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Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 1/10 Avaliação Online (Curso Online - Automático) Atividade finalizada em 09/11/2022 22:44:02 (372755 / 1) LEGENDA Resposta correta na questão # Resposta correta - Questão Anulada X Resposta selecionada pelo Aluno Disciplina: PRÁTICA PEDAGÓGICA INTERDISCIPLINAR: FILOSOFIA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO [470520] - Avaliação com 20 questões, com o peso total de 50,00 pontos [capítulos - Todos] Turma: Segunda Graduação: Segunda Graduação 6 meses - Licenciatura em Filosofia - Grupo: FPD-FEV2022 - SGegu0A130522 [68329] Aluno(a): 91320852 - SORAIA FREITAS CARDOSO SOUZA - Respondeu 19 questões corretas, obtendo um total de 47,50 pontos como nota [359891_1126 71] Questão 001 (CESPE – 2013 – SEDUC-CE) Sócrates experimentara o filosofar como pólemos, isto é, o embate e combate pela evidência e verdade (aletheia), contra o perigo da aparência e da opinião (doxa). E pautara esse filosofar “polêmico” (no sentido acima) no exercício do diálogo. Do diálogo socrático fazia parte a ironia. “No uso comum, a palavra ironia tem uma gama infinita de sentidos. Mas em todos eles perpassa uma atitude mental que considera o conhecimento uma névoa que embacia e deforma a realidade. Nossa existência-no-mundo, formada a partir dessa névoa, torna-se terrivelmente mesquinha. O pensador irônico percebe a mesquinhez de tal existência. Sócrates foi mestre da ironia porque, na discussão das palavras, conduzia a todos à evidência e à convicção do ‘sei que nada sei’”. Arcângelo R. Buzzi. Filosofia para principiantes: a existência humana no mundo. Petrópolis: Vozes, p. 82, 9.ª ed., 1998, p. 82 (com adaptações). De acordo com as ideias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta. Para Sócrates, como educador, o importante era que o homem se tornasse capaz de ter opiniões sobre a realidade. Toda opinião é necessariamente falsa, pois é baseada na aparência, e não na essência das coisas. Na concepção socrática, o não saber é mera ignorância, portanto é o maior impedimento ao pensamento filosófico. X A ironia socrática era o modo de interrogar por meio do qual Sócrates levava o seu interlocutor ao reconhecimento de sua própria ignorância, fazendo a crítica das opiniões baseadas nas aparências assumidas pelos homens no cotidiano. A ironia em Sócrates tinha um sentido meramente depreciativo e, nesse sentido, era idêntica ao sarcasmo puro e simples. [359891_1126 54] Questão 002 (PUC-SP – 2016 – ADAPTADA) “Em termos constitucionais mais convencionais, [na Atenas antiga] o povo não só era elegível para cargos públicos e possuía o direito de eleger administradores, mas também era seu o direito de decidir quanto a todos os assuntos políticos e o direito de julgar, constituindo-se como tribunal, todos os casos importantes civis e criminais, públicos e privados. A concentração da autoridade na Assembleia, a fragmentação e o rodízio dos cargos administrativos, a escolha por sorteio, a ausência de uma burocracia remunerada, as cortes com júri popular, tudo isso servia para evitar a criação da máquina partidária e, portanto, de uma elite política institucionalizada.” (M. I. Finley. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988, p. 37.) A partir do texto, pode-se afirmar que a democracia, na Atenas antiga X permitia a ampla manifestação dos cidadãos e tinha mecanismos que impediam a perpetuação das mesmas pessoas em cargos administrativos. limitava a atuação do conjunto da sociedade nas decisões e nos assuntos polí-ticos, que ficavam restritos à elite intelectual e econômica. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 2/10 dependia do bom funcionamento do aparato administrativo, composto por funcionários estáveis e por ampla hierarquia burocrática. buscava facilitar a concentração de poder nas mãos de uma elite aristocrática. reconhecia a necessidade da tripartição do poder, com a separação e a isonomia entre o executivo, o legislativo e o judiciário. [359891_1112 73] Questão 003 (ENEM – 2016) A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado). De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção X contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social. representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioria. identifica indivíduos despreparados para a vida em comum. determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes. estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade. [359891_1126 80] Questão 004 (UECE-CEV - 2019 - ADAPTADA) Atente para o seguinte trecho de Locke sobre o pacto social: “Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através de acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade”. LOCKE, John. Dois tratados sobre o governo. Petrópolis: Vozes, 1994, p. 139. Coleção clássicos do pensamento político. – Citação adaptada. No que diz respeito ao estabelecimento da sociedade civil em John Locke, considere as seguintes afirmações: I. O estabelecimento da sociedade civil amplia a liberdade dos homens. II. O estabelecimento da sociedade civil funda-se no consentimento. III. O estabelecimento da sociedade civil funda-se na liberdade e igualdade que existe entre todos os homens. É correto o que se afirma em X I e III apenas. I e II apenas. I, II e III. II e III apenas. I apenas. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 3/10 [359891_1127 26] Questão 005 (FCC – SABESP – 2018) Atenção: Leia o texto abaixo para responder as duas questões seguintes. O último livro de Achille Mbembe intitula-se Crítica da Razão Negra. Como define “razão negra”? O que chamamos de “Negro” é uma invenção do capitalismo à época em que esse sistema econômico e essa forma de exploração da natureza e dos seres humanos foi posta em prática à beira do Oceano Atlântico, no século XV. Neste contexto, “Negro” é a definição de uma humanidade que se presume não ser só uma, ou, sendo apenas uma, não pode ser nada mais do que uma coisa, um objeto, uma mercadoria. A “razão negra” reflete o conjunto de discursos que afirmam quem é este homem-objeto, homem-mercadoria, homem-coisa, como deve ser tratado, governado, em que condições se deve pô-lo a trabalhar e como tirar proveito dele. Depois, a “razão negra” designa a retomada do discurso daqueles que foram “catalogados” (Africanos, Antilhanos, Afro-Americanos, Afro-Caribenhos) e que devolvem e endossam essa responsabilidade aos responsáveis por este “fabrico”, buscando a reafirmação da sua humanidade plena e intei-ra. Logo após o 11 de Setembro, o mundo entrou numa fase muito particular, a que poderíamos chamar de estado de “exceção”. Está hoje presente, segundo defende, uma espécie de “racismo sem raça” que mobiliza a religião e a cultura no quadro da luta contra o terrorismo. Pode aprofundar esta questão? Depois do 11 de Setembro, o mundo entrou num momento muito específico, que pode ser chamado de “estado de sítio”: uma série de garantias jurídicas fundamentais que permitiam assegurar a nossa segurança e a nossa liberdade foi posta em causa, de forma explícita ou indireta. A exceção tornou-se norma. A detenção de pessoas que supõem tratar-se de inimigos vulgarizou-se, as prisões sem julgamento também, a tortura com oobjetivo de extrair à força informações e a submissão das populações de todo o mundo a sistemas de vigilância sem contrapontos legais tornaram-se comuns. Tudo isso resulta numa “rebalcanização” do mundo sobre um fundo de duas formas obscuras de desejo que afligem as sociedades contemporâneas: o apartheid (cada um quer viver apenas com os seus) e o sonho, funesto no meu ponto de vista, de uma comunidade sem estrangeiros. O presidente francês, François Hollande ensaiou a ideia de retirar a palavra “raça” da constituição francesa para lutar contra o racismo. Como encara esta atitude? Absolutamente inacreditável! Porque isso pressupõe que se nos confrontamos com um problema, basta eliminar o vocábulo que o define. Se os países africanos suprimirem a palavra “pobreza”, ela desaparece? Há qualquer coisa de estranho neste tipo de raciocínio. Creio que o presidente faria melhor se refletisse sobre as novas formas de racismo em França e buscasse métodos para as combater. O que pensa dos que denunciam um aumento do racismo antibranco? (Risos) Não devemos brincar. Não quero dizer que os não brancos não são capazes de atitudes racistas. Porém, o racismo tal como se desenvolveu no mundo moderno, implica a existência de mecanismos institucionais