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Treinamento específico para deficientes físicos e cognitivos APRESENTAÇÃO As deficiências físicas e/ou cognitivas podem ser divididas em dois grandes grupos: congênitas ou adquiridas. Os indivíduos com essas deficiências apresentam uma série de comprometimentos, disfunções e/ou déficits nos sistemas fisiológicos que impactam diretamente na função orgânica. Em muitas dessas deficiências, o sistema neuromotor está comprometido, levando os indivíduos a apresentar déficits em sua aptidão física, o que interfere em muitas atividades de vida diária e até mesmo em atividades esportivas. Nesse contexto, tais indivíduos necessitam de treinamento físico adequado com caráter individualizado que potencialize seus déficits a partir de suas capacidades. A atividade física e o esporte apresentam sabidamente impacto positivo na vida das pessoas com deficiência, seja em âmbito neuromotor, seja em âmbito psicossocial. Assim, o conhecimento das peculiaridades da prescrição de treinamento físico e suas formas de controle e acompanhamento proporcionam mais assertividade no programa de atividade física proposto; com isso, os objetivos elencados são mais facilmente atingidos por esses indivíduos. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender com mais detalhes os tipos de deficiências físicas e cognitivas, além de definir os parâmetros de prescrição de exercícios de acordo com as diferentes deficiências físicas e cognitivas, as formas de controle e o acompanhamento necessário. Por fim, você vai conhecer o desenvolvimento de programas de treinamento específicos para as principais deficiências físicas e cognitivas encontradas nos esportes. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os tipos de deficiência física e cognitiva.• Definir os parâmetros de prescrição de exercícios de acordo com as diferentes deficiências físicas e cognitivas, as formas de controle e o acompanhamento necessário. • Desenvolver programas de treinamento específicos para as principais deficiências físicas e cognitivas encontradas nos esportes. • DESAFIO A osteoartrite (OA) caracteriza-se por ser uma doença de cunho degenerativo crônico que acomete principalmente as articulações dos joelhos, dos quadris, da coluna vertebral e das mãos. Nessa patologia, ocorre degeneração da articulação, que compreende desgaste da articulação, alterações no remodelamento ósseo e diminuição do líquido sinovial. Em razão da condição articular, a hipomobilidade articular se instala, o que costuma levar a um ciclo composto por episódios de inflamação, fraqueza dos músculos envolvidos nesse segmento e fragilidade de ligamentos e tendões, o que origina instabilidade articular e, consequentemente, desalinhamento articular e postural. A OA apresenta etiologia variada e está associada a rigidez, deformidade e dor articular e progressiva perda da função, afetando o indivíduo em múltiplas dimensões, do nível orgânico ao social, podendo ocasionar incapacidade funcional. É consenso entre os profissionais da área da saúde (profissionais de Educação Física, médicos, fisioterapeutas, entre outros) que a atividade física e os exercícios físicos bem orientados e prescritos são extremante benéficos para os indivíduos com OA. Nesse contexto, os exercícios em cadeia cinética aberta (CCA) e cadeia cinética fechada (CCF) parecem ser os mais utilizados e os que apresentam mais benefícios, apesar de não haver consenso entre os pesquisadores e profissionais da área da saúde sobre qual dessas modalidades de exercícios seria a mais adequada. O que é consenso é que ambos apresentam indicação de prescrição às pessoas com OA. Cabe ressaltar que essa indicação ocorre a partir das condições clínicas e do aspecto funcional do indivíduo e da necessidade que ele apresenta no momento. Para responder o Desafio, veja a situação a seguir: Com base na situação exposta, responda: a) Quais são os benefícios da atividade física e da realização de exercícios para a Senhora Maria, que apresenta OA? b) Atualmente existem muitos estudos voltados à atividade física e à realização de exercícios a indivídos com OA. Nesse sentido, um tema que ainda suscita grandes discussões está relacionado à prescrição de exercícios em CCA e CCF para pessoas com OA. Crie uma tabela e descreva as particularidades dos exercícios em CCA e CCF e suas vantagens para esses indivíduos. c) Descreva a indicação/prescrição de exercícios capazes de beneficiar indivíduos com OA na fase aguda e na fase crônica da doença. INFOGRÁFICO De maneira geral, quando se fala na palavra avaliação, pensa-se em realizar apenas testes e atribuir graus e, dessa maneira, classificar os indivíduos. O ato de avaliar se apresenta com um papel mais amplo do que apenas testar, atribuir graus e classificar. As avaliações são momentos únicos de perceber o indivíduo deficiente avaliado como um todo, e, dessa maneira, podem-se definir os parâmetros de prescrição de exercícios de maneira assertiva. Veja, neste Infográfico, os três tipos de avaliação que fornecem subsídios e insumos para a prática profissional da prescrição de treinamento físico ao indivíduo com deficiência, bem como alguns parâmetros e considerações ao se planejar ou realizar uma avaliação física de uma pessoa com deficiência. CONTEÚDO DO LIVRO As deficiências físicas