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06 - Competências atribuídas ao TCU pela LOTCU, pelo Regimento Interno e por outros normativos infraconstitucionais

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Prof. Erick Alves 
 Aula 03 
 
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Controle Externo para AUFC TCU 
 
 
 
Aula 03 
Controle Externo para TCU 
Auditor Federal de Controle Externo 
Prof. Erick Alves 
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 Aula 03 
 
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Controle Externo para AUFC TCU 
Sumário 
SUMÁRIO ........................................................................................................................................................... 2 
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................ 3 
COMPETÊNCIAS DO TCU PREVISTAS NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL ................................................ 4 
COMPETÊNCIAS REUNIDAS NO ART. 1º DO RI/TCU ................................................................................................................ 4 
Auditar projetos e programas de Governo ................................................................................................................... 4 
Acompanhar a arrecadação da receita ....................................................................................................................... 5 
Fiscalizar o cumprimento da LRF ................................................................................................................................ 5 
Processar e julgar infrações administrativas contra as finanças públicas e a responsabilidade fiscal .............................. 6 
Acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização e as concessões, permissões e autorizações de serviço 
público ...................................................................................................................................................................... 7 
Aplicar sanções e adotar medidas cautelares .............................................................................................................. 8 
Fiscalizar as declarações de bens e rendas .................................................................................................................. 9 
Decidir sobre denúncias e representações ................................................................................................................. 10 
Decidir sobre representações relativas a licitações e contratos ................................................................................... 10 
Decidir sobre representações relativas a notificações de liberação de recursos federais para municípios ...................... 11 
Decidir sobre consultas acerca da aplicação de dispositivos legais e regulamentares .................................................. 12 
Fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao COB e CPB .................................................................................... 15 
Implementar e manter página de contas públicas na Internet .................................................................................... 15 
Realizar outras fiscalizações ou outras atribuições previstas em lei ............................................................................ 16 
Autonomia para se organizar internamente .............................................................................................................. 16 
QUESTÕES COMENTADAS DA BANCA CESPE................................................................................................... 19 
LISTA DE QUESTÕES ....................................................................................................................................... 51 
GABARITO ....................................................................................................................................................... 63 
RESUMO DIRECIONADO .................................................................................................................................. 64 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 66 
 
 
 
 
 
 
Prof. Erick Alves 
 Aula 03 
 
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Controle Externo para AUFC TCU 
Apresentação 
Nesta aula, vamos estudar o seguinte item do edital do último concurso de Auditor do TCU: 
CONTROLE EXTERNO: Competências atribuídas ao TCU pela LOTCU, pelo Regimento Interno e por outros 
normativos infraconstitucionais. 
Este livro digital em PDF está organizado da seguinte forma: 
 Teoria permeada com questões, para fixação do conteúdo – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 4 a 18 
 Bateria de questões comentadas da banca organizadora do concurso, para conhecer a banca e o seu 
nível de cobrança – estudo OBRIGATÓRIO, págs. 19 a 50 
 Lista de questões da banca sem comentários seguida de gabarito, para quem quiser tentar resolver 
antes de ler os comentários – estudo FACULTATIVO, págs. 51 a 63 
 Resumo Direcionado, para auxiliar na revisão – estudo FACULTATIVO, págs. 64 a 65 
 
 
 
 
Você pode ouvir o meu curso completo de Direito Administrativo 
narrado no aplicativo EmÁudio Concursos, disponível para 
download em celulares Android e IOS. No aplicativo, você pode 
ouvir as aulas em modo offline, em velocidade acelerada e montar listas. Assim, 
você consegue estudar em qualquer hora e lugar! Vale a pena conhecer! 
 
Além disso, neste número, eu e a Prof. Érica Porfírio 
disponibilizamos dicas, materiais e informações sobre Direito 
Administrativo. Basta adicionar nosso número no seu WhatsApp 
e nos mandar a mensagem “Direito Administrativo”. 
 
proferickalves 
 
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 Aula 03 
 
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Controle Externo para AUFC TCU 
Competências do TCU previstas na legislação infraconstitucional 
 
 
 
 
 
As competências fundamentais do TCU foram atribuídas diretamente pela Constituição. Não obstante, a 
legislação infraconstitucional também confere uma série de responsabilidades para o Tribunal de Contas. As 
principais delas estão compiladas no art. 1º da LO/TCU e no art. 1º do RI/TCU. Esse último é mais completo, 
abrangendo tudo que está na Constituição, na LO/TCU e em outras normas relevantes. Assim, o estudo dos 34 
incisos do art. 1º do RI/TCU esgota tudo o que precisamos saber sobre as competências do Tribunal. 
Vamos fazer isso, apenas deixando de lado os incisos que repetem as competências atribuídas ao TCU pela 
Constituição, que são: incisos I a IV, VI, VIII, IX, XI, XII, XVI e XVIII a XXII do art. 1º do RI/TCU. Nós já estudamos 
as matérias tratadas nesses incisos na aula passada, ok? Veremos, então, os demais. 
Competências reunidas no art. 1º do RI/TCU 
O art. 1º do RI/TCU informa que compete ao TCU, na forma da legislação vigente, em especial a 
Lei 8.443/1992 (LO/TCU): 
Auditar projetos e programas de Governo 
V – auditar, por solicitação da comissão mista permanente de senadores e deputados referida no §1º 
do art. 166 da Constituição Federal, ou de comissão técnica de qualquer das casas do Congresso 
Nacional, projetos e programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando os seus resultados 
quanto à eficácia, eficiência, efetividade e economicidade; 
O dispositivo trata da realização de auditorias de natureza operacional em projetos e programas 
autorizados na lei orçamentária anual (LOA). Exemplos de programas de Governo são o Bolsa Família, Luz para 
Todos, Merenda Escolar etc. 
Nas auditorias de natureza operacional (ANOp), procura-se ir além do exame dos aspectos formais, da 
pura legalidade, para também focar em aspectos de desempenho e resultado, com o principal objetivo de 
contribuir para o aperfeiçoamento da gestão pública. Assim, os projetos e programas são avaliados quanto à 
eficácia, eficiência, efetividade e economicidade. Não obstante, as ilegalidades eventualmente identificadas 
deverão receber o tratamento adequado pelo TCU. 
Segundo o RI/TCU,os legitimados para solicitar auditorias operacionais em projetos e programas de 
Governo autorizados na LOA são a CMO ou comissão técnica de qualquer das casas do Congresso Nacional. 
Leitura obrigatória: 
LO/TCU, art. 1º; RI/TCU, art. 1º 
 
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Acompanhar a arrecadação da receita 
VII – acompanhar a arrecadação da receita a cargo da União, das entidades da administração 
indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e das 
demais instituições sob sua jurisdição, mediante fiscalizações, ou por meio de demonstrativos 
próprios; 
Receita pública não compreende apenas tributos, mas também toda entrada de recursos que implique 
aumento patrimonial da Administração Pública, direta e indireta. Como exemplo, pode-se mencionar os 
dividendos devidos ao Tesouro em função das participações societárias detidas pela União, que não são 
tributos, mas constituem receita pública. Assim, o acompanhamento da arrecadação da receita pública 
realizado pelo TCU não se confunde com a fiscalização tributária, a cargo da Receita Federal. 
O trabalho do Tribunal consiste em verificar se as receitas públicas arrecadadas pelos órgãos e entidades 
da União foram efetivamente recolhidas aos cofres do Tesouro. Compreende, ainda, a fiscalização das 
renúncias de receitas. 
O TCU exerce fiscalização em todas as etapas da receita, por meio de levantamentos, auditorias, 
inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos, incluindo a análise de demonstrativos próprios, com a 
identificação dos respectivos responsáveis. 
Fiscalizar o cumprimento da LRF1 
XIII – fiscalizar, no âmbito de suas atribuições, o cumprimento, por parte dos órgãos e entidades da 
União, das normas da Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal; 
O TCU possui competência para fiscalizar, no âmbito de suas atribuições, o cumprimento da Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF) pelos órgãos e entidades da União, em auxílio ao Poder Legislativo. Não é 
demais lembrar que a competência do TCU, também aqui, se restringe à esfera federal. 
A própria LRF (art. 59) atribui ao TCU a responsabilidade de: 
➢ Verificar o cálculo dos limites da despesa total com pessoal na esfera federal; 
➢ Acompanhar as operações do Banco Central do Brasil referentes à dívida pública; 
➢ Alertar aos Poderes ou órgãos da União, quando constatar: 
▪ a possibilidade de limitação de empenho e movimentação financeira; 
▪ que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou 90% do limite; 
 
