Buscar

TRANSTORNOS-GLOBAIS-DO-DESENVOLVIMENTO-TGD

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 82 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Sumário
1	INTRODUÇÃO	3
2	TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO	4
2.1	Neurodesenvolvimento e a psiquiatria contemporânea	6
2.2	Neurodesenvolvimento, normalidade e patologia	11
3	DSM-5	12
4	DEFICIÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE SÍNDROMES	14
4.1	Autismo	14
4.2	Autismo e psicose	28
4.3	Síndrome de Rett	33
4.4	Esquizofrenia	35
5	SÍNDROME GENÉTICA	37
5.1	Síndrome de Down	39
5.2	Síndrome do X Frágil	42
5.3	Neurofisiologia e o deficiente intelectual	43
6	ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: HISTÓRICO E CONCEITOS	46
6.1	Características do superdotado	51
6.2	Evolução conceitual dos termos adotados ao longo da história no Brasil: dotação, supernormais, bem-dotados, talentos, altas habilidades/superdotação	57
6.3	Um gênio, um prodígio ou simplesmente precoce	60
7	INCLUSÃO E A TRANSFORMAÇÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL: INCLUSÃO/EXCLUSÃO	63
7.1	Integração/Inclusão	66
7.2	Inclusão/sistema educacional	71
8	BIBLIOGRAFIA	79
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. 
TRANSTORNOS GLOBAIS DO DESENVOLVIMENTO
Fonte: educarepedagogia.com.br
TGD – transtornos globais do desenvolvimento representa uma categoria na qual os transtornos que compartilham as funções de desenvolvimento afetadas são agrupados. Em outras palavras, é importante entender que nem todos os alunos com diagnóstico de determinado tipo de transtorno mental são alunos da educação especial - área dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Esta categoria inclui alunos que foram diagnosticados com autismo, transtorno Desintegrativo da Infância (psicose) e Transtorno Invasivo de Desenvolvimento - sem outra especificação, (PARANA, 2016).
No campo de TGD, síndromes de terminologia e / ou transtornos são frequentemente encontrados. Portanto, é importante esclarecer que a síndrome da nomenclatura se refere a um conjunto de sintomas, não se limitando a uma única doença, que ocorre em um indivíduo; já em relação ao transtorno é utilizado para indicar a existência de uma série de sintomas ou comportamentos ao longo da infância, acompanhados por o desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central que pode ter danos ou atrasos. Os transtornos não são causados por trauma ou doença cerebral adquirida, mas desenvolve através de doenças neurológicas e tem origem em processos cognitivos anormais causados ​​por disfunção biológica (FRANZIN, 2014).
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Cf. REVISTA ESCOLA (2013 apud SOARES; 2017).
A neurociência define o cérebro social como um grupo de regiões do cérebro que são ativadas durante atividades sociais. Considerando que essas estruturas estão inter-relacionadas e formam o que podemos chamar de cadeias de associação ou redes neurais, é certo que o modo de comportamento social depende do desenho dessas redes. Os transtornos globais do desenvolvimento (TGD), por serem um conjunto de sintomas e comportamentos que ocorrem na infância, acompanhados de transtornos ou atrasos do desenvolvimento, apresentam uma série de características entre a síndrome e os transtornos que os constituem, uma sucessão de características.
 Contudo, os transtornos globais do desenvolvimento, envolvem características muito parecidas e semelhantes aos transtornos do espectro autista. E os sintomas característicos do TGD são, atraso da fala do desenvolvimento da comunicação, atraso motor fino e grosso, crianças que tem dificuldade na socialização, aquelas que possuem interesses restritos, ou que tem dificuldade para aprender coisas novas e acompanhar a escola, dessa forma são sintomas que hoje depois do DSM – 5 manuais de diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais desde de 2013, são considerados todos como TEA – transtornos do espectro autista. Portanto, os antigos TGDs são hoje voltados e caracterizados como autismo.
Transtorno Global do Desenvolvimento é um distúrbio no desenvolvimento da criança, isto é, o comportamento é alterado qualitativamente, de forma que tal não corresponde a nenhum estágio concreto do desenvolvimento. Tendo em vista, a característica descrita acima, o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança diagnosticada com TGD, se dá de forma diferente das crianças “normais”. Cf. APNEETGD (2013 apud SOARES; 2017).
É importante ressaltar que antigamente as pessoas entendiam o autismo como patologia ou como sintomas muito grave ou severo, dessa forma as pessoas julgavam as crianças com autismo como as crianças que ficavam somente no canto da sala de aula, sem interagir com ninguém e fazendo movimentos repetitivos estereotipados, porém, hoje ampliou – se muito o leque de diagnóstico e consequentemente ampliou também as possibilidades dos sintomas dentro do transtorno do espectro autista. Visto isso, podemos dizer que quase não se usa mais o termo TGD – transtornos globais do desenvolvimento.
Mais em relação ao transtorno global do desenvolvimento, não significa que tem um atraso geral? Isso não é melhor do que ter autismo? Pois bem, transtorno global significa que tem todo um desenvolvimento da criança em atraso, dessa forma podemos dizer que nenhum atraso é bom, porque se a criança tem atraso significa que o cérebro dela caminha em direção a acumular atrasos e não se desenvolver como um cérebro padrão. Conforme o que foi citado acima o transtorno global do desenvolvimento basicamente é a mesma coisa que autismo.
Neurodesenvolvimento e a psiquiatria contemporânea
A ligação entre psiquiatria e desenvolvimento não é nova - por exemplo, Foucault (2001 apud KLEIN; 2020) aponta que a psiquiatria está conectada com os ideais do desenvolvimento moderno. Deste modo, esse conceito está mais ou menos enraizado em estágios mais ou menos delineados que se desdobram em um tempo contínuo e cumulativo - o conceito de evolução está no centro. No entanto, nos últimos anos, os radicais neuro alocado a este termo parece promover uma mudança importante em relação às características de trajetória pré-determinadas dos conceitos modernos de desenvolvimento.
No entanto, não pretendemos ver o neurodesenvolvimento como uma evolução do conceito moderno de desenvolvimento, mas como um conceito que engloba continuidade e diferença. Além da trajetória previamente definida, se vincula a discussões biológicas como epigenética e plasticidade cerebral. Refere-se a um processo instável e em constante mudança que se diferencia da trajetória evolutiva por meio de etapas pré-delineadas. Além disso, esse caminho em constante mudança começa na infância, mas se estende aos adultos: a incisão entre esses dois polos não pode ser vista com precisão, KLEIN; (2020).
De um modo geral, o surgimento do transtorno do neurodesenvolvimento no DSM-5 (APA, 2013) possui uma lógica que exerce importante influência na psiquiatria contemporânea. Neste capítulo, uma grande parte das emoções anteriormente pertencia a grupos que estavam destinados a ocorrer na infância, ou que se pensava quegeralmente começariam na infância. Segundo Lima (2020a apud KLEIN; 2020), essa parte está munida de um "desaparecimento da infância" no DSM-5, que é uma conclusão discreta do diagnóstico de outras crianças designadas à mesma categoria dos transtornos do adulto. Em vista desta situação, a psiquiatria mudou de uma patologia relacionada ao atraso de desenvolvimento transitório da infância para uma perspectiva de neurodesenvolvimento, ou seja, passa pelo ciclo de vida.
Ressalte-se que o surgimento deste capítulo inclui certa continuidade com a mudança de paradigma consolidada na publicação do DSM-III em 1980, pois pretende se basear em uma abordagem ateórica e descritiva com uma visão de vincular a patologias mentais. À doença. Substrato biológico, KLEIN; (2020).
 Essa mudança é a força motriz por trás do que Shorter (1997 apud KLEIN; 2020) que chama de "segunda psiquiatria biológica", que usa a intenção para vincular transtornos mentais a problemas neuronais. De acordo com as instruções de Paris (2013 apud KLEIN; 2020), os problemas que impulsionaram as mudanças em 1980 ainda existem e aparecem no contexto da publicação do DSM-5 (2013 apud KLEIN; 2020), pois a terceira e a quarta edição do manual não incorporavam a psiquiatria biológica.
Nesse caso, o capítulo sobre os transtornos do neurodesenvolvimento tenta resolver esses problemas, ou seja, o projeto psiquiátrico como um todo - principalmente na concepção da patogênese dos transtornos mentais. Bispo e Rath (2008 apud KLEIN; 2020) acredita que a discussão em torno do neurodesenvolvimento é fruto de um movimento iniciado nas décadas de 1960 e 1970, que foi diagnosticado como diagnóstico “Minimal brain disfunction”, que pretendia alocar diferentes sintomatologias em uma única etiopatogênese cerebral, se distanciando de descrições sintomatológicas.
Argumentos usados ​​para abandonar o capítulo de diagnóstico normalmente concluído na infância e encontrado no site da APA, parece confirmar essa intenção. A razão para a inclusão de radical neuro é baseada principalmente na visão de que "as evidências científicas atualmente colocam vários transtornos, até mesmo em sua maioria, em um espectro com transtornos que são intimamente relacionados, tendo em vista, que esses transtornos apresentam sintomas semelhantes e compartilhados, como: genéticos, fatores de risco ambientais e provavelmente substratos neuronais compartilhados (APA, 2013, p. 24 apud KLEIN; 2020). Na mesma direção, o editor afirma que transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH):
Foi colocado no capítulo sobre os transtornos do neurodesenvolvimento para refletir seus correlatos no desenvolvimento cerebral bem como a decisão no DSM-5 de eliminar o capítulo do DSM-IV que incluía todos os diagnósticos usualmente feitos pela primeira vez na primeira infância, infância ou adolescência. (APA, 2013, p.82 apud KLEIN; 2020).
