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Como Analisar a Prova de Redação

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Prévia do material em texto

@prof.aristocrates 
 
 
 
@prof.aristocrates 
 
 
Sumário 
 
COMO ANALISAR A PROVA: TEMA E TEXTO DE APOIO ............................................... 3 
Texto I ..................................................................................................................... 5 
Texto I ................................................................................................................... 11 
Texto II .................................................................................................................. 12 
Texto III ................................................................................................................. 12 
MONTANDO O PROJETO DE TEXTO: INTRODUÇÃO ................................................... 17 
MONTANDO O PROJETO DE TEXTO: DESENVOLVIMENTO ......................................... 32 
MONTANDO O PROJETO DE TEXTO: CONCLUSÃO ..................................................... 53 
ARGUMENTOS-CHAVE PARA TODOS OS TEXTOS PARTE 1 ........................................ 66 
1. CONSTITUIÇÃO FEDERAL .................................................................................. 66 
2. REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS ............................................................................... 69 
3. DINÂMICA DO TRABALHO .................................................................................. 72 
4. PRÁXIS DE PAULO FREIRE ................................................................................. 73 
ARGUMENTOS-CHAVE PARA TODOS OS TEXTOS PARTE 2 ........................................ 75 
1. PIERRE BORDIEU E OS COMPORTAMENTOS .......................................................... 76 
2. HANNAH ARENDT E A BANALIDADE DO MAL ......................................................... 77 
3. JÜRGEN HABERMAS E A POLÍTICA DE CONTENTAMENTO ........................................ 80 
4. JEAN-PAUL SARTRE E AS EMOÇÕES .................................................................... 82 
CORREÇÃO COMENTADA: DO ZERO AO TOTAL ......................................................... 84 
1. INFÂNCIA .......................................................................................................... 84 
2. SEGURANÇA PÚBLICA .......................................................................................... 85 
3. ECONOMIA ........................................................................................................ 87 
4. MEIO AMBIENTE ................................................................................................. 87 
5. MINORIAS ......................................................................................................... 88 
6. EDUCAÇÃO ........................................................................................................ 90 
7. CIDADE ............................................................................................................. 90 
8. SAÚDE .............................................................................................................. 91 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
@prof.aristocrates 
 
 
 
PASSO 1 
 
COMO ANALISAR A PROVA: TEMA E TEXTO DE 
APOIO 
 
 
A princípio, analisaremos o que a prova espera de você, como 
lidar com os textos de apoio e com a realidade da redação. Para 
que isso aconteça, obviamente, é preciso deixar muito claro, aqui, nesse 
momento, o que é essa redação e o que significa aquelas toneladas de 
textos de apoio e recortes que deixam a maioria das pessoas em 
conflitos sobre o que fazer. 
Primeiro ponto que você precisa ter com 100% de clareza em 
relação a qualquer redação dissertativa-argumentativa, de qualquer 
concurso, de qualquer prova que você faça na vida desse tipo textual, é 
que a banca está esperando uma defesa. Esse é um dos maiores 
segredos, a defesa de um ponto de vista, isto é, a defesa de uma 
opinião, uma tese. Isso vai estar indicado de inúmeras formas na 
redação, por exemplo, nos trechos: “produção de um texto dissertativo- 
argumentativo”, “produção de um texto em prosa” etc. Essas 
expressões, no fim das contas, indicam a exigência da necessidade 
de expor uma opinião. 
Nesse tipo de redação, não se deve mostrar uma realidade 
simplesmente nem contar como determinado campo se desenvolve, mas 
sim defender um ponto de vista, como: “isso é certo”, “isso é errado”, 
“deve isso”, “não deve isso”, “procede isso”, “não procede isso”. Logo, 
nesse tipo de gênero, a banca espera que você julgue um assunto. 
Então, do início ao fim, da primeira à última linha do seu texto, o 
seu compromisso é, invariavelmente, com o julgamento. Tenha isso 
sempre como premissa do texto dissertativo-argumentativo. Tudo que 
você acumula, em termos de referências, exemplos, produções ao 
longo desse texto, é utilizado para dar força, sustentar, engrandecer 
essa opinião que você vai construir. 
@prof.aristocrates 
 
 
Sobre essa defesa, cabe questionar: qualquer opinião, fato, 
ponto de vista que eu tenha serve para construção de um texto 
dissertativo-argumentativo? Bom, aí precisamos de uns extras, de 
uns entendimentos maiores sobre a realidade das bancas e da prova. A 
resposta é: não. Sinto te informar que a sua opinião pessoal não é muito 
valiosa para as provas. Ninguém quer saber de fato o que você pensa 
sobre o tema, essa é a realidade. 
Então, o que esperam que você defenda? Aquilo que está 
alinhado à banca, aquilo que está alinhado à prova, aquilo que está 
alinhado a alguma demanda científica, seja lá qual for. Ou seja, não 
é necessariamente a sua opinião que importa. 
Diante disso, surge o questionamento: mas como eu vou saber 
dentro do macro universo de cada um dos temas qual é a postura ideal? 
Que tipo de opinião eu posso vincular na minha redação? Isso aqui vai 
agradar a banca, zerar ou tangenciar meu texto? 
Para responder essas perguntas, o maior segredo são os textos 
de apoio. Basicamente, todas as provas com as quais você vai lidar 
possuem textos de apoio. Curiosamente, são raros os concursos que 
não trazem textos de apoio. Além disso, esses concursos têm textos da 
prova de português que, na verdade, são também textos motivadores 
para a redação. Ainda, esses textos não estão lá para você copiar 
informações, até porque a prova não é um concurso de caligrafia. 
Não é um concurso de quem copia melhor. É posição, é opinião, lembra? 
O ponto de vista que estiver no texto de apoio é a opinião que a banca 
espera que você vincule, entendeu? 
Vejamos, o tema de “assédio moral e sexual” é um dos temas que 
está no auge dos debates contemporâneos. Mas antes cabe destacar as 
duas premissas que definem os temas que estão no auge para um 
debate. A premissa maior é o Senado Federal e a segunda é a 
Câmara. Os dois determinam quais os temas que estão sendo 
cotados para boa parte dos concursos, vestibulares e também para o 
Enem. Os projetos que estão em debate por lá – aqueles projetos que 
discutem o tema o tempo todo, que estão nas páginas oficiais desses 
órgãos de poder, na maioria dos casos, na TV Senado e no aplicativo do 
Senado Federal – são os pontos que você obrigatoriamente precisa 
@prof.aristocrates 
 
 
entender para saber qual tema pode cair ou não na sua prova. Isso é 
mais relevante que os materiais que estão na grande mídia, circulando 
pelos grandes jornais. Siga as páginas dos órgãos de poder, acompanhe 
pelos aplicativos oficiais, pelos canais produzidos por esses órgãos de 
justiça. Assim, você vai saber o tema da sua redação em primeira mão. 
Voltando ao assunto, assédio moral e sexual é um dos grandes 
projetos em debate. Com isso, há o debate sobre como controlar, 
esclarecer e, principalmente, criminalizar a prática do assédio. Diante 
disso, pode-se analisar esses textos de apoio sobre o tema. 
Texto I 
Fonte: Portal do MTE. 
@prof.aristocrates 
 
 
Texto II 
 
ASSÉDIO NO TRABALHO DIFICULTA ASCENSÃO DE MULHERES NAS 
EMPRESASPOR CÁSSIA ALMEIDA, GLAUCE CAVALCANTI E HENRIQUE GOMES BATISTA - 
14/01/2018 4:30 / ATUALIZADO 27/01/2018 19:25 
 
RIO E WASHINGTON - Ameaçar deixar uma reunião cheia de homens por causa 
de piadas machistas. Ouvir de um colega de trabalho “trouxe um paninho para 
você limpar meu computador”. Ter uma funcionária assassinada pelo marido. 
As executivas enfrentam casos de assédio em seu dia a dia, seja com elas ou 
com colegas. As estratégias adotadas por elas se dividem entre se esquivar, 
criar redes de proteção nas empresas e denunciar. O forte debate sobre o 
assunto — que ganhou os holofotes na premiação do Globo do Ouro, domingo 
passado, em Hollywood — está pressionando as companhias a implementarem 
canais de denúncia para combater os abusos e estimulando a adoção de 
políticas de equidade de gênero. Enquanto isso, as mulheres ganham voz. 
 
— Sofri muito com isso (assédio). Nunca fiz uma denúncia oficial porque sentia 
que eu, a parte mais fraca, seria prejudicada — conta Maria Fernanda Teixeira, 
que fez carreira em multinacionais e hoje é CEO da Intergrow, consultoria para 
programas de governança corporativa, gestão de riscos e compliance. 
 
Com base na leitura do texto, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre 
o tema: O assédio silencioso e as facetas da violência institucionalizada 
no Brasil. 
 