1 A Resolução TCU 142/2001 dispõe sobre as competências atribuídas ao Tribunal pela LRF. 
https://contas.tcu.gov.br/juris/Web/Juris/ConsultarAtoNormativo/ConsultarAtoNormativo.faces
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▪ que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária, das operações de crédito e da 
concessão de garantia encontram-se acima de 90% dos respectivos limites; 
▪ que os gastos com inativos e pensionistas encontram-se acima do limite definido em lei; 
▪ a ocorrência de fatos que comprometam os custos ou os resultados dos programas ou 
indícios de irregularidades na gestão orçamentária. 
Além disso, o TCU fiscaliza o cumprimento das obrigações específicas atribuídas aos demais órgãos e 
Poderes da União pela LRF, como, por exemplo, o dever que o Poder Executivo possui de promover, até trinta 
de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação relativas ao 
exercício anterior, dando a devida divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público (LRF, art. 51). O 
responsável pelo cumprimento dessa obrigação no âmbito do Executivo Federal está sujeito à fiscalização do 
TCU. 
Processar e julgar infrações administrativas contra as finanças públicas e a responsabilidade fiscal 
XIV – processar e julgar as infrações administrativas contra as finanças públicas e a 
responsabilidade fiscal tipificadas na legislação vigente, com vistas à aplicação de penalidades; 
Conforme tipificado na Lei 10.028/2000 (Lei dos Crimes Fiscais), as infrações administrativas contras as 
finanças públicas, são: 
▪ deixar de divulgar ou de enviar ao Poder Legislativo e ao Tribunal de Contas o relatório de gestão 
fiscal, nos prazos e condições estabelecidos em lei; 
▪ propor lei de diretriz orçamentária anual que não contenha as metas fiscais na forma da lei; 
▪ deixar de expedir ato determinando limitação de empenho e movimentação financeira, nos casos 
e condições estabelecidos em lei; 
▪ deixar de ordenar ou de promover, na forma e nos prazos da lei, a execução de medida para a 
redução do montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder 
do limite máximo. 
Cuidado, pois tais irregularidades são tipificadas como infrações administrativas, não como crimes, 
apesar do nome que se dá à lei. Compete ao TCU processar e julgar essas infrações. O agente que der causa a 
qualquer uma delas será punido com multa de, exatamente, 30% dos seus vencimentos anuais. Ou seja, não 
há previsão de gradação da pena em razão da gravidade da conduta do agente em cada caso concreto: o valor 
será sempre correspondente a 30% dos vencimentos anuais do responsável. Ah, o pagamento da multa é de 
responsabilidade pessoal do agente, e não do órgão em que trabalha. 
Vale observar que, caso a conduta do gestor configure crime, a competência para julgamento não é mais 
do TCU, mas sim do órgão do Poder Judiciário com jurisdição sobre a matéria, a partir de denúncia do Ministério 
Público. 
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Acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização e as concessões, permissões e 
autorizações de serviço público 
XV – acompanhar, fiscalizar e avaliar os processos de desestatização realizados pela administração 
pública federal, compreendendo as privatizações de empresas, incluindo instituições financeiras, e as 
concessões, permissões e autorizações de serviço público, nos termos do art. 175 da Constituição 
Federal e das normas legais pertinentes; 
O TCU acompanha, fiscaliza e avalia: 
➢ Processos de desestatização e privatização de empresas, incluindo instituições financeiras; 
➢ Concessões, permissões e autorizações de serviço público. 
No geral, os processos de desestatização, assim como as concessões, caracterizam-se pela transferência 
para a iniciativa privada de ativos ou direitos detidos pela União relacionados à execução de serviços públicos. 
Como exemplos de processos da espécie fiscalizados pelo TCU pode-se mencionar: as privatizações de 
instituições financeiras realizadas no Governo FHC; as concessões de rodovias federais; as concessões para 
geração e transmissão de energia elétrica; concessões de serviços de telecomunicações e, mais recentemente, 
os leilões de concessão para exploração e administração de aeroportos. 
O TCU acompanha, fiscaliza e avalia esses processos em todas as fases, desde o estágio em que são 
expostas as razões e fundamentações para a privatização ou concessão, passando pelo procedimento 
licitatório, pelos estudos de viabilidade econômico-financeira, e indo até a fase de execução contratual. 
O controle do TCU ocorre, especialmente, sobre as agências reguladoras, como a Anatel, Aneel, Anac, 
ANP e ANTT. Essas, por sua vez, fiscalizam e regulam a prestação dos serviços públicos e atividades 
econômicas relacionadas à sua área de atuação. Nesse sentido, o trabalho do Tribunal tem por objetivo 
verificar se as referidas agências estão cumprindo adequadamente suas funções de regulação e 
fiscalização, de forma a garantir a qualidade dos serviços públicos prestados. O TCU não as substitui, ou seja,não promove ações de fiscalização direta sobre concessionários ou permissionários que não pertençam à 
administração pública federal. 
 
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➢ Exemplos de fiscalizações do TCU sobre desestatização: 
Acórdão 1121/2005 – Plenário 
Entidade: Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) 
Sumário: Auditoria realizada na Concessionária da Ponte Rio-Niterói S.A. - PONTE, para verificar a pertinência 
das tarifas de pedágio cobradas desde o início da concessão, a execução contratual e a manutenção do seu 
equilíbrio econômico-financeiro em virtude das revisões, reajustes e adequações realizadas. Determinações à 
ANTT. Determinação à Secretaria de Fiscalização de Desestatização/TCU para realização de auditoria nas obras 
realizadas pela concessionária. Autorização para requisição de técnicos especializados da Universidade Federal do 
Rio de Janeiro. Arquivamento dos autos com proposta de monitoramento. Ciência ao Ministério dos Transportes, 
à ANTT e à Concessionária. 
Acórdão 324/2010 – Plenário 
Entidade: Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) 
Sumário: Acompanhamento. Agência Nacional de Energia Elétrica. Revisão tarifária periódica. Segundo ciclo 
de revisão. Ampla Engenharia Ltda. Regularidade dos procedimentos adotados. Arquivamento. 
Acórdão 3233/2011 – Plenário 
Assunto: Desestatização 
Sumário: Acompanhamento do 1º estágio de concessão do aeroporto internacional de Brasília/DF. 
Impropriedades nos estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e ambiental. Aprovação do 1º estágio, 
com ressalvas. Determinação à Agência Nacional de Aviação Civil para correção das impropriedades. 
Recomendações. Ciência aos interessados. 
Repare, nos exemplos acima, que as determinações do TCU são sempre direcionadas às agências 
reguladoras, e não às concessionárias responsáveis pela exploração do serviço. 
Aplicar sanções e adotar medidas cautelares 
XVII – aplicar aos responsáveis as sanções e adotar as medidas cautelares previstas neste Regimento; 
O dispositivo preceitua que o TCU pode aplicar sanções aos responsáveis (jurisdicionados) e, além disso, 
pode adotar medidas cautelares. Já falamos sobre a aplicação de sanções na aula passada ao comentarmos o 
inciso VIII do art. 71 da CF. Nos ocuparemos agora somente das medidas cautelares. 
Medidas cautelares são ações preventivas adotadas pelo Tribunal com o objetivo de neutralizar situações 
lesivas ao erário, reais ou iminentes, ou, ainda, situações que possam vir a obstruir o exercício do controle 
externo. As medidas cautelares estão previstas expressamente na LO/TCU (art. 44 e art. 61) e no RI/TCU (art. 
273 a 276), sendo que na Constituição Federal elas estão apenas implícitas. Decorrem do poder geral de cautela 
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que assiste ao TCU, conforme reconhecido pelo STF2, sendo uma forma de possibilitar que o órgão de controle 
externo desempenhe suas funções com efetividade. 
As medidas cautelares que podem ser adotadas pelo TCU são: 
▪ afastamento temporário do responsável que possa retardar ou dificultar a realização de auditoria 
ou inspeção; 
▪ decretação de indisponibilidade de bens do responsável; 
▪ solicitação de providências para o arresto de bens dos responsáveis julgados em débito; 
▪ suspensão cautelar de ato ou procedimento impugnado, com ou sem a prévia oitiva da parte. 
Estudaremos essas medidas na nossa última aula. Por ora, cumpre apenas ficarmos atentos para a 
diferença entre: (i) suspensão cautelar de ato ou procedimento impugnado (RI/TCU, art. 276) e (ii) sustação da 
execução de ato ou contrato, quando não adotadas as providências para o exato cumprimento da lei (RI/TCU, 
art. 251). 
A suspensão cautelar é provisória, perdurando até que se corrija a irregularidade e o Tribunal decida 
sobre a matéria. Já a sustação é definitiva e irreversível, não cabendo revogação. No dia-a-dia, o TCU acaba 
adotando o instituto da suspensão cautelar na maioria das vezes, eis que a correção da irregularidade é o que 
verdadeiramente importa, reservando a sustação para casos extremos. 
Fiscalizar as declarações de bens e rendas 
XXIII – fiscalizar as declarações de bens e rendas apresentadas pelas autoridades e servidores 
públicos; 
A Lei 8.730/1993 estabelece a obrigatoriedade da apresentação de declaração de bens e rendas no 
momento da posse ou da entrada em exercício de cargo, emprego ou função pública, bem como no final de 
cada exercício financeiro, no término da gestão ou mandato e nas hipóteses de exoneração, renúncia ou 
afastamento definitivo, por parte de autoridades3 e de todos quantos exerçam cargos eletivos e cargos de 
confiança na administração direta e indireta de qualquer dos Poderes da União. O cumprimento dessa 
obrigação poderá ser feito mediante a entrega de cópia da declaração anual de Imposto de Renda ou por meio 
de autorização de acesso à declaração entregue à Receita Federal, sendo nulo o ato de posse ou de entrada em 
exercício que se realizar sem a entrega da declaração. 
O declarante deverá remeter uma cópia da declaração ao TCU para que este mantenha registro próprio 
dos bens e rendas de autoridades públicas e adote as providências inerentes às suas atribuições no controle da 
 