Conforme KLEIN; (2020), de acordo com o próprio manual, na descrição do TDA / H, e mais precisamente, nos tópicos de recursos relevantes que dão suporte ao diagnóstico, encontramos as seguintes afirmações:
Não há marcador biológico que seja diagnóstico de TDA/H. Como grupo, na comparação com pares, crianças com TDAH apresentam eletrocefalogramas com aumento de ondas lentas, volume encefálico total reduzido na ressonância magnética e, possivelmente, atraso na maturação cortical no sentido póstero-anterior, embora esses achados não sejam diagnósticos. Nos raros casos em que há uma causa genética conhecida (p. ex., síndrome do X-frágil, síndrome da deleção 22q11), a apresentação do TDAH ainda deve ser diagnosticada (APA, 2013, p.61 apud KLEIN; 2020).
É muito importante ressaltar que apesar da intenção clara, na prática, o agrupamento em torno dos transtornos do neurodesenvolvimento não é apoiado por marcadores biológicos, e as clínicas psiquiátricas, ainda não possuem marcadores biológicos. Além disso, a hipótese biológica baseada no conceito de epigenética que a grosso modo, afirmam a interação entre gene e meio ambiente na origem dos transtornos mentais, bem como a noção de plasticidade cerebral, que apontaria para um caminho errático de constante mudança dos circuitos cerebrais, não são mais bem explicitadas nesse manual diagnóstico, KLEIN; (2020).
Porém, mesmo que não esteja claramente declarado no manual, a hipótese do neurodesenvolvimento se baseia na premissa de geração de biomarcadores a partir da interação de genes e meio ambiente, e biomarcadores podem ser definidos como causas detectáveis ​​de transtornos mentais. O radical neuro alocado colocados ao lado da palavra "desenvolvimento" parecem ser uma possibilidade (embora ainda não consolidada) de aproximar a psiquiatria da neurologia, trazendo assim mais legitimidade biomédica à primeira. Portanto, esse grupo está se tornando cada vez mais importante nas pesquisas atuais porque anuncia a visão da psiquiatria, da neurologia e do desenvolvimento que estão de alguma forma interligados, inseparável, KLEIN; (2020).
Neste âmbito, é possível traçar uma linha de continuidade entre estes objetivos e a diretriz, discutida desde 2008, pelo National Institut of Mental Health (NIMH), em seu plano estratégico. Este estabelece como objetivo primeiro promover descobertas no cérebro e nas ciências comportamentais para impulsionar as pesquisas sobre as causas dos transtornos mentais (NIMH, 2008 apud KLEIN; 2020).
É também neste caso que os itens acima foram inseridos. Anteriormente conhecido como RDoc (Research Domain Criteria), tem como objetivo classificar os transtornos mentais por meio da análise de genes, células e circuitos neurais e, por fim, promete ter maior validade e confiabilidade etiológica do que as classificações existentes. De acordo com Insel e Quirion (2005 apud KLEIN; 2020), a meta da década inclui a possibilidade de coincidência entre doença mental e transtorno cerebral, o que mostra que "o psiquiatra do futuro deve ser um neurocientista" (Página 5). 
Conforme apontado por Casey, Oliveri e Insel (2014 apud KLEIN; 2020), a chave para abrir o caminho para o sistema cerebral é focar nas questões de desenvolvimento. Portanto, os transtornos do neurodesenvolvimento parecem ser um ponto de transição entre o paradigma DSM-5 e o paradigma RDoC- Reseach Domain Criteria. Além de ligar a patologia ao desenvolvimento de neurônios, os transtornos do neurodesenvolvimento nos dão um vislumbre de outro movimento importante no quinto manual: o sistema de classificação de doenças passou de um multieixo 1 desde 1980 para uma dimensão de classificação.
 Sob o desvio dimensional, a patologia é vista como um continuum de intensidade, reduzindo a imposição de um único e claro ponto de corte nos limiares patológicos - um conceito típico de classificação. O capítulo sobre transtornos do neurodesenvolvimento ajuda a examinar o processo dos transtornos mentais longitudinalmente, o que é uma característica da perspectiva das dimensões categóricas, para destaque o corte do ciclo de vida. O diagnóstico de neurodesenvolvimento neste capítulo não se limita à infância - algumas das patologias incluídas nele costumavam ser privilegiadas na infância, mas agora são estendidas aos adultos, como TDA / H, KLEIN; (2020).
Outro aspecto importante é que, em geral, o DSM-5 reflete a tendência dos transtornos mentais relacionada à diferença quantitativa e persistente entre normal e patológico, caso em que a discussão dos transtornos do neurodesenvolvimento está no centro (Paris, 2013 anos). Casey, Oliveri e Insel (2014) explicaram claramente a intenção de restringir a patologia a mudanças quantitativas no neurodesenvolvimento normal (entendido como uma média fisiológica), e apontaram que uma das tarefas mais importantes das novas diretrizes de pesquisas no Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH) é delinear o neurodesenvolvimento típico.
Como caracteriza KLEIN; (2020) em relação a referência das pesquisas na área de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDA/H), o autor apontou que está relacionado ao neurodesenvolvimento normal: (...)as trajetórias do neurodesenvolvimento mostram maturação cortical atrasada em vez de déficit na maturação cortical, dessa forma configura-se em um atraso mais significativo - consistente com os problemas característicos do TDAH – que ocorre no córtex pré-frontal, sendo ele muito importante para a construção do controle cognitivo (p.352).
Por sua vez, os editores do manual destacaram que o diagnóstico da equipe de neurodesenvolvimento pode estar relacionado a excessos e déficits e também a atrasos no alcance dos marcos esperados, sejam eles globais ou relacionados a funções específicas. Por exemplo, você pode ver à direita lado deste trecho Início do capítulo:
Os transtornos tipicamente se manifestam cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, social, acadêmico ou profissional. Os déficits de desenvolvimento variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades sociais ou inteligência (APA, 2013, p.31 apud KLEIN; 2020).
Embora as características de atrasos e defeitos sejam delineadas, o DSM-5 não discute em mais detalhes quais parâmetros normais e patológicos guiam os transtornos do neurodesenvolvimento: como descrever melhor os conceitos de normal e patologia a partir da definição qual é a hipótese da diferença quantitativa entre esses pólos? Como esses parâmetros não são fornecidos no manual, somos responsáveis ​​por realizar essa tarefa por meio de um diálogo de pensamento com o filósofo Georges Canguilhem, KLEIN; (2020).
Neurodesenvolvimento, normalidade e patologia
As controvérsias no campo da saúde sobre normalidade e padrões patológicos tendem a opor naturalistas e normativos. O ponto de vista naturalista representado por Cristopher Boorse insiste que os conceitos de saúde e doença pertencem à ordem dos fatos puramente descritivos, referindo-se estritamente a Especificações biológicas (GIROUX, 2011; ALMEIDA FILHO, JUCÁ, 2002 apud KLEIN; 2020). O objetivo dos naturalistas é mostrar que a diferença entre normal e patológico é verdadeira, e os desvios desse padrão agora são considerados patológicos (GAUDENZI, 2014 apud KLEIN; 2020).
De uma perspectiva normativa, os conceitos de normal e patológico são entendidos como eventos que dependem da experiência subjetiva, normas e valores morais. Os normativos são divididos em duas categorias: uma afirma que o valor depende de julgamentos sociais que fazem as normas de saúde, e a outra é que o valor da saúde é determinado por certos fatores inerentes à vida. Do primeiro ponto de vista, a normatividade é antes de mais nada de natureza social e cultural (GAUDENZI, 2014 apud KLEIN; 2020).
Conforme enfatizou Fulford (2001 apud KLEIN; 2020), o que é considerado doença depende da vivência subjetiva de desconforto em um determinado meio social. Esse grupo de sintomas recebeu um nome e foi incluído na classificação médica, tornando-se uma patologia. Por sua vez, a segunda visão diz respeito ao importante normativismo defendido por Canguilhem (1966/1995 apud KLEIN; 2020), que é o precursor desse paradigma.
É relevante notar que já na primeira parte do livro O normal e o Patológico, Canguilhem (2000) identifica um dos equívocos do modo clássico de se entender o patológico ao perguntar: “Seria o estado patológico apenas uma variação quantitativa do estado normal? ” (CANGUILHEM, 2000, p.19 apud KLEIN; 2020). A discussão empreendida pelo filósofo culmina na sustentação da tese de que considerar o anormal como simples redução ou acréscimo feito sobre determinada norma fisiológica equivale a converter a continuidade entre normalidade e patologia em homogeneidade –postura que acaba por tornar sem sentido a noção de doença, reduzida a uma simples variação (para mais ou para menos) do funcionamento corporal.
Portanto, Canguilhem (2000 apud KLEIN; 2020) apontou que é impossível definir patologia como uma mudança quantitativa e reduzir o valor normal a uma média estatística, pois para o autor, o fenômeno da doença só pode ser compreendido quando o valor é registrado. Conforme as ideias, pode-se dizer que onde os médicos dizem que há mudanças quantitativas / objetivas, as mudanças qualitativas / avaliativas estão ocultas. Segundo Canguilhem (2000 apud KLEIN; 2020), esse aspecto oculto muitas vezes aparece no surgimento de termos qualitativos (interferência, desproporcional, discordante), que se inserem no discurso quantitativo óbvio (super, hiper baixo: hipo), e o próprio médico não o percebe.
