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2009_relatório_2_trimestre (2)

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2009
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO
Relatório
de Atividades
2º Trimestre
Tribunal de Contas da União
Ministros
Auditores
Ministério Público
Setor de Administração Federal Sul, Quadra 4, lote 1, Brasília-DF,
CEP 70042-900
Secretaria-Geral da Presidência
Secretaria de Planejamento e Gestão
seplan@tcu.gov.br
Ouvidoria do Tribunal de Contas da União
ouvidoria@tcu.gov.br
Augusto Nardes
Aroldo Cedraz
Raimundo Carreiro
José Jorge
Augusto Sherman Cavalcanti
Marcos Bemquerer Costa
André Luís de Carvalho
Weder de Oliveira
Lucas Rocha Furtado, procurador-geral
Paulo Soares Bugarin, subprocurador-geral
Maria Alzira Ferreira, subprocuradora-geral
Marinus Eduardo de Vries Marsico, procurador
Cristina Machado da Costa e Silva, procuradora
Júlio Marcelo de Oliveira, procurador
Sergio Ricardo Costa Caribé, procurador
(61) 3316-7374/7498 -
0800-441500 -
Ubiratan Aguiar, presidente
Benjamin Zymler, vice-presidente
Marcos Vilaça (aposentado em 26/6/2009)
Valmir Campelo
Walton Alencar Rodrigues
 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
http://www.tcu.gov.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório de Atividades 
2º Trimestre/2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília-DF 
2009 
©Copyright 2009, Tribunal de Contas da União 
Impresso no Brasil / Printed in Brazil 
 
www.tcu.gov.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Diagramação, capa e compilação 
Secretaria-Geral da Presidência – Segepres 
Secretaria de Planejamento e Gestão – Seplan 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasil. Tribunal de Contas da União. 
Relatório de Atividades: 2º Trimestre de 2009 / Tribunal de Contas da 
União. – Brasília: TCU, Secretaria de Planejamento e Gestão, 2009. 
119 p. 
1. Tribunal de Contas, relatório, Brasil. I Título 
 
 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ministro Ruben Rosa 
 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 
APRESENTAÇÃO 
 
 
É uma honra apresentar ao Congresso Nacional e ao cidadão brasileiro o Relatório 
das Atividades do Tribunal de Contas da União – TCU, do 2º trimestre de 2009, nos 
termos previstos no art. 71, § 4º, da Constituição Federal. 
O relatório apresenta os principais resultados da atuação do TCU, tanto na área 
administrativa quanto na área do controle das entidades públicas. Traz todos os 
referenciais adotados pelo Tribunal e os resultados de sua ação, no exercício de suas 
competências constitucionais, para o controle da Administração Pública. 
O Tribunal de Contas da União, nos seus estudos técnicos, contribui para a 
melhoria da Administração Pública. Para tanto, torna disponíveis aos gestores 
orientações, determinações, recomendações e avaliações, com o objetivo de corrigir 
falhas, evitar desperdícios, melhorar a gestão e o desempenho de órgãos, entidades e 
programas de Governo. 
Os dados disponíveis nesses estudos permitem a melhor formulação das políticas 
públicas, o aumento na qualidade dos bens adquiridos e serviços contratados, o superior 
desempenho dos controles internos, bem como o aprimoramento da legislação federal e 
a disseminação das melhores práticas observadas na Administração Federal. Controlar 
é, antes, prevenir, orientar, avaliar, recomendar melhorias; em outras palavras: agir 
preventivamente, e não apenas punir. Almeja o TCU ter uma visão cada vez mais 
proativa da Administração, antecipando-se aos problemas e às irregularidades e 
evitando a sua consumação. 
A eficácia da atividade de controle, contudo, não se esgota no âmbito do Tribunal. 
O modelo de Estado Brasileiro e o ordenamento jurídico nacional requerem a 
participação complementar de outras instituições. 
A cooperação com os órgãos públicos é iniciativa fundamental para melhorar a 
Administração Pública e para conferir maior celeridade e racionalidade ao processo de 
controle. Nesse aspecto, o TCU deu continuidade às ações necessárias para 
implementação de uma “rede” para controle da Gestão Pública. A atuação conjunta e 
articulada com outros órgãos públicos e entidades integrantes da rede de controle evita 
a superposição de ações e otimiza a utilização dos recursos e os resultados obtidos. 
Entre as funções do TCU, destaca-se a apreciação das Contas do Governo da 
República, encaminhada para julgamento ao Congresso Nacional. Nesse exame, o 
papel do Tribunal vai além da mera verificação da conformidade formal dos balanços 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 
apresentados, da execução orçamentária, da situação patrimonial e das questões 
contábeis. O TCU elabora verdadeiro instrumento voltado ao aperfeiçoamento da 
Administração Pública, cuja análise e conhecimento são essenciais ao exercício da 
gestão pública. 
Também merece destaque auditoria realizada pelo Tribunal para avaliar os 
controles adotados para a prevenção e a detecção de erro e fraude na concessão e 
manutenção do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social - BPC. Tal 
benefício, previsto na Constituição, é a garantia de um salário mínimo mensal às 
pessoas com deficiência e aos idosos que não tenham condições de se manter. 
A auditoria identificou beneficiários e familiares com sinais de riqueza, o que não 
condiz com os requisitos de uma família que faz jus ao benefício. Há indícios de que ao 
menos 10% (dos assistidos pelo BPC), mais de 125 mil pessoas não deveriam estar na 
condição de beneficiário, devido a erros ou fraudes. Estima-se que a implementação das 
medidas propostas pelo TCU trará uma economia de cerca de R$ 2,6 bilhões aos cofres 
públicos, nos próximos cinco anos. 
No trimestre, os benefícios diretos ao Tesouro Nacional e aos cidadãos, 
decorrentes da atuação do TCU, superaram R$ 4 bilhões. Dessa forma, para cada real 
gasto com o Tribunal o País economizou R$ 17,53. Isso sem contar a atuação prévia do 
TCU, por meio da adoção de medidas cautelares, com o objetivo de evitar grave lesão 
ao Erário, ou a direito alheio, que envolveu a cifra de R$ 276 milhões. Demonstra-se, 
assim, os méritos dessa visão proativa adotada pelo Tribunal em relação à despesa 
pública, cujo intuito é evitar a concretização de danos ao Erário. 
Os bons índices de desempenho aferidos pelo TCU devem-se à política de intenso 
aprimoramento de seus processos de trabalho; ao desenvolvimento de ferramentas e 
sistemáticas, em vista da atuação cada vez mais rigorosa e seletiva, em áreas de risco e 
relevância; à busca de aperfeiçoamento na estrutura legal e normativa de apoio à 
atividade de controle externo; ao trabalho em parceria com diversos órgãos públicos e 
com a rede de controle; e ao constante investimento em capacitação de seu corpo 
técnico e gerencial. 
 
Brasília, agosto de 2009 
 
Ubiratan Aguiar 
Presidente 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
 
 
 
Para bem cumprir suas atribuições constitucionais e legais, assim como para 
assegurar o alcance de resultados mais efetivos para a sociedade, o TCU estabele-
ceu referencial estratégico que compreende, essencialmente, a definição de negócio, 
missão e visão de futuro e valores da organização, conforme se apresenta a seguir. 
 
 
 
 
 
Negócio 
 
Controle externo da Administração Públ ica e 
da gestão dos recursos públ icos federais. 
 
Missão 
 
Assegurar a efet iva e regular gestão dos 
recursos públicos em benefício da sociedade. 
 
Visão 
 
Ser inst itu ição de excelência no controle e 
contr ibuir para o aperfeiçoamento da Adminis-
tração Públ ica. 
 
Valores 
Ética 
Just iça 
Efet ividade 
Independência 
Prof issional ismo 
 
 
TCURELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 
SUMÁRIO 
 
TCU EM NÚMEROS ......................................................................................................... 8 
PRINCIPAIS DECISÕES .................................................................................................. 9 
1. O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ...................................................................... 12 
1.1. Competências e Jurisdição ....................................................................................... 12 
1.2. Estrutura ................................................................................................................... 13 
1.3. Deliberações dos Colegiados ................................................................................... 14 
2. ATIVIDADES DE CONTROLE EXTERNO ................................................................. 16 
2.1. Resultados do Controle Externo ............................................................................... 16 
2.1.1. Processos de Controle Externo Autuados e Apreciados Conclusivamente ....... 16 
2.1.2. Atos de Pessoal Autuados e Apreciados Conclusivamente .............................. 17 
2.1.3. Recursos Julgados ............................................................................................ 18 
2.1.4. Medidas Cautelares ........................................................................................... 18 
2.1.5. Julgamento de Contas ....................................................................................... 19 
2.1.6. Condenações e Sanções Aplicadas .................................................................. 20 
2.1.7. Atuação do Ministério Público junto ao TCU ..................................................... 21 
2.1.8. Fiscalizações ..................................................................................................... 21 
2.1.9. Fixação de prazo para anulação e Sustação de Atos e Contratos .................... 22 
2.1.10. Benefícios Financeiros das Ações de Controle ............................................... 24 
2.2. Atuação por Função de Governo ou Área Envolvida ................................................ 25 
2.2.1. Administração – Geral ....................................................................................... 25 
2.2.2. Administração – Financeira ............................................................................... 28 
2.2.3. Educação ........................................................................................................... 28 
2.2.4. Energia .............................................................................................................. 31 
2.2.5. Gestão de Pessoas ........................................................................................... 31 
2.2.6. Previdência Social, Assistência Social e Trabalho ............................................ 32 
2.2.7. Saúde ................................................................................................................ 33 
2.2.8. Segurança Pública............................................................................................. 34 
2.2.9. Tecnologia ......................................................................................................... 34 
2.2.10. Transporte ....................................................................................................... 36 
2.2.11. Urbanismo, Habitação e Saneamento ............................................................. 38 
3. CONTAS DO GOVERNO DA REPÚBLICA ................................................................ 40 
4. RELACIONAMENTO COM O CONGRESSO NACIONAL, A SOCIEDADE E OS 
GESTORES PÚBLICOS ................................................................................................. 51 
4.1. Solicitações do Congresso Nacional e de Parlamentares .................................... 51 
4.2. Acordos e Eventos................................................................................................ 51 
4.3. Ouvidoria do TCU ................................................................................................. 53 
4.4. Divulgação Institucional ....................................................................................... 54 
5. ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS ............................................................................. 56 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 
5.1. Estratégias e Planos ............................................................................................ 56 
5.2. Solicitações Diversas Atendidas pelo Tribunal ..................................................... 56 
5.3. Gestão de Pessoas .............................................................................................. 57 
5.4. Recursos Orçamentários e Financeiros ............................................................... 58 
 
ANEXOS 
Anexo I. “Organograma do Tribunal de Contas da União” ......................................... 59 
Anexo II. “Medidas Cautelares Adotadas no Período” ................................................ 60 
Anexo III. “Responsáveis por Débitos e Multas Impostos pelo Tribunal” .................... 62 
Anexo IV. “Sanções Não-Pecuniárias Aplicadas no Período” ..................................... 91 
Anexo V. “Fiscalizações Concluídas no Período” ........................................................ 93 
Anexo VI. “Processos de Solicitação do Congresso Nacional Deliberados” ............. 115 
Anexo VII. “Unidades da Secretaria do TCU” ............................................................ 119 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 8 
 
TCU EM NÚMEROS 
Os principais benefícios e resultados decorrentes das atividades desenvolvi-
das pelo TCU no 2º trimestre de 2009 estão sintetizados abaixo. 
 