Veja só, o primeiro texto é um post do Conselho Nacional de 
Justiça - CNJ que define o que é assédio. Assim, você já tem 
representado, nesse post, do que se trata o assunto, não precisando 
pensar muito. 
Assim sendo, nesse primeiro texto, por meio da definição de 
assédio sexual: “Abordagem, não desejada pelo outro, com intenção 
sexual ou insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada 
que usa dessa vantagem para obter favores sexuais de subalternos ou 
dependentes”, observa-se as expressões “posição privilegiada” e 
“subalternos”, as quais apontam uma das abordagens que pode ser 
explorada no seu texto, isto é, o abuso no ambiente trabalhista. 
@prof.aristocrates 
 
 
Ademais, há também a definição de assédio moral, indicando, 
assim, outra vertente a ser abordada sobre o tema “assédio”. Assédio 
moral “é toda conduta abusiva que, intencional e frequentemente, fira 
a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa, 
ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”. Do 
mesmo modo, atente-se ao uso de expressões trabalhistas, como 
“trabalho” e “emprego”, que novamente indicam uma abordagem do 
tema voltada ao assédio no ambiente de trabalho. Logo, resta claro 
que você tem, praticamente, a obrigação de abordar a dimensão do 
trabalho dentro da sua redação. 
Dessa forma, com a leitura dos dois textos motivadores, é possível 
definir o que você deve discutir, ou seja, você não precisa pensar muito 
para identificar que a banca espera que a questão do assédio no trabalho 
seja abordada. Em suma, para alcançar uma boa nota e evitar o 
tangenciamento do tema, você deve obedecer ao que está explicito 
nos textos de apoio sobre o que se espera que seja abordado. 
Ainda, se você quiser mencionar outras vertentes, como racismo, 
homofobia, entre outras, que são realidades que podem ser vinculadas 
também ao assédio, primeiro verse sobre o abuso sexual e moral no 
cenário de trabalho. Com isso, se você já tiver versado sobre essa 
delimitação e tiver sobrado espaço, você tem liberdade para trazer 
outras linhas argumentativas para complementar a sua redação. 
Em síntese, recapitulando o que já foi dito, a base da redação é a 
defesa de um ponto de vista. Todavia, como já foi dito, não é somente 
a sua opinião, mas sim o ponto de vista, o recorte de discussão, que 
esses textos de apoio direcionam para você. Então, não se deve pular 
os textos de apoio na hora de escrever, mesmo que você ache que 
já domina o assunto, uma vez que, se você desenvolver somente 
abordagens que não foram delimitadas nos textos de apoio, você poderá 
comprometer drasticamente a qualidade do seu texto. Isso é um fato 
inquestionável, com exceção de concursos de nível superior que 
determinam tópicos vinculados a áreas específicas do concurso, como 
ocorre, principalmente, nos concursos da Polícia Federal, da Polícia 
Rodoviária Federal ou do próprio Senado. Esses são certames 
diferentes que exigem, muitas vezes, outro tipo textual, por exemplo, 
a dissertação-expositiva. 
@prof.aristocrates 
 
 
No mais, no tema de assédio sexual e moral, outros detalhes 
vinculados à natureza do assédio podem vir vinculados nos outros textos 
de apoio da redação, por exemplo, a questão da desigualdade salarial, 
o humor usado de forma controversa e bastante questionável, as 
famosas “piadinhas”, a ética e a reforma trabalhista, entre outras 
abordagens. Esses são recortes que, se estiverem delimitados nos 
textos de apoio, podem ser utilizados para defesa de um ponto de vista 
sobre o tema. Entretanto, novamente, deve-se ressaltar que você não 
deve copiar os textos de apoio. Lembre-se, você não está em um 
concurso de caligrafia, ok? Assim, você deve apenas usar essas ideias, 
essa linha de defesa para elaborar a sua redação, mas por meio das 
suas próprias palavras e, preferencialmente, utilizando referências e 
exemplos próprios. 
 
Compreendido esses dois pontos abordados, defesa de um 
ponto de vista e alinhamento ao texto de apoio, destaca-se a 
importância de identificar, na sua prova, os recortes específicos 
dentro de uma área maior. Em todas as provas, invariavelmente, esses 
recortes estarão presentes na frase temática. Por exemplo, o tema da 
proposta apresentada acima expõe a questão do assédio, mas com um 
recorte bem específico: O assédio silencioso e as facetas da 
violência institucionalizada no Brasil. 
Nesse caso, se você observar atentamente, não é abordado 
apenas o assédio puro e simples. Há, na frase tema, um recorte sobre 
o assédio silencioso e as facetas da violência institucionalizada no 
Brasil. Fique atento a esses recortes. Na sua redação, você deveria 
abordar não só o abuso, mas o assédio silencioso, ou seja, a carência 
de denúncias ou de olhares específicos sobre essa área e sobre o fato 
dessa violência ser institucionalizada, isto é, normalizada em 
algumas instituições. 
Outro recorte é o país onde essa problemática deve ser destacada, 
quer dizer, o Brasil. Logo, a banca não quer que você exponha o assédio 
silencioso que acontece na Europa, na Coréia, muitos menos na Índia, 
mas sim o que acontece no Brasil. Dessa forma, você deve mencionar 
esse recorte no seu texto. 
@prof.aristocrates 
 
 
a
rg
u
m
e
n
ta
ti
v
a
 
Assim sendo, uma dica é que, ao receber a prova, você já pegue 
a sua caneta e marque essa palavras-chave/recortes, risque, faça 
setas, aponte, desenhe um balão, faça qualquer forma de destaque que 
te permita delimitar os tópicos que devem ser abordados na sua 
redação. Ainda, a não menção desses termos no seu texto representam 
um tangenciamento do tema, o que pode fazer com que a sua nota 
seja zerada ou cortada, aproximadamente, pela metade. Portanto, é 
importante que você traga esses recortes dentro do seu texto, pelo 
menos uma vez em cada parágrafo. Assim, nos parágrafos de introdução 
e desenvolvimento, deve aparecer as palavras-chave “assédio 
silencioso”, “violência institucionalizada” e “Brasil”. Não se preocupe se 
o texto vai ficar feio ou repetitivo, o primordial é não tangenciar o 
tema, deixando claro para a banca a menção aos tópicos. 
 
Além disso, outra dica importante é iniciar a sua redação 
transcrevendo os recortes do tema, por exemplo: o assédio silencioso 
representa uma das facetas da violência institucionalizada no Brasil. 
A cópia da frase-tema é uma forma de garantir que você não tangencie 
o assunto, permitindo, assim, que você fique dentro das vagas. 
Atente-se ao esquema abaixo para melhor compreensão do que 
deve ser feito ao ler a proposta de uma dissertação-argumentativa:D
is
s
e
rt
a
ç
ã
o
- 
 
 
Defesa de um ponto de vista 
 
 Alinhamento aos textos de 
apoio 
 
 Delimitação e inclusão dos 
recortes do tema na redação 
 
@prof.aristocrates 
 
 
Então, de forma resumida, na sua dissertação-argumentativa, 
você deve identificar o ponto de vista a ser defendido, o qual já foi 
apontado no texto de apoio, alinhar a sua argumentação aos 
assuntos destacados nos textos de apoio e, por fim, delimitar e incluir 
os recortes do tema na sua redação. Realizando esses três passos, 
você já garante, pelo menos, metade da nota. 
Além do tema de assédio, você pode se deparar com assuntos 
mais “espinhosos” na sua prova, principalmente quando envolver uma 
pergunta. Esse tipo de tema em forma de pergunta pode aparecer com 
frequência, e você deve tomar cuidado. Com isso, vamos analisar uma 
proposta de redação em forma de pergunta sobre a obesidade. Mas 
antes disso, você pode questionar: Por que eu tenho que saber sobre 
obesidade se eu vou fazer a prova da Polícia Militar? Não se engane, não 
cai só segurança pública em provas militares nem cai só temas sobre o 
mercado financeiro em provas de banco. Nesse viés, você precisa 
entender que a banca cobra temas atuais e de debate, o que 
justifica o tema “obesidade”, eis que faz parte do universo das 
atualidades. Assim, você precisa dominar todos os assuntos em 
destaque na atualidade para tirar uma boa nota na prova. 
 
Diante disso, vamos analisar o tema “Obesidade: problema de 
saúde pública ou construção estética e social?”. Primeiramente, 
para escrever a sua redação, você precisa responder essa pergunta já 
no início do seu texto. Caso você não faça isso, você perde ponto não 
só no entendimento do tema, como também na avaliação da 
estrutura textual dissertativa-argumentativa, a qual se relaciona 
diretamente com a defesa de uma opinião, como já foi destacado aqui 
várias vezes. Logo, se você não decidir entre essas duas áreas que o 
seu tema menciona, “problema de saúde pública” e “construção estética 
e social”, você não se posiciona e não se adequa ao gênero textual 
exigido pela banca. Com isso, surge o questionamento: posso me 
guiar pelos textos de apoio, como foi explicado anteriormente? Sim, 
você deve utilizar os textos de apoio para guiar a defesa da sua opinião. 
 
Sendo assim, vamos analisar os textos do tema “Obesidade: 
problema de saúde pública ou construção estética e social?”: 
@prof.aristocrates 
 
 
Texto I 
 
Entrevista da BBC BRASIL com o endocrinologista brasileiro Walmir Coutinho, 
que preside a World Obesity Federation 
 
BBC Brasil – O que significa ter metade das crianças pequenas brasileiras 
comendo bolachas e boa parte delas bebendo refrigerante e suco artificial? 
 
Coutinho – Esses dados dão a medida de uma tendência que outros estudos já 
haviam mostrado. O consumo excessivo de alimentos e bebidas pouco 
saudáveis estão hoje é um problema seríssimo no Brasil. E, se continuarmos 
nesse ritmo de crescimento da obesidade, seremos o país com mais obesos do 
mundo em 15 anos. 
 
BBC Brasil – Olhando o lado da alimentação da criança brasileira, quem são os 
principais vilões atualmente? 
 
Coutinho – Há os vilões invisíveis, especialmente suco de fruta artificial e 
iogurte. O pai e a mãe acham que estão dando algo saudável para as crianças, 
mas são produtos que tem muitíssimo açúcar. Fora isso, é preciso lembrar que 
os alimentos mais baratos são os que mais engordam. 
 
BBC Brasil – E como isso é prejudicial? 
 
Coutinho – É um fenômeno chamado de transição nutricional, em que as 
pessoas que conseguem superar a falta de alimentos começam a ter acesso 
aos produtos mais baratos, que costumam ser altamente industrializados. Sair 
do supermercado com saquinho de batata frita, salgadinhos, biscoitos e 
chocolates é mais barato do comprar frutas e verduras. A população de baixa 
renda também costuma ter menos tempo e infraestrutura para praticar 
atividade física. 
 
BBC Brasil – Quais os principais impactos em alguém que passa pela infância 
sendo obeso? 
 