e cognitivas apresentam uma série de comprometimentos e se mostram das mais variadas maneiras, podendo estar presentes desde o nascimento ou ser adquiridas ao longo da vida. Nesse contexto, cabe a atuação interdisciplinar dos profissionais envolvidos, de modo a proporcionar melhor qualidade de vida e inserção social dos indivíduos com deficiências. Nesse cenário, os profissionais devem estar atentos à prescrição e à adaptação dos exercícios físicos, a partir de uma conduta sistematizada que inclua avaliações, parâmetros, formas de controle e acompanhamento de acordo com a deficiência do indivíduo e suas limitações. No capítulo Treinamento específico para deficientes físicos e cognitivos, que faz parte da obra Exercício físico para populações especiais, você conhecerá os tipos de deficiências físicas e cognitivas e seus fatores causais, que promovem incapacidades e desvantagens ao indivíduo. Você também aprenderá a definir os parâmetros de prescrição de exercícios em um programa de treinamento específico de acordo com as diferentes deficiências físicas e cognitivas, as formas de controle e o acompanhamento necessário. Por fim, você aprenderá a desenvolver programas de treinamento específicos em relação às especificidades individuais e ao desporto adaptado pretendido, levando em consideração o cenário das incapacidades e desvantagens que refletem as principais deficiências físicas e cognitivas. EXERCÍCIO FÍSICO PARA POPULAÇÕES ESPECIAIS Diego Santos Fagundes Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os tipos de deficiência física e cognitiva. Definir os parâmetros de prescrição de exercícios de acordo com as diferentes deficiências físicas e cognitivas, as formas de controle e acompanhamento necessários. Desenvolver programas de treinamento específicos para as principais deficiências físicas e cognitivas encontradas nos esportes. Introdução A prática de atividade física é benéfica e de grande eficácia para a pro- moção de saúde e bem-estar geral, o que não difere para pessoas com deficiências físicas e/ou cognitivas. Neste sentido, a prática de atividades físicas, exercícios físicos ou desportos adaptados a partir de um pro- grama de treinamento físico especifico que inclua parâmetros, formas de controle e acompanhamento adequados é uma maneira de prevenir enfermidades secundárias à deficiência, de melhorar as funções orgânicas, de incrementare manter as valências físicas e de promover a integração social e a qualidade de vida. Neste capítulo você conhecerá em detalhes os tipos de deficiências físicas e cognitivas, além dos parâmetros de prescrição de exercícios para cada um desses tipos e as formas de controle e acompanhamento necessários. Por fim, aprenderá sobre o desenvolvimento de programas de treinamento específicos para as principais deficiências físicas e cog- nitivas encontradas nos esportes. Tipos de deficiências físicas e cognitivas O conceito mais difundido de defi ciência é descrito como a anormalidade ou perda de estrutura ou função fi siológica e psicológica, seja permanente ou temporária, levando ou não ao comprometimento cognitivo. Trata-se de um estado patológico que está associado à presença de anomalias ou defeitos nas estruturas orgânicas e/ou em seu funcionamento. As defi ciências apresentam fatores causais variados, determinando seu caráter congênito ou adquirido, e possuem variação quanto aos graus de severidade, como leve, moderada, grave, completa, entre outras (Quadro 1). Fonte: Adaptado de Greguol e Costa (2013). Natureza das deficiências Tempo Distúrbios neurológicos: deterioração ou lesão do sistema nervoso Distúrbios ortopédicos: músculos, ossos ou articulações Congênita: presente ao nascimento Adquirida: instalada ao longo da vida Aguda: manifestação intensa Crônica: sem quadro intenso, longa duração Temporária: pode ser curada Permanente: não pode ser curada Não progressiva: não evolui Progressiva: evolui Quadro 1. Classificação quanto a natureza e tempo de duração do comprometimento Os indivíduos com deficiências possuem impedimentos de longo prazo que podem ser físicos, mentais e/ou sensoriais e que se refletem em dificuldades e desvantagens. As dificuldades são descritas como restrições originadas pela deficiência, envolvendo uma habilidade de desenvolver tarefas ditas como comuns para pessoas sem deficiência. Isso costuma caracterizar uma situação de vulnerabilidade e/ou dependência que exige auxílio e assistência para assegurar o desempenho de ações necessárias à subsistência do indivíduo. Já as desvantagens enfrentadas pelas pessoas com deficiência dizem respeito ao descompasso entre a capacidade real do indivíduo e as expectativas sociais, refletindo-se muitas vezes em trajetórias de exclusão nos mais variados campos de atividades (SOUZA, 2007). Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas2 Em sua maioria, as deficiências envolvem condições que afetam o sistema neurológico e levam a problemas motores, como em: paralisia cerebral, lesões medulares, síndrome de Down, autismo, esclerose múltipla, entre outras. Além disso, costumam acometer diferentes regiões corporais, como membros superiores, membros inferiores e coluna, sendo que cada região pode ter suas estruturas específicas afetadas, como ossos, músculos, ligamentos, tendões ou cartilagens (Quadro 2) (GREGUOL; COSTA, 2013). Fonte: Adaptado de Greguol e Costa (2013). Tipos de deficiência Comprometimentos Exemplos Deficiência mental Padrões diferenciados de desenvolvimento afetivo, cognitivo e motor Síndrome de Down; autismo; traumatismo crânio-encefálico; demências; transtorno do deficit de atenção e hiperatividade (TDAH) Deficiência física Promovem alterações de origem osteomusculotendinosas Paralisia cerebral; amputados; lesados medulares, deficiências relacionadas aos sistemas osteomusculotendinosos (p. ex.: artropatias) Quadro 2. Deficiências mais comuns e comprometimentos Independente da deficiência apresentada, a prática de atividades físicas nesses casos oferece benefícios para a manutenção de um estilo de vida mais ativo e saudável e colabora como meio de reabilitação física e psicológica. A prática de atividades físicas por pessoas com deficiência proporciona inde- pendência e reduz os danos advindos da mobilidade reduzida, atuando ainda como fator protetor quanto aos processos degenerativos. Cabe ressaltar que a aderência a programas de exercícios físicos por pessoas com deficiência tem seus benefícios potencializados quando o ambiente é acolhedor, estimulante e voltado ao desenvolvimento individual e à exploração das habilidades físicas presentes (LEHNHARD; MANTA; PALMA, 2012). 3Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas Cada deficiência apresenta uma série de especificidades, como dificuldades de coordenação, manutenção de equilíbrio e mobilidade, sendo que as ativi- dades físicas podem ser adaptadas e proporcionar a inserção da pessoa com deficiência no desporto, como já observado em diversas modalidades, como natação, futebol, judô, atletismo, entre outros. A prática de exercícios físicos auxilia na manutenção da postura, por meio de exercícios de fortalecimento e propriocepção (o que também é benéfico para pessoas com deficiência visual). Os indivíduos com deficiência física também podem participar de modalidades esportivas adaptadas, como o vôlei sentado e o basquete em cadeira de rodas. Neste sentido, cabe ao educador físico adequar a prática esportiva e prescrever um treinamento específico para cada condição. Além da deficiência física, temos também a deficiência mental e/ou inte- lectual, descrita como uma redução do funcionamento intelectual que leva à limitação da capacidade de resposta e adaptação às demandas da sociedade. Tal deficiência caracteriza-se como um transtorno do desenvolvimento e não necessariamente uma alteração cognitiva. Nesse contexto, a prática de exercícios aeróbicos em um ambiente estruturado e adaptado às limitações de cada indivíduo permite reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e obesidade. Indivíduos com deficiência intelectual também manifestam desequilíbrios musculares, que podem ser minimizados pela prática de exercícios de força (isométricos ou isotônicos). Ademais, podem ser utilizados exercícios de alonga- mento para ampliar seus movimentos articulares (flexibilidade) e reduzir sua dor muscular e espasticidade (KISNER; COLBY, 2016; GREGUOL; COSTA, 2013). Parâmetros de prescrição de exercícios e formas de controle e acompanhamento Uma atividade física pode ser defi nida como qualquer movimento produzido pelos músculos que resulte em maior dispêndio energético. Sua prática por pessoas com defi ciências deve ser incrementada respeitando-se o potencial biológico individual, podendo ser realizadas atividades regulares estritamente esportivas, de desenvolvimento e/ou lazer. Atividades desse tipo devem ser incentivadas desde a infância e adolescência, e continuadas na vida adulta, a fi m de melhorar a qualidade de vida em todas as etapas de desenvolvimento. Quando praticam atividades físicas e esportivas, pessoas com deficiência têm a oportunidade de desafiar seus limites e explorar seu potencial, além de minimizarem enfermidades secundárias à deficiência e se integrarem Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas4 socialmente (CARDOSO, 2011). Por meio de ações motoras, o exercício fí- sico em geral é a base de preparação do indivíduo para a prática de qualquer modalidade esportiva. Tal avanço deve seguir um processo sequencial, res- peitando o aperfeiçoamento paulatino das valências físicas individuais de acordo com as características desportivas. Assim, deve-se partir de ações pré-estabelecidas para atingir uma necessidade específica com possibilidade de controle e mensuração. A fim de prevenir lesões musculares, desconforto e/ou acidentes, a pres- crição de exercícios deve ser feita de forma individual. Nesse contexto, a aptidão física para realizar as atividades desportivas é definida por meio de componentes relativos à saúde, como resistência cardiorrespiratória, força muscular e flexibilidade, e por meio de componentes relativos ao desempenho motor, como força, potência, agilidade, coordenação e equilíbrio. Como o sistema motor requer um longo períodode adaptação, a progressão de estímulos deve ser lenta para que ocorra a recuperação e preparação ao treinamento (GOMES, 2009). Para a prática adequada de atividades físicas, é preciso que diversos ele- mentos corporais estejam em sintonia. O primeiro deles é o equilíbrio, que consiste na habilidade de manter os segmentos do corpo alinhados contra a gravidade de maneira estática e/ou dinâmica a partir da ação integrada