Como caracteriza KLEIN; (2020) essa ambiguidade pode ser observada na descrição da própria categoria atribuída sob a égide dos transtornos do neurodesenvolvimento, bem como na descrição de todo o manual: palavras como desvios e transtornos estão associadas a expressões como déficits e excessos. Depois de usar essas expressões, é interessante considerar o padrão de déficits de acordo com as instruções do editor para distúrbios do neurodesenvolvimento, por exemplo, neste trecho:
Os déficits resultam em prejuízos no funcionamento adaptativo, de modo que o indivíduo não consegue atingir padrões de independência pessoal e responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida diária, incluindo comunicação, participação social, funcionamento acadêmico ou profissional e independência pessoal em casa ou na comunidade (APA, 2013, p.31 apud KLEIN; 2020).
O valor usado como um farol para condições normais, portanto, eles são baseados em coisas como independência pessoal e Responsabilidade social - isso, por sua vez, torna patológico tudo o que os restringe ou excluí. Seguindo novamente as instruções de Canguilhem (2000 apud KLEIN; 2020), ignorando que "a doença não é apenas o desaparecimento da ordem de vida fisiológica, mas o surgimento de uma nova ordem de vida" (p.156) pode ser entendida como a diferença.
DSM-5
Em 1840, os Estados Unidos iniciaram um censo que incluía a categoria de "idiota / louco" com o objetivo de registrar a frequência de doenças mentais. No censo de 1880, a doença mental foi dividida em sete categorias diferentes (mania, melancolia, monomania, paresia, demência, dipsomania e epilepsia). Portanto, podemos observar que a primeira aplicação em larga escala da classificação de transtornos mentais na América do Norte é principalmente para fins estatísticos (ARAÚJO; NETO, 2013).
A American Psychiatric Association (APA) publicou a primeira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) em 1953, que foi o primeiro manual de transtornos mentais voltado para aplicações clínicas. O DSM-I consiste basicamente em uma lista de diagnósticos classificados com um glossário que contém uma descrição clínica de cada categoria de diagnóstico. Embora muito rudimentar, o manual ajuda a estimular uma série de revisões de questões relacionadas à doença mental. O DSM-II, que foi desenvolvido em paralelo com o CID-8, foi publicado em 1968 e é muito semelhante ao DSM-I, com uma ligeira mudança na terminologia (ARAÚJO; NETO, 2013).
Ainda segundo Araújo e Neto (2013), em 1980, a APA publicou a terceira edição do seu manual, introduzindo importantes mudanças metodológicas e estruturais, as quais foram parcialmente retidas para a edição mais recente. Além de promover pesquisas empíricas, sua publicação representa um importante avanço no diagnóstico dos transtornos mentais. O DSM-III propõe um método mais descritivo que organiza critérios diagnósticos claros em um sistema multieixo, com o objetivo de fornecer ferramentas aos médicos e pesquisadores, ao mesmo tempo que facilita a coleta de dados estatísticos. O manual foi revisado e corrigido, levando à publicação do DSM-III-R em 1987.
Em 1994, uma onda de pesquisas, revisões de literatura e testes de campo levaram a APA a apresentar o DSM-IV. A evolução do manual representa um aumento significativo de dados, incluindo diversos novos diagnósticos descritos com padrões mais claros e precisos. A versão revisada desta versãofoi lançada como DSM-IV-TR em 2000 e foi usada oficialmente até o início de 2013 (ARAÚJO; NETO, 2013).
O DSM-5 foi lançado oficialmente em 18 de maio de 2013. É a versão mais recente do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da American Psychiatric Association. A publicação é resultado de doze anos de pesquisas, resenhas e pesquisas de campo realizadas por centenas de profissionais divididos em diferentes grupos de trabalho. O objetivo final é garantir que a nova classificação que inclui, reformula e exclui diagnósticos forneça uma fonte segura e científica para aplicações em pesquisa e prática clínica, (ARAÚJO; NETO, 2013).
Em termos de estrutura, o DSM-5 quebra o modelo multieixo apresentado na terceira edição do manual. Os transtornos de personalidade e deficiências intelectuais, previamente identificados como transtornos do eixo II, não são mais doenças subjacentes, e outros transtornos mentais no eixo I foram adicionados. Outros diagnósticos médicos, geralmente listados no eixo III, também receberam o mesmo tratamento. Conceitualmente, não há diferença fundamental que suporte a divisão do diagnóstico nos eixos I, II e III. O objetivo da distinção é apenas incentivar uma avaliação completa e detalhada do paciente (ARAÚJO; NETO, 2013).
DEFICIÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE SÍNDROMES
Na literatura especializada existem pesquisadores importantes por suas argumentações acerca dos transtornos, sobre os fundamentos internacionais para o seu diagnóstico e, ainda, por se dedicarem ao estudo das possíveis hipóteses para seu aparecimento. Para os educadores, esse conhecimento é considerado importante para pensarmos nas dificuldades e desvantagens que esses alunos podem ou não ter no processo de ensino.
Autismo
O autismo como o conhecemos hoje é entendido como um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD), ou recentemente classificado pelo DSM-V como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Sua principal característica é a mudança que é de grande importância na comunicação, interação social e também no comportamento das crianças (MELLO, 2005 apud YAEGASHI et al, 2021). Porém, antes de chegar a esse ponto, vários estudos são necessários para melhor esclarecer as causas e aspectos dessa situação especial.
Em 1943, Léo Kanner (Léo Kanner) definiu pela primeira vez o autismo infantil como "autismo de contato emocional ou seja, distúrbio autístico do contato afetivo", que se caracteriza por seus padrões de comportamento específicos, tais como: perturbação do relacionamento emocional e desordenado com o meio ambiente, incapacidade de usar a linguagem, comportamentos padronizados e repetitivos, extrema solidão, aparência aparentemente normal, dominação masculina, etc. Neste momento, o autismo era visto como uma doença específica da linha da esquizofrenia (ASSUMPÇÃO JUNIOR; PIMENTEL, 2000 apud YAEGASHI et al, 2021).
Asperger, por sua vez, em 1944, propôs o termo “psicopatia autística”, caracterizada por um transtorno severo na interação social, uso pedante da fala, disfunção motora e exclusividade de incidência no sexo masculino (TAMANAHA; PERISSINOTO; CHIARI, 2008 apud YAEGASHI et al, 2021). 
Entretanto, hoje temos a diferença de Asperger para o autismo leve de acordo com DSM-V, como já abordado acima o autismo hoje é definido como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), a palavra “espectro” significa que faz parte de um espectro grande com vários sintomas diferentes, tendo em vista que já são mais de 200 genes relacionados aos sintomas de autismo, YAEGASHI et al, (2021).
Se dentro de apenas um gene já se tem imensas variações comportamentais, então dá para imaginar a quantidade de diferentes comportamentos em centenas de genes diferentes. 
Dessa maneira, a síndrome de Asperger já não existe nos manuais de diagnósticos (Manual estatístico dos transtornos mentais – DSM) que é o manual que os profissionais da saúde se baseiam para auxiliar no diagnóstico e também a nova versão do (CID 11 – Código internacional da doença) visto que toda doença tem um código em forma de número para que seja classificada como universal ou internacional, sobre a doença ou transtorno que a pessoa será diagnosticada. 
De acordo com esses manuais a síndrome de Asperger não entra mais como diagnóstico, ela está dentro do transtorno do espectro autista, porém vamos fazer uma breve comparação entre autismo leve ou asperger. Podemos dizer que o espectro autista é amplo e o mesmo é dividido entre 30 % a 40% das pessoas com autismo leve, 70% das pessoas tem autismo moderado ou severo, ainda sim a maioria tem o autismo com o maior comprometimento.
Fonte: youtube.com
Esses 30% a 40% em média da população que são as pessoas que tem o diagnóstico de autismo leve, dentro dessa parte da área que engloba autismo leve os asperger estaria bem na ponta no limite entre a normalidade de pessoas típicas e pessoas com autismo, sendo os sintomas mais leves de autismo que existe, conforme demonstrado na figura abaixo:
Fonte: youtube.com
No asperger o atraso na comunicação social é muito leve e muito sutil, geralmente, são crianças que interagem, se comunicam, que falam e tem reciprocidade social, porém fazem isso de maneira inadequada a diferença entre o asperger e o autismo leve é que no autismo leve não tem interação social, as crianças com autismo leve tendem a ignorar quando são chamadas, principalmente quando tentam falar com elas sobre um determinado assunto que não é do interesse delas. Já as crianças que tem asperger respondem e interagem, mais faz isso de uma maneira “ estranha” ou “ esquisita”, porque falam com uma linguagem muito rebuscada pronunciando todos os pronomes e todos os artigos, usam termos difíceis com palavras peculiares que não são do jargão popular e podem também ter uma dificuldade em interpretar sinais, por exemplo: quando é preciso encerrar uma determinada conversa, ou quando quer sair de determinado lugar, ou também se não estiver gostando de determinado assunto, justamente porque elas tem essa dificuldade na leitura de interpretação de sinais sociais.
Fonte: youtube.com
Portanto, elas acabam falando ou sendo inadequadas sem querer, essas crianças tendem a ter assuntos e interesses restritos de falar apenas do que elas querem e muitas vezes elas têm altas habilidades, sabem muito sobre um determinado assunto, por exemplo: sabem tudo sobre bandeiras e países, dinossauros ou carros. Enquanto as crianças com autismo leve, têm interesses também restrito mas podem ter um pouco mais de dificuldade cognitiva.
Fonte: youtube.com
Os asperger não tem atraso no coeficiente de inteligência, geralmente tem a inteligência ou Q.I médio em torno de 100 pontos ou altas habilidades, as vezes as crianças com asperger tem muito conhecimento e é dotado de uma inteligência até superior à média, justamente, por causa do Q.I bom, médio ou acima da média. As crianças com asperger não tem atraso e dificuldade na escola.
