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1 2 Linfa, orgãos e tecidos linfóides

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Linfa, órgãos e tecidos linfóides 
APRESENTAÇÃO
No emaranhado de redes que compõem o nosso corpo, há uma via especial, responsável pelo 
trânsito dos agentes de defesa. Essas vias são denominadas vasos linfáticos, e o fluido que os 
propulsiona é denominado linfa. Nesta Unidade de Aprendizagem, conheceremos os outros 
complexos que fazem parte dessa fundamental rede interligada de defesa. 
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Diferenciar os tecidos linfoides primários e secundários;•
Identificar as funções de órgãos como medula óssea, timo e baço na resposta imune 
adaptativa;
•
Caracterizar os vasos linfáticos aferentes e eferentes.•
DESAFIO
O paciente R.S., 19 anos, sexo masculino, deu entrada no pronto atendimento hospitalar após 
sofrer um acidente de motocicleta, apresentando hemorragia interna. Foram feitos os exames 
rotineiros e constatou-se que o indivíduo sofreu uma ruptura do baço. Como a hemorragia 
persistiu, foi necessária a remoção do órgão. Transcorrido o período de recuperação, R.S. 
recebeu alta e segue uma vida normal.
Em uma consulta de revisão média, o jovem relata que vem apresentando sucessivos 
"resfriados" (Haemophilus influenzae), e que apresentou um quadro de pneumonia 
(Streptococcus pneumoniae) no último inverno.
Indique ao paciente qual a relação entre o acidente de motocicleta e os inúmeros casos 
relatados.
Inicie sua busca observando quais os problemas relacionados à falta de baço.
INFOGRÁFICO
Nessa representação, você poderá visualizar as principais informações a respeito do sistema 
linfático.
 
 
CONTEÚDO DO LIVRO
Aprofunde seus conhecimentos com a leitura do texto "Os linfócitos encontram e respondem 
ao antígeno nos órgãos linfoides periféricos" da seguinte obra: MURPHY, K. Imunobiologia 
de Janeway 8.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
Catalogação na publicação: Ana Paula M. Magnus – CRB 10/2052
M978i Murphy, Kenneth. 
 Imunobiologia de Janeway [recurso eletrônico] / Kenneth 
 Murphy ; tradução: Denise C. Machado, Gaby Renard, 
 Lucien Peroni Gualdi ; revisão técnica: Denise C. Machado. – 
 8. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.
 Editado também como livro impresso em 2014.
 ISBN 978-85-8271-040-1
 1. Ciências biológicas. 2. Imunologia. 3. Imunobiologia. 
 I. Título. 
CDU 577.27
Murphy_8edicao_Iniciais_eletronica.indd iiMurphy_8edicao_Iniciais_eletronica.indd ii 03/02/14 08:4403/02/14 08:44
Capítulo 1 Conceitos Básicos em Imunologia 17
1.14 O desenvolvimento e a sobrevivência dos linfócitos são 
determinados por sinais recebidos por seus receptores antigênicos
A produção contínua de linfócitos por toda a vida cria o problema de manter relati-
vamente constante o número total de linfócitos periféricos. Além disso, com tantos 
receptores de antígenos diferentes sendo produzidos durante o desenvolvimento 
dos linfócitos, é inevitável que receptores potencialmente perigosos que podem 
reagir contra os antígenos próprios, os autoantígenos, sejam produzidos. Esses dois 
problemas podem ser resolvidos fazendo a sobrevivência dos linfócitos depender 
de sinais recebidos por seu receptor de antígeno. Os linfócitos que reagem inten-
samente aos antígenos próprios durante o desenvolvimento são removidos por de-
leção clonal, como previsto pela teoria de deleção clonal de Burnet, antes que eles 
maturem a um estágio no qual possam causar prejuízos. A completa ausência de si-
nais do receptor antigênico durante o desenvolvimento também pode levar à morte 
celular. Os linfócitos que recebem muitos ou poucos sinais durante seu desenvolvi-
mento são eliminados por uma forma de suicídio celular denominada apoptose ou 
morte celular programada.