dos sistemas sensorial e motor. Já a coordenação motora exige o sequenciamento dos comandos que ditam a contração muscular desde o preparo para o movimento até sua efetivação de maneira suave e precisa. Por sua vez, a flexibilidade é a capacidade de movimento livre, sem restrições. O preparo cardiorrespiratório, também descrito como resistência à fadiga, é a habilidade de execução dos movimentos repetidamente com baixa intensidade. Por fim, o desempenho muscular é a capacidade dos músculos de produzir tensão e movimentos. Os exercícios para pessoas com problemas neuromusculares e de desen- volvimento devem abranger: condicionamento e/ou recondicionamento aeróbico; treinamento muscular de força, potência e resistência à fadiga; alongamentos; treinos de percepção e de estabilização com exercícios de equilíbrio; treino de agilidade. A prescrição de cada um desses elementos de ser feita de modo especí- fico para cada tipo de deficiência. Vale ressaltar que a deficiência de um ou mais sistemas, de funções físicas separadas ou associadas, pode resultar 5Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas em limitações. Os exercícios devem então ser cuidadosamente prescritos, envolvendo a aplicação de cargas e forças físicas de modo controlado, gradativo e seguro para reduzir os comprometimentos físicos e melhorar a função (KISNER; COLBY, 2016). O Quadro 3 apresenta uma descrição abrangente da terminologia usada na configuração de treinamento físico. Fonte: Adaptado de Kisner e Colby (2016). Princípios do treinamento Descrição Intensidade Carga do exercício (resistência) Velocidade Velocidade em que o exercício é executado Volume Número total de repetições e séries em um treino Intervalo Tempo de recuperação entre séries e sessões de exercício Frequência Número de sessões de exercícios por dia e/ou por semana Duração Tempo total do programa de treinamento Tipo Via metabólica solicitada (aeróbica ou anaeróbica) Periodização Mudança de intensidade e volume durante períodos específicos do treinamento Quadro 3. Determinantes para a prescrição de treinamento Antes do início dos exercícios, são necessários procedimentos de avaliação, tal como os testes. Geralmente, os testes são aplicados de maneira universal em pessoas sem deficiências, mas isso não exclui a possibilidade de adaptações de acordo com as necessidades individuais. Para exemplificar o uso de testes como recurso avaliativo, podemos citar a avaliação de força por meio do Teste de Impulsão Horizontal, cujo objetivo é medir a potência dos membros infe- riores no plano horizontal. O teste é realizado utilizando-se uma fita adesiva e uma fita métrica e/ou trena. O indivíduo sob avaliação deve partir da posição ortostática, pés paralelos com pequeno afastamento lateral, devendo saltar de Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas6 trás da linha de partida a maior distância possível para frente com a impulsão da flexão de pernas e balanço dos braços. O mesmo teste pode ser aplicado para pessoas com deficiência mediante adaptações. No caso específico de pessoas com deficiências visuais, é necessário descrever verbalmente o movimento a ser realizado de maneira fracionada, explicando todas as etapas a serem realizadas pelo avaliado, o qual será posicionado na posição inicial pelo avaliador. Para pessoas com deficiências auditivas ou pessoas surdas, se faz necessária uma demonstração visual do movimento a ser realizado, podendo ser explicado através da Libras. Caso o avaliado apresente deficiência intelectual, o teste permanece o mesmo, sendo necessário repetir a explicação de maneira detalha, a fim de assegurar a compreensão dos movimentos a serem executados. No caso de deficiências físicas, temos variações de acordo com as limitações envolvidas: para avaliados que apresentam amputações de membros inferiores, deve-se realizar o teste com o auxílio de próteses ou órteses; já em caso de amputações de membros superiores, o teste não sofre alteração, mas pode ter perda no desempenho, devido à ausência do impulso pelo balanço dos braços. Já os comprometimentos que requerem o uso de cadeira de rodas inviabilizam o teste (GORLA; CAMPANA; OLIVEIRA, 2009). A partir da interpretação correta dos testes aplicados, os exercícios podem ser então prescritos, especificando-se sua intensidade, duração, frequência da atividade e progressão. Os exercícios de intensidade moderada podem ter uma frequência maior de execução (mais sessões) do que os exercícios com intensidade vigorosa. A intensidade deve ser determinada de acordo com o nível de condicionamento do indivíduo (sedentários, por exemplo, devem começar com exercícios de intensidade moderada e uma frequência maior com duração gradativa). De acordo com o ganho de condicionamento, o indivíduo pode aumentar o período de trabalho na execução dos exercícios. Para exercícios de forta- lecimento, o programa deve conter baixa resistência (carga) e maior número de repetições. Além disso, também podem ser empregados exercícios utili- zando pesos em aparelhos e livres, polias e programas de circuitos (exercícios combinados). No início do treinamento, as cargas impostas devem permitir a realização do exercício de maneira confortável entre 12 a 15 repetições; com o ganho de força, as cargas devem ser aumentadas gradativamente e a frequência de treinamento