coercivos na atribuição de uma identidade. Neste momento, na correlação de forças mundial, desculpe, mas o mundo africano em particular não dispõe de recursos suscetíveis de estigmatizar pessoas de origem europeia. Adaptado de: Entrevista de Achille Mbembe a Séverine Kodjo-Grandvaux. Trad. de C.F., Novo Jornal, 17 jan. 2014, p. 7 Em resposta à segunda pergunta, Achille Mbembe Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 4/10 ilustra, por meio da comparação com o apartheid, uma consequência cultural da discriminação norte-americana, que culminou nos desastres do 11 de Setembro, acirrando ainda mais disputas de caráter colonialista. aponta para a série de acontecimentos desencadeados pelo 11 de Setembro, que rompeu com o sonho norte-americano, relacionado visceralmente ao apartheid, de não haver estrangeiros nos Estados Unidos. X refere-se às decorrências do 11 de Setembro, em termos de política de segurança antiterrorismo, como repetição de um mesmo mecanismo segregacio-nista semelhante ao apartheid. critica a política externa norte-americana que, após o 11 de Setembro, passou a intensificar a vigilância discriminatória contra negros imigrantes, provenientes de outras matrizes culturais, daí a expressão “racismo sem raça”. compara o apartheid ao que ocorre no mundo atualmente, em função de uma política orquestrada pelos Estados Unidos, a qual se contrapõe ao sonho de uma comunidade em que ninguém seja visto como estrangeiro. [359891_1126 73] Questão 006 (ENEM 2010) O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem os distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo: Martin Claret, 2009 No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na compaixão quanto a condenação de transgressões religiosas. bondade em relação ao comportamento dos mercenários. X conveniência entre o poder tirânico e a moral do príncipe. inércia do julgamento de crimes polêmicos. neutralidade diante da condenação dos servos. [359891_1127 16] Questão 007 (UFSC - UFFS – 2009 – ADAPTADA) Tendo em vista as críticas de Adorno sobre a educação, problema este que gerou Auschwitz, e transpondo-as para o nosso tempo podemos afirmar que: I. faltam em nosso sistema escolar severidade, rigor, disciplina e austeridade. I. a educação e o esclarecimento ainda podem evitar o aparecimento de genocidas. II. a autoridade e a disciplina são aspectos centrais para a boa formação e para a civilidade. III. afetividade, paciência e tolerância não são demonstrações de fraqueza. Assinale a alternativa CORRETA. I e III. I, II e III. III e IV. X II e IV. I e II. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 5/10 [359891_1112 94] Questão 008 (UEL – 2011) Leia o texto a seguir: De acordo com Susie Orbach, “Muitas coisas feitas em nome da saúde geram dificuldades pessoais e psicológicas. Olhar fotos de corpos que passaram por tratamento de imagem e achar que correspondem à realidade cria problema de autoimagem, o que leva muitas mulheres às mesas de cirurgia. Na geração das minhas filhas, há garotas que gostam e outras que não gostam de seus corpos. Elas têm medo de comida e do que a comida pode fazer aos seus corpos. Essa é a nova norma, mas isso não é normal. Elas têm pânico de ter apetite e de atender aos seus desejos”. (Adaptado: “As mulheres estão famintas, mas têm medo da comida”, Folha de S. Paulo, São Paulo, 15 ago. 2010, Saúde. Disponível em: Acesso em: 15 out. 2010). Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Émile Durkheim, é correto afirmar: X Os padrões do que se considera saudável e belo são exemplos de fato social e, portanto, são suscetíveis de exercer coerção sobre o indivíduo. A consciência coletiva é mais forte entre os jovens, voltados que estão a princípios menos individualistas e egoístas. Normas são prejudiciais ao desenvolvimento social por criarem parâmetros e regras que institucionalizam o agir dos indivíduos. O conflito geracional produz anomia social, dada a incapacidade de os mais velhos compreenderem as aspirações dos mais novos. A base para a formação de princípios morais e de solidez das instituições são os desejos individuais, visto estes traduzirem o que é melhor para a sociedade. [359891_1126 75] Questão 009 (UEL 2009) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Maquiavel