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NegociosInternacionais_UA14_v2017

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gestão empresarial
negócios internacionais
A IntegrAção econômIcA 
nA AmérIcA LAtInA
14
ObjetivOs da Unidade de aprendizagem 
Participar e discutir a integração econômica, social e polí-
tica da América Latina. Conhecer as propostas da Cepal. 
Discutir a formação dos blocos econômicos.
COmpetênCias
Buscar entender a diferença entre os blocos econômicos 
formados em toda América Latina.
Habilidades
Definir o papel dos países latinos no contexto do comér-
cio internacional, passível do entendimento de diferen-
ças sociais e econômicas.
Negócios iNterNacioNais
A IntegrAção econômIcA 
nA AmérIcA LAtInA
ApresentAção
Em termos geográficos, alguns países estão muito dis-
tantes um dos outros. Mas, existem outros que estão 
bem próximos e que resolvem fazer acordos comerciais 
entre eles.
Esse processo conduz a formação de blocos regionais. 
A criação destes blocos contribui para as relações entre 
os países membros, considerando que, são compostos 
de países vizinhos. Esta Unidade aborda o assunto regio-
nalismo econômico e formação de blocos econômicos.
pArA ComeçAr
Vimos em Unidades anteriores sobre a globalização, o 
que é Globalização e como ela está presente no nosso 
dia a dia.
Qual o seu entendimento da imagem acima?
Antes de abordarmos o tema da América globalizada, 
saiba que há uma grande dificuldade para integração 
dos países, quer sejam por tipos de colonizações diferen-
tes, por falar línguas diferentes e até mesmo por perfis 
econômicos diferentes.
Você sabia que dentro do processo da globalização 
os países buscaram se fortalecer, criando blocos ou 
acordos... pode ser que você já tenha ouvido falar no 
Mercosul e nos outros blocos formados nas Américas 
você conhece?
Além do Mercosul nós temos a ALADI, CARICOM 
e MCCA.
Você sabia também que em meados da década de 
1950 a ONU criou uma comissão para discutir os proble-
mas específicos da América Latina, denominada CEPAL, 
que teve brasileiros ilustres como participantes, entre 
eles Celso Furtado e FHC.
A intenção desta Unidade é apresentar os blocos in-
tegrantes da América Latina e mostrar como os mesmos 
se comportam.
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 4
Atenção
A formação de blocos econômicos tem conceito diferente de 
zonas de comércio ou mercados comuns.
1. integraçãO... qUandO tUdO COmeçOU...
Uma característica marcante das últimas décadas é a crescente integração 
mundial em diversos aspectos. Para Krugman e Obstfeld, (1999, p. 224), 
globalização é um processo econômico e social que estabelece uma inte-
gração entre os países e pessoas do mundo todo. Através deste processo, 
as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações 
financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro can-
tos do planeta.
A integração confirmou-se no final da década de 1990, logo após a que-
da do socialismo no Leste Europeu e na União Soviética. O neoliberalismo, 
que ganhou força na década de 1970, impulsionou o processo de globali-
zação econômica.
Com os mercados internos saturados, muitas empresas multinacionais 
buscaram conquistar novos mercados consumidores, especialmente dos 
países recém-saídos do socialismo. A concorrência fez com que as empre-
sas utilizassem cada vez mais recursos tecnológicos para baixar os preços 
e também para firmarem contatos comerciais e financeiros de maneira 
rápida e eficiente. Neste contexto, utiliza-se de Internet, das redes de 
computadores, dos meios de comunicação via satélite etc.
Outra característica relevante no processo de integração é a busca do 
barateamento do processo produtivo pelas indústrias. Muitas delas pro-
duzem suas mercadorias em vários países com o objetivo de diminuir os 
custos. Preferem países onde a mão de obra, a matéria-prima e a energia 
são mais baratas. Um tênis, por exemplo, pode ser projetado nos Estados 
Unidos, produzido na China, com matéria-prima do Brasil, e comercializa-
do em diversos países do mundo.
