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Toxinas de Animais Peçonhentos juju

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Toxicologia @juju_medresumos 
1 
 
Toxinas de Animais Peçonhentos 
OFIDISMO 
 
 
FOSSETA LOREAL PRESENTE 
➢ Órgão sensorial termorreceptor 
➢ Sserpente de quatro ventas 
 
 
TIPOS DE SOROS ANTI-OFÍDICOS 
 
➢ SABrB: antibotrópico (pentavalente) 
“jararacas” 
➢ SABLC: antibotrópico (pentavalente) e 
antilaquético 
➢ SABCD: antibotrópico (pentavalente) e 
anticrotálico 
➢ SAC: anticrotálico “cascavéis” 
➢ SABC: antibotrópico e anticrotálico 
➢ SABL: antibotrópico (pentavalente) e 
antilaquético 
➢ SAL: antilaquético “surucucus” 
➢ SAE: antielapídico (bivalente) “corais” 
Acidente Botrópico 
 
 
Jararaca (Bothrops jararaca) 
 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
 
➢ Leve (até 2h): Dor intensa, calor, edema e 
eritema local. Sangramento: tempo de 
coagulação (TC) normal ou alterado. 
➢ Moderado (entre 2-6h): Dor intensa, edema 
ascendente, sangramentos locais e/ou 
sistêmicos, TC normal ou alterado, início de 
equimose e bolhas no local. 
➢ Grave (> 6h): Sinais e sintomas anteriores, 
edema local ascendente e intenso, 
sangramentos severos, equimose, bolhas, 
necrose local, choque, oligúria, anúria, TC 
normal ou alterado e insuficiência renal 
aguda (IRA). 
➢ Exames laboratoriais: Hemograma com a 
contagem de plaquetas, TC, ureia, creatinina, 
parcial de urina. 
➢ Ação Proteolítica – Ativa a cascata de 
coagulação podendo induzir 
incoagulabilidade sanguínea por consumo 
de fibrinogênio. 
➢ As lesões locais como edema, bolhas e 
necrose. 
 
➢ Ação hemorrágica – associada à 
plaquetopenia e alterações das coagulações. 
➢ Ação coagulante – A maioria dos venenos 
botrópicos ativa, de modo isolado ou 
simultâneo, o fator X e a protrombina. 
➢ Podem também levar a alterações da função 
plaquetária, como plaquetopenia (nível 
excepcionalmente baixo de plaquetas no sg). 
Toxicologia @juju_medresumos 
2 
 
➢ Vale a pena ressaltar, que a ação do veneno 
do filhote é coagulante, enquanto que a do 
adulto é proteolítica e pouco coagulante. 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO 
➢ Presença de antígenos do veneno no sangue 
e em outros líquidos corporais ou por ELISA. 
➢ Coagulação: Tempo de coagulação (TC), 
tempo de tromboplastina parcial ativada 
(KPTT ou TTPA) e o tempo de protrombina 
(TAP). 
➢ Hemograma revela leucocitose com 
neutrofilia e plaquetopenia variável. 
➢ Parcial de urina: pode haver proteinúria, 
hematúria e leucocitúria. 
➢ Outros exames laboratoriais: eletrólitos, 
uréia e creatinina. 
 
CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO 
 
➢ Soros ⇒ SAB, SABL ou SABC; 
➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; 
➢ Internar o paciente e solicitar exames; 
➢ Verificar pressão arterial; 
➢ Membro acidentado deverá ficar elevado; 
➢ Limpeza do local e se necessário, 
antibioticoterapia (seguir protocolo do MS); 
➢ Analgesia e hidratação; 
➢ Não romper as bolhas; 
➢ Controlar volume urinário; 
➢ Profilaxia vacinal para tétano; 
➢ Acompanhar evolução até a melhora do 
paciente; 
➢ Alta hospitalar 
➢ Hidratação: manter o paciente hidratado, 
com diurese entre 30 a 40 ml/hora no adulto, 
e 1 a 2 ml/kg/hora na criança; 
➢ Antibioticoterapia: o uso de antibióticos 
deverá ser indicado quando houver 
evidência de infecção. 
➢ As bactérias isoladas de material proveniente 
de lesões são principalmente Morganella 
morganii, Escherichia coli, Providentia sp e 
Streptococcus do grupo D; 
➢ Dependendo da evolução clínica, poderá ser 
indicada a associação de clindamicina com 
aminoglicosídeos. 
 