2 MS 26.547/DF, DJ 29/5/2007. Segundo o STF, o poder geral de cautela que assiste ao Tribunal de Contas decorre, por implicitude, das 
atribuições que a Constituição expressamente outorgou à Corte de Contas (Teoria dos Poderes Implícitos). 
3 Presidente e Vice-Presidente da República, Ministros de Estado, membros do Congresso Nacional, do Ministério Público da União, da 
Magistratura Federal, incluídos os Ministros e Auditores (Ministros-Substitutos) do TCU e os membros do Ministério Público junto ao 
TCU. 
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legalidade e legitimidade desses bens e rendas, sendo-lhe lícito verificar a compatibilidade entre as variações 
patrimoniais e os rendimentos declarados, representando ao Poder competente sobre irregularidades ou 
abusos apurados. 
A LO/TCU prevê, ainda, a possibilidade de que o Plenário ou as Câmaras do Tribunal, a seu critério, 
solicitem cópias das declarações de bens e rendas de quaisquer servidores responsáveis por atos de que 
resulte despesa pública (art. 104). 
Por fim, registre-se que os servidores do TCU obrigam-se a manter em sigilo o conteúdo das declarações 
apresentadas (LO/TCU, art. 104, §1º). 
Decidir sobre denúncias e representações 
XXIV – decidir sobre denúncia que lhe seja encaminhada por qualquer cidadão, partido político, 
associação ou sindicato, bem como sobre representações em geral; 
Como vimos na aula passada, a competência para o Tribunal decidir sobre denúncia provém da própria 
Constituição (art. 74, §2º): “qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na 
forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União”. 
De forma semelhante, a LRF dispõe que qualquer CAPPS (cidadão, associação, partido político ou 
sindicato) é parte legítima para denunciar ao Tribunal de Contas o descumprimento das prescrições 
estabelecidas na referida Lei (LRF, art. 73-A). 
O dispositivo do Regimento Interno informa ainda que o Tribunal dispõe de competência para decidir 
sobre representações em geral, as quais devem ser apresentadas por pessoas legitimadas, listadas no art. 237 
do RI/TCU. Cuidado para não confundir com a representação feita pelo TCU às autoridades competentes, 
quando se depara com irregularidade estranha à sua esfera de atuação (CF, art. 71, XI). 
Denúncias e representações são institutos semelhantes, utilizados para levar ao conhecimento doTribunal a ocorrência de ilegalidades, irregularidades ou abusos havidos na administração contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades sujeitos à sua jurisdição ou na aplicação de 
quaisquer recursos repassados pela União. Ao examinar denúncia e representação, o TCU decide pela 
procedência, procedência parcial ou improcedência do fato inquinado. Fundamentalmente, os dois institutos 
diferenciam-se apenas em relação aos legitimados para propor um ou outro perante o TCU. As características 
próprias desses instrumentos serão estudadas em detalhes na nossa Aula 06. 
O inciso XXVI apresenta dois casos particulares de representações que podem ser encaminhadas ao 
Tribunal. Na sequência, veremos cada um deles. 
Decidir sobre representações relativas a licitações e contratos 
XXVI – decidir sobre representações relativas a licitações e contratos administrativos (...), nos termos 
da legislação vigente; 
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A Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666/1993) estatui que o controle das despesas decorrentes dos 
contratos e demais instrumentos por ela regidos será feito pelo Tribunal de Contas competente, sem prejuízo 
da atuação do sistema de controle interno4. 
Para tanto, a Lei faculta a qualquer licitante ou contratado, bem como a qualquer pessoa física ou 
jurídica não envolvida no certame, a qualquer tempo, representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos de 
controle interno contra irregularidades na aplicação da Lei. Assim, a representação pode ser feita antes da 
conclusão do certame ou após a celebração do contrato, por qualquer pessoa, mesmo que não tenha 
participado da licitação. 
Ademais, a Lei dispõe que o Tribunal de Contas e o controle interno poderão solicitar para exame, até o 
dia útil imediatamente anterior à data de recebimento das propostas, cópia de edital de licitação já publicado. 
Em função do exame realizado, o Tribunal poderá, dentre outras medidas, determinar a suspensão cautelar da 
licitação em caso de fundado receio de grave lesão ao erário, ficando a Administração obrigada a adotar as 
medidas corretivas pertinentes que lhe forem determinadas pelo Tribunal em função do exame do edital. Por 
exemplo, se a Administração realizar uma licitação de obra pública instruída por um projeto básico deficiente 
que não permita a correta caracterização da obra ou que apresente um orçamento desarrazoado, fora dos 
parâmetros de mercado, o TCU poderá determinar a suspensão cautelar do certame até que a Administração 
refaça as peças irregulares. 
O controle da aplicação da Lei de Licitações e Contratos é uma das atividades mais corriqueiras do TCU, 
o qual acumula vasta jurisprudência sobre o assunto. Aliás, vale saber que as decisões do TCU relativas à 
aplicação de normas gerais de licitação, sobre as quais cabe privativamente à União legislar, devem ser 
acatadas pelos administradores dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios5. 
Decidir sobre representações relativas a notificações de liberação de recursos federais para 
municípios 
XXVI – decidir sobre representações relativas (...) ao descumprimento da obrigatoriedade de que as 
câmaras municipais, os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais 
sejam notificados da liberação de recursos federais para os respectivos municípios, nos termos da 
legislação vigente; 
O dispositivo decorre da Lei 9.452/1997, que estabelece obrigação aos órgãos e entidades da União de 
notificar as Câmaras Municipais acerca dos recursos financeiros que tenham liberado, a qualquer título, para 
os Municípios. Da mesma forma, a prefeitura beneficiária do recurso deverá notificar os partidos políticos, 
sindicatos de trabalhadores e entidades empresariais com sede no Município acerca da respectiva liberação. 
 
4 Lei 8.666/1993, art. 113, §§1º e 2º. 
5 Súmula TCU nº 222. 
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O descumprimento das referidas obrigações poderá ser objeto de representação ao TCU, encaminhada 
pelas Câmaras Municipais. 
Decidir sobre consultas acerca da aplicação de dispositivos legais e regulamentares 
XXV – decidir sobre consulta que lhe seja formulada por autoridade competente, a respeito de dúvida 
suscitada na aplicação de dispositivos legais e regulamentares concernentes a matéria de sua 
competência; 
Em caso de dúvida na aplicação de disposição legal ou regulamentar, o Plenário do TCU decidirá sobre 
consulta que atenda aos seguintes requisitos de admissibilidade (RI/TCU, art. 264 e 265): 
▪ Formulada por autoridade competente; 
▪ Referente a dúvida na aplicação de dispositivos legais e regulamentares que tratem de matéria 
da competência do TCU; 
▪ Indique precisamente o seu objeto, ou seja, qual é a dúvida; 
▪ Formulada articuladamente; 
▪ Instruída, sempre que possível, com parecer do órgão de assistência técnica ou jurídica da 
autoridade consulente; e 
▪ Não verse apenas sobre o caso concreto. 
São autoridades competentes para formular consulta ao TCU: 
• Presidentes da República, do Senado Federal, da Câmara dos 
Deputados e do Supremo Tribunal Federal; 
• Procurador-Geral da República; 
• Advogado-Geral da União; 
Consulta livre sobre 
matérias de 
competência do TCU 
• Presidente de comissão do Congresso Nacional ou de suas 
Casas; 
• Presidentes de tribunais superiores; 
• Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal 
de nível hierárquico equivalente; 
• Comandantes das Forças Armadas. 
Deverão demonstrar a 
pertinência temática 
com as respectivas 
áreas de atuação 
Somente as autoridades acima podem formular consulta ao TCU. O cidadão comum não pode. O 
partido político também não. Nem o presidente de empresa pública ou sociedade de economia mista. A lista 
apresentada é exaustiva. 
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 As autoridades máximas dos Poderes da União, assim como o Procurador-Geral da República e o 
Advogado-Geral da União, podem formular a consulta livremente, observando os demais requisitos de 
admissibilidade. Possuem a chamada legitimação universal, que os habilita a formular consulta relacionada a 
qualquer área de atuação da administração pública federal. 
Já os presidentes de comissão do Congresso ou de suas Casas, os presidentes de tribunais superiores, os 
Ministros de Estado ou autoridades do Poder Executivo federal de nível hierárquico equivalente (secretários de 
Estado, presidente do Bacen etc.) e os Comandantes das Forças Armadas, além de observar os requisitos de 
admissibilidade, deverão demonstrar que o assunto da consulta é afeto às áreas de atribuição das instituições 
que representam. Por exemplo, o Comandante do Exército, ao formular consulta ao TCU, deve demonstrar 
que o dispositivo legal ou regulamentar duvidoso tem aplicabilidade nas atividades administrativas ou 
finalísticas do Exército. 
 O Relator ou o Tribunal não conhecerá, ou seja, não examinará, consulta que não atenda aos requisitos 
de admissibilidade, devendo o processo ser arquivado após comunicação ao consulente (RI/TCU, art. 265). 
 A resposta que o TCU der à consulta terá caráter normativo e constituirá prejulgamento da tese, mas 
não do fato ou caso concreto (RI/TCU, art. 264, §3º). Quer dizer que o entendimento manifestado pelo TCU na 
resposta à consulta deve obrigatoriamente ser seguido pela Administração Pública quando da aplicação do 
dispositivo legal ou regulamentar em questão. Em outras palavras, a resposta à consulta é vinculante. Mas isso 
não afasta a possibilidade de que o Tribunal examine, em processo específico, os casos concretos que envolvam 
a aplicação do dispositivo.Por versar sobre a aplicação, em tese, de dispositivos legais e regulamentares, a resposta à consulta pode 
ser objeto de controle concentrado de constitucionalidade, mediante ação direta de inconstitucionalidade 
(ADIn) ou ação declaratória de constitucionalidade (ADC). Pela mesma razão, não pode ser objeto de controle 
difuso, eis que não cuida de casos concretos. 
Por fim, vale destacar um aspecto importante relativo à apreciação dos processos de consulta. Trata-se 
do §4º do art. 264 do RI/TCU, que possui a seguinte redação: 
§ 4º A decisão sobre processo de consulta somente será tomada se presentes na sessão pelo menos 
sete ministros, incluindo ministros-substitutos convocados, além do Presidente. 
 