Fonte: youtube.com
De acordo com isso as crianças costumam acompanhar os estudos de maneira funcional sem necessidade de ajuda. As crianças com autismo leve, têm uma variação maior no coeficiente de inteligência, elas podem ter inteligência média e também podem apresentar inteligência abaixo da média que seria um coeficiente de inteligência mediano ao limítrofe até 70 pontos, dessa forma podem ser mais ou menos inteligentes, porém se é autismo leve, elas não podem ter retardo mental ou deficiência intelectual associada.
Durante o desenvolvimento da infância as crianças com asperger demoram para apresentar sintomas do espectro autista, como já abordado acima geralmente elas falam, não apresentam atraso e só irá perceber com a idade entre 6,7 ou até 8 anos e notar que a reciprocidade social é “estranha” e “inadequada” do que deveria ser.
Fonte: youtube.com
São crianças que tem rigidez comportamental, não gostam de mudança de rotina, gostam das coisas sempre do mesmo jeito dentro do script mental que elas instalam e todas as vezes que mudam esse script a tendência são elas se angustiarem muito. É muito comum em criançascom a antiga síndrome de asperger, ouvir elas dizerem as frases “ eu não quero crescer” “ não quero ficar adulto” “eu não quero mudar dessa casa” “ eu não quero mudar o corpo” “ eu não quero saber sobre morte porque eu não quero morrer um dia”, então elas ficam muito aflitas com os tipos de mudanças que são inerentes e que acontecem no nosso ciclo vital.
Fonte: youtube.com
Os atrasos motores das crianças com asperges são muito leves as vezes elas são um pouco mais “desengonçadas” ou um pouco mais “estabanadas”, mas não chegam a ter atrasos motores finos ou grossos que prejudiquem e que causem um prejuízo na vida delas.
Voltando a falar sobre a história do autismo, em um trabalho posterior, Kanner em 1956 ainda descreveu imagens de autismo como uma forma de "psicose" porque os testes clínicos e laboratoriais da época ainda eram inúteis de fornece dados consistentes sobre sua etiologia, o que distinguia o mesmo de quadros deficitários sensoriais. A primeira mudança nessa direção começou em 1976, com Ritvo passou a ver o autismo como um déficit cognitivo, passando a encará-lo como um distúrbio do desenvolvimento, e não como uma psicose (ASSUMPÇÃO JUNIOR; PIMENTEL, 2000 apud YAEGASHI et al, 2021).
De acordo com a “The National Society for Autistic Children”, citada por Lopes (2011 apud YAEGASHI et al, 2021), o autismo consiste em uma síndrome que atinge cinco entre dez mil pessoas e que pode ser encontrada em qualquer família, independentemente de seu nível social, ético e racial. Mello (2005 apud YAEGASHI et al, 2021) aponta que a causa do autismo ainda não é evidentemente conhecida, todavia, é considerado o fato de seu surgimento se dar devido a algumas irregularidades no cérebro ainda não especificadas e possivelmente pela origem genética.
Lopes (2011 apud YAEGASHI et al, 2021) acredita que o autismo é sério, incluindo tríades envolvendo interação social, comunicação e comportamento. O autor explicou que este a tríade do autismo tem as seguintes características: : 1) Deficiência na interação social: a pessoa possui dificuldade em fazer amizades; não expressa suas emoções; apresenta um bloqueio para comunicar-se seja através de gestos, expressão corporal e facial; 2) Deficiência na comunicação: atraso ou falta da linguagem; nos que falam, evidencia-se dificuldade de começar ou permanecer em uma conversa; uso estereotipado e repetitivo da linguagem; e 3) Comportamento focalizado e repetitivo: o indivíduo tem preocupação somente com parte do objeto e não o vê como um todo; apresenta maneiras e preocupações estereotipadas.
De acordo com Steiner (2005 apud YAEGASHI et al, 2021), em algumas crianças, os sintomas do autismo aparecem desde o nascimento, enquanto em outras crianças, as interações sociais e a linguagem aparentemente normais começam a se deteriorar. Para a autora, mesmo com melhorias no tratamento, o autismo não tem cura, pois o autismo acompanha o indivíduo por toda a vida, e a gravidade disso varia de pessoa para pessoa.
Ressalta-se que crianças com autismo prestam atenção aos aspectos não funcionais dos brinquedos e partes de objetos durante as brincadeiras, como girar pneus de caminhões de brinquedo ou passar horas assistindo a ventiladores de teto. Algumas pessoas podem não se importar com ruídos altos; no entanto, serão atraídas pelo som de relógios ou papel sendo amassado. Eles também podem carecer de flexibilidade para toque social e afetivo e tecidos específicos, da mesma forma que podem ser insensíveis à dor causada por uma lesão grave (KLIN, 2006 apud YAEGASHI et al, 2021).
Por fim, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais do DSM-V, as características típicas dos pacientes com transtorno do espectro do autismo são barreiras qualitativas e quantitativas na interação e comunicação social mútua, que podem ser utilizadas para identificar comportamentos por meio de transtornos não verbais. A falta de interesse e os comportamentos restritivos e repetitivos acompanham os indivíduos desde a infância, afetando de forma prejudicial as funções diárias. “O estágio em que a disfunção se torna aparente irá variar de acordo com as características do indivíduo e de seu ambiente” (APA, 2014, p.53 apud YAEGASHI et al., 2021).
O DSM-V apresenta três níveis de gravidade para o TEA. Os indivíduos do nível 1 necessitam de pouco apoio; os do nível 2 necessitam de apoio substancial e os de nível 3 necessitam de muito apoio. Em outras palavras, as características do Transtorno do Espectro Autista variam intensamente de acordo com a gravidade da condição autista, a idade cronológica e o nível de desenvolvimento, por isso o termo espectro. Os principais sintomas aparecem no indivíduo de forma precoce na infância e durante o seu desenvolvimento, ainda assim, suas anormalidades podem ser percebidas somente com as demandas sociais. Geralmente, a idade para detecção do quadro ocorre por volta dos dois primeiros anos de vida, entre 12 a 24 meses, acometendo homens quatro vezes mais do que mulheres; entretanto, no sexo feminino, a tendência a apresentar deficiência intelectual é maior. Se os sintomas forem mais graves, suas manifestações poderão ser percebidas antes dos 12 meses, ou, após os 24 meses para casos mais sutis (APA, 2014 apud YAEGASHI et al., 2021).
De acordo com o DSM-V, os sintomas do autismo existem em áreas importantes das funções sociais e ocupacionais e ao longo da vida. Esses sintomas vão piorar O contexto pode flutuar com o tempo. Além disso, a teimosia e a resistência às pequenas mudanças, aderem à rotina e ao modo ritualizado e à particularidade. O interesse excessivo por objetos incomuns, como cheirar e tocá-los excessivamente, e o fascínio / sensibilidade a sons, luzes ou movimentos também são relatados (APA, 2014 apud YAEGASHI et al., 2021).
Além das dificuldades inerentes ao desenvolvimento e aprendizagem das crianças com autismo, um aspecto importante que precisa ser ressaltado é a dificuldade de diagnóstico e aceitação da família pela criança com autismo. Na verdade, todas as famílias sonham em ter filhos "perfeitos", que tenham plena capacidade para se desenvolver e superar todas as expectativas criadas por seus parentes. No entanto, quando a realidade é diferente e esses filhos nascem com deficiência, O resultado costuma ser a dor e o sofrimento dos pais (SILVA; CHAVES, 2014). Além disso, poucas pessoas têm o suporte emocional necessário para aceitar a chegada da criança com déficits ou qualquer outro tipo de transtorno do desenvolvimento (RODRIGUERO; YAEGASHI, 2013 apud YAEGASHI et al., 2021).
· Diferenças entre autismo leve e moderado
 É importante ressaltar novamente que os sintomas de autismo hoje, fazem parte de um espectro que é chamado de transtorno do espectro autista, e que já sabemos que de 30% a 40% das crianças e das pessoas que são diagnosticadas com esse transtorno, fazem parte dos sintomas de autismo leve e 60% a 70% fazem parte do quadro de autismo moderado ou severo.
Fonte: youtube.com
Dessa forma a grande maioria das crianças tem um atraso maior, mais dificuldades, consequentemente tem também mais sintomas que trazem mais prejuízos e por isso esses sintomas são enquadrados em autismo moderado. Contudo, qual é a grande diferença entre autismo leve e moderado? Podemos dizer que é o nível de suporte, o nível de ajuda é o quanto essa pessoa autista precisa de mediação para se encaixar na sociedade. 
As crianças com autismo leve não têm deficiência intelectual associada e isso significa que o coeficiente de inteligência dessas crianças, a média do Q.I é acima de 70% pontos, com essa média as crianças têm a capacidade de aprender, conseguem acompanhar as coisas da vida de uma maneira funcional. 
Fonte: youtube.com
Já as pessoas que tem um coeficiente de inteligência abaixo da média que é 70 pontos, são consideradas com deficiência intelectual associada concomitante junto com o autismo e se elas tiveram o Q.I abaixo desse valor automaticamente elas são consideradas com autismo moderado. Outra diferença importante é na quantidade ena qualidade das verbalizações da linguagem dessas crianças o quanto as comunicações delas são efetivas.
As crianças com autismo leve podem ter um atraso de comunicação muito leve, como a dificuldade para interpretar alguns termos, dificuldades de expressar em algumas situações, dificuldades para fazer relatos de eventos passados sobre coisas que aconteceram, mas ainda assim não podem ter um prejuízo significante para se expressar, para fazer entender, para se comunicar na sociedade.