Coutinho – O impacto na saúde da criança é mais conhecido. A obesidade traz 
problemas graves como hipertensão arterial muito alta, problemas 
osteoarticulares em partes do corpo como joelho, coluna e tornozelo, além de 
asma e diabetes. Mas também há o lado psicológico, que muitas vezes é 
subvalorizado. As pessoas não se dão conta do impacto psicológico de apelidos 
dados a essas crianças, do isolamento em que elas vivem e de estereótipos 
como o menino gordinho que só pode jogar no gol, por exemplo. São situações 
que causam traumas que podem ser levados para a vida adulta. 
@prof.aristocrates 
 
 
Publicação em 26.8.15 
 
 
Texto II 
 
“Desde que o pânico sobre o aumento de peso da população emergiu na década 
de 1990, essa visão negativa das pessoas gordas tem se intensificado”, diz a 
socióloga australiana Deborah Lupton, professora da Universidade de Sydney 
e autora de Fat (“Gordo”, não lançado no Brasil). O livro, publicado em 2012, 
analisa como tem se espalhado um estigma sobre os cidadãos acima do peso, 
“vistos como pessoas gananciosas, sem autocontrole, desorganizadas, até 
grotescas”. 
 
Na TV, gordos são ridicularizados, sofrendo para fazer dieta e se exercitar em 
frente às câmeras. Fala-se de uma “epidemia de obesidade”, e gordos recebem 
olhares de desaprovação, como se fossem emissários da peste negra. 
Companhias aéreas e marcas de roupas penalizam seus clientes mais pesados. 
No Brasil, o sobrepeso virou critério de seleção em concursos públicos e se 
transformou em nota de corte no mercado de trabalho – em uma entrevista, o 
publicitário e apresentador de TV Roberto Justus decretou que não se deve 
contratar quem está acima do peso, pois isso seria um sinal inequívoco de 
desequilíbrio e falta de inteligência. “Muitas campanhas contra a obesidade 
acabam envergonhando a quem deveriam ajudar, além de incitarem o ódio à 
gordura”, diz Deborah. 
 
Para ficar bem claro: gordura corporal em excesso é, sim, um perigo. “Uns 
30% dos obesos podem ter um perfil metabólico e cardiovascular dentro da 
normalidade. Mas estudos mostram que pacientes com IMC (Índice de Massa 
Corporal, ou peso dividido pela altura ao quadrado) superior a 30 sempre têm 
risco aumentado para doenças cardíacas, vasculares, diabetes e câncer”, diz o 
endocrinologista Lício Veloso, professor da Unicamp e pesquisador de 
mecanismos da obesidade. 
 
Disponível em: http://super.abril.com.br/ciencia/onde-os-gordos-nao-tem-vez. 
 
Texto III 
 
Claire Walker Johnson vivia no Queens, em Nova York, e era um mistério para 
a medicina. Não importa o quanto ela comesse, ela nunca ganhava peso. 
Entretanto, Claire, de rosto fino e delgado, tinha os mesmos problemas 
enfrentados por muitas pessoas obesas – diabetes tipo 2, pressão sanguínea 
elevada, colesterol elevado e, o pior de tudo, um fígado cheio de gordura. 
http://super.abril.com.br/ciencia/onde-os-gordos-nao-tem-vez
@prof.aristocrates 
 
 
Ela e um grupo muito pequeno de pessoas magras deram pistas 
surpreendentes aos cientistas a respeito de uma das principais questões sobre 
a obesidade: por que pessoas obesas muitas vezes desenvolvem doenças 
sérias e muitas vezes mortais? A resposta, ao que tudo indica, tem muito pouco 
a ver com a gordura. Na verdade, trata-se da capacidade de cada pessoa de 
armazenar essa gordura. Com isso em mente, os cientistas começam agora a 
desenvolver tratamentos que protejam às pessoas do excesso de gorduras não 
armazenadas, livrando-as de problemas médicos complicados. 
 
Por trás de todas essas condições e da síndrome metabólica; – ou seja, possuir 
ao menos três condições associadas à obesidade – está uma capacidade 
inadequada de armazenar gordura. As pessoas obesas desenvolvem problemas 
metabólicos porque seu cérebro ordena que elas comam mais que a capacidade 
do corpo de armazenar gordura. O tecido adiposojá atingiu o limite. Pessoas 
com lipodistrofia, como Claire, têm tão pouco tecido adiposo que também não 
conseguem armazenar a gordura que seu corpo produz para guardar as 
calorias excessivas oriundas dos alimentos consumidos. 
 
“As pessoas geralmente pensavam no tecido adiposo como um depósito inerte, 
uma espécie de gosma branca amorfa” afirmou o Dr. Sam Virtue da 
Universidade de Cambridge. Na verdade, “trata-se de um órgão muito 
dinâmico”. 
 
Isso também explica porque entre 10 e 20% das pessoas obesas não 
desenvolvem quaisquer problemas metabólicos, afirma Philipp E. Scherer, 
diretor do Centro de Diabetes Touchstone, no Centro Médico Southwestern, da 
Universidade do Texas, em Dallas. Esses obesos saudáveis são como ratos 
gordos com uma habilidade incomum de expandir o tecido adiposo para 
armazenar calorias. 
 
Nesse primeiro texto, tem-se uma entrevista à BBC Brasil com o 
endocrinologista Valmir Coutinho, o qual aborda a obesidade como um 
problema de saúde do início ao fim da entrevista. 
Além disso, no texto II, observa-se um recorte sobre a origem da 
obesidade dentro do cenário brasileiro, em que é destacado o fato de 
essas pessoas serem ridicularizadas por serem gordas. Em 
contraposição, no último parágrafo deste texto, tem-se também a 
afirmação de que a gordura corporal em excesso é sim um perigo, 
eis que estudos mostram que pacientes com IMC superior a trinta 
@prof.aristocrates 
 
 
sempre têm risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas, 
vasculares, diabetes e câncer. 
Outrossim, no texto III, estudiosos indicam que obesos, muitas 
vezes, desenvolvem doenças sérias e, na maioria das vezes, mortais, 
por causa da dificuldade em armazenar gordura. Com isso, o texto 
explica que as pessoas obesas desenvolvem problemas metabólicos 
porque seu cérebro ordena que elas comam mais que a capacidade do 
corpo de armazenar gordura, o que pode representar um problema de 
saúde. 
Diante desses textos motivadores, seguindo a lógica já ensinada, 
há um direcionamento da banca em defender a questão da obesidade 
como um problema de saúde pública. Isso quer dizer que é obrigado 
defender esse posicionamento? Não exatamente, mas é mais seguro 
você direcionar seu texto para um problema de saúde, tendo em vista 
que esse foi o foco aparente da banca ao selecionar os textos de apoio. 
Isso também não quer dizer que o seu posicionamento precisa ser 
taxativo e extremista. Você pode defender que a obesidade é mais 
um problema de saúde pública do que uma construção estética ou social. 
Esse é um posicionamento que deixa relativizada a realidade, isto é, 
o fato de a obesidade ser um problema de saúde pública não a impede 
de ser também uma construção estética e social. Assim, você pode 
defender uma opinião em que a demanda de saúde pública é mais 
significativa para a obesidade do que as demandas estéticas e sociais. 
Em síntese, a defesa de um dos tópicos não precisa obrigatoriamente 
anular o outro. 
 
Além disso, nos textos de apoio, é possível identificar 
direcionamentos sobre gordofobia, o que pode ser utilizado para 
mencionar que há sim problemas estéticos e sociais, porém a questão 
de saúde pública predomina. Ainda, para que essa relativização fique 
explícita, é necessário enfatizar esse posicionamento em toda a 
redação, isto é, na introdução e no desenvolvimento. Logo, você deve 
reforçar o seu posicionamento, tendo em mente que você está 
desenvolvendo uma dissertação com opinião, ponto de vista. 
Em síntese, para uma boa redação dissertativa-argumentativa, é 
preciso ter bom senso e equilíbrio. Assim, se você for capaz de 
@prof.aristocrates 
 
 
relativizar, você conseguirá demonstrar domínio sobre a realidade e uma 
percepção mais ampla a respeito do tema. 
No mais, pode-se resumir tudo o que você precisa fazer no passo 
a passo a seguir: 
1º Passo: abra a prova e leia com atenção e cuidado os textos de 
apoio; 
2º Passo: identifique e marque de alguma forma os 
posicionamentos dos textos; 
3º Passo: identifique e marque as palavras-chave da frase 
temática, isto é, o recorte da redação; 
4º Passo: delimite o posicionamento a ser defendido; 
 
5º Passo: avalie e anote os argumentos que podem ser usados; 
 
6 º Passo: utilize, durante toda a sua redação, as palavras-chave 
selecionadas da frase temática. 
Por fim, algumas dicas importantes também podem ser 
acrescentadas: 
Dica 1 – Quando tiver dúvidas, volte sempre à proposta de 
redação, para ter certeza de que você não está tangenciando o tema; 
Dica 2 – Utilize as palavras centrais, mas de preferência alterando 
a ordem ou parafraseando os elementos; 
Dica 3 – Leia uma primeira vez os textos de apoio para 
compreender o tema e releia novamente marcando os pontos e tópicos 
importantes; 
Dica 4 – Pratique o hábito da leitura fazendo todo o processo 
ensinado para que no dia da prova você não perca muito tempo na 
análise do tema; 
Assim, seguindo esses passos e dicas, você conseguirá bons 
resultados em qualquer prova que você faça na vida. 
@prof.aristocrates 
 
 
 
 
 
❖ O que você não pode esquecer? 
 