BENEFÍCIO POTENCIAL TOTAL DAS AÇÕES DE CONTROLE R$ 4,43 bilhões 
Medidas cautelares adotadas 20 
Licitações e contratos suspensos cautelarmente 15 
Prejuízos e danos evitados com a adoção de medidas cautelares R$ 276 milhões 
Responsáveis condenados em débito e/ou multados 752 
Valor das condenações R$ 331 milhões 
Processos de cobrança executiva formalizados 619 
Valor envolvido nos processos de cobrança executiva R$ 243,4 milhões 
Responsáveis inabilitados para o exercício de cargo em comissão ou função de confi-
ança na Administração Pública Federal 
10 
Empresas declaradas inidôneas para participar de licitações na Administração Pública 
Federal 
25 
Licitações e contratos com determinação para anulação/suspensão/ajustes 13 
Denúncias sobre indícios de irregularidades na aplicação de recursos públicos rece-
bidas pela Ouvidoria do TCU 
620 
Processos julgados conclusivamente 2.550 
Acórdãos proferidos 4.663 
Recursos julgados 461 
Atos de pessoal analisados 
Atos julgados ilegais 
27.243 
102 
Fiscalizações concluídas – Total 
Fiscalizações solicitadas pelo Congresso Nacional 
294 
146 
 
Para cada R$ 1 do Orçamento da União alocado ao TCU, o retorno ao País foi de R$ 17,53 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 real 
17,53 reais 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 9 
 
PRINCIPAIS DECISÕES DO TCU 
 
• O Plano Nacional de Educação estabelece que 30% dos alunos de baixa renda devem 
entrar na universidade até 2011 por meio do ProUni ou do Fies. Entretanto, o TCU consta-
tou que o ProUni concede bolsa a estudantes com renda familiar superior aos limites 
previstos, além de faltar, em muitos casos, comprovante de residência e de renda familiar. 
Segundo a auditoria, instituições recebem isenção fiscal mesmo sem ocupar todas asvagas 
destinadas ao Programa. Visando atingir a meta estabelecida, o Tribunal determinou que o 
Ministério da Educação - MEC tenha maior controle dos alunos beneficiários e que a Secre-
taria de Educação Superior garanta o preenchimento total das vagas ofertadas pelo 
Programa. A implementação das recomendações poderá gerar benefícios superiores a 
R$ 1,1 bilhão no período de quatro anos (Acórdão nº 816/2009 - Plenário). 
 
• Uma economia potencial de cerca de R$ 2,6 bilhões para os cofres públicos, em cinco 
anos, poderá ser gerada com a adoção de propostas do TCU para a revisão do Benefício 
de Prestação Continuada da Assistência Social – BPC. O benefício garante um salário-
mínimo mensal para deficientes e idosos, sendo preciso comprovar renda inferior a ¼ do 
salário-mínimo per capita para recebê-lo. Em 2008, o gasto do Governo Federal com pro-
gramas e ações assistenciais superou a cifra de R$ 28 bilhões. Desse montante, o BPC 
investiu mais de R$ 15 bilhões em Assistência Social, cerca de 50% dos dispêndios dessa 
função de Governo. Auditoria do Tribunal identificou que ao menos 10% do total de benefí-
cios, correspondente a mais de 125 mil casos, apresentam erros ou fraudes. O TCU 
recomendou ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS revisão 
dos benefícios a cada dois anos, avaliação de risco e entrevista para confirmar dados dessa 
avaliação. (Acórdão nº 668/2009 - Plenário). 
 
• Benefícios duplicados do Programa Bolsa Família, beneficiários com patrimônio superior 
ao permitido ou já falecidos sem comprovação da existência de dependentes foram algu-
mas das irregularidades encontradas pelo TCU no sistema do Cadastro Único para 
Programas Sociais. O CadÚnico é o instrumento de identificação e caracterização sócioe-
conômica das famílias brasileiras de baixa renda. É utilizado para seleção de beneficiários e 
integração de programas sociais do Governo Federal. Auditoria realizada pelo Tribunal ava-
liou a efetividade, a segurança contra fraudes e a confiabilidade dos dados do sistema. 
Foram identificados indícios de descumprimento da legislação, ocorrência de erros e indí-
cios de fraudes, falhas de segurança da informação e deficiências no acompanhamento e 
gestão do sistema. A implementação das recomendações e determinações feitas pelo TCU 
para sanar as falhas permitirá ao Governo Federal uma economia anual de aproximada-
mente R$ 320 milhões (Acórdão nº 906/2009 - Plenário).. 
 
• O TCU concluiu que a distribuição do Fundo de Participação dos Municípios – FPM po-
derá ser mais equânime se considerar não somente o critério populacional, mas também 
dados sobre o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH dos municípios. O FPM é uma 
transferência intergovernamental de recursos da União para municípios, com o objetivo de 
minimizar suas diferenças sócioeconômicas. O TCU realizou, por solicitação do Congresso 
Nacional, trabalho para avaliar a eficácia dos critérios de repartição atualmente adota-
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 10 
 
dos pelo FPM, de modo a verificar se contribuem para redução do desequilibrio entre 
as municipalidades. Pelo critério de rateio atualmente adotado, os municípios de pequeno 
porte recebem proporcionalmente à sua população mais recursos que municípios médios e 
grandes independentemente de sua renda per capita. (Acórdão nº 1.120/2009 - Plenário). 
 
• O Tribunal determinou ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão a suspensão 
do pagamento da Gratificação de Atividade Judiciária - GAJ e do Adicional de Tempo de 
Serviço - ATS a servidores extrajudiciais e pensionistas, por não haver base legal. Determi-
nou, ainda, o ressarcimento dos valores indevidamente pagos desde a publicação do 
Acórdão nº 633/1ª Câmara, de 26.03.2007. A adoção da determinação poderá gerar eco-
nomia de R$ 30 milhões para os cofres públicos em um período de cinco anos. (Acórdão 
TCU nº 758/2009 - Plenário).. 
 
• O Consórcio Interamericano e os responsáveis pela licitação de serviços contratados 
para a Vila Pan-Americana dos jogos de 2007 deverão pagar R$ 2,7 milhões por super-
faturamento ou apresentarem defesa. Os serviços superfaturados incluem, entre outros 
(instalação de ar-condicionado, montagem de cadeiras, instalação de persianas, forneci-
mento de colchões). O serviço de camareira, contratado na mesma licitação, incluía além do 
fornecimento de mão-de-obra, o valor dos materiais de limpeza, que variava segundo o tur-
no de trabalho. Há, ainda, valores cobrados a mais para montagem de camas, espelhos e 
abajures. Além dos valores pagos a mais, o TCU registrou que a opção por alugar equipa-
mentos e serviços de hotelaria para a acomodação dos atletas restringiu a participação de 
empresas na licitação. (Acórdão nº 1.251/Plenário) 
 
• O TCU determinou, por medida cautelar, que a Petrobras deixe de pagar por serviços 
contratados para as obras da Refinaria Abreu e Lima, em Recife/PE, devido a indício de 
sobrepreço. A restrição recai sobre drenos fibro-químicos que foram orçados com preço 
48% superior ao de mercado e executados em quantidade 1.278% maior do que a con-
tratada. Além disso, foi solicitada alteração contratual, sem justificativa adequada, para 
aumentar as distâncias de transporte de material escavado, o que elevará o valor do contra-
to em R$ 63,5 milhões. O Tribunal ainda aponta que a Petrobras continuou a pagar por 
serviços com indícios de sobrepreço. Isso eleva a estimativa de superfaturamento de R$ 
59 milhões para R$ 94 milhões. Conforme a auditoria, a Petrobras já reteve, por deter-
minação anterior do TCU, mais de R$ 15 milhões em pagamentos ao consórcio executor da 
obra. (Acórdão nº 642/Plenário) 
 
• O Tribunal determinou a suspensão das obras de implantação do Perímetro de Irriga-
ção do Rio Bálsamo, em Palmeira dos Índios/AL até que sejam adotadas as medidas para 
correção de problemas detectados. Com a determinação, serão repactuados os preços de 
todos os itens que apresentam majoração de valores, de modo a suprimir os sobrepreços. 
Também foi determinado o desconto de eventuais pa¬gamentos já realizados a maior, caso 
haja a continuidade das obras no âmbito da contratação. O sobrepreço total apontado no 
processo é superior a R$ 13 milhões (Acórdão nº 1.330/2009 - Plenário). 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 11 
 
• Ao responder consulta formulada pelo Ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro 
Brito, em relação a investimentos privados na melhoria da infra-estrutura de portos 
brasileiros, o TCU informou que não há óbice que o operador portuário, titular de um 
contrato de arrendamento, faça doação ao poder público, instrumento previsto no art. 538 
do Código Civil, na forma de obras de adequação da infra-estrutura de uso público. No en-
tanto, não haverá qualquer tipo de contrapartida ou benefício direto ao doador, não 
extensível aos demais usuários do porto, observadas as competências da autoridade portu-
ária definidas no art. 33, § 1º, inciso VI, da Lei nº 8.630/1993. Informou, ainda, que por ser 
um ato de liberalidade do doador, cabe à autoridade portuária aceitar ou não a doação, nos 
termos do art. 539 do Código Civil, e, se aceitar, firmar escritura pública, como ditado pelo 
art. 541 do Código Civil. (Acórdão nº 1.317/Plenário). 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 12 
 
1. O TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO 
 
O Tribunal de Contas da União - TCU, 
criado em 1890 por iniciativa de Rui Barbo-
sa, na época Ministro da Fazenda, norteia-
se, desde então, pelos princípios da ética, 
da efetividade, da independência, da justiça 
e do profissionalismo, e pela fiscalização, 
julgamento e vigilância da coisa pública. AConstituição de 1891, a primeira republica-
na, institucionalizou definitivamente o TCU. 
A partir de então, as competências do Tri-
bunal têm sido estabelecidas no texto 
constitucional. Esse privilégio, se por um 
lado o distingue de forma singular, por outro, 
aumenta a sua responsabilidade e compro-
misso para com a sociedade. 
 