A palavra apoptose – a qual é derivada do grego e significa “queda das folhas 
de árvores” – é uma maneira de regular o número de células no organismo. A 
apoptose é responsável, por exemplo, pela morte e pela renovação das células 
epiteliais intestinais e da pele, além da regeneração das células do fígado. A cada 
dia a medula óssea produz milhões de novos neutrófilos, monócitos, hemácias e 
linfócitos, e essa produção deve ser balanceada por uma perda igual. A maioria 
dos leucócitos tem período de vida relativamente curto e morre por apoptose. As 
células mortas são fagocitadas e degradadas por macrófagos especializados no 
fígado e no baço.
Finalmente, se um receptor de linfócito não for utilizado por um período de tempo 
relativamente curto após sua entrada no repertório da periferia, as células portado-
ras desse receptor morrem, dando lugar a outros linfócitos com diferentes recep-
tores. Dessa forma, os receptores autorreativos são eliminados, e os receptores são 
testados para assegurar que sejam potencialmente funcionais. Os mecanismos que 
formam e mantêm o repertório de receptores de linfócitos serão considerados no 
Capítulo 8.
1.15 Os linfócitos encontram e respondem ao antígeno nos órgãos 
linfoides periféricos
Os antígenos e os linfócitos eventualmente se encontram nos órgãos linfoides peri-
féricos – nos linfonodos, no baço e nos tecidos linfoides das mucosas (ver Fig. 1.8). 
Os linfócitos virgens maduros estão continuamente recirculando por esses tecidos, 
para onde os antígenos patogênicos são levados do local da infecção, sobretudo por 
células dendríticas. Os órgãos linfoides periféricos são especializados no aprisiona-
Figura 1.16 Os receptores de células T (TCRs) 
ligam-se ao complexo de um fragmento antigê-
nico e a uma molécula própria. Diferentemente 
da maioria dos anticorpos, os TCRs podem reco-
nhecer epítopos que estão escondidos no antígeno 
(primeira figura). Esses antígenos devem primeiro 
ser degradados por proteinases (segunda figura), 
e os epítopos do peptídeo devem ser entregues a 
uma molécula própria, chamada de molécula do 
complexo principal de histocompatibilidade (MHC) 
(terceira figura). É nessa forma, como complexo de 
peptídeo e molécula do MHC, que os antígenos 
são reconhecidos pelos TCRs (quarta figura).
TCR
Molécula
do MHC
Molécula
do MHC
Epítopo do
peptídeo
Os epítopos 
reconhecidos pelos 
TCRs em geral estão 
escondidos
O antígeno deve 
primeiramente ser 
quebrado em 
fragmentos peptídicos
O epítopo do peptídeo 
liga-se a uma molécula 
própria, uma molécula 
do MHC
O TCR liga-se a um 
complexo de molécula 
do MHC e epítopo do 
peptídeo
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Parte I Introdução à Imunobiologia e à Imunidade Inata18
mento das células dendríticas portadoras de antígenos e facilitam o início das res-
postas imunes adaptativas.
Os tecidos linfoides periféricos são compostos por agregados de linfócitos em uma 
rede de células estromais não leucocitárias, as quais fornecem a organização estru-
tural básica do tecido e os sinais de sobrevivência para auxiliar a manutenção da 
vida dos linfócitos. Além dos linfócitos, órgãos linfoides periféricos também contêm 
macrófagos e células dendríticas residentes.
Quando uma infecção ocorre em um tecido como a pele, antígenos livres e células 
dendríticas portadoras de antígenos migram do local de infecção pelos vasos linfá-
ticos aferentes para os linfonodos de drenagem (Fig. 1.17), tecidos linfoides perifé-
ricos onde eles ativam linfócitos antígeno-específicos. Então, os linfócitos ativados 
passam por um período de proliferação e diferenciação, após o qual a maioria dei-
xa os linfonodos como células efetoras via vasos linfáticos eferentes. Isso, por fim, 
retorna-os à corrente sanguínea (ver Fig. 1.8), a qual os leva até os tecidos nos quais 
atuarão. Todo esse processo leva em torno de quatro a seis dias do momento em que 
o antígeno é reconhecido, o que significa que uma resposta imune adaptativa contra 
um antígeno que não tenha sido encontrado anteriormente não se torna efetiva até 
cerca de uma semana após a infecção (ver Fig. 1.34). Os linfócitos virgens que não 
reconhecem seu antígeno também saem pelos vasoslinfáticos eferentes e retornam 
ao sangue, onde continuam a recircular pelos tecidos linfoides até que reconheçam 
seu antígeno ou morram.