- Os projetos que estão em debate no Senado e na Câmera são possíveis 
temas que podem cair na prova; 
- A dissertação-argumentativa exige um posicionamento, ou seja, a 
defesa de uma tese; 
- O posicionamento da sua redação deve estar claro e explícito em toda 
a sua dissertação; 
- O ponto de vista defendido deve ser estabelecido diante do 
direcionamento da banca presente nos textos de apoio; 
- Os textos motivadores devem ser lidos com atenção e cuidado para 
identificação dos posicionamentos que podem ser defendidos; 
- Os recortes temáticos, palavras-chave da frase temática, 
obrigatoriamente, devem ser repetidos em toda a sua redação; 
- A pergunta temática sempre deve ser respondida; 
 
- A relativização pode ser utilizada para defender um argumento, ou 
seja, não é necessário anular um tópico para defender outro. 
@prof.aristocrates 
 
 
Inclusão dos 
recortes temáticos 
Alinhamento aos 
textos de apoio 
Defesa de um 
posicionamento 
DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA 
❖ Esquema dos pontos importantes para elaboração de uma redação 
dissertativa-argumentativa: 
 
 
 
 
 
PASSO 2 
 
MONTANDO O PROJETO DE TEXTO: 
INTRODUÇÃO 
 
 
Agora, vamos entender a parte mais importante do texto, a 
introdução. Isso mesmo, a introdução é o parágrafo mais valioso 
da sua dissertação, pois é o trecho que determina ao corretor se você 
entendeu a proposta, se sabe desenvolver uma redação e se tem 
domínio do conteúdo. Logo, na elaboração da introdução, você deve 
dedicar o máximo de atenção e cuidado a esse primeiro parágrafo, uma 
vez que é o primeiro trecho a ser lido pelo corretor ou qualquer 
outra pessoa. Assim sendo, quando o revisor se depara com a correção, 
ele já sabe se o candidato tem ou não potencial para construir uma boa 
redação. 
Dessa forma, precisamos dar muita atenção à forma como 
distribuímos as informações na introdução, tendo em vista que o 
corretor tem um prazo mínimo para corrigir a redação, logo ele já julga 
o seu texto nas primeiras linhas. 
Então, para não causar uma péssima primeira impressão, vamos 
entender o que se espera para esse parágrafo. No esquema a seguir, é 
possível identificar as quatros informações essenciais para uma 
introdução perfeita e completa: 
@prof.aristocrates 
 
 
 
 
IN
TR
O
D
U
Ç
Ã
O
 
 
 
Problematização 
 
 
 
Contextualização 
 
 
 
 
Posicionamento 
 
 
 Antecipação dos 
argumentos 
 
 
@prof.aristocrates 
 
 
A primeira informação importante a ser apontada na sua 
introdução é o problema que esse tema envolve. Nesse sentido, antes 
de iniciar a sua redação, você deve identificar a problemática a ser 
abordada na sua dissertação. Mas você pode questionar: toda 
redação tem um problema? Sim, toda redação é essencialmente um 
debate sobre um problema, a qual pode polemizar sobrequestões 
sociais, comportamentais, econômicas e questões de segurança pública. 
Assim, invariavelmente, há um problema na sua redação, e ele deve ser 
a matriz de abertura do seu texto. 
Sabe-se que um dos maiores pesadelos de quem escreve redação 
é como iniciar um texto. Os estudantes acreditam que é preciso 
acrescentar uma palavra ideal ou expressão sofisticada para iniciar a 
redação. No entanto, muitos se enganam, não é uma expressão, 
palavra ou matriz sofisticada que tornará o seu texto mais culto 
ou ideal. A melhor forma de iniciar a sua dissertação é fazer uma 
abertura com o próprio problema, isto é, a convergência do que 
os textos de apoio apontam e a frase temática. Para visualizar isso 
na prática, segue a seguir um trecho de uma introdução com o tema 
“Universalização do acesso aos serviços de saúde entre a população 
brasileira” escrita pelo aluno Pedro Henrique Ribeiro de Almeida. 
Introdução – “No contexto social vigente, é notório o debate da 
universalização da saúde entre a população brasileira, uma vez que são 
uma grande quantidade de pessoas, espalhadas por um enorme território e 
que possuem realidades econômicas distintas. Nesse viés, é necessário 
ressaltar que a Constituição Federal de 1988 assegura serviços de saúde de 
qualidade para todos como dever do Estado. Contudo, não é esse o cenário do 
Brasil nos dias de hoje, já que o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta vários 
problemas de infraestrutura e de cunho econômico, sobretudo em 
comunidades periféricas e do interior do país, fazendo com que parcela da 
população seja desamparada”. 
 
Legenda: 
Palavras-chave 
Problematização 
Contextualização 
Posicionamento 
@prof.aristocrates 
 
 
Na primeira sentença do parágrafo, destacada de laranja, pode-se 
observar que o recorte do tema “Universalização do acesso aos serviços 
de saúde entre a população brasileira” foi transcrito e ampliado por meio 
de uma breve explicação da problemática. Nesse trecho, o autor 
menciona brevemente o problema ao destacar que a grande quantidade 
de pessoas espalhadas por um enorme território possui realidades 
econômicas distintas. Provavelmente, no texto de apoio do aluno, havia 
algum texto que mencionasse essa realidade, e ele simplesmente 
adaptou à sua introdução. Logo, o redator conseguiu fazer uma 
excelente abertura para sua redação, o que mostra que, para iniciar a 
introdução, não é necessário malabarismo nem expressões “mágicas”, 
mas sim levar a problematização do tema para o parágrafo. 
 
Então, em síntese, o primeiro passo é problematizar o tema, 
desenvolvendo, assim, uma demanda de problema em torno do assunto. 
Nesse viés, ressalta-se que quase todos os temas de redações 
dissertativas-argumentativas, como concursos, vestibulares e 
Enem, precisam ser problematizados. 
Além da problematização, é preciso apresentar um contexto 
ao tema, isto é, uma informação externa – cinema, literatura, série, 
sociologia, filosofia, história, fatos reais, leis etc. – a ser acrescentada 
na realidade da problemática do tema. A exemplo, pode ser mencionado 
o período histórico em que surgiu o problema, um filme ou livro que 
retrate esse óbice ou, até mesmo, uma lei brasileira que mencione ou 
vise solucionar a problematização do assunto. Diante disso, a 
contextualização se torna tão importante quanto apontar a problemática 
referente ao assunto, pois é por meio dessas referências que você 
mostrará para o corretor que você entende em que contexto esse 
empecilho se encaixa dentro da realidade. 
Continuando a análise da introdução do aluno Pedro Henrique, 
mencionada acima, pode-se perceber que houve uma contextualização 
do tema, no segundo período, na menção do autor à Constituição 
Federal de 1988. Por meio dessa referência, ele conseguiu explicar que, 
mesmo com a preservação dos serviços de saúde de qualidade para 
todos como dever do Estado, esse direito não é plenamente cumprido, 
eis que o SUS enfrenta vários problemas infraestruturais de cunho 
econômico. Dessa forma, o autor do texto conseguiu usar a Constituição 
@prof.aristocrates 
 
 
da República como um dos paradoxos da realidade brasileira, 
apontando a contradição entre o que a Constituição assegura dentro 
do nosso modelo democrático e a realidade brasileira. 
Em síntese, esse paradoxo cabe em diversos temas, uma vez que 
de um lado há uma Constituição erguida sobre preceitos cidadãos de 
equidade, de justiça e de liberdade, que assegura os direitos sociais ao 
trabalho, à moradia, à saúde, à educação e à segurança e, por outro 
lado, há uma carência na execução desses direitos. Portanto, como uma 
das sugestões de contexto, esse tipo de contradição pode ser 
utilizado em diversos temas de redação. 
Além disso, o aluno Pedro Henrique, na sua introdução, conseguiu 
apontar duas das informações necessárias para elaboração desse 
primeiro parágrafo, isto é, a apresentação do problema e o contexto 
vinculado à Constituição. Além desses dois elementos, o redator aponta 
também a terceira informação necessária, o posicionamento sobre o 
tema. 
Ao ler atentamente o tema da redação “Universalização do acesso 
aos serviços de saúde entre a população”, é possível observar que a 
temática não indica um posicionamento, eis que pelo recorte temático 
não se sabe se essa “universalização” é boa ou não, viável ou não. 
Todavia, mesmo assim, o aluno conseguiu defender uma tese de que a 
universalização não tem acontecido da forma necessária. Ainda, do 
ponto de vista social e econômico, ele contextualiza essa problemática 
ao defender que a universalização é aprovada por lei, mas não é 
efetivamente executada por meio do SUS. Logo, como pode ser 
observado, o redator conseguiu apontar os três elementos necessários 
para a realização de uma introdução. 
 
No mais, se você quiser, você pode acrescentar esses 
elementos em duas frases ou separar uma informação para cada 
sentença. Assim, você evita cometer erros de pontuação ao tentar 
escrever períodos longos, tendo em vista que escrever frases curtas é 
um dos segredos para não errar a gramática, como no uso da vírgula. 
Então, você pode escrever uma primeira frase para problematizar 
o tema, uma segunda para contextualizar e uma terceira para se 
posicionar. 
@prof.aristocrates 
 
 
Além desses três elementos essenciais para a introdução, temos 
a quarta e última informação que não pode faltar no seu parágrafo, os 
tópicos a serem desenvolvidos na sua redação. Nesse sentido, você 
precisa apontar, ao final da sua introdução, quais tópicos serão 
desenvolvidos nos parágrafos de desenvolvimento. Lembrando que, 
para seleção dos seus argumentos, você deve seguir as linhas 
argumentativas dos textos motivadores para não tangenciar ao tema. 
Aí, você pode questionar: quantos argumentos eu posso escolher? 
Identifiquei 5 tópicos, posso abordar todos? Não, por ser uma redação 
de 30 linhas, você deve se atentar à qualidade e não à quantidade, 
ou seja, prefira desenvolver uma pequena quantidade de argumentos 
bem desenvolvidos do que uma grande quantidade de argumentos 
superficiais e genéricos, mal desenvolvidos. Para isso, o ideal é que você 
selecione apenas dois tópicos, os quais devem ser elaborados em 
parágrafos separados, quer dizer, um tópico para cada parágrafo 
de desenvolvimento. 
 
Ainda, sobre esses tópicos, você pode utilizar um argumento 
identificado nos textos de apoio e outro de sua escolha. Logo, 
você não tem a obrigação de usar apenas os textos motivadores para 
basear a sua argumentação, ok? 
Voltando à análise da introdução do Pedro Henrique, podemos 
observar que ele não apontou os tópicos a serem desenvolvidos. Assim, 
mesmo tendo acrescentado os três elementos essenciais da introdução 
de forma satisfatória, ele não elaborou um parágrafo completo com as 
quatro informações necessárias, o que poderia prejudicar sua nota final 
no que se refere à coesão, ou seja, à organizaçãodo texto. 
Para compreensão de uma introdução completa, segue a seguir a 
introdução da aluna Gabriela Gonçalves Caixeta sobre o tema “A cultura 
da meritocracia na sociedade brasileira contemporânea e sua relação 
com a desigualdade”: 
 
Introdução – “Após as Revoluções Industriais, do século XVIII, devido à 
mudança da manufatura para a maquinofatura, houve o refinamento do 
trabalho. Nesse cenário, os trabalhadores mais aptos eram escalados para os 
@prof.aristocrates 
 
 
cargos. Nesse contexto, até os dias de hoje na sociedade brasileira 
contemporânea, somente os indivíduos mais preparados são selecionados. 
Porém, devido a cultura meritocrática, as diferenças nas ferramentas que 
cada um obteve para se especializar são ignoradas, o que gera uma grande 
desigualdade. Dito isso, emerge a necessidade de análise de duas realidades: 
a negligência cultural e a culpabilização da vítima”. 
 