Portanto, para que a sessão do Plenário para decidir sobre 
consulta seja instalada, o Regimento Interno exige a presença de pelo 
menos sete Ministros, incluindo Ministros-Substitutos convocados e 
excluindo o Presidente. 
 
 
O quórum de pelos menos sete 
Ministros, incluindo Ministros-
Substitutos convocados, é 
necessário para a realização da 
sessão, e não para a votação sobre 
o mérito da consulta, cuja decisão 
poderá ser tomada inclusive por 
maioria simples. 
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Exemplos de resposta a consulta: 
➢ Acórdão 1798/2009 – Plenário 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de consulta formulada pelo Ministro de Estado da 
Cultura (...) acerca de proposta de Projeto de Lei, que institui o Programa Nacional de Fomento e 
Incentivo à Cultura - Profic e dá outras providências, a fim de que este Tribunal se pronuncie sobre a 
legalidade, legitimidade e economicidade das proposições ali dispostas. 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as 
razões expostas pelo Relator, em: 
9.1. não conhecer da presente consulta com base no art. 1º, inciso XVII, da Lei nº 8.443, de 16 de 
julho de 1992 c/c o art. 264, § 3º, do Regimento Interno do TCU, por ausência de pressuposto de 
admissibilidade; 
9.2. encaminhar cópia desta deliberação (...) ao Ministério da Cultura; e 
9.3. arquivar o presente processo, nos termos do art. 265 do Regimento Interno. 
➢ Acórdão 680/2009 – Plenário 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Consulta encaminhada pelo Gen. Div. Ítalo Fortes 
Avena, Comandante da 12ª Região Militar, solicitando Parecer da viabilidade legal acerca da 
realização de convênio com a Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS) visando 
a viabilizar a produção agrícola nas diversas localidades onde o Exército possui Organizações 
Militares, e a consequente aquisição dessa produção por meio de inexigibilidade de licitação e de 
credenciamento dos produtores, 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão Plenária, em: 
9.1. não conhecer da presente Consulta, tendo em vista não terem sido atendidos os requisitos de 
admissibilidade previstos no art. 264 do Regimento Interno; 
9.2. dar conhecimento deste acórdão, bem como do relatório e voto que o fundamentam, ao 
consulente, e 
9.3. arquivar o presente processo. 
➢ Acórdão 1661/2011 – Plenário 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos em que se examina consulta acerca da obrigatoriedade 
da exigência de regularidade perante a Fazenda Federal, nas contratações realizadas por dispensa 
de licitação, com fulcro no art. 24, incisos I e II, da Lei nº 8.666/1993. 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Plenária, ante as 
razões expostas pelo Relator, em: 
9.1. conhecer da consulta formulada pelo Ministro-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho 
e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, por atender aos requisitos de admissibilidade 
elencados nos arts. 1º, XVII, da Lei nº 8.443/1992, e 264, inciso V, §§ 1º e 2º, do RI/TCU; 
9.2. responder ao consulente, considerando os esclarecimentos tecidos na proposta de 
deliberação que conduz este acórdão, com o objetivo de melhor delinear o objeto da consulta, que: 
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"A comprovação de regularidade com a Fazenda Federal, a que se refere o art. 29, III, da Lei nº 
8.666/1993, poderá ser dispensada nos casos de contratações realizadas mediante dispensa de 
licitação com fulcro no art. 24, incisos I e II, dessa mesma lei." 
9.3. remeter cópia desta deliberação ao Ministro-Presidente do Tribunal Superior do Trabalho; 
9.4. arquivar os autos e encerrar o presente processo. 
Nos dois primeiros exemplos a consulta não foi conhecida, uma vez que os requisitos de admissibilidade 
não foram preenchidos. No primeiro caso, o objeto da consulta residiu na avaliação de proposta de Projeto de 
Lei, ou seja, não versou sobre dúvida na aplicação de dispositivos legais ou regulamentares, uma vez que a 
proposta de Projeto de Lei ainda não pertence ao mundo jurídico. No segundo caso, a consulta foi formulada 
por pessoa não legitimada e ainda tratou apenas de caso concreto. O Tribunal não se manifestou sobre 
nenhuma das duas consultas e determinou o arquivamento dos processos, após comunicação aos consulentes. 
Já no último exemplo, a consulta foi respondida pelo Tribunal, uma vez atendidos os requisitos de 
admissibilidade. Perceba que a resposta do Tribunal apresentou caráter geral, em tese, não tratando de caso 
concreto. O entendimento manifestado deverá ser adotado por toda Administração a partir de então. 
Fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao COB e CPB 
XXVII – fiscalizar a aplicação dos recursos repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro e ao Comitê 
Paraolímpico Brasileiro por força da legislação vigente; 
Por força da Lei 10.264/2001, dois por cento da arrecadação bruta de todas as loterias federais do país 
devem ser repassados ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e ao Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB). O 
repasse, a aplicação e a prestação de contas dos recursos devem obediência às normas aplicáveis a convênios. 
 O mesmo diploma legal atribuiu ao TCU a competência para fiscalizar a aplicação dos recursos da União 
repassados ao COB e ao CPB, conforme reproduzido no RI/TCU. 
Implementar e manter página de contas públicas na Internet 
XXVIII – implementar e manter na Internet a página Contas Públicas, na forma definida em ato 
normativo; 
A página Contas Públicas6 foi criada e é mantida pelo TCU por força da Lei 9.755/1998. 
O objetivo da página é divulgar informações sobre arrecadação de tributos, repasse de recursos, execução 
orçamentária, balanços contábeis, resumos de instrumentos contratuais e relações mensais de compras feitas 
 
6 http://www.contaspublicas.gov.br 
http://www.contaspublicas.gov.br/
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pela administração direta e indireta, consolidando dados da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
Realizar outras fiscalizações ou outras atribuições previstas em lei 
XXIX – realizar outras fiscalizações ou exercer outras atribuições previstas em lei; 
 O inciso deixa claro que o TCU pode realizar outras fiscalizações ou exercer outras atribuições que não 
estejam dispostas expressamente no Regimento Interno, mas que possuem previsão legal. Por exemplo: 
▪ Enviar ao Ministério Público Eleitoral, em tempo hábil, o nome dos responsáveis cujas contas houverem 
sido julgadas irregulares nos 5 anos imediatamente anteriores à realização de cada eleição, para 
subsidiar a apreciação da inelegibilidade do candidato a ser realizada pela Justiça Eleitoral, nos termos 
da LC 64/1990 (LO/TCU, art. 91); 
▪ Criar mecanismos para fiscalizar o cumprimento do art. 212 da CF, que estabelece percentual mínimo 
de aplicação de recursos na manutenção e desenvolvimento do ensino (Lei 9.394/1996– LDB7, Lei 
11.494/2007 – Fundeb8); 
▪ Calcular e divulgar os percentuais individuais que Estados e o Distrito Federal têm na arrecadação da 
Cide Combustíveis (Lei 10.866/2004); 
▪ Designar representante para acompanhar procedimento administrativo instaurado pela Administração 
para apurar ato de improbidade (Lei 8.429/1992). 
Autonomia para se organizar internamente 
XXX – alterar este Regimento; 
XXXI – eleger seu Presidente e seu Vice-Presidente, e dar lhes posse; 
XXXII – conceder licença, férias e outros afastamentos aos ministros, ministros-substitutos e 
membros do Ministério Público junto ao Tribunal, dependendo de inspeção por junta médica a licença 
para tratamento de saúde por prazo superior a seis meses; 
XXXIII – organizar sua Secretaria e prover-lhe os cargos, observada a legislação pertinente; 
XXXIV – propor ao Congresso Nacional a criação, transformação e extinção de cargos e funções do 
quadro de pessoal de sua Secretaria, bem como a fixação da respectiva remuneração. 
 