1.1. Competência e Jurisdição 
 
A atual Constituição estabelece que a 
fiscalização contábil, financeira, orçamentá-
ria, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta é 
exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle 
interno de cada Poder. Estabelece, também, 
que o controle externo, a cargo do Congres-
so Nacional, é exercido com o auxílio do 
Tribunal de Contas da União, ao qual incum-
be uma série de competências exclusivas. 
A sociedade, por sua vez, clama por 
moralidade, profissionalismo e excelência da 
Administração Pública, bem como por melhor 
qualidade de vida e redução das desigualda-
des sociais. O cidadão vem deixando, 
gradualmente, de ser sujeito passivo em re-
lação ao Estado, passando a exigir, em 
níveis progressivos, melhores serviços, res-
peito à cidadania e mais transparência, 
honestidade, economicidade e efetividade no 
uso dos recursos públicos. Nesse aspecto, o 
Tribunal assume papel fundamental na me-
dida em que atua na prevenção, detecção, 
correção e punição da fraude, do desvio, da 
corrupção e do desperdício e contribui, as-
sim, para a transparência e melhoria do 
desempenho da Administração Pública e da 
alocação de recursos federais. 
Leis diversas têm ampliado o rol de a-
tribuições do TCU, a exemplo das seguintes: 
Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 
8.666/1993); Lei de Desestatização (Lei nº 
9.491/1997); Lei de Responsabilidade Fiscal 
(Lei Complementar nº 101/2000); Lei que 
regulamenta a partilha dos recursos da Con-
tribuição de Intervenção no Domínio 
Econômico incidente sobre a importação e a 
comercialização de petróleo e seus deriva-
dos, gás natural e seus derivados, e álcool 
etílico combustível – Cide (Lei nº 
10.866/2004); edições anuais da Lei de Dire-
trizes Orçamentárias e da Lei Orçamentária, 
da Lei de Parceria Público-Privada (Lei nº 
11.079/2004); e Lei de Contratação de Con-
sórcios Públicos (Lei nº 11.107/2005). 
O TCU tem jurisdição própria e privati-
va em todo o território nacional, a qual 
abrange, entre outros: toda pessoa física ou 
jurídica, que utilize, arrecade, guarde, geren-
cie bens e valores públicos federais; aqueles 
que causarem perda, extravio ou outra irre-
gularidade que resulte em dano ao Erário; e 
responsáveis pela aplicação de recursos 
repassados pela União mediante convênio 
ou instrumento congênere. 
Além disso, o Congresso Nacional edi-
ta decretos legislativos com demandas para 
realização de fiscalização em obras custea-
das com recursos públicos federais, com 
determinação expressa de acompanhamento 
físico-financeiro, por parte do TCU, da exe-
cução de contratos referentes a obras que 
constam do orçamento da União. 
No dia 5 de maio o Supremo Tribunal 
Federal – STF proferiu despacho que dene-
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 13 
 
Plenário
1ª Câmara
CCG
SeSes
Adplan
Secob
SefidSemag
Sefip
Serur
26Secex nos
Estados
11Secex
Nacional
Seprog
Sefti
SegepSeplan
SecofSetec
ISC
Ouvidoria
Conjur
Adsup
Selip
Adadmin
Aspar
SesapAscom
Aceri
Arint
Segepres
Segecex
Segedam
Conselho Editorial
da Revista do TCUSecoi
Comissão de
Regimento
Ministros (9) Auditores (4) Presidência
Vice-Presidência
(Corregedor)
Ministério
Público
Gabinetes Gabinetes Gabinete Gabinete Gabinetes
Comissão de
Jurisprudência
2ª Câmara
Colegiados
Autoridades
Secretaria
gou pedido de liminar, efetuado em sede de 
mandado de segurança, reconhecendo a 
legitimidade desta Corte de Contas para a 
adoção de medidas cautelares. 
Mediante o Mandado de Segurança nº 
27.882, o Departamento Nacional de Infra-
Estrutura de Transportes – DNIT requereu ao 
STF que suspendesse decisão do Tribunal 
nos autos do TC 001.542/2008-9. 
O referido processo tratou de represen-
tação em que o TCU destacou o 
descumprimento, pelo DNIT, de determina-
ção constante do Acórdão nº 1.899/2008-
Plenário consistente na obrigação, por parte 
daquela autarquia, de anular diversos atos 
praticados com vício de ilegalidade, relativos 
ao Pregão Eletrônico nº 588/2007. 
A insatisfação do DNIT deveu-se à ex-
pedição de medida cautelar, sem oitiva da 
parte, para suspender os efeitos do citado 
pregão eletrônico e determinar que aquela 
autarquia se abstivesse de assinar contrato 
ou, se já o tivesse assinado, suspendesse 
imediatamente sua execução. De acordo 
com o DNIT, o TCU estaria desrespeitando o 
poder jurisdicional de competência exclusiva 
do Poder Judiciário, nos termos do disposto 
no art. 5º, inciso XXXV, da Constituição Fe-
deral. 
Ao examinar as informações prestadas 
pelo TCU, o STF considerou haver razões 
suficientes para justificar, em juízo de sumá-
ria cognição, o indeferimento da suspensão 
cautelar da eficácia da medida adotada nos 
autos do mencionado TC 001.542/2008-9. 
É preciso destacar o significado em-
blemático da decisão do STF, no sentido de 
respaldar e legitimar a competência do TCU 
quanto à expedição de medidas cautelares, o 
que implica o reconhecimento e o fortaleci-
mento da atuação desta Casa em face dos 
dispositivos constitucionais vigentes. 
 
1.2. Estrutura 
 
O TCU é integrado por nove Ministros, 
seis deles escolhidos pelo Congresso Nacio-
nal. Os demais são nomeados pelo 
Presidente da República, com aprovação do 
Senado Federal, sendo dois, alternadamen-
te, escolhidos entre auditores e membros do 
Ministério Público junto ao Tribunal. 
O TCU é órgão colegiado, cujas delibe-
rações são tomadas pelo Plenário, 1ª e 2ª 
Câmaras. O Plenário é integrado por todos 
os Ministros e presidido pelo Presidente do 
Tribunal. As Câmaras são compostas por 
quatro Ministros. Os auditores, em número 
de quatro, participam dos colegiados e subs-
tituem os Ministros em seus afastamentos e 
impedimentos legais, ou no caso de vacância 
de cargo. 
No trimestre, foi concedida aposenta-
doria ao Ministro Marcos Vilaça, por meio de 
decreto presidencial publicado no Diário Ofi-
cial da União do dia 26.6.2009. 
Para o cumprimento de sua missão ins-
titucional, o Tribunal dispõe de uma 
Secretaria com a finalidade de prestar apoio 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 14 
 
técnico e administrativo para o exercício de 
suas atribuições constitucionais e legais. 
As unidades básicas da Secretaria do 
Tribunal são: Secretaria-Geral da Presidência 
- Segepres, Secretaria-Geral de Administra-
ção - Segedam e Secretaria-Geral de 
Controle Externo - Segecex. 
Subordinadas à Segecex estão as uni-
dades técnicas incumbidas das atividades 
inerentes ao controle externo sediadas em 
Brasília e nos 26 estados da Federação. O 
endereço das unidades nos estados está 
disponível no Portal TCU: 
http://www.tcu.gov.br. 
O organograma do Tribunal consta do 
Anexo I deste relatório – “Organograma do 
Tribunal de Contas da União”. 
 
1.3. Deliberações dos Colegiados 
As deliberações do TCU assumem a 
forma de instrução normativa, resolução, 
decisão normativa, parecer ou acórdão. São 
publicadas, conforme o caso, no Diário Ofi-
cial da União e/ou no Boletim do Tribunal de 
Contas da União e podem ser acessadas no 
Portal TCU: http://www.tcu.gov.br. 
No trimestre, o TCU aprovou uma ins-
trução normativa e quatro resoluções, 
adiante relacionadas. 
 
• Instrução Normativa TCU nº 58, de 3 de junho 
de 2009. Altera a Instrução Normativa nº 27, de 2 
de dezembro de 1998, que trata da fiscalização 
dos processos de desestatização. 
• Resolução TCU nº 227,de 24 de junho de 
2009. Dispõe sobre a aplicação da Lei nº 11.950, 
de 17 de junho de 2009, ao quadro de pessoal do 
Tribunal de Contas da União e altera as Resolu-
ções-TCU nº 130, de 15 de dezembro de 1999, nº 
146, de 28 de dezembro de 2001, nº 147, de 28 de 
dezembro de 2001, e nº 154, de 04 de dezembro 
de 2002. 
• Resolução TCU nº 226, de 27 de maio de 
2009. Aprova o Código de Ética dos Servidores do 
Tribunal de Contas da União. 
• Resolução TCU nº 225, de 13 de maio de 
2009. Estabelece critérios para a emissão e utiliza-
ção de passagens aéreas. 
• Resolução TCU nº 224, de 1º de abril de 2009. 
Altera os artigos nº 16 e nº 18 da Resolução-TCU 
nº 202, de 6 de junho de 2007, que dispõe sobre o 
concurso público para provimento de cargos efeti-
vos do Quadro de Pessoal da Secretaria do 
Tribunal de Contas da União. 
 