Fonte: youtube.com
Por ter maior dificuldade de linguagem e comunicação as crianças que estão no nível moderado tendem a ter mais comportamentos disruptivos, devido ao fato de não conseguirem se expressar e não conseguirem falar direito, acaba ocasionando a ter um comportamento autoagressivo ou heteroagressivas.
 As diferenças também entre crianças com autismo leve e autismo moderado, é que as crianças com sintomas de nível leve ou de nível 1, elas passam também pelo processo terapêutico, porém não muito intenso, porque elas conseguem se desenvolver com independência sem a necessidade de apoio na escola, sem a necessidade de adaptação material, sem a necessidade de acompanhante terapêutico no ambiente para fazer com que ela preste atenção para realizar as atividades escolares, justamente porque essas crianças tem um Q.I preservado no qual está acima de limítrofe sendo ele acima de 70 pontos, dessa forma elas tendem a ter capacidade e condições para aprender o que lhe é ensinado.
Fonte: youtube.com
As crianças ou as pessoas com autismo moderado já tem uma dificuldade muito significativa para aprendizagem e é muito maior dentro da escola, em relação as atividades de independência e autonomia da vida e durante o dia a dia, são pessoas que precisam de muito apoio substancial apoio, muita terapia, de acompanhante terapêutico na escola, da mediação em casa para fazer as atividades, não esquecendo também da interação social que também vai pelo mesmo caminho, pois é sabido que as crianças que tem autismo moderado, tem maiores dificuldades, mais interesses restritos, passam mais tempo fazendo estereotipias, mais tempo em seu “mundo” e perdendo a oportunidade de aprendizado.
Se a criança tem um atraso de falar importante, automaticamente é considerada por critérios de diagnósticos como autismo moderado, dessa forma é preciso trabalhar e forçar o cérebro dessa criança, através de técnicas especificas, metodologias comportamentais, para que aconteça novas redes no cérebro e novas redes neurais levando a criança migrar para o autismo leve.
Fonte: youtube.com
É possível que uma criança migre de diagnóstico que antes era considerado moderado e depois migrou para leve e depois passou a ter traços levíssimos? Sim, é possível, porém isso vai depender absolutamente do tratamento atencioso com a criança, da quantidade de estímulos que a criança vai receber na primeira infância, porque como já foi comprovado através de estudos e pesquisas, quanto mais nova for a criança maior a capacidade do cérebro de aprender coisas novas e de criar novos caminhos, em vista disso, crianças mais novas tem capacidades maiores de melhorar os sintomas e melhorar também os critérios de diagnóstico.
Fonte: youtube.com
É difícil quando as crianças são bem pequenas, medir e saber qual é o coeficiente de inteligência delas, dessa forma os testes psicológicos são realizados e efetivos e mais fidedignos em crianças acima de 6 anos de idade. Mais como saber se a criança possui atrasos significantes?
 Veja bem! Se a criança em comparação as crianças da mesma idade têm atrasos, é sinal que ela precisa recuperar, levando em consideração que esses atrasos vão se acumulando e as outras crianças da mesma idade não ficam esperando para que ela um dia se desenvolva ou amadureça, pois, as outras crianças que não tem atrasos vão se desenvolvendo e cada dia mais ganhando estímulos do ambiente e aprendendo coisas novas.
Então é necessário tomar cuidado para não deixar as crianças com autismo que tem sintomas do espectro acumularem também atrasos justamente porque eles blindam acesso às informações, porque as crianças com autismo tendem a ignorar quando explicamos algo, ignorar quando damos um comando mais complexo e que não é de interesse dela, não imitam tanto uma função que gostaríamos que fizessem, não interagem e perdem a oportunidades com a interação com outras as crianças nas brincadeiras entre as crianças.
 A brincadeira é algo muito importante, porque durante a brincadeira, elas podem aprender uma série de coisas, em uma simples brincadeira a criança têm, estímulos sensoriais, visuais, auditivos, verbais.
Fonte: youtube.com
A criança que não brinca perde a oportunidades de aprendizagem por isso que a terapia comportamental é um dos métodos de tratamento é muito importante para as crianças que tem sintomas desde de pequenas mesmo que elas não tenham um diagnóstico, se elas têm um tipo de atraso ou algum tipo de diferença de desenvolvimento pode considerar isso como algo que não é normal, é necessário ficar atento aos sinais para que o mais rápido possível faça a estimulação precoce na criança com autismo. 
É importante ressaltar que é possível migrar de diagnóstico, através da intervenção ou estimulação precoce e mudar o quadro de sintomas do mais severos para os mais leves, porque é possível andar dentro do espectro do autismo.
Autismo e psicose
A palavra "autismo" vem da palavra grega "autos", que significa "voltar-se para si mesmo". O termo autismo foi usado pela primeira vez pelo psiquiatra austríaco Eugen Bleuler em 1911 para se referir a uma das características da esquizofrenia. Ele mencionou que o psicótico tende a se fechar em seu mundo, embriagar-se em seu mundo interior e não entrar em contato com o exterior (ROUDINESCO; PLON, 1998 apud ILHA; 2015).
Partindo do conceito de Bleuler, Léo Kanner (1943 apud BOSA, 2002 apud ILHA; 2015) descreveu o autismo pela primeira vez. Canner estudou estudando 11 crianças com diagnóstico de esquizofrenia e começou a perceber que essas crianças têm algumas características comuns que podem distingui-las da esquizofrenia por não serem capazes de relacionamentos interpessoais, como a linguagem. Obstáculo, obcecado por coisas imutáveis, incapaz de estabelecer contato com os outros (KANNER apud BOSA, 2002 apud ILHA; 2015). Canner chamou a doença de autismo em crianças porque os sintomas apareceram muito cedo.
Kanner (apud BOSA, 2002 apud BOSA, 2002 apud ILHA; 2015) também comentou sobre as famílias dessas crianças, destacando que as crianças tinham, em comum, pais com altos níveis de inteligência e sociocultural que apresentava uma certa frieza em suas relações. Esse comentário levantou uma grande polêmica e acabou gerando uma culpabilização nos pais, que pode ser percebida até hoje. No mesmo trabalho, ele afirma que, por causa do fechamento autístico extremo dessas crianças, não seria possível atribuir todo o quadro às relações parentais dos pacientes. Porém, pelas suas observações, já podíamos ver a importância das funções materna e paterna para o desenvolvimento do quadro da criança.
Por muitos anos, o autismo foi chamado de esquizofrenia infantil, mas Rutter (1985 apud ILHA; 2015) reconheceu que os transtornos mentais da infância devem ser diferenciados da psicose de início tardio. Os bebês humanos precisam dos cuidados das mães para se desenvolverem e se desenvolverem física e mentalmente, incluindo a aparência, o toque e a linguagem. Portanto, por meio do sentido emprestado por quem fez a pergunta dos pais, especialmente a maternidade, a percepção humana se organiza, e a criança estabelece sua referência simbólica e transforma um corpo somente orgânico em um corpo erógeno, um corpo desejante.
Se porventura um fracasso precoce na apresentação dos referentes imaginários e simbólicos, por problemas na formação física ou por motivos desconhecidos, a criança é excluída da comunicação simbólica, o que a deixa à mercê da realidade e do corpo, dificultando a subjetivação. (Siebenberg, 2006 apud ILHA; 2015). Portanto, a existênciade outras crianças não é importante para algumas crianças, o olhar que se dirige a ela não é percebido como um desejo, nem a palavra encontra seu lugar importante.
O objetivo da psicanálise não é obter uma cura e um bom comportamento social para amortecer os sintomas. Seu propósito é constituir um sujeito psicológico que possa acessar a palavra, e o resultado serão mudanças de comportamento e aprendizagem. Sibemberg (2006 apud ILHA; 2015) comentou que a psicanálise em relação à linguagem na medida em que o assunto passa a ser o suporte básico do ser humano e dos desejos, em outros aspectos, o autismo será um problema de aprendizagem que pode ser melhorado por meio de técnicas de treinamento adequadas.
Jerusaléminski (1993 apud ILHA; 2015) defende que o autismo é entendido como a quarta estrutura clínica, que está lado a lado com as outras três propostas por Lacan: psicose, neurose e perversão. Para ele, autismo não é parecido com psicose, autismo é uma espécie de rejeição, em que não há nenhuma inscrição sobre o assunto, apenas a verdade. Esta interpretação é contrária à psicanálise mais clássica, que se argumenta que após a experiência traumática com o outro primordial, o sujeito se retrairá, o que acabará por culpar os pais, que se sentem responsáveis ​​pelo estado do filho.
A afirmação de que não há inscrição se opõe radicalmente às interpretações mais clássicas da psicanálise a respeito do autismo, para as quais teria havido o recuo do "sujeito" diante de experiências traumáticas com o Outro primordial. São as bolhas, as conchas autísticas, que supõem um sujeito prévio, capaz de "avaliar" a hostilidade do mundo e "escolher" a fuga. (KUPFER, 1999, p.104 apud ILHA; 2015).
Freud (1911/1996 apud ILHA; 2015) foi a primeira pessoa a relatar um caso de psicose nas autobiografias em "Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (dementia paranoides), o famoso Caso Schereber. Mas, foi Lacan (1985; 1998 apud ILHA; 2015) quem explicou e mostrou que era possível trabalhar com a psicose.
Lacan (1974 apud ILHA; 2015) falou sobre registros psicológicos reais, simbólicos e imaginários. Na imaginação estão nossas fantasias e exigências de amor e reconhecimento; quando essas exigências não forem atendidas, ou seja, quando essas demandas não são satisfeitas, a frustração aparece e movimenta o psiquismo. Além da frustração, entretanto, temos a decepção, que é prejudicial para o psiquismo quer dizer que é psicologicamente prejudicial.
