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1 2 - Meios de cultura e cultivo bacteriano

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Meios de cultura e cultivo bacteriano
APRESENTAÇÃO
Os microrganismos têm seu crescimento diretamente afetado por fatores ambientais, como 
atmosfera gasosa, temperatura, pH, atividade de água e presença de nutrientes. Na microbiologia 
clínica, para a realização de um cultivo, todos esses fatores devem ser controlados e ajustados de 
acordo com as exigências dos microrganismos infecciosos que se deseja isolar.
Nesta Unidade de Aprendizagem você estudará como é possível cultivar microrganismos em 
laboratório e quais as condições que devemos fornecer para uma adequada avaliação do 
isolamento de microrganismos em microbiologia clínica. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer as técnicas de inoculação de materiais em meios de cultura.•
Identificar as principais características dos meios de cultura e seu uso.•
Listar as condições necessárias para incubação de um meio de cultura.•
DESAFIO
Infecções gastrointestinais acometem um grande número de indivíduos, especialmente crianças 
e idosos, sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade. Há uma ampla diversidade 
de agentes causadores de infecções gastrointestinais (bactérias, vírus e parasitas) e em algumas 
condições esses agentes devem ser investigados. Entre as bactérias, destacam-se a família das 
enterobactérias (Salmonella, Shigella e Escherichia coli) que são microrganismos anaeróbios 
facultativos que colonizam o trato gastrointestinal humano, podendo causar infecções, assim 
como a Campylobacter, que são microrganismos microaerófilos, geralmente encontrados em 
aves que possuem uma temperatura corporal próxima a 42°C. Um dos exames utilizados para 
definição da etiologia das infecções gastrointestinais é a cultura de fezes. Nas culturas rotineiras 
é indicada apenas a pesquisa dos principais patógenos bacterianos, mas deve-se levar em 
consideração que as fezes são intensamente colonizadas pela microbiota gastrointestinal, 
havendo até 1012 UFC/g de bactérias contaminantes. Isso torna essencial uma escolha 
cuidadosa dos meios de cultura, técnicas de inoculação e condições de incubação para 
isolamento dos patógenos de rotina. Desse modo, há diversas escolhas que devem ser realizadas 
para um adequado cultivo de amostras de fezes.
Explique as seguintes necessidades para esse cultivo: 
a) Tipos de meios de cultura indicados. 
b) Técnica de inoculação dos meios. 
c) Condições de incubação dos meios.
INFOGRÁFICO
No infográfico estão representadas as principais técnicas de inoculação de amostras em placas 
de meios na microbiologia clínica.
CONTEÚDO DO LIVRO
Ao selecionar os meios de cultura e o processo de cultivo bateriano é importante conhecer o 
potencial de crescimento de cada meio de cultura e adequar ao perfil bacteriano esperado para 
cada material. Para conhecer mais sobre isso, acompanhe um trecho da obra Técnicas básicas de 
laboratório clínico, de Barbara Estridge e Anna Reynolds.
Boa leitura!
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Tradução:
Ana Lucia Peixoto de Freitas
Professora Adjunta do Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia da 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Mestre em Microbiologia pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA)
Doutora em Ciências Médicas pela UFRGS
Beatriz A. Rosário
Graduada em Farmácia Industrial pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Ex-professora Substituta de Controle de Qualidade da Faculdade de Farmácia da UFRJ
Joiza Lins Camargo
Chefe da Unidade de Bioquímica e Imunoensaios do Serviço de Patologia Clínica do 
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)
Mestre em Bioquímica Clínica pela Universidade de Londres
Doutora em Ciências Médicas: Endocrinologia pela UFRGS
Simone Martins de Castro
Professora Adjunta do Departamento de Análises da Faculdade de Farmácia da UFRGS
Farmacêutica-Bioquímica Responsável Técnica do Laboratório de Referência em 
Triagem Neonatal do RS – HMIPV – PMPA 
Mestre em Farmacologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Doutora em Ciências Biológicas (Bioquímica) pela UFRGS
E82t Estridge, Barbara H. 
