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Toxicologia @juju_medresumos 1 Toxinas de Animais Peçonhentos OFIDISMO FOSSETA LOREAL PRESENTE ➢ Órgão sensorial termorreceptor ➢ Sserpente de quatro ventas TIPOS DE SOROS ANTI-OFÍDICOS ➢ SABrB: antibotrópico (pentavalente) “jararacas” ➢ SABLC: antibotrópico (pentavalente) e antilaquético ➢ SABCD: antibotrópico (pentavalente) e anticrotálico ➢ SAC: anticrotálico “cascavéis” ➢ SABC: antibotrópico e anticrotálico ➢ SABL: antibotrópico (pentavalente) e antilaquético ➢ SAL: antilaquético “surucucus” ➢ SAE: antielapídico (bivalente) “corais” Acidente Botrópico Jararaca (Bothrops jararaca) MANIFESTAÇÕES CLINICAS ➢ Leve (até 2h): Dor intensa, calor, edema e eritema local. Sangramento: tempo de coagulação (TC) normal ou alterado. ➢ Moderado (entre 2-6h): Dor intensa, edema ascendente, sangramentos locais e/ou sistêmicos, TC normal ou alterado, início de equimose e bolhas no local. ➢ Grave (> 6h): Sinais e sintomas anteriores, edema local ascendente e intenso, sangramentos severos, equimose, bolhas, necrose local, choque, oligúria, anúria, TC normal ou alterado e insuficiência renal aguda (IRA). ➢ Exames laboratoriais: Hemograma com a contagem de plaquetas, TC, ureia, creatinina, parcial de urina. ➢ Ação Proteolítica – Ativa a cascata de coagulação podendo induzir incoagulabilidade sanguínea por consumo de fibrinogênio. ➢ As lesões locais como edema, bolhas e necrose. ➢ Ação hemorrágica – associada à plaquetopenia e alterações das coagulações. ➢ Ação coagulante – A maioria dos venenos botrópicos ativa, de modo isolado ou simultâneo, o fator X e a protrombina. ➢ Podem também levar a alterações da função plaquetária, como plaquetopenia (nível excepcionalmente baixo de plaquetas no sg). Toxicologia @juju_medresumos 2 ➢ Vale a pena ressaltar, que a ação do veneno do filhote é coagulante, enquanto que a do adulto é proteolítica e pouco coagulante. DIAGNÓSTICO ➢ Presença de antígenos do veneno no sangue e em outros líquidos corporais ou por ELISA. ➢ Coagulação: Tempo de coagulação (TC), tempo de tromboplastina parcial ativada (KPTT ou TTPA) e o tempo de protrombina (TAP). ➢ Hemograma revela leucocitose com neutrofilia e plaquetopenia variável. ➢ Parcial de urina: pode haver proteinúria, hematúria e leucocitúria. ➢ Outros exames laboratoriais: eletrólitos, uréia e creatinina. CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO ➢ Soros ⇒ SAB, SABL ou SABC; ➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; ➢ Internar o paciente e solicitar exames; ➢ Verificar pressão arterial; ➢ Membro acidentado deverá ficar elevado; ➢ Limpeza do local e se necessário, antibioticoterapia (seguir protocolo do MS); ➢ Analgesia e hidratação; ➢ Não romper as bolhas; ➢ Controlar volume urinário; ➢ Profilaxia vacinal para tétano; ➢ Acompanhar evolução até a melhora do paciente; ➢ Alta hospitalar ➢ Hidratação: manter o paciente hidratado, com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto, e 1 a 2 ml/kg/hora na criança; ➢ Antibioticoterapia: o uso de antibióticos deverá ser indicado quando houver evidência de infecção. ➢ As bactérias isoladas de material proveniente de lesões são principalmente Morganella morganii, Escherichia coli, Providentia sp e Streptococcus do grupo D; ➢ Dependendo da evolução clínica, poderá ser indicada a associação de clindamicina com aminoglicosídeos. Toxicologia @juju_medresumos 3 Acidente Crotálico MANIFESTAÇÕES CLINICAS ➢ Leves (até 2h): sem dor ou edema, parestesias locais discretas, visão turva ausente ou tardia, sem mialgia, escurecimento da urina ou oligúria. TC normal ou alterado. ➢ Moderado (2-6h): sem dor ou edema, alterações neuroparalíticas evidentes, visão turva discreto ou evidente, mialgia discreta, mioglobinúria (urina escura) discretas, dificuldade de deglutir. TC normal ou alterado. ➢ Grave (>6h): sintomas anteriores, alterações neuroparalíticas evidentes, prostração (enfraquecimento), sonolência, vômitos, secura na boca, mialgias intensas, mioglobinúria intensa (necrose muscular), oligúria e insuficiência renal aguda. ➢ Atividade neurotóxica (inibe a liberação de acetilcolina) ⇒ causando paralisia, principalmente da musculatura facial. ➢ Atividade coagulante ⇒ provocando sangramentos e distúrbios de coagulação por consumo de fibrinogênio. ➢ Rabdomiólise (destruição das fibras musculares), com consequente lesão renal. * Letalidade alta: agravos para insuficiência renal aguda (IRA) EXAMES LABORATORIAIS ➢ Hemograma ➢ TC ➢ Ureia, creatinina ➢ Eletrólitos: K ➢ Exame parcial de urina ➢ AST (aspartato aminotransferase) ➢ CPK (creatinofosfoquinase) ➢ LDH (desidrogenase lática) ➢ Gasometria CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO ➢ Soro: SAC ou SABC ➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; ➢ Internar o paciente e solicitar exames; ➢ Verificar pressão arterial; ➢ Hidratação: 1 ml a 2 ml/kg/hora (criança); 30 a 40 ml/hora (adulto) ➢ Membro acidentado deverá ficar elevado; ➢ Limpeza do local e se necessário, antibioticoterapia (seguir protocolo do MS); ➢ Analgesia e hidratação; ➢ Não romper as bolhas; ➢ Controlar volume urinário (tentar prevenir IRA); ➢ Profilaxia vacinal para tétano; ➢ Acompanhar evolução até a melhora do paciente; ➢ Alta hospitalar. Toxicologia @juju_medresumos 4 Acidente Laquético MANIFESTAÇÕES CLINICAS ➢ Leve: não temos quadros leves em acidentes laquéticos. ➢ Moderado (2-6h): dor local, edema ascendente, sangramentos locais e/ou sistêmicos, TC normal ou alterado. Na maior parte dos acidentes ⇒ diarréia, cólicas abdominais e bradicardia. ➢ Grave (>6h): hemorragia intensa, choque hipovolêmico, equimose, bolhas, necrose local, hipotensão, bradicardia, TC normal ou alterado, diarréia e dores abdominais. EXAMES LABORATORIAIS ➢ Hemograma completo ➢ TC ➢ Ureia, creatinina ➢ Exame parcial de urina CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO ➢ Soro: SABL ou SAL ➢ Acidente semelhante ao botrópico; ➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; ➢ Internar o paciente e solicitar exames; ➢ Verificar pressão arterial; ➢ Hidratação: 1 ml a 2 ml/kg/hora (criança); 30 a 40 ml/hora (adulto) ➢ Membro acidentado deverá ficar elevado; ➢ Limpeza do local e se necessário, antibioticoterapia (seguir protocolo do MS); ➢ Analgesia e hidratação; ➢ Não romper as bolhas; ➢ Controlar volume urinário (tentar prevenir IRA); ➢ Profilaxia vacinal para tétano; ➢ Acompanhar evolução até a melhora do paciente; ➢ Alta hospitalar. ➢ O soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico- laquético (SABL) deve ser utilizado por via intravenosa. ➢ Nos casos de acidente laquético comprovado e na falta dos soros específicos, o tratamento deve ser realizado com soro antibotrópico, apesar deste não neutralizar de maneira eficaz a ação coagulante do veneno laquético. Acidente Elapídico MANIFESTAÇÕES CLINICAS ➢ Leve: não tem quadros leves. ➢ Moderado: não tem quadros moderados. ➢ Grave (logo após o acidente): sem dor e sem edema no local, paralisia neuromuscular, vômitos, fraqueza muscular, dificuldade de deglutir, visão turva e escura, oftalmoplegia, apnéia e insuficiência respiratória. ➢ Exames laboratoriais não são necessários,pois as manifestações são neurotóxicas. CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO ➢ Soro: SAE ➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; Toxicologia @juju_medresumos 5 ➢ Internar o paciente na UTI e não dar alta antes de 24h; ➢ Verificar pressão arterial; ➢ Garantir o acesso venoso; ➢ Manter o paciente ventilado; ➢ Profilaxia vacinal para tétano; ➢ Acompanhar evolução até a melhora do paciente; ➢ Alta hospitalar. ➢ Atenção: Medicação de suporte será necessária para garantir retorno das comunicações neurais. Somente o soro não é o suficiente. SOROTERAPIA ➢ Recomendações do MS; ➢ Menores de 14 anos e acima de 60 anos ⇒ classificar como moderados ou graves; ➢ A dosagem depende da sintomatologia e gravidade de cada paciente; ➢ Não possuem contraindicações para gestantes (avaliar riscos); ➢ Adm. IV (gotejamento - 30-40 gotas/min); ➢ Adm. soro puro ou diluído (50-100 ml de SG ou SF); ➢ Dose única, não fracionar. Animais Não Peçonhentos ➢ Podem atingir mais de 4 metros (jiboia) e mais de 8 metros a sucuri; ➢ Elas não possuem veneno, mas bactérias em sua saliva; ➢ Profilaxia para tétano, tratamentos sintomáticos e locais. ACIDENTES POR ESCORPIÕES ➢ Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o envenenamento provocado quando um escorpião injeta veneno através de ferrão (télson). ➢ Os escorpiões são representantes da classe dos aracnídeos, predominantes nas zonas tropicais e subtropicais do mundo, com maior incidência nos meses em que ocorre aumento de temperatura e umidade. ➢ Os escorpiões têm hábitos noturnos e, durante o dia, escondem-se sob cascas de árvores, pedras e dentro de domicílios, principalmente em sapatos. ➢ Podem sobreviver vários meses sem alimento e mesmo sem água, o que torna seu combate muito difícil. ➢ Os escorpiões picam com a cauda, causando muita dor local, que se irradia; pode ocorrer suor, vômitos e até mesmo choque. ➢ No Brasil, os de importância médica pertencem ao gênero Tityus; ➢ Algumas espécies causam acidentes mais graves (propriedades do veneno - neurotóxico) como o T. serrulatus, o escorpião amarelo; ➢ Picada defensiva: picada seca ou com veneno. ESCORPIÃO AMARELO (Tityus serrulatus) ➢ Amarelo claro, com manchas escuras sobre o tronco e na parte inferior do fim da cauda, podendo chegar a 6-7 cm. ➢ O quarto anel da cauda possui dentinhos formando uma serra. ➢ É encontrado, em sua maioria, nos Estados da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. ESCORPIÃO MARROM (Tityus bahiensis) ➢ Marrom avermelhado escuro, braços e pernas mais claros, com manchas escuras, pode ter até 7 cm. ➢ Não possui serrinha na cauda. ➢ É encontrado nos Estados de Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Toxicologia @juju_medresumos 6 ➢ Além dos citados acima existem outros escorpiões do mesmo gênero: o Tityus stigmurus, encontrado nos Estados da Região Nordeste do país; ➢ O Tityus cambridgei, na Região Amazônica e o Tityus metuendus, nos Estados do Amazonas, Acre e Pará. ESCORPIÃO MARROM (Tityus stigmurus) ➢ Encontrado nos Estados da Região Nordeste do país; ➢ Amarelo escuro, triângulo negro no cefalotórax, uma faixa escura longitudinal mediana e manchas laterais escuras nos tergitos; ➢ Mede de 6-7 cm. ESCORPIÃO MARROM (Tityus cambridgei) ➢ Encontrado nos Estados da Região Amazônica; ➢ Mede cerca de 8,5 cm; ➢ Tronco e pernas escuras, quase negros. ESCORPIÃO PRETO (Tityus metuendus) ➢ Encontrado nos Estados do Amazonas, Acre e Pará. ➢ Bothriurus bonariensis (escorpiões pretos), são encontrados no RS, PR e outros estados. Muito comum em Curitiba; têm hábitos noturnos, escondem-se sob pedras, troncos podres, vivem próximos a construções, entulhos e lixo doméstico. ➢ Veneno tem baixa toxicidade, pode ocorrer dor local e manifestações de hipersensibilidade, podendo o paciente apresentar-se assintomático. ➢ O tratamento é sintomático com analgésicos e anti-histamínicos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Dor local e efeitos resultantes da ação em canais iônicos (sódio), levando à liberação de catecolaminas e acetilcolina; ➢ Manifestações sistêmicas são