7 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –Lei Darcy Ribeiro. 
8 Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação. 
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 Tais incisos, oriundos da LO/TCU, art. 1º, X a XV, demonstram a autonomia institucional e administrativa 
do TCU, uma vez que as medidas necessárias à sua organização interna são decididas no âmbito da própria 
Corte de Contas. 
A LO/TCU acrescenta ainda a competência para o TCU elaborar seu Regimento Interno (o RI/TCU é claro, 
apenas faz referência à alteração do Regimento), bem como propor ao Congresso Nacional a fixação de 
vencimento dos Ministros, Auditores (ministros-substitutos) e membros do Ministério Público junto ao 
Tribunal (LO/TCU, art. 1º, X e XIII). 
Muita atenção, pois, em relação à criação, transformação e extinção de cargos, bem como quanto à 
fixação dos respectivos vencimentos, o TCU apenas propõe ao Congresso Nacional, ou seja, não o faz por si só, 
visto que tais matérias devem ser objeto de Lei. O mesmo ocorre com o orçamento do Tribunal, que é proposto 
ao Parlamento para a elaboração da lei orçamentária. 
**** 
Antes de finalizar, cabe destacar a seguinte revogação ocorrida na última revisão do RI/TCU: 
X – fiscalizar a aplicação dos recursos provenientes da compensação financeira pela exploração do 
petróleo, do xisto betuminoso e do gás natural, nos termos da legislação vigente, conforme previsto 
no inciso IV do art. 253; 
A Constituição assegura royalties, isto é, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás 
natural aos seguintes destinatários (CF, art. 20, §1º): 
(i) Estados, Distrito Federal e Municípios; e 
(ii) Órgãos da administração direta da União. 
Desses, porém, o TCU fiscaliza a aplicação apenas da parcela de royalties recebida pelos órgãos da 
administração direta da União (Comando da Marinha e os Ministérios do Meio Ambiente, de Ciência e 
Tecnologia e de Minas e Energia), pois tais recursos são federais. 
Em relação aos royalties devidos aos Estados, Distrito Federal e Municípios, o STF9 qualificou-os como 
receita própria dos referidos entes, da mesma maneira que ocorre com o FPE e FPM. Assim, a competência 
para fiscalizar a aplicação desses recursos é dos respectivos tribunais de contas estaduais ou municipais. O TCU 
fiscaliza apenas a entrega desse dinheiro aos estados e municípios, a cargo dos órgãos da União, nos termos 
do inciso XX do art. 1º do RI/TCU. Mas, frise-se, quem fiscaliza a aplicação são os tribunais de contas estaduais 
e municipais, daí a razão para a revogação do dispositivo. 
Com isso terminamos o estudo das competências mais relevantes atribuídas ao TCU pela legislação 
infraconstitucional, as quais foram reunidas nos incisos do art. 1º do RI/TCU. 
 