pode variar de 2 a 3 dias por semana. Uma vez estabelecidos os critérios para execução do exercício, devemos estipular sua progressão. A progressão do exercício permite introduzir um indivíduo em uma atividade física e ajudá-lo a avançar de um nível de 7Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas intensidade leve a moderada para níveis de intensidade vigorosa, não o con- trário (realizar uma caminhada antes de inserir uma corrida, por exemplo). Para a progressão, também é indicado iniciar com uma atividade leve ou moderada e aumentar o tempo de execução e a frequência de treino antes de aumentar a sua intensidade; assim, com o ganho de condicionamento, é indicada a progressão do exercício em aproximadamente 10% do tempo executado (POWERS, 2017). Programas de treinamento para diferentes deficiências físicas Paralisia cerebral Também conhecida como encefalopatia crônica da infância, a paralisia cerebral é um comprometimento não progressivo que afeta a motricidade devido a uma lesão ou mau funcionamento cerebral, levando a falta de coordenação e controle dos movimentos e postura corporal. Suas sequelas, mesmo que não progressivas, resultam em comprometimentos permanentes que podem ser classifi cados em três níveis, leve, moderado e grave, de acordo com as limitações. A paralisia cerebral apresenta ainda outras subclassifi - cações quanto a topografi a, local da lesão e sequelas. O Quadro 4 exibe as classifi cações topográfi cas. Fonte: Adaptado de Teixeira (2008). Topografia Acometimento Monoplegia Total ou parcial de apenas um membro Paraplegia Total ou parcial dos membros inferiores Hemiplegia Total ou parcial de um lado do corpo/hemicorpo Quadriplegia Total ou parcial dos quatro membros Diplegia Dos quatro membros, sendo os inferiores mais afetados Dupla plegia Dos quatro membros, sendo um hemicorpo mais afetado Quadro 4. Classificação topográfica de acometimento Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas8 Para pessoas com deficiência, as cadeiras de rodas são consideradas parte do corpo de quem as utiliza. Assim,lembre-se de, sempre que possível, perguntar se pode encostar, empurrar ou mesmo tocar na cadeira de rodas que a pessoa está utilizando. Em termos de locais da lesão, a paralisia cerebral pode ser subdividida em: Espástica: causada por lesões na região piramidal, afeta fibras aferentes e leva a hipertonia da musculatura. Atetoide: causada por lesões na região dos gânglios da base, leva a movimentos involuntários com tônus muscular flutuante. Atáxica: causada por lesões no cerebelo, leva a problemas relacionados com o equilíbrio e hipotonia muscular. Além das classificações já descritas, é comum encontrar outras caracte- rísticas associadas a essa deficiência, como: Hiper-reflexia: alguns reflexos exacerbados ou persistentes. Distúrbios na coordenação motora: comum a todos os casos, mas em diferentes níveis. Padrões básicos de movimentos são conquistados em tempo e forma diferente. Estrabismo: alteração comum, ocorre devido à falta de coordenação da musculatura extraocular. Dificuldade na fala: alteração comum que ocorre em grau variado. Crises convulsivas: em alguns casos. Distúrbios de deglutição: dificuldade em engolir e presença de sialorreia (babar). Problemas perceptivos: relacionados à acuidade auditiva e visual, reduz a percepção postural. Distração: deficit relacionado a ajustes psicológicos. No programa de exercícios para indivíduos com paralisia cerebral, devem ser priorizadas as habilidades motoras, enfatizando atividades de locomoção e estabilização. Sua aptidão física pode ser comprometida pelo tônus muscular aumentado, o que limita o desempenho em atividades submáximas. Nos casos mais graves, se faz necessário o uso de cadeira de rodas e de órteses para estabilização e controle postural. 9Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas Deficiência visual A defi ciência visual é descrita como perda parcial (baixa visão ou visão sub- normal) ou completa (cegueira) da capacidade visual em ambos os olhos, com perda ou limitação do desempenho habitual. Seu maior comprometimento diz respeito aos conceitos espaciais de localização, distância e posição. Em alguns casos, a defi ciência visual vem associada a manifestações como paralisia cerebral e defi ciência mental, nos casos congênitos. Nesse contexto, a proposta de exercício físico deve contemplar ajustes nos espaços onde são realizadas as atividades. Além disso, o indivíduo deve conhecer o ambiente para evitar eventuais acidentes. As informações ver- bais devem ser claras e objetivas, e informações táteis podem ser usadas em diferentes situações de movimentos, sempre mantendo contato através de comandos verbais. Pessoas com deficiências visuais praticantes de modalidades esportivas acabam sendo agrupadas por categorias de acordo com o grau de comprome- timento da acuidade visual de cada atleta. Está classificação esportiva para indivíduos com deficiência visual é descrita em quatro grupos: B1— totalmente cegos, mas que podem ter a percepção da luz sem reconhecer o formato das mãos a qualquer distância; B2 — percebem as formas das mãos, porém sua acuidade não é superior a 20/600 pés; B3 — acuidade visual de 20/599 até 20/200 pés; Visão Parcial — acuidade entre 20/199 e 20/70 pés. Esta classificação leva em consideração ambos os