Legenda: 
 
Palavras-chave 
Problematização 
Contextualização 
Posicionamento 
Antecipação dos argumentos 
 
Em primeira análise, podemos observar que esse tema “A cultura 
da meritocracia na sociedade brasileira contemporânea e sua relação 
com a desigualdade” possui três palavras-chave: “cultura da 
meritocracia”, “sociedade brasileira contemporânea” e “desigualdade”. 
Ainda, pode-se destacar que, geralmente, a frase temática pode ter 
entre três e cinco palavras-chave. 
No que se refere à redação da Gabriela, podemos observar que, 
diferentemente da introdução anterior do Pedro Henrique, ela não 
começou com a problematização do tema, mas sim com a 
contextualização. Então, cabe questionar: a ordem dos fatores altera 
o produto? Não, mas começar com a problemática pode ser mais 
aconselhável e seguro para que o corretor já identifique a 
problematização do tema. 
Na introdução da aluna, é possível identificar que ela conseguiu 
contextualizar, problematizar o tema, acrescentar um posicionamento e 
apontar os argumentos a serem desenvolvidos. Ademais, pode-se 
perceber que a redatora acrescenta as palavras-chave do tema na 
problematização e no posicionamento, o que poderia ter sido feito, 
preferencialmente, na indicação do problema no início do texto, como 
fez anteriormente o aluno Pedro Henrique em sua introdução. 
Não obstante, em distinção ao trecho de introdução escrito pelo 
aluno Pedro Henrique, esse trecho da aluna Gabriela aponta os tópicos 
@prof.aristocrates 
 
 
dos argumentos a serem desenvolvidos de forma clara e direta, em uma 
frase que destaca o que será argumentado, isto é, a “negligência 
cultural” e a “culpabilização da vítima”. Nesse viés, nessa última 
sentença, ela conseguiu indicar ao corretor os assuntos a serem 
abordados em cada parágrafo, não deixando margem para confusões 
no que se refere aos tópicos que serão desenvolvidos. Com isso, essa 
última frase é um excelente exemplo de como você pode antecipar os 
argumentos. Assim sendo, a aluna conseguiu, de forma coesa e 
organizada, apontar os quatro elementos essenciais para uma 
introdução completa: problematização; contextualização; 
posicionamento; e antecipação dos argumentos; 
 
Diante da explicação acima, o passo a passo a seguir indica a 
melhor forma de organizar a sua introdução: 
1º Passo – Apontar a problematização do tema logo na abertura 
do parágrafo, utilizando as palavras-chave da frase temática; 
2º Passo – Contextualizar a problemática em seguida; 
 
3º Passo – Destacar o posicionamento, o qual pode estar incluído 
nas sentenças dos elementos anteriores ou separado em uma única 
frase; 
4º Passo – Antecipar os tópicos a serem desenvolvidos. 
 
Ainda, se você está com dificuldades para iniciar a sua redação, 
vejamos um modelo de introdução sobre o tema anterior “A cultura da 
meritocracia na sociedade brasileira contemporânea e sua relação com 
a desigualdade”: 
Introdução – “A realidade vivida em torno da cultura da meritocracia na 
sociedade brasileira contemporânea tem sido um dos maiores desafios no 
que se refere à desigualdade. Sua conjuntura se relaciona diretamente com 
o passado, mais especificamente com a Revolução Francesa, em que foi 
estabelecido que todos deveriam ascender socialmente através do esforço 
próprio. Nesse viés, seus efeitos, infelizmente, se alastram e tornam a vida 
quase impraticável, eis que a classe mais desfavorecida não consegue acender 
@prof.aristocrates 
 
 
socialmente competindo com as classes privilegiadas. Diante disso, é 
fundamental a análise da ausência de direitos e da má distribuição de renda”. 
 
Legenda: 
Palavras-chave 
Problematização 
Contextualização 
Posicionamento 
Antecipação dos argumentos 
 
 
Algumas informações importantes também podem ser acrescentadas 
para que você elabore uma excelente introdução: 
 
Dica 1 – Escreva uma introdução com no máximo 4 frases; 
 
Dica 2 – Não deixe o seu parágrafo introdutório maior que os parágrafos 
de desenvolvimento; 
 
Dica 3 – Prefira escrever as frases em ordem direta (sujeito + verbo + 
complemento); 
 
Dica 4 – Defenda o seu ponto de vista sem ferir os direitos humanos 
(ex.: bandido bom é bandido morto); 
 
Dica 5 – Evite generalizações (ex.: com certeza, nunca, todo político é 
corrupto); 
 
Dica 6 – Utilize conjunções e locuções conjuntivas para conectar as 
sentenças e orações (ex.: diante disso, nesse sentido, logo, portanto, assim, 
tendo em vista que, uma vez que etc.); 
 
Dica 7 – Não invente referências para contextualizar o problema nem 
use sem ter certeza se faz sentido com o tema; 
 
Dica 8 – Pesquise e anote algumas referências que você pode utilizar 
na hora de escrever a sua redação. Tenha um caderno com várias referências 
para diversos temas; 
 
Dica 9 – Se atualize, leia notícias, artigos, assista filmes e séries, decore 
algumas leis que podem ser utilizadas em diversos temas; 
@prof.aristocrates 
 
 
“Debate-se muito, correntemente, que…” 
“Segundo a historiografia, nota-se que…” 
"Tendo em vista a atual situação ...., observa-se que..." 
"Levando em consideração ..., ressalta-se que..." 
"Historicamente, ...., tendo em vista que. .. " 
"Certamente/Por certo .... , visto que..." 
“Atualmente, … é um desafio da sociedade contemporânea, uma vez que...” 
"Ao passo que a crise .... diminui, ..... aumenta" 
"Muito se discute sobre...., devido ..... " 
"Em face do cenário atual, .... " 
“Ao contrário do que se pensa…” 
“Comenta-se com frequência a respeito de … , eis que ...” 
Dica 10 – Antes de iniciar a sua redação, faça um esquema com o que 
você vai abordar em cada parte, principalmente na introdução. 
 
 
Evite construções batidas e clichês para escrever a sua introdução, mas, 
se necessário, alguns trechos podem ser utilizados para iniciar esse primeiro 
parágrafo: 
 
 
Essas são apenas algumas das frases que podem ser utilizadas na 
sua introdução. Com a prática, você não precisará de frases prontas 
para iniciar o seu texto. 
Por fim, se você estiver com dificuldades para contextualizar a sua 
introdução, algumas estratégias podem ser utilizadas para 
contextualizar o tema, por exemplo: exemplificação, narração, 
alusão histórica, citação, definição e comparação. 
@prof.aristocrates 
 
 
A exemplificação, por exemplo, pode ser apresentada utilizando 
dados estatísticos ou informações de fontes confiáveis a fim de 
enriquecer a sua contextualização. Todavia, deve-se tomar cuidado com 
essa estratégia, eis que a fonte das informações deve ser citada, e 
não se pode omitir fatores que poderão distorcer o fato. A seguir, 
segue um exemplo da utilização da exemplificação na introdução: 
“Os índices de violência contra a mulher na sociedade brasileira são 
estarrecedores. Segundo o Mapa da Violência, mais de 43 mil mulheres foram 
assassinadas no Brasil só na última década (contextualização - 
exemplificação)”. 
 
A narração pode ser não-ficcional ou ficcional. Na narração 
não-ficcional, você pode trazer uma notíciaque leu nos jornais, um 
episódio da política ou até uma descoberta da Ciência. É importante 
garantir que a história seja verificável, pois o corretor precisa saber 
que o fato aconteceu ou, ao menos, encontrar facilmente na internet. 
Portanto, evite situações que aconteceram no seu bairro ou na sua 
família. Segue a seguir um exemplo de introdução com a narração de 
um fato não-ficcional: 
“Em 2014, no Guarujá, litoral paulista, uma mulher foi amarrada, espancada 
e morta na rua por dezenas de pessoas que, após lerem boatos na internet, a 
acusavam de utilizar crianças em rituais de magia negra (contextualização - 
narração não-ficcional). Essa história, assim como inúmeras outras 
semelhantes, são resultado da persistência da intolerância religiosa na 
sociedade brasileira”. 
 
Por outro lado, na narração ficcional, você pode escolher a 
situação de um livro, filme ou série que esteja relacionada ao tema 
apresentado na proposta e, a partir daí, mostrar como a vida imita a 
arte e vice-versa. Ou seja, você precisa trazer a situação ficcional 
para a realidade. Veja um exemplo abaixo: 
“No seriado ‘Orange is the New Black’, as detentas da prisão Lichfield 
organizaram uma rebelião para melhorar as condições de educação, 
alimentação e outros serviços prestados na instituição e obtiveram relativo 
@prof.aristocrates 
 
 
sucesso em suas demandas (contextualização – narração ficcional). Já na 
realidade brasileira, rebeliões em presídios não costumam acabar bem”. 
 
Como já foi visto, a alusão histórica também pode ser utilizada 
para contextualizar o tema. Para fazer uma contextualização histórica, 
destaque pontos da história em que houve a situação abordada no 
tema. Tome cuidado, sempre, para não fugir do tema. Ademais, cuidado 
para não usar mais do que 3 ou 4 linhas para o resgate histórico, pois 
você ainda terá que apresentar as outras informações necessárias na 
introdução. Vejamos a seguir um exemplo de introdução com alusão 
histórica: 
“Ao longo do processo de formação do Estado brasileiro, do século XVI ao XXI, 
o pensamento machista consolidou-se e permaneceu forte. A mulher era vista, 
na transição entre a Idade Moderna e a Contemporânea, como inferior ao 
homem, tendo seu direito ao voto conquistado apenas na década de 1930, na 
Era Vargas (contextualização – alusão histórica). Mas o voto e as 
conquistas das últimas décadas não eliminaram o problema da violência de 
gênero”. 
 