Os quadros a seguir discriminam o 
quantitativo de sessões realizadas e acór-
dãos proferidos por colegiado no 2º 
trimestre de 2009 e no mesmo período do 
exercício de 2008. 
 
Sessões Realizadas 
Colegiado 
Sessões 
2º Trimestre 2008 2º Trimestre 2009 Acumulado 2008 Acumulado 2009 
Plenário 27 27 45 45 
1ª Câmara 13 12 21 21 
2ª Câmara 13 12 21 21 
Total 53 51 87 87 
 
 
 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 15 
 
Acórdãos Proferidos 
Colegiado 
Acórdãos 
2º Trimestre 2008 2º Trimestre 2009 Acumulado 2008 Acumulado 2009 
Plenário 697 830 1.556 1.371 
1ª Câmara 1.096 2.050 1.787 3.362 
2ª Câmara 1.096 1.783 1.569 3.329 
Total 2.889 4.663 4.912 8.024 
 
 
O TCU emite juízo em processos de 
controle externo e firma entendimento, de 
caráter normativo, que orienta deliberações 
acerca de matérias de sua competência. 
Durante análise de processo de repre-
sentação o TCU firmou o seguinte 
entendimento relativamente à execução de 
projetos de cooperação técnica internacional 
financiados exclusivamente com recursos 
orçamentários da União: 
• Os acordos básicos de cooperação técnica 
internacional prestado ao Brasil não autorizam 
que a contraparte externa efetue, no interesse 
da Administração demandante, o desempenho 
de atribuições próprias dos órgãos públicos, 
nas quais não haverá transferência de conhe-
cimento por parte do organismo internacional 
executor ou em que a assessoria técnica de um 
ente externo é dispensável, por se tratar de 
temas e práticas já de domínio público, deman-
dados rotineiramente pela Administração, a 
exemplo da contração de bens e serviços de 
natureza comum, usualmente disponíveis no 
mercado; 
• Ainda que o projeto de cooperação interna-
cional contemple, em sua globalidade, tanto 
atividades de efetiva assistência técnica como 
ações complementares, de caráter instrumental, 
apenas aquelas podem ser assumidas pelo or-
ganismo internacional cooperante, devendo as 
de caráter ordinário ser integradas ao projeto 
pela Administração Pública, valendo-se dos me-
canismos institucionais próprios do regime 
jurídico administrativo.(Acórdão nº 1.339/2009 – 
Colegiado) 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 16 
 
2. ATIVIDADES DE CONTROLE EXTERNO 
O controle externo é exercido pelo 
Congresso Nacional, conforme preceitua o 
art. 70 da Constituição Federal - CF. Além 
de outras competências estabelecidas no 
art. 71 da CF, cabe ao TCU auxiliar o Con-
gresso Nacional na fiscalização da 
Administração Pública Federal, por meio de 
determinações em questões relacionadas à 
detecção de fraudes e desperdícios, reco-
mendações de melhorias para a gestão pú-
blica, adoção de medidas preventivas e 
punição de responsáveis por má gestão, 
gestão ilegal ou fraudulenta. Assim, a ação 
do Tribunal contribui para a transparência e 
a melhoria do desempenho da Administra-
ção Pública. O presente capítulo expõe os 
principais resultados decorrentes das ações 
de controle do TCU no 2º trimestre de 2009. 
 
2.1. Resultados do Controle Externo 
A diversidade e a abrangência de atu-
ação do TCU alcançam desde a avaliação 
de desempenho de órgãos públicos e de 
efetividade de programas governamentais à 
legalidade dos atos de receita e de despesa. 
O Tribunal também fiscaliza obras de enge-
nharia, desestatizações e concessões de 
serviços públicos, bem como outras áreas 
de atuação governamental. Examina atos de 
admissão de pessoal e de concessão de 
aposentadorias, reformas e pensões, entre 
outros. 
 
2.1.1. Processos de Controle Externo Autuados e Apreciados Conclu-
sivamente 
No trimestre, foram autuados 1.629 
processos referentes a matéria de controle 
externo. No mesmo período, foram apreci-
ados de forma conclusiva pelo Tribunal 
2.550 processos da mesma natureza. 
 
Processos Autuados 
Classe de Assunto 
Autuados 
2º trimestre 2008 2º trimestre 2009 Acumulado 2008 Acumulado 2009 
Auditoria, inspeção e levantamento 156 207 206 316 
Consulta 12 21 23 41 
Denúncia 138 100 234 186 
Representação 739 656 1.312 1.256 
Solicitação do Congresso Nacional 18 46 30 51 
Tomada e Prestação de contas 1.070 169 1.076 180 
Tomada de contas especial 275 376 596 834 
Outros processos1 37 54 65 92 
Total de processos autuados 2.445 1.629 3.542 2.956 
 
 
 
 
 
 
1 Acompanhamento, monitoramento, acompanhamento de desestatização e comunicação. 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 17 
 
Processos Apreciados Conclusivamente 
Classe de Assunto 
Apreciados 
2º trimestre 2008 2º trimestre 2009 Acumulado 2008 Acumulado 2009 
Auditoria, inspeção e levantamento 143 176 265 259 
Consulta 19 26 29 47 
Denúncia 163 159 252 286 
Representação 768 972 1.329 1.607 
Solicitação do Congresso Nacional 32 35 49 57 
Tomada e Prestação de contas 282 532 541 829 
Tomada de contas especial 608 585 979 964 
Outros processos 42 65 72 111 
Total de processos autuados 2.057 2.550 3.516 4.160 
 
2.1.2. Atos de Pessoal Autuados e Apreciados Conclusivamente 
O TCU aprecia, para fins de registro, a 
legalidade dos atos de admissão de pessoal 
e de concessão de aposentadoria, reforma e 
pensão. Também fiscaliza a legalidade das 
despesas efetuadas com o pagamento de 
pessoal, inclusive quanto à adequação às 
exigências da Lei de Responsabilidade Fis-
cal. No período, foram autuados 37.908 
atos de pessoal e apreciados 27.345 atos 
dessa natureza. 
O quadro a seguir apresenta os atos 
de pessoal autuados e apreciados no 2º 
trimestre de 2009 e no mesmo período do 
exercício de 2008. 
 
Atos de Pessoal Autuados e Apreciados Conclusivamente 
Classe de Assunto 2º trimestre 2008 2º trimestre 2009 Acumulado 2008 Acumulado 2009 
Autuados 23.375 37.908 43.204 68.898 
Apreciados 24.785 27.345 48.173 53.547 
Ilegais 798 102 1.642 121 
Legais 23.987 27.243 46.531 53.426 
 
Do total de 27.345 atos referentes a 
admissão, aposentadoria, reforma e pen-
são apreciados no trimestre, apenas 102 
tiveram registro negado em razão de ilega-
lidades. Nesses casos, o órgão de origem 
deve adotar as medidas regularizadoras 
cabíveis, fazendo cessar todo e qualquer 
pagamento decorrente do ato impugnado. 
A consulta ao andamento de proces-
sos e aos acórdãos proferidos pelos 
colegiados pode ser feita no Portal TCU: 
http://www.tcu.gov.br. Nesse mesmo ende-
reço, é possível consultar a situação dos 
atos de admissão, de aposentadoria ou de 
concessão submetidos à apreciação do Tri-
bunal. 
 
 
 
 
 
 
TCU 
 
2.1.3. Recursos Julgados
Em observância ao princípio
vido processo legal, cabe recurso às 
deliberações proferidas pelo Tribunal. As 
modalidades de recursos estão previstas 
nos artigos 32 e 48 da Lei Orgânica do 
TCU (Lei nº 8.443/1992).No trimestre, os colegiados julgaram 
461 processos em grau de recurso. O gráf
co ao lado apresenta o resultado da 
apreciação de recursos no 2º tri
2009 e no mesmo período do exercício de 
2008. 
 
2.1.4. Medidas Cautelares
Em caso de urgência, de fundado r
ceio de grave lesão ao Erário ou a direito 
alheio ou de risco de ineficácia da decisão 
de mérito, o Plenário ou o relator pode, de 
ofício ou mediante provocação, expedir m
dida cautelar, determinando, entre outras 
providências, a suspensão do ato ou do 
procedimento impugnado, até que o Trib
nal decida sobre o mérito da questão 
suscitada. 
A expedição dessas medidas não n
cessariamente gera impacto econômico 
 
Medidas Cautelares 
Determinação 
Suspensão de contrato 
Suspensão de licitação 
Suspensão de repasses/pagamentos a 
convênios/contratos 
Total 
 
 
 
 
 
 
 
 RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009
2.1.3. Recursos Julgados 
Em observância ao princípio do de-
cabe recurso às 
deliberações proferidas pelo Tribunal. As 
modalidades de recursos estão previstas 
e 48 da Lei Orgânica do 
No trimestre, os colegiados julgaram 
em grau de recurso. O gráfi-
apresenta o resultado da 
º trimestre de 
e no mesmo período do exercício de 
2.1.4. Medidas Cautelares 
Em caso de urgência, de fundado re-
ceio de grave lesão ao Erário ou a direito 
alheio ou de risco de ineficácia da decisão 
de mérito, o Plenário ou o relator pode, de 
ou mediante provocação, expedir me-
dida cautelar, determinando, entre outras 
providências, a suspensão do ato ou do 
procedimento impugnado, até que o Tribu-
nal decida sobre o mérito da questão 
A expedição dessas medidas não ne-
impacto econômico 
imediato, mas visa ao resguardo tempestivo 
da legalidade e da moralidade na aplicação 
dos recursos públicos federais. No trimestre, 
foram adotadas 20 cautelares
gãos ou entidades, as quais envolviam a 
aplicação de recursos públi
periores a R$ 276 milhões
verifica no quadro adiante. 
A relação das medidas cautelares 
adotadas no trimestre consta do 
“Medidas Cautelares Adotadas no Trime
tre”. 
Nº de Cautelares Valores Envolvidos (R$)
2º trimestre 
Acumulado 
2009 2º trimestre 
3 6 1.510.605,68 
15 33 188.743.207,14
repasses/pagamentos a 
2 3 86.500.000,00
20 42 276.753.812,82
16%
57%
18%
30%
Não conhecidos Não providos
Resultado da apreciação de recursos
2º Trim. 2008
º TRIMESTRE DE 2009 18 
imediato, mas visa ao resguardo tempestivo 
da legalidade e da moralidade na aplicação 
dos recursos públicos federais. No trimestre, 
cautelares junto a ór-
gãos ou entidades, as quais envolviam a 
aplicação de recursos públicos federais su-
milhões, conforme se 
verifica no quadro adiante. 
A relação das medidas cautelares 
tadas no trimestre consta do Anexo II - 
“Medidas Cautelares Adotadas no Trimes-
Valores Envolvidos (R$) 
Acumulado 2009 
 12.741.476,85 
188.743.207,14 386.282.849,76 
86.500.000,00 89.291.302,32 
276.753.812,82 488.315.628,93 
27%
52%
Não providos Providos
Resultado da apreciação de recursos
2º Trim. 2009
TCU 
 
2.1.5. Julgamento de Contas
 
As normas de organização e aprese
tação de processos de tomada e prestação 
de contas estão estabelecidas 
ção Normativa - TCU nº 57/2008.
Nos casos de omissão na prestação 
de contas, de não-comprovação da aplic
ção de recursos repassados pela União, de 
ocorrência de desfalque ou 
nheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, 
de prática de ato ilegal, ilegítimo ou antiec
nômico de que resulte dano ao Erário, a 
autoridade administrativa competente deve 
instaurar tomada de contas especial 
para apuração dos fatos, identificação dos 
responsáveis e quantificação do dano
No trimestre, o TCU julgou de forma 
definitiva contas de 14.721 responsáveis
Cabe esclarecer que cada processo de 
contas pode conter mais de um respons
vel cujas contas serão julgadas.
 
 
 
 
 
 
 
Desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos
Omissão no dever de prestar contas
Prática de ato de gestão ilegal ou infração a norma legal
Dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico
 RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009
2.1.5. Julgamento de Contas 
As normas de organização e apresen-
tação de processos de tomada e prestação 
de contas estão estabelecidas pela Instru-
TCU nº 57/2008. 
Nos casos de omissão na prestação 
comprovação da aplica-
ção de recursos repassados pela União, de 
 desvio de di-
nheiros, bens ou valores públicos, ou, ainda, 
de prática de ato ilegal, ilegítimo ou antieco-
nômico de que resulte dano ao Erário, a 
autoridade administrativa competente deve 
instaurar tomada de contas especial - TCE, 
dentificação dos 
responsáveis e quantificação do dano. 
No trimestre, o TCU julgou de forma 
responsáveis. 
Cabe esclarecer que cada processo de 
contas pode conter mais de um responsá-
vel cujas contas serão julgadas. 
Os gráficos a seguir apresentam o r
sultado do julgamento das contas dos 
responsáveis no 2º trimestre de 2009 e no 
mesmo período do exercício de 2008, e os 
motivos que ensejaram o julgamento pela 
irregularidade das contas.
12%
16%
32%
40%
Motivo da irregularidade das contas
Desfalque ou desvio de dinheiro, bens ou valores públicos
Omissão no dever de prestar contas
Prática de ato de gestão ilegal ou infração a norma legal
Dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico
582 
3.249
1.511
612 
3.558
Irregulares
Regulares
Regulares 
com 
ressalvas
Resultado Julgamentos das Contas dos 
Responsáveis
2008
º TRIMESTRE DE 2009 19 
seguir apresentam o re-
sultado do julgamento das contas dos 
º trimestre de 2009 e no 
mesmo período do exercício de 2008, e os 
motivos que ensejaram o julgamento pela 
irregularidade das contas. 
 
Dano ao erário decorrente de ato de gestão ilegítimo ou antieconômico
3.249
10.551
3.558
Resultado Julgamentos das Contas dos 
Responsáveis
2009
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 20 
 
2.1.6. Condenações e Sanções Aplicadas 
Entre os 1.117 processos de contas 
apreciados de forma conclusiva no trimes-
tre, 407 (36,43%) condenaram 663 
responsáveis ao pagamento de multa ou 
ao ressarcimento de débito. Além disso, em 
outros 46 processos de fiscalização, de-
núncia ou representação, foram aplicadas 
multas a 89 responsáveis. 
A seguir, o número de processos jul-
gados e a quantidade de responsáveis 
condenados no 2º trimestre de 2009 e no 
mesmo período do exercício de 2008. 
 
Quantidade de Condenações aplicadas 
Natureza 
Processos Responsáveis 
2º trimestre 2008 2º trimestre 2009 2º trimestre 2008 2º trimestre 2009 
Prestação de contas 348 387 518 614 
Tomada de contas 8 4 18 12 
Tomada de contas especial 21 16 47 37 
Subtotal – Contas com débi-
tos e/ou multas 377 407 583 663 
Outros processos 43 46 92 89 
Total 420 453 675 752 
 
Nos processos de contas, os respon-
sáveis foram condenados ao pagamento de 
multa ou ressarcimento de débito no valor 
de R$ 330.669.649,32, atualizados até a 
data de 30.6.2009. Em outros processos 
foram aplicadas multas no valor total de 
R$ 476.176,30. 
Abaixo, os valores das condenações 
aplicadas pelo TCU no 2º trimestre de 2009 
e no mesmo período do exercício de 2008. 
 
Valor das Condenações Aplicadas 
Natureza 
2º trimestre 2009 (R$) 2º trimestre 2008 
(Débito + Multa) Débito Multa Total 
Prestação de contas 322.518.154,78 6.891.109,42 329.409.264,20 130.955.396,96 
Tomada de contas 33.286,60 59.000,00 92.286,60 2.560.316,70 
Tomada de contas especial 1.007.185,62 160.912,90 1.168.098,52 1.956.365,75 
Subtotal - Contas com débi-
tos e/ou multas 323.558.627,007.111.022,32 330.669.649,32 135.472.079,41
Outros processos 0,00 476.176,30 476.176,30 411.062,13 
Total 323.558.627,00 7.587.198,62 331.145.825,62 135.883.141,54
 
A relação dos responsáveis condena-
dos ao recolhimento de débito e ao 
pagamento de multa consta do Anexo III - 
“Responsáveis por Débitos e Multas Impos-
tos pelo Tribunal”. 
Além das condenações de natureza 
pecuniária, o Tribunal pode aplicar outras 
medidas que alcançam o patrimônio jurídico 
daquele que fraudou ou utilizou mal os re-
cursos públicos. No decorrer do 2º trimestre 
de 2009, 10 responsáveis foram conside-
rados inabilitados para o exercício de car-
go em comissão ou função de confiança e 
25 empresas declaradas inidôneas para 
licitar com a Administração Pública Federal. 
Podem ser consultados no Portal TCU 
e no Anexo IV deste relatório - “Sanções 
Não-Pecuniárias Aplicadas no Período”, os 
nomes dos responsáveis declarados inabili-
tados para o exercício de cargo em 
comissão ou de função de confiança no âm-
bito da Administração Pública, bem como 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 21 
 
das empresas consideradas inidôneas para 
participar de licitação realizada pelo Poder 
Público Federal. Vale esclarecer que a pá-
gina do TCU na Internet apresenta 
informações de processos com julgamento 
definitivo de mérito, em que não há mais 
possibilidade de recursos, enquanto o anexo 
do presente relatório apresenta a relação 
dos responsáveis condenados no período, 
independentemente do trânsito em julgado 
da decisão condenatória. 
 
2.1.7. Atuação do Ministério Público junto ao TCU 
Atua, junto ao Tribunal, Ministério Pú-
blico especializado - MP/TCU, órgão 
autônomo e independente, cuja finalidade 
principal é a defesa da ordem jurídica no 
âmbito de atuação do TCU. Compete-lhe 
dizer de direito, oralmente ou por escrito, em 
todos os assuntos sujeitos à decisão do Tri-
bunal. Trata-se de órgão composto por um 
procurador-geral, três subprocuradores-
gerais e quatro procuradores. Ao MP/TCU 
também compete promover, junto à Advoca-
cia-Geral da União - AGU, as medidas refe-
rentes à cobrança executiva dos débitos e 
multas imputados por acórdãos do Tribunal. 
No 2º trimestre de 2009, foram autuados 619 
processos de cobrança executiva, envol-
vendo cerca de R$ 243,4 milhões. 
Também no 2º trimestre de 2009, 
membros do MP/TCU representaram ao Tri-
bunal sobre os assuntos relacionados a 
seguir. 
 
• Representação com o objetivo de acompa-
nhar as concessões de crédito pelo 
BNDES a execução de projetos de inves-
timentos na República Bolivariana da 
Venezuela (TC nº 012.641/2009-2). 
• Representação acerca de possível prejuízo 
ao erário decorrente das adesões, por ór-
gão da Administração Pública, de atas de 
registro de preços versus valor estimado – 
pregão eletrônico (TC nº 013.327/2009-1). 
• Representação com informações sobre o 
ofício nº 899/2009-AGU/CONJR/MT notifi-
cando irregularidades em aposentadorias 
no Ministério dos Transportes com indícios 
de má-fé da parte dos beneficiados (TC nº 
013.329/2009-6). 
• Representação sobre possíveis irregulari-
dades referentes a despesa pública 
realizada pelo Senado Federal mediante 
atos administrativos sem a devida publica-
ção, em desacordo com a Constituição (TC 
nº 013.571/2009-0). 
• Representação sobre possíveis irregulari-
dades na Petrobras referentes a repasses 
de recursos a organizações não-
governamentais e organizações da socie-
dade civil de interesse público (TC nº 
014.014/2009-1). 
 