olhos após a tentativa e/ou uso da melhor correção para o indivíduo (tal como o uso de óculos de grau) (TEIXEIRA, 2008). Outra modalidade esportiva bastante praticada por pessoas com deficiências visuais é o judô. A versão para esses indivíduos difere pouco da convencional (poucas adaptações). No início da luta, os atletas seguram no quimono um do outro e o contato deve ser mantido ao longo da disputa, sendo interrompida em caso da perda de contato. Neste esporte, os judocas são classificados como B1 (cego), B2 (percepção de vulto) e B3 (definição de imagem), e agrupados em categorias por peso. No judô, o treinamento deve ser direcionado para noções de orientação espacial, pois com a perda ou comprometimento do captor visual temos com- Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas10 prometimento da percepção do corpo em relação ao espaço, ou seja, o atleta com deficiência visual terá dificuldade da percepção do tempo de queda, podendo vir a se lesionar (GORLA; ALMEIDA, 2007). Deficiência mental Em sua maioria, as atividades físicas para esta população estão voltadas para pro- postas terapêuticas e de aprimoramento de habilidades motoras. Assim, a inserção de pessoas com defi ciências mentais em tais práticas ocorre de acordo com sua capacidade preservada e os comprometimentos apresentados. As propostas são elaboradas contendo poucas informações por vez e sempre de maneira objetiva. Uma tarefa motora pode ser ensinada de diversas maneiras através da demons- tração e explicação dos movimentos, em ambiente com pouca possibilidade de distração, garantindo a concentração do indivíduo e a certeza da compreensão. Os indivíduos com comprometimento cognitivo mais grave requerem atividades fragmentas, com poucas informações e maior número de repetições. Desse modo, a evolução dos gestos e movimentos deve transcorrer somente após assimilação do exercício anterior, evitando a sobrecarga de informações. Para pessoas que apresentam deficiência cognitiva/intelectual envolvendo o sistema nervoso central, espera-se que haja dificuldades relacionadas a capacidades motoras. Assim sendo, a prescrição de um programa de treinamento adequado para esses indiví- duos deve respeitar esse nível de capacidade, mas também priorizar caminhos que levem ao seu desenvolvimento. Eis alguns exemplos de atividades (GREGUOL; COSTA, 2013): Tarefas que estimulam seu tempo de reação e de escolha, exigindo respostas diferentes de acordo com o estimulo solicitado (“Se eu levantar a bola vermelha, você corre; se eu levantar a bola azul, você senta!”). Tarefas que estimulam sua agilidade ao solicitar rápidos ajustes locomotores (como se abaixar e, em seguida, levantar e saltar e, na sequência, correr). Tarefas que estimulam seu equilíbrio, ao explorar o reajuste e controle posturais (como manter-se num pé só e arremessar ou receber uma bola sem tocar o outro pé no chão). Outra questão que pode influenciar na execução do programa de exercícios é a instabilidade emocional dos indivíduos, podendo apresentar quadros de agressividade, crises de choro e/ou embotamento (TEIXEIRA, 2008). 11Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas Em meio às diferentes deficiências encontradas e aos diferentes tipos de comprometimentos manifestados, o desporto adaptado surge com o objetivo de auxiliar na reabilitação física, psicológica e social dos indivíduos com algum tipo de deficiência. A prática envolve modificações e adaptações em regras, materiais e locais para a participação de pessoas com deficiências em diferentes modalidades (Quadro 5) (CIDADE; FREITAS, 2002). Fonte: Adaptado de Benfica (2012). Modali- dades Características Exemplos Atletismo Adaptado com o uso de cadeira de rodas, próteses ou atleta-guia Deficiências físi- cas e sensoriais Basquete em cadeira de rodas Os atletas se locomovem com cadeiras de rodas adaptadas e padronizadas Lesados medulares Bocha Sem grandes mudanças nas regras, permite o uso de cadeira de rodas, mãos e pés Paralisia cerebral Canoagem Com caiaques adaptados, possui categorias de acordo com os comprometimentos funcionais: 1º o atleta utiliza braços, tronco e pernas para auxiliar na remada; 2º o atleta utiliza apenas o tronco e braços; e 3º o atleta utiliza apenas o movimento dos braços Lesados medulares Futebol de cinco e sete Quadra adaptada, bola com guizos para iden- tificação, torcida pode apenas comemorar os gols e presença de guia próximo do gol Deficiências visuais Judô A luta inicia com contato e tem como crité- rio sua permanência Deficiências visuais Vôleisentado Adaptação no tamanho da quadra e altura da rede Amputados e outras defi- ciências que levem ao uso da cadeira de rodas Quadro 5. Algumas modalidades esportivas adaptadas e exemplos de deficiências A partir dos aspectos abordados neste capítulo, é possível garantir para a população com deficiências físicas e cognitivas a prática e prescrição de Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas12 exercício físico em amplo sentido, tanto na perspectiva que propicie benefícios terapêuticos quanto para o desporto e/ou lazer. Os indivíduos com deficiências, sejam elas físicas ou cognitivas, podem participar de várias modalidades esportivas quando são levadas em consideração suas limitações funcionais e as adequações na modalidade praticada, mediante adaptação de