 No simbolismo, temos desejos, então quando nossos desejos não são satisfeitos, ocorre a falta e a castração. Na imaginação simbólica entra no mundo real como os restos psíquicos que constituem nossas necessidades reais (que são diferentes da realidade) verdadeiras e falsas (poucos restos psíquicos formam verdadeiras necessidades e muitos restos psíquicos podem gerar faltas necessidades). A realidade não tem sentido: a construção do significado é realizada no processo da imaginação ao simbolismo, e a construção do significado é realizada no processo de alcance da realidade, ILHA; (2015).
A castração produzirá falta, produzirá insatisfação, Insegurança, indecisão, incompletude, etc. Visto que a psicose é uma recusa à castração, a falta dela aparece de outras maneiras, como delírios e alucinações. O mecanismo de psicose denominado por Lacan (1985 apud ILHA; 2015) é a rejeição do nome do pai - a rejeição dos símbolos linguísticos que aparecem na realidade. O problema do psicótico é simbólico: na castração não comete erros e tem ações. O resultado é uma espécie de vazio espiritual, é esse tipo de sensação constante de fracasso, de não sentir nada.
Portanto, embora as teorias psicanalíticas do autismo e da psicose sejam muito semelhantes, em ambientes clínicos e escolares, a diferença entre as duas estruturas pode ser notada com clareza, e mais crianças são diagnosticadas com autismo. Na década de 1980, o termo “Transtornos Invasivos do Desenvolvimento” começou a ser usado e o autismo foi removido da categoria de e psicoses no DSM-III e na CID-10. O termo foi posteriormente alterado para " Transtornos Globais do Desenvolvimento”, ILHA; (2015).
Em 2012, no Brasil, o autismo foi considerado uma deficiência em todos os aspectos legais pela lei nº 12.764 de 27 de dezembro 2012, alterando o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. O diagnóstico é feito com base nos critérios da Classificação Internacional de Doenças (CID) – 10, junto com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM) - IV, observando o comportamento da criança. É comum, contudo, encontrarmos crianças com outra síndrome ou deficiência associadas ao autismo. Já no DSM-IV, o transtorno autista foi agrupado com os transtornos desintegrativos, a Síndrome de Rett e a Síndrome de Asperger. Segundo Bosa (2002, p.28-29 apud ILHA; 2015), tanto o DSM-IV quanto o CID-10 apontam o comprometimento em três áreas principais como critério para o transtorno autista: "alterações qualitativas das interações sociais recíprocas; modalidade de comunicação; interesses e atividades restritos, estereotipados e repetitivos".
Após excluir a psicose mental infantil do "Manual de Diagnóstico", um grande número de crianças começou a receber diagnósticos de autismo ou síndrome de Asperger no final do século passado e no início deste século. No entanto, para a psicanálise, ainda há uma diferença entre autismo e psicose menos severa. O DSM-V mais uma vez, então, modifica a organização do diagnóstico de autismo, retirando a Síndrome de Asperger, o Transtorno Desintegrativo e o Transtorno Invasivo do Desenvolvimento das categorias de autismo, existindo apenas a denominação Transtornos do Espectro Autista, que é dividido nos níveis leve, moderado e severo, ILHA; (2015).
Jerusaléminsky (2012 apud ILHA; 2015) assume que a estrutura da infância é indeterminada e vai além do diagnóstico fechado de DSM e CID. Dessa forma, deve-se trabalhar supondo um sujeito, para assim produzir uma inscrição nele e ter, como consequência, uma passagem de uma estruturação autística para uma estruturação psicótica.
Para Kupfer (1999 apud ILHA; 2015), a distinção entre autismo e psicose, levando em consideração a transição do autismo para a psicose, superando a dicotomia organogênico/psicogênico e introduzindo discursos contemporâneos sobre o autismo, teria consequências clínicas positivas sobre a direção do tratamento, principalmente pela escuta dos pais. O problema com o diagnóstico de uma criança é que, muitas vezes, a criança é vista como um sujeito fechado pelos pais, pela escola e pela sociedade como um sujeito encerrado, apenas com dificuldades e não com possibilidades e potencialidades, a partir do momento em que recebe o diagnóstico.
Podemos então nos perguntar acerca da posição que uma palavra, referida como diagnóstico, pode assumir para os pais e seus filhos. Inúmeras vezes encontramos crianças que tem suas vidas marcadas por estas classificações que obstaculizam seu desenvolvimento, assim como o exercício que os pais possam vir a fazer de suas funções. A partir do diagnóstico que a criança recebe, seus pais passam a buscar, no discurso cientifico, um saber a respeito de como educá-los. (MEIRA, 2006, p.74 apud ILHA; 2015).
Portanto, alguns autores, como Bernardino (2004 apud ILHA; 2015), defendem que a estrutura não é determinada na infância e mudanças no campo da linguagem podem acontecer e interferir no seu desenvolvimento. Essa afirmação relativiza o diagnóstico na infância, o que não significa desconsiderar os sintomas e o sujeito para a organização dos tratamentos e a escolha dos melhores espaços escolares.
Situamos-nos neste grupo, pois pensamos que este diagnóstico de PSICOSES NÃO DECIDIDAS é um operador clínico mais condizente com estas características da infância e do próprio processo de estruturação subjetiva, que implicam a entrada do pequeno sujeito no campo da linguagem, a partir da relação com um Outro que sustenta este processo, dentro de um tempo que vai constituir o infantil. (BERNARDINO, 2004,p.35 apud ILHA; 2015).
Quando forem rotulados como "autismo", a criança se torna um assunto fechado por outros, reforçando os comportamentos estereotipados - a ecolalia, entre outros - e a criança se torna o próprio nome do diagnóstico ele recebeu universais. Às vezes, essas crianças até têm um o quadro de psicose e está em uma posição de alienação e, eventualmente, torna-se um quadro de apagamento subjetivo devido a um diagnóstico errado.
Partindo desse ponto, ser autista ou estar no autismo são condições diferentes que devem ser levadas em conta. Para Meira (2006 apud ILHA; 2015), o trabalho com o autista marca-os com sintomas e traços e, a partir disso, se estabelece o tratamento, com programas em que possam adquirir funções baseando-se em seu comportamento. O trabalho com uma criança que está no autismo deve considerar que a possibilidade de sua escolha é uma posição, um modo de funcionamento no seu meio ambiente. A intervenção psicanalítica é necessária, partindo da história de sua família, para que ela possa fazer parte dessa rede simbólica, ao invés de utilizar treinamentos que a mantenham no autismo. Como a história da família é a principal via de entrada no universo imaginário e simbólico da criança, é no trabalho com os pais e familiares que se oferece o espelho da cultura e inscreve-se um nome onde há um diagnóstico. Se isso não acontece, há um risco de a criança permanecer na alienação, não havendo outra opção para ela além de permanecer no automatismo e nos comportamentos que lhe foram atribuídos.
O diagnóstico finalmente produziu uma pessoa com deficiência, por necessidades educativas específicas, as crianças deixam de ser consideradas como criança e sujeito único e passam a ser rotuladas, o que conduz à exclusão social e ao insucesso escolar, o mesmo na perspectiva de que todos devem ser iguais e desenvolvidos, fazendo um apagamento da singularidade de cada um, ILHA; (2015).
Síndrome de Rett
Síndrome de Rett é um transtorno neurológico raro sendo uma condição genética, causado por uma mutação genética que pode ocasionar em um grave comprometimento motor, intelectual, gastrointestinal e respiratório com acometimento sistêmico. As características mais marcantes da síndrome de Rett são as regressões nas falas e motora e também as estereotipias nas mãos, em grande maioria ela acomete as meninas.
A síndrome de Rett é uma doença neurológica hereditária do cromossomo X, onde a mutação do gene MECP2 é determinada e tem um papel importante em "silenciar" seletivamente a expressão de outros genes que aguardam para serem identificados. Descoberta pelo Dr. Andreas Rett aconteceu em 1966, esta síndrome é caracterizada por regressão do desenvolvimento e afeta principalmente meninas, geralmente antes do primeiro ano de vida. No Brasil, a síndrome de Rett foi identificada pela primeira vez por Rosemberg em 1986. Desde então, alguns trabalhos foram publicados, os quadros clínicos foram publicados e é possível identificar meninas com síndrome de Rett (POZZI; ROSEMBERG, 2003 apud PONCE; et al., 2017).
As crianças afetadas por essa síndrome são aparentemente saudáveis ​​ao nascer e começam a se desenvolver normalmente; no entanto, o desenvolvimento é interrompido entre os 6 e 18 meses de idade. Pode vir a perder todas as habilidades motoras e na linguagem, sua característica típica é o movimento contínuo e involuntário da mão. As crianças também podem apresentar início de irritabilidade incontrolável, convulsões, marcha anormal e desordens respiratórias, gastrointestinais e nutricionais importantes. Além disso, ela passa a apresentar retardo mental em vários graus, PONCE; et al., (2017).
Conforme Rosemberg (1987 apud PONCE; et al., 2017), a síndrome de Rett apresenta quatro estágios. O primeiro estágio (estágio inicial de estagnação precoce) ocorre entre 6 e 18 meses e é caracterizado por parada do desenvolvimento, mudanças na comunicação e no contato visual, diminuição do interesse pelo meio, movimentos manuais de "onda", esporádicos e inespecíficos e crescimento do crânio desacelerado. O segundo estágio (estágio rapidamente destrutivo) dura de várias semanas a vários meses e ocorre do primeiro ao quarto ano de vida, é caracterizado por deterioração do desenvolvimento, manifestações autísticas, severa demência, perda da capacidade manipulatória, inabilidade/apraxia/ataxia da mobilidade, respiração irregular e crises convulsivas.