Outra estratégia é a citação, uma das formas mais conhecidas de 
contextualizar o tema na introdução. Para que a utilização adequada da 
citação, é importante que a ideia citada esteja alinhada ao raciocínio 
que você vai desenvolver e à tese que você vai defender. A citação não 
é, necessariamente, a frase de um filósofo. Pode ser a fala de um 
político, de um artista ou até um trecho de uma música. Segue a seguir 
um exemplo de introdução utilizando a estratégia de citação: 
“Plano de saúde de pobre, fi, é não ficar doente”. O trecho da música “Boca de 
Lobo”, do rapper Criolo, mostra o drama da saúde pública no Brasil 
(contextualização - citação). Enquanto os ministros, senadores e membros 
do alto escalão do governo usufruem, junto da elite, de hospitais particulares 
reconhecidos internacionalmente, a população fica à mercê de um sistema de 
saúde lento e sobrecarregado”. 
 
Ademais, a definição pode ser utilizada como uma forma de 
contextualização do tema. Também chamada de “conceituação”, ela é 
uma estratégia em que o estudante explica um conceito que seja 
central para o tema proposto. Nesse caso, além de apresentar o 
conceito, deve-se mostrar porque ele é importante para o tema que será 
@prof.aristocrates 
 
 
abordado. No exemplo a seguir, podemos ver na prática essa forma de 
contextualização: 
“Isonomia é a noção, em lei, de que todos são iguais. Ruy Barbosa, uma vez, 
definiu o conceito da seguinte forma: ‘tratar igualmente os iguais e 
desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades’ 
(contextualização - definição). As leis, portanto, devem seguir essa diretriz 
e ser aplicadas de acordo com as transgressões”. 
 
Por último, a comparação também é uma forma de apresentar 
um contexto à problematização. A comparação pode ser com outro 
país, época ou civilização. Por exemplo, você pode mostrar como o 
Brasil poderia se inspirar no modelo de outro país para resolução do 
problema. Entretanto, é importante ter em mente que o que funciona 
em outro lugar pode não funcionar aqui, pois há características 
sociais distintas. Outro ponto importante: respeite a Constituição 
Brasileira e a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assim, 
uma comparação com povos da antiguidade que lidavam de forma 
diferente com a justiça (pena de morte e justiça com as próprias mãos) 
pode tirar pontos da sua redação. Vamos ao exemplo: 
“Enquanto países como Israel, Finlândia, Suécia e Japão investem entre 3 e 4 
por cento do PIB em pesquisa e desenvolvimento, esse número no Brasil é de 
1,3 por cento (contextualização – comparação). Não à toa, enquanto esses 
países exportam tecnologia e produtos de alto valor agregado, o Brasil 
continua em sua posição de exportador de ‘commodities’”. 
No mais, vejamos um esquema para te ajudar a identificar alguns 
exemplos de referências a serem utilizados como contexto na sua 
introdução: 
@prof.aristocrates 
 
 
I e II Guerra Mundial 
 
Guerras Mundiais 
 
Períodos históricos 
 
 
Produções escritas e 
audiovisuais 
Legislação 
Estatuto da Criança e do 
Adolescente 
Arts. 1º ao 18 
 
 
 
Revoluções 
 Revolução Industrial, Revolução 
Francesa 
 
 
Períodos 
 Período Colonial; Idade Média; 
Idade Moderna 
 
 
 
 
Movimentos literários 
 Realismo; Romantismo; 
Modernismo 
 
 
 
Pensadores 
 
Filósofos e sociólogos 
 Zygmunt Bauman; Hannah 
Arendt; Paulo Freire 
 
 
Filmes 
 Bacurau; 1917; A Lista de 
Schindler; 
 
 
 
Séries 
 
Merlí; Chernobyl; Black Mirror 
 
 
 
 
Livros 
 A revolução dos Bichos; A 
peste; O Homem Invisível 
 
 
Dados estatísticos 
 
IBGE; IPEA; CAPES 
 
 
 
Notícias 
 
BBC; G1; UOL 
 
 
 
Constituição Federal 
 
Arts. 3º, 4º, 5º 
 
 
 
 
 
Declaração dos Direitos 
Humanos 
 
Arts. 1º ao 7º 
 
 
Exemplos 
@prof.aristocrates 
 
 
 
 
 
 
 
❖ O que você não pode esquecer? 
 
- A introdução é uma das partes mais importantes do texto, pois é o 
primeiro trecho a ser lido; 
- A introdução deve conter três elementos: problematização, 
contextualização, posicionamento e antecipação dos tópicos; 
- Preferencialmente, a problematização deve conter as palavras-chave 
do recorte temático; 
- Antes de iniciar a sua redação, os elementos a serem abordados devem 
ser identificados e esquematizados; 
- Não é preciso uma expressão, palavra ou matriz sofisticada para tornar 
a sua introdução mais culta ou ideal; 
- Todo tema precisa ser problematizado ao escrever uma dissertação- 
argumentativa; 
- A frase temática pode ter entre três e cinco palavras-chave; 
 
- A contextualização é a adição de uma informação externa a ser 
adicionada à realidade do problema, como cinema, literatura, sociologia, 
filosofia, história, legislação; 
- Paradoxos, citações, alusões históricas, narrações, exemplificações, 
definições e comparações podem ser utilizados como contexto; 
- Os quatro elementos da introdução (problema, contexto, tese e 
@prof.aristocrates 
 
 
tópicos) podem ser organizados em frases separadas ou não; 
- A ordem das informações na introdução não altera o resultado; 
 
- Devem ser selecionados, preferencialmente, apenas dois tópicos a 
serem desenvolvidos; 
- Um dos tópicos deve ser selecionado do texto motivador e o outro 
pode ser uma escolha própria. 
 
 
PASSO 3 
 
MONTANDO O PROJETO DE TEXTO: 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
Então, se a introdução é o parágrafo mais importante, o 
desenvolvimento é tão necessário quanto. Nesse sentido, precisamosentender bem como evoluir o texto, conduzir as ideias e organizar 
isso tudo dentro do parágrafo. 
 
Recapitulando alguns pontos importantes que você precisa se 
recordar. Assim, cabe relembrar que as matrizes de 
desenvolvimento do seu texto são basicamente as mesmas que 
estão no texto de apoio. Além disso, lembre-se que pelo menos um 
desses parágrafos deve abordar a mesma linha, a mesma 
posição ou um dos argumentos que esse texto de apoio traz. 
Ainda, como já foi explicado, não é seu papel copiar esses textos, eis 
que a redação não é uma prova de copista, mas sim uma prova de 
produção, de criatividade, que envolve pontos de vista, opiniões etc. 
 
Assim sendo, você não deve transcrever as ideias nem as 
informações dos textos de apoio, mas sim utilizar esses 
posicionamentos dos textos motivadores para desenvolver os seus 
argumentos, ok? 
 
Diante disso, cabe questionar: posso fazer dois parágrafos com a 
mesma posição que os textos de apoio? Sim. Posso fazer um parágrafo 
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seguindo os textos de apoio e outro parágrafo seguindo uma outra ideia 
que eu tenho sobre o assunto? Também pode. Quero mostrar um ponto 
de vista positivo e um negativo sobre o tema, posso fazer isso? Não é 
aconselhado, uma vez que a dissertação-argumentativa é o 
alinhamento de uma posição, um posicionamento, logo não caberia 
mostrar um ponto positivo e negativo. Então, se você escolheu um 
posicionamento negativo, você deve defendê-lo até o fim da sua 
redação. 
Ainda, cabe lembrar que o alinhamento fixo de uma posição não 
significa necessariamente um posicionamento rigoroso, extremado, 
polarizado, mas que pende para um dos lados. 
 
Finalmente, vamos ao que interessa. O que deve conter nos 
parágrafos de desenvolvimento? O primeiro dos aspectos fundamentais 
é o tópico frasal, uma vez que ele é essencial para indicar o que será 
desenvolvido e para organizar o seu parágrafo, visando a elaboração 
de um texto coeso. 
 
Como exemplo de uso do tópico frasal para iniciar o seu parágrafo 
de desenvolvimento, vejamos os parágrafos da aluna Gabriela 
Gonçalves Caixeta sobre “A cultura da meritocracia na sociedade 
brasileira contemporânea e sua relação com a desigualdade”: 
 
“Após as Revoluções Industriais, do século XIII, devido à mudança da 
manufatura para a maquinofatura, houve o refinamento do trabalho. Nesse 
cenário, os trabalhadores mais aptos eram escalados para os cargos. Nesse 
contexto, até os dias de hoje na sociedade brasileira contemporânea, 
somente os indivíduos mais preparados são selecionados. Porém, devido a 
cultura meritocrática, as diferenças nas ferramentas que cada um obteve 
para se especializar são ignoradas, o que gera uma grande desigualdade. 
Dito isso, emerge a necessidade de análise de duas realidades: a negligencia 
cultural e a culpabilização da vítima. 
 
Em primeira instância, a negligencia cultural faz com que, na maioria das 
vezes, muitas pessoas sejam prejudicadas. Sobre o assunto, o filósofo Hegel 
fala sobre o conceito de “subjetividade Cultural”, no qual diz que um indivíduo 
é formado através das milhares de influências que ele recebe ao longo da vida. 
Ou seja, não é possível caracterizá-lo analisando somente um aspecto, como 
fazem na meritocracia, quando apenas o intelecto é considerado e uma criança 
que nasceu na favela sem as mínimas condições para estudar, compete com 
outra, rica, que sempre frequentou escolas privadas. Logo, a cultura 
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meritocrática produz desigualdade e enquanto medidas públicas não forem 
criadas, a injustiça, infelizmente, prevalecerá. 
 