Para facilitar as relações econômicas, as instituições financeiras (ban-
cos, as casas de câmbio, financeiras) criaram um sistema rápido e eficien-
te para favorecer a transferência de capital. Investimentos, pagamentos 
e transferências bancárias, podem ser efeitos em questões de segundos 
através da Internet ou de telefone celular.
A América Latina possui uma longa história de tentativas de construir 
uma integração econômica regional. Desde os tempos da independência 
das colônias americanas se houve discutir a integração dos países latino-
-americanos. No entanto, esse sonho à medida que iam ocorrendo às 
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 5
independências destas colônias alcançadas, sobretudo nos séculos XVIII e 
XIX, ia ficando cada vez mais longe de se realizar.
2. integraçãO eCOnômiCa, mas afinal, O qUe é issO?
A integração é um processo estimulado, principalmente, pelos interesses 
econômicos das partes envolvidas no acordo e/ou no tratado de integra-
ção. Em economia a integração pode ser entendida como a somatória ou 
unificação de iniciativas que afetarão positiva ou negativamente diferen-
tes circuitos produtivos regionais fronteiriços ou duas ou várias econo-
mias nacionais, ou então como o incremento ou a intensificação das rela-
ções produtivas e comerciais preexistentes. Porém, a integração assume 
diferentes significados segundo o grau de interpenetração das economias 
nacionais ou regionais postas em jogo.
A integração econômica é vista como um projeto de maior inserção na 
economia internacional, como atrativo para novos investimentos e, em 
alguns casos, como eventual instrumento na negociação com os demais 
blocos econômicos existentes. “O diálogo do futuro não será entre Na-
ções-Estado, e, sim, entre blocos e regiões econômicas.” (MAIA, 2004, p. 
177) A formação de blocos econômicos regionais de comércio representa 
esforços em escala regional com o objetivo de formar uma zona de livre 
comércio onde as empresas possam operar em um espaço protegido.
2.1. Etapas do procEsso dE intEgração
Os processos pacíficos de integração seguem etapas definidas. São elas: a 
Zona de Livre Comércio (ZLC), a União Aduaneira (UA), o Mercado Comum 
e depois as Uniões Econômicas e Monetárias.
A Zona de Livre Comércio é o estabelecimento, pela via de tratados 
internacionais, da livre circulação das mercadorias sem barreiras ou res-
trições quantitativas ou aduaneiras, conservando os Estados integrantes 
total liberdade nas relações com terceiros países, inclusive em matérias 
relacionadas com importação e exportação.
A união aduaneira é um passo além da zona de livre comércio cujo 
elemento característico da livre circulação de mercadorias incorpora, 
completando-o com a adoção de uma Tarifa Externa Comum (TEC), “eli-
minando” os complexos problemas da definição das regras de origem. 
Estabelecida a alíquota comum, normalizados os procedimentos de im-
portação e exportação em face dos países de fora da zona aduaneira, os 
produtos circulam livremente no seu interior, onde recebem a proteção 
possível pela via da tarifa única e da dimensão do mercado abrangido 
(GUEDES, 2007).
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 6
O Mercado Comum é a terceira etapa do processo integracionista, que 
ultrapassa e contém a união aduaneira, acrescentando-lhe a livre circu-
lação de pessoas, bens, serviços e fatores de produção. Em termos de 
teoria econômica, o Mercado Comum almeja estimular a integração inter-
nacional das corporações produtivas e financeiras no interior do bloco. 
A quarta etapa de integração a ser atingida é a União Econômica, que 
compreende o Mercado Comum aliado a um sistema monetário comum 
a todos os países-membros. Em uma definição mais esclarecida:
A União Econômica e monetária é um mercado comumacrescido de 
uma moeda única. No seu interior, as moedas nacionais, seriam substi-
tuídas por uma divisa comunitária, emitida e controlada por um banco 
central supranacional.