Os linfonodos são órgãos linfoides altamente organizados, localizados nos pontos 
de convergência de vasos do sistema linfático, o sistema mais extenso que coleta 
líquido extracelular dos tecidos e retorna-o ao sangue (ver Fig. 1.8). Esse líquido ex-
tracelular é produzido continuamente pela filtração do sangue e é chamado de linfa. 
A linfa sai dos tecidos periféricos devido à pressão exercida pela sua produção contí-
nua, e é conduzida por vasos linfáticos, ou linfáticos. As válvulas unidirecionais dos 
vasos linfáticos impedem um fluxo reverso, e os movimentos de uma parte do corpo 
em relação à outra são importantes no direcionamento da linfa.
Os vasos linfáticos aferentes drenam os líquidos dos tecidos e levam os patóge-
nos e células portadoras de antígenos dos tecidos infectados para os linfonodos 
(Fig. 1.18). Os antígenos livres simplesmente se difundem pelo líquido extracelular 
para o linfonodo, enquanto as células dendríticas migram ativamente para os linfo-
nodos, atraídas por quimiocinas. As mesmas quimiocinas também atraem os linfó-
citos do sangue, os quais entram nos linfonodos passando pelas paredes de vasos 
sanguíneos especializados chamados vênulas endoteliais altas (HEVs, do inglês 
high endothelial venules). Nos linfonodos, os linfócitos B são localizados nos folí-
culos, os quais formam o córtex externo do linfonodo, com células T distribuídas 
de maneira mais difusa nas áreas paracorticais circundantes, também chamadas 
de córtex medular ou zonas de células T (ver Fig. 1.18). Os linfócitos que migram 
do sangue para os linfonodos entram inicialmente nas áreas paracorticais, e as célu-
las dendríticas apresentadoras de antígeno e os macrófagos, como são atraídos pela 
mesma quimiocina, também migram para esse local. Os antígenos livres difusos nos 
linfonodo podem ser aprisionados nessas células dendríticas e nesses macrófagos. 
Essa justaposição de antígeno, APCs e células T virgens na zona de células T cria um 
ambiente ideal no qual as células T virgens podem ligar seu antígeno específico e, 
dessa maneira, tornar-se ativadas.
Como dito anteriormente, a ativação de células B em geral requer não apenas um 
antígeno, que se liga ao BCR, mas também a cooperação de células T auxiliares ati-
vadas, um tipo de célula T efetora (ver Seção 1.4). A localização das células B e T 
nos linfonodos é regulada de forma dinâmica pelo seu estado de ativação. Quando 
elas tornam-se ativadas, as células B e T movem-se para a borda do folículo e para 
a zona de células T, onde as células T podem fornecer sua função auxiliar às células 
B. Alguns folículos de células B incluem os centros germinativos, onde as células B 
são submetidas a uma intensa proliferação e diferenciação em células plasmáticas. 
Esses mecanismos serão descritos detalhadamente no Capítulo 10.
Os linfócitos e a linfa
retornam para o sangue
via ducto torácico
Os linfócitos virgens
entram nos
linfonodos pelo sangue
Tecido
periférico
infectado
Linfonodo
Coração
Os antígenos dos locais de
infecção alcançam os linfonodos
via linfáticos
Figura 1.17 Os linfócitos circulantes encon-
tram o antígeno nos órgãos linfoides perifé-
ricos. Os linfócitos virgens recirculam constan-
temente pelos tecidos linfoides periféricos, aqui 
ilustrados como um linfonodo poplíteo – linfonodo 
localizado atrás do joelho. No caso de uma infec-
ção no pé, esse será o linfonodo que fará a dre-
nagem, onde os linfócitos poderão encontrar seus 
antígenos específicos e tornar-se ativados. Os lin-
fócitos ativados e não ativados retornam à corrente 
sanguínea via sistema linfático.