9 MS 24.312, DJ 19/12/2003. 
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 Por fim, vale comentar que, para o desempenho de sua competência institucional, o Tribunal: 
▪ Terá irrestrito acesso a todas as fontes de informações disponíveis em órgãos e entidades 
jurisdicionados, inclusive às armazenadas em meio eletrônico, bem como àquelas que tratem de 
despesas de caráter sigiloso (RI/TCU, art. 3º); 
▪ Receberá, em cada exercício, a relação de responsáveis pelas unidades jurisdicionadas (rol de 
responsáveis) e outros documentos ou informações que considerar necessários, podendo solicitar a 
Ministro de Estado ou a autoridade equivalente outros elementos indispensáveis ao exercício de sua 
competência (LO/TCU, art. 2º); 
▪ Poderá requisitar aos órgãos e entidades federais, sem quaisquer ônus, a prestação de serviços 
técnicos especializados (LO/TCU, art. 101). 
E agora...vamos resolver questões! 
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Questões comentadas da banca Cespe 
Segue uma bateria de questões comentadas sobre os assuntos que vimos até aqui no curso: 
1. TCE/PB – Auditor 2018 – Cespe 
Sob o aspecto da iniciativa, a revisão de conduta da administração pública ocorrida em atenção a requerimento 
ou recurso dirigido à autoridade administrativa por um servidor público caracteriza um exemplo de 
a) controle por vinculação. 
b) controle por subordinação. 
c) controle interno. 
d) controle de ofício. 
e) controle provocado. 
Comentários: 
Essa questão exige uma leitura atenta! Você encontrou as palavras-chave? São elas: “sob o aspecto da 
iniciativa” e “requerimento”. 
Sabemos que, sob o aspecto da iniciativa, o controle pode ser de ofício ou provocado. Portanto, ficamos entre 
as letras D e E. 
Quando a questão falou em “requerimento ou recurso dirigido à autoridade administrativa por um servidor 
público”, estamos diante de uma provocação. Não foi a Administração que, de ofício, fez a revisão da conduta. 
Ela foi provocada por alguém! No caso da questão, pelo servidor público. Portanto, estamos diante de um 
controle provocado. 
Gabarito: alternativa “e” 
2. TCE/PB – Auditor 2018 – Cespe 
O TCU, quando busca promover o aperfeiçoamento da gestão pública por meio do exame da economicidade, 
eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, atua, quanto ao 
controle da atividade financeira do Estado, na fiscalização 
a) patrimonial. 
b) orçamentária. 
c) contábil. 
d) financeira. 
e) operacional. 
Comentários: 
Pessoal, quando vocês virem a expressão “aperfeiçoamento da gestão pública”, pensem logo numa 
fiscalização (auditoria) operacional. 
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Auditoria Operacional é o exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e 
efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o 
aperfeiçoamento da gestão pública. 
Vou dar um exemplo de auditoria operacional: determinado Estado da federação adquiriu 500 viaturas de 
polícia. São veículos estilo SUV, 4x4 e bem luxuosos, por isso possuem um preço elevado: R$ 200.000,00, cada 
uma. Apesar disso, o gestor público afirma (e colocou no edital de licitação) que essas características são 
necessárias. 
Mas será que são mesmo? A auditoria operacional constatou que não há perseguições na areia ou terrenos 
irregulares e que 100% das vias municipais são asfaltadas. Constatou, ainda, que várias dessas viaturas 
tombaram ao fazer curvas em alta velocidade, pois esses veículos não são feitos para isso. 
Então responda: esse foi um bom uso de dinheiro público? Foi uma boa gestão? Acho que não, hein?! 
Conseguiram visualizar o que é uma auditoria operacional? 😊 
Gabarito:alternativa “e” 
3. TCE/PB – Auditor 2018 – Cespe 
Os sistemas de controle são o conjunto de instrumentos contemplados no ordenamento jurídico que têm por 
objetivo a fiscalização da legalidade dos atos da administração pública. No Brasil, a CF consagra o sistema de 
controle 
a) contencioso-administrativo, em vista da previsão expressa das competências dos TCs. 
b) uno de jurisdição, haja vista que a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a 
direito. 
c) inglês, tendo em vista a possibilidade de exercício de função jurisdicional pela administração pública somente 
em determinadas matérias. 
d) dual de jurisdição, tendo em vista que o Poder Legislativo exerce competência jurisdicional e profere 
decisões com caráter terminativo sobre algumas matérias. 
e) francês, diante da possibilidade de revisão de qualquer ato da administração pelo Poder Judiciário. 
Comentários: Questão que mistura um pouco do conteúdo de Direito Constitucional, Direito Administrativo e 
Controle Externo. Bem ao estilo do Cespe. 
No Brasil, adota-se o sistema inglês de jurisdição, que é o sistema de jurisdição una. Nesse modelo, somente 
o Poder Judiciário pode dizer o Direito de forma definitiva, isto é, somente as decisões do Judiciário fazem coisa 
julgada material. Contrapondo-se a esse modelo, está o sistema francês de jurisdição (contencioso 
administrativo), no qual tanto a Administração quanto o Judiciário podem julgar com caráter definitivo. 
Constatamos isso devido ao seguinte disposto constitucional: 
Art. 5, XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; 
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Gabarito: alternativa “b” 
4. TCM/BA – Auditor 2018 – Cespe 
O controle financeiro exercido pelo Poder Legislativo e pelo tribunal de contas compreende 
a) a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa. 
b) economicidade, a fim de verificar a boa utilização dos recursos públicos sem envolver questões de mérito. 
c) os sistemas de controle externo, o qual compete ao Poder Legislativo com o auxílio da Controladoria Geral 
da União. 
d) a legitimidade das despesas independentemente da ordem de prioridade estabelecida no plano plurianual. 
e) a avaliação da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado. 
Comentários: 
Vamos analisar cada alternativa: 
a) CERTA. Matamos a questão com o parágrafo único do art. 1 da LO/TCE-MG: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Ressalte-se que o controle de receitas e despesas públicas são importantes objetos do controle externo. 
b) ERRADA. Os Tribunais de Contas podem sim entrar no mérito das questões. Quem não se envolve em 
questões de mérito é o Poder Judiciário. Considera-se que o Tribunal de Contas analisa o mérito quando, por 
exemplo, avalia a economicidade e a efetividade dos atos de gestão, especialmente nas auditorias 
operacionais. 
c) ERRADA. O Poder Legislativo conta com o auxílio dos Tribunais de Contas para o exercício do controle 
externo. As Controladorias-Gerais são órgãos de controle interno. 
d) ERRADA. Vamos relembrar um trecho do nosso curso: 
Controle de legitimidade: verifica se o ato atende ao interesse público, à impessoalidade e à moralidade. 
Por exemplo: no controle de legitimidade, pode ser verificado se a construção da rodovia atende às 
necessidades da população. Caso, por exemplo, já existirem outras vias de acesso que atendam 
satisfatoriamente a demanda do local, ao contrário de outras localidades mais necessitadas, o 
investimento poderia não ser considerado legítimo, mesmo se realizado de acordo com a Lei de Licitações. 
A legitimidade, portanto, está relacionada ao interesse público, o qual é expresso, dentre outros instrumentos, 
no Plano Plurianual (PPA) do ente federativo. Portanto, para serem legítimas, as despesas precisam 
(dependem) da ordem de prioridade estabelecida no PPA. 
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e) ERRADA. Embora seja uma atividade que também é realizada pelo controle externo, a banca considerou a 
literalidade da Constituição, que a atribui ao sistema de controle interno. Veja: 
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de 
controle interno com a finalidade de: 
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de 
governo e dos orçamentos da União; 
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão 
orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da 
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado; 
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da 
União; 
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. 
Gabarito: alternativa “a” 
5. TCE/PB – Auditor 2018 – Cespe 
Em determinado estado da Federação, a assembleia legislativa, por meio de decreto legislativo, sustou ato 
expedido pelo governo local, que regulamentava lei estadual para autorizar o Poder Executivo a instituir 
tratamento excepcional, mediante concessão de remissão e anistia, cumuladas ou não com parcelamento, para 
a liquidação de créditos tributários referentes ao ICMS. A assembleia legislativa entendeu que o ato 
administrativo excedia o poder da administração pública de regulamentar a lei estadual. 
Nessa situação hipotética, a assembleia legislativa exerceu 
a) o poder de fiscalização, para derrogar o ato do Poder Executivo. 
b) o poder convocatório, para revogar o ato do Poder Executivo. 
c) o controle político, para paralisar o ato do Poder Executivo. 
d) o controle financeiro, para anular o ato do Poder Executivo. 
e) sua função legiferante, para substituir o ato do Poder Executivo. 
Comentários: 
 “Sustar” significa “paralisar”, “suspender”. Perceba, então, que não podemos falar em “derrogar”, “revogar”, 
“anular” ou “substituir”. Só com isso já podemos matar a questão. Mas vamos aprofundar mais um pouquinho. 
O controle parlamentar direto ou político, assim como o controle judicial, decorre da estrutura de divisão de 
poderes, ou sistema de freios e contrapesos, para restringir e limitar o poder dos governantes. Buscando o 
equilíbrio entre os Poderes, a Constituição definiu que a prestação de contas deve ser feita ao mesmo Poder 
que definiu as regras, o Legislativo, que é o titular de controle externo. Além disso, a doutrina considera que o 
controle exercido pelo Poder Legislativo quanto à avaliação dos atos emanados pelos demais poderes é um 
exemplo do controle político. 
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Interessante também destacar que essa é uma competência exclusiva do Congresso Nacional, estabelecida na 
CF: 
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: 
V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites 
de delegação legislativa; 
A dúvida poderia ter surgido na alternativa D. Observe que houve impactos financeiros (renúncia de receitas), 
mas esse não foi o motivo pelo qual o ato foi sustado. Ele o foi porque o Poder Executivo editou ato que 
exorbitou o poder regulamentar, configurando o controle político. 
Gabarito: alternativa “c” 
6. TCE/PE – Auditor 2017 – Cespe 
Considerando o funcionamento e as atribuições do Poder Judiciárioe do Poder Legislativo, bem como as 
normas referentes à fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o item a seguir. 
No exercício de suas atribuições, os tribunais de contas estaduais podem apreciar a constitucionalidade das leis 
bem como dos atos do poder público. 
Comentários: 
Resolvemos essa questão com o conhecimento da Súmula 347 do STF: O Tribunal de Contas, no exercício de 
suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público. 
Gabarito: certo 
7. (TCE/PR – Auditor 2016 – Cespe) 
Acerca da fiscalização contábil, financeira e orçamentária e dos tribunais de contas, assinale a opção correta. 
