as frustrações mais primitivas como o afastamento da mãe ou substituta ou do seio/mamadeira que alimenta, que pode determinar alterações no curso do desenvolvimento psicológico da criança, levando algumas vezes ao não uso das faculdades cognitivas com o objetivo de evitar o reconhecimento da própria individualidade que confronta a criança com a situação, anteriormente mencionada, de não-eu. É o reconhecimento e a aceitação gradativa dessa individualidade que define a posição do ser no mundo e torna possível o seu desenvolvimento psicomotor, definido em termos da capacidade da criança de estabelecer um sistema de trocas e comunicação com o ambiente que lhe permita desenvolver relações construtivas com as pessoas e objetos e possibilitam acumular experiências de aprendizagem que facilitem a aquisição de novos conceitos e formas de atuação cada vez mais eficiente e autônoma. De acordo com Jerusalinsky (1984) no curso normal do desenvolvimento infantil, É através da decodificação destas mensagens que se estabelece uma forma especial de comunicação, a mais primitiva, abordada anteriormente, cujo elemento Faculdade de Minas 26 essencial é a afetividade - o diálogo tônico. É através deste diálogo que a criança estabelece os esquemas mais elementares de intercâmbio com o mundo exterior. Vários autores estão em acordo com relação à importância da dimensão afetiva que envolve o ser na fase mais primitiva do seu desenvolvimento. Destrooper-Vayer (1986), por exemplo, afirmam que Esta análise preliminar mostra-seessencial quando se lida com crianças que apresentam dificuldades de comunicação e relação com o mundo. Faculdade de Minas 27 REFERÊNCIAS ASSUMPÇÃO, Francisco B.; PIMENTEL, Ana Cristina M. Autismo infantil. Ver. Brás. Psiquiar, 2000. Disponível em:< www.scielo.br/pdf/rbp/v22s2/3795.pdf>. BAPTISTA, Cláudio Roberto; BOSA Cleonice; e colobaradores. 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