 
 
 
 
 
 
Toxicologia @juju_medresumos 
3 
 
Acidente Crotálico 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
➢ Leves (até 2h): sem dor ou edema, 
parestesias locais discretas, visão turva 
ausente ou tardia, sem mialgia, 
escurecimento da urina ou oligúria. TC 
normal ou alterado. 
➢ Moderado (2-6h): sem dor ou edema, 
alterações neuroparalíticas evidentes, visão 
turva discreto ou evidente, mialgia discreta, 
mioglobinúria (urina escura) discretas, 
dificuldade de deglutir. TC normal ou 
alterado. 
➢ Grave (>6h): sintomas anteriores, alterações 
neuroparalíticas evidentes, prostração 
(enfraquecimento), sonolência, vômitos, 
secura na boca, mialgias intensas, 
mioglobinúria intensa (necrose muscular), 
oligúria e insuficiência renal aguda. 
 
 
 
 
➢ Atividade neurotóxica (inibe a liberação de 
acetilcolina) ⇒ causando paralisia, 
principalmente da musculatura facial. 
➢ Atividade coagulante ⇒ provocando 
sangramentos e distúrbios de coagulação 
por consumo de fibrinogênio. 
➢ Rabdomiólise (destruição das fibras 
musculares), com consequente lesão renal. 
 
* Letalidade alta: agravos para insuficiência renal 
aguda (IRA) 
 
 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
 
➢ Hemograma 
➢ TC 
➢ Ureia, creatinina 
➢ Eletrólitos: K 
➢ Exame parcial de urina 
➢ AST (aspartato aminotransferase) 
➢ CPK (creatinofosfoquinase) 
➢ LDH (desidrogenase lática) 
➢ Gasometria 
 
CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO 
➢ Soro: SAC ou SABC 
➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; 
➢ Internar o paciente e solicitar exames; 
➢ Verificar pressão arterial; 
➢ Hidratação: 1 ml a 2 ml/kg/hora (criança); 30 
a 40 ml/hora (adulto) 
➢ Membro acidentado deverá ficar elevado; 
➢ Limpeza do local e se necessário, 
antibioticoterapia (seguir protocolo do MS); 
➢ Analgesia e hidratação; 
➢ Não romper as bolhas; 
➢ Controlar volume urinário (tentar prevenir 
IRA); 
➢ Profilaxia vacinal para tétano; 
➢ Acompanhar evolução até a melhora do 
paciente; 
➢ Alta hospitalar. 
 
Toxicologia @juju_medresumos 
4 
 
Acidente Laquético 
 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
➢ Leve: não temos quadros leves em 
acidentes laquéticos. 
➢ Moderado (2-6h): dor local, edema 
ascendente, sangramentos locais e/ou 
sistêmicos, TC normal ou alterado. Na maior 
parte dos acidentes ⇒ diarréia, cólicas 
abdominais e bradicardia. 
➢ Grave (>6h): hemorragia intensa, choque 
hipovolêmico, equimose, bolhas, necrose 
local, hipotensão, bradicardia, TC normal ou 
alterado, diarréia e dores abdominais. 
 
EXAMES LABORATORIAIS 
➢ Hemograma completo 
➢ TC 
➢ Ureia, creatinina 
➢ Exame parcial de urina 
 
CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO 
➢ Soro: SABL ou SAL 
➢ Acidente semelhante ao botrópico; 
➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; 
➢ Internar o paciente e solicitar exames; 
➢ Verificar pressão arterial; 
➢ Hidratação: 1 ml a 2 ml/kg/hora (criança); 30 
a 40 ml/hora (adulto) 
➢ Membro acidentado deverá ficar elevado; 
➢ Limpeza do local e se necessário, 
antibioticoterapia (seguir protocolo do MS); 
➢ Analgesia e hidratação; 
➢ Não romper as bolhas; 
➢ Controlar volume urinário (tentar prevenir 
IRA); 
➢ Profilaxia vacinal para tétano; 
➢ Acompanhar evolução até a melhora do 
paciente; 
➢ Alta hospitalar. 
➢ O soro antilaquético (SAL), ou antibotrópico-
laquético (SABL) deve ser utilizado por via 
intravenosa. 
➢ Nos casos de acidente laquético comprovado 
e na falta dos soros específicos, o tratamento 
deve ser realizado com soro antibotrópico, 
apesar deste não neutralizar de maneira 
eficaz a ação coagulante do veneno 
laquético. 
 