A) Compete ao TCU fiscalizar a aplicação de recursos repassados pela União aos estados ou municípios, quando 
decorrentes da participação ou compensação no resultado da exploração de petróleo, xisto betuminoso e gás 
natural. 
B) A Controladoria-Geral da União exerce, juntamente com o TCU, o controle externo do Poder Executivo. 
C) Compete ao TCU examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo poder 
público. 
D) Não violará a CF a previsão contida em Constituição estadual que confira competência exclusiva à 
assembleia legislativa para fiscalizar as contas do respectivo tribunal de contas. 
E) Compete ao tribunal de contas fiscalizar a administração direta, autárquica ou fundacional, mas não as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
Comentário: 
a) ERRADA. Os recursos decorrentes da participação ou compensação no resultado da exploração de petróleo, 
xisto betuminoso e gás natural não são federais, mas apenas são arrecadados pela União e repassados aos 
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verdadeiros donos, os Estados e Municípios. Logo, a fiscalização da aplicação desses recursos compete aos 
respectivos tribunais de contas estaduais e municipais, e não ao TCU. 
b) ERRADA. A CGU é órgão de controle interno, e não de controle externo. 
c) ERRADA. O TCU não tem competência para exercer controle prévio em relação à validade de contratos 
administrativos, como condição para a eficácia desses ajustes. 
d) CERTA. Trata-se de entendimento pacificado na jurisprudência do STF (ver ADI 1.178-8/DF). 
e) ERRADA. O Tribunal de Contas tem sim competência para fiscalizar as empresas públicas e as sociedades 
de economia mista. 
Gabarito: alternativa “d” 
8. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) 
Acerca do controle da administração pública, assinale a opção correta. 
a) O TCU exerce uma função não judicial quando julga as contas dos administradores e demais responsáveis 
por dinheiros, bens e valores públicos, nos processos de tomada e prestação de contas anual. 
b) O sistema de controle da administração pública veda a aplicação da accountability devido à inexistência de 
previsão legal para tal aplicação. 
c) O controle da edição do ato administrativo deve ser sempre posterior à sua edição, quando este relacionar-
se à aplicação de recursos públicos. 
d) Na estrutura do sistema de controle da administração pública federal, a CGU, órgão de controle interno, é 
subordinada ao TCU, órgão de controle externo. 
e) O tribunal de contas do estado está subordinado ao Poder Legislativo estadual, em decorrência de delegação 
da própria CF e ratificação da constituição estadual. 
Comentários: 
Vamos analisar cada alternativa: 
a) CERTA. Como já sabemos, existe certa polêmica na discussão sobre se o TCU exerce ou não função judicial 
ou jurisdicional, com caráter de definitividade (coisa julgada). A posição dominante, contudo, adotada inclusive 
pelo Cespe, é que o Tribunal não exerce função judicial com força de coisa julgada, uma vez que em nosso 
ordenamento jurídico impera o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, ou sistema de jurisdição 
una, no qual qualquer lesão ou ameaça a direito poderá ser levada à apreciação do Poder Judiciário. Aliás, vale 
relembrar que o Tribunal de Contas é um órgão de natureza administrativa, e não um órgão judicial. A polêmica 
existe porque o art. 71, II da CF atribui ao TCU competência para “julgar” as contas dos administradores públicos 
(daí é que se diz que o TCU exerce “função judicante”). Trata-se de competência própria e privativa da Corte de 
Contas, que não poderá ser exercida nem mesmo pelo Poder Judiciário. Este Poder, em homenagem ao 
princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional, apenas aprecia as formalidades da decisão da Corte de 
Contas e só pode se pronunciar em caso de manifesta ilegalidade, mas nunca para julgar as contas no lugar do 
TCU, e sim para anular a decisão do Tribunal. Se isso ocorrer, as contas devem ser submetidas a novo 
julgamento pelo TCU. 
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b) ERRADA. Accountability, de forma rápida, significa “prestar contas”. O dever de prestar contas, ao contrário 
do que afirma a assertiva, está previsto de forma expressa na Constituição Federal (art. 70, parágrafo único): 
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, 
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária. 
c) ERRADA. O controle pode ser prévio, concomitante ou posterior à prática dos atos administrativos. 
d) ERRADA. Os órgãos de controle interno não são subordinados aos órgãos de controle externo. Por 
conseguinte, a CGU não é subordinada ao TCU, embora o controle interno tenha a missão constitucional de 
apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Entre eles há complementariedade. 
e) ERRADA. Os tribunais de contas, em qualquer nível federativo, são órgãos autônomos e independentes, 
não subordinados ao Poder Legislativo e nem mesmo a outro órgão ou Poder. 
 Gabarito: alternativa “a” 
9. (TCE/PB – Procurador MPTCE 2014 – Cespe) 
As funções de controle desempenhadas pelo TCE/PB compreendem 
a) a inspeção dos atos realizados por administradores públicos da administração direta e indireta, excluídas as 
sociedades de economia mista e empresas públicas, por terem estas natureza jurídica de direito privado. 
b) a fiscalização dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos responsáveis sujeitos à sua 
jurisdição, realizada por meio de conferência e inspeção. 
c) a execução de suas próprias decisões que impliquem imputação de débito ou multa. 
d) a decretação da anulação de atos e contratos eivados de vícios dos órgãos jurisdicionados. 
e) o exame mais amplo possível da correção e regularidade dos atos da administração e da consonância destes 
com a lei e com planos e programas. 
Comentários: 
Vamos analisar cada alternativa: 
a) ERRADA. A jurisdição do Tribunal de Contas também alcança os administradores das empresas públicas e 
as sociedades de economia mista. Embora tais entidades tenham natureza jurídica de direito privado, são 
constituídas preponderantemente de capital do Poder Público, sendo por este controladas. 
b) ERRADA. O correto seria “realizada por meio de auditoria e inspeção”. Existem ainda outros instrumentos 
de fiscalização, como monitoramento, acompanhamento e levantamento, mas nenhum chamado 
“conferência”. 
c) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui competência para executar suas próprias decisões. O Tribunal 
apenas condena o responsável ao pagamento de débito e multa, cuja decisão possui força de título executivo 
extrajudicial. Caso o responsável não honre a dívida, a execução deverá ser feita pelo Poder Judiciário, após a 
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propositura da ação cabível por parte das procuradorias dos órgãos e entidades destinatários dos valores 
devidos. 
d) ERRADA. OTribunal de Contas não possui competência para anular atos e contratos dos órgãos 
jurisdicionados. A anulação de atos e contratos ilegais só pode ser feita pela própria Administração, no uso do 
seu poder de autotutela, ou pelo Poder Judiciário, se provocado. Por outro lado, o Tribunal de Contas possui 
competência para sustar atos administrativos ilegais, desde que os responsáveis não adotem as medidas 
necessárias ao exato cumprimento da lei no prazo determinado pelo Tribunal. Já no caso de contratos 
administrativos, a competência para sustar é do Poder Legislativo, não estendida à Corte de Contas. 
 e) CERTA. A missão do Tribunal de Contas é realizar o controle externo da Administração Pública, abrangendo 
desde a arrecadação das receitas até a aplicação desses recursos nas diversas áreas de atuação governamental 
(saúde, educação, defesa, saneamento, habitação, meio-ambiente, previdência, sistema financeiro etc.). No 
seu dia-a-dia, a Corte de Contas examina atos administrativos de diferentes características e ordens de 
grandeza, como obras de rodovias, construção de submarinos, contratação de serviços de limpeza, admissão 
de pessoal, etc. sempre em prol da boa e regular aplicação dos recursos públicos. Daí a correção da assertiva. 
 Gabarito: alternativa “e” 
10. (TCU – ACE 2005 – Cespe) 
O Tribunal de Contas da União (TCU) exerce competências específicas que decorrem de comandos 
constitucionais e infraconstitucionais. Nesse contexto, redija um texto dissertativo a respeito das competências 
que a Constituição de 1988 e, mais recentemente, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) atribuíram ao TCU, 
abordando, necessariamente, os seguintes aspectos (20 linhas): 
▪ competência do TCU no exame das contas de governo da República; 
▪ competência do TCU no exame das contas dos administradores federais, indicando a eficácia da 
decisão proferida; 
▪ competência legal do TCU em relação aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e para 
o endividamento público; 
▪ competência do TCU no exame das contas dos administradores de entidades privadas responsáveis 
pela gestão de recursos públicos federais. 
Comentário: 
Vamos ver o que uma boa resposta para essa questão discursiva poderia abordar sobre cada tópico pedido. 
No exame das contas de governo, compete ao TCU emitir parecer prévio em relação às contas apresentadas 
anualmente pelo Presidente da República (CF, art. 71, I), ressaltando que, em relação às contas dos demais 
chefes de Poder, incluindo as contas do chefe do Ministério Público, o TCU efetivamente profere julgamento, 
ante a suspensão liminar pelo STF do art. 56, caput¸ da LRF. 
Quanto às contas dos administradores federais, o TCU tem competência exclusiva para julgá-las regulares, 
regulares com ressalva ou irregulares, sendo o mérito da decisão insuscetível de revisão por qualquer outro 
órgão ou Poder (CF, art. 71, II; LO/TCU, art. 15). 
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No que tange aos montantes fixados para a despesa total com pessoal e para o endividamento público, cabe 
ao TCU, nos termos da LRF, alertar aos Poderes ou órgãos da União quando constatar que eles ultrapassaram 
90% do respectivo limite (LRF, art. 59). 
Por fim, o TCU possui competência para examinar e julgar as contas dos administradores de entidades privadas 
responsáveis pela gestão de recursos públicos federais, nos casos em que derem causa a perda, extravio ou 
outra irregularidade de que resulte dano ao erário (CF, art. 71, II, parte final). As entidades privadas também 
estão sujeitas ao julgamento do TCU quando forem omissas ou falhas no dever de prestar contas ao órgão 
público repassador acerca dos recursos federais recebidos (LO/TCU, art. 8º). 
 Gabarito: N/A 
11. (TCDF – Auditor 2002 – Cespe) 
(...) redija um texto dissertativo abordando os seguintes aspectos (20 linhas): 
▪ Natureza dos processos que tramitam nos tribunais de contas (TCs); 
▪ Adoção de medidas cautelares pelos TCs; 
▪ Competências dos TCs para fiscalizar atos e contratos celebrados pela Administração Pública; 
▪ Executoriedade das decisões proferidas pelos TCs; 
▪ Possibilidade de as decisões dos TCs serem revistas pelo Poder Juiciário. 
Comentário: 
Vejamos o que uma boa resposta para essa questão discursiva poderia contemplar. 