regras, espaços físicos adequados e utilização de materiais e recursos adaptados e adequados à prática desportiva, garantindo desta maneira o desenvolvimento de suas potencialidades. A prescrição de exercícios para indivíduos com deficiências deve ser pen- sada a partir do tipo de deficiência e quais suas características patofisiológicas, isso sem esquecer da finalidade do treinamento em relação às especificidades individuais e ao desporto pretendido. Como recurso avaliativo, por muitas vezes, podem ser empregados testes adaptados com objetivos distintos. A iniciação da pessoa com deficiência em esportes e na prática de exercícios físicos proporciona ganhos motores, além de implicar em benefícios socioe- mocionais a partir de sua inserção e valorização na sociedade. Visitando o portal do Comitê Paralímpico Brasileiro, você poderá descobrir mais sobre as modalidades esportivas praticadas por pessoas com deficiências físicas e cognitivas e ficará por dentro das principais notícias relacionadas ao desporto adaptado no Brasil. http://www.cpb.org.br/ BENFICA, D. T. Esporte paralímpico: analisando suas contribuições nas (re)significações do atleta com deficiência. 2012. Dissertação (Mestrado em Educação Física) — Uni- versidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2012. Disponível em: http://www.locus.ufv.br/ bitstream/handle/123456789/3473/texto%20completo.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 16 jul. 2019. CARDOSO, V. D. A reabilitação de pessoas com deficiência através do desporto adap- tado. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 33, n. 2, p. 529–539, 2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4013/401338556017.pdf. Acesso em: 16 jul. 2019. 13Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas CIDADE, R. E.; FREITAS, P. S. Educação física e inclusão: considerações para a prática pedagógica na escola. Revista Integração, v. 14, p. 27–30, 2002. GOMES, A. C. Treinamento desportivo. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. GORLA, J. I.; ALMEIDA, J. J. G. A expressão de uma atividade esportiva: o desporto para cegos. Conexões, v. 5, n. 1, p. 108–113, 2007. GORLA, J. I.; CAMPANA, M. B.; OLIVEIRA, L. Z. Teste e avaliação em esporte adaptado. São Paulo: Phorte, 2009. GREGUOL, M.; COSTA, R. F. (org.). Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. 3. ed. Barueri: Manole, 2013. KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 6. ed. Barueri: Manole, 2016. LEHNHARD, G. R.; MANTA, S. W.; PALMA, L. E. A prática de atividade física na história de vida de pessoas com deficiência física. Journal of Physical Education, v. 23, n. 1, p. 45–56, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/refuem/v22n1/a05v22n1.pdf. Acesso em: 17 jul. 2019. POWERS, S. K. Fisiologia do exercício: teoria e aplicação ao condicionamento e ao de- sempenho. 9. ed. Barueri: Manole, 2017. SOUZA, J. M.; CARNEIRO, R. Universalismo e focalização na política de atenção à pessoa com deficiência. Saúde e Sociedade, v. 16, n. 3, p. 69–84, 2007. Disponível em: https://www.scielosp. org/scielo.php?pid=S0104-12902007000300007&script=sci_arttext. Acesso em: 17 jul. 2019. TEIXEIRA, L. Atividade física adaptada e saúde da teoria à prática. São Paulo: Phorte, 2008. Leituras recomendadas LANCHA JÚNIOR, A. H.; LANCHA, L. O. (org.). Avaliação e prescrição de exercícios físicos: normas e diretrizes. Barueri: Manole, 2016. MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do exercício: nutrição, energia e desempenho humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. Treinamento específico para pessoas com deficiências físicas e cognitivas14 DICA DO PROFESSOR As funções neurovegetativas são regidas por centros medulares e encefálicos, e, nesse sentido, nas lesões da medula espinal, são comuns distúrbios e déficits de diversos sistemas fisiológicos, os quais têm impacto na função orgânica, em especial na função motora. Nesta Dica do Professor, serão apresentadas algumas sequelas funcionais derivadas da lesão medular que apresentam implicações relacionadas à prática do treinamento físico e esportivo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) A paralisia cerebral é um comprometimento que afeta a motricidade devido a uma lesão cerebral, a qual leva à falta de coordenação e de controle motor de acordo com o local da lesão, alterações estas que devem ser levadas em consideração quando da prescrição do treinamento físico. No que concerne à paralisia cerebral, qual tipo é causado por lesões no cerebelo e qual tipo é causado por lesões na região piramidal, respectivamente? A) Atáxica e espástica. B) Espástica e atetoide. C) Atetoide e espástica. D) Espástica e atáxica. E) Atetoide e atáxica. 2) Com relação à prática de esportes para pessoas com diferentes tipos de deficiência, sabe-se que a adaptação do desporto tem como objetivo contemplar tipos específicos de deficiências, pois existem as adaptações necessárias à plena participação dessas pessoas. Diante dessa assertiva, considere quais modalidades requerem o uso da cadeira de rodas como meio de locomoção. A) Futebol e vôlei sentado. B) Judô e bocha. C) Bocha e vôlei sentado. D) Atletismo e futebol. E) Atletismo e bocha. 