 
 
Acidente Elapídico 
 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS 
➢ Leve: não tem quadros leves. 
➢ Moderado: não tem quadros moderados. 
➢ Grave (logo após o acidente): sem dor e 
sem edema no local, paralisia neuromuscular, 
vômitos, fraqueza muscular, dificuldade de 
deglutir, visão turva e escura, oftalmoplegia, 
apnéia e insuficiência respiratória. 
➢ Exames laboratoriais não são necessários,pois as manifestações são neurotóxicas. 
 
CONDUTA MÉDICA E TRATAMENTO 
➢ Soro: SAE 
➢ Ampolas ⇒ Seguir o protocolo do MS; 
Toxicologia @juju_medresumos 
5 
 
➢ Internar o paciente na UTI e não dar alta antes 
de 24h; 
➢ Verificar pressão arterial; 
➢ Garantir o acesso venoso; 
➢ Manter o paciente ventilado; 
➢ Profilaxia vacinal para tétano; 
➢ Acompanhar evolução até a melhora do 
paciente; 
➢ Alta hospitalar. 
➢ Atenção: Medicação de suporte será 
necessária para garantir retorno das 
comunicações neurais. Somente o soro não é 
o suficiente. 
 
SOROTERAPIA 
➢ Recomendações do MS; 
➢ Menores de 14 anos e acima de 60 anos ⇒ 
classificar como moderados ou graves; 
➢ A dosagem depende da sintomatologia e 
gravidade de cada paciente; 
➢ Não possuem contraindicações para 
gestantes (avaliar riscos); 
➢ Adm. IV (gotejamento - 30-40 gotas/min); 
➢ Adm. soro puro ou diluído (50-100 ml de SG 
ou SF); 
➢ Dose única, não fracionar. 
 
Animais Não Peçonhentos 
 
➢ Podem atingir mais de 4 metros (jiboia) e 
mais de 8 metros a sucuri; 
➢ Elas não possuem veneno, mas bactérias em 
sua saliva; 
➢ Profilaxia para tétano, tratamentos 
sintomáticos e locais. 
 
ACIDENTES POR ESCORPIÕES 
 
➢ Acidente escorpiônico ou escorpionismo é o 
envenenamento provocado quando um 
escorpião injeta veneno através de ferrão 
(télson). 
➢ Os escorpiões são representantes da classe 
dos aracnídeos, predominantes nas zonas 
tropicais e subtropicais do mundo, com maior 
incidência nos meses em que ocorre 
aumento de temperatura e umidade. 
➢ Os escorpiões têm hábitos noturnos e, 
durante o dia, escondem-se sob cascas de 
árvores, pedras e dentro de domicílios, 
principalmente em sapatos. 
➢ Podem sobreviver vários meses sem alimento 
e mesmo sem água, o que torna seu combate 
muito difícil. 
➢ Os escorpiões picam com a cauda, causando 
muita dor local, que se irradia; pode ocorrer 
suor, vômitos e até mesmo choque. 
➢ No Brasil, os de importância médica 
pertencem ao gênero Tityus; 
➢ Algumas espécies causam acidentes mais 
graves (propriedades do veneno - 
neurotóxico) como o T. serrulatus, o 
escorpião amarelo; 
➢ Picada defensiva: picada seca ou com 
veneno. 
 
ESCORPIÃO AMARELO (Tityus serrulatus) 
➢ Amarelo claro, com manchas escuras sobre o 
tronco e na parte inferior do fim da cauda, 
podendo chegar a 6-7 cm. 
➢ O quarto anel da cauda possui dentinhos 
formando uma serra. 
➢ É encontrado, em sua maioria, nos Estados da 
Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, 
Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. 
 