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Capítulo 1 Conceitos Básicos em Imunologia 19
Em seres humanos, o baço é o primeiro órgão em tamanho situado logo atrás do 
estômago (ver Fig. 1.8). Esse órgão não tem ligação direta com o sistema linfáti-
co; ao contrário, ele coleta antígenos do sangue e está envolvido nas respostas 
imunes contra os patógenos sanguíneos. Os linfócitos entram e saem do baço via 
vasos sanguíneos. O baço ainda coleta e descarta as hemácias senescentes. Sua 
organização é apresentada esquematicamente na Figura 1.19. Grande parte do 
baço é composta por polpa vermelha, o local de descarte das hemácias. Os lin-
fócitos circundam as arteríolas que correm pelo baço, formando áreas isoladas 
de polpa branca. A camada de linfócitos ao redor de uma arteríola é chamada de 
bainha linfoide periarteriolar (PALS, do inglês periarteriolar lymphoid sheath), 
e contém principalmente células T. Os folículos linfoides são localizados nos in-
tervalos, e contêm principalmente células B. A chamada zona marginal circunda 
o folículo; ela tem poucas células T, é rica em macrófagos e tem uma população 
residente de células B não circulantes conhecidas como zona marginal de célu-
las B, sobre a qual pouco se sabe; ela será discutida no Capítulo 8. Os microrga-
nismos circulantes, os antígenos solúveis e os complexos antígeno:anticorpo são 
filtrados a partir do sangue por macrófagos e por células dendríticas imaturas na 
zona marginal. Como a migração das células dendríticas imaturas dos tecidos 
periféricos para as áreas de células T dos linfonodos, as células dendríticas das 
zonas marginais do baço migram para as áreas de células T após capturarem os 
antígenos e tornarem-se ativadas; nesse local, elas são capazes de apresentar os 
antígenos para as células T.
A maioria dos patógenos entra no organismo pelas superfícies das mucosas, e tam-
bém é exposta a uma grande quantidade de outros antígenos potenciais do ar, dos 
alimentos e da flora microbiana natural do corpo. As superfícies das mucosas são 
protegidas por um extenso sistema de tecidos linfoides conhecidos em geral como 
sistema imune de mucosa ou tecidos linfoides associados às mucosas (MALTs, 
do inglês mucosa-associated lymphoid tissues). Coletivamente, o sistema imune de 
mucosa parece conter a mesma quantidade de linfócitos existentes em qualquer 
outra parte do corpo, e eles formam um grupo de células especializadas que obede-
cem, de certa forma, regras diferentes de recirculação das regras dos outros órgãos 
linfoides periféricos. Os tecidos linfoides associados ao intestino (GALTs, do in-
glês gut-associated lymphoid tissues) incluem as tonsilas, os adenoides e o apên-
dice, e as estruturas especializadas do intestino delgado denominadas placas de 
Peyer, e coletam os antígenos das superfícies epiteliais do trato gastrintestinal. Nas 
placas de Peyer, que são, dentre esses, os tecidos mais importantes e altamente or-
Figura 1.18 Organização de um linfonodo. 