2.1.8. Fiscalizações 
Os instrumentos de fiscalização adota-
dos pelo TCU, conforme estabelecido em 
seu Regimento Interno (Resolução TCU nº 
155/2002) são: acompanhamento, auditoria, 
inspeção, levantamento e monitoramento. No 
período, foram concluídas 294 fiscaliza-
ções, envolvendo um esforço de 18.201 
Homens-Dia de Fiscalização - HDF. O 
quadro adiante apresenta a quantidade de 
fiscalizações concluídas no trimestre. 
 
 
 
 
 
TCU 
 
Fiscalizações Concluídas 
Tipo de Fiscalização 
Acompanhamento 
Auditoria 
Inspeção 
Levantamento 
Monitoramento 
Total 
 
 
O gráfico a seguir representa
lizações concluídas no trimestre, sendo que 
49,66% (146) do total realizado foram solic
tadas pelo Congresso Nacional e o restante
50,34% (148), foram de iniciativa do próprio 
Tribunal. A relação dos trabalhos de fiscal
 
 
2.1.9. Fixação de Prazo p
 
Se verificada ilegalidade de ato ou co
trato em execução, consoante o preconizado 
no art. 71, inciso IX, da Constituição Federal, 
o TCU pode fixar prazo para que órgão ou 
entidade adote as providências necessárias 
ao exato cumprimento da lei. Caso o órgão 
ou a entidade não cumpra a determinação, 
 
 
 
49,66%
Fiscalizações realizadas por iniciativa
 RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009
2º trimestre 
2008 
2º trimestre 
2009 
Acumulado 
2008 
8 6 9 
25 19 37 
51 100 81 
97 153 104 
6 16 14 
187 294 245 
O gráfico a seguir representa as fisca-
lizações concluídas no trimestre, sendo que 
foram solici-
tadas pelo Congresso Nacional e o restante, 
oram de iniciativa do próprio 
Tribunal. A relação dos trabalhos de fiscali-
zação desenvolvidos pelo TCU, no tr
tre, consta do Anexo V 
Concluídas no Período”. O inteiro teor dos 
relatórios, votos e acórdãos 
todas as fiscalizações pode ser obtido no 
Portal TCU: http://www.tcu.gov.br.
 
para Anulação e Sustação de Atos e Contratos
Se verificada ilegalidade de ato ou con-
trato em execução, consoante o preconizado 
no art. 71, inciso IX, da Constituição Federal, 
o TCU pode fixar prazo para que órgão ou 
entidade adote as providências necessárias 
ao exato cumprimento da lei. Caso o órgão 
ou a entidade não cumpra a determinação, 
poderá o Tribunal sustar o ato ou comunicar 
ao Congresso Nacional acerca da não
anulação do contrato. O quadro adiante 
presenta os mais relevantes processos de 
fiscalização deliberados no período nos quais 
houve fixação de prazo a órgãos ou entid
des para a adoção de providências.
49,66% 50,34%
Fiscalizações realizadas por iniciativa
Congresso Nacional TCU
º TRIMESTRE DE 2009 22 
Acumulado Acumulado 
2009 
8 
35 
155 
162 
29 
389 
zação desenvolvidos pelo TCU, no trimes-
V - “Fiscalizações 
Concluídas no Período”. O inteiro teor dos 
relatórios, votos e acórdãos referentes a 
todas as fiscalizações pode ser obtido no 
Portal TCU: http://www.tcu.gov.br. 
 
nulação e Sustação de Atos e Contratos 
poderá o Tribunal sustar o ato ou comunicar 
ao Congresso Nacional acerca da não-
do contrato. O quadro adiante a-
presenta os mais relevantes processos de 
fiscalização deliberados no período nos quais 
houve fixação de prazo a órgãos ou entida-
des para a adoção de providências. 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 23 
 
Fixação de Prazo para Anulação e Sustação de Atos e Contratos 
Determinação Unidade Jurisdicionada/Deliberação 
Anulação, revogação, sus-
pensão e ajustes em 
licitações 
Ministério da Ciência e Tecnologia (Acórdão nº 645/Plenário, de 8.4.2009, TC nº 
030.575/2008-5, Relator: Ministro Augusto Sherman) 
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Acórdão nº 
727/Plenário, de 15.4.2009, TC nº 001.136/2009-7, Relator: Ministro Raimundo 
Carreiro) 
Gerência Executiva do INSS em Cuiabá/MT (Acórdão nº 925/Plenário, de 
6.5.2009, TC nº 021.656/2008-6, Relator: Ministro Augusto Nardes) 
Superintendência Regional do DNIT no Estado do Paraná (Acórdão nº 
926/Plenário, de 6.5.2009, TC nº 012.632/2006-9, Relator: Ministro Augusto Nar-
des) 
Ministério da Previdência Social (Acórdão nº 945/Plenário, de 6.5.2009,TC nº 
032.032/2008-0, Relator: Ministro Augusto Nardes) 
Fundação Nacional da Saúde- Funasa (Acórdão nº 1.274/Plenário, de 10.6.2009, 
TC nº 008.632/2009-7, Relator: Ministro José Jorge) 
Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso - Seduc/MT (Acórdão nº 
1.265/Plenário, de 10.6.2009, TC nº 032.875/2008-0, Relator: Ministro Benjamin 
Zymler) 
Superintendência Regional do DNIT no Estado do Paraná (Acórdão nº 926/Plenário, 
de 6.5.2009, TC nº 012.632/2006-9, Relator: Ministro Augusto Nardes) 
Anulação de atos ou contra-
tos referentes a pessoal 
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Acórdão nº 1.695/2ª 
Câmara, de 7.4.2009, TC nº 024.685/2008-1, Relator: Ministro Aroldo Cedraz) 
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Acórdão nº 1.880/2ª 
Câmara, de 14.4.2009, TC nº 010.436/2008-4, Relator: Ministro Aroldo Cedraz) 
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Acórdão nº 2.388/2ª Câmara, de 
12.5.2009, TC nº 001.025/2007-1, Relator: Ministro Aroldo Cedraz) 
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Acórdão nº 2.393/2ª 
Câmara, de 12.5.2009, TC nº 024.687/2008-6, Relator: Ministro Aroldo Cedraz) 
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura na Paraíba - CREA-PB, Conselho 
Regional de Odontologia na Paraíba - CRO-PB (Acórdão nº 3.037/2ª Câmara, de 
9.6.2009, TC nº 012.574/2004-7, Relator: Ministro Benjamin Zymler) 
Universidade Federal do Paraná (Acórdão nº 3.037/2ª Câmara, de 9.6.2009, TC nº 
018.839/2004-1, Relator: Ministro Aroldo Cedraz) 
Suspensão de pagamento ou 
retenção de valores em 
contratos 
Secretaria de Recursos Hídricos do Estado de Tocantins e Secretaria de Infra-
Estrutura do Estado de Tocantins (Acórdão nº 581/Plenário, de 1.4.2009, TC nº 
007.059/2007-7, Relator: Ministro Valmir Campelo) 
Coordenação-Geral de Recursos Logísticos do Ministério do Esporte - C-
GLOG/ME (Acórdão nº 604/Plenário, de 8.4.2009, TC nº 000.268/2009-1, Relator: 
Ministro Augusto Sherman) 
Companhia Docas do Estado de São Paulo S.A. (Acórdão nº 659/Plenário, de 
8.4.2009, TC nº 000.268/2009-1, Relator: Ministro Walton Alencar) 
Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Acórdão nº 
716/Plenário, de 15.4.2009, TC nº 008.834/2007-6, Relator: Ministro Walton Alen-
car) 
Ministério da Integração Nacional e Secretaria de Infra-estrutura do Estado de 
Alagoas - Seinfra/AL (Acórdão nº 1.330/Plenário, de 17.6.2009, TC nº 
017.176/2007-7, Relator: Ministro Augusto Nardes) 
Devolução e suspensão de 
pagamentos indevidos a 
servidores, procuradores, 
desembargadores e juízes 
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Acórdão nº 1.880/2ª 
Câmara, de 14.4.2009, TC nº 010.436/2008-4, Relator: Ministro Aroldo Cedraz) 
 
 
Além dessas deliberações, o TCU jul-
gou, no trimestre, diversos processos 
referentes a atos de admissão de pessoal 
ou de concessão de aposentadorias, refor-
mas e pensões em que foram apuradas 
irregularidades. Nesses casos, o Tribunal 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 24 
 
fixou prazo para que os órgãos ou entidades 
envolvidos suspendessem, no todo ou em 
parte, o pagamento considerado irregular. 
 
2.1.10. Benefícios Financeiros das Ações de Controle 
Os benefícios das ações de controle 
são, em grande parte, imensuráveis em ter-
mos financeiros. Advêm da própria 
expectativa do controle, da prevenção do 
desperdício, de melhorias na alocação de 
recursos, da sugestão de aprimoramento de 
leis, da redução de danos ambientais e da 
melhoria de políticas públicas. Alguns resulta-
dos, contudo, são passíveis de mensuração 
em termos financeiros, inclusive com geração 
de benefícios por tempo indeterminado. 
No trimestre, além das condenações em 
débito e multa, diversas deliberações do TCU 
resultaram em benefícios financeiros para os 
cofres públicos. Adiante, estão sintetizadas e 
quantificadas algumas dessas deliberações . 
 