 Técnicas básicas de laboratório clínico [recurso eletrônico] / 
 Barbara H. Estridge, Anna P. Reynolds ; tradução: Ana Lucia 
 Peixoto de Freitas ... [et al.] ; revisão técnica: Afonso Luis 
 Barth, Suzane Silbert. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto 
 Alegre : Artmed, 2011.
 Editado também como livro impresso em 2011.
 ISBN 978-85-363-2536-1
 1. Farmacologia. 2. Laboratório farmacêutico. I. Reynolds, 
 Anna P. II. Título.
CDU 615.12
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB-10/Prov-009/10
638 UNIDADE 7 Microbiologia Clínica Básica
INTRODUÇÃO
Algumas técnicas básicas devem ser dominadas para se trabalhar 
efetivamente no laboratório de bacteriologia. O profissional deve 
ser treinado no uso correto de meios de cultura, equipamentos e 
reagentes antes de começar a trabalhar em bacteriologia. Práticas 
de trabalho seguras devem ser seguidas quando se trabalha com 
culturas bacterianas, para evitar a exposição do trabalhador e do 
ambiente ao organismo. Os técnicos devem estar capacitados em 
técnicas assépticas, uso de alça bacteriológica, preparação do ma-
terial para enviar a laboratórios de referência e técnicas adequa-
das de cultivo. A Lição 1-6 sobre segurança biológica deve ser 
revisada antes de se começar esta lição.
TÉCNICA ASSÉPTICA
Normalmente se pensa em técnica 
asséptica como um conjunto de pro-
cedimentos para prevenir a dissemi-
nação da infecção durante procedimentos cirúrgicos. Porém, 
no laboratório de bacteriologia, técnicas assépticas incorpo-
ram práticas de trabalho para impedir que bactérias infectem 
os humanos ou contaminem superfícies, além de evitar a con-
taminação da cultura bacteriana com organismos indesejados. 
A técnica asséptica inclui meios físicos e químicos de prevenir 
contaminação.
Meios físicos para prevenir a contaminação
Roupa protetora
Existem várias maneiras de incorporar técnicas assépticas aos 
procedimentos do laboratório. O uso de avental de laboratório 
resistente a fluidos protege o técnico de contaminação, e as man-
gas longas protegem a cultura de contaminação. O avental de la-
boratório deve ser lavado no hospital ou no laboratório, e não 
deve ser usado em casa.
Uso seguro de equipamento
É importante manusear materiais e equipamentos com segu-
rança. A alça bacteriológica, usada para transferir bactérias, 
deve ser esterilizada e esfriada antes e depois de cada uso (Fig. 
7-26). Ela deve ser colocada em suporte e nunca deixada sobre 
a bancada.
Pesquisa recente mostrou que a maioria das infecções adqui-
ridas no laboratório ocorre por via respiratória. Então, é muito im-
portante evitar situações que criem aerossóis de microrganismos 
infecciosos. Se alças descartáveis plásticas estéreis não podem ser 
usadas, deve ser tomado cuidado para prevenir formação de aeros-
sóis quando a alça bacteriológica é esterilizada.
Cabines microbiológicas de segurança
Cabines microbiológicas de segurança são câmaras de fluxo la-
minar especialmente desenhadas para proteger o trabalhador dos 
agentes infecciosos. A maioria dos laboratórios tem cabines de 
classe I ou de classe II. Cabines de classe I protegem o trabalha-
dor e o ambiente, mas não protegem a cultura. Cabines de clas-
se II protegem o trabalhador, o ambiente e a cultura (Fig. 7-27). 
Ainda que o trabalho bacteriológico de rotina não exija o uso de 
cabine de segurança, todo trabalho com fungos, Mycobacterium e 
certos outros agentes infecciosos deve ser executado usando ca-
bine de classe II.
 
quadrante – um quarto de círculo; um quarto de placa de ágar.
técnicas assépticas – práticas de trabalho usadas para prevenir a contaminação quando se trabalha com 
microrganismos.
FIGURA 7-26 Esterilização de uma alça bacteriológica usando o incinera-
dor elétrico.