Em segunda instância, a culpabilização da vítima, faz com que, grande parte 
das vezes, mais desigualdade seja produzida. A respeito desse assunto, o 
sociólogo Darcy Ribeiro comenta que a democracia tornou-se um projeto falho, 
uma vez que o que foi prometido, normalmente, não está sendo feito. Nesse 
sentido, mesmo que a igualdade seja uma cláusula pétrea do artigo 5° da 
Constituição de 1988, isso não tem sido cumprido pelo Governo, que usa de 
culturas, como a meritocracia, para colocar sua irresponsabilidade no fracasso 
pessoal dos menos desfavorecidos nesse processo. Dessa forma, enquanto o 
Estado não reconhecer sua responsabilidade e gerar políticas públicas, as 
pessoas continuarão sendo vítimas dessa cultura desigual.” 
 
Legenda: 
 
Palavras-chave 
Antecipação dos argumentos 
Tópico frasal 
 
 
No parágrafo de introdução, já podemos perceber que a aluna 
citou os dois argumentos a serem desenvolvidos: a negligência 
cultural e a culpabilização da vítima. Com isso, nos tópicos frasais 
de cada parágrafo de desenvolvimento, os argumentos citados na 
introdução, devem ser utilizados para iniciar os parágrafos de 
desenvolvimento. 
 
Se observarmos, no segundo e terceiro parágrafos da aluna 
Gabriela, vemos a menção à negligência cultural e à culpabilização da 
vítima, expressões que constituem o tópico frasal desses parágrafos de 
desenvolvimento. Dessa forma, é possível perceber que essa primeira 
sentença deve ser simples, curta e objetiva. 
 
Ademais, para um tópico frasal completo, além da menção aos 
tópicos a serem abordados, é necessário que seja apontado os 
recortes da frase temática, como “cultura da meritocracia”, 
“sociedade brasileira contemporânea” e “desigualdade”. Ao analisar a 
redação da Gabriela, podemos perceber que a menção ao tema não foi 
feita de forma satisfatória, eis que apenas a palavra-chave 
“desigualdade” foi mencionada no terceiro parágrafo. 
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Em síntese, a criação desses tópicos frasais é essencial para a 
coesão e organização do seu desenvolvimento, permitindo, assim, que 
o corretor identifique quais argumentos serão abordados na sua 
redação. 
Agora, vamos analisar outra redação na intenção de identificar se 
o aluno conseguiu apresentar o argumento a ser desenvolvido e 
relacionar com o tema. Segue a seguir a redação da aluna Giovana 
Ceccato sobre o tema “Educação ambiental, sustentabilidade e 
formação crítica: quais os desafios do século para a sobrevivência do 
planeta”: 
 
“A educação ambiental no Brasil encontra sérios desafios em função da 
ineficiência em formar pessoas críticas e que praticam ações sustentáveis. 
Embora haja uma Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) nas escolas, 
há entraves no modo de ensino em relação ao meio ambiente, pois há um 
imediatismo em resolver os problemas ocasionados às áreas ambientais desde 
a primeira Revolução Industrial, no século XVII. Tal posicionamento revela 
uma situação de emergência para resolver os impactos que afligem a 
sobrevivência do planeta e a ineficácia das Políticas Públicas nesse canário. 
Dito isso, é urgente analisar o papel do Estado e os efeitos do 
conservadorismo. 
 
É importante ressaltar, em primeiro plano, que a função estatal frente ao 
ensino ambiental tem sido ineficiente. Nesse sentido, a Conferencia 
Ambiental de Estocolmo, que ocorreu em 1972, foi a primeira a planejar metas 
para preservar o meio ambiente e para praticar o desenvolvimento 
sustentável. No entanto, ainda que seja um marco revolucionário e histórico, 
alguns países, como o Brasil, não implementaram adequadamente as 
recomendações impostas. Prova disso são os constantes estudos, como o da 
Academia Brasileira de Ciência, que revelam a escassez dos recursos naturais, 
utilizados pelas indústrias, e o baixo incentivo na educação ambiental para 
conscientizar a sociedade sobre a realidade. Dessa forma, tais pactos se 
encontram em um contexto de urgência e, cada vez mais, difíceis de serem 
solucionados 
 
Cabe destacar, em segundo plano, que há um conservadorismo na educação 
brasileira que se encontra em colisão com o ensino sustentável. Nessa 
perspectiva, nossa didática tradicional, descrita como “educação bancária” 
pelo pedagogo Paulo Freire, basicamente é o ato de o professor ensinaros 
alunos através de comunicados que eles deram memorizar e repetir, 
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entretanto, tal método não é eficaz na contemporaneidade devido ao uso da 
tecnologia e dos meios de comunicação. Isso interfere na formação crítica dos 
indivíduos perante a questão ambiental, já que esse assunto é passado nas 
escolas por meio de conceitos e, muitas vezes, não há aulas interativas que 
proporcionam a atenção dos estudantes. Dessa maneira, tais quesitos 
dificultam as soluções para conter os impactos ao ambiente”. 
 
Legenda: 
Palavras-chave 
Antecipação dos argumentos 
Tópico frasal 
Comprovação teórico 
Fechamento do argumento 
 
 
Primeiramente, podemos perceber que a frase temática possui 
pelo menos 5 palavras-chave: “educação ambiental”, 
“sustentabilidade”, “formação crítica”, “desafios do século” e 
“sobrevivência do planeta”. Com isso, pode-se analisar brevemente que 
a aluna conseguiu apontar os recortes temáticos e destacou os tópicos 
a serem desenvolvidos na introdução. 
 
Além disso, retomando os elementos da introdução, a aluna 
apresentou as informações necessárias, ou seja, problematização, 
contextualização, posicionamento e antecipação dos argumentos. 
Diante disso, pode-se concluir que a introdução da Giovana está 
completa, sem fórmula “mágica” nem estrutura sofisticada. 
 
No que se refere aos tópicos frasais, a base dos parágrafos de 
desenvolvimento, pode-se observar que a aluna mencionou as 
palavras-chave do tema e apresentou os argumentos a serem 
desenvolvidos em cada parágrafo na primeira sentença. 
 
Em síntese, tópico frasal é a soma do tópico mencionado na 
introdução com o assunto maior desse parágrafo e o núcleo do 
tema. Ademais, não é necessário transcrever todas as palavras 
do recorte temático no tópico frasal. Pode-se apenas citar uma 
dessas palavras, uma vez que alguns temas possuem até 5 palavras- 
chave. 
 
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Depois do tópico frasal, temos uma das partes mais importantes 
e necessárias do desenvolvimento do seu argumento, a comprovação 
do que foi dito. Podemos dizer que a redação funciona mais ou menos 
como uma defesa de um processo na justiça, isto é, tudo o que você 
diz, você precisa comprovar. Para comprovação desse argumento, 
preferencialmente, você pode utilizar um campo teórico, por exemplo, 
uma matriz de lei, ciência, sociologia, história, filosofia, qualquer área, 
ou uma situação da realidade que comprove o que foi afirmado. 
 
Nesse sentido, para uma argumentação consistente e coesa, você 
precisa apresentar o tópico a ser desenvolvido e uma forma de 
comprovar esse tópico. Além disso, é necessário destacar que a 
referência utilizada para provar o seu argumento precisa vir do seu 
arcabouço sociocultural. Ou seja, você não deve copiar ou 
parafrasear as referências dos textos motivadores, mas sim utilizar o 
seu próprio repertório. Assim, é primordial que você estude os eixos 
temáticos, os temas mais prováveis, os projetos de lei do Senado e da 
Câmera, entre outros conteúdos atuais. Lembre-se, você não deve 
somente identificar os possíveis temas, você precisa pesquisar sobre 
o assunto, se inteirar, buscar dados e fatos importantes etc. 
 
Voltando a análise da redação da Giovana, podemos perceber que, 
após o tópico frasal, no segundo parágrafo, a aluna apontou a primeira 
conferência a planejar metas para preservar o meio ambiente e para 
praticar o desenvolvimento sustentável, a Conferência Ambiental de 
Estocolmo, que ocorreu em 1972. A partir desse marco revolucionário e 
histórico, a aluna destaca que essas recomendações impostas não são 
realizadas, eis que ainda há uma grande escassez dos recursos naturais, 
utilizados pelas indústrias, além de um baixo incentivo na educação 
ambiental para conscientizar a sociedade sobre a realidade. Assim, a 
aluna conseguiu comprovar o seu argumento de que o governo é 
ineficiente na resolução dos problemas ambientais, cumprindo com a 
estrutura esperada: tópico frasal e comprovação do argumento. 
 
Assim sendo, como já foi destacado, a sua bagagem cultural é 
essencial para a comprovação do seu tópico. Mas não basta apenas 
copiar uma frase famosa de um filosofo e acrescentar na sua 
redação, é necessário relacioná-la ao tópico e utilizar as suas 
próprias palavras para comprovar a sua argumentação. Assim, 
em síntese, pode se dizer que argumentar é a soma de um tópico 
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frasal com uma forma de comprovação, sem que seja necessário 
citações prontas e um linguajar sofisticado e rebuscado. 
 
Para encerrar o seu argumento, observa-se que a aluna fechou o 
seu segundo parágrafo apontando o impacto da ineficiência 
governamental e a necessidade de resolver a problemática. Logo, um 
parágrafo de argumento deve conter uma estrutura básica com: tópico 
frasal, comprovação teórica e finalização. 
 
Por fim, vamos analisar o terceiro parágrafo da Giovana para 
identificar se ela seguiu a estrutura adequada de um parágrafo 
argumentativo. Se analisarmos esse segundo argumento, podemos 
perceber que a aluna novamente conseguiu apontar as três partes 
necessárias, ou seja, o tópico frasal, a comprovação teórica e a 
finalização do argumento. Logo, ela apresenta dois argumentos bem 
desenvolvidos, consistentes e fundamentados. 
 
No tópico frasal, identificamos que a aluna conseguiu retomar o 
tópico citado na introdução e relacionar com o tema por meio da 
palavra-chave “ensino sustentável”. Em sequência, como forma de 
comprovação do seu argumento a respeito do conservadorismo na 
educação brasileira, ela explica, a partir do conceito “educação bancária” 
criado pelo autor Paulo Freire, que a forma de ensino baseada na 
memorização e repetição não é efetiva, uma vez que o ensino ambiental 
não deve ser apenas algo teórico, mas também prático. Por fim, ela 
finaliza com o impacto que esse ensino tem no meio ambiente. 
 