Como mostrado na figura da esquerda, que mostra 
um linfonodo em corte longitudinal, o linfonodo é 
composto por um córtex mais externo e uma me-
dula interna. O córtex é composto por uma cama-
da externa de células B organizadas em folículos 
linfoides, e áreas profundas, ou paracorticais, 
compostas principalmente por células T e células 
dendríticas. Quando uma resposta imune está em 
ação, alguns folículos contêm áreas centrais de 
intensa proliferação de células B, chamadas de 
centros germinais e conhecidas como folículos 
linfoides secundários. Estas reações são muito 
drásticas, mas eventualmente desaparecem como 
centros germinais senescentes. A linfa drenada dos 
espaços extracelulares do organismo leva antíge-
nos nas células dendríticas fagocíticas e nos ma-
crófagos fagocíticos dos tecidos para o linfonodo 
via vasos linfáticos aferentes. Os antígenos e os 
macrófagos migram diretamente dos seios venosos 
para regiões celulares do nodo. A linfa sai pelos va-
sos linfáticos eferentes na medula. A medula con-
siste em cordões de macrófagos e células plasmá-
ticas secretoras de anticorpos, conhecidas como 
cordões medulares. Os linfócitos virgens entram 
nos nodos pela corrente sanguínea por meio de 
vênulas pós-capilares especializadas(não mostra-
do) e saem com a linfa pelos linfáticos eferentes. A 
fotomicrografia óptica mostra um corte transversal 
do linfonodo, com folículos proeminentes contendo 
os centros germinais. (Aumento de 7 �; fotografia 
cortesia de N. Rooney.)
Centro germinal
Centro germinal
senescente
Folículo linfoide
secundário (com
centro germinal)
Seio cortical
Área paracortical
(maioria de células T)
Seio marginal
Artéria
Vaso linfático
eferente
Seio medular
Cordões medulares
(macrófagos e
células plasmáticas)
Folículo linfoide
primário (maioria de
células B)
Veia
Vaso linfático
aferente
Linfonodo
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Parte I Introdução à Imunobiologia e à Imunidade Inata20
ganizados, o antígeno é capturado por células epiteliais especializadas chamadas 
de células microfenestradas ou células M (Fig. 1.20). Os linfócitos formam um 
folículo constituído por uma grande região central de linfócitos B circundados por 
uma menor quantidade de linfócitos T. As células dendríticas residentes nas placas 
de Peyer apresentam o antígeno aos linfócitos T. Os linfócitos entram nas placas de 
Peyer pela circulação sanguínea e saem por vasos linfáticos eferentes. Os linfócitos 
efetores produzidos nas placas de Peyer circulam pelo sistema linfático e para a cor-
rente sanguínea, de onde são novamente levados aos tecidos das mucosas para que 
realizem suas ações efetoras.
No trato respiratório e em outras mucosas eles são similares, mas são agregados 
mais difusos de linfócitos: o tecido linfoide associado à região nasal (NALT, do 
inglês nasal-associated lymphoid tissue) e tecido linfoide associado aos brônquios 
(BALT, do inglês bronchus-associated lymphoid tissue) estão presentes no trato res-
Artéria
trabecular
RP Polpa brancaCápsula
Seio
venoso
Secção longitudinal da polpa brancaSecção transversal da polpa branca
RP
PFZ
Coroa de células B
GC
Arteríola central
PALS
Veia
trabecular
PFZ
MZ
Co
GC
PALS
PFZ
RP
MZ
Baço
Figura 1.19 Organização dos tecidos linfoides do baço. O esquema no 
topo à esquerda mostra que o baço consiste em uma polpa vermelha (áreas 
cor-de-rosa), que é o local de destruição das hemácias, entremeada com a 
polpa branca linfoide. A figura superior à direita exibe uma ampliação de uma 
pequena secção do baço humano, mostrando o arranjo de discretas zonas de 
polpa branca (amarelo e azul) ao redor de arteríolas centrais. A maior par-
te da polpa branca pode ser vista na secção transversal, com duas porções 
ilustradas em secção longitudinal. Os dois diagramas esquemáticos inferiores 
mostram uma ampliação de um corte transversal (figura inferior, no centro) e de 
um corte longitudinal (figura inferior, à direita) da polpa branca. Circundando a 
arteríola central, encontra-se a bainha linfoide periarteriolar (PALS), composta 
por células T. Nesse local, os linfócitos e as células dendríticas carregadas de 
antígenos se encontram. Os folículos consistem principalmente de células B; 
em um folículo secundário, um centro germinal é circundado por uma coroa 
de células B. Os folículos são circundados pela chamada zona marginal de 
linfócitos. Em cada área de polpa branca, o sangue, carregando linfócitos e an-
tígenos, flui de uma artéria trabecular para uma arteríola central. A partir dessa 
arteríola, vasos sanguíneos menores se espalham, para terminar em uma zona 
especializada do baço humano, chamada de zona perifolicular (PFZ), que cir-
cunda cada zona marginal. As células e os antígenos passam então pela polpa 
branca pelos espaços cheios de sangue na PFZ. A fotomicrografia óptica de 
uma imuno-histoquímica (figura inferior, à esquerda) mostra uma secção trans-
versal da polpa branca de um baço humano corado para células B maduras. 