decorrentes dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos; ➢ Quadro clínico: dor local, parestesias. Nos moderados e graves, principalmente em crianças, após alguns minutos até poucas horas (duas, três horas), podem surgir manifestações sistêmicas; ➢ Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese profusa; ➢ Digestivas: náuseas, vômitos, sialorréia, dor abdominal e diarréia; ➢ Cardiovasculares: Arritmias cardíacas, hipertensão ou hipotensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e choque; ➢ Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema pulmonar agudo; ➢ Neurológicas: agitação, sonolência, confusão mental, hipertonia e tremores. ➢ Os acidentes podem ser classificados como: ➔ Leves: apenas dor local e parestesias; ➔ Moderados: dor intensa no local e manifestações sistêmicas: sudorese discreta, náuseas, vômitos ocasionais, taquipneia, taquicardia e hipertensão leve. ➔ Graves: sudorese profusa, vômitos incoercíveis, salivação excessiva, alternância de agitação com prostração, bradicardia, insuficiência cardíaca, edema pulmonar, choque, convulsões e coma. ➢ Os óbitos estão relacionados à complicações como edema pulmonar agudo e choque. DIAGNÓSTICO ➢ Sintomatologia do paciente; ➢ Exames complementares: ➢ ECG (disfunções cardíacas); ➢ Glicose, amilase (elevados); ➢ Leucocitose com neutrofilia; ➢ Hipopotassemia e hiponatremia; ➢ ELISA para Tityus serrulatus; ➢ Nos casos raros com hemiplegia, a tomografia cerebral computadorizada pode mostrar alterações compatíveis com infarto cerebral. ➢ Radiografia de tórax: aumento da área cardíaca e edema pulmonar agudo. O QUE NÃO FAZER EM CASO DE ACIDENTE ➢ Não amarrar ou fazer torniquete. ➢ Não aplicar qualquer tipo de substância sobre o local da picada (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer Toxicologia @juju_medresumos 7 curativos que fechem o local, pois isso pode favorecer a ocorrência de infecções. ➢ Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada. ➢ Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou outros líquidos como álcool, gasolina ou querosene, pois não têm efeito contra o veneno e podem agravar o quadro. TRATAMENTO ➢ O tratamento consiste na aplicação local de anestésico e, nos casos mais graves, deve ser usado o soro antiescorpiônico ou antiaracnídico. ➢ Sintomático ⇒ consiste no alívio da dor; ➢ Específico ⇒ consiste na administração IV do soro antiescorpiônico (SAEEs) ou antiaracnídico (SAAr) nos casos moderados e graves; ★ Moderado: 2-3 ampolas ★ Grave: 4-6 ampolas ➢ Manutenção das funções vitais ⇒ controle da função cardíaca e uso de respiração artificial em casos de edema pulmonar agudo. ACIDENTES POR ARANHAS ➢ As aranhas são animais carnívoros, alimentando-se principalmente de insetos, como grilos e baratas ➢ Muitas têm hábitos domiciliares e peridomiciliares ➢ Apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdômen ➢ No cefalotórax articulam-se os quatro pares de patas, um par de pedipalpos e um par de quelíceras, onde estão os ferrões utilizados para inoculação do veneno. Armadeira (Phoneutria sp) ➢ De cor cinza ou castanho escuro,corpo e pernas com pêlos curtos e vermelhos perto dos ferrões, atingem até 17 cm quando adultas, incluindo as pernas (o corpo de 4 a 5cm) ➢ A armadeira é encontrada em terrenos baldios, sob cascas de árvores, cachos de bananas e até dentro de casas em calçados. Sai para caçar em geral à noite ➢ É muito agressiva, assumindo postura ameaçadora (daí seu nome) ➢ Apresenta uma dor intensa no local da picada ➢ É encontrada na Região Amazônica, nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina ➢ Tratamento: o tratamento consiste na aplicação local de anestésico e, nos casos mais graves, deve ser usado o soro antiaracnídico (2-10 ampolas - depende do quadro clínico do paciente). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Neurotóxica; ➢ Dor imediata, edema, eritema, parestesia e sudorese no local da picada; ➢ Leves: 91% dos casos. Sintomatologia local, taquicardia, agitação, dores. ➢ Moderados: 7,5% dos casos. Manifestações locais e sistêmicas, taquicardia, hipertensão arterial, sudorese discreta, agitação psicomotora, visão turva e vômitos ocasionais. ➢ Graves: raros (0,5% dos casos). Sudorese profusa, sialorréia, vômitos frequentes, diarreia, priapismo, hipertonia muscular, hipotensão arterial, choque e edema pulmonar agudo o Exames complementares: acidentes graves (crianças) ⇒ hemograma (leucocitose com neutrofilia), glicemia (hiperglicemia), gasometria, taquicardia. Acidente por Phoneutria sp: edema em indivíduo picado (após 2h). TRATAMENTO ➢ Sintomático: analgésico, imersão do local em água morna ou o uso de compressas quentes. Toxicologia @juju_medresumos 8 ➢ Específico: a soroterapia tem sido indicada nos casos com manifestações sistêmicas em crianças e em todos os acidentes graves. ★ Moderados: 2-4 ampolas ★ Graves: 5-10 ampolas Aranha marrom (Loxosceles sp) ➢ O mecanismo de ação do veneno loxoscélico resulta, principalmente, da atividade tipo esfingomielinase D, podendo ocasionar dermonecrose local (loxoscelismo cutâneo) e, mais raramente, hemólise intravascular (loxoscelismo cutâneo-hemolítico ou cutâneo-visceral) ➢ Forma mais grave de araneísmo no BR. ➢ De cor marrom amarelada, sem manchas, abdômen em forma de caroço de azeitona, atinge de 3 a 4 cm incluindo as pernas ➢ Vive em teias irregulares que constrói em tijolos, telhas, cantos de parede ➢ Não é agressiva e os acidentes são raros mas, em geral, graves ➢ Os primeiros sintomas de envenenamento são uma sensação de queimadura e formação de bolhas e escurecimento da pele no local da picada ➢ É encontrada em várias regiões do país, principalmente nos Estados do Paraná e Santa Catarina ➢ Tratamento: o tratamento é feito com soro aracnídico ou antiloxoscélico ⇒ (moderado: 5 ampolas. graves: 10 ampolas). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ➢ Quadro clínico: A picada quase sempre é imperceptível; ➢ Forma cutânea ⇒ 87-98% dos casos. Lenta e progressiva, caracterizada por dor, edema e eritema no local da picada; ➢ Os sintomas locais se acentuam nas primeiras 24-72h após o acidente, podendo variar sua apresentação desde: o Lesão incaracterística ⇒ bolha de conteúdo seroso, edema, calor e rubor, com ou sem dor em queimação; o Lesão sugestiva ⇒ enduração, bolha, equimoses e dor em queimação; o Lesão característica ⇒ dor em queimação, lesões hemorrágicas focais, mescladas com áreas pálidas de isquemia e necrose*. ★ *Geralmente o diagnóstico é realizado nesta oportunidade. Paciente masculino, 25 anos, apresentando lesão com 5 dias de evolução, tratamento com corticoide. ➢ Lesão cutânea pode evoluir para necrose seca (escara), em cerca de 7-12 dias, que, ao se destacar em 3-4 semanas, deixa uma úlcera de difícil cicatrização Paciente feminino, 22 anos, apresentando lesão com 12 dias de evolução, tratada de forma incorreta, encaminhada para o desbridamento cirúrgico ➢ Forma cutâneo-visceral (hemolítica) ⇒ Além do comprometimento cutâneo, manifestações clínicas decorrentes de hemólise intravascular ⇒ anemia, icterícia e hemoglobinúria (primeiras 24 horas); ➢ Petéquias e equimoses, relacionadas à coagulação intravascular disseminada (1-13% dos casos); ➢ Casos graves ⇒ insuficiência renal aguda, óbito. ➢ Leves ⇒ lesão caracterizada sem alterações clínicas laboratoriais e com a identificação da aranha causadora do acidente; ➢ Moderados ⇒ lesão sugestiva ou característica, mesmo sem a identificação do agente causal, podendo ou não haver alterações