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Febre Reumática Febre Reumática A doença consiste em uma sequela tardia, não supurativa, de infecção do aparelho respiratório superior por estreptococo beta-hemolítico do grupo A (de Lancefield), caracterizada por lesões inflamatórias envolvendo as articulações, o coração, o tecido subcutâneo, podendo também envolver o sistema nervoso central. Epidemiologia Problema de saúde pública – 8 mil cirurgias cardíacas (5 a 15 anos) Aumento da incidência em aglomerados populacionais (cadeia, grandes famílias, instituições fechadas, agrupamentos militares, condições e habitações precárias) Fatores genéticos podem envolver o desenvolvimento da doença, e, somente uma parcela afetada pela infecção desenvolve a Febre Reumática, não tendo predisposição racial. Epidemiologia Período de latência: de 1 a 5 semanas (19 dias). 20 a 50% das infecções estreptócocicas ocorre recorrência da doença. Faringite por estreptococo do grupo A Sorotipos M :1, 3, 5, 6 e 18 (mais associadas à FR) A proteína M, tipo específico é a mais importante delas, permitindo a classificação dos estreptococos do grupo A em mais de 50 tipos imunologicamente 4 Fisiopatologia A)Produtos tóxicos : Estreptolisinas S e O Proteína M Cápsulas de ácido hialurônico; b) Nos locais onde ocorrem estes produtos tóxicos existe inflamação mediada por complexos antígeno-anticorpo c) fenomêno “auto-imune”induzido pela semelhança entre antígenos de tecidos estreptocócicos e humanos (mimetismo molecular) Fisiopatologia Ac são produzidos contra produtos tóxicos bacterianos e a composição química destes produtos são semelhantes a alguns tecidos humanos: Ácido hialurônico presente no tecido conjuntivo, cartilagens das articulações (cápsula) Miosina, queratina, outras proteínas cardíacas (proteína M) Patogênese Hipótese mais aceita: Resposta imune anormal ou disfuncional. Produção de anticorpos contra a proteína M e ácido hialurônico de certas cepas estreptocócicas, os quais exibem reação cruzada com glicoproteínas teciduais (tropomiosina, miosina e vimentina) no coração, articulações e outros tecidos. Mimetismo Molecular Manifestações Clínicas Poliartrite (até 75% dos casos) Grandes articulações são as mais afetadas Padrão é migratório Extremamente dolorosa Não deixa sequelas (maioria dos casos) Excelente resposta aos AINE Remissão dos sintomas em 48-72 horas não existem manifestações clínicas que são patognomônicos (= sinal ou sintoma específico de uma determinada doença) AINE> AAS, paracetamol, ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco. Reduz a síntese das prostaglandinas pela inibição das enzimas ciclo-oxigenases (COX1 e COX2) provocando efeitos analgésicos, antitérmios e anti-nflamatórios. 8 Manifestações Clínicas Cardite (40 a 60%) Pericárdio, miocárdio e endocárdio Variação de leve a intensa Sinais de cardite: Taquicardia, arritmias, sopros Manifestações Clínicas Coréia de Sydenham (<10%) movimentos descoordenados, involuntários, abruptos, de grupos musculares estriados esqueléticos: tropeços à deambulação fala arrastada ou “enrolada” deixar cair objetos escrita ruim Labilidade emocional intensa Atinge mais adolescentes e sexo feminino Período de latência de até vários meses Diagnóstico diferencial: lúpus eritematoso sistêmico, (especialmente casos de difícil controle terapêutico) Manifestações Clínicas Eritema marginado (<10%) Altamente específico de FR Lesão macular com halo hiperemiado e centro opaco Manifesta-se inicialmente, como máculas róseas inespecíficas Em geral: Não pruriginoso Concentra-se no tronco Poupa a face Pode agravar-se com aplicação de calor Eritema marginado Nódulos subcutâneos São raros, mas altamente específicos de febre reumática São indolores Usualmente em superfícies extensoras das articulações e ao longo de tendões Associados à presença de cardite Manifestações Clínicas Nódulos subcutâneos Diagnóstico Clínico Critérios de Jones: Critérios maiores: Cardite, Poliartrite, Coréia de Sydenham, Nódulos subcutâneos e Eritema marginado Critérios menores: febre, Artralgia, PCR e VHS elevados 2 critérios maiores ou 1 critério maior e 2 menores Diagnóstico Laboratorial Cultura de orofaringe VHS (Velocidade de hemossedimentação) PCR (Proteína C Reativa) Leucocitose e leve anemia Antiestreptolisina-O (ASO) = pico 3 – 6 sem. Elevadas quando > 320 U Todd Tratamento Antibiótico – Penicilina G benzatina AINEs (AAS, ibuprofeno, naproxeno) e ou Prednisona Primária Tratamento adequados das infecções de vias aéreas superiores, como faringo-amigdalites, causados pelo Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. Profilaxia Profilaxia Uso periódico e por longo prazo de antibióticos que mantenham concentrações inibitórias mínimas para o Streptococcus β hemolítico do grupo A, visando impedir recidivas de febre reumática em pacientes que já apresentaram um primeiro surto da doença: Penicilina benzatina, IM 1.200.000 U crianças > 25 kg 600.000 U crianças com até 25 kg. Profilaxia primária e secundária Glomerulonefrite Aguda estreptocóccica Glomerulonefrite Aguda Doença inflamatória do glomérulo renal Após faringite estreptocócica (10 dias) ou infecções cutâneas (3 a 6 semanas) Glomerulonefrite Aguda Sintomas: Mal estar Fraqueza Anorexia Cefaléia Edema Congestão circulatória (hipertensão e encefalopatia) Glomerulonefrite Aguda Achados Laboratoriais: Anemia Aumento VHS Diminuição do C3 e total Hematúria Proteinúria Leucocitúria Cilindrúria Aumento de ASLO (faringite) Aumento de anti Dnase e anti hialuronidase (infecções cutâneas) Urina Glomerulonefrite Aguda Teoria mais provável: Formação de anticorpos contra cápsulas, Proteína M, carboidratos Proteína M: “reumatogênicos” ou “nefritogênicos” Depósito na membrana glomerular de imunocomplexos que contém antígenos estreptocócicos e anticorpos do hospedeiro Lesão na membrana do glomérulo
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