ESCORPIÃO MARROM (Tityus bahiensis) 
➢ Marrom avermelhado escuro, braços e 
pernas mais claros, com manchas escuras, 
pode ter até 7 cm. 
➢ Não possui serrinha na cauda. 
➢ É encontrado nos Estados de Goiás, São 
Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, 
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 
Toxicologia @juju_medresumos 
6 
 
➢ Além dos citados acima existem outros 
escorpiões do mesmo gênero: o Tityus 
stigmurus, encontrado nos Estados da Região 
Nordeste do país; 
➢ O Tityus cambridgei, na Região Amazônica e 
o Tityus metuendus, nos Estados do 
Amazonas, Acre e Pará. 
 
ESCORPIÃO MARROM (Tityus stigmurus) 
➢ Encontrado nos Estados da Região Nordeste 
do país; 
➢ Amarelo escuro, triângulo negro no 
cefalotórax, uma faixa escura longitudinal 
mediana e manchas laterais escuras nos 
tergitos; 
➢ Mede de 6-7 cm. 
 
ESCORPIÃO MARROM (Tityus cambridgei) 
➢ Encontrado nos Estados da Região 
Amazônica; 
➢ Mede cerca de 8,5 cm; 
➢ Tronco e pernas escuras, quase negros. 
 
ESCORPIÃO PRETO (Tityus metuendus) 
➢ Encontrado nos Estados do Amazonas, Acre 
e Pará. 
➢ Bothriurus bonariensis (escorpiões pretos), 
são encontrados no RS, PR e outros estados. 
Muito comum em Curitiba; têm hábitos 
noturnos, escondem-se sob pedras, troncos 
podres, vivem próximos a construções, 
entulhos e lixo doméstico. 
➢ Veneno tem baixa toxicidade, pode ocorrer 
dor local e manifestações de 
hipersensibilidade, podendo o paciente 
apresentar-se assintomático. 
➢ O tratamento é sintomático com analgésicos 
e anti-histamínicos. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ Dor local e efeitos resultantes da ação em 
canais iônicos (sódio), levando à liberação de 
catecolaminas e acetilcolina; 
➢ Manifestações sistêmicas são decorrentes 
dos efeitos simpáticos ou parassimpáticos; 
➢ Quadro clínico: dor local, parestesias. Nos 
moderados e graves, principalmente em 
crianças, após alguns minutos até poucas 
horas (duas, três horas), podem surgir 
manifestações sistêmicas; 
➢ Gerais: hipo ou hipertermia e sudorese 
profusa; 
➢ Digestivas: náuseas, vômitos, sialorréia, dor 
abdominal e diarréia; 
➢ Cardiovasculares: Arritmias cardíacas, 
hipertensão ou hipotensão arterial, 
insuficiência cardíaca congestiva e choque; 
➢ Respiratórias: taquipnéia, dispnéia e edema 
pulmonar agudo; 
➢ Neurológicas: agitação, sonolência, 
confusão mental, hipertonia e tremores. 
 
➢ Os acidentes podem ser classificados como: 
➔ Leves: apenas dor local e parestesias; 
➔ Moderados: dor intensa no local e 
manifestações sistêmicas: sudorese 
discreta, náuseas, vômitos ocasionais, 
taquipneia, taquicardia e hipertensão 
leve. 
➔ Graves: sudorese profusa, vômitos 
incoercíveis, salivação excessiva, 
alternância de agitação com prostração, 
bradicardia, insuficiência cardíaca, 
edema pulmonar, choque, convulsões e 
coma. 
➢ Os óbitos estão relacionados à complicações 
como edema pulmonar agudo e choque. 
 
DIAGNÓSTICO 
➢ Sintomatologia do paciente; 
➢ Exames complementares: 
➢ ECG (disfunções cardíacas); 
➢ Glicose, amilase (elevados); 
➢ Leucocitose com neutrofilia; 
➢ Hipopotassemia e hiponatremia; 
➢ ELISA para Tityus serrulatus; 
➢ Nos casos raros com hemiplegia, a 
tomografia cerebral computadorizada pode 
mostrar alterações compatíveis com infarto 
cerebral. 
➢ Radiografia de tórax: aumento da área 
cardíaca e edema pulmonar agudo. 
 