 O terceiro estágio (estágio pseudo-estacionário), que dura vários anos, é caracterizada por apraxia da marcha (o andando) e ataxia de tronco óbvia, sintomas comuns de epilepsia, disfunção motora grossa variável, retardo mental e início de contato emocional. Finalmente, o quarto estágio (estágio da degeneração motora tardia) dura décadas e é caracterizado por diminuição da mobilidade (cadeira de rodas), sinais de paraplegia ou tetraplegia, escoliose, doença nutricional do pé e caquexia, PONCE; et al., (2017).
Admite-se, na atualidade, uma prevalência da doença estimada entre 1:10.000 e 1:15.000 meninas, sendo uma das causas mais frequentes de deficiência mental severa que afeta o sexo feminino. Essa síndrome não tem cura, mas alguns sintomas podem ser tratados com o auxílio de uma equipe multidisciplinar (SCHWARTZMAN,2003 apud PONCE; et al., 2017).
Esquizofrenia
“Esquizo” vem de um termo grego que significa dividido, “frenia” tem a ligação com a mente. Portanto, esquizofrenia é o distúrbio da mente dividida. A esquizofrenia foi diagnosticada a mais de um século, porém, ainda não se sabe as causas exata da mesma e ela permanece hoje como uma das doenças mais incompreendidas e estigmatizadas.
A esquizofrenia também é considerada como uma síndrome, levando em consideração que ela pode englobar um certo número de desordens psicológicas com sintomas semelhantes, mas com causas que variam, por isso a pessoa que possui esquizofrenia tem sintomas levemente diferentes. 
Os primeiros sinais dos distúrbios podem passar despercebidos como por exemplo: mudanças sutis na personalidade, irritabilidade, ou a invasão gradual de pensamentos estranhos. O diagnóstico ocorre na maioria das vezes após a psicose ter início, o que geralmente acontece entre o final da adolescência até os vinte e poucos anos em relação aos homens, já em mulheres a transição acontece geralmente dos vinte para os trinta anos.
Dessa maneira os primeiros episódios para ambos os sexos podem desenvolver sintomas como: delírios, alucinações e desorganizações do pensamento, da fala e do comportamento, esses sintomas são chamados de positivos ou produtivos não porque são sintomas considerados bons, mas porque são alterações severas na percepção da realidade. 
Os sintomas negativos são chamados de negativos, porque eles representam uma ausência ou uma redução nas funções normais do indivíduo como por exemplo, sintomas de baixa motivação, baixa expressividade ou diminuição da fala. Também existem os sintomas cognitivos que são as dificuldades de concentração, de lembrar informações e de tomar decisões. 
Não existe uma única causa, entretanto, existem uma combinação de fatores de riscos que podem ser genéticos e ambientais e contribuem para o desenvolvimento da doença. Dessa maneira, é sabido que a doença esquizofrenia é psiquiátrica com raízes genéticas mais fortes, porque embora apenas cerca de 1% da população tenha esquizofrenia, irmãos e filhos de esquizofrênicos apresentam chances 10 vezes maior de desenvolver a doença, sendo que um irmão gêmeo de uma pessoa com esquizofrenia tem 40% de chance de também apresentar a doença.
Muitas vezes familiares próximos de pessoas com esquizofrenia também apresentam versões leves ou traços do distúrbio, embora não ao ponto de precisar de tratamento. Além da genética, fatores ambientais como certas doenças virais, quando ainda é bebê, ou ser, criados por pais excessivamente críticos ou tirânicos, podem também aumentar a probabilidade de desenvolvimento da doença, bem como já ter feito o uso de drogas inclusive a “maconha”.
Os fatores ambientais não afetam a todas as pessoas da mesma forma,aquelas pessoas que contem riscos genéticos muito baixos, dificilmente desenvolverá a doença só por razões ambientais. Já aquelas pessoas com alto risco genético e juntamente com os fatores ambientais leves, podem ser o suficiente. A forma de tratamento através dos antipsicoticos usados para tratar a esquizofrenia, tem ajudado os pesquisadores a encontrar aspectos da doença relacionados ao cérebro. 
Os antipsicóticos tradicionais atuam bloqueando os receptores de dopamina e podem ser muito efetivos na redução dos sintomas positivos que estão relacionados ao excesso de dopamina em determinado circuitos cerebrais.
 É importante ressaltar também que a mesma medicação pode piorar os sintomas negativos, devido ao fato de que esses sintomas podem estar relacionados a pouca dopamina em outras áreas do cérebro. Algumas pessoas com a esquizofrenia podem apresentar perda de tecido nervoso, entretanto, ainda não está claro se essa atrofia é resultado da doença em si ou um efeito da medicação. 
Felizmente novas gerações de antispsicóticos, tem como objetivo superar alguns desses problemas por visarem múltiplos neurotransmissores, como a serotonina além da dopamina. Contudo, está claro que nenhum neurotransmissor sozinho é responsável por todos os sintomas e como essas drogas afetam a comunicação entre neurônios por todo o cérebro e todo o corpo, as pessoas com a esquizofrenia podem ter efeitos colaterais como ganho de peso.
De qualquer maneira apesar de todas as complicações o uso de antipsicóticos podem ser muito eficazes, especialmente se combinado com a psicoterapia. Enfim, é necessário iniciar o tratamento mais cedo possível porque é algo extremamente importante, tendo em vista que se a esquizofrenia não for tratada por meses ou por anos, essas psicoses podem se enraizar na personalidade do indivíduo. 
SÍNDROME GENÉTICA 
Síndromes são padrões de repetições que ocorrem em uma determinada população que levam a determinados indivíduos a terem características físicas, comportamentais, problemas cognitivos e alterações nos órgãos internos, alterações no coração, tireoide, rins. 
Diversos fatores podem levar ao surgimento de uma síndrome, desde fatores genéticos e hereditários, até situações traumáticas e epigenéticas. Quando esses padrões se tornam repetitivos e ao mesmo tempo se torna algo que se observa em vários lugares no mundo e nas mais variadas populações, podemos então considerar isso como síndrome. A grande maioria das síndromes tem uma fundamentação genética e uma explicação genética e hereditária na família, podemos então chamar de síndromes genéticas. 
Uma doença genética é definida como qualquer alteração na hereditariedade. Abrange todas as alterações genéticas em um indivíduo que podem ser repassadas à descendência, bem como aumentos ou diminuições na quantidade de DNA, seja por meio de todo o cromossomo ou parte do cromossomo, por meio de deleção, duplicação ou mesmo translocação não desequilibrada, SANTOS (2020).
O DSM-5 acredita que a deficiência intelectual é uma doença heterogênea com múltiplas causas, incluindo causas pré-natais, como síndrome genética (envolvendo variação de sequência ou variação do número de cópias de um ou mais genes; problemas cromossômicos), erros inatos do metabolismo, malformações cerebrais, doenças maternas (incluindo doenças placentárias) e influências ambientais (álcool, outras drogas, toxinas, teratógenos), SANTOS (2020).
Também existem causas perinatais, incluindo parto e eventos de parto que levam à encefalopatia neonatal. E o DSM-5 também enfatiza as razões após o nascimento, incluindo lesão isquêmica - hipóxica, lesão cerebral traumática, infecções, doenças desmielinizantes (qualquer doença do sistema nervoso na qual a bainha de mielina dos neurônios é danificada), doenças convulsivas (espasmos infantis), privação social grave e crônica, síndromes metabólicas tóxicas e intoxicações (chumbo, mercúrio), SANTOS (2020).
De acordo com o DSM-5, pode estar relacionado a síndromes genéticas, e em alguns casos apresentará uma aparência característica, como a síndrome de Down, em outras áreas, a evidência geralmente é expressa apenas através do comportamento. De modo geral, o prognóstico da deficiência intelectual não é ruim, ou seja, não aparecerá gradativamente. No entanto, em algumas doenças genéticas (síndrome de Rett), há um período de estabilidade após a deterioração, em outras (síndrome de San Phillippo), a função intelectual se deteriora gradualmente, SANTOS (2020).
Levando em consideração os critérios usados ​​para completar o diagnóstico de DI, o manual enfatiza as vulnerabilidades sociais que esses sujeitos enfrentam devido às dificuldades associadas à avaliação de risco, comportamentos de autocontrole, emoções ou relacionamento interpessoal. O DSM-5 também afirmou que, por um lado, a falta de habilidades de comunicação pode levar a comportamentos disruptivos (coisas que interrompem a ação). Ou agressivos; por outro lado, a credulidade das pessoas diagnosticadas com DI, costuma ser uma característica que a predispõe à ingenuidade em situações sociais e à tendência a ser facilmente conduzida pelos outros, o que a tornaria alvo fácil de fraude, envolvimento criminal não intencional, falsas confissões e risco de abuso físico e sexual, SANTOS (2020).
No entanto, o DSM-5 reconhece que, embora a deficiência intelectual seja vitalícia, sua gravidade mudará com o tempo. O curso dessa condição pode ser afetado por condições médicas ou genéticas subjacentes e comorbidades (deficiência auditiva ou visual e epilepsia). Em contraste, a intervenção precoce e contínua pode melhorar a função adaptativa da infância e da idade adulta, portanto, em alguns casos, pode melhorar significativamente a função intelectual, tornando o diagnóstico de deficiência intelectual não mais apropriado, SANTOS (2020).
Enfim, geralmente as síndromes genéticas cursam com os problemas neurológicos, cognitivos, podendo leva as crianças em sua grande maioria a apresentarem transtornos de aprendizagem, verbais, não verbais, deficiência intelectual, autismo, transtornos de déficit de atenção e hiperatividade. Dessa forma, são mais propensas a desenvolveram transtornos neuropsiquiátricos. 