Em suma, a aluna conseguiu desenvolver o seu argumento de 
forma satisfatória. Todavia, ela poderia ter detalhado melhor como essa 
“educação bancária” é utilizada para o ensino sustentável, destacando, 
por exemplo, que conceitos como “ecossistema” e “sustentabilidade” 
são ensinados, mas não são colocados em prática, como projetos de 
reciclagem. Dessa forma, podemos chegar à conclusão que, na 
argumentação, é importante agregar detalhes aos exemplos 
mencionados, dando, assim, consistência ao texto. Entretanto, não se 
pode confundir qualidade com quantidade, isto é, preferencialmente, 
não se deve apontar mais de um assunto por parágrafo, mas sim 
desenvolver de forma consistente e detalhada um único 
argumento em cada parágrafo de argumentação. 
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Sendo assim, para uma argumentação de qualidade, deve-se 
acrescentar à sua redação uma explicação consistente e uma 
exemplificação bem detalhada, não sendo necessário apontar vários 
exemplos e dados para comprovar o mesmo argumento. Somente 
assim, você mostrará ao corretor que você tem domínio sobre o assunto. 
 
Para compreender melhor como você pode desenvolver a sua 
redação, vamos analisar 2 formas diferentes de organizar e selecionar 
o primeiro e segundo argumentos - enumeração e causa/efeito: 
 
➢ Enumeração: 
 
A enumeração é uma forma muito utilizada de organizar a sua 
argumentação. Nela, você pode enumerar dois fatos que 
comprovam a relevância do que você está defendendo. É 
importante que você explicite bem que haverá uma ordem de ideias no 
desenvolvimento com o uso de conectivos de sequência, como “em 
primeira análise, em segunda análise”, “inicialmente, seguidamente”. “a 
princípio, além disso” etc. Para isso, você deve citar na introdução que 
há dois problemas e destrinchá-los em parágrafos diferentes. 
Segue a seguir um exemplo de argumentos de enumeração: 
 
“Em primeira instância, (enumeração) a negligencia cultural faz com que, 
na maioria das vezes, muitas pessoas sejam prejudicadas.Sobre o assunto, o 
filósofo Hegel fala sobre o conceito de “subjetividade Cultural”, no qual diz que 
um indivíduo é formado através das milhares de influências que ele recebe ao 
longo da vida. Ou seja, não é possível caracterizá-lo analisando somente um 
aspecto, como fazem na meritocracia, quando apenas o intelecto é considerado 
e uma criança que nasceu na favela sem as mínimas condições para estudar, 
compete com outra, rica, que sempre frequentou escolas privadas. Logo, a 
cultura meritocrática produz desigualdade e enquanto medidas públicas não 
forem criadas, a injustiça, infelizmente, prevalecerá. 
 
Em segunda instância, (enumeração) a culpabilização da vítima, faz com 
que, grande parte das vezes, mais desigualdade seja produzida. A respeito 
desse assunto, o sociólogo Darcy Ribeiro comenta que a democracia tornou- 
se um projeto falho, uma vez que o que foi prometido, normalmente, não esta 
sendo feito. Nesse sentido, mesmo que a igualdade seja uma cláusula pétrea 
do artigo 5° da Constituição de 1988, isso não tem sido cumprido pelo 
Governo, que usa de culturas, como a meritocracia, para colocar sua 
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irresponsabilidade no fracasso pessoal dos menos desfavorecidos nesse 
processo. Dessa forma, enquanto o Estado não reconhecer sua 
responsabilidade e gerar políticas públicas, as pessoas continuarão sendo 
vítimas dessa cultura desigual.” 
 
➢ Causa/efeito 
 
Muito comum como estratégia argumentativa, nesse modelo de 
causa/efeito, você apresenta os motivos, os porquês, as razões de 
um determinado problema acontecer e, em seguida, as 
consequências, os resultados e os desdobramentos. Assim, esse 
tipo de recurso argumentativo busca comprovar a tese defendida a 
partir da exploração das relações de causa e consequência associadas 
ao tema debatido. 
 
Nesse sentido, alguns conectivos podem ser utilizados para deixar 
clara a sua intenção de apontar argumentos de causa e efeito, por 
exemplo: como reflexo disso, com efeito, consequentemente, por 
consequência etc. 
 
Veja a seguir um exemplo desse tipo de argumentação 
causa/efeito: 
 
“Sob essa análise, é necessário salientar que fatores relevantes são 
causadores dessa problemática. Dentre eles, destaca-se a ausência de 
informações precisas e contundentes a respeito das doenças mentais 
(causa), as quais, muitas vezes, são tratadas com descaso e desrespeito. Essa 
falta de subsídio informacional é grave, visto que impede que uma grande 
parcela da população brasileira conheça a seriedade das patologias 
psicológicas, sendo capaz de comprometer a realização de tratamentos 
adequados, a redução do sofrimento do paciente e a sua capacidade de 
recuperação. Somada a isso, a veiculação virtual (causa) de uma vida 
idealizada também contribui para a construção dessa caótica conjuntura, pois 
é responsável pela crença equivocada de que a existência humana pode ser 
perfeita, isto é, livre de obstáculos e transtornos. Esse entendimento falho da 
realidade faz com que os indivíduos que não se encaixem nos padrões 
difundidos, em especial no que concerne à saúde mental, sejam vítimas de 
preconceito e exclusão. Evidencia-se, então, que a carência de conhecimento 
associada à irrealidade digitalmente disseminada arquitetam esse lastimável 
panorama. 
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Consequentemente, tais motivadores geram incontestáveis e sérios efeitos 
na vida dos indivíduos que sofrem de algum gênero de doença mental. Tendo 
isso em vista, o acolhimento insuficiente e a falta de tratamento são 
preocupantes (efeitos), uma vez que os acometidos necessitam de 
compreensão, respeito e apoio para disporem de mais energia e motivação no 
enfrentamento dessa situação, além de acompanhamento médico e psicológico 
também ser essencial para que a pessoa entenda seus sentimentos e organize 
suas estruturas psicológicas de uma forma mais salutar e emancipadora. O 
filme “Toc toc” retrata precisamente o processo de cura de um grupo de amigos 
que são diagnosticados com transtornos de ordem psicológica, revelando que 
o carinho fraternal e o entendimento mútuo são ferramentas fundamentais no 
desenvolvimento integral da saúde. Mostra-se, assim, que a estigmatização de 
doentes mentais produz a escassez de elementos primordiais para que eles 
possam ser tratados e curados”. 
 
Ainda, há algumas estratégias que podem ser utilizadas para 
desenvolver os seus argumentos de forma consistente. Vejamos alguns 
exemplos a seguir: 
 
➢ Exemplificação: 
 
Na estratégia de exemplificação, você deve inserir e desenvolver 
um exemplo específico como foco principal do parágrafo, tendo o 
propósito de justificar a sua ideia. Esse exemplo deve ser, 
preferencialmente, de conhecimento geral, ou seja, facilmente 
verificável. Um exemplo sempre traz força à argumentação, pois 
mostra casos reais em que a tese se prova verdadeira. 
 
O argumento por exemplificação consiste em usar como exemplo 
um fato concreto, como um evento histórico ou alguma notícia, 
com o intuito de justificar a sua ideia. 
 
Alguns operadores argumentativos para esse tipo de argumento 
são: por exemplo, a exemplo de, a título de exemplificação, como 
acontece no caso etc. 
 
Veja um exemplo a seguir de argumento desenvolvido com 
exemplificação: 
 
“Além disso, nota-se, ainda, como fatores socioeconômicos também são 
responsáveis pelos casos. Como exemplo, no ano de 2013 milhares de 
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manifestantes ocuparam as ruas da capital de São Paulo em reivindicação por 
melhorias e abaixamento dos preços dos transportes públicos 
(exemplificação). Ainda, a Revolução Francesa é considerada o símbolo de 
“liberdade, igualdade e fraternidade’, visto que mobilizou as camadas sociais 
infladas da crise econômica no respectivo país. Assim, é evidente que a política 
externa e interna influenciam na quantidade de manifestações ocorrentes”. 
 
➢ Citação de autoridade: 
 
O argumento de autoridade é o nome dado a uma estratégia 
argumentativa em que o posicionamento é justificado a partir do 
comportamento ou fala de outras pessoas importantes. Isso 
significa que você pode usar, por exemplo, constatações feitas por 
líderes políticos, filósofos, sociólogos, cientistas e historiadores 
na construção das suas ideias. 
 
No geral, para introduzir argumentos de autoridade, utiliza-se a 
citação direta, que é quando se coloca a fala do especialista entre 
aspas, mas também a paráfrase que é quando as ideias são escritas 
de modo indireto. No caso da paráfrase, ela pode vir acompanhada de 
conectores como: “segundo”, “de acordo” etc. Não obstante, não se 
deve esquecer que apenas apontar as citações não é suficiente para uma 
argumentação consistente. Isto é, para uma argumentação bem 
fundamentada, você deve relacionar essa citação com o tópico e explicar 
essa relação. 
 
Vejamos um exemplo a seguir: 
 
“A princípio, o exercício escasso da empatia na sociedade brasileira contribui 
com a manutenção do estigma das doenças mentais. Segundo o filósofo 
prussiano Immanuel Kant, os indivíduos devem agir conforme o dever 
moralmente correto, levando em consideração a existência do outro e criando 
uma lei universal (citação de autoridade). Entretanto, esse princípio, 
chamado de imperativo categórico, não é plenamente executado no Brasil, 
visto que as práticas preconceituosas contra pessoas com problemas 
psicológicos contradiz a moral de respeito às diferenças individuais. Nessa 
perspectiva, serve de exemplo o pensamento errôneo no qual o indivíduo que 
sofre de certas condições psíquicas, como a bipolaridade, seria incapaz de agir 
na sociedade, desvalorizando seu caráter. Dessa forma, nota-se que esse 
desrespeito precisa ser desmotivado”. 
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➢ Dados estatísticos: 
 
Para provar o que se diz, dados estatísticos são comumente 
utilizados, visto que são fruto de pesquisas feitas por órgãos de 
reconhecimento

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