acerca da relação entre poder e moral, é correto afirmar: *obs: a questão é referente aos textos em geral de Maquiavel, não a um trecho específico. Maquiavel se preocupa em analisar a ação política considerando tão-somente as qualidades morais do Príncipe que determinam a ordem objetiva do Estado. X Na reflexão política de Maquiavel, o fim que deve orientar as ações de um Príncipe é a ordem e a manutenção do poder. Para Maquiavel, a busca da ordem e da harmonia, em face do desequilíbrio e do caos, só se realiza com a conquista da justiça e do bem comum. O sentido da ação política, segundo Maquiavel, tem por fundamento originário e, portanto, anterior, a ordem divina, refletida na harmonia da Cidade. A análise de Maquiavel, com base nos valores espirituais superiores aos políticos, repudia como ilegítimo o emprego da força coercitiva do Estado. [359891_1112 59] Questão 010 (UFF – 2010) De acordo com o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679), em seu estado natural, os seres humanos são livres, competem e lutam entre si. Mas como têm em geral a mesma força, o conflito se perpetua através das gerações, criando um ambiente de tensão e medo permanentes. Para Hobbes, criar uma sociedade submetida à lei e na qual os seres humanos vivam em paz e deixem de guerrear entre si, pressupõe que todos os homens renunciem a sua liberdade original e deleguem a um só deles (o soberano) o poder completo e inquestionável. Assinale a modalidade de governo que desempenhou importante papel na Filosofia Política Moderna e que é associada à teoria política de Hobbes. Monarquia censitária. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 6/10 Sistema parlamentar. Despotismo esclarecido. Sistema republicano. X Monarquia absoluta. [359892_1112 75] Questão 011 (UFU – Adaptada) Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. LOCKE, John. Segundo Tratadosobre o Governo. São Paulo: Abril Cultural, 1978. A partir da leitura do texto acima e de acordo com o pensamento político do autor, assinale a alternativa correta. Segundo Locke, a existência de permissão para agir é compatível com o estado de natureza. Para Locke, o direito dos homens a todas as coisas independe da conveniência de cada um. Para Locke, em estado de natureza, cada indivíduo encara seu semelhante como um concorrente que precisa ser dominado. X Segundo Locke, a origem do poder político depende do estado de natureza. Segundo Locke, o estado de natureza se confunde com o estado de servidão. [359892_1113 44] Questão 012 (UEMA – 2015) Gilberto Cotrim (2006. p. 212), ao tratar da pós-modernidade, comenta as ideias de Michel Foucault, nas quais ― [...] as sociedades modernas apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova organização, o poder não se concentra apenas no setor político e nas suas formas de repressão, pois está disseminado pelos vários âmbitos da vida social [...] [e] o poder fragmentou-se em micropoderes e tornou-se muito mais eficaz. Assim, em vez de se deter apenas no macropoder concentrado no Estado, [os] micropoderes se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas, por exemplo: os pais, os porteiros, os enfermeiros, os professores, as secretarias, os guardas, os fiscais etc. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e grandes temas. São Paulo: Saraiva, 2006. (adaptado). Pelo exposto por Gilberto Cotrim sobre as ideias de Foucault, a principal função dos micropoderes no corpo social é interiorizar e fazer cumprir X as normas estabelecidas pela disciplina social. a repressão exercida pelos menos instruídos. o total direito político de acordo com as etnias. o ideal de igualdade entre os homens. o ideal de liberdade individual. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 7/10 [359892_1112 97] Questão 013 (UENP - PR – Adaptada) A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor e servo, mestre de corporação e oficial, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada, uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta. Nas primeiras épocas históricas, verificamos quase por toda parte, uma completa divisão da sociedade em classes distintas, uma escala graduada de condições sociais. Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores feudais, vassalos, mestres, oficiais e servos, e, em cada uma destas classes, gradações especiais. A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas. As armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo voltam-se hoje contra a própria burguesia. [...] Os comunistas combatem pelos interesses e objetivos imediatos da classe operária, mas, ao mesmo tempo, defendem e representam no movimento atual, o futuro do movimento. [...] Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à ideia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder a não ser suas algemas. Têm um mundo a ganhar. PROLETÁRIOS DE TODO O MUNDO, UNI-VOS! MARX, Karl e ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. Em relação à filosofia de Marx e seus desdobramentos teóricos e políticos, assinale a alternativa CORRETA. X Para Marx, não é a consciência a determinar a existência, mas a existência a determinar a consciência, as causas últimas do devir histórico não são de natureza ideal ou espiritual, mas materiais, sociais, econômicas e produtivas. Karl Marx entende que os meios culturais determinam a produção econômica de um determinado período histórico. John Rawls é o filósofo norte-americano que se constitui um legítimo sucessor das ideias de Marx, na medida em que, na sua obra capital, Uma teoria da justiça (1971), apresenta Karl Marx enquanto fundamento teórico contemporâneo para legitimar o liberalismo. As ideias de Marx consolidaram-se em um movimento apenas teórico, desenvolvido dentro do idealismo alemão que, todavia, não tiveram nenhuma expressão histórica e nenhuma influência na política contemporânea. Karl Marx defende a supressão da luta de classes como inevitável para superar o estado constante de exploração da burguesia sobre o proletariado. [359892_1112 64] Questão 014 (ENEM – 2012) Não ignoro a opinião antiga e muito difundida de que o que acontece no mundo é decidido por Deus e pelo acaso. Essa opinião é muito aceita em nossos dias, devido às grandes transformações ocorridas, e que ocorrem diariamente, as quais escapam à conjectura humana. Não obstante, para não ignorar inteiramente o nosso livre-arbítrio, creio que se pode aceitar que a sorte decida metade dos nossos atos, mas [o livre-arbítrio] nos permite o controle sobre a outra metade. MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Brasília: EdUnB, 1979 (adaptado). Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão. romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 8/10 valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo. rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos. X afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana. [359892_1112 77] Questão 015 (PUC-PR – 2015) Leia o fragmento a seguir, extraído do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, de Rousseau: “É do homem que devo falar, e a questão que examino me indica que vou falar a homens, pois não se propõem questões semelhantes quando se teme honrar a verdade. Defenderei, pois, com confiança a causa da humanidade perante os sábios que a isso me convidam e não ficarei descontente comigo mesmo se me tornar digno de meu assunto e de meus juízes”. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.159. A partir da teoria contratualista de Rousseau, assinale a alternativa que representa aquilo que o filósofo de Genebra pretende defender na obra. Que a desigualdade social é permitida pela lei natural e, portanto, o Estado não é responsável pelo conflito social. Que a desigualdade social é autorizada pela lei natural, ou seja, que a natureza não se encontra submetida à lei. Que no estado natural existe apenas o direito de propriedade. X Que há, na espécie humana, duas espécies de desigualdade: a primeira, natural, e a segunda, moral ou política. Que a desigualdade moral ou política é uma continuidade daquilo que já está presente no estado natural. [359892_1113 42] Questão 016 (UNCISAL – 2015) Segundo o filósofo Michel Foucault: “O controle da sociedade sobre os indivíduos não opera simplesmente pela consciência ou pela ideologia, mas começa no corpo e com o corpo. Foi no biológico, no somático, no corporal que, antes de tudo, investiu a sociedade capitalista. O corpo é uma realidade biopolítica”. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1986, p. 80. Então, se o corpo é uma realidade biopolítica, conforme acredita Foucault, como esse corpo deve ser visto na atividade física? X A partir de uma ação reflexiva sobre seus valores estéticos e físicos. Dando ênfase às suas articulações mecânicas. Como um organismo de representação apenasdas simbologias sociais. Como parte integrante de manifestações estéticas. No âmbito de suas definições biológicas já conhecidas pelas sociedades. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 9/10 [359893_1113 29] Questão 017 (ENEM – 2012) Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida. KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado). Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma. a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão. a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento. X a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade. o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas. [359893_1112 68] Questão 018 (UFU – Adaptada) A maior parte daqueles que escreveram alguma coisa a propósito das repúblicas ou supõe, ou nos pede, ou requer que acreditemos que o homem é uma criatura que nasce apta para a sociedade. HOBBES, T. Do cidadão. Tradução de Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes, 2002, p. 25. Hobbes refutava a pretensa sociabilidade natural do homem. Assinale a alternativa que, segundo Hobbes, justifica a associação dos homens em uma comunidade política. Para superar o estado de guerra, os indivíduos não precisam firmar um contrato social. Em estado de natureza, os seres humanos vivem em perfeita harmonia. O pacto social confirma a ideia inatista da sociabilidade humana, os afetos que estão em cada indivíduo e os impelem à vida em comunidade, independentemente das vantagens que esse modo de vida acarreta. X O homem não é naturalmente levado a viver em sociedade, a ordem civil é acidental, a união não é movida pela busca de companhia, mas pelo proveito que essa união poderá proporcionar. O amor é o sentimento que une os homens, pois nisso consiste a verdadeira igualdade entre os homens, e a comunidade política se origina desse laço afetivo capaz de materializar o pacto social. O sentimento de igualdade garante o convívio humano, portanto, essa certeza atesta a inexistência do medo no estado de natureza e revela que a camaradagem é o alicerce da sociedade civil. Pincel Atômico - 18/11/2022 09:18:55 10/10 [359893_1113 27] Questão 019 (UNESP – 2017) Concentração e controle, em nossa cultura, escondem-se em sua própria manifestação. Se não fossem camuflados, provocariam resistências. Por isso, precisa ser mantida a ilusão e, em certa medida, até a realidade de uma realização individual. Por pseudo-individuação entendemos o envolvimento da cultura de massas com uma aparência de livre-escolha. A padronização musical mantém os indivíduos enquadrados, por assim dizer, escutando por eles. A pseudo-individuação, por sua vez, os mantém enquadrados, fazendo-os esquecer que o que eles escutam já é sempre escutado por eles, “pré-digerido”. Theodor Adorno. “Sobre música popular”. In: Gabriel Cohn (org.). Theodor Adorno, 1986. Adaptado. Em termos filosóficos, a pseudo-individuação é um conceito que identifica o caráter aristocrático da cultura musical na sociedade de massas. relacionado à autonomia estética dos produtores musicais na relação com o mercado. aplicável somente a indivíduos governados por regimes políticos totalitários. identificado com a autonomia do sujeito na relação com a indústria cultural. X que expressa o controle disfarçado dos consumidores no campo da cultura. [359893_1113 46] Questão 020 (UNICENTRO – 2011) Para o filósofo Michel Foucault, o século XIX inaugurou uma série de instituições que passaram a se alinhar ao exercício de poder, até então exclusivo do judiciário. Dentre elas, esse autor enumera a escola, o asilo, a polícia, o hospital. A função dessas instituições, segundo Foucault, consiste em reprimir as ações humanas. aconselhar os soberanos. X corrigir as virtualidades dos indivíduos. punir as infrações dos indivíduos. impedir as brutalidades jurídicas sobre os indivíduos.
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