3. O merCOsUl e a abertUra COmerCial brasileira
3.1. o MErcosul
No início da década de 1990, surgiram três blocos de comércio importan-
tes, sediados nas Américas e na Europa Ocidental. O Mercosul foi o ter-
ceiro bloco que surgiu, formado por países da América do Sul. A partir de 
1991, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai começaram a eliminar tarifas 
e outras barreiras ao comércio intrarregional.
O segundo estágio do desenvolvimento do Mercosul, iniciado no final 
de 1994, envolveu a criação de uma união alfandegária para impor uma 
tarifa comum ao comércio externo, ao mesmo tempo em que aplicava 
tarifas uniformes e mais baixas ao comércio dentro do grupo. Até o mo-
mento, o Mercosul tem sido mais bem-sucedido do que imagina seus fun-
dadores. Sua importância no longo prazo provavelmente dependerá da 
disposição do Congresso dos Estados Unidos de superar sua relutância 
em estender o Nafta a toda a América Latina.
Os países do Mercosul representam também mais da metade do PIB 
total da América Latina e isso faz com que tenham destaque. As empresas 
norte-americanas poderão beneficiar-se com a formação do Mercosul e 
do mercado único europeu, mas somente se estiverem preparadas. Terão 
de oferecer um conjunto desejável de produtos a um conjunto diversifica-
do de consumidores, estar preparadas para tirar proveito de uma varie-
dade de moedas e de mercados e instrumentos financeiros.
3.2. abErtura coMErcial brasilEira
Até a década de 1990 o Brasil era considerado um país com economia 
fechada. Nos últimos anos, os países começaram a reduzir as barreiras 
ao comércio em decorrência das negociações empreendidas no GATT 
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 7
(Acordo Geral de Tarifas). Com a abertura comercial, a tendência que haja 
uma equalização dos preços, com um aumento do preço relativo do bem 
intensivo em trabalho menos qualificado no país em desenvolvimento e 
um movimento na direção oposta do país desenvolvido.
A economia brasileira até 1985 encontrava-se fortemente protegida 
em relação à concorrência internacional na medida em que a tarifa legal 
média superava 130%, sem considerar uma extensa lista de proibição de 
importações, que só não envolvia petróleo e bens de capital. Em 1988, 
iniciou-se um processo gradual de abertura que foi fortemente aprofun-
dado, embora existisse um cronograma de redução de tarifas compreen-
dendo o período de Jan/91 à Dez/94, a utilização da abertura comercial 
como um dos mecanismos de controle da inflação levou à antecipação 
das datas de redução.
Em 1994 com o surgimento do Plano Real, a tarifa média passou a 
representar 15%; já em 1995 em virtude da deterioração das contas ex-
ternas, o governo brasileiro passou a recuar na diminuição do Mercosul, 
principalmente de bens duráveis, incluindo-os na lista de exceção à tarifa 
comum ou impondo restrições não tarifárias.
A partir do segundo semestre de 1996 com a retomada do fluxo de 
capitais externo e as pressões da Organização Mundial do Comércio, 
ocorreu a flexibilização das restrições não tarifárias no setor automoti-
vo, ocorrendo, assim, a conciliação do processo de Abertura Comercial, 
no mesmo período, as mudanças no mercado de trabalho brasileiro vem 
também acompanhada por programas de privatização de empresas esta-
tais, desregulamentação de setores e planos de estabilização econômica, 
buscando criar um ambiente para o aumento da competitividade da eco-
nomia brasileira.
4. bem qUe a amériCa latina tentava
Com o surgimento do Mercado Comum Europeu, em 1950, a América 
Latina buscou a necessidade de alcançar meios para a concretização da 
integração econômica na região. Esse fato se deve ao temor gerado pela 
possibilidade da Europa, unida, se tornar uma superpotência, interferindo 
nas relações comercias de todo o mundo e aumentar o grau de protecio-
nismo para com os países não membros.
A CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), órgão ligado a 
ONU (Organização das Nações Unidas), foi a instituição que mais lutou 
para a integração econômica regional. A CEPAL propunha à industrializa-
ção como base para o desenvolvimento latino-americano. A CEPAL des-
mentia os benefícios de uma política econômica de fronteiras abertas e 
sustentava em contraposição um papel regulador dos governos a fim de 
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 8
reestruturar as economias nacionais. A principal recomendação foi a de 
promover a substituição de importações através da proteção das indús-
trias nascentes, política que foi amplamente adotada. Até certo ponto, as 
recomendações da CEPAL foram seguidas pelos governos latino-america-
nos e efetivamente houve uma melhoria econômica, embora limitada, nos 
anos cinquenta e sessenta.
4.1. o tratado dE MontEvidéu E a criação da alalc
A ALALC (Associação Latino-Americana de Livre Comércio, foi criada em 
18 de fevereiro de 1960 pelo chamado Tratado de Montevidéu. Esse tra-
tado previa o estabelecimento gradual de um mercado comum, prepara-
do pela constituição de uma zona de livre comércio. Inicialmente contava 
com sete integrantes que são: Argentina, Brasil, Chile, Peru, Paraguai, Mé-
xico e Uruguai. Posteriormente também recebeu a adesão da Colômbia, 
do Equador, da Venezuela e da Bolívia.
A ALAC não provocou profundas mudanças na economia e no comércio 
da região. Houve um significativo aumento das trocas comerciais entre os 
países-membros do tratado, mas não a ponto de provocar alterações e 
diversificações nas atividades econômicas na zona de livre comércio. No 
entanto, problemas locais e externos limitaram a atuação da ALALC.
4.2. o Mcca (MErcado coMuM cEntro-
aMEricano) E o pacto andino
Os países da porção ístmica da América Central (Guatemala, El Salvador, 
Honduras, Nicarágua e Costa Rica) constituíram o MCCA em 1960, com 
sede na cidade de Manágua – na Nicarágua. O MCCA surgiu para inte-
grar as economias e incentivar os investimentos industriais nos países do 
istmo centro-americano, que buscavam o seu lugar no contexto interna-
cional de desconcentração geográfica da indústria. Entretanto, as crises 
políticas, as lutas armadas entre grupos e a fragilidade das economias 
desses países limitaram a atividade do MCCA.
O Pacto Andino foi instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena (Co-
lômbia), com o objetivo de promover a cooperação entre os países andi-
nos e o desenvolvimento regional, além de atuar como órgão consultivo 
em questões políticas relativas à região. Membros: Venezuela, Colômbia, 
Equador, Peru e Bolívia. O Chile retirou-se do pacto Andino em 1977.
4.3. a associação latino-aMEricana dE intEgração (aladi)
Os governos da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Equador, Méxi-
co, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela “persuadidos” de que a integração 
econômica regional constitui um dos principais meios para que os países 
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 9
da América Latina possam acelerar o seu desenvolvimento econômico e 
social; decididos a renovar o processo de integração latino-americano, 
apostam em uma nova tentativa de integração – a ALADI (Associação Lati-
no-Americana de Integração).
O novo tratado possui metas menos ambiciosas e mais flexíveis, mes-
mo conservando o princípio multilateralista de criação de um mercado 
comum, não estabelecendo prazos ou cronogramas para a realização des-
sas metas. Esse novo tratado abandonou os antigos objetivos para criar 
uma zona de livre comércio, aceitando a criação de uma área de prefe-
rências econômicas. A ALADI, mais flexível do que a ALALC aceitava pactos 
parciais entre dois ou mais países, de acordo com a realidade regional,o 
nível de desenvolvimento dos países.
5. a integraçãO eCOnômiCa e Os planOs da Cepal
O interesse pelo tema “integração econômica regional” tem crescido nos 
últimos anos. Além do “modismo” em torno da palavra globalização, tem 
contribuído para tal interesse a consolidação da União Europeia como 
uma verdadeira união monetária e o surgimento de importantes acor-
dos regionais como o Acordo de Livre Comércio da América do Norte – 
NAFTA e o Mercado Comum do Sul – MERCOSUL, dentre outros, acordos 
estes que têm trazido tanto para o meio acadêmico quanto para o meio 
político inúmeras questões econômicas, políticas e sociais decorrentes 
dos processos de integração na atual configuração das relações econô-
micas internacionais.