O QUE NÃO FAZER EM CASO DE ACIDENTE 
➢ Não amarrar ou fazer torniquete. 
➢ Não aplicar qualquer tipo de substância 
sobre o local da picada (fezes, álcool, 
querosene, fumo, ervas, urina), nem fazer 
Toxicologia @juju_medresumos 
7 
 
curativos que fechem o local, pois isso pode 
favorecer a ocorrência de infecções. 
➢ Não cortar, perfurar ou queimar o local da 
picada. 
➢ Não dar bebidas alcoólicas ao acidentado, ou 
outros líquidos como álcool, gasolina ou 
querosene, pois não têm efeito contra o 
veneno e podem agravar o quadro. 
 
TRATAMENTO 
➢ O tratamento consiste na aplicação local de 
anestésico e, nos casos mais graves, deve ser 
usado o soro antiescorpiônico ou 
antiaracnídico. 
➢ Sintomático ⇒ consiste no alívio da dor; 
➢ Específico ⇒ consiste na administração IV do 
soro antiescorpiônico (SAEEs) ou 
antiaracnídico (SAAr) nos casos moderados e 
graves; 
★ Moderado: 2-3 ampolas 
★ Grave: 4-6 ampolas 
➢ Manutenção das funções vitais ⇒ controle 
da função cardíaca e uso de respiração 
artificial em casos de edema pulmonar 
agudo. 
 
ACIDENTES POR ARANHAS 
 
➢ As aranhas são animais carnívoros, 
alimentando-se principalmente de insetos, 
como grilos e baratas 
➢ Muitas têm hábitos domiciliares e 
peridomiciliares 
➢ Apresentam o corpo dividido em cefalotórax 
e abdômen 
➢ No cefalotórax articulam-se os quatro pares 
de patas, um par de pedipalpos e um par de 
quelíceras, onde estão os ferrões utilizados 
para inoculação do veneno. 
 
Armadeira (Phoneutria sp) 
 
➢ De cor cinza ou castanho escuro,corpo e 
pernas com pêlos curtos e vermelhos perto 
dos ferrões, atingem até 17 cm quando 
adultas, incluindo as pernas (o corpo de 4 a 
5cm) 
➢ A armadeira é encontrada em terrenos 
baldios, sob cascas de árvores, cachos de 
bananas e até dentro de casas em calçados. 
Sai para caçar em geral à noite 
➢ É muito agressiva, assumindo postura 
ameaçadora (daí seu nome) 
➢ Apresenta uma dor intensa no local da picada 
➢ É encontrada na Região Amazônica, nos 
Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, 
Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, 
São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Santa 
Catarina 
➢ Tratamento: o tratamento consiste na 
aplicação local de anestésico e, nos casos 
mais graves, deve ser usado o soro 
antiaracnídico (2-10 ampolas - depende do 
quadro clínico do paciente). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ Neurotóxica; 
➢ Dor imediata, edema, eritema, parestesia e 
sudorese no local da picada; 
➢ Leves: 91% dos casos. Sintomatologia local, 
taquicardia, agitação, dores. 
➢ Moderados: 7,5% dos casos. Manifestações 
locais e sistêmicas, taquicardia, hipertensão 
arterial, sudorese discreta, agitação 
psicomotora, visão turva e vômitos 
ocasionais. 
➢ Graves: raros (0,5% dos casos). Sudorese 
profusa, sialorréia, vômitos frequentes, 
diarreia, priapismo, hipertonia muscular, 
hipotensão arterial, choque e edema 
pulmonar agudo 
o Exames complementares: acidentes 
graves (crianças) ⇒ hemograma 
(leucocitose com neutrofilia), glicemia 
(hiperglicemia), gasometria, 
taquicardia. 
 
 
Acidente por Phoneutria sp: edema em indivíduo picado 
(após 2h). 
 