FIGURA 7-27 Uso de uma cabine de fluxo laminar em laboratório de mi-crobiologia. (De CDC, Atlanta, GA.)
639LIÇÃO 7-5 Técnicas de Cultura para Bactérias
As cabines de classe II operam sugando ar do ambiente, ao 
redor do operador, pela grade frontal do gabinete, que depois 
passa por um filtro de ar de alta eficiência, chamado de filtro 
HEPA. O ar filtrado entra na câmara pela parte de cima e é su-
gado para baixo, com o fluxo de ar se dividindo quando se apro-
xima da superfície de trabalho. Parte do ar é drenada através da 
grade frontal e o restante pela grade do fundo, fornecendo um 
meio livre de partículas dentro da cabine. O ar atravessa, então, 
o filtro exaustor HEPA de volta para a câmara. Ainda assim, os 
técnicos devem usar técnicas assépticas ao trabalhar com culturas 
em uma cabine de segurança.
Meios químicos para prevenir 
a contaminação
Desinfetantes, substâncias químicas usadas para matar ou con-
trolar o crescimento de microrganismos em objetos inanimados, 
são usados com liberalidade e frequência no laboratório de bacte-
riologia. Desinfetantes são efetivos contra a maioria das bactérias, 
como também alguns vírus e fungos (Tab. 7-17). Desinfetantes 
chamados bactericidas matam bactérias; aqueles rotulados como 
bacteriostáticos apenas reduzem a sua velocidade de crescimen-
to. Desinfetantes que matam microrganismos em seus estados 
ativos, vegetativos, podem não ser efetivos contra a fase mais re-
sistente de esporo.
Já que a desinfecção só reduz o número de microrganismos 
a um nível mais baixo, em vez de matar todos os microrganismos 
presentes, os desinfetantes devem ser usados em abundância e 
com frequência nas superfícies de trabalho. Desinfetantes devem 
ser aplicados nas bancadas antes de começar um procedimento e 
depois que o trabalho for completado. Além disso, as áreas de tra-
balho devem ser esfregadas com desinfetantes toda vez que ocor-
rer derramamento ou esguicho de materiais. A efetividade de um 
desinfetante é influenciada por sua concentração, pelo número e 
pelo tipo de microrganismos, pelo pH, pelo tempo de contato e 
pela temperatura. A presença de substâncias interferentes, como 
proteínas ou outro material orgânico, pode reduzir a efetividade 
dos desinfetantes (Tab. 7-18).
Antissépticos são substâncias químicas que controlam o 
crescimento de microrganismos no tecido vivo. Sabões antissép-
ticos, géis ou espumas são usados para limpar as mãos antes de 
vestir luvas, depois de removê-las e em qualquer momento que 
a mão for contaminada. Os rótulos de desinfetantes e antissépti-
cos fornecem informação sobre a efetividade do produto contra 
vários microrganismos. A Tabela 7-17 lista categorias de desinfe-
tantes e antissépticos e os tipos de organismos para os quais eles 
são efetivos.
Esterilização é um método que livra de organismos vivos, 
inclusive esporos, um material ou uma área. Ela geralmente é 
executada por autoclavação. Apesar de a esterilização por meio 
de autoclave ser preferível, materiais que não podem ser sub-
metidos ao calor podem ser esterilizados pela exposição a subs-
tâncias químicas como aldeídos, peróxidos e gás de óxido de 
etileno.
MEIOS DE CULTURA PARA 
BACTERIOLOGIA CLÍNICA
Meio de cultura bacteriológico é usado para fazer crescer bac-
térias no laboratório. O meio pode ser líquido, como um caldo, 
ou sólido, como tubos ou placas de meios que contêm ágar (Fig. 
7-28). Ágar é um derivado de algas usado para solidificar meios 
líquidos.
Em um laboratório clínico, a função dos meios é ajudar a 
recuperar, crescer, isolar e identificar microrganismos. Um bom 
meio de múltiplos usos deve permitir o crescimento de uma gran-
de variedade de microrganismos e ser econômico. Um meio que 
cumpre essas exigências é o ágar-sangue de carneiro, comumen-
te chamado de ágar-sangue (AS). Este permite o crescimento da 
maioria dos microrganismos, dos minúsculos micoplasmas até a 
maioria das leveduras.