sistêmicas do tipo rash cutâneo, cefaléia e mal-estar. ➢ Graves ⇒ lesão característica e alterações clínico-laboratoriais de hemólise intravascular. Toxicologia @juju_medresumos 9 ➢ Complicações locais: infecção secundária, perda tecidual e cicatrizes desfigurantes. ➢ Complicações Sistêmicas: insuficiência renal aguda. ➢ Exames complementares: o Forma cutânea: hemograma com leucocitose e neutrofilia. o Forma cutâneo-visceral: anemia aguda, plaquetopenia ou trombocitopenia, reticulocitose, hiperbilirrubinemia indireta, hiperpotassemia, creatinina, ureia elevados e coagulograma alterado TRATAMENTO ➢ A eficácia da soroterapia é reduzida após 36 horas do acidente ➢ Corticoterapia, analgésicos, compressas frias, antisséptico local e limpeza periódica da ferida são fundamentais para que haja uma rápida cicatrização ➢ Antibiótico sistêmico, remoção da escara e tratamento cirúrgico na correção de cicatrizes ➢ Manifestações sistêmicas ⇒ transfusão de sangue ou concentrado de hemácias nos casos de anemia intensa e manejo da insuficiência renal aguda ➢ No caso de ulceração cutânea, de difícil cicatrização: complicações no retorno do paciente às atividades rotineiras; óbito (raro). Aranha de grama / Aranha de jardim / Tarântula (Lycosa sp) ➢ De cor acinzentada ou marrom, com pelos vermelhos perto dos ferrões e uma mancha escura em forma de flecha sobre o corpo. ➢ Atinge até 5 cm, incluindo as pernas. ➢ Vive em gramados e os acidentes são frequentes, porém sem gravidade. ➢ É encontrada, praticamente, em todo o país. ➢ Tratamento: não há necessidade de tratamento com soro. Viúva Negra (Latrodectus sp) ➢ De cor preta, com manchas vermelhas no abdômen ➢ A fêmea mede de 2,5 a 3cm, o macho é 3 a 4 vezes menor ➢ Vive em teias que constrói sob vegetação rasteira, em arbustos, barrancos ➢ São conhecidos poucos acidentes no Brasil, de pequena e média gravidade ➢ É encontrada, praticamente, em todo o país ➢ Tratamento: o tratamento consiste na aplicação local de anestésico ➢ Não há disponibilidade de tratamento soroterápico para os casos de acidentes latrodécticos. Nestes casos, utiliza-se para o tratamento, além de analgésicos, Benzodiazepínicos, Gluconato de Cálcio e Clorpromazina. Há relatos de utilização de Prostigmine, Fenitoína, Fenobarbital e Morfina. Deve-se garantir suporte cardiorrespiratório e os pacientes devem permanecer hospitalizados por, no mínimo, 24 horas. Caranguejeira (Mygalomorphae) ➢ Aranha de porte geralmente grande, na cor marrom escuro, com pêlos compridos nas pernas e no abdômen ➢ Pode atingir até 25 cm com as patas estendidas ➢ Embora muito temida, os acidentes são raros, ocorrendo apenas uma dermatite pela ação irritante dos pêlos do abdômen, que se desprendem quando o animal se sente ameaçado ➢ É encontrada, praticamente, em todo o país ➢ Tratamento: não há necessidade de tratamento com soro Toxicologia@juju_medresumos 10 OUTROS ANIMAIS PEÇONHENTOS ➢ ABELHAS (quadro clínico pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica (tóxica), o que também é conhecido como choque anafilático) ➢ ÁGUAS VIVAS (compressas geladas, ácido acético 5% (vinagre, por exemplo) durante 10 minutos) ➢ LAGARTAS (dor intensa, queimadura, sangramento na gengiva e aparecimento de sangue na urina – compressas geladas, alívio da dor - avaliar a necessidade de administração do soro antilonômico) Tipos de soros ➢ ANTIESCORPIÔNICO ⇒ Escorpiões (Tityus spp.) ➢ ANTILOXOSCÉLICO ⇒ Aranhas marrons (Loxosceles) ➢ ANTIARACNÍDICO ⇒ Aranhas marrons (Loxosceles), escorpiões (Tityus spp.), aranhas armadeiras (Phoneutria) ➢ ANTILATRODÉCTICO ⇒ Aranhas viúvas negras (Latrodectus) ➢ ANTILONÔMIA ⇒ Taturanas (Lonomia) ➢ ANTIAPÍLICO ⇒ Abelhas (Apis) NOTIFICAÇÕES
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