TRATAMENTO 
➢ Sintomático: analgésico, imersão do local 
em água morna ou o uso de compressas 
quentes. 
Toxicologia @juju_medresumos 
8 
 
➢ Específico: a soroterapia tem sido indicada 
nos casos com manifestações sistêmicas em 
crianças e em todos os acidentes graves. 
★ Moderados: 2-4 ampolas 
★ Graves: 5-10 ampolas 
 
Aranha marrom (Loxosceles sp) 
 
➢ O mecanismo de ação do veneno loxoscélico 
resulta, principalmente, da atividade tipo 
esfingomielinase D, podendo ocasionar 
dermonecrose local (loxoscelismo cutâneo) 
e, mais raramente, hemólise intravascular 
(loxoscelismo cutâneo-hemolítico ou 
cutâneo-visceral) 
➢ Forma mais grave de araneísmo no BR. 
➢ De cor marrom amarelada, sem manchas, 
abdômen em forma de caroço de azeitona, 
atinge de 3 a 4 cm incluindo as pernas 
➢ Vive em teias irregulares que constrói em 
tijolos, telhas, cantos de parede 
➢ Não é agressiva e os acidentes são raros mas, 
em geral, graves 
➢ Os primeiros sintomas de envenenamento 
são uma sensação de queimadura e formação 
de bolhas e escurecimento da pele no local 
da picada 
➢ É encontrada em várias regiões do país, 
principalmente nos Estados do Paraná e 
Santa Catarina 
➢ Tratamento: o tratamento é feito com soro 
aracnídico ou antiloxoscélico ⇒ (moderado: 5 
ampolas. graves: 10 ampolas). 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
➢ Quadro clínico: A picada quase sempre é 
imperceptível; 
➢ Forma cutânea ⇒ 87-98% dos casos. Lenta e 
progressiva, caracterizada por dor, edema e 
eritema no local da picada; 
➢ Os sintomas locais se acentuam nas primeiras 
24-72h após o acidente, podendo variar sua 
apresentação desde: 
o Lesão incaracterística ⇒ bolha de 
conteúdo seroso, edema, calor e 
rubor, com ou sem dor em 
queimação; 
o Lesão sugestiva ⇒ enduração, bolha, 
equimoses e dor em queimação; 
o Lesão característica ⇒ dor em 
queimação, lesões hemorrágicas 
focais, mescladas com áreas pálidas 
de isquemia e necrose*. 
★ *Geralmente o diagnóstico é 
realizado nesta oportunidade. 
 
 
Paciente masculino, 25 anos, apresentando lesão com 5 
dias de evolução, tratamento com corticoide. 
 
➢ Lesão cutânea pode evoluir para necrose 
seca (escara), em cerca de 7-12 dias, que, ao 
se destacar em 3-4 semanas, deixa uma 
úlcera de difícil cicatrização 
 
 
Paciente feminino, 22 anos, apresentando lesão com 12 
dias de evolução, tratada de forma incorreta, 
encaminhada para o desbridamento cirúrgico 
 
➢ Forma cutâneo-visceral (hemolítica) ⇒ 
Além do comprometimento cutâneo, 
manifestações clínicas decorrentes de 
hemólise intravascular ⇒ anemia, icterícia e 
hemoglobinúria (primeiras 24 horas); 
➢ Petéquias e equimoses, relacionadas à 
coagulação intravascular disseminada (1-13% 
dos casos); 
➢ Casos graves ⇒ insuficiência renal aguda, 
óbito. 
➢ Leves ⇒ lesão caracterizada sem alterações 
clínicas laboratoriais e com a identificação da 
aranha causadora do acidente; 
➢ Moderados ⇒ lesão sugestiva ou 
característica, mesmo sem a identificação do 
agente causal, podendo ou não haver 
alterações sistêmicas do tipo rash cutâneo, 
cefaléia e mal-estar. 
➢ Graves ⇒ lesão característica e alterações 
clínico-laboratoriais de hemólise 
intravascular. 
Toxicologia @juju_medresumos 
9 
 
➢ Complicações locais: infecção secundária, 
perda tecidual e cicatrizes desfigurantes. 
➢ Complicações Sistêmicas: insuficiência 
renal aguda. 
➢ Exames complementares: 
o Forma cutânea: hemograma com 
leucocitose e neutrofilia. 
o Forma cutâneo-visceral: anemia 
aguda, plaquetopenia ou 
trombocitopenia, reticulocitose, 
hiperbilirrubinemia indireta, 
hiperpotassemia, creatinina, ureia 
elevados e coagulograma alterado 
 