Meios primários
O meio primário é aquele no qual o material coletado do pacien-
te é primeiramente inoculado. A escolha desse meio é importante 
e pode determinar o sucesso na recuperação do agente causador 
da infecção. O meio primário é escolhido com base no local da 
infecção, por exemplo. Assim, o meio usado para uma cultura de 
ferimentos deve ser diferente do usado para uma cultura de secre-
ção uretral (Tabs. 7-19 e 7-20).
Meios seletivos
Um meio seletivo contém ingredientes que inibem o crescimen-
to de certos microrganismos, enquanto permitem o crescimento 
de outros. Dois exemplos de meios seletivos são o MacConkey 
(MAC), mostrado na Figura 7-29, e o EMB. Usar um meio sele-
tivo aumenta as chances de recuperar um organismo particular 
a partir de uma população bacteriana mista (Tabs. 7-19 e 7-20).
TABELA 7-17 Desinfetantes e antissépticos comumente usados em microbiologia
NOME QUÍMICO OU NOME COMUM ORGANISMOS CONTRA OS QUAIS É EFETIVO USO
Álcool 70 a 90% (isopropanol, etanol) Bactérias, Mycobacterium, alguns vírus Pele e superfícies
Tintura de iodo Bactérias, fungos, vírus, protozoários Pele
Alvejante com cloro a 10% Especialmente efetivo para vírus Superfícies
Fenólicos Maioria das bactérias e vírus; Mycobacterium Superfícies
Sais de amônio quaternário Bactérias, alguns fungos Superfícies
640 UNIDADE 7 Microbiologia Clínica Básica
Meios indicadores
O meio indicador (meio diferencial) detecta a atividade meta-
bólica de um microrganismo particular. O meio indicador pode 
mostrar reações químicas de bactérias, como fermentação de 
açúcares, por uma mudança de cor na colônia bacteriana ou no 
meio. Um exemplo de um meio indicador é o MAC, que pro-
duz uma cor rosa quando um organismo fermenta a lactose (Fig. 
7-29A). Alguns meios, como o EMB e o MAC, contêm ingre-
dientes que os fazem funcionar como meios indicadores e meios 
seletivos. As características do crescimento em meio primário, 
seletivo e indicador são pistas valiosas para a identificação de 
um microrganismo (Fig. 7-30). A Tabela 7-20 dá exemplos de 
meios primário, seletivo e indicador, seus principais constituin-
tes e reações.
EXECUÇÃO DE TÉCNICAS CULTURAIS
No laboratório de bacteriologia, o técnico frequentemente 
precisa transferir material de cultura de um tipo de meio para 
outro. O processo de transferir uma população de microrganis-
mos para um meio de cultura é chamado inoculação (ou seme-
adura). O grupo de microrganismos transferido é chamado de 
inóculo. A primeira transferência de inóculo é desde o local de 
infecção para o meio primário. Por exemplo, um swab de gar-
TABELA 7-19 Exemplos de materiais comuns, possíveis microrganismos isolados e meios recomendados
FONTE ORGANISMOS POTENCIAIS MEIOS C O 2
Urina E. coli AS, EMB ou MAC –
Klebsiella
Proteus
Pseudomonas aeruginosa
Enterococcus
Garganta Streptococcus pyogenes AS +
Escarro Streptococcus pneumoniae AS +
Tecidos Staphylococcus sp. AS, Choc, EMB ou MAC, Tio +
Streptococcus sp.
Enterobacteriacae
Bactérias anaeróbias
Vaginal/uretral Neisseria gonorrhoeae AS, Choc, TM +
Fezes Salmonella SS, HE, EMB ou MAC, selenite +
Shigella
E. coli patogênica
Liquido cerebrospinal Neisseria meningitidis AS, Choc, Tio +
Streptococcus pneumoniae
Haemophilus influenzae Hmeio +
Olhos, ouvido Neisseria gonorrhoeae AS, Choc, TM, EMB ou MAC, Tio +
Haemophilus sp
Staphylococcus aureus
Streptococcus pyogenes
Pseudomonas aeruginosa
Moraxella sp
AS = ágar-sangue; Choc = ágar-chocolate; MAC = MacConkey; SS = Salmonella-Shigella; HE = ágar Hecktoen; TM = Thayer Martin; Tio = tioglicolato; Hmeio = 
meio para isolamento de Hemophilus.
