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GESTÃO DE PROJETOS DE TI Allan de Souza Muniz Execução e monitoramento de projetos de TI Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Definir o planejamento em ondas sucessivas e seu papel em projetos de TI. � Descrever a fase de execução do projeto e seus respectivos processos. � Aplicar os processos de monitoramento e controle previstos pelo PMBOK®. Introdução Neste capítulo você vai estudar os princípios que norteiam o acompanha- mento do progresso de um projeto, a realização das entregas previstas e o processo de tomada de decisão. É de fundamental importância entender a necessidade de seguir o plano de projeto, o cronograma, o escopo e seus custos, de forma a manter sob controle e monitoramento a execução das atividades planejadas. Muito embora a organização prevista em um ambiente de projetos possa parecer exagerada, seu planejamento e, acima de tudo, seu controle são essenciais. Não são raros os casos em que projetos são entregues fora do prazo, ou muito acima do orçamento, ou ainda em que os projetos entregam produtos bem distintos do originalmente planejado, gerando frustração naquele que deveria mais se agradar com suas entregas: o cliente. 1 Planejamento em ondas sucessivas O planejamento de qualquer projeto é algo trivial e de suma importância para qualquer gerente de projetos. Sem um plano, como garantir entregas e qualidade, controle de custos, cumprimento do cronograma, controle de entregas dos fornecedores, recursos humanos no time de projeto, entre muitos outros objetivos? Essas perguntas corroboram a necessidade de se ter um bom planejamento para que todo o ciclo de vida do projeto flua sem grandes surpresas. O problema é que certos projetos são extremamente complexos, e nem sempre é possível planejar tudo na estrutura analítica do projeto (EAP). Quando não temos certeza ou detalhamento suficiente do que será feito em alguns dos componentes da EAP, ou então pairam muitas incertezas, ou até mesmo quando a probabilidade de mudanças é muito alta, então, um recurso necessário para o projeto é o seu planejamento em ondas sucessivas (ou rolling wave planning). O PMBOK®, que é o guia do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos publicado pelo Project Management Institute (PMI, 2017), define o planejamento em ondas sucessivas como uma forma de planejar elaborada progressivamente, na qual o trabalho de curto prazo é realizado de modo detalhado em um nível baixo da EAP, enquanto o trabalho de longo prazo é planejado para os componentes da EAP em um nível mais alto. Esse recurso é muito utilizado por gerentes de projeto, pois, quando possível, planeja-se o projeto no curto prazo, deixando para depois os eventos de maior incerteza. O planejamento em ondas sucessivas é um recurso potente, especialmente porque, em projetos com mudanças constantes, como é o caso de projetos de desenvolvimento de software, com frequência não é possível definir todo o escopo do projeto em detalhes. Assim, de forma iterativa e incremental, o software pode ser desenvolvido em etapas menores, de forma repetitiva em pequenos ciclos ou sprints. À medida que o sistema é desenvolvido, respostas para perguntas feitas anteriormente surgem de forma natural e muitas incertezas vão ficando pelo caminho com o avanço no desenvolvimento do produto. Daí o nome de planejamento em ondas sucessivas. Dito de outra forma, o trabalho de elaboração e detalhamento do escopo (e posteriormente das atividades — tempo) do projeto é progressivo, sendo realizado desde a fase de iniciação e planejamento até a execução e controle. Execução e monitoramento de projetos de TI2 Especialmente em projetos em tecnologia da informação (TI) — uma vez que cada sistema em uma organização é único e específico para resolver problemas também muito específicos —, não é raro gerentes de projeto enfren- tarem desafios novos. Diante desses desafios, um gerente de projetos não pode simplesmente responder “não sei” para um possível sponsor (patrocinador) do projeto frente às clássicas perguntas: “quanto vai custar este projeto?” e “quanto tempo levará para o sistema ficar pronto?”. Para ajudar a responder essas perguntas, o PMI (2017) traz duas dicas fundamentais: 1. Diante do desafio de liderar um novo projeto de TI desafiador para um novo software, e estando com pouquíssimas informações, o gerente de projetos pode lançar mão do seu background, de sua expertise em projetos anteriores, o que ajuda a reduzir um pouco da incerteza inicial. 