3) A deficiência visual é definida como perda parcial (baixa visão) ou completa (cegueira) da capacidade visual de ambos os olhos, apresentando limitação do desempenho habitual. Nesses indivíduos, um maior grau de comprometimento diz respeito aos conceitos espaciais em razão da baixa visão ou de sua perda total. Na prática desportiva, elementos sensitivos e sinais sonoros são utilizados como artifícios no processo de ensino e treinamento esportivo. Nesse sentido, a utilização de elementos sensitivos e sinais sonoros visa a contemplar o desenvolvimento de qual das aptidões físicas descritas a seguir? A) Equilíbrio e orientação. B) Flexibilidade e força. C) Coordenação e desempenho muscular. D) Preparo cardiorrespiratório e flexibilidade. E) Desempenho muscular e força. 4) A prescrição de treinamento físico requer um olhar atento às especificidades alcançadas no treino, como, por exemplo, seus efeitos e as demandas neuromusculares. Nesse contexto, qual é o princípio de treinamento que se caracteriza pela mudança de intensidade e volume no treinamento e qual princípio caracteriza o número de sessões de treinamento de exercícios (diários ou semanais), respectivamente? A) Velocidade e frequência. B) Volume e periodização. C) Duração e tipo. D) Intervalo e periodização. E) Periodização e frequência. A prescrição de treinamento físico requer um olhar atento às especificidades alcançadas no treino, aos seus efeitos e às demandas neuromusculares. Nesse contexto, associe as duas colunas, correlacionando os determinantes para a prescrição de exercícios com suas respectivas definições. Em seguida, assinale a alternativa que representa a sequência correta. (1) Velocidade (2) Frequência (3) Periodização (4) Tipo (5) Intensidade 5) ( ) Via metabólica solicitada (aeróbia ou anaeróbia). ( ) Mudança de intensidade e volume durante períodos específicosdo treinamento. ( ) Número de sessões de exercícios por dia e/ou por semana. ( ) Velocidade em que o exercício é executado. ( ) Carga do exercício (resistência). A) 5 – 2 – 1 – 3 – 4. B) 4 – 3 – 2 – 5 – 1. C) 4 – 3 – 2 – 1 – 5. D) 5 – 2 – 3 – 4 – 1. E) 3 – 2 – 1 – 5 – 4. NA PRÁTICA Para que se possam definir os parâmetros de prescrição de exercícios de maneira mais assertiva em razão das diferentes deficiências, sejam elas físicas e/ou cognitivas, é necessário ter o conhecimento das nuanças da avaliação relacionada à dimensão de aptidão física e de saúde do indivíduo. Somente assim, após avaliação de sua aptidão física e a relação com o necessário para a prática esportiva e o desempenho atlético desejado, é possível prescrever o programa de exercícios e também acompanhar controlar e a evolução do indivíduo no que tange à sua aptidão física e à sua desenvoltura na prática esportiva. A aptidão física refere-se às condições que propiciam que o indivíduo seja submetido a situações que envolvem esforços físicos. Nesse sentido, a aptidão física pode ser dividida em dois grupos: o primeiro relacionado à saúde (resistência cardiorrespiratória, força muscular e flexibilidade), e o segundo relacionado ao desempenho motor (velocidade, potência, agilidade, coordenação e equilíbrio). É importante salientar que os elementos de ambos os grupos são necessários para o desempenho atlético do indivíduo. Veja, Na Prática, como foi realizado um teste em uma pessoa com síndrome de Down que compõe uma avaliação para aptidão física. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Treino em casa para cadeirantes — exercícios na cadeira de rodas Neste vídeo, você vai ver uma variedade de exercícios com foco em melhora da postura, endurance e mobilidade voltados para os deficientes físicos cadeirantes em uma perspectiva de treinamento em casa (domiciliar). Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Treinamento de corrida para deficiente visual Neste vídeo, você verá algumas etapas do treinamento proposto, desde o reconhecimento do espaço de treino até o treinamento específico com técnicas voltadas para a corrida. Além disso, tomará conhecimento da utilização dos estímulos sonoros e táteis que guiam o atleta nas diversas etapas do treinamento. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Programa Especial — jiu-jítsu adaptado para pessoas com deficiência Assista, neste vídeo, a entrevistas e considerações sobre os praticantes de jiu-jítsu com deficiência mental e/ou física e sua adaptação para a prática do esporte. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O processo de institucionalização do esporte para pessoas com deficiência no Brasil: uma análise legislativa federal Neste artigo, você vai ver uma análise sobre as normativas legais que orientaram a conformação das estruturas organizacionais no campo esportivo direcionadas às pessoas com deficiência no Brasil. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Benefícios do treinamento funcional para o equilíbrio e a propriocepção de deficientes visuais Leia, neste artigo, os efeitos do treinamento funcional sobre a propriocepção e o equilíbrio de pessoas com deficiência visual (cegueira total e baixa visão). Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Ensino de futsal para pessoas com deficiência intelectual Este artigo descreve uma árvore de decisão que constitui o alicerce do programa de intervenção, além de uma diretriz para as tomadas de decisões básicas do jogo. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
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