A maioria dessas crianças precisam ser encaminhada para apoio de inclusão, que são apoio específicos dentro escola, sendo muito importante a partir do diagnóstico que o médico faça tanto o planejamento familiar e também auxiliar a família nesse sentindo, mas que também oriente a família a dar o apoio específico porque a criança irá precisar deste apoio em conjunto para melhorar seu desenvolvimento, tanto a nível escolar, quanto a nível clínico.
Síndrome de Down
A síndrome de Down (SD) ou trissomia do cromossomo 21 é uma doença humana determinada geneticamente, a alteração cromossômica mais comum (cromossopatia) em humanos e a principal causa de deficiência intelectual na população. SD é uma forma de existência no mundo que mostra a diversidade humana. A presença de um cromossomo 21 adicional na composição genética determina características físicas específicas e atrasos no desenvolvimento. Como todos sabemos, as pessoas com SD têm probabilidade de viver uma vida saudável e se integrar totalmente à sociedade se forem devidamente cuidadas e estimuladas, DALGALARRONDO (2019).
A primeira descrição clínica foi feita em 1866 pelo pediatra britânico John Langdon Down (John Langdon Down). Ele trabalhava na enfermaria de deficiência intelectual, do Hospital Johns Hopkins em Londres. E publicou um estudo descritivo e classificou estes pacientes de Ministério acordo com o fenótipo. Descreveu como “idiotia mongólica” aqueles com fissura palpebral oblíqua, nariz plano, baixa estatura e déficit intelectual, DALGALARRONDO (2019).
Fonte: g1.globo.com
No Brasil, independentemente de raça, sexo ou classe social, a cada 600 e 800 bebês terão um filho com SD. O termo "síndrome" se refere a um conjunto de sinais e sintomas, e "Down" se refere ao sobrenome do médico e pesquisador que primeiro descreveu a associação dos sinais característicosde uma pessoa com a SD, como já visto. As diferenças nos aspectos físicos e de desenvolvimento dos pacientes com SD decorrem da genética individual, complicações clínicas, nutrição, estimulação, educação, origem familiar e social e meio ambiente. Apesar dessas diferenças, a comunidade científica concorda que o grau não é atribuível à SD, DALGALARRONDO (2019).
Por ser a primeira descrição completa de um grupo de pacientes, esse grupo de sinais e sintomas é denominado síndrome de Down em reconhecimento a Langdon Down. Infelizmente, o termo "Mongolianismo" também foi assimilado em seu uso atual e deve ser evitado devido ao seu significado depreciativo. Lejeune e colaboradores provaram em 1959 que existe um cromossomo 21 adicional em pacientes com SD. Devido aos avanços na área da saúde, especialmente na cirurgia cardíaca, a expectativa de vida dos pacientes com SD aumentou significativamente desde a segunda metade do século XX, DALGALARRONDO (2019).
O aumento nas taxas de sobrevivência e compreensão do potencial para pacientes com síndrome de Down levou ao desenvolvimento de diferentes programas educacionais para alcançar educação escolar, futuro de carreira, autonomia e qualidade de vida. A sociedade está cada vez mais consciente da importância de valorizar a diversidade humana e da importância de proporcionar oportunidades iguais para que as pessoas com deficiência exerçam seus direitos de viver na comunidade. A sociedade está mais disposta a aceitar pacientes com síndrome de Down, e há relatos de que a experiência de integração tem sido muito bem-sucedida, DALGALARRONDO (2019).
Pessoas com Síndrome de Down diferem muito com relação à presença e grau de seus problemas médicos do que outros sem esta desordem crossômica. Entretanto, a maioria das pessoas com síndrome de Down que recebe serviços médicos e dentários adequados terá boa saúde geral. (PUESCHEL, 1993, apud PAIVA, 2016, p.8 apud DALGALARRONDO 2019). O aspecto das crianças com síndrome de Down é bastante típico e não se tem dúvidas do diagnóstico desde o momento do nascimento. Em geral, costumam nascer menores que os outros bebês, possuindo grandes bochechas, olhos amendoados relativamente distantes um do outro, língua protrusa, que geralmente se projeta para fora da boca. Sua face e expressão como um todo, mostram sinais característicos, como a prega epicântica e o 
formato oblíquo da fenda palpebral. 
O rosto é redondo porque o crânio é achatado, o que pode causar o fechamento tardio da fontanela (moleiras), além de cabelos finos e uma pequena quantidade de pelos. A baixa estatura é uma das principais características dos pacientes com síndrome de Down. Em exames neurológicos, quase todos os reflexos estudados eram fracos e lentos, enquanto os marcos do desenvolvimento, como sentar, ficar em pé e andar, apareceram muito lentamente. Os sintomas nem sempre são encontrados em todos os indivíduos afetados. Portanto, a falta de certos sinais físicos não invalida o diagnóstico clínico, DALGALARRONDO (2019).
Trata-se de um representante da grande raça mongólica. O cabelo não é negro como o dos verdadeiros mongóis, mas de cor castanha, liso e escasso. A face é plana, alargada e desprovida de proeminências. As bochechas são redondas e es-tendidas lateralmente. Os olhos são situados obliquamente e as comissuras inter-nas dos mesmos distam entre si mais que o normal. A fenda palpebral é muito es-treita (...) os lábios são grandes, grossos e com pregas transversais. A língua é comprida, grossa e rugosa. O nariz é pequeno. A pele tem uma tonalidade amarelada e sua elasticidade é escassa (DOWN, 1886, apud TRENTIN,2014 p.21 apud DALGALARRONDO 2019).
Em termos de temperamento, os pacientes com SD podem ser descritos como dóceis, afetuosos, doces, felizes e alegres na maior parte do tempo. No entanto, algumas ideias preconcebidas tentam estereotipar esse comportamento para todos, o que é incompatível com a realidade porque são únicos e diferem em personalidade e temperamento como qualquer outra pessoa, DALGALARRONDO (2019).
1.1 Síndrome do X Frágil 
A síndrome do X frágil, também conhecida como síndrome de Martin-Bell, é uma doença genética que, além de algumas características físicas únicas, pode causar deficiência intelectual, problemas de aprendizagem e de comportamento. Embora ocorra em ambos os sexos, afeta mais os meninos e costuma ser grave. A síndrome do X frágil é a forma hereditária mais comum de deficiência intelectual moderada a grave. A síndrome de Down é a primeira de todas as causas, mas a síndrome de Down não é hereditária, mas é fatal na maioria dos casos, (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
A síndrome do X frágil é muito comum, precisa ser considerada no diagnóstico diferencial da deficiência intelectual e é uma das indicações mais comuns para análise de DNA, aconselhamento genético e diagnóstico pré-natal. Estima-se que a incidência dessa síndrome seja de 1 em cada 4.000 homens nascidos e de 1 em cada 8.000 meninas. O nome "X Frágil" refere-se ao marcador genético da célula no cromossomo X, que é um local frágil onde a cromatina não pode condensar adequadamente durante a mitose. As características físicas dos homens geralmente são significativas, mas também podem afetar as mulheres, (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
Embora ocorra em ambos os sexos, afeta mais os meninos e costuma ser grave. A taxa de incidência é de aproximadamente 1 em cada 2.000 meninos e 1 em cada 4.000 meninas é portadora da mutação, mas a condição é leve. A razão para a maior incidência de homens é que eles possuem apenas um cromossomo X. Como as mulheres têm 2 cromossomos X, o saudável compensa o outro, (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
As principais características dos homens incluem: hiperatividade, impulsividade, desatenção, dificuldade em processar estímulos sensoriais, irritabilidade ou agressividade em situações altamente estimulantes, ansiedade social, recusa à interação social, dificuldade de adaptação, insatisfação com as mudanças diárias, baixa depressão Tolerância, irritabilidade e emocional explosões, comportamentos rituais, estereótipos, fáceis de imitar, evitando contato visual e tátil, (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
Os indivíduos afetados pela síndrome do X Frágil geralmente atrasam o desenvolvimento da fala e da linguagem em dois anos. A maioria dos homens com síndrome do X Frágil tem deficiência intelectual leve a moderada e aproximadamente um terço das mulheres afetadas tem deficiência intelectual. Crianças com síndrome do X Frágil também podem apresentar ansiedade e comportamentos hiperativos, como irritabilidade e impulsividade (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
 Eles também podem sofrer de Transtorno de Déficit de Atenção (DDA), que inclui incapacidade de concentração e dificuldade de concentração em tarefas específicas. Cerca de um terço das pessoas com a síndrome do X Frágil tem autismo de amplo espectro, uma doença que afeta a comunicação e a interação social. Aproximadamente 15% dos meninos com síndrome do X Frágil e 5% das meninas têm convulsões (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
As características físicas dos homens geralmente são significativas, mas também podem afetar as mulheres. Os mais comuns são: face alongada; orelhas grandes ou protuberantes; testículos grandes (testículos aumentados); testa proeminen-te; palato em ogiva; estrabismo; e alterações no aparelho osteoarticular. (FRYNS, 1986 apud CARVALHO, 2004).
Neurofisiologia e o deficiente intelectual
Por muito tempo, as pessoas com deficiência intelectual foram consideradas criaturas amaldiçoadas, e essa deficiência foi considerada um castigo. De acordo com os registros históricos, por muitos anos, essas pessoas foram eliminadas ou afastadas pela sociedade e abandonadas no destino por serem consideradas fardos pesados ​​e inúteis, sem a possibilidade de estudar, trabalhar ou participar da vida social, ACCORSI, (2016).
A influência cultural, a própria religião, espalham o conceito de perfeição do corpo e da mente humanos ao pregar que o homem é a imagem e o estilo de Deus.

Continue navegando