2. O gerente de projetos pode também coletar dados históricos de cola- boradores dentro da organização que já tenham tentado desenvolver o mesmo sistema antes ou que tenham criado algo semelhante na mesma organização. Eles certamente terão muito a contribuir nesse sentido, porque suas estimativas servirão também para prover dados aproxi- mados em termos de custo e prazo do projeto. Ao apresentar os dados aproximados considerando esses dois fatores, o sponsor do projeto terá uma aproximação em termos de requisitos ao longo do tempo e recursos necessários para o projeto. Também terá um cronograma conhecido como primeiro planejamento no horizonte, ou seja, um planeja- mento realizado pelo gerente considerando até onde ele pode enxergar (número de dias, a próxima fase do projeto ou mesmo quando o próximo marco ou entregável do projeto estará finalizado). Gerentes de projetos de TI encaram tais situações com frequência, pois o escopo do projeto é dinâmico e seus requisitos se modificam a todo instante. Muitas vezes, os clientes não sabem ao certo o que desejam e podem fazer solicitações rasas do que realmente desejam para a solução dos seus pro- blemas. Nessas ocasiões, prototipações de software podem ajudar bastante, pois, quando um cliente se depara com algumas telas rascunhadas do futuro software, ele passa a ter uma ideia melhor do produto que será desenvolvido. Isso gera diversos insights valiosos para o time de desenvolvimento durante o ciclo de vida do projeto. 3Execução e monitoramento de projetos de TI Um gerente de TI deve ter inteligência emocional e equilíbrio para lidar com as expec- tativas e cobranças dos patrocinadores do projeto. Estes, por não serem profissionais da área de TI e até mesmo por ignorarem o verdadeiro potencial da tecnologia da informação, podem não ser capazes de enxergar questões de suma importância em um projeto de TI, como o conhecimento da infraestrutura tecnológica organizacional, aspectos fundamentais da segurança da informação durante o ciclo de vida do projeto etc. 2 Execução do projeto e seus processos O PMBOK (PMI, 2017) descreve os processos de execução de um projeto como a fase responsável por realizar os trabalhos planejados no plano de ge- renciamento de projeto, com o objetivo de concluir todos os pacotes previstos, cumprindo com os requisitos do projeto. O grupo de processos de execução engloba a coordenação de recursos, o gerenciamento das partes interessadas no projeto, bem como a integração e execução das atividades do projeto. A grande vantagem ou benefício do grupo de processos envolvidos nesta fase é que o trabalho necessário para cumprir os requisitos e o objetivo do projeto segue o plano (NOKES; KELLY, 2012). Como você pode imaginar, grande parte dos recursos, do orçamento e do tempo do projeto é consumido nesta fase. Daí a importância de se planejar e muito bem o projeto antes de se colocar a mão na massa. Segundo Vargas (2018a), essa fase e crucial porque é nela que se evidenciam os erros que foram cometidos nas fases anteriores. Vejamos em mais detalhes cada processo do grupo de processos de exe- cução, segundo o PMBOK (PMI, 2017). Orientação e gerenciamento do trabalho do projeto Segundo o PMBOK (PMI, 2017), este é um processo de liderança e execução do trabalho previamente organizado no plano de gerenciamento do projeto, sendo, portanto, realizado ao longo do projeto. Ele permitetambém que as mudanças aprovadas possam ser implementadas para atingir os objetivos do projeto. Exemplos conhecidos para a orientação e gerenciamento do trabalho Execução e monitoramento de projetos de TI4 de um projeto são o registro de mudanças (projetos podem e sofrem, com frequência, alterações ao longo do seu ciclo de vida), o cronograma do projeto e o registro dos riscos do projeto. Gestão do conhecimento do projeto O PMBOK (PMI, 2017) prevê que o uso do conhecimento é determinante para alavancar os resultados (uso de conhecimento organizacional), bem como apoiar operações, fases ou projetos futuros (todo conhecimento criado pelo próprio projeto). Uma ótima ferramenta para o gerenciamento de um projeto no que tange ao conhecimento é o registro de lições aprendidas, evitando que erros cometidos em um projeto reapareçam em projetos futuros, melhorando a qualidade. Gestão da qualidade O PMBOK (PMI, 2017) explica que este processo é responsável por transfor- mar o plano de gerenciamento da qualidade em atividades que sejam capazes de incorporar, dentro do projeto, as políticas de qualidade da organização, aumentando a probabilidade de entregas que atendam aos objetivos da qua- lidade, bem como identificando processos ineficazes e que estejam causando baixa qualidade. Aqui são necessários, por exemplo, medições de controle da qualidade, métricas de qualidade, registro de lições aprendidas e relatórios de risco capazes de garantir a entrega de qualidade prevista. Aquisição de recursos De acordo com o PMBOK (PMI, 2017), recursos podem ser equipamentos, instalações, membros da equipe, suprimentos e outros recursos necessários para a conclusão do projeto. Este processo é realizado ao longo da execução do projeto e de forma periódica, conforme a necessidade. Ele tem como bases documentais o cronograma do projeto, o calendário de recursos, bem como os requisitos para sua aquisição, entre outros documentos necessários para otimizar este processo. Recursos são finitos e, portanto, devem ser utilizados com sabedoria. 