Face à natureza administrativa dos TCs, os processos que neles tramitam também possuem natureza 
administrativa. 
Aos TCs assiste o poder geral de cautela, que lhes permite adotar medidas cautelares quando presente real ou 
iminente situação lesiva ao erário ou obstrutiva ao livre exercício do controle externo. Dentre as medidas 
cautelares geralmente adotadas pelo TCU, pode-se destacar a suspensão cautelar de licitações e respectivo 
contrato, retenção de valores em pagamento de contrato, suspensão de concurso público, suspensão de 
repasse no âmbito de convênios etc. 
Os TCs possuem competência para fiscalizar atos e contratos celebrados pela Administração Pública, sendo-
lhes facultado assinar prazo para o exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade (CF, art. 71, IX). Caso não 
seja atendido, os TCs sustarão a execução do ato impugnado. Em se tratando de contrato, a competência dos 
TCs para sustação é residual, adotada somente se, no prazo de 90 dias, o Poder Legislativo ou o Poder Executivo 
não efetivarem as medidas cabíveis (CF, art. 71, §§1º e 2º). 
As decisões dos TCs de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo (CF, art. 71, 
3º). A execução judicial das decisões, porém, não cabe aos TCs, mas sim aos órgãos de representação judicial 
dos cofres a que se destinam o débito ou a multa. 
O Poder Judiciário pode apreciar as decisões do TCs e anulá-las em caso de irregularidade formal grave ou 
ilegalidade manifesta. Porém, o Judiciário não pode revê-las, isto é, proferir novo julgamento em substituição 
às decisões dos TCs tomadas no exercício de suas competências próprias e privativas. 
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 Gabarito: N/A 
12. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) 
Na conjuntura vigente, um sistema centralizado para pagamento dos servidores aposentados do Poder 
Executivo não poderia incluir os servidores aposentados do TCU sem prévia autorização desse tribunal. 
Comentário: 
O TCU, além de não fazer parte do Poder Executivo, possui autonomia administrativa e financeira. Portanto, 
se os servidores aposentados do TCU fossem incluídos no sistema previsto na assertiva, sem a autorização do 
Tribunal, tal autonomia estaria sendo violada. 
Gabarito: Certo 
13. (TCU – TEFC 2012 – Cespe) 
Ao apresentar ao TCU denúncia de irregularidade cometida em órgão público federal, todo cidadão poderá 
obter certidão dos despachos e fatos apurados, porém somente quando o processo referente à denúncia estiver 
concluído ou arquivado. 
Comentário: 
A questão está errada, pois o denunciante tem direito à certidão ainda que o processo não tenha sido concluído 
ou arquivado. Com efeito, nos termos do art. 182 do RI/TCU, a certidão dos despachos e fatos apurados será 
fornecida ao denunciante em até 15 dias, se o processo estiver concluído ou arquivado. Por outro lado, caso as 
apurações ainda não estejam concluídas, a certidão também será obrigatoriamente fornecida, desde que já 
tenha decorrido o prazo de 90 dias a contar da entrada da denúncia no Tribunal. 
Gabarito: Errado 
14. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) 
A função de controle — interno e externo — é mais ampla que a supervisão. O controle é mais definido e se 
aplica a situações em que não há subordinação nem mesmo vinculação formal, administrativa, sendo objeto 
do controle toda utilização ou movimentação de recursos públicos, independentemente de seu montante e 
destinação. 
Comentário: 
A assertiva está correta. Como vimos na aula 0, a supervisão é umaespécie de controle, o controle 
administrativo, exercido pelos Ministros de Estado sobre os órgãos da Administração Federal, direta e indireta, 
enquadrados em sua área de competência. Quando exercida sobre a Administração Direta, a supervisão 
caracteriza-se pela autotutela e pela subordinação. Já a supervisão exercida sobre as entidades da 
Administração Indireta não caracteriza subordinação hierárquica, mas tão-somente vinculação formal para fins 
de controle, sendo conhecida como tutela - e não autotutela. Por sua vez, os órgãos de controle interno e 
externo, pelo menos em tese, caracterizam-se pela independência em relação aos órgãos fiscalizados, 
inexistindo subordinação ou vinculação formal entre eles. 
Gabarito: Certo 
15. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe, adaptada) 
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A jurisdição do TCU é a mais ampla possível, abrangendo, inclusive, pessoas que integrem a administração da 
União, mesmo fora do território nacional. 
Comentário: 
O quesito está correto. Vimos que a jurisdição do TCU abrange qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou 
privada, que administre recursos do orçamento da União. Esse comando maior está previsto no parágrafo único 
do art. 70 da CF. Assim, a utilização de recursos da União coloca sob a jurisdição do TCU, por exemplo, as 
embaixadas brasileiras situadas no exterior. Outro exemplo são as agências do Banco do Brasil em países 
estrangeiros, que também estão sujeitas à fiscalização do Tribunal. Portanto, pode-se dizer que a jurisdição do 
TCU, em termos espaciais, pode extrapolar os limites do território nacional, desde que haja gestão de recursos 
públicos federais. 
Ressalte-se que a previsão de que o TCU tem jurisdição em todo o território nacional (art. 73, caput da CF) não 
pode ser interpretada como limitadora da abrangência da ação fiscalizatória da Corte de Contas. Com efeito, o 
dispositivo não diz algo como “apenas no território nacional”. Portanto, a regrinha básica para saber se 
determinada pessoa está sob a jurisdição do TCU – verificar se ela administra, de qualquer forma, recursos 
públicos federais – também vale no exterior. 
Gabarito: Certo 
16. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe, adaptada) 
Caso tome conhecimento de que o chefe do Poder Executivo estadual tenha cometido em determinado 
certame licitatório, graves irregularidades relativas à gestão do dinheiro público, o dono de uma empresa 
licitante poderá, nos termos da Constituição Federal (CF), denunciar o fato diretamente ao tribunal de contas 
estadual. 
Comentário: 
Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima 
para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas. Assim, o dono da 
empresa licitante, na qualidade de cidadão, poderá sim denunciar ao tribunal de contas estadual as 
irregularidades de que tenha conhecimento na gestão do dinheiro público. Perceba que a questão não 
especifica a origem do recurso público objeto da irregularidade denunciada. Com efeito, o Governador do 
Estado, em regra, gere recursos estaduais, mas também pode ser responsável pela aplicação de recursos 
federais provenientes de transferências voluntárias da União. Caso se trate de recursos estaduais, a 
competência é do respectivo TCE; no caso de recursos federais, a competência é do TCU. Não obstante, o 
cidadão dono da empresa licitante possui legitimidade para denunciar perante qualquer Tribunal de Contas. O 
órgão de controle externo, por sua vez, ao analisar a denúncia, irá verificar se o assunto se insere ou não no 
âmbito de sua competência e jurisdição. Caso negativo (se a licitação foi realizada com recursos federais e a 
denúncia foi protocolada no TCE, por exemplo), a Corte de Contas não irá levar adiante o processo, 
comunicando a decisão ao denunciante, podendo, alternativamente, remeter o feito ao Tribunal de Contas 
competente. 
Gabarito: Certo 
17. (TCE/ES – Auditor 2012 – Cespe) 
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De acordo com o STF, o TCU e, dado o princípio da simetria, os tribunais de contas estaduais detêm 
legitimidade para requisitar, diretamente, informações que impliquem a quebra de sigilo bancário. 
Comentário: 
O quesito está errado. Segundo o STF, o TCU e, por simetria, os demais tribunais de contas, não possui 
legitimidade para requisitar, diretamente, a quebra de sigilo bancário. Veja a ementa do MS 22.934-DF, de 
17/4/2012: 
EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO. QUEBRA DE SIGILO 
BANCÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. SEGURANÇA CONCEDIDA. O Tribunal de Contas da União, a 
despeito da relevância das suas funções, não está autorizado a requisitar informações que 
importem a quebra de sigilo bancário, por não figurar dentre aqueles a quem o legislador conferiu 
essa possibilidade, nos termos do art. 38 da Lei 4.595/1964, revogado pela Lei Complementar 
105/2001. Não há como admitir-se interpretação extensiva, por tal implicar restrição a direito 
fundamental positivado no art. 5º, X, da Constituição. Precedente do Pleno (MS 22801, rel. min. 
Menezes Direito, DJe-047 de 14.03.2008.) Ordem concedida. 
Gabarito: Errado 
18. (TCDF – ACE 2012 – Cespe) 
Cabe ao controle parlamentar apreciar a legalidade dos atos de natureza contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial do Poder Executivo, e não avaliar a economicidade de tais gastos e contas. 
Comentário: 
O quesito está errado, pois a avaliação da economicidade dos gastos públicos faz parte das atribuições do 
controle parlamentar, nos termos do art. 70, caput, da CF: 
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das 
entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, 
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante 
controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. 
Gabarito: Errado 
19. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) 
A criação de cargos no seu quadro de pessoal e a fixação da remuneração de suas carreiras serão propostas pelo 
TCU ao Congresso Nacional. 
Comentário: O quesito está correto. Refere-se à autonomia que o TCU possui para organizar-se internamente, 
conforme previsto no art. 1º, XV da LO/TCU e art. 1º, XXXIV do RI/TCU. Perceba, porém, que a criação dos 
cargos e a fixação da remuneração são matérias que devem ser objeto de Lei, aprovada mediante o devido 
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processo legislativo no Congresso Nacional. Ou seja, não é o TCU quem realiza esses atos; o que o Tribunal faz 
é propô-los ao Congresso, por meio do envio de projeto de lei. 
Gabarito: Certo 
20. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) 
A competência para a investigação de irregularidades praticadas por ministros de Estado desloca-se do TCU 
para o Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de estes gozarem de foro especial. 
Comentário: 
Qualquer pessoa que cometa irregularidades na gestão de recursos públicos federais está sujeita à jurisdição 
do TCU, inclusive ministros de Estado. Com efeito, segundo o art. 1º, VIII da LO/TCU, compete ao Tribunal de 
Contas “representar ao poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados, indicando o ato inquinado e 
definindo responsabilidades, inclusive as de Ministro de Estado ou autoridade de nível hierárquico equivalente”. 
Gabarito: Errado 
21. (TCU – AUFC 2011 – Cespe) 
A responsabilidade pela manutenção da página eletrônica Contas Públicas, implementada pelo TCU na 
Internet, foi transferida ao terceiro setor. 
Comentário: 
O quesito está errado, pois compete ao TCU implementar (o que já foi feito) e manter (o que está sendo feito) a 
página Contas

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