TABELA 7-18 Fatores que afetam a ação de antissépticos 
e desinfetantes
Tempo de contato
Temperatura
pH
Concentração química
Número de organismos presentes
Presença de matéria orgânica, como proteína e sangue
641LIÇÃO 7-5 Técnicas de Cultura para Bactérias
ganta seria inoculado em ágar-sangue de carneiro. O sucesso na 
recuperação e na identificação do agente causador da doença 
depende da própria coleta, da transferência do inóculo e do uso 
de técnica asséptica.
Precauções de segurança
Técnicos no laboratóriode bacteriologia devem 
observar as precauções-padrão, lembrando 
que os espécimes que eles manuseiam podem 
conter bactérias e outros materiais potencialmente infecciosos. 
Lavagem das mãos e uso de luvas são importantes ao manusear 
espécimes. Outros equipamentos de proteção individual (EPIs) 
devem ser usados quando necessário. Técnica asséptica, métodos 
físicos de prevenir contaminação e métodos de desinfecção quí-
micos devem ser combinados para assegurar que o laboratório de 
bacteriologia seja um ambiente de trabalho seguro.
As superfícies de trabalho devem ser lavadas com desinfe-
tante antes e depois de executar cada procedimento. Materiais 
contaminados nunca devem ser colocados com o lixo geral. Ma-
teriais como meios de cultura usados, alças descartáveis, swabs e 
qualquer outro material que entrou em contato com organismos 
vivos devem ser empacotados em sacos de descarte, descontami-
nados e descartados de acordo com o protocolo da instituição. 
Isso pode ser feito pelo método de autoclave antes do descarte, 
através de incineração ou usando um serviço especial de descarte 
de lixo laboratorial.
Avaliação da qualidade
A avaliação da qualidade (AQ) é um aspecto impor-
tante da bacteriologia. Um programa de qualidade 
eficaz assegura que os meios não estejam contamina-
dos, pois eles permitirão o crescimento de organismos, e que 
meios indicadores e seletivos estão com suas propriedades ade-
quadas. Um programa de AQ também ajudará a assegurar que 
o isolado seja identificado corretamente. O programa de AQ 
pode consistir de componentes internos e externos.
Programa interno de avaliação da qualidade
O programa interno inclui coleta do material, verificação dos 
meios, qualidade dos reagentes, desempenho dos equipamentos 
e proficiência dos profissionais. Microrganismos-controle po-
dem ser adquiridos comercialmente para satisfazer as exigências 
do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI) para tes-
tes de meios de cultura comercialmente preparados, teste de sus-
cetibilidade a antibióticos, ajudando a documentar o programa 
de avaliação de profissional. Um programa de AQ também deve 
incluir o monitoramento e o registro da temperatura de todas as 
incubadoras e refrigeradores.
Programa externo de avaliação da qualidade
Os laboratórios devem estar inscritos em um programa de AQ 
ou proficiência externo. Esses programas são a forma adequa-
da de assegurar que os profissionais estejam capacitados para 
identificar organismos. Em determinadas datas durante o ano, 
espécimes bacterianos são enviados para o laboratório para 
identificação. As agências reguladoras responsáveis pela inspe-
ção de laboratórios também oferecem programas de proficiência 
em microbiologia.
 
FIGURA 7-28 Vários tipos de meios de cultura usados em bacteriologia.