Os folículos e as PALS são circundados pela PFZ. A arteríola folicular emerge 
nas PALS (ponta de seta na parte inferior), cruza os folículos e passa pela zona 
marginal, caindo na PFZ (pontas de seta na parte superior). Co, coroa de célu-
las B foliculares; GC, centro germinal; MZ, zona marginal; RP, polpa vermelha; 
pontas de seta, arteríola central. (Fotografia cortesia de N.M. Milicevic.)
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Capítulo 1 Conceitos Básicos em Imunologia 21
piratório. Assim como as placas de Peyer, esses tecidos linfoides de mucosa também 
são revestidos por células M, por onde podem passar os microrganismos inalados e 
os antígenos que são aprisionados no muco que reveste o trato respiratório. O siste-
ma imune de mucosa será discutido no Capítulo 12.
Embora sejam muito diferentes quanto à aparência, os linfonodos, o baço e os 
MALTs compartilham a mesma arquitetura básica. Todos operam sob o mesmo 
princípio, aprisionando antígenos e APCs dos locais de infecções e capacitando-os 
a apresentar antígenos para os pequenos linfócitos migratórios, induzindo, dessa 
forma, as respostas imunes adaptativas. Os tecidos linfoides periféricos também 
fornecem sinais de sustentação para os linfócitos que não encontram seu antígeno 
específico imediatamente, de modo que sobrevivam e continuem a recircular.
Por estarem envolvidos na resposta imune adaptativa inicial, os tecidos linfoides 
periféricos não são estruturas estáticas, mas variam de maneira bastante acentu-
ada, dependendo da existência ou não de infecção. Um tecido linfoide de mucosa 
difuso pode aparecer em resposta a uma infecção e então desaparecer, enquanto 
a arquitetura dos tecidos organizados muda de modo mais definido durante uma 
infecção. Por exemplo, os folículos de células B dos linfonodos se expandem com a 
proliferação dos linfócitos B para formar os centros germinais (ver Fig. 1.18), e todo 
o linfonodo aumenta, um fenômeno comumente conhecido como glândulas incha-
das, ou íngua.
Finalmente, populações especializadas de linfócitos podem ser encontradas distri-
buídas ao longo de todos os locais específicos do corpo em vez de serem encontra-
das em tecidos linfoides organizados. Tais locais incluem o fígado e a lâmina própria 
do intestino, bem como a base do epitélio que reveste o intestino, o epitélio repro-
dutivo e, em camundongos, mas não no homem, a epiderme. Essas populações 
linfocitárias parecem ter um papel importante na proteção desses tecidos contra 
infecções, e serão descritas mais adiante nos Capítulos 8 e 12.
1.16 A ativação dos linfócitos requer sinais adicionais além dos sinais 
baseados na ligação do antígeno ao receptor de antígeno
Os tecidos linfoides periféricos promovem a interação entre as APCs portadoras de 
antígeno e os linfócitos, mas somente o antígeno não é suficiente para iniciar uma 
resposta imune adaptativa.
Os linfócitos requerem outros sinais para tornar-se ativados e adquirir funções 
efetoras. Esses sinais são emitidos para os linfócitos por outra célula por meio de 
suas moléculas de superfície celular, conhecidas em geral como moléculas coesti-
muladoras (ver Seção 1.8). Para as células T virgens, uma célula dendrítica ativada 
normalmente emite esses sinais, mas para as células B virgens o segundo sinal é 
emitido por uma célula T auxiliar ativada (Fig. 1.21). A natureza desses sinais será 
discutida detalhadamente no Capítulo 7.