Na América Latina, diversas tentativas de integração têm sido observa-
das ao longo das últimas décadas, cuja influência da Comissão Econômica 
para a América Latina e Caribe – CEPAL é marcante. Entretanto, o desta-
que dado a CEPAL pela sua contribuição teórica à integração econômica 
regional é bastante tímido na literatura econômica sobre economia inter-
nacional. Em geral, o “pensamento econômico da CEPAL” é relacionado ao 
processo de substituição de importações e aos fenômenos da deteriora-
ção dos termos de troca e da inflação estrutural.
5.1. o quE é a cEpal?
A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) foi criada 
em 25 de fevereiro de 1948, pelo Conselho Econômico e Social das Nações 
Unidas (ECOSOC), através da Resolução 106 (VI), com objetivo básico de 
ajudar os governos latino-americanos a fomentar o desenvolvimento eco-
nômico de seus países e elevar o nível de vida de seus povos, e tem sua 
sede em Santiago, Chile.
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 10
A CEPAL é uma das cinco comissões econômicas regionais das Nações 
Unidas (ONU). Foi criada para coordenar as políticas direcionadas à pro-
moção do desenvolvimento econômico da região latino-americana, coor-
denar as ações encaminhadas para sua promoção e reforçar as relações 
econômicas dos países da área, tanto entre si como com as demais na-
ções do mundo. Posteriormente, seu trabalho ampliou-se para os países 
do Caribe e se incorporou o objetivo de promover o desenvolvimento so-
cial e sustentável.
Suas críticas foram construídas a partir do que se convencionou cha-
mar de “pensamento cepalino”, a CEPAL deslanchou liderada pelo argenti-
no Raúl Prebisch, talvez o maior economista que a América Latina já teve.
Todos os países da América Latina e do Caribe são membros da CE-
PAL, junto com algumas nações desenvolvidas, tanto da América do Norte 
como da Europa, que mantêm fortes vínculos históricos, econômicos e 
culturais com a região. No total, os Estados-membros da Comissão são 43 
e 8 membros associados, condição jurídica acordada para alguns territó-
rios não-independentes do Caribe.
Desde os seus primórdios, a CEPAL tem buscado promover o desen-
volvimento econômico e social e a cooperação entre os países, mediante 
vários trabalhos que, sem ignorar as contribuições genéricas da análise 
econômica, contemplam as características particulares e os problemas 
específicos das nações da América Latina e do Caribe.
Atenção
A CEPAL é uma das cinco comissões econômicas regionais 
das Nações Unidas (ONU). Foi criada para coordenar as po-
líticas direcionadas à promoção do desenvolvimento econô-
mico da região latino-americana.
Nos anos recentes, a CEPAL tem-se dedicado particularmente ao estudo 
dos desafios que propõe a necessidade de retomar o caminho do cresci-
mento sustentado, assim como a consolidação de sociedades plurais e de-
mocráticas. No marco da proposta geral, conhecida como transformação 
produtiva com equidade, foram consideradas questões tais como o papel 
da política social; o tratamento dos aspectos ambientais e demográficos e 
a estratégia educativa; a necessidade do progresso técnico para inserir-se 
de maneira competitiva no âmbito global, consolidar a estabilidade das 
economias da região e dinamizar seu processo de expansão.
antena 
pArAbóliCA
Você consegue visualizar ao seu redor, agora, neste exato 
instante, quantos produtos a sua volta são importados?, 
onde são fabricados? (muitos provavelmente são chineses), 
poderiam ser latinos?
Faça como reflexão com base no texto abaixo uma pro-
posta de setores e empresas que a América latina poderia 
ser a grande fabricante? O que é preciso para isso ocorrer?
Exportações para gigante asiático crescem 12 vezes em 
uma década.1
China supera sócios tradicionais, como EUA.