5Execução e monitoramento de projetos de TI Desenvolvimento da equipe Este processo é fundamental, porque envolve pessoas (equipe) no que tange a sua melhoria em termos de competências, interação entre seus membros, minimização da taxa de rotatividade entre os integrantes do time e melhoria geral do desempenho do projeto. Como ocorre no processo de aquisição, o processo de desenvolvimento da equipe ocorre ao longo do projeto. Desig- nações da equipe de projeto, bem como um termo de nomeação da equipe, são próprios deste processo, mas há outros documentos que se encaixam aqui, como o próprio registro das lições aprendidas. Muitas vezes, durante a execução do projeto, determinado conhecimento específico relacionado com o negócio da organização precisa ser adquirido e multiplicado na equipe. Esse conhecimento será de grande valia para projetos futuros em organizações no mesmo ramo de negócios. Gerenciamento da equipe Este processo está relacionado com o acompanhamento do desempenho dos membros da equipe, a resolução de problemas e o gerenciamento de mudanças, objetivando uma otimização do desempenho do projeto, bem como o forneci- mento de feedback à equipe. E no que tange ao feedback, é fundamental que este seja dado sempre com o intuito de corrigir o erro e nunca punir aquele que erra. Um bom gerente de projetos deve servir de exemplo para engajar e motivar seus liderados constantemente. Os erros podem e devem ser usados positivamente em prol do processo de gerenciamento da qualidade, e o gerente de projetos é uma peça fundamental nesse sentido. Ao contrário do que se possa imaginar, erros são sempre muito bem-vindos. Gerenciamento das comunicações Segundo o PMBOK (PMI, 2017), o principal benefício deste processo é permitir um fluxo informacional eficiente e eficaz entre as partes interessadas e a equipe do projeto, o que ocorre ao longo do projeto. O gerenciamento das comuni- cações envolve coleta, criação, distribuição, armazenamento, recuperação e gerenciamento da comunicação de forma adequada ao projeto. Os meios de comunicação precisam ser claros no que tange a garantia de entendimento da mensagem para todos os envolvidos, evitando que os ruídos de comunicação interfiram no processo de transmissão das mensagens aos destinatários durante o ciclo de vida do projeto. Execução e monitoramento de projetos de TI6 Implementação de respostas aos riscos Riscos são inerentes a qualquer projeto. Este processo objetiva a implementação de planos previamente acordados como uma resposta aos riscos que possam se materializar durante o projeto. Dito de outra forma, este processo, ao ser implementado, tem a vantagem de minimizar ameaças individuais ao projeto e maximizar as oportunidades do mesmo (PMI, 2017). Um documento fun- damental deste processo (existem outros, segundo a literatura especializada) é o registro e relatório dos riscos. Saber antecipadamente quais riscos podem ameaçar o sucesso de um projeto será um importante aliado quando os riscos previstos se materializarem. Um ótimo exemplo de resposta aos riscos são as brigadas de incêndio nas organizações. Elas são treinadas constantemente na prevenção de incêndios, mas, se o sinistro ocorrer, cada um saberá o que fazer e como agir para combater o incêndio em sua fase inicial ou para abandonar a instalação em segurança, preservando a integridade física de todos os colaboradores da organização. Condução de aquisições De acordo com o PMBOK (PMI, 2017), este processo é responsável por obter respostas ou selecionar vendedores, trazendo uma importante vantagem para o projeto: a escolha de fornecedores qualificados sob a regra de um acordo legal para as entregas previstas pelo projeto. Nesse sentido, Vargas (2018b) aponta uma importante contribuição para o processo de aquisições, que é o acompanhamento atento dos contratos com fornecedores escolhidos, realizando as mudanças nesses contratos mediante necessidade. A escolha de fornecedores pode ocorrer por licitação. Em algumas organi- zações, o processo licitatório é parte da ética e compliance nos negócios, para garantir transparência na escolha do fornecedor vencedor, minimizando futuras ações fraudulentas que possam beneficiar o contratante de forma indevida. 