Figura 1.20 Organização da placa de Peyer 
na mucosa intestinal. Como mostra a figura à 
esquerda, a placa de Peyer contém numerosos 
folículos de células B com centros germinais. As 
células T ocupam as áreas entre os folículos e as 
áreas dependentes de células T. A camada entre a 
superfície epitelial e os folículos é conhecida como 
cúpula subepitelial, e é rica em células dendríticas, 
células T e células B. As placas de Peyer não têm 
linfáticos aferentes e os antígenos entram direta-
mente do intestino através de um epitélio especia-
lizado constituído nas chamadas células microfe-
nestradas (células M). Embora esse tecido pareça 
bastante diferente dos outros órgãos linfoides, as 
divisões básicas estão mantidas. Como nos linfo-
nodos, os linfócitosvindos do sangue entram nas 
placas de Peyer através das paredes das vênulas 
endoteliais altas (não mostrado), e saem via vasos 
linfáticos eferentes. Na Figura a, a fotomicrogra-
fia óptica mostra um corte da placa de Peyer na 
parede intestinal de um camundongo. A placa de 
Peyer pode ser vista abaixo dos tecidos epiteliais. 
GC, centro germinal; TDA, área dependente de cé-
lula T. A Figura b é uma fotomicrografia eletrônica 
de varredura de um epitélio associado ao folículo 
mostrado na Figura a, mostrando as células M com 
ausência de microvilosidades e camada de muco 
presente nas células epiteliais normais. Cada cé-
lula M aparece como uma depressão na superfície 
epitelial. A Figura c é uma vista de maior magnitu-
de da área da Figura b, mostrando a superfície pre-
gueada, característica de uma célula M. As células 
M são a porta de entrada para muitos patógenos e 
outras partículas. (a) Corante de hematoxilina e eo-
sina, aumento de 100 �; (b) Aumento de 5.000 �; 
(c) Aumento de 23.000 �. (Fonte: Mowat, A., Viney, 
J.: Immunol. Rev. 1997, 156: 145–166.)
Centro germinal
Células T
Epitélio associado
ao folículo
Cúpula subepitelial
Folículo
Linfáticos
eferentes
As placas de Peyer são cobertas por uma camada epitelial que contém células especializadas chamadas células M, 
as quais apresentam características de pregas na membrana
TDA GC
Célula
M
a
b
c
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Parte I Introdução à Imunobiologia e à Imunidade Inata22
A indução de moléculas coestimuladoras é importante no início da resposta imune 
adaptativa porque o contato com o antígeno, sem o acompanhamento de uma mo-
lécula coestimuladora, inativa os linfócitos T virgens em vez de ativá-los, levando 
à deleção clonal ou a um estado inativado conhecido como anergia. Esse tópico 
será retomado no Capítulo 8. Dessa forma, é preciso adicionar um postulado final 
à teoria de seleção clonal. Um linfócito virgem pode ser ativado apenas por células 
que portam não apenas o antígeno específico, mas também as moléculas coestimu-
ladoras, cuja expressão é regulada pela imunidade inata.
Os macrófagos e as células B também podem apresentar antígenos estranhos em 
sua superfície e podem ser induzidas a expressar as moléculas coestimuladoras e, 
assim, ativar as células T. Essas três APCs especializadas do sistema imune estão 
ilustradas na Figura 1.22. Dentre as três, as células dendríticas são as mais importan-
tes para iniciar a resposta imune adaptativa, enquanto as outras atuam como APCs 
nos estágios tardios, quando as células T adquiriram atividades efetoras específicas. 
Essas circunstâncias serão discutidas nos Capítulos 9 e 10.