CARACAS. Da América Latina para a China vão matérias-pri-
mas, energia e alimentos. Do país asiático chegam produtos 
tecnológicos, industrializados, têxteis e projetos de coope-
ração. Na última década, as exportações do subcontinente 
para o gigante econômico aumentaram 12 vezes, enquanto 
as importações cresceram oito vezes, segundo o Sistema 
Econômico Latino-Americano (Sela). O intercâmbio supera 
o comércio que muitos países da área tinham com sócios 
tradicionais, como os Estados Unidos ou nações vizinhas.
O processo é visto por observadores como uma relação 
semelhante à que o Japão teve com nações próximas entre 
os anos 1960 e 1990. O país nipônico impulsionou o cresci-
mento econômico de seus vizinhos (que elevaram a renda 
per capita entre 15% e 70%) por meio de seu desenvolvi-
mento tecnológico.
A China se converteu em um sócio estratégico. Há muitas 
oportunidades de exportação e investimentos nas áreas de 
mineração, engenharia, agricultura, infraestrutura, ciência e 
tecnologia – diz Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comis-
são Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).
A China já ultrapassou os EUA como sócio principal do 
Brasil, assim como do Chile, em matéria de importações. 
Na Venezuela, também superou a Colômbia e Brasil como 
aliado comercial. O caso do México é especial porque, ain-
da que seja um competidor da China para produtos de 
1. Fabiola Zerpa – O 
Globo – 18/12/2011.
exportação para EUA e Canadá, o comércio bilateral cres-
ceu 2.000% entre 1990 e 2010. Em outras nações, o avanço 
é evidente: no Uruguai aumentou 40% entre 2010 e os 11 
primeiros meses deste ano, enquanto o Equador vende 54% 
de seu petróleo ao gigante asiático.
Alta demanda de produtos primários
A importância da China para a região se concentra em sua 
alta demanda de produtos primários. Para manter seu nível 
de crescimento – 8% ao ano há uma década – precisa de 
alimentos, energia e matérias-primas. E a América Latina é 
a fornecedora. Já os países latino-americanos se beneficia-
ram da demanda chinesa por ter elevado os preços de suas 
matérias-primas no mercado internacional. Analistas eco-
nômicos indicam que o crescente intercâmbio produziu um 
efeito de proteção sobre a região e ajudou a resguardá-la 
durante a crise financeira nos EUA e na Europa.
A Argentina se tornou para a China uma fonte de alimen-
tos de longo prazo. E está investindo em terras. Um exem-
plo é o acordo entre duas províncias – a argentina Rio Negro 
e a chinesa Heilongjiang – e a empresa de alimentos Beida 
Yuang. O objetivo é alugar de proprietários particulares até 
200 mil hectares para garantir a plantação de milho, trigo, 
soja e leite aos habitantes de Heilongjiang durante 20 anos. 
Em troca, a empresa se comprometeu a investir US$ 1,45 
bilhão para irrigar tais terras.
A China também planeja comprar terras no Peru. No 
Uruguai, o único latino-americano que exporta gado em 
pé para o mercado chinês, os asiáticos também querem 
comprar terras.
O Chile também é um provedor relevante de alimentos 
para a China. Em 2010, 81% dos pedaços de truta congela-
da importados pela China provinham do país sul-americano 
que também é líder nas importações chinesas de cerejas 
(75%), ameixas (74%), maçãs (70%), morangos congelados 
(58%),uvas (51%) e vinho a granel (35%).
Venezuela, Equador, Argentina e Brasil são fornecedores-
-chave de petróleo. O caso mais evidente é o de Caracas, 
que intensificou o intercâmbio energético com Pequim des-
de 2007, quando criaram o Fundo de Cooperação China-Ve-
nezuela. O instrumento é fonte de financiamento de obras 
de infraestrutura pública, a partir de um empréstimo de US$ 
4 bilhões desembolsado pelo Banco de Desenvolvimento da 
China (BDC), cuja amortização foi atrelada ao fornecimento 
de 100 mil barris diários de combustível pela Petróleos de 
Venezuela (PDVSA).