7Execução e monitoramento de projetos de TI Gestão do engajamento das partes interessadas Em um projeto, a equipe deverá trabalhar e interagir com grupos de pessoas em uma organização que tenham expectativas em um projeto. Esse grupo de pessoas é chamado de parte interessada (stakeholders). Em um projeto, há partes interessadas que têm desejos e necessidades. Muitos dos interesses podem ser positivos, ou seja, as partes percebem que o projeto trará um bene- fício ao entregar um resultado. No entanto, há partes que podem tentar fazer pressões contrárias aos interesses do projeto. Não será detalhado aqui o fator da resistência das partes interessadas, mas é fundamental que o gerente de projetos saiba de sua existência e trabalhe de forma a minimizar as eventuais influências negativas que possam prejudicar as entregas previstas no projeto. Uma forma muito usada para aumentar as chances de sucesso no projeto é engajar as partes interessadas (via comunicação e trabalho direto), pois tal engajamento permite alcançar a transparência, aumentando o nível de apoio ao projeto e também potencializando as chances de sucesso das entregas previstas. Explore o assunto “competências do gerente de projetos” no PMBOK, que faz parte das referências usadas neste capítulo, para entender a importância da liderança em melhorar o ambiente de negociação com as partes interessadas, bem como poten- cializar as habilidades interpessoais em um ambiente de gerenciamento de projetos. 3 Processos de monitoramento e controle Segundo Larson e Gray (2016), o controle é uma das áreas mais ignoradas na disciplina de gerenciamento de projetos. Segundo eles,não é raro haver resis- tências nos processos de controle, e a situação se agrava quando há múltiplos projetos em andamento. É necessário, portanto, um sistema único, capaz de coletar os dados e relatar o progresso de custo, cronograma etc. Os pontos mais críticos são elencados a seguir. Execução e monitoramento de projetos de TI8 De acordo com o PMBOK (PMI, 2017), há a necessidade de se controlar de forma periódica o andamento dos processos em um projeto, como os processos de gerenciamento de riscos, comunicações, recursos, qualidade, custos, cro- nograma, escopo, partes interessadas e aquisições do projeto. O planejamento, apesar de essencial, torna-se nulo se o controle do projeto em cada um desses processos for perdido, razão pela qual deve ser observada, de forma minuciosa, cada um dos itens que acabamos de ver no decorrer dos trabalhos. Para reforçar a gestão, alguns procedimentos serão detalhados a seguir. Definição dos dados a serem coletados Os dados coletados são determinados pelas métricas utilizadas para o controle do projeto. Comumente, os dados coletados se referem aos tempos realizados na duração das atividades, uso de recursos e custos incorridos durante a execução do projeto, os quais são comparados com os mesmos índices plane- jados (LARSON; GRAY, 2016). Em um sistema de monitoramento, uma boa concentração dessas medições repousará em custo/cronograma, permitindo responder a questionamentos como quando o projeto estará concluído, quanto custará, qual o status do projeto em termos de cronograma e custo se com- parado com o planejado etc. Coleta e análise de dados Uma vez que foram definidos os dados a serem coletados, o próximo passo é definir quem (equipe de projeto, algum colaborador contratado, o gerente de projeto etc.), quando (base por hora, diária, semanal, mensal) e de que forma os dados serão coletados. Há algum repositório central para armazenar os dados coletados? Há ainda alguém responsável por sua disseminação? Relatórios Diferentes tipos de relatório poderão ser distribuídos, dependendo do público- -alvo. De forma simplificada, o interesse comum das partes interessadas (prin- cipalmente as gerências de nível sênior) costuma ser se o projeto está dentro do prazo e do orçamento. Há diversos exemplos de relatórios disponíveis na literatura especializada. Vejamos um exemplo para facilitar o entendimento do relatório, mas é apenas uma sugestão. Cada organização poderá adaptar os itens a serem inseridos em um relatório de forma livre, podendo adicionar os indicadores que achar mais aderentes à sua realidade. 9Execução e monitoramento de projetos de TI Relatório de status Status Dentro do prazo Atenção Situação crítica Nome do projeto: Período de referência: De: Até: Autor do documento: Indicadores (custo / prazo / escopo): Status Ação requerida / Comentários Custo: Prazo: Escopo: EAP: Código da EAP Entregas de pacotes de trabalho Início Término Status Atividades finalizadas no período: Código da EAP Responsável pelo trabalho Início Término Status Atividades em andamento: Código da EAP Responsável pelo trabalho Início Término Status Execução e monitoramento de projetos de TI10 Atividades previstas para o próximo período: Código da EAP Responsável pelo trabalho Início Término Status Pontos de atenção: Descrição do problema Status Ação prevista para resolver o problema Responsável Previsão de resolução Processo de controle do projeto Comparar o desempenho