Benefícios das Ações de Controle 
Benefício Acórdão/Processo Valor (R$) 
Eliminação de desperdícios 
ou redução de custos admi-
nistrativos 
Acórdão nº 668/2009 – Plenário – TC nº 013.337/2008-0 
(R$ 2.600.000.000,00) 
2.610.380.000,00 
Acórdão nº 1.244/2009 – Plenário – TC nº 011.278/2007-0 
(R$ 10.380.000,00) 
Elevação de receita 
Acórdão nº 816/2009 – Plenário – TC nº 013.493/2008-4 
(R$ 74.500.000,00) 
74.500.000,00 
Interrupção do pagamento 
de vantagem indevida 
Acórdão nº 816/2009 – Plenário – TC nº 013.493/2008-4 
(R$ 868.300.000,00) 
921.163.531,50 
Acórdão nº 758/2009 – Plenário – TC nº 007.606/2008-4 
(R$ 30.800.227,90) 
Acórdão nº 1.740/2009 – Plenário – TC nº 012.866/2007-6 
(R$ 22.063.303,60) 
Incremento da economia, 
eficiência, eficácia ou efeti-
vidade de programa de 
governo 
Acórdão nº 906/2009 – Plenário – TC nº 002.985/2008-1 
(R$ 318.261.420,00) 
484.161.420,00 
Acórdão nº 816/2009 – Plenário – TC nº 013.493/2008-4 
(R$ 165.900.000,00) 
Redução de valor contratual 
Acórdão nº 716/2009 – Plenário – TC nº 008.834/2007-6 
(R$ 10.800.000,00) 
10.800.000,00 
Total 4.101.004.951,50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 25 
 
Ao valor dessas deliberações deve ser 
somada, também como benefício das ações 
de controle, a economia decorrente da inter-
rupção de despesas impugnadas, 
relativamente a atos de admissão de pesso-
al ou de concessão de aposentadorias e 
pensões considerados ilegais, estimada em 
R$ 7.009.552,20, e ainda os valores das 
condenações em débito e aplicação de mul-
tas R$ 331.145.825,62. 
O benefício financeiro das ações de 
controle, no 2º trimestre de 2009, atingiu o 
montante de R$ 4.439.160.329,32, valor 
17,53 vezes superior ao custo de funciona-
mento do TCU no período (R$ 
253.208.244,17). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2. Atuação por Função de Governo ou Área Envolvida 
Estão relacionados a seguir os resul-
tados da atuação do TCU, no 2º trimestre de 
2009, que se destacaram pela importância 
ou interesse das constatações verificadas, 
agrupados por Função de Governo ou área 
envolvida. 
 
2.2.1. Administração-Geral 
 
TCU fiscaliza sistema de gestão de Convênios e Contratos de Repasse 
O TCU recomendou à comissão ges-
tora do Sistema de Gestão de Convênios e 
Contratos de Repasses - Siconv que esta-
beleça prazo para inclusão dos dados sobre 
atos de gestão de convênios realizados fora 
do sistema. Recomendou também que o 
Ministério do Planejamento, Orçamento e 
Gestão - MP oriente os órgãos envolvidos 
nas transferências sobre a obrigatoriedade 
de utilizar o Siconv para realizar todos os 
atos relacionados à celebração e à execu-
ção de convênios, contratos de repasse e 
termos de parceria. O uso obrigatório está 
previsto em portaria do próprio MP, em con-
junto com o Mistério da Fazenda e 
Controladoria-Geral da União. 
O Siconv é um sistema informatizado 
que permite acompanhar as transferências 
de recursos federais e está disponível pelo 
Portal de Convênios, na internet. O sistema 
foi instituído em 2007 e deveria ter entrado 
em operação completa em 1 de setembro 
de 2008. 
A implantação do Siconv ocorreu após 
determinações do TCU, em 2006, para que 
o Ministério do Planejamento estudasse a 
implementação de sistema informatizado 
que permitisse o acompanhamento on-line 
de todos os convênios e outros instrumentos 
jurídicos utilizados para transferir recursos 
federais e que pudesse ser acessado por 
qualquer cidadão 
Apesar das inovações normativas e 
dos módulos já implementados, segundo o 
TCU ainda são necessárias medidas para 
que o Siconv possa informatizar todas as 
1 real 
17,53 reais 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 26 
 
fases do processo de descentralização de 
recursos públicos. (Acórdão nº 
1.141/Plenário,de 27.5.2009, TC nº 
013.032/2008-7, Relator: Ministro Augusto 
Sherman; Unidades técnicas: 7ª Secex e 
Adplan) 
 
TCU condena Governo do Estado do Paraná por irregularidades em terceirização de pes-
soal 
O Tribunal condenou o Governo do 
Estado do Paraná ao pagamento de mais de 
R$ 17,5 milhões, valor atualizado, por irre-
gularidade na aplicação de recursos 
recebidos do Ministério do Trabalho e Em-
prego. Os valores eram destinados às 
agências do trabalhador no Estado. 
O Governo contratou 195 funcionários 
terceirizados da empresa Rosch Adminis-
tradora de Serviços de Informática Ltda, 
para a área de digitação nas agências dos 
municípios daquele Estado. O TCU identifi-
cou que 88 terceirizados trabalhavam em 
outras áreas. O número de pessoal forneci-
do pela Rosch era superior ao necessário 
para suprir o serviço e, portanto, os funcio-
nários excedentes executavam outras 
funções. 
O TCU determinou prazo para o Esta-
do do Paraná pagar o valor aos cofres do 
Tesouro Nacional. (Acórdão nº 
1.004/Plenário, de 13.5.2009, TC nº 
006.240/2008-0, Relator: Ministro André Luís 
de Carvalho, Unidade Técnica: Secex-PR) 
 
TCU firma entendimento relativamente à execução de projetos de cooperação técnica in-
ternacional financiados exclusivamente com recursos orçamentários da União 
Ao analisar representação sobre su-
postas irregularidades observadas nas 
contas de 2005 da Secretaria de Educação 
Básica do MEC quanto à execução de acor-
dos de cooperação técnica internacional 
para intermediar a contratação de bens e 
serviços de natureza comum, o TCU firmou 
o seguinte entendimento: 
Os acordos básicos de cooperação 
técnica internacional prestada ao Brasil não 
autorizam que a contraparte externa efetue, 
no interesse da Administração demandante, 
o desempenho de atribuições próprias dos 
órgãos públicos, nas quais não haverá 
transferência de conhecimento por parte do 
organismo internacional executor ou em que 
a assessoria técnica de um ente externo é 
dispensável, por se tratar de temas e práti-
cas já de domínio público, demandados 
rotineiramente pela Administração, a exem-
plo da contração de bens e serviços de 
natureza comum, usualmente disponíveis no 
mercado; 
Ainda que o projeto de cooperação in-
ternacional contemple, em sua globalidade, 
tanto atividades de efetiva assistência técni-
ca como ações complementares, de caráter 
instrumental, apenas aquelas podem ser 
assumidas pelo organismo internacional 
cooperante, devendo as de caráter ordinário 
ser integradas ao projeto pela Administração 
Pública, valendo-se dos mecanismos insti-
tucionais próprios do regime jurídico 
administrativo; 
No que se refere ao “Acordo Básico 
de Assistência Técnica com a Organização 
das Nações Unidas, suas Agências Espe-
cializadas e a Agência Internacional de 
Energia Atômica”, aprovado pelo Decreto 
Legislativo 11/1966 e promulgado pelo De-
creto 59.308/1966, é da Administração o 
encargo de fornecer os recursos humanos e 
materiais de caráter instrumental necessá-
rios à execução dos projetos pactuados, 
devendo as hipóteses de cooperação pre-
vistas no art. I.3 desse acordo serem 
interpretadas em conjunto com as regras 
contidas em seus arts. IV.1 e IV.3. 
As “revisões substantivas” aos atos 
complementares de cooperação técnica inter-
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 27 
 
nacional não podem descaracterizar a defini-
ção original dos projetos pactuados. Devem 
promover, quando necessárias alterações de 
maior impacto qualitativo, a elaboração de um 
novo ajuste, como meio de facilitar o acompa-
nhamento da execução dos projetos e a 
avaliação de seus resultados, bem como es-
timular, por parte da Administração Pública, 
uma mais acurada programação das ações a 
serem desenvolvidas em parceria com orga-
nismos internacionais (Acórdão nº 
1.339/Plenário, de 17.6.2009, TC nº 
023.389/2007-1, Relator: Ministro José Jorge, 
Unidade Técnica: 6ª Secex) 
 
Auditoria do TCU detecta indícios de fraude e desvio de recursos públicos em repasse de 
recursos para ONGs 
O TCU realizou, por solicitação do 
Congresso Nacional, auditoria em repas-
se de recursos do município de Betim/MG 
para ONGs. Ao longo da auditoria ficou 
evidente a existência de esquema de 
fraudes e desvio de recursos, articulado 
entre agentes públicos e servidores muni-
cipais, em conluio com gestores de ONGs 
do Município. 
Entre as irregularidades constatadas 
estão: pagamento fictício de prestação de 
serviço; pagamento fictício de compra de 
materiais; desvio de pagamentos para 
favorecimento de empresa do ex-Prefeito 
Municipal de Betim/MG; pagamentos efe-
tuados sem a devida comprovação da 
prestação efetiva dos serviços; favoreci-
mento a grupo de empresas específicas 
nas aquisições de bens e serviços; e par-
ticipação direta ou indireta de servidor no 
fornecimento de bens necessários ao 
serviço prestado. 
O Tribunal determinou a instauração 
de Tomada de Conta Especial para pos-
sibilitar a devolução dos recursos 
desviados. (Acórdão nº 601/Plenário, de 
1.4.2009, TC nº 026.269/2007-7, Relator: 
Ministro José Jorge, Unidade Técnica: 
Secex-MG) 
 
Outras Ações 
TCU analisará supostas irregularidades em permuta de terrenos da União por imóveis 
O TCU está analisando representação 
acerca de possíveis irregularidades em pro-
cedimento realizado pela Gerência Regional 
de Patrimônio da União no Distrito Federal- 
GRPU/DF, referente à publicação de Aviso 
versando sobre a permuta de terrenos da 
União por imóvel edificado ou em fase de 
conclusão até junho de 2009, para abrigar a 
sede da Advocacia-Geral da União- AGU. 
Em síntese, a representação noticia 
que a publicação de aviso no Diário Oficial 
da União foi insuficiente para dar conheci-
mento do objeto da operação, cerceando a 
competitividade; que o aviso não especifica 
que terrenos serão oferecidos pela União na 
operação de permuta, tampouco indica valor 
ou localização, afastando, dessa maneira, o 
interesse de muitos empresários, inclusive o 
da representante. Também não houve pu-
blicação do edital ou aviso de licitação pelo 
órgão, inexistindo critérios para seleção do 
vencedor e não foram observados prazos 
para a publicidade e apresentação de pro-
postas pelos interessados (TC nº 
005.023/2009-1, Relator: Ministro Valmir 
Campelo, Unidade Técnica: 8ª Secex) 
 
 
 