A China também se converteu na principal financiadora 
do Equador, após a crise de 2009, que levou à queda nos 
preços do petróleo. Para se recuperar, Quito assinou com 
Pequim um primeiro crédito de US$1 bilhão. Atualmente, 
a dívida é de US$ 6,7 bilhões, quase 12% do PIB, razão pela 
qual o Equador envia à China 54% de sua produção, nove 
milhões de barris mensais.
No Brasil, energia e mineração representam 90% dos in-
vestimentos chineses. O negócio mais importante de 2010 
foi a aquisição de 40% da Repsol-Brasil pela Sinopec, estatal 
chinesa de petróleo e gás, por US$ 7,1 bilhões. Segundo a 
Câmara de Comércio Brasil-China, este ano os chineses se 
converteram nos maiores investidores estrangeiros no país, 
com US$ 30 bilhões.
A relação com a China tem custos e benefícios. Chihon Ley, 
diretor de Programas na Ásia do Centro de Educação Execu-
tiva da Universidade Adolfo Ibáñez, no Chile, destaca que no 
âmbito comercial importadores e consumidores foram be-
neficiados por um fácil acesso a produtos chineses a preços 
convenientes e que dificilmente produtores locais poderiam 
oferecer. O ponto negativo é que fabricantes locais desses 
produtos tiveram que mudar de atividade ou fechar.
Relação centro-periferia pode voltar à região
Sobre sua faceta de exportadora de matéria-prima, o espe-
cialista destaca que a América Latina vai se beneficiar de sua 
relação com a China por 15 a 20 anos – a duração do ciclo 
virtuoso da demanda sustentada chinesa por esses produ-
tos. O que também tem um custo:
Os latino-americanos enfrentam o risco de voltar a uma 
fase primária de produção, focados em artigos sem valor 
agregado, e de se transformarem em economias extrativas. 
A América Latina já esteve submetida a uma dinâmica cen-
tro-periferia com os EUA. Corremos o risco de repetir essa 
dinâmica com a China.
e AgorA, José?
Nesta Unidade vimos como é o processo de integração 
da América Latina, seja através de formação de acordos, 
ou de blocos ou de zonas de livre comércio.
Não se esqueça da discussão de integração da Améri-
ca Latina, vai muito além de formação de blocos, existe 
todo um cenário histórico, social e cultural a ser ultra-
passado. É preciso ser forte, sem deixar um outro país 
economicamente enfraquecido.
Há um forte espírito crítico que deve ser levado em 
consideração, além da colonização que foi bem dife-
rente, enquanto o Brasil teve sua independência anun-
ciada, os países de colonização espanhola comemoram 
a luta de Simon Bolívar como líder de um movimento 
de independência.
Nesse sentido a CEPAL foi quem inseriu na discussão 
mundial a necessidade de políticas diferenciadas para os 
países da América Latina e Caribe.
Deixo aqui uma pergunta: Esse modelo funciona para 
a América do Norte? Que diferenciais além da língua fa-
lada possuem os países da América do Norte, que dificul-
tam a formação de um bloco único?
O que é NAFTA? E ALCA?
Veremos na próxima unidade de aprendizagem toda a 
perspectiva dos EUA para a integração econômica.
Negócios Internacionais / UA 14 A Integração Econômica na América Latina 15
glossário
MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) forma-
do por: Argentina, Brasil, Paraguai e Uru-
guai e, associados, Bolívia e Chile.
ALADI (Associação Latino-Americana de In-
tegração), formada por: Argentina, Bolívia, 
Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Méxi-
co, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
CAN (Comunidade Andina), formada por: Bo-
lívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.
CARICOM (Mercado Comum e Comunidade 
do Caribe), formado por: Antígua e Bar-
buda, Bahamas, Barbados, Belize, Dominica, 
Granada, Guiana, Haiti, Jamaica, Montserrat, 
Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vi-
cente e Granadinas, Suriname e Trinidad e 
Tobago.
MCCA (Mercado Comum Centro-Americano), 
formada por: Costa Rica, El Salvador, Gua-
temala, Honduras, Nicarágua.
referênCiAs
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