realizado frente ao planejado é a espinha dorsal do controle de projetos. O objetivo dessa comparação é identificar os desvios, estudar ações corretivas e planos de ação alternativos para garantir que o projeto não saia dos trilhos. Para tanto, as ações principais, segundo Larson e Gray (2016), são as seguintes: � Fixar um plano de linha de base: uma baseline fornece os elementos para mensurar o desempenho do projeto. A linha de base deriva das informações de custo e duração constantes na base de dados da EAP e funciona como uma espécie de fotografia tirada naquele momento do projeto. De forma simplificada, é como se alguém recebesse um conjunto de materiais como cola, papel, cartolina e a foto de um barco a ser produzido com tais materiais. Sendo este o ponto de partida, tendemos a acreditar e nos envolver na execução para confeccionar o barco em si, mas nem sempre o resultado produzido será o mesmo como mostrado na fotografia. Portanto, uma linha de base serve para acompanhar o projeto, mostrando os caminhos pelos quais o projeto deverá ser seguido para atingir o seu objetivo final. 11Execução e monitoramento de projetos de TI � Mensurar progresso e desempenho: medir quantitativamente um projeto acaba sendo a forma mais habitual para esta etapa, sendo as medidas de tempo (caminhos críticos adiantados, atrasados ou dentro do previsto) e orçamento (dinheiro, horas de mão de obra) normalmente as mais usadas. No entanto, simplesmente comparar o planejado × realizado não é a melhor forma de ter uma fotografia mais realista do status do projeto, é necessária uma análise de valor agregado (custo orçado do trabalho realizado). � Comparar o planejado contra o realizado: dificilmente os projetos se concretizam exatamente como originalmente planejados. Assim, é imperativo medir os desvios em relação ao plano, respeitando o ti- ming dos relatórios de status. Este deve ser frequente para detectar as variações o mais cedo possível, possibilitando correções em relação ao plano e corrigindo as causas. � Tomar medidas: ações corretivas serão sempre necessárias se os desvios em relação ao plano forem consideráveis, possibilitando realinhamento com o projeto original. Mudanças no plano da linha de base poderão ser necessárias no caso de mudança de escopo ou das condições. Para permitir um monitoramento transparente do projeto, ferramentas como gráficos de Gantt e gráficos de controle podem ser utilizadas. O modo como cada um será utilizado dependerá da organização. Tudo dependerá do grau de maturidade da corporação com o uso de cada ferramenta e, principalmente, do nível de entendimento da disciplina “gerenciamento de projetos”. O grande recado aqui é que a organização tenha uma ferramenta para monitoramento e que esse controle seja feito de forma eficiente e eficaz. Há diversas ferramentas de gerenciamento de projetos disponíveis no mercado. A maioria delas é paga, mas há também ótimas soluções disponíveis na modalidade aberta (open source). Elas são essenciais porque oferecem uma forma prática e ágil de controlar projetos. Na Figura 1 você pode visualizar uma captura de tela de uma ferramenta de gerenciamento de projetos bastante conhecida, o Microsoft® Project®. Execução e monitoramento de projetos de TI12 Figura 1. Visão geral de uma ferramenta para acompanhamento de projetos. Fonte: Microsoft (2020, documento on-line). Em uma época tão tecnológica como a que vivemos no momento, lamen- tavelmente, muito foco vem sendo dado aos meios, software, aplicativos, e não à essência, ao que está por trás do processo em si — que, neste caso específico, é o controle do projeto. A disciplina de gerenciamento de projetos existe para que este, ao final, não somente entregue um produto, mas acima de tudo, agregue valor às partes interessadas. LARSON, E. W.; GRAY, C. F. Gerenciamento de projetos: o processo gerencial. Porto Alegre: AMGH, 2016. MICROSOFT. Project plano 3. [S. l.]: Microsoft, 2020. Disponível em: https://www.micro- soft.com/pt-br/microsoft-365/project/project-plan-3?activetab=pivot:overviewtab. Acesso em: 19 set. 2020. NOKES, S.; KELLY, S. O guia definitivo do gerenciamento de projetos: como alcançar resul- tados dentro do prazo e do orçamento. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 13Execução e monitoramento de projetos de TI PMI. Guia PMBoK®: um guia do conjunto de conhecimentos do gerenciamento de projetos. Newton Square: Project Management Institute, 2017. VARGAS, R. V. Gerenciamentode projetos: estabelecendo diferenciais competitivos. 9. ed. São Paulo: Brasport, 2018a. VARGAS, R. V. Manual prático do plano do projeto: utilizando o PMBOK Guide. 5. ed. São Paulo: Brasport, 2018b. Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Execução e monitoramento de projetos de TI14
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