 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 28 
 
2.2.2. Administração Financeira 
 
TCU avalia critérios de distribuição de recursos do Fundo de Participação dos Municípios 
O Tribunal informou ao Congresso 
Nacional que a distribuição dos recursos do 
Fundo de Participação dos Municípios – 
FPM poderia levar em consideração o indi-
cador de desenvolvimento humano das 
municipalidades, além do critério populacio-
nal, para maior efeito redistributivo. O TCU 
analisou os critérios de rateio dos recursos 
do fundo por meio de estudo da legislação e 
de análise da distribuição de valores do 
FPM em 2008. 
O Fundo é um tipo de transferência in-
tergovernamental de recursos da União para 
municípios, com o objetivo de minimizar as 
diferenças entre municípios. O objetivo do 
trabalho do TCU foi verificar se os critérios 
de repartição do FPM contribuem para a 
redução do desequilíbrio sócio-econômico 
entre as municipalidades. De acordo com o 
art. 161, parágrafo único da Constituição 
Federal, o TCU é o órgão responsável pelo 
cálculo dos valores a serem repassados aos 
municípios. 
A distribuição de recursos do Fundo é 
feita de acordo com número de habitantes 
dos municípios, sem levar em conta o índice 
de desenvolvimento humano. Quanto menor 
a população, mais recursos ela recebe. De 
acordo com esse critério, as municipalida-
des foram divididas em pequenas, médias, 
grandes e muito grandes. De um total de 
5.563 municípios contempladospelo Fundo, 
4.421 são considerados pequenos, ou seja, 
eles têm população entre 804 e 29.000 habi-
tantes. 
Pelo critério de rateio, municípios de 
pequeno porte ganham mais do FPM, inde-
pendentemente da renda per capita. Os 
municípios de médio porte que são muito 
pobres recebem cerca da metade dos re-
cursos repassados a municípios pequenos, 
sejam eles pobres ou ricos. Verificou-se a 
necessidade de reformulação da legislação 
que regula o tema para incluir critérios de 
distribuição que incluam algum indicador de 
desenvolvimento sócio-econômico e não 
apenas número de habitantes. A legislação 
nessa parte é muito complexa e seus princí-
pios não estão explicitamente definidos. 
A avaliação do Tribunal foi feita por 
meio de comparação entre os valores rece-
bidos do FPM por cada município e índice 
de desenvolvimento humano das municipa-
lidades. A partir dos valores recebidos em 
2008, foi calculado o valor per capita, con-
trapondo-se a ele o índice de 
desenvolvimento humano do município. 
Cópia da decisão foi enviada às Co-
missões de Assuntos Econômicos, de 
Assuntos Sociais, de Constituição e Justiça 
e Cidadania do Senado Federal. Foi envia-
da, também, para as Comissões de 
Constituição de Justiça e Cidadania, de De-
senvolvimento Econômico, Indústria e 
Comércio e de Finanças e Tributação da 
Câmara dos Deputados. (Acórdão nº 
1.120/Plenário, de 27.5.2009, TC nº 
003.430/2009-9, Relator: Ministro Walton 
Alencar, Unidade Técnica: Semag). 
 
2.2.3 – Educação, Desporto e Lazer 
 
TCU faz determinações a envolvidos em fraudes no Programa Segundo Tempo 
Auditoria do Tribunal avaliou a con-
formidade de transferências e aplicações de 
recursos federais repassados pelo Ministério 
do Esporte à Fundação de Apoio ao Menor 
de Feira de Santana – FAMFS. Foram en-
contradas graves irregularidades na 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 29 
 
execução de convênios que tinham por fina-
lidade a efetivação de ações no âmbito dos 
programas Segundo Tempo e Pintando a 
Liberdade. 
O TCU converteu o processo em to-
mada de contas especial, devido aos 
indícios de fraudes e desvios no uso de re-
curso público. O dinheiro destinava-se ao 
pagamento de salários dos professores e ao 
fornecimento de lanches aos alunos inscri-
tos nos dois programas, no âmbito de 
municípios baianos. 
Segundo apuração, a empresa Oleane 
Terezinha Zenatti, responsável pelo forne-
cimento de lanches, realizava uma venda 
fictícia de biscoitos com sobrepreço de 
20% à FAMFS. A manobra era feita por 
meio de notas fiscais, pois os lanches eram 
fabricados pela própria FAMFS e entregues 
diretamente para os núcleos do Programa 
Segundo Tempo sem qualquer participação 
real da referida empresa como fornecedora. 
Além disso, a empresa Oleane foi favoreci-
da na época da licitação, porque, 
diferentemente das demais empresas que 
apresentaram propostas para o fornecimen-
to de lanches, cotou os preços sem incluir 
custos de distribuição nos municípios do 
interior da Bahia. 
O TCU determinou que o Presidente 
da Fundação e a empresa Oleane Terezi-
nha Zenatti se pronunciem a respeito das 
supostas irregularidades ou devolvam cerca 
de R$ 480 mil, valor atualizado, aos cofres 
do Tesouro Nacional. Também foi determi-
nado que a Fundação de Apoio Menor de 
Feira de Santana passe a fazer licitação ao 
contratar fornecimento de bens e serviços. 
(Acórdão nº 779/Plenário, de 22.4.2009, TC 
nº 017.961/2005-1, Relator: Ministro Augus-
to Sherman, Unidade Técnica: Secex-BA) 
 
TCU constata falhas no ProUni e no Fies 
O Tribunal concluiu que a meta do 
Programa Universidade para Todos - ProUnI 
e do Fundo de Financiamento ao Estudante 
do Ensino Superior - Fies pode não ser al-
cançada. O Plano Nacional de Educação 
estabelece que 30% dos alunos de baixa 
renda entrem na universidade até 2011 por 
meio do ProUni ou do Fies. Entretanto, audi-
toria constatou que, no segundo semestre 
de 2008, 42% das vagas não foram pre-
enchidas. Se o ritmo continuar o mesmo, 
em 2011 apenas a metade do percentual da 
meta será atingido. 
O TCU avaliou os programas de acor-
do com mecanismos de implementação e 
controle, concretização de objetivos e sinto-
nia com o mercado de trabalho. Foi 
verificado que há falhas na implementação 
dos programas, os quais têm por objeto a-
ções governamentais voltadas ao acesso e 
à permanência da população economica-
mente mais vulnerável ao ensino superior. 
O ProUni, por exemplo, concedeu bol-
sa a estudantes com renda familiar superior 
aos limites previstos. Além disso, a apresen-
tação de documentação dos beneficiários 
não é feita de forma correta. Falta, em mui-
tos casos, comprovante de renda, de 
residência e de renda familiar. 
O relatório aponta também que o Mi-
nistério da Educação - MEC não possui 
rotina de fiscalização das instituições de 
ensino participantes. Segundo a auditoria, 
instituições têm isenção fiscal mesmo quan-
do não têm ocupadas todas as vagas 
destinadas ao programa e ao fundo. Aponta, 
ainda, que os cursos das áreas tecnológica 
e social, que são considerados prioritários 
pelo MEC, tendo em vista o déficit atual de 
profissionais dessas áreas no mercado, es-
tão com baixa procura por parte dos alunos 
beneficiários. 
O Tribunal determinou que o MEC te-
nha maior controle dos alunos beneficiários 
do ProUni, e que a Secretaria de Educação 
TCU RELATÓRIO DE ATIVIDADES – 2º TRIMESTRE DE 2009 30 
 
Superior - Sesu/MEC implemente mecanis-
mos para o preenchimento total das vagas 
ofertadas pelo Programa. Também reco-
mendou a avaliação do mecanismo de 
isenção fiscal, de modo que as instituições 
sejam isentas de acordo com a avaliação 
dos cursos e o maior número de vagas ocu-
padas pelos programas e que a Sesu 
incentive o acesso e a conclusão de cursos 
em áreas de desenvolvimento tecnológico e 
social do País que tenham baixa demanda. 
A implementação das recomendações 
feitas pelo Tribunal poderá gerar benefícios 
superiores a R$ 1,1 bilhão no período de 
quatro anos. 
Cópia da decisão foi enviada aos Mi-
nistros da Educação, da Fazenda e da 
Previdência Social, aos Presidentes do Se-
nado Federal, da Câmara dos Deputados, 
da Comissão de Educação, Cultura e Espor-
te do Senado Federal e da Caixa 
Econômica Federal. (Acórdão nº 
816/Plenário, de 22.4.2009, TC nº 
013.493/2008-4, Relator: Ministro José Jor-
ge, Unidade Técnica: Seprog) 
 
TCU apura superfaturamento em serviços para a Vila Pan-Americana 
O Consórcio Interamericano e os res-
ponsáveis pela licitação de serviços 
contratados para a Vila Pan-Americana dos 
jogos de 2007 deverão pagar mais de R$ 
2,7 milhões por superfaturamento ou apre-
sentarem defesa. O valor deverá ser pago em 
conjunto pelo Secretário-Executivo para as-
sessoramento ao Comitê dos Jogos Pan-
Americanos, pelo Presidente e por Membros 
da Comissão de Licitação e pelo Consórcio, 
liderado pela empresa JZ Engenharia e Co-
mércio Ltda.. 
Os serviços superfaturados incluem, en-
tre outros, instalação de ar-condicionado, 
montagem de cadeiras, instalação de persia-
nas, fornecimento de colchões. O serviço de 
camareira, contratado na mesma licitação, 
incluía, além do fornecimento de mão-de-
obra, o valor dos materiais de limpeza, que 
variava segundo o turno de trabalho. Há ainda 
valores cobrados a mais para montagem de 
camas, espelhos e abajures. 
Além dos valores pagos a mais, o TCU 
registrou que a opção por alugar equipamen-
tos e serviços de hotelaria para a 
acomodação dos atletas restringiu a participa-
ção de empresas na licitação. (Acórdão nº 
1.251/Plenário, de 10.6.2009, TC nº 
025.816/2007-1, Relator: Ministro Marcos 
Vilaça, Unidade Técnica: 6ª Secex). 
 
Outras Ações 
TCU instaura auditoria para fiscalizar FUB/UnB 
O TCU fará auditoria para apurar possí-
veis irregularidades da

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