1.17 Os linfócitos ativados por antígenos proliferam nos órgãos linfoides 
periféricos, gerando células efetoras e memória imune
A grande diversidade de receptores de linfócitos significa que, normalmente, haverá 
pelo menos alguns que poderão se ligar a um determinado antígeno estranho. Con-
tudo, esse número será bem pequeno, certamente não o suficiente para produzir 
uma resposta contra o patógeno. Para gerar linfócitos efetores antígeno-específicos 
em número suficiente para combater uma infecção, um linfócito com um receptor 
de especificidade adequada é primeiro ativado para proliferar. Somente quando um 
grande clone de células idênticas for produzido é que eles finalmente se diferen-
ciarão em células efetoras. Quando os linfócitos virgens reconhecem seu antígeno 
específico em uma APC ativada, eles param de migrar, o volume do núcleo e do ci-
toplasma aumenta, e novos mRNAs e novas proteínas são sintetizados. Em poucas 
horas, a célula está totalmente diferente e é conhecida como linfoblasto.
Os linfoblastos em divisão são capazes de se duplicar de duas a quatro vezes a cada 
24 horas por três a cinco dias, de modo que um único linfócito virgem pode produ-
zir um clone de cerca de 1.000 células-filhas de idêntica especificidade. Estas então 
se diferenciam em células efetoras. No caso das células B, as células efetoras dife-
renciadas são as células plasmáticas, que secretam anticorpo. No caso de células 
T, as células efetoras são as células T citotóxicas capazes de destruir as células in-
fectadas, ou as células T auxiliares que ativam outras células do sistema imune. 
Os linfócitos efetores não recirculam como os linfócitos virgens. Algumas células T 
efetoras detectam os locais de infecção e migram do sangue para esse local; outras 
Figura 1.21 São necessários dois sinais para 
a ativação dos linfócitos. Além de receber um 
sinal de seu receptor de antígeno (sinal 1), os linfó-
citos virgens maduros também devem receber um 
segundo sinal (sinal 2), para se tornarem ativados. 
Para as células T (figura à esquerda), esse segun-
do sinal é emitido por uma célula apresentadora de 
antígeno como a célula dendrítica aqui representa-
da. Para as células B (figura à direita), o segundo 
sinal é em geral emitido por uma célula T ativada, 
a qual reconhece os peptídeos antigênicos captu-
rados, processados e apresentados pela célula B 
em sua superfície.
Ligação antígeno-receptor e coestimulação da
célula T pela célula dendrítica
Proliferação e diferenciação da célula T
para adquirir função efetora
Linfócito T Linfócito T Linfócito BCélula dendrítica
Ligação antígeno-receptor e ativação
da célula B pela célula T
Proliferação e diferenciação da célula B
para adquirir função efetora
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DICA DO PROFESSOR
Vejamos como ocorre o movimento e quais linhagens celulares envolvidas.
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EXERCÍCIOS
1) Os tecidos linfoides são regiões especializadas repletas de linfócitos. Para melhor 
caracterização, podemos classificá-los como: 
A) Principal e secundário.
B) Vasos linfáticos e linfonodos
C) Primário e acessório.
D) Primário e auxiliar.
E) Primário e secundário.
2) São exemplos de tecido linfático primário: 
A) Timo e linfonodos.
B) Timo e baço.
C) Timo, baço e medula óssea.
D) Medula óssea, linfonodos e timo.
E) Timo e medula óssea.
3) Qual o tipo de progenitor linfoide, conhecido como pequenos linfócitos, que 
amadurece no timo? 
A) Linfócito B.
B) Natural killer.
C) Neutrófilo.
D) Eosinófilo.
E) Linfócito T.
4) As células dendríticas chegam a um linfonodo por vasos linfáticos ______________. 
A) Primários.
B) Eferentes.
C) Centro germinativo.
D) Secundários.
E) Aferentes.
5) Qual a característica que diferencia o baço dos demais órgãos linfoides secundários? 
A) O baço não contém células T.
B) Filtra o sangue e a linfa.
C) O baço é povoado por células especializadas chamadas células M.
D) Recebe patógenos através dos vasos linfáticos aferentes.
E) O baço não tem conexão com os vasos linfáticos.
NA PRÁTICA
No segmento estético, tem sido dado um grande destaque às técnicas de redução de medidas. 
Uma das técnicas que proporciona tal efeito é denominada drenagem linfática.
 
 
 
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Sistema Linfático
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