 
TRATAMENTO 
➢ A eficácia da soroterapia é reduzida após 36 
horas do acidente 
➢ Corticoterapia, analgésicos, compressas frias, 
antisséptico local e limpeza periódica da 
ferida são fundamentais para que haja uma 
rápida cicatrização 
➢ Antibiótico sistêmico, remoção da escara e 
tratamento cirúrgico na correção de cicatrizes 
➢ Manifestações sistêmicas ⇒ transfusão de 
sangue ou concentrado de hemácias nos 
casos de anemia intensa e manejo da 
insuficiência renal aguda 
➢ No caso de ulceração cutânea, de difícil 
cicatrização: complicações no retorno do 
paciente às atividades rotineiras; óbito (raro). 
 
Aranha de grama / Aranha de jardim / 
Tarântula (Lycosa sp) 
 
➢ De cor acinzentada ou marrom, com pelos 
vermelhos perto dos ferrões e uma mancha 
escura em forma de flecha sobre o corpo. 
➢ Atinge até 5 cm, incluindo as pernas. 
➢ Vive em gramados e os acidentes são 
frequentes, porém sem gravidade. 
➢ É encontrada, praticamente, em todo o país. 
➢ Tratamento: não há necessidade de 
tratamento com soro. 
 
Viúva Negra (Latrodectus sp) 
 
➢ De cor preta, com manchas vermelhas no 
abdômen 
➢ A fêmea mede de 2,5 a 3cm, o macho é 3 a 4 
vezes menor 
➢ Vive em teias que constrói sob vegetação 
rasteira, em arbustos, barrancos 
➢ São conhecidos poucos acidentes no Brasil, 
de pequena e média gravidade 
➢ É encontrada, praticamente, em todo o país 
➢ Tratamento: o tratamento consiste na 
aplicação local de anestésico 
➢ Não há disponibilidade de tratamento 
soroterápico para os casos de acidentes 
latrodécticos. Nestes casos, utiliza-se para o 
tratamento, além de analgésicos, 
Benzodiazepínicos, Gluconato de Cálcio e 
Clorpromazina. Há relatos de utilização de 
Prostigmine, Fenitoína, Fenobarbital e 
Morfina. Deve-se garantir suporte 
cardiorrespiratório e os pacientes devem 
permanecer hospitalizados por, no mínimo, 
24 horas. 
 
Caranguejeira (Mygalomorphae) 
 
 
➢ Aranha de porte geralmente grande, na cor 
marrom escuro, com pêlos compridos nas 
pernas e no abdômen 
➢ Pode atingir até 25 cm com as patas 
estendidas 
➢ Embora muito temida, os acidentes são raros, 
ocorrendo apenas uma dermatite pela ação 
irritante dos pêlos do abdômen, que se 
desprendem quando o animal se sente 
ameaçado 
➢ É encontrada, praticamente, em todo o país 
➢ Tratamento: não há necessidade de 
tratamento com soro 
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OUTROS ANIMAIS PEÇONHENTOS 
 
➢ ABELHAS (quadro clínico pode variar de uma inflamação local até uma forte reação alérgica (tóxica), 
o que também é conhecido como choque anafilático) 
➢ ÁGUAS VIVAS (compressas geladas, ácido acético 5% (vinagre, por exemplo) durante 10 minutos) 
➢ LAGARTAS (dor intensa, queimadura, sangramento na gengiva e aparecimento de sangue na urina – 
compressas geladas, alívio da dor - avaliar a necessidade de administração do soro antilonômico) 
 
Tipos de soros 
 
➢ ANTIESCORPIÔNICO ⇒ Escorpiões (Tityus spp.) 
➢ ANTILOXOSCÉLICO ⇒ Aranhas marrons (Loxosceles) 
➢ ANTIARACNÍDICO ⇒ Aranhas marrons (Loxosceles), escorpiões (Tityus spp.), aranhas armadeiras 
(Phoneutria) 
➢ ANTILATRODÉCTICO ⇒ Aranhas viúvas negras (Latrodectus) 
➢ ANTILONÔMIA ⇒ Taturanas (Lonomia) 
➢ ANTIAPÍLICO ⇒ Abelhas (Apis) 
 
NOTIFICAÇÕES

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