TABELA 7-20 Tipos comuns de meios para bacteriologia*
TIPO USO INGREDIENTES ATIVOS PROPÓSITO
AS Primário Sangue de carneiro ou coelho Permite crescimento de ampla variedade de organismos
Choc, MTM Primário Sangue aquecido Libera hemoglobina e fatores de crescimento para organismos fastidiosos
EMB Seletivo Eosina e azul de metileno Inibe organismos Gram-positivos
EMB Indicador Complexo eosina-azul de metileno Indica fermentação de lactose, sacarose
HE Seletivo Sais biliares, fucsina ácida, azul de bromotimol Isola e diferencia Salmonella e Shigella 
SS Seletivo Sais biliares, vermelho de fenol
MAC Seletivo Sais biliares, cristal violeta Inibe organismos Gram-positivos
MAC Indicador Vermelho neutro Indica fermentação da lactose
AS = ágar-sangue; MAC = MacConkey; Choc = ágar-chocolate; HE = ágar Hecktoen; MTM = meio de Thayer-Martin modificado; SS = Salmonella-Shigella; EMB = 
eosina azul de metileno.
*Estes são apenas alguns exemplos dos meios mais comuns usados em laboratórios pequenos; existem muitos outros tipos para usos especiais.
642 UNIDADE 7 Microbiologia Clínica Básica
Coleta e transporte de amostras
É importante que as amostras bacterianas sejam corretamente 
coletadas para assegurar que os resultados da cultura sejam váli-
dos. O tipo de swab usado para a coleta deve ser escolhido com 
cuidado. A maioria dos procedimentos bacteriológicos requer o 
uso de swabs estéreis feitos de poliéster (dacron) ou rayon, pois 
o algodão contém ingredientes que são tóxicos para muitos mi-
crorganismos. Uma vez que o swab do material seja entregue no 
laboratório, a semeadura em meios de cultura deve ocorrer o mais 
rápido possível.
Laboratórios pequenos frequentemente enviam espécimes 
para cultura em um laboratório de referência. As amostras são en-
viadas em um meio de transporte que provê o ambiente adequa-
do para os microrganismos durante o deslocamento (Fig. 7-31). 
Os materiais de transporte devem ser estéreis e incluir ingredien-
tes que protegerão, por várias horas, o microrganismo contra des-
secação. Estão disponíveis meios de transporte para satisfazer as 
exigências de crescimento de diferentes tipos de microrganismos, 
incluindo aeróbios e anaeróbios. O laboratório de referência deve 
fornecer um manual de procedimentos que inclua o uso de vários 
meios e um guia para seleção desses meios, normalmente baseado 
no local de infecção ou na fonte do espécime. O laboratório de 
referência também deve prover o laboratório que envia o material 
com vários tipos de meios de transporte.
Inoculação de meios
Durante a inoculação dos meios de cultura, devem ser manti-
das condições assépticas. A tampa da placa de Petri deve ser 
aberta apenas o suficiente para permitir a semeadura com a 
alça. Caso contrário, a tampa sempre deve ser mantida fechada 
para evitar contaminação do meio e da cultura. Após esterili-
zação, a alça reutilizável deve ser colocada em seu suporte, não 
sobre o balcão; alças descartáveis devem ser descartadas em re-
cipiente de risco biológico apropriado. Os riscos de formação 
de aerossol são reduzidos por manipulação cuidadosa da alça e 
uso de alças descartáveis estéreis, que eliminam a necessidade 
de flambagem.
A
B
FIGURA 7-29 Crescimento bacteriano em meio de cultura primário e em 
meio seletivo: (A) Escherichia coli, um Gram-negativo e (B) Staphylococcus 
aureus, um Gram-positivo, ambos inoculados em placa dividida de ágar-san-
gue (lado direito da placa) e MAC (lado esquerdo da placa). O ágar-san-
gue permite o crescimento de ambos os organismos; o MAC seleciona os 
Gram-negativos. (Cortesia de Remel, Inc., Lenexa, KS.)
FIGURA-30 Crescimento de Salmonella em ágar Hektoen, um meio indica-
dor. Note as colônias com centro escuro. (Cortesia de Remel, Inc., Lenexa, KS.)
643LIÇÃO 7-5 Técnicas de Cultura para Bactérias
Placas de ágar
O primeiro passo na inoculação de uma placa de ágar é rotulá-la 
com o nome do paciente e o número de identificação. A placa de 
Petri deve ser rotulada no fundo e não na tampa, já que as tam-
pas podem ser acidentalmente trocadas de uma placa para outra. 
As placas devem ser armazenadas e incubadas com o meio para, 
cima, para prevenir a condensação na tampa.
Inoculando a placa O meio é semeado esfregando o swab do 
material suavemente sobre um quadrante da placa de ágar-san-
gue (Fig. 7-32A). Quando só um swab é coletado, um esfrega-
ço pode ser preparado desse mesmo swab. Depois que o swab 
tenha sido usado para inocular a placa, ele é rolado por uma 
lâmina de microscópio, para produzir um esfregaço de aproxi-
madamente 1,5 a 2,5 cm de comprimento (Fig. 7-32B). Ele deve 
ser então descartado em um recipiente para material de risco 
biológico.
Semeando para isolamento de colônias Uma alça bacterio-
lógica é usada para distribuir o material inoculado na placa para 
obter colônias isoladas. Isso é realizado transferindo-se menos 
material de cultura para cada quadrante sucessivo. Deve-se evi-
tar pressão acentuada da alça bacteriológica, para evitar rasgar a 
superfície do ágar.
A alça é esterilizada, esfriada e então usada para distribuir 
o material do primeiro quadrante para o segundo (Fig. 7-33). A 
seguir, a alça é esterilizada novamente e usada paraespalhar o ma-
terial do segundo para o terceiro quadrante, e então do terceiro 
para o quarto. No quarto quadrante, o procedimento é cuidado-
samente terminado, para produzir colônias isoladas da bactéria 
(Fig. 7-33). Alguns preferem fazer as raias no quarto quadrante 
na forma de um tornado, aumentando a distância entre as colô-
nias que se desenvolverem.
Bisel de ágar
Tubos com bisel de ágar podem conter meio de transporte, meio 
de crescimento ou substâncias para testar as reações bioquímicas 
de bactérias. A parte inclinada é preparada colocando-se os tubos 
com o meio em ângulo enquanto o ágar solidifica. Colônias são 
retiradas de uma placa de ágar utilizando uma alça bacteriológica 
estéril (Fig. 7-34A).* O tubo inclinado é segurado com a outra 
mão enquanto o quarto e o quinto dedos da mão que segura a 
alça são usados para remover a tampa do tubo (Fig. 7-34B). A 
tampa é mantida na mão do profissional até que o tubo seja reca-
pado depois que o procedimento for completado.
A alça é inserida no tubo e faz-se um ziguezague na parte in-
clinada, começando na parte mais distante da inclinação e termi-
nando no topo (Fig. 7-35A). A alça é retirada, o tubo é fechado e a 
alça é esterilizada. Se a alça ou o material de cultura tocar a borda 
do tubo, esta deve ser esterilizada antes de recapar (Fig. 7-35B). 
Um bisel de ágar inclinado pode ser inoculado com swab de ma-
neira semelhante à descrita anteriormente.
Meios indicadores ou seletivos
Meios adicionais podem ser necessários para confirmar a iden-
tificação de um organismo. Eles são inoculados com a alça bac-
teriológica, usando as colônias isoladas que cresceram na placa 
primária. A tampa da placa é aberta somente para inserir a alça 
esterilizada e esfriada e apanhar uma ou duas colônias isoladas. 
 * N. de R. T.: Pode-se utilizar também um fio bacteriológico.
FIGURA 7-31 Meios de transporte.
A
B
FIGURA 7-32 (A) Inoculando um quadrante de uma placa usando swab; 
(B) preparando um esfregaço bacteriano usando um swab.
644 UNIDADE 7 Microbiologia Clínica Básica
Colônias isoladas
pelo espalhamento
através das estrias
Placa não
inoculada
Crescimento
no primeiro
quadrante Espalhamento nas
estrias do primeiro
crescimento Espalhamento nas estrias
do segundo crescimento
DCBA
FIGURA 7-33 Semeando uma placa de ágar em quatro quadrantes para obter isolamento de colônias. Em cima: (A) inoculação do primeiro quadrante; 
(B) girar a placa 90° e usar uma alça estéril para estriar no segundo quadrante; (C) girar outros 90°, flambar a alça e estriar no terceiro quadrante; (D) girar 
outros 90°, flambar a alça e fazer uma estria em padrão de “tornado” no quarto quadrante. Embaixo: crescimento bacteriano em cada quadrante quando 
semeado como mostrado nas figuras de cima.
A B
FIGURA 7-34 Transferindo bactérias de uma placa de ágar para um bisel de ágar: (A) seção das colônias de uma placa de ágar; (B) preparação para inocular 
o bisel.
 
DICA DO PROFESSOR
O vídeo descreve a técnica asséptica microbiológica e os cuidados necessários no cultivo 
bacteriano, relacionando com as informações apresentadas nessa Unidade de Aprendizagem.
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EXERCÍCIOS
1) O meio de cultura ágar sal manitol possui na sua composição elevada concentração 
de sal e vermelho de fenol que permite identificação das bactérias fermentadoras de 
manitol. Como esse meio de cultura pode ser classificado? 
A) 
Apenas enriquecedor.
B) 
Apenas seletivo.
C) 
Apenas diferencial.
D) 
Seletivo e diferencial.
E) 
Enriquecedor e diferencial.
2) Para o adequado cultivo de bactérias, é necessário que as condições ambientais sejam 
ajustadas para os microrganismos esperados. Ao realizar uma cultura de rotina com 
incubação de meios de cultura em aerobiose, qual das bactérias abaixo 
obrigatoriamente NÃO irá se desenvolver nos meios? 
A) 
Aeróbias estritas.
B) 
Microaerófilas.
C) 
Aeróbias facultativas.
D) 
Anaeróbias estritas.
E) 
Fermentadoras.
3) Os meios de cultura podem ser classificados de acordo com a consistência e 
apresentação em tubos ou placas de petri. Selecione a afirmação de apresentação e 
consistência mais adequada para avaliação da morfologia de uma colônia bacteriana. 
A) 
Líquido em tubos.
B) 
Sólido em placas.
C) 
Semissólidos em tubos.
D) 
Sólido em tubos.
E) 
Líquidos em placas.
4) Qual das opções abaixo NÃO é indicada para as técnicas de inoculação de meios por 
esgotamento? 
A) 
Uso de alças bacteriológicas calibradas.
B) 
Utilização de meios sólidos.
C) 
Esterilização da alça bacteriológica entre cada etapa de espalhamento.
D) 
Devem ser realizadas até quatro espalhamentos.
E) 
Utilização de meios em placas.
5) A técnica asséptica é um conjunto de procedimentos que contribuem para reduzir a 
contaminação dos espaços com microrganismos, assim como impedir a contaminação 
das culturas com microrganismos indesejados. Abaixo são listados alguns 
procedimentos. Selecione aquele que você considera NÃO ser adequado numa técnica 
microbiológica asséptica. 
A) 
Flambar alças bacteriológicas.
B) 
Abertura de tubos e placas próxima à chama do bico de Bunsen.
C) 
Colocação das tampas de tubos sobre a bancada de trabalho.
D) 
Limpeza de superfícies com desinfetante antes e após o uso.
E) 
Uso de jalecos e luvas ao realizar os procedimentos.
NA PRÁTICA
Acompanhe como as profissionais de um laboratório de análises clínicas agiram para solucionar 
um problema recorrente que podia afetar o resultado final da análise das amostras.
SAIBA +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Microscopia de luz e microbiologia 
Na obra a seguir conheça mais detalhes sobre o meio de cultura necessário para o 
crescimento de microrganismos e sua interferência no desenvolvimento. HÖFLING, J. F.; 
GONÇALVES, R. B. Microscopia de luz em microbiologia: morfologia bacteriana e 
fúngica. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Descarte de corantes e meios de cultivo utilizados na microbiologia 
As práticas desenvolvidas em Laboratórios de Análises Clínicas no setor de microbiologia 
incluem o preparo de meios de cultivo, com diferentes substâncias, e colorações diversas 
para o estudo morfológico dos microrganismos. Conheça